Download PDF
ads:
ANA LUCIA LEMES NEGRI
EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA O ENSINO MÉDIO DA REDE
PÚBLICA : UMA PROPOSTA INOVADORA
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário Salesiano de São Paulo -
UNISAL, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em
Educação, sob a Orientação do Prof.
Dr. Renato Kraide Soffner.
UNISAL
Americana
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
Negri, Ana Lucia Lemes
N321d
Educação financeira para o Ensino Médio da rede
pública: uma proposta inovadora / Ana Lucia Lemes
Negri. Americana: Centro Universitário Salesiano de
São Paulo, 2010.
73 f.
Dissertação (Mestrado em Educação). UNISAL SP.
Orientador: Prof. Dr. Renato Kraide Soffner.
Inclui bibliografia.
1. Educação Financeira. 2. Consumo Consciente.
3. Educação para o Trabalho Brasil. I. Título.
CDD 373.224
Catalogação elaborada por Maria Elisa V. Pickler Nicolino.
Bibliotecária do UNISALUE Americana, CMA CRB-
8/8292.
ads:
3
Ana Lucia Lemes Negri
EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA O ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA :
UMA PROPOSTA INOVADORA
Dissertação apresentada como
exigência parcial para a obtenção do
título de Mestre em Educação, no
Centro Universitário Salesiano de São
Paulo UNISAL.
Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em 03/11/2010, pela
comissão julgadora:
_______________________________________________
Prof. Dr. Renato Kraide Soffner.
UNISAL
_______________________________________________
Prof. Dr. Manoel Nelito Matheus Nascimento
UFSCAR
________________________________________________
Prof. Dr. Moacir Pereira
UNISAL
Americana
2010
4
Dedico esta dissertação a Antonio Cesar, meu marido,
e a Antonio Flavio e Andre Filipe, meus filhos,
que acreditaram em meu trabalho
e me apoiaram na busca dos meus ideais.
5
AGRADECIMENTOS
Em especial ao Prof. Dr. Renato Kraide Soffner, pela orientação e apoio no
desenvolvimento desta dissertação.
Ao Prof. Dr. Manoel Nelito Matheus Nascimento, por ofertar seus
conhecimentos para o engrandecimento deste meu trabalho.
Ao Prof. Dr. Moacir Pereira, pelas contribuições e informações oferecidas.
À Profª. Ms. Sandra Júlia G. Albergaria, pelo conhecimento e amizade.
Ao Prof. Dr. Marcos Francisco Martins, que esteve sempre em busca de
informações que pudessem me ajudar nesta caminhada.
Ao meu marido Antonio Cesar e aos meus filhos Antonio Flávio e André Filipe,
que em todas as horas estiveram à disposição para me ouvir e ajudar.
Aos meus pais pelo carinho e dedicação.
6
Os donos do capital
incentivarão a classe trabalhadora
a adquirir, cada vez mais,
bens caros, casas e tecnologia,
impulsionando-a cada vez mais
ao caro endividamento,
até que sua dívida se torne insuportável.
Karl Marx (1867)
7
RESUMO
Educação Financeira é um processo educativo que, por meio de aplicação de
métodos próprios, desenvolve atividades para auxiliar os consumidores a
orçar e gerir a sua renda , a poupar e a investir; são informações e formações
significativas para que um cidadão exerça uma atividade, trabalho, profissão e
lazer , evitando tornarem-se vulneráveis as armadilhas impostas pelo
capitalismo. O aluno ao chegar à Escola traz consigo uma história, que
qualquer que seja ela, familiar, da região em que vive, ou mesmo àquelas
construídas sob a influência da mídia, deverá ser considerada. Por tal razão,
cabe ao professor, pelo seu conhecimento adquirido e vivenciado, fazer com
que o aluno construa sua autonomia para analisar e argumentar sobre essas
armadilhas. As relações existentes entre os jovens em sociedade podem ser
consideradas a partir das relações de trabalho e consumo, bem como a
Educação para o Consumo lhe servirá como meio para o exercício consciente
de sua cidadania. Nesse sentido, esta pesquisa visa associar noções de
Economia com conteúdos de Matemática, focando a Matemática Financeira no
Ensino Médio das Escolas da Rede Pública de São Paulo, por meio de um
curso a ser ministrado em horário extracurricular. A intenção é mostrar
possibilidades para melhorar a problemática que reside no cenário financeiro
dos adolescentes, que se encontram na faixa etária entre 14 e 18 anos, e que
não possuem elementos para compreender e ter uma Educação Financeira. A
principal finalidade deste trabalho está em incluir o curso de Educação
Financeira no Ensino Médio da Escola Pública e contribuir para que os jovens,
que frequentam esta modalidade de ensino, tenham uma formação cidadã
crítica, aprendam a administrar seus conhecimentos para uma vida saudável,
contribuam para a melhoria do meio ambiente tornando-se cidadãos
conscientes, pois o futuro do país se faz presente na educação que os jovens
recebem hoje.
Palavras-chave: Educação Financeira Consumo Consciente Educação
para o Trabalho Ensino Médio Escola Pública
8
ABSTRACT
Financial Education is an educational process that, by applying their own
methods, develop activities to help consumers manage and budget their
income, saving and investing, information and trainings are important for
citizens to exercise an activity, work, profession and pleasure, avoid becoming
vulnerable to traps laid by capitalism. Students arriving to school brings with it a
history, that whatever her family, who lives in the region, or even those built
under the influence of the media, should be considered. For this reason, the
teacher, by his acquired knowledge and experienced, to get the student to build
their autonomy to analyze and argue about these pitfalls.
Relationships
between young people in society can be considered from the relations of work
and consumption as well as the Consumer Education will serve as a means for
the conscious exercise of their citizenship. Thus, this research aims to involve
notions of economics with content of mathematics, focusing on Financial
Mathematics in Secondary Education of the Public Schools of São Paulo,
through a course to be taught in extracurricular time.
The intention is to show
possibilities for improving the problem lies in the financial landscape of the
teenagers, who are aged between 14 and 18 years, and have no elements to
understand and have a Financial Education. The main purpose of this work is in
progress include the Financial Education in High School Public School and to
help young people who attend this educational system, have a civic education -
criticism, learn to manage their knowledge to a healthy life, contribute to
improving the environment by becoming aware citizens because the country's
future is present in the education that young people receive today.
Key-words:
Financial Education Consumer Awareness Education for
Work High School Public School
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1
Cinco Pilares dos Tempos Didáticos.................................. 53
Quadro 2
Educação Financeira e a Cidadania................................... 54
Quadro 3
Educação Financeira e o Trabalho..................................... 56
Quadro 4
Educação Financeira e Cultura.......................................... 58
Quadro 5
Educação Financeira e Tecnologia.................................... 59
Quadro 6
Educação Financeira e Comunicação................................ 60
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BCB
Banco Central do Brasil
BM&F
Bolsa Mercantil & de Futuros
BM&F/
BOVESPA
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros
BMSP
Bolsa de Mercadorias de São Paulo
BOVESPA
Bolsa de Valores do Estado de São Paulo
CDC
Código de Defesa do Consumidor
CF
Constituição Federal
CMN
Conselho Monetário Nacional
CVM
Comissão de Valores Mobiliários
DSR
Descanso Semanal Remunerado
ECA
Estatuto da Criança e do Adolescente
EUA
Estados Unidos da América
IACSEE International Association for Citizenship Social & Economics
Education
INSS
Instituto Nacional Seguridade Social
IRRF
Imposto de Renda Retido na Fonte
LDB
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC
Ministério da Educação
OCDE
Organização de Cooperação e de Desenvolvimento
Econômico
PASEP
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PCN
Parâmetros Curriculares Nacionais
PCNEM
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
PIS
Programa de Integração Social
PNE
Plano Nacional de Educação
SAC
Serviço de Atendimento ao Cliente
SFN
Sistema Financeiro Nacional
SPC
Serviço de Proteção ao Crédito
UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais
UNESCO
United Nations Educational, Scientific and Cultural
Organazation (Organização Educacional Científica e Cultural
das Nações Unidas)
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................... 13
CAPÍTULO I EDUCAÇÃO FINANCEIRA, ALUNOS ADOLESCENTES,
RELAÇÃO TRABALHO-CONSUMO-
CONHECIMENTO MATEMÁTICO:
BREVE EMBASAMENTO TEÓRICO............................................................
18
1.1. Educação Financeira............................................................................... 19
1.2. Alunos Adolescentes............................................................................... 23
1.3. Relação Trabalho e Consumo................................................................. 25
1.4. Trabalho, Consumo e Conhecimento Matemático.................................. 29
CAPÍTULO II DIFERENTES INICIATIVAS EM PROL DA EDUCAÇÃO
FINANCEIRA ................................................................................................
38
2.1. BM&FBOVESPA S/A (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros).........
39
2.2. Fundação BRADESCO........................................................................... 41
2.3. IACSEE (Associação Internacional de Educação para a cidadania e
Economia Social) ...........................................................................................
42
2.4. Site “Educação Financeira” ................................................................... 44
2.5. Colégio Lacordaire.................................................................................. 4
5
CAPÍTULO III
EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA ESCOLA PÚBLICA:
CURSOS.......................................................................................................
47
3.1. Objetivos................................................................................................. 48
3.2. Público-Alvo Perfil dos Jovens............................................................. 49
3.3. Proposta Pedagógica.............................................................................. 50
3.4. Currículo.................................................................................................. 51
3.5. Fundamento dos Tempos Didáticos........................................................ 52
3.6. Organização dos Tempos Didáticos........................................................ 53
3.7. Especificação dos Tempos Didáticos...................................................... 54
3.8. Interação Aluno e Comunidade............................................................... 61
3.9. A Diversidade Dialógica entre Faixas Etárias ...................................... 61
3.10. Dispor Pedagógico................................................................................ 62
12
3.11. Gestão do Curso................................................................................... 64
3.12. Parcerias para Fomentos...................................................................... 65
3.13. O Significado de Alunos com Necessidades Especiais no Curso...... 65
3.14. Sistema de Avaliação............................................................................ 65
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 71
13
INTRODUÇÃO
Educação Financeira sempre foi importante aos consumidores,
para auxiliá-los a orçar e gerir a sua renda, a poupar e investir,
e a evitar que se tornem vítimas de fraudes.
No entanto, sua crescente relevância nos últimos anos
vem ocorrendo em decorrência do desenvolvimento dos mercados
financeiros e das mudanças demográficas, econômicas e políticas.
Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico
(OCDE , 2004, p.223)
14
Versar sobre finanças talvez careça de linguagem técnica e conceitos
econômicos e, nesse sentido, cabe aqui esclarecer ao leitor o repúdio por
palavras rebuscadas e a preferência por uma linguagem de fácil compreensão
para tratamento de tais conceitos.
Esta pesquisa se caracteriza pela simplicidade, pois, os conhecimentos
financeiros e econômicos são tratados por especialistas os quais criam
abismos entre a linguagem simplificada e a linguagem técnica. É justamente
esta linguagem técnica que afasta a sociedade mais simples, do direito de
aprender a lidar com seus proventos.
Ser cidadão significa sentir a necessidade de participar socialmente e
politicamente de uma comunidade, vivenciando uma cultura, exercendo direitos
e deveres, posicionando-se de maneira crítica, responsável e construtiva em
diferentes situações, tornando-se um agente transformador, utilizando-se de
diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos para poder construir
conhecimentos e questionar a realidade.
Esta pesquisa teve origem numa problemática instalada no cenário
financeiro dos adolescentes que se encontram na faixa etária compreendida
entre os 14 e os 18 anos, estudantes da Escola Estadual Professor Cyro de
Barros Rezende, a maioria residente na cidade de Campinas, interior do
Estado de São Paulo.
Os adolescentes são alvos fáceis para as armadilhas impostas pelo
mercado capitalista, pois, conforme aborda Stephani (2005) a propaganda na
mídia , recheada de argumentação altamente elaborada, dita a forma como os
cidadãos devem viver, consumir e trabalhar.
15
Tais jovens são trabalhadores, recebem salários e, muitas vezes, não
conseguem equilibrar o desejo de consumir com o produto de seu trabalho.
Sofrem por não terem uma Educação Financeira. Muitos trabalham para
auxiliar a família e outros para comprar roupas, tênis, produtos eletrônicos,
diversão, etc.
Nas culturas ocidentais, os adolescentes necessitam inserir-se em
grupos e serem aceitos pela sociedade por seus desejos em comum, por
pactuarem dos mesmos signos e refletirem os mesmos significados. Para isso,
precisam usar vestimentas da moda, calçar tênis de marca, usar celulares com
vários aplicativos, aparelhos portáteis para música, entre outros. Se não
estiverem vestidos de acordo e com acessórios de uso do grupo ao qual
escolheram pertencer, não são aceitos. Comumente, tais adolescentes, para
agradar as regras dos grupos, caem em situações financeiras graves
prejudicando suas famílias economicamente.
Este jovem precisa estar preparado para as responsabilidades e
dificuldades de administrar o seu salário; ter uma visão critica dos círculos de
amizade; criar uma mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro e
às relações sociais. Para Sthepani (2005) é necessário aprender a refletir,
ponderar, consultar, dialogar e tomar decisões só após ter constatado que
nada possa lhe prejudicar. Aqui cabe a escola.
Com base nessa justificativa, este estudo tem como objetivo propor o
desenvolvimento de um curso de Educação Financeira a ser aplicado em sala
de aula, para discentes do Ensino Médio, em horário extracurricular. Tal
proposta intenta abarcar o cenário das Escolas Públicas do Estado de São
Paulo.
16
A educação financeira não pode ser privilegio só dos adultos e deve ser
estendida também aos adolescentes, que serão os cidadãos de um futuro bem
próximo. É na adolescência que encontramos o cenário ideal para novos
conhecimentos em relação à construção financeira e econômica de um adulto,
que é confirmado por Sthepani (2005, p.12).
Cada indivíduo participante do processo de formação do ser
humano tem uma parte de responsabilidade nesse processo de
mudança pela qual a educação passa. E a Educação
Financeira vem ser um elo entre várias áreas do conhecimento,
no sentido de fazer com que trabalhem juntas e formem na
epistemologia do aluno conceitos capazes de instrumentalizá-lo
para a construção de sua autonomia.
Segundo o referido autor, a construção da autonomia é um aprendizado
constante que não termina na fase escolar, mas sim acompanha o estudante
por toda a sua existência.
A relevância de uma proposta de desenvolvimento de um curso de
educação financeira para os alunos de escola pública se faz pela constatação
via mídia e estudos sobre a necessidade de promover uma educação
financeira para a população, prevendo a redução e controle de níveis de
endividamento e inadimplência alarmantes na sociedade.
O curso de educação financeira pode fazer isso pelo estudante, com a
intenção de que este melhore o uso do seu salário, por meio de qualificação,
planejamento de gastos, aplicação financeira de “suas sobras” e,
principalmente, pela demonstração das armadilhas existentes na utilização do
crédito, sempre pensando numa compra consciente e sabendo diferenciar
necessidade de desejo.
As políticas educacionais para o Ensino Médio têm como principal
preocupação a formação dos jovens para o mercado de trabalho, mas não
17
oferecem uma educação financeira para esses jovens, no sentido que
aprendam a aperfeiçoar a aplicação dos salários que recebem.
Ao capitalismo não interessa que os cidadãos comuns aprendam a
orientar seus ganhos de forma econômica e, para isso, há um forte processo
de propaganda que direciona ao consumo de produtos, que nem sempre são
necessários ou de interesse imediato. Para tanto, ao continuarmos a aclarar o
tema proposto nesta dissertação fazemos uso da metodologia que envolve
levantamento bibliográfico, em periódicos, em produções acadêmicas e em
meio eletrônico.
A estrutura do trabalho está assim organizada:
O primeiro capítulo enfoca a Educação Financeira, a Matemática como
conceito e linguagem, a legislação como cenário controlador de criação de
currículos e projetos político-pedagógicos. Este primeiro capítulo oferece o
embasamento teórico ao trabalho.
O segundo capitulo versa sobre as práticas de Educação Financeira que
são realizadas por instituições não governamentais e que promovem um
diferencial com relação a essa temática.
O terceiro capítulo alinhava a proposta do curso de educação financeira
como um todo, trazendo introdução, objetivo, metodologia a ser aplicada,
cronograma e conteúdo programático, por meio de quadros representativos e
sistematizados.
Finalizamos as reflexões sobre o tema tecendo considerações finais
sobre a dissertação e, em seguida, apresentamos as Referências
Bibliográficas.
18
CAPITULO I
EDUCAÇÃO FINANCEIRA, ALUNOS ADOLESCENTES,
RELAÇÃO TRABALHO-CONSUMO-CONHECIMENTO
MATEMÁTICO: BREVE EMBASAMENTO TEÓRICO
Educação Financeira é um conhecimento, cuja existência
não fazia muito sentido há alguns anos, quando a economia
sofria com choques e mudanças de regras frequentes.
Nos tempos de inflação elevada, a regra era
adquirir bens e fazer estoques, ponto.
Com a estabilidade econômica, o conhecimento
de finanças pessoais passou a merecer alguma atenção,
pois hoje é possível acumular informações nessa área
sem que se tornem descartáveis daqui a alguns meses
[...] basicamente, um conhecimento que vale a pena acumular.
Gustavo Cerbasi (2009)
19
Segundo Houaiss (2001) a educação é um conjunto de métodos
voltados para a formação e o desenvolvimento do ser humano. É o
conhecimento e a observação dos costumes da vida social, da civilidade e da
natureza como cenário de aprendizado. Em Stephani (2005) é possível conferir
talento a alguém, já que o talento, segundo ele, é uma aquisição; por isso a
escola, por intermédio da motivação, pode desenvolver a emancipação. É no
processo educativo que consiste o desenvolvimento de atividades e ideias
voltadas para o mesmo. A palavra Educação vem do latim educo e significa
desenvolver-se de dentro para fora.
1.1. Educação Financeira
Para melhor compreender o termo Financeira, nos remetemos ao
conceito de Finanças que, conforme Houaiss (2001), é a ciência e a atividade
do manejo do dinheiro ou de títulos que o representem; conjunto de receitas e
despesas. Assim, a Educação Financeira é um processo educativo que por
aplicação de métodos próprios, pelos quais as pessoas de diversas idades,
níveis sociais, raça ou cor, permite que as pessoas desenvolvam atividades
que auxiliem na manipulação do seu dinheiro ou títulos que as representem;
são informações e formações importantes para que as pessoas exerçam uma
atividade, um trabalho, uma profissão e lazer, tendo acesso ao bem-estar, que
faz com que os seres humanos tenham vontade para vencer as dificuldades do
dia a dia.
20
Hábitos de consumo estão sempre presentes nas famílias, sejam elas de
posse ou não, apresentando formações de conhecimentos e motivações de
estilo de vida diferentes.
Muitas pessoas que nascem em famílias menos abastadas, não contam
com formação, nem informações em finanças, geralmente estudam em escolas
públicas e, desde muito cedo, trabalham, formalmente ou informalmente. E é
com essa remuneração recebida pelo seu trabalho que ajudam no orçamento
domiciliar e suprem suas vontades surgidas no dia a dia.
Por outro lado, aqueles que nascem em famílias mais abastadas têm
acesso a uma boa formação e informação, mas, como não há a necessidade
de trabalhar, não conhecem as dificuldades cotidianas e não dão o devido valor
ao dinheiro.
Na verdade, na concepção de Stephani (2005), quando o aluno chega à
Escola, ele traz consigo sua história, ou seja, as concepções de sua família, de
seu bairro, sua região, bem como as concepções que foram construídas sob a
influência da mídia. E, com essas concepções é que o professor desafia o
aluno para, por meio do seu conhecimento, produzir suas considerações sobre
o assunto. Esta consideração proporciona ao aluno a construção da autonomia
para que este analise tudo o que traz até aqui, pois, com isso, conhece novas
possibilidades de compreensão, colabora para a melhoria de sua qualidade de
vida, sem prejudicar a dos semelhantes que com ele vivem em sociedade.
Para tanto é necessário que se tenha motivação da família e do
trabalho, pois quando se faz o que se gosta, faz-se com vontade. Com esta
motivação pode-se pensar em uma nova moradia, uma viagem, um automóvel,
uma roupa nova, novos conhecimentos; e é neste momento que a educação
21
financeira se torna necessária, por meio da qual aprende a gastar dentro do
orçamento, planeja para que sobre dinheiro no final do mês, e não sobre mês
sem dinheiro. Ser educado financeiramente significa saber usar o dinheiro
pagando dividas, investindo e formando patrimônio.
A Educação Financeira tem como objetivo dar as ferramentas para que o
aluno insira-se no meio social, atentando-se para a evolução do mundo na
medida em que se observa o crescimento do setor financeiro tendo como
consequência a proliferação de serviços e produtos oferecidos.
Oliveira (2007, p.9) completa:
A Educação Financeira não deve ser confundida com o ensino
de técnicas e macetes de bem administrar o dinheiro, não
devendo, também, ser confundida com um manual de regras
moralistas fáceis.
Os alunos precisam compreender as especificidades de cada uma das
ofertas, pois não sabendo utilizar de maneira correta a melhor opção, não
utiliza o melhor benefício. Para poder comparar o que é melhor é necessário
compreender as características das diversas opções.
Para Almeida (2004), a Matemática Financeira deveria possibilitar ao
aluno saber calcular e comparar custos, calcular descontos, saber debater
sobre notícias da economia mundial e nacional e propor saídas para problemas
financeiros como à falência de uma empresa ou pagamento de uma divida de
seus pais ou conhecidos, possibilitando um melhor gerenciamento de recursos,
compreensão das opções financeiras e melhoria no seu bem-estar.
Como vivemos numa sociedade de consumo, educar para esse
consumo implica em conscientizar os jovens a associar o trabalho com o
consumo. Almeida (2004) aclara que os conteúdos de Educação Financeira no
22
Ensino Médio contribuem para capacitá-los para entender o mundo em que
vivem, tornando-os mais críticos ao assistir a um noticiário, ao ingressar no
mundo do trabalho, ao consumir, ao cobrar seus direitos e analisar seus
deveres. E, com essa contribuição possam vir a ter uma relação saudável e
responsável com o dinheiro, criando uma ética muito clara para ganhar e gastar
dinheiro, sendo fundamental para que mais tarde não lamentem que o país
seja corrupto e que não existe ética.
Em relação à cidadania, espera-se que o jovem tenha uma formação
cidadã crítica, ou seja, uma participação social e política, com exercício de
direitos e deveres, posicionando-se de maneira crítica, responsável e
construtiva nas diferentes situações. Que, também, seja um agente
transformador, contribua para a melhoria do meio ambiente, se utilize de
diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para construir
conhecimentos, questione sempre a realidade, adote no dia-a-dia atitudes
conscientes, sempre analisando as fontes de informação.
É importante salientar que a compreensão e a tomada de decisões
diante de questões políticas e sociais dependem da leitura crítica e
interpretações de informações complexas, que incluem dados estatísticos e
índices divulgados pelos meios de informação. Assim sendo, para exercer a
cidadania é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar
informações estatísticas, etc. E, acima de tudo, ter confiança na própria
capacidade para enfrentar desafios, aproveitando as questões e situações
práticas vinculadas aos temas da realidade, os quais fornecem os contextos
que possibilitam explorar, de modo significativo, conceitos e procedimentos
matemáticos.
23
O conhecimento científico compõe-se de ideias, conceitos e princípios
que surgiram da necessidade e de problemas com os quais os homens se
depararam ao longo da história e, por meio da sua autonomia, encontraram
soluções, pelos seus esforços, sua inteligência, dedicação e persistência.
1.2. Alunos Adolescentes
Em se tratando de alunos adolescentes, as significativas mudanças que
interferem em seu desenvolvimento físico, emocional e psicológico, repercutem
fortemente no comportamento e trazem preocupações relacionadas ao futuro
profissional, à vida afetiva e ao relacionamento com outros jovens.
Nascimento (2002, p.50),
A adolescência em geral é descrita como um período de
transição do indivíduo, cheio de conflitos gerados no processo
de estruturação e afirmação de sua participação na sociedade.
Os adolescentes, que vivem a fase das transformações
biopsicossociais, estão inseridos em uma sociedade que passa
por transformações oriundas do processo de globalização,
principalmente da economia, que os exclui e marginaliza na
oferta de oportunidade de inclusão social. No entanto,
contraditoriamente, o mercado tem direcionado aos jovens sua
atenção, por considerá-los importantes consumidores.
Junto a esta instabilidade, medo e insegurança, que caracterizam as
reações dos adolescentes diante de situações diversas, intensificam-se a
capacidade para questionar, acentua-se a crítica, às vezes sem muita
fundamentação, a qual se faz com que coloquem em dúvida certos valores,
atitudes e comportamentos, e inclusive a necessidade de determinadas
aprendizagens.
24
Estes fatores são citados por Beraldi (2000, p.36):
Esses fatores atingem não só diretamente o adolescente, mas
a família, os amigos, a escola, a sociedade. Sociedade que
vive em constante transformação com as inovações
tecnológicas, descobertas científicas que possibilitam novas
formas de pensamento e ações.
Para resolver os problemas é necessário construir estratégias,
desenvolver a capacidade de investigar, argumentar, comprovar, justificar e
estimular à criatividade, construir sua autonomia, tendo iniciativa pessoal e
trabalho coletivo, utilizando-se de conhecimentos, visando à possibilidade de
uma compreensão mais ampla, buscando através desta estabelecer ligações
entre a matemática e as situações do cotidiano.
Por outro lado, os instrumentos midiáticos nos mostram um caminho
para a educação, como aponta Soffner (2005, p.114):
A ampla adoção de tecnologia nas ultimas três décadas trouxe-
nos sistemas mais evoluídos para construir , adquirir,
armazenar e representar informações. Vemos agora a
possibilidade de construírem-se dispositivos que espelhem o
comportamento cognitivo humano e permitam novas formas de
interações e associação, tal qual desejaram nossos
antecessores tecnológicos (...) A riqueza de oportunidades
apresentadas pela tecnologia resultou em diferentes
metodologias para a sua aplicação dentro das organizações,
sejam elas corporativas ou educacionais de forma a
incrementar o valor. Certamente teremos também que avaliar
a importância das tecnologias adaptativas.
Desta forma, podem ser exploradas em salas de aula, por meio de um
direcionamento, as causas da diminuição/aumento da oferta/procura de
empregos; a previsão do futuro do mercado em função de indicadores atuais,
por meio de leitura de artigos e jornais diários; pesquisas dos alunos dentro da
escola ou na comunidade, a respeito valores que os jovens de hoje atribuem ao
25
trabalho versus consumo e a necessidade de conhecimentos matemáticos para
analisar e compreender os conceitos da política econômica.
1.3. Relação Trabalho e Consumo
As relações existentes entre os jovens em sociedade podem ser
analisadas a partir das relações de trabalho e consumo. Conforme Almeida
(2004) deve-se formar o jovem que está no Ensino Médio para a inserção na
vida social, com possibilidades de continuidade dos estudos e
profissionalização, contribuições para o seu aperfeiçoamento e
aprofundamento de conhecimentos, de maneira que este possa planejar o seu
futuro.
Contudo, não fica evidente pela frequente afirmação de que todos são
igualmente livres tanto para trabalhar e escolher um tipo de trabalho como para
consumir. Essa afirmação não considera as desigualdades de acesso ao
trabalho, aos bens de consumo e aos serviços, ou a distribuição diferenciada
entre as classes sociais. Entre ricos e pobres, homem e mulher, diferentes
etnias, moradores do campo e da cidade, indivíduos com baixa e alta
escolaridade. Esta desigualdade compromete a democracia e,
consequentemente, a construção da cidadania.
Os jovens adolescentes vivem na expectativa sobre sua inserção no
mundo do trabalho, como também os dilemas diante dos apelos para o
consumo dos produtos valorizados por seu grupo etário. Para Cardoso (2007),
os jovens se sentem pressionados, pois é hora de escolher uma profissão, lutar
por uma vaga no mercado de trabalho, ter o seu automóvel, ser atraente e
26
sedutor para namorar, mas para isso precisa de muito dinheiro. Contudo, as
cobranças sociais são altíssimas, e fazem com que os jovens se endividem,
pois busca um estilo de se vestir e de se comportar que expressam quem é ou
que gostaria de ser.
Consumir significa gastar, possuir coisas, participar de um cenário de
disputas por aquilo que a sociedade produz e a forma de como usá-los,
tornando-se um momento de conflito, originados pela vontade de comprar o
bem e falta de receita para suprir este desejo. O consumo é apresentado como
forma e objetivo de vida, pois cria novas necessidades de obter determinado
objeto, transformando bens supérfluos em vitais.
Com o propósito de adequar a educação escolar ao mundo do trabalho,
à prática social e a formação de cidadãos foi promulgada a LDB 9394/96, Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996. Um ano após a
promulgação dessa lei são lançados oficialmente, os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN), um conjunto de documentos elaborados pelo Ministério da
Educação (MEC), primeiramente para o Ensino Fundamental, com a intenção
de definir um papel diferenciado para a escola, criando objetivos para que os
jovens sejam capazes de obter a cidadania, posicionando-se de maneira crítica
e responsável em qualquer assunto seja ele de discriminação racial, social,
sexo e cultural, meio ambiente ou político, utilizando de linguagens
diferenciadas para poder se expressar e questionar a realidade.
Em 1999 foram elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio (PCNEM), visando uma nova organização curricular, onde se
propõem um currículo de formação geral , baseado no domínio de
competências básicas capacidade para pesquisar, buscar informações,
27
analisá-las; capacidade de aprender, criar e formular - e não de acumulo de
informações por meio de memorização, apropriando-se de conhecimentos
para o mundo do trabalho e para a prática social. Essa organização curricular
foi elaborada por áreas de conhecimento considerando como ponto forte as
habilidades e competências e a junção de conteúdos que se comunicam. São
três as áreas:
1) Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
2) Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.
3) Ciências Humanas e suas Tecnologias.
De acordo com Brasil (1999, p.19):
A estruturação por área de conhecimento justifica-se por
assegurar uma educação de base científica e tecnológica, na
qual conceito, aplicação e solução de problemas concretos são
combinados com uma revisão dos componentes socioculturais
orientados por uma visão epistemológica que concilie
humanismo e tecnologia ou humanismo numa sociedade
tecnológica.
Em 1998, foi lançado um volume intitulado “Temas Transversais”, que
vem dar corpo aos Parâmetros Curriculares Nacionais e indicar, segundo
Beraldi (2000, p.97):
A metodologia proposta para a inclusão de assuntos como:
Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Orientação
Sexual e Trabalho e Consumo na organização do currículo,
bem como no desenvolvimento dos conteúdos. É o eixo central
em torno do qual gira a temática das áreas curriculares. Temas
que devem ser trabalhados nas escolas transversalmente aos
conteúdos tradicionais.
Os Temas Transversais foram elaborados para que os jovens tenham
noção educacional, voltada à compreensão da realidade social, dos direitos e
28
deveres em relação à vida pessoal e coletiva, e também na participação
política.
Dentre os Temas Transversais se destaca para esta pesquisa
Trabalho e Consumo.
O Tema Trabalho e Consumo tem um caráter multidisciplinar e
representa uma busca pela análise do trabalho e do consumo, a partir de
atitude crítica, das relações sociais nas quais se produzem as necessidades,
os desejos e os produtos e serviços. Os assuntos são levados adiante partindo
do princípio de que os jovens são livres tanto para escolher um trabalho como
para consumir, confrontando com situações do cotidiano, como por exemplo:
desejo, ambição, segurança, auto-estima. O dinheiro representa um valor
material, o poder, a força, a liberdade, o meio pelo qual os jovens conquistam
todo o resto.
Neste Tema, consumir é:
Ter acesso não só aos bens primários de subsistência, mas
também usufruir dos desenvolvimentos tecnológicos, dos bens
culturais e simbólicos. (...) é ter acesso ao mercado de
consumo, aos produtos ou serviços que são oferecidos (...)
complexa engrenagem de fabricação de novas necessidades
(...) criando por um lado o consumo compulsivo, excessivo e
acrítico de determinados bens, independente de sua
necessidade real - o chamado consumismo, e por outro a
desvalorização e a desvalia social para os que não podem
consumir no mesmo nível (Brasil , 1998 B, p.353).
Consumismo é a aquisição de bens sem necessidade. Santos (2005)
define consumismo com uma doença psicológica. A necessidade de comprar é
tão grande que a compra de objetos desnecessários acontece frequentemente.
29
Consumir compulsivamente é um distúrbio psicológico chamado de
Oneomania, e a cura se dá pela ajuda médica.
É fundamental que os jovens saibam se posicionar diante de
determinadas situações, se conscientizando que grande parte que consome é
fruto de seu trabalho, embora no momento do impulso, nem pense nesse fato.
Contudo, não ficou evidente o que se pretendia com esta nova proposta
e não se criou a base para que as escolas pudessem atuar; por ser um assunto
novo e delicado, deveria ter tido uma orientação específica, para que houvesse
condições de ser inserida. Não há escolas publicas que trabalham este tema.
E, de acordo com Cardoso (2007), os jovens que estão na escola,
representam a geração do consumo, comprovada por uma pesquisa realizada
pelo Instituto Akatu, em parceria com a UNESCO (Organização Educacional
Científica e Cultural das Nações Unidas). O grupo entrevistou jovens de 24
países dos cinco continentes e concluiu que os brasileiros são os mais
consumistas do mundo, ficando à frente dos franceses, japoneses e até dos
norte-americanos.
1.4. Trabalho, Consumo e Conhecimento Matemático
Um quesito importante é a necessidade de calcular quantas horas se
deve trabalhar para comprar determinado produto. Após a compreensão desse
quesito, ou seja, a comparação do custo da produção de cada um desses
produtos como o preço de mercado, é possível compreender que as regras de
consumo são regidas por uma política de máximo lucro e diminuição do valor
do trabalho.
30
O conhecimento matemático e os direitos do consumidor estão ligados.
São utilizados para analisar a composição e a qualidade do produto na hora da
compra que pode ser feito:
- Identificando no rótulo do produto a data de validade, procedência,
peso, preço, condições de armazenamento, sempre preferindo embalagens
biodegradáveis, limpeza do estabelecimento.
- Avaliando o impacto sobre a saúde, pela análise de situações e das
informações.
- Estabelecendo comparações e previsões que contribuam e favoreçam
o bem estar pessoal e do meio ambiente.
- Buscando caminhos individuais e coletivos que estabeleçam relações
econômicas, sociais e culturais adequadas a uma boa qualidade de vida para
todos.
- Fazendo com que o jovem tenha uma mudança de visão sobre a
natureza.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), todo cidadão
tem direito:
- Ao consumo, ao acesso a bens e serviços básicos, à garantia de que
os produtos e serviços não são nocivos à saúde.
- A optar por produtos e serviços de qualidade e preços competitivos,
sem pressão por parte do poder econômico e sem ser objeto de exploração de
lucro fácil.
- À informação sobre os produtos e serviços para uma decisão
consciente.
31
- À Educação para o consumo que lhe servirá como meio para o
exercício consciente de sua cidadania no mercado.
Para bem lidar com estas situações de consumo é preciso habituar-se a
analisar as formas de propaganda, que podem ser ou não enganosas e que
são usadas como estratégias de marketing como, por exemplo, compre 3
pague 2” - nem sempre vantajosa, pois podem ser produtos próximos da
validade; podem ser produtos que não tiveram boa aceitação no mercado, ou
talvez se comprar 2, poderá ficar mais barato. Cabe frisar aqui o conceito de
Marketing, segundo Houaiss (2001) que é conjunto de ações, estrategicamente
formuladas, que visam influenciar o publico quanto à determinada idéia,
instituição, marca pessoa, produto, serviço, etc.
Segundo Cardoso (2007), esses jovens são frequentemente abordados
por atividades promocionais, cheias de pirotecnia, de fácil manipulação,
aproveitando de suas carências. O marketing sabe apelar quando deseja fazer
com que o jovem compre cada vez mais.
Com tantas facilidades e incentivos há necessidade que os jovens
aprendam a lidar com o dinheiro, com seus gastos, utilização de crédito,
criando uma mentalidade adequada e saudável para poupar. Poupar não
significa guardar dinheiro, mas, sim deixar de comprar bens que não são
necessários ou comprar em quantidades menores. Para que isso aconteça é
preciso se capacitar para entender o mercado financeiro, para administrar seu
dinheiro com consciência, saber se colocar e agir perante as situações de
mercado, num processo de se auto-gerir.
32
A utilização da Matemática é de grande valia à implantação do curso de
Educação Financeira, pois ajuda na construção de um referencial que oriente o
conhecimento para a inserção como cidadãos, no mundo do trabalho, bem
como no desenvolvimento de metodologias à construção de estratégias,
comprovação e justificativa de resultados, criatividade, iniciativa pessoal e
autonomia, que resulta na confiança da própria capacidade para enfrentar
desafios.
E, diante de argumentações políticas e sociais, conforme o PCN, no
volume de Matemática, se faz necessária uma leitura crítica e interpretação de
informações complexas, as quais incluem dados estatísticos e índices que são
transmitidos pelos meios de comunicação. Para a tomada de decisões é
necessário saber raciocinar, argumentar, tratar informações estatisticamente,
saber diferenciar modos de vida, valores e crenças.
Completa o PCN de Matemática, que a articulação dos Temas
Transversais com a Matemática deve ser ponderada, pois os conteúdos
matemáticos fornecem os instrumentos necessários para se ter e organizar as
informações, entendê-las e resolvê-las através dos cálculos e produzir
argumentos para sua conclusão. Por outro lado, as questões e situações
práticas vinculadas aos temas já fornecem os contextos que facilitam explorar
conceitos e os procedimentos matemáticos.
Como exemplo, temos o Meio Ambiente que é um dos Temas
Transversais. Nele encontramos grande preocupação com a qualidade de vida,
a necessidade do respeito e do compromisso com o meio ambiente, mostrando
a necessidade de manutenção e conservação da vida no planeta. Pela
organização de um trabalho interdisciplinar podemos inserir a Matemática no
33
estudo das questões sobre poluição, uma delas causadas pelo consumo
excessivo de garrafas plásticas, aparelhos celulares, pilhas, etc.,
desmatamento, desperdício, tomando decisões de como fazer a reciclagem, o
reaproveitamento do material, o cálculo de uma área desmatada, sempre com
o uso de conceitos matemáticos.
Em se tratando de poluição e desperdício, temos um forte aliado, o
consumismo, que se apresenta como forma e objetivo de vida, não levando em
conta que grande parte do que consome é produto do trabalho.
Trazemos aqui outro trabalho interdisciplinar, pois o tema Trabalho e a
disciplina Matemática estão próximos. Segundo os PCNs (1998), que
apresenta os Temas Transversais, o conhecimento matemático é fruto do
trabalho humano, e as ideias, conceitos e princípios que hoje são conhecidos
como conhecimentos científicos surgiram das necessidades e de problemas
com os quais os homens se depararam ao longo da história e para os quais
encontraram soluções brilhantes e engenhosas.
Uma sociedade, formada de diferentes grupos sociais que trabalham em
ocupação remunerada ou não, exige trabalhadores versáteis, capazes de
resolver e interpretar informações, com iniciativa e autonomia para produzir
bens. E esses mesmos grupos consomem, de forma diferenciada, bens,
produtos e serviços, produzidos por outros grupos.
Os Temas Transversais (1998) vêm aclarar que questões comuns entre
trabalho e consumo envolvendo uma relação entre produtividade e
distribuição de bens não dependem unicamente do acesso à informação,
mas, também, de um instrumental matemático que permite analisar e
compreender os elementos da política econômica que comanda esse consumo.
34
Almeida (2004) completa que a abordagem de conteúdos de Matemática
Financeira no Ensino Médio pode contribuir com a formação matemática do
aluno, capacitando-o para entender o mundo em que vive, tornando-o mais
crítico ao assistir a um noticiário, ao ingressar no mundo do trabalho, ao
consumir, ao cobrar seus direitos e analisar seus deveres.
E, por meio dos conhecimentos de Matemática Financeira entender que
o seu objeto de consumo tênis, roupas de marca, aparelhos eletrônicos é
fruto de um tempo de trabalho e que o consumo excessivo faz com que haja o
endividamento.
Segundo Cardoso (2007), os jovens são manipulados pelo marketing,
que tem como ponto de partida a carência dos mesmos. Em outras palavras,
sabe fazer com que o jovem compre cada vez mais.
Portanto, a Matemática Financeira auxiliará nos contextos a serem
explorados, com o estudo de causas que determinam aumento/diminuição de
empregos; pesquisas sobre oferta/procura de emprego; valores que os jovens
atribuem ao trabalho; política econômica; investimentos em publicidade em
programas de rádio, TV, revistas e outros meios de comunicação;
compreensão da noção de renda per capita, distribuição de salários pelas
camadas de população brasileira; uso de diferentes formas de financiamentos;
o quanto custa, a criação incessante de novas necessidades, transformando
bens supérfluos em vitais.
Com a proposta de construir este curso, procuramos informações em
documentos oficiais, que auxiliasse nesta pesquisa, a procura de alguma
referência legal sobre Educação Financeira.
Conforme a Constituição Federal de 1988:
35
No Título II Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Capítulo II Dos Direitos Sociais
O Artigo. 6º:
- São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
No Título III Da Organização do Estado
Capítulo II Da União
O Artigo 22º:
Compete privativamente à União legislar sobre:
[...] XXIV – Diretrizes e bases da educação nacional.
No Título VIII Da Ordem Social
Capítulo III Da Educação, da Cultura e do Desporto
Seção I da Educação
O Artigo 205º:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
O artigo 214º:
A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração
plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do
ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do
poder público que conduzam à:
I Erradicação do analfabetismo.
II Universalização do atendimento escolar.
III Melhoria da qualidade do ensino.
IV – Formação para o trabalho.
V Promoção humanística, científica e tecnológica do País.
(CF, 1988) (grifo nosso)
Contemplando ainda o artigo 214º vemos no artigo 227º, na LDB nº
9394/96 e no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069 de 13/07/1990)
a necessidade reafirmada de uma educação baseada nos preceitos morais e
no respeito à cidadania e o direito a continuidade desta educação visando o
aprimoramento profissional.
Em outros artigos de Leis e parágrafos constam itens que se
preocupam com a cidadania, mas não com a Educação Financeira como, por
exemplo, a garantia de padrão de qualidade, o trabalho e as práticas sociais.
36
Em relação ao Ensino Médio existe uma atenção maior para a
preparação básica para o trabalho e à cidadania do educando, buscando
condições para adaptações perante às frequentes mudanças. No Ensino
Médio, se preocupa, também, com o aprimoramento do educando como ser
humano, incluindo a formação ética, o desenvolvimento da autonomia
intelectual e do pensamento crítico, sempre voltado para sua preparação para
o trabalho educação profissional e a cidadania.
Entendemos que, com a elaboração dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN e PCNEM) ficou evidenciada a preocupação em se respeitar
as diferentes culturas e políticas existentes no país e, em contra partida, a
necessidade de construir um direcionamento no processo educativo. Para que
isso pudesse acontecer foi imperativo criar nas escolas um caminho que
oferecesse aos jovens, condições de obter conhecimentos necessários para o
exercício da cidadania.
Destacamos que o ensino da Matemática pode contribuir para os alunos
desenvolverem habilidades relacionadas à representação, compreensão,
comunicação, investigação e, também, a contextualização sociocultural, com
capacidade para resolver problemas do cotidiano, como: ler faturas de contas
de consumo de água, luz e telefone, saber decidir sobre vantagens e
desvantagens de uma compra a vista ou a prazo; avaliar o custo do produto em
função da quantidade; conferir se estão corretas informações em embalagens
de produtos quanto ao volume; calcular impostos e contribuições
previdenciárias; avaliar modalidade de juros bancários; rendimentos
financeiros.
37
Ressaltamos que, especificamente, na Proposta Curricular do Estado de
São Paulo, em seus conteúdos curriculares também não há nenhum item
específico sobre Educação Financeira, mas existe a preocupação com o futuro
do educando para a vida em sociedade e que cabe a escolar prepará-lo para
tal, expressando o valor e a importância do trabalho. O valor do trabalho incide
em toda a vida escolar, desde a valorização dos trabalhadores da escola e da
família, até o respeito aos trabalhadores da comunidade.
Reconhecemos que há relações entre a Matemática e outras áreas do
conhecimento, pois sua presença existe nos mais variados campos de estudo e
da vida humana, como na Física, Química e Biologia, como nas ciências
humanas e sociais, na Geografia ou a Economia, ou ainda nos mais diversos
setores da sociedade, nos quais temos a junção de setores de produção e de
serviços, como por exemplo: da medicina, da agropecuária, no segmento
indústria e sistema financeiro, dos transportes, da comunicação, na informação
e na moradia. Não esquecendo que esta associação que constitui a tecnologia,
é o resultado de várias revoluções industriais.
Infelizmente não nada de concreto sobre a Educação Financeira
apesar de constar em diversos documentos: - na Constituição Federal (CF); -
no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); - na Lei de Diretrizes e Bases
(LDB); - nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN); - principalmente no
Tema Transversal “Trabalho e Consumo”; e na Proposta Curricular do Estado
de São Paulo − e , até hoje, não houve a implantação deste assunto na
proposta das redes públicas.
No capítulo II apresentamos algumas iniciativas relacionadas à
Educação Financeira e desenvolvidas por instituições não governamentais.
38
CAPÍTULO II
DIFERENTES INICIATIVAS EM PROL
DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA
A educação financeira é um degrau social
relevante para o País e para a humanidade.
Façamos a nossa parte de difundir conceitos,
princípios, fundamentos e orientações
para que mais pessoas possam alcançar, subir e
superar os degraus da desigualdade socioeconômica.
E não nos esqueçamos de praticar.
Boas práticas em finanças pessoais
podem fazer grandes diferenças
no futuro financeiro das pessoas.
Álvaro Modernell (2010)
39
Os investimentos em educação financeira, é perceptível em algumas
instituições , principalmente aquelas mais voltadas ao mercado financeiro.
A Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (BOVESPA), a Bovespa
Holding S/A, a BM&FBOVESPA S/A, a Fundação BRADESCO, o IACSEE
(Associação Internacional de Educação para a cidadania e Economia Social),
o site Educação Financeira e o Colégio Lacordaire, são alguns exemplos de
iniciativas consideradas relevantes que deparamos a seguir.
2.1. BM&FBOVESPA S/A (Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros)
A Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (BOVESPA) foi fundada em
23 de agosto de 1890, por Emilio Pestana e é considerada a entidade de maior
iniciativa em educação financeira do País.
A partir de 1965-66, com o início de várias reformas governamentais
traçadas para o sistema financeiro inclusive, as bolsas de valores assumiram a
característica institucional que mantém até hoje, ou seja, transformaram-se em
associações civis sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira
e patrimonial.
A figura individual do corretor de fundos públicos foi substituída pela
sociedade corretora, empresa constituída sob a forma de sociedade por ações
nominativas ou por cotas de responsabilidade limitada.
Após o ano de 1972 os negócios da BOVESPA passaram a ser
registrados eletronicamente, disseminando informações on line ou seja,
conectadas diretamente a um computador − e em tempo real.
40
Em março de 1999, a BOVESPA lançou o sistema Home Broker, que
permite que investidores possam comprar e/ou vender ações e opções em
suas casas pela internet. Cabe ressaltar que o Broker é definido pelo dicionário
eletrônico Michaelis (2010), como corretor/ agente intermediário on line e
significa, neste caso específico, um serviço oferecido pela Bolsa e que permite
essas operações de compra/venda de ações via internet.
Em 28 de agosto de 2007, a BOVESPA deixou de ser uma instituição
sem fins lucrativos e se tornou uma sociedade por ações: a Bovespa Holding
S/A. Uma holding é empresa que detém a posse majoritária de ações de outras
empresas, segundo o dicionário Houaiss (2001)
Salientamos que, em 26 de outubro de 1917, empresários paulistas
ligados à exportação, ao comércio e à agricultura criaram a Bolsa de
Mercadorias de São Paulo (BMSP). Ao longo dos anos alcançou a tradição na
negociação de contratos agropecuários, principalmente com café, boi e
algodão.
Em maio de 2008, a BM&F e a BOVESPA Holding S/A integraram-se em
nova bolsa, a BM&FBOVESPA S/A, que passou a ser denominada “Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros” e, presentemente, é uma das maiores bolsas
do mundo em valor de mercado.
Atualmente a BOVESPA e suas Corretoras mantém projetos de
Educação Financeira vinculados a um macro projeto de educação para a
sociedade brasileira. Um projeto criado com uma linguagem simples e
acessível, para divulgar conceitos de educação financeira por meio de
palestras e cursos e respeitando-se a faixa etária, com o objetivo de fornecer
alguns conhecimentos básicos para que a sociedade administre seu dinheiro
41
com disciplina, bem como conhecimento de finanças pessoais visando
melhorar a qualidade de vida hoje e no futuro.
De acordo com o site da BM&FBOVESPA (2010), foi criado o Projeto
Educar, em 2006, com vários cursos e palestras destinados a públicos, com a
distribuição gratuita de uma cartilha utilizada como material didático de
fácil entendimento e específico para cada faixa etária. Os cursos e palestras
são adequados à compreensão das pessoas, de acordo com as suas
necessidades individuais em lidar com os conceitos em finanças:
Os cursos “Junior”, “Teen” e “Mulheres” tem duração de 4 horas e os
cursos “Master”, “Família” e “Sênior” têm duração de 6 horas, os quais são
ministrados na sede da BOVESPA. As modalidades “Junior”, “Teen” e “Sênior”
também podem ser ministradas em instituições, com palestras de duração
de 2 horas e com temas diversificados. São agendadas antecipadamente, é
oferecida a certificação e são ministradas por profissionais da BOVESPA.
2.2. Fundação BRADESCO
Outro projeto que nos leva a perceber iniciativas particulares de
educação financeira é o da Fundação BRADESCO, criada em 1956, pelo
fundador do BRADESCO, Amador Aguiar, com o objetivo de proporcionar
educação e profissionalização às crianças, jovens e adultos.
Sua primeira escola foi inaugurada em junho de 1962, na Cidade de
Deus em Osasco-SP; hoje são 40 escolas em todos os Estados Brasileiros e
no Distrito Federal. Essas escolas destacam-se pela qualidade de trabalho e
excelente infraestrutura.
42
O Projeto de Educação Financeira Projeto Educar é uma parceria
entre a Fundação BRADESCO e a Bolsa de Valores de São Paulo
(BOVESPA). Iniciado em 2006 o Projeto trabalha com alunos do segundo ciclo
do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio, com o conteúdo
curricular de cada ano previsto nos Referenciais Curriculares da Fundação
BRADESCO.
Este projeto educacional, que pode ser visitado no site da instituição, faz
uso de diferentes materiais difundidos pela mídia, como jornais, revistas, sites,
documentários, filmes, etc. Por meio desses materiais os alunos mostram suas
produções pela construção e apresentação de paródias, realização de júri
simulado, leitura, reflexão e discussão de textos, criação e exibição de
dramatizações, elaboração de dicionário financeiro, análise e debate sobre
temas a partir de músicas e filmes, entre outros tantos recursos utilizados.
Cabe aqui reforçar que, em algumas unidades escolares da Fundação
BRADESCO, a comunidade também é inserida quando da participação familiar.
2.3. IACSEE (Associação Internacional de Educação para a
cidadania e Economia Social)
No que tange à implementação de projetos em Educação Financeira de
nível internacional chega ao Brasil, em 2006, o programa The Money Camp
pela empresária Silvia Alambert, diretora executiva da empresa e membro da
IACSEE (International Association for Citizenship Social & Economics
Education) Associação Internacional de Educação para a cidadania e
Economia Social.
43
O programa foi criado em 2002, nos Estados Unidos da América (EUA),
por Elisabeth Donati que promoveu um curso pioneiro de alfabetização
financeira para crianças. É encontrado em países como México, Canadá,
Singapura, Polônia, Jamaica, Bahamas, Espanha, Reino Unido, Austrália.
Em junho de 2009 abriu-se a possibilidade de obtenção da licença do
The Money Camp para atuar no Brasil, ou seja, a venda de direitos para
aplicação do curso em diferentes regiões.
Os cursos do The Money Camp são ministrados para crianças ou
adolescentes que não têm oportunidade de receber em sua escola uma
orientação sobre Educação Financeira. O programa tem carga horária de 36
horas, divididas em duas aulas semanais, é oferecido em português ou inglês,
conforme a demanda e pode ser realizado em diversos espaços como, por
exemplo, em acampamentos, escolas e também na própria sede em São
Paulo. Para os adultos é oferecida uma programação diferenciada, esporádica,
que se dá por meio de palestras.
O objetivo deste programa é ensinar, de maneira lúdica, o valor do
dinheiro. Através de jogos e atividades interativas os conteúdos sobre finanças
são associados ao real valor do dinheiro, obtendo conhecimentos sobre
impostos, juros simples e compostos, cartões de crédito e débito, cheque
especial; informações que auxiliam desde a infância, na formação de uma
sociedade com hábitos de consumo mais conscientes e responsáveis. Além, de
capacitar para lidar com o dinheiro, também desenvolve habilidades,
criatividade, liderança e planejamento de vida futura.
O conteúdo desse curso é baseado nos cinco pilares da administração
do dinheiro, que são: fazer dinheiro, poupar, investir, gastar e compartilhar.
44
Com esse conhecimento os alunos podem saber quando estão sendo
enganados, não caindo nas armadilhas do crediário, cartões de crédito,
cheques especiais e, assim, evitando endividamento futuro.
2.4. SiteEducação Financeira”
A preocupação com os aspectos que envolvem o tratar financeiro em
comunidades carentes fez com que a Prof.ª Cássia D´Aquino Filocre, formada
em História e pós-graduada em Ciências Políticas pela Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) , educadora com especialização em Educação
Infantil, e também representante do Brasil no Global Financial Education
Program Programa de Educação Financeira Global, que é uma iniciativa
para o desenvolvimento da educação financeira em países de baixa renda em
todo o mundo, cria-se em 1999, o programa de Educação Financeira com
caráter multidisciplinar, atendendo crianças e jovens, na faixa etária dos 2 aos
17 anos, para ser aplicado nas escolas públicas e privadas, programa este
que se encontra no site http://www.educaçãofinanceira.com.br/conteúdo.
O objetivo da criação deste programa foi a preocupação com crianças e
jovens do Brasil que não têm orientação financeira em casa e, muito menos,
nas escolas, como ocorre nos países desenvolvidos, nos quais esta orientação
cabe à família e as escolas reforçam, trazendo como isso consequências na
vida do cidadão e do país.
Os conteúdos desse programa, adaptados ao currículo brasileiro, possui
os quatro pontos principais da Educação Financeira, que são:
45
1) Como ganhar dinheiro, desenvolvendo o espírito empreendedor e
estimulando novos raciocínios.
2) Como gastar o dinheiro, capazes de diferenciar o "eu quero" do "eu
preciso".
3) Como poupar criando disciplina.
4) Como doar tempo, talento e dinheiro, ensinando que a
responsabilidade social e a ética precisam estar sempre presentes no ganho e
uso do dinheiro.
2.5. Colégio Lacordaire
No que tange ao investimento em projetos de educação financeira em
currículos integrados para escolas particulares, temos o Colégio Lacordaire,
que é pioneiro por implantar o programa de Educação Financeira na grade
curricular.
Possui duas unidades situadas nas cidades de Ribeirão Preto e Franca,
ambas no interior do Estado de São Paulo, que atendem alunos da Educação
Infantil até o Ensino Médio.
O projeto foi implantado em 2008, após um contrato de sublicença para
a utilização do programa de educação financeira The Money Camp Brasil,
ministrado para alunos a partir do Ensino Fundamental, com o objetivo de
prepará-los para os desafios do mundo contemporâneo.
Para o sucesso do projeto houve um envolvimento pessoal da Profª
Silvia Alambert, diretora executiva do The Money Camp no Brasil, na
capacitação de cinco multiplicadores, membros do Colégio Lacordaire.
46
Atualmente o referido Colégio continua trabalhando com a disciplina educação
financeira em sua grade curricular, mas com o material didático da Rede
Pitágoras.
Os cinco exemplos descritos anteriormente caracterizam-se por serem
cursos de instituições particulares , voltados à Educação Financeira para
alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, sendo alguns com extensão
aos familiares.
Apesar dos programas de Educação Financeira citados atenderem
também as escolas publicas por meio de palestras, cursos, ficam enviáveis,
pois dependem de agendamento, sorteio ou mesmo de verba para custear o
programa .
A proposta apresentada neste trabalho pretende-se um curso para o
Ensino Médio de 56 horas/aulas, com 40 horas/aulas presenciais e 16
horas/aulas para visitas a instituições financeiras. Será em horário
extracurricular , para alunos na faixa etária 14 a 18 anos, com o objetivo de
capacitar esses jovens para gerenciar suas próprias finanças, por meio de
consumo consciente, fazendo com que se tornem um multiplicador em suas
famílias, comunidades, igrejas.
47
CAPÍTULO III
EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA ESCOLA PÚBLICA:
PROPOSTA DE CURSO EXTRACURRICULAR
O termo protagonismo é formado por duas
raízes gregas:
- Proto, que significa o primeiro, o principal e
agon, que significa lutam.
- Agonistes, por sua vez, significa lutador.
Protagonista quer dizer, então, lutador principal,
personagem principal.
Portanto, protagonismo juvenil significa que o
jovem tem que ser o ator principal em todas as
etapas das propostas a serem construídas em
seu favor.
PROJOVEM URBANO (2008, p.152).
48
Este capítulo apresenta a proposta de um curso, intitulado “Educação
Financeira para Jovens” que tem a finalidade de associar noções de economia
com conteúdos de Matemática Financeira para o Ensino Médio das escolas
públicas de São Paulo. É um curso desenvolvido para oferecer conhecimentos
que possibilitem a reflexão sobre a economia cotidiana, qualificando os
adolescentes que, atualmente, carecem de maturidade sobre um consumo
consciente.
Este curso prevê disciplinas voltadas à cidadania, ao trabalho, à
comunicação, à tecnologia e à cultura.
3.1. Objetivos
Proporcionar formação em Educação Financeira aos jovens por meio
de efetiva associação entre:
- Formação básica para elevação da escolaridade, tendo em vista o
aperfeiçoamento para a vida economica cotidiana.
- O aprimoramento da reflexão sobre a qualificação profissional tendo
em vista os saberes em Educação Financeira para a prática diária.
Desenvolver no âmbito de uma vida reflexiva sobre suas práticas
econômicas a participação cidadã.
Re-inserção dos jovens no processo da escolarização voltada aos
desafios do cotidiano financeiro.
Capacitar os jovens no gerenciando das próprias finanças e dos
familiares, de modo a contribuir para uma vida saudável, através do consumo
consciente se preocupando com o meio ambiente.
49
Identificação das oportunidades potenciais para reflexões sobre o
cuidar financeiro e a capacitação dos jovens para o mundo econômico do
trabalho.
Participação dos jovens em ações coletivas de interesse público por
meio do conhecimento dos direitos do consumidor.
O reconhecimento da inclusão digital como instrumento de inserção
para os saberes financeiros.
Ampliação do acesso dos jovens a cultura da Educação Financeira.
3.2. Público-Alvo Perfil dos Jovens
Alunos que se encontram na faixa etária entre 14 e 18 anos,
matriculados no Ensino Médio de uma escola pública, ou escolas técnicas
profissionalizantes, com ou sem vínculo empregatício formal, que atuem em
suas comunidades, igrejas, associações de bairros, para que possam ser
multiplicadores, incentivando outras pessoas com os seus conhecimentos
adquiridos no curso.
Segundo o Projeto Político Pedagógico PROJOVEM URBANO (2008,
p.29)
Os jovens se preocupam em obter a certificação do ensino
fundamental e aprender uma profissão por acreditarem que
estas são condições básicas para sua emancipação e a de
suas famílias. E têm perfeita noção de pertencimento
comunitário e disponibilidade para ações coletivas e
participativas. Finalmente é preciso observar que é difícil a
relação desses jovens com o mercado de trabalho. A própria
colocação no mercado formal é geralmente precária e de curta
duração.
50
A preocupação dos jovens com a certificação do Ensino Fundamental
instiga-os ao desafio de novos parâmetros junto à conquista da série inicial do
Ensino Médio. Neste contexto, o jovem se prepara para as reflexões
econômicas e precisa de uma Educação Financeira.
3.3. Proposta Pedagógica
O curso de Educação Financeira para Jovens foi idealizado como uma
mediação destinada a atender jovens com perfil socioeconômico considerados
como público-alvo, que têm necessidade de compreender as relações
financeiras e econômicas no seu cotidiano.
O currículo integrado do curso de Educação Financeira para Jovens tem
como fundamento o protagonismo dos jovens e, para a cidade, um espaço
econômico financeiro educativo, articulando a educação formal, técnica
profissionalizante ao mundo do trabalho e da ação comunitária.
Sobre as vantagens de um currículo integrado em um curso de
educação financeira devemos ressaltar que a relação com a escola de ensino
regular é evidenciada quando os alunos são questionados sobre suas
dificuldades de aprendizado, nas disciplinas das áreas de exatas quanto à
metodologia tradicional. Almejamos que ao final do curso fazer uma
comparação objetivando destacar a dedicação dos professores envolvidos, a
forma de ensinar, a facilidade de compreender e o método de ensino integrado
com atividades que fazem parte do cotidiano dos envolvidos.
A noção de currículo integrado, segundo o Programa PROJOVEM
URBANO (2008), foi refinada ao longo da história da Pedagogia. Numa
51
perspectiva tradicional, o currículo significa uma lista de conteúdos de um
curso. Durante a Escola Nova se referia ao conjunto de experiências vividas
pelo aluno, sob a orientação da escola, se reportava aos arranjos coordenados
entre objetivos, conteúdos e práticas num contexto tecnicista. Esses
significados permanecem no imaginário dos educadores até de forma
inconsciente, influenciando suas práticas pedagógicas. Refletindo sobre isso o
curso de Educação Financeira traz à baila uma postura reflexiva também para
o educador que atuará num cenário dialógico entre o exercício de orientar e
aprender.
No entanto, atualmente, compreende-se o currículo não como algo feito,
e sim de fazeres ao longo do tempo escolar; consideramos que o currículo é
um processo que envolve escolhas, conflitos e acordos num contexto
socioeconômico. O resultado desta visão é tratar a realidade financeira num
processo efetivado no contexto ensino- aprendizado. No que tange aos
aspectos do conceito de integração compreende-se, neste curso, o significado
do inter-relacionamento entre as ideias e a construção de situações concretas.
3.4. Currículo
O currículo do curso de Educação Financeira se organiza num conjunto de
tópicos, definidos como básicos, de interesse do aluno pela economia do país e
com os conteúdos da matriz curricular, de forma que, cada item do curso
interage com cada componente curricular. Assim, esse cruzamento abrange
as duas referências, fazendo com que os tópicos do curso de Educação
52
Financeira e os conteúdos da matriz curricular abordem conhecimentos
comuns.
O currículo integrado contém as disciplinas voltadas estritamente à
análise de problemas de Educação Financeira no cotidiano e há uma
organização em Tempos Didáticos.
3.5. Fundamento dos Tempos Didáticos
Os Tempos Didáticos são organizados a partir de uma análise de alguns
projetos realizados por organizações públicas dos quais o projeto PROJOVEM
URBANO, que nos pareceu mais próximo da concepção político pedagógico do
curso de Educação Financeira aqui proposto.
No Projeto PROJOVEM URBANO (2008, p.64)
[...] diferentes pontos de vista é importante para que o jovem
possa de fato construir sua subjetividade e conquistar sua
inclusão social no mundo de hoje(...)porém, não implica
separar, mas sim distinguir as contribuições de cada disciplina.
No contexto do curso de Educação Financeira, os Tempos Didáticos
são vistos como construção dos conhecimentos do aluno por meio de
questionamentos e reflexões de situações problemas previamente delineadas,
haja vista que seu cotidiano e realidade são multidisciplinares. Portanto, o
curso de Educação Financeira contempla conteúdos selecionados em função
da realidade do estudante. Desta forma, tais conteúdos tornam-se pontes de
inclusão social e abarcam, além dos tempos cognitivos, os tempos
procedimentais e atitudinais. Os tempos procedimentais se relacionam ao
53
conhecimento do saber fazer algo e que se tem domínio, bem como pode ser
feito ou aplicado. Os tempos atitudinais se relacionam à observância das
atitudes e manifestações dos jovens nas atividades, em sala, no trabalho
coletivo.
3.6. Organização dos Tempos Didáticos
Os Tempos Didáticos foram elencados de forma a favorecer o curso de
Educação Financeira em sua construção, a partir de elementos que constituem
o cenário vivenciado pelo educando. Tais cenários foram determinantes para
estabelecer as situações problemas e estão relacionados com os fazeres da
vida do aluno, as práticas da sociedade e as reflexões atuais. Os contextos
destes cenários envolvem as reflexões sobre as práticas sociais, práticas
ambientais, práticas do trabalho e o próprio aluno como contexto e ator.
Os Tempos Didáticos envolvem cinco pilares mostrados no Quadro 1:
I
Educação Financeira e a Cidadania
II
Educação Financeira e o Trabalho
III
Educação Financeira e Cultura
IV
Educação Financeira e Tecnologia
V
Educação Financeira e Comunicação
Quadro 1 Cinco Pilares dos Tempos Didáticos
Fonte: Projovem, adaptado pela autora (2010)
54
Esses cinco pilares dos Tempos Didáticos serão trabalhados nesta
sequencia , preocupando-se com as praticas sociais, ambientais e do trabalho
associada ao educando , e especificados um a um nos próximos tópicos.
3.7. Especificação dos Tempos Didáticos
a) I Educação Financeira e a Cidadania
Este Tempo Didático relaciona o fazer financeiro e o ser cidadão. O
aluno como pessoa atuante de um todo social terá condições de relacionar as
finanças particulares com o complexo financeiro de sua comunidade,
respeitando legislações e meio ambiente.
O Quadro 2 tem o objetivo de demonstrar quais cenários serão
abordados neste Tempo Didático e quais situações problemas poderão servir
para dar dinâmica aos cenários.
Deve-se levar em conta que tais situações problemas são flexíveis e
deverão ser substituídas conforme a necessidade do educando.
Tempo
Didático I
Praticas
Sociais
Praticas
Ambientais
Praticas do
Trabalho
Educando
Educação
Financeira e
a Cidadania
Quais os deveres e direitos do educando?
O jovem refleta junto a família as questões morais
apreendidas nos grupos que convive socialmente?
O aluno reconhece as leis?
As fontes de informações disponibilizadas na sociedade
disseminam as leis do Consumidor?
A comunidade inspira o aluno a refletir sobre ações éticas
financeiras?
O educando tem acesso a livre comunicação com entidades
financeiras instaladas em sua comunidade?
De que forma se dá o dialogo entre o jovem e as instituições
que atendem financeiramente a comunidade em que ele
reside?
Qual a função do jovem em relação ao Meio Ambiente?
O que é consumo? Qual a diferença de consumo e
consumismo?
55
Como analisar as propostas impostas pelo marketing?
Como educação financeira poderá preparar para as
responsabilidades e dificuldades para administrar o salário?
Saber comparar horas/trabalho e o preço do produto
Inadimplência, como fazer para não entrar nessa lista?
Quadro 2 Educação Financeira e a Cidadania
Fonte: Projovem, adaptado pela autora ( 2010)
b) II Educação Financeira e o Trabalho
O Tempo Didático Educação Financeira e o Trabalho prepara a interface
do mundo do trabalho e o aluno. O cotidiano do aluno, que pertence ao curso
de Educação Financeira, está intrinsecamente relacionado ao universo do
trabalho e é deste cosmos concreto que o Tempo Didático versará, preparando
este estudante para o instrumental prático e burocrático deste cenário.
Conforme Nascimento (2002, p.4):
Constatamos que os alunos têm poucas perspectivas de
realizar suas expectativas devido à fraca formação escolar
recebida, por não estarem preparados adequadamente para
disputar vagas no ensino superior público e por participarem da
acirrada disputa por um lugar no mundo do trabalho, em
conseqüência da redução dos postos de trabalho e das
exigências de mais formação escolar do trabalhador.
De acordo com Nascimento (2002), este Tempo Didático reflete sobre a
realidade que o educando enfrenta de forma conflitiva entre suas expectativas
e as possibilidades que lhes são apresentadas pela sociedade.
O Quadro 3 mantém os mesmos cenários do Tempo Didático anterior,
porém, aclara as situações problemas que serão abordadas sobre a dinâmica
do Trabalho.
56
Deve-se levar em conta que tais situações problemas são flexíveis e
deverão ser substituídas conforme a necessidade do educando.
Tempo Didático II
Praticas
Sociais
Praticas
Ambientais
Praticas do
Trabalho
Educando
Quais garantias sociais existem no processo de trabalho?
Como utilizar meu Fundo de Garantia? Posso reti-lo a qualquer
momento?
A que serve os programas sociais mantidos pelo governo para o mundo
do trabalho?
A que preço o jovem troca a sua força do trabalho?
Por que ser registrado em Carteira de Trabalho é tão caro?
Educação
Financeira e o
Trabalho
Quais são os cenários possíveis que são ofertados ao jovem aprendiz
quando este está a procura de um emprego?
Quais o as regras estabelecidas socialmente para ser ter vínculo
empregatício quando se é jovem aprendiz?
Estagiar é uma questão de aprendizado financeiro e de conhecimento
dos saberes práticos da sua graduação?
No mundo do trabalho, quais os documentos necessários?
Am do salário, quais os benefícios que o trabalho nos oferece?
Se faltar um dia ou mais do meu emprego quais as desvantagens?
Salário, como calcular ?
Existem regras financeiras para cada função no mundo do trabalho?
Qual é o significado concreto do PIS / PASEP e INSS ?
O recolhimento de impostos também interfere no cálculo financeiro do
salário?
Existe um sistema financeiro que se beneficia das regras trabalhistas
quando o aluno está devidamente registrado?
Quadro 3 Educação Financeira e o Trabalho
Fonte: Projovem, adaptado pela autora (2010)
c) III Educação Financeira e a Cultura
O Tempo Didático de Educação Financeira e Cultura versará sobre a
construção coletiva da história das finanças, sua forma de identidade, a
produção dos saberes culturais em relação às várias linguagens e instrumentos
que instituem regras culturais e costumes.
57
Este Tempo Didático perpassa pela reformulação ótica dos fatos sociais
e econômicos que estão sob a égide governamental de uma sociedade. Os
espaços cognitivos para o desenvolvimento de tais especificidades serão
cenários das seguintes plataformas: A História de vida do estudante norteando-
o ao seu autoconhecimento como sujeito sócio-histórico, por meio do
conhecimento de seu tempo e espaço geográfico, permeando suas habilidades
de leitura e interpretação de textos.
O Quadro 4 mantém os mesmos cenários do Tempo Didático anterior,
porém, aclara as situações problemas que serão abordadas sobre a dinâmica
da cultura desta sociedade.
Deve-se levar em conta que tais situações problemas são flexíveis e
deverão ser substituídas conforme a necessidade do educando.
58
Tempo Didático III
Praticas
Sociais
Praticas
Ambientais
Praticas do
Trabalho
Educando
Os juros aumentaram! O que aconteceu?
Futuro financeiro: o que fazer?
Há necessidade de um planejamento financeiro para viver no Brasil?
Educação
Financeira e a
Cultura
Como o jovem percebe o funcionamento da economia do país e
outros?
O que é Sistema Financeiro Nacional e como se a relação com o
cidadão brasileiro?
Como surgiu o dinheiro?
De que forma o dinheiro é instituído no processo de descobrimento e
colonização portuguesa no Brasil?
Como se deu a criação do Sistema Financeiro no Brasil República?
No processo histórico do nosso país interação entre a sociedade
brasileira e o Sistema Financeiro?
Qual é a relação entre a escravidão e o Sistema Financeiro na história
brasileira?
Agentes econômicos: quem são eles na comunidade brasileira?
A economia brasileira é só para o brasileiro? Por quê?
Quadro 4 Educação Financeira e a Cultura
Fonte: Projovem, adaptado pela autora (2010)
d) IV Educação Financeira e Tecnologia
A Educação Financeira e Tecnologia é o Tempo Didático que aborda a
sociedade contemporânea, seus fazeres científicos e realizações tecnológicas
voltadas para a vida do aluno. Neste espaço cognitivo a produção, o consumo,
a circulação de pessoas, mercadorias e capitais são temas para a reflexão no
cenário da Globalização e Meio Ambiente.
Na concepção de Soffner (2005, p.26):
As tecnologias colaborativas e de suporte ao incremento
intelectual deveriam, necessariamente, contribuir para o
desenvolvimento de competências. Os padrões de
competências tem se tornado o foco principal de avaliação de
59
recursos humanos, programas de gestão do conhecimento,
treinamento, e mesmo do que se deseja como produto do
processo educacional.
Desta forma, compreendemos que o curso de Educação Financeira no
Tempo Didático Educação Financeira e Tecnologia contribuirá para a reflexão
do aluno na gestão do seu conhecimento sobre finanças.
O Quadro 5 mantém os mesmos cenários do Tempo Didático anterior,
porém, aclara as situações problemas que serão abordadas sobre a dinâmica
do universo tecnológico desta sociedade.
Deve-se levar em conta que tais situações problemas são flexíveis e
deverão ser substituídas conforme a necessidade do educando.
Tempo Didático IV
Praticas
Sociais
Praticas
Ambientais
Praticas do
Trabalho
Educando
Educação
Financeira e a
Tecnologia
Como seria a vida sem tecnologia?
A gestão tecnológica é necessária para a Educação Financeira?
Todos têm acesso às informações trazidas pela tecnologia?
Como a tecnologia traz novos investimentos nas áreas da química e da
bioquímica?
O saber tecnológico nos impulsiona para um consumo cotidiano?
De que forma a tecnologia interfere na imagem e na aquisição
financeira de outras tecnologias no cotidiano?
A tecnologia nos trouxe o dinheiro de plástico. Como se dá a aceitação
das transformações tecnológicas na atualidade?
O excesso de tecnologia é considerado saudável, ou não, para o meio
ambiente?
Como descartar o objeto que se compra e se perde tão rapidamente?
Quadro 5 Educação Financeira e a Tecnologia
Fonte: Projovem , adaptado pela autora (2010)
60
e) V Educação Financeira e Comunicação
O Tempo Didático Educação Financeira e Comunicação fará referência
à dinâmica midiática e os recursos financeiros que envolvem a relação do
aluno com este contexto. O espaço cognitivo referente a este Tempo Didático
abordará a inclusão e exclusão ao acesso às informações e à comunicação do
cenário financeiro.
O Quadro 6 mantém os mesmos cenários do Tempo Didático anterior,
porém, aclara as situações problemas que serão abordadas sobre a dinâmica
das varias comunicações do ser humano e suas interferências no contexto
comercial levando o aluno a consumir ou não os produtos midiáticos.
Deve-se levar em conta que tais situações problemas são flexíveis e
deverão ser substituídas conforme a necessidade do educando.
Tempo Didático V
Praticas
Sociais
Praticas
Ambientais
Praticas do
Trabalho
Educando
Educação
Financeira e a
Comunicação
O jornal nos traz muitas informações sobre mundo financeiro. Qual a
pratica que temos de leitura impressa?
A TV desde o século XX nos acompanha economicamente. Qual é a
influencia do universo televisivo no nosso cotidiano econômico?
O radio como meio de comunicação faz parte desde do século
passado como utensílio doméstico, onde vamos , escutamos som de
rádio. Como podemos dimensionar o poder de interferência financeira
por meio de rádios ?
O dialogo pessoal nos traz signos econômicos. De que forma podemos
influenciar ou ser influenciado pelo poder da comunicação interpessoal?
Os meios midiáticos podem ser utilizados para desenvolver uma
Educação Financeira?
Quadro 6 Educação Financeira e a Comunicação
Fonte: Projovem , adaptado pela autora (2010)
61
3.8. Interação Aluno e Comunidade
Sobre a interação aluno e comunidade compreende-se que o mesmo
seja multiplicador de seus conhecimentos junto à família, a sua igreja, a sua
empresa e seus colegas. Por outro lado, o curso de Educação Financeira
instigará o aluno a desenvolver potencialidades e aquisições que resultarão
numa ação multiplicadora de seus conhecimentos, numa perspectiva
delineadora de construção e reconstrução de significados culturais que
interagirão em seu desenvolvimento reflexivo junto à formação de elementos
sociais e, culturalmente, transmitidos. O processo articulador da construção
subjetiva apontará elementos cognitivos, afetivos, estéticos, lúdicos e sociais,
que envolverão uma postura engajadora a sua comunidade.
3.9. A Diversidade Dialógica entre Faixas Etárias
O sentido do diálogo no processo interacionista entre jovens, adultos e a
comunidade se dá na perspectiva de se produzir inovações. O conhecimento
sobre o fazer financeiro atravessa todas as faixas etárias e, nos dias de hoje,
o relacionamento entre o ser e o ter é comprometido por uma formação
financeira seja ela boa ou má.
O curso de Educação Financeira compreende a diversidade de
informações e a complexidade da construção de linguagem própria para
adquirir as informações econômicas. O diálogo entre as diferentes faixas
etárias traz, nesse momento, a historia sociocultural de uma comunidade e é
neste plano que é produzido o diálogo entre pais e filhos, patrões e
62
empregados, aluno e seu grupo social. É desta diversidade dialógica que cabe
aqui engrandecer os aspectos cognitivos do curso.
3.10. Dispor Pedagógico
O dispor pedagógico confere a necessidade de integração de três
cenários essenciais para o funcionamento do curso de Educação Financeira.
Esses cenários compõem uma estrutura física no qual chamamos de
“Espaço”; uma estrutura dimensional (inicio e fim do curso) que denominamos
“Tempo” e apoio material didático que nominamos “Diário Financeiro”.
a) Sobre o Espaço:
O curso de Educação Financeira será ofertado para os alunos que
frequentam às escolas públicas estaduais. Como se trata de um curso piloto
terá como referência de espaço as salas de aula da Escola Estadual Professor
Cyro de Barros Rezende, localizada na cidade de Valinhos / SP, na qual existe
laboratório de Informática, biblioteca e recursos midiáticos disponíveis nos
tempos de aula.
Sobre o número de alunos ingressantes é necessário enfatizar que o
espaço interfere neste aspecto, pois a disposição geográfica de turmas deverá
ser mantida. Estão estimadas 5 salas com aproximadamente 30 alunos.
63
b) Sobre o Tempo:
O curso de Educação Financeira terá a duração de 56 horas/aulas ,
sendo 40 horas/aulas presenciais, de cinquenta minutos por semana, durante
o ano letivo. Estas aulas têm caráter tanto de atividades teóricas como práticas.
Haverá 16 horas/aulas complementares no curso, as quais serão destinadas
para palestras de instituições financeiras e visitação a cenários destinados à
educação financeira pública. Tais horas se justificam pela riqueza de conceitos
que integram o espaço cognitivo do curso de Educação Financeira.
c) Sobre o Diário Financeiro:
Serão organizados cinco diários financeiros que representarão de forma
teórica as reflexões necessárias para o encadeamento prático do processo de
Educação Financeira e tais diários estarão vinculados aos Tempos Didáticos e
transpirarão o projeto político pedagógico do curso. Formados com uma
linguagem semiótica e utilizando signos culturais serão arquitetados em
consonância à faixa etária e aos desejos do jovem aluno.
Sobre a estrutura da matriz curricular do curso esta será tratada de
forma estreita à realidade do educando, contemplando o Tempo Didático em
Educação Financeira e Cidadania; Tempo Didático em Educação Financeira e
Trabalho; Tempo Didático em Educação Financeira e Cultura; Tempo Didático
em Educação Financeira e Tecnologia e Tempo Didático em Educação
Financeira e Comunicação. E, um sexto Diário Financeiro que tratará das
disposições praticas cotidianas extra sala de aula, no qual o aluno construirá
suas reflexões e atitudes, frente às realizações financeiras do seus dia a dia.
64
Tal Diário é a representação do sucesso do curso de Educação Financeira e
será o marco avaliativo do educando e do educador.
3.11. Gestão do Curso
Os desafios que se apresentam para a gestão do curso de educação
financeira referem-se: - ao público-alvo em potencial; - à credibilidade do curso
junto ao órgão gestor publico; - à certificação do curso e reconhecimento como
atividade complementar de um currículo tradicional, desenvolvidos nas escolas
públicas do Estado de São Paulo ; - ao número de matriculados.
Sobre a gestão do curso de Educação Financeira a referência é a
coordenação idealizadora do próprio curso, a qual tem a responsabilidade de
ofertar reflexões e dados estatísticos, dos procedimentos do curso à direção
gestora da escola envolvida como espaço de trabalho pedagógico.
No que tange ao público-alvo em potencial poderão ser abertas
matriculas à comunidade, pois se compreende que a escola é um espaço
integrador de saberes científicos e socioculturais. No que se refere à
credibilidade do curso junto ao órgão gestor estadual se percebe a pratica da
anuidade de uma experiência didática para que se torne reconhecido como
exercício pedagógico integrante e necessário àquela comunidade.
Entendemos que somente com a viabilização do curso teremos os
aspectos para a aceitação e credibilidade junto ao órgão gestor publico. Sobre
a certificação será desenvolvida uma declaração de curso livre, com 40 horas
práticas teóricas e 16 horas complementares.
65
3.12. Parcerias para Fomentos
No que se refere à confecção dos Diários Financeiros serão necessárias
parcerias que possam contribuir para a edição dos mesmos. Intencionamos
contar com especialistas para revisão dos textos, pedagogos para verificação
de linguagem e refino didático-pedagógico.
Sobre a sustentabilidade desta experiência podemos salientar que tal
desafio será suprido pela singularidade do curso eminente.
3.13. O Significado de Alunos com Necessidades Especiais no
Curso
O curso de Educação Financeira abrangerá alunos matriculados na
instituição que iniciará a experiência piloto.
Nesta escola há alunos com necessidades especiais e estes serão
abarcados no curso, a partir da assistência de profissionais especializados.
3.14. Sistema de Avaliação
Avaliar nem sempre é mensurar, quantificar saberes e, sim, o registro
diário do exercício que mostra o desenvolvimento do aluno de acordo com a
proposta pedagógica de ensino do curso.
O curso de Educação Financeira terá como forma de avaliação um
processo acumulativo e contínuo de informações de natureza qualitativa e
quantitativa sobre a aprendizagem e o conhecimento adquirido, criando formas
66
diversas de apoio aos jovens com dificuldades na aprendizagem, verificando
se os objetivos almejados estão sendo cumpridos.
A avaliação implica no processo ensino-aprendizagem antes, durante e
depois e visa contribuir para a real aprendizagem dos jovens, reconstruindo o
trabalho pedagógico.
Para que essa avaliação aconteça se faz preciso distintos modos de
avaliar, priorizar a qualidade dos saberes avaliativos, favorecer o sucesso e o
progresso do educando, envolvendo-o sempre em situações de integração
com o processo educacional, uma vez que a avaliação é considerada um ponto
reflexivo no processo educativo, criando formas diferenciadas de recuperação
e reforço.
O desempenho individual do educando será expresso nos registros
feitos em seu Diário Financeiro, como supracitado, e neste se encontrará o
conjunto de atividades e questões sobre os Tempos Didáticos desenvolvidos.
Num segundo momento serão avaliadas as disposições práticas cotidianas,
extra sala de aula, em que o aluno construirá suas reflexões e atitudes frente
às suas realizações financeiras diárias. E, num terceiro momento serão
avaliadas suas habilidades e competências básicas frente ao tema. Tal
conjunto de avaliação é a representação do sucesso do curso de Educação
Financeira e será o marco avaliativo do educando e do educador, fazendo com
que seja desenvolvido um trabalho pedagógico evitando reprovações.
A retomada de conceitos que envolvem as reflexões sobre os Tempos
Didáticos índica que o aluno carece de maior atenção no que se refere aos
domínios de saberes, habilidades e competências previstas nos mesmos
Tempos Didáticos, trazendo, com isso, a afirmação de autoestima, de
67
confiança num curso que poderá mudar suas atitudes diárias, junto à família
e à comunidade, pois este aprovado será o multiplicador do nosso processo
ensino-aprendizagem.
As avaliações poderão ser retomadas a qualquer momento do curso,
dependendo da necessidade do aluno em rever situações-problema; são
modalidades com funções diferentes, mas todas se completam, se entrelaçam.
Um prévio conhecimento do grupo de estudantes se fará necessário
para implementar a avaliação diagnostica que terá caráter de ajustes didático-
metodológicos. Neste contexto, certamente, as avaliações serão de âmbito
social e psicopedagógico.
A Avaliação Formativa será aplicada para constatar a formação dos
jovens e se dará de forma reflexiva, no que tange aos seus resultados. Está
intimamente ligada à avaliação diagnóstica, pois fornece os diferentes ritmos
de aprendizagem, das dificuldades e das necessidades de cada aluno no seu
dia a dia, propondo ações diferenciadas para a aprendizagem desses
educandos.
A Avaliação Somativa tem o caráter acumulativo garantindo resultados
positivos, admitindo produtos parciais e finais.
O curso de Educação Financeira permanentemente avaliará a
construção do plano de ensino ofertado aos seus alunos, aberto a mudanças
e à integração de novos saberes.
68
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho foi apresentar uma proposta de um curso de
Educação Financeira a ser aplicado em sala de aula, para discentes que
cursam o Ensino Médio em horário extracurricular. A intenção da proposta é
abranger todo o cenário das escolas públicas do Estado de São Paulo.
A pesquisa teve caráter de associar noções de economia com conteúdos
de Matemática Financeira no Ensino Médio, mostrando distintas possibilidades
de melhorar as condições relativas de gastos, poupança e utilização de crédito,
usando a disciplina Matemática para subsidiar a interpretação de fatos para
obtenção de dados, aplicação e desenvolvimento de fórmulas matemáticas. E
com isso, promover o entendimento das relações fundamentais de economia e
política para que os alunos possam bem administrar suas vidas e seu dia a dia.
A principal finalidade deste trabalho foi de incluir o curso de Educação
Financeira na escola e contribuir para que os jovens de hoje tenham condições
de administrar seus conhecimentos para uma vida saudável.
Conforme os autores citados, a Matemática Financeira deve ser incluída
no cenário curricular das escolas, para que esta seja um instrumental de
relevância para as reflexões do cotidiano do futuro trabalhador.
A família também é outro ponto determinante como fonte de
aprendizagem no que tange aos fazeres financeiros e à gestão econômica do
estudante. Consideramos que o aprender financeiro, na concepção de alguns
autores, está relacionado ao viver histórias positivas ou negativas dentro do
seio familiar e a escola tem pouca participação neste aspecto, mesmo tratando
nas aulas de Matemática as concepções quantitativas do universo racional.
69
Por outro lado, outros autores defendem a autonomia financeira do
estudante, por meio do postura desafiante do professor ao tratar certos
aspectos do seu cotidiano.
No que tange às questões relacionadas a Trabalho, Ganho e Consumo,
observamos nos autores que estes defendem o ensino financeiro para
adolescentes em fase de escolaridade, pois tornam-se mais críticos perante à
sociedade, aos meios midiáticos , mais responsáveis frente aos seus direitos e
deveres e à gestão ética de seus valores conquistados por meio do trabalho.
Assim, constrói-se como um agente transformador, confiante e participativo
para a melhoria do meio em que vive.
Sobre o saber tecnológico e cientifico percebemos que neste século tais
saberes são fontes rápidas de construções concretas e que o processo
econômico-financeiro perpassa com a mesma rapidez entre níveis diferentes
de cognição. Alguns autores defendem que o processo de transformação
tecnológico-científico traz significativas mudanças no desenvolvimento dos
jovens e em seus comportamentos frente à máquina financeira.
Sobre as medidas e legislações que tangem à Educação e às Praticas
de Consumo (direitos e deveres, código civil, etc.) podemos considerar que
pouco é tratado sobre a necessidade de ensinar e refletir sobre os aspectos
financeiros que envolvem o cotidiano das comunidades deste país, que nas
escolas publicas que estão sob a égide dos PCNs (Parâmetros Curriculares
Nacionais). O estudante não é exposto às questões sobre uma Educação
Financeira, que pouco se vê, mesmo no contexto que concerne à Cidadania e
ao Trabalho um dispor didático sobre a economia e gestão financeira.
70
Com relação às iniciativas particulares sobre Educação Financeira
observamos que há uma expectativa positiva que vem crescendo no decorrer
dos anos. Tais iniciativas utilizam vários meios de comunicação e trazem para
a população de forma simplificada o modus operandi de como tratar os
aspectos financeiros.
Observamos, igualmente, que tais disposições que envolvem um fazer
em educação estão relacionadas à preocupação em como equilibrar as
tecnologias, o saber econômico junto ás comunidades, visando a
sustentabilidade de negócios e da máquina micro/macro financeira.
Sobre o curso de Educação Financeira, exposto nesta pesquisa como
proposta, consideramos que seja, talvez, uma tentativa de equalizar, de forma
democrática, as necessidades de um saber financeiro junto aos estudantes
que pertencem às escolas publicas .
Pensar em edificar um curso que tratasse sobre como trabalhar com o
dinheirofoi o objetivo inicial, porém, ao aclarar os aspectos que envolvem o
aprender sobre o funcionamento da economia e o sistema financeiro e suas
reverberações no cotidiano de cada estudante visando a construção de um
cidadão consciente e autônomo, mereceu maior atenção.
Um curso útil, importante para o conhecimento básico e para realização
dos sonhos. Todos aqueles que não aprendem a administrar sua vida
financeira pessoal enfrentam grandes dificuldades, que é percebida quando
se tornam adultos e assumem a responsabilidade de controlar seu dinheiro,
contribuindo para que se tornem cidadãos conscientes, pois o futuro do país
esta presente na educação que nossos jovens recebem hoje.
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Adriana Correa. Trabalhando Matemática Financeira em uma
sala de aula do ensino médio da escola pública. Dissertação (Mestrado).
Faculdade de Educação. Universidade Estadual de Campinas. Campinas:
UNICAMP, 2004.
BERALDI. J. C. Projeto Pedagógico Puberdade: mesmos caminhos, novos
andares para a adolescência. Dissertação (Mestrado). Educação. Centro
Universitário Salesiano de São Paulo. Americana: UNISAL, 2000.
BOVESPA. Projeto Educar. Disponível em: http://www.bmfbovespa.com.br.
Acesso em 18 ago 2008.
BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2010.
______. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 Estatuto da Criança e do
Adolescente, de 16 de julho de 1990, e retificada em 27 de setembro de 1990.
______. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, promulgada em 20 de dezembro de 1996.
______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática/ Secretaria da
Educação Fundamental Brasília: MEC/SEF, 1998A.
______. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos:
apresentação do temas transversais/ Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília: MEC/SEF, 1998B.
______. Ensino Médio. Ministério da Educação. Secretaria de Educação
Media e Tecnológica. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
______. Parâmetros Curriculares Nacionais + Ensino Médio: Orientações
Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Secretaria de Educação Media e Tecnológica. Brasília: MEC; SEMTEC, 2002.
CARDOSO, Marília. Você sabe lidar com o dinheiro. São Paulo: Artemeios,
2007.
CERBASI, Gustavo. Como organizar sua vida financeira. São Paulo:
Elsevier, 2009.
72
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.
FILOCRE, Cássia D´Aquino. O programa nas Escolas Publicas. Disponível
em: http://www.educaçãofinanceira.com.br/conteúdo.Acesso em 03 set 2009.
MELLO, Olga de. Disciplina Financeira é bom assunto para crianças. Jornal
Valor Econômico. Rio de Janeiro, maio, 2008.
MODERNELL, Álvaro. Educação financeira como degrau social. Disponível
em http://www.controlefinanceiropessoal.com.br Acesso em 20 set 2010
NASCIMENTO, Manoel Nelito Matheus. Expectativas Educacionais e
Ocupacionais no Contexto do Capitalismo Contemporâneo: Um estudo
com alunos do Ensino Médio Público. Dissertação (Mestrado). Faculdade de
Educação. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas:
PUCCAMP, 2002.
OCDE. Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico).
OECD's Financial Education Project. Assessoria de Comunicação Social, 2004.
Disponível em: http://www.oecd.org/ . Acesso em: março 2006.
OLIVEIRA, Roger Samuel Onofrillo. Educação Financeira em sala de aula
na perspectiva da etnomatemática. Graduação em Pedagogia. Faculdade de
Ciências. Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho. Bauru, SP,
2007.
PROJOVEM URBANO. Projeto Pedagógico Integrado. Brasília: Programa
Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem Urbano, 2008.
PROJOVEM URBANO. Manual do Educador: Orientações Gerais. Brasília:
Programa Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem Urbano, 2009.
SANTOS, Giovana Lavinia da Cunha; SANTOS, Cesar Sátiro dos. Rico ou
pobre: uma questão de educação. Campinas: Armazém do Ipê (Autores
Associados), 2005.
SÃO PAULO. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Matemática/
Coord. Maria Inês Fini. São Paulo: SEE, 2008.
SILVA, Adriana Vera e. Dinheiro Aplicado em classe rende muito. Revista
Nova Escola, São Paulo, p.36-39, set.1999.
SIMONET, Gérard. A mesada. Trad. De Monica Stahel. São Paulo: Editora
Scipione, 1994.
73
SOFFNER, Renato Kraide. As Tecnologias da Inteligência e a Educação
como Desenvolvimento Humano. Tese (Doutorado). Faculdade de
Educação. Universidade Estadual de Campinas. Campinas: UNICAMP, 2005
STEPHANI, Marcos. Educação Financeira: uma perspectiva interdisciplinar
na construção da autonomia do aluno. Dissertação (Mestrado). Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre-RS: PUCRS, 2005.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo