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destinos do seu país e identificada para sempre com os seus
problemas. [...] Acolhe-nos, sempre, um ambiente amigo. Esta é a
impressão que me deixa o convívio desta Casa. Nem um só
momento me senti na presença de adversários. Porque nós,
mulheres, precisamos ter sempre em mente que foi por decisão dos
homens que nos foi concedido o direito de voto. E, se assim nos
tratam eles hoje, é porque a mulher brasileira já demonstrou o quanto
vale e o que é capaz de fazer pela sua gente. Num momento como
este, em que se trata de refazer o arcabouço das nossas leis, era
justo, portanto, que ela também fosse chamada a colaborar.[...]
Quem observar a evolução da mulher na vida, não deixará por certo
de compreender esta conquista, resultante da grande evolução
industrial que se operou no mundo e que já repercutiu no nosso país.
Não há muitos anos, o lar era a unidade produtora da sociedade.
Tudo se fabricava ali: o açúcar, o azeite, a farinha, o pão, o tecido. E,
como única operária, a mulher nele imperava, empregando todas as
suas atividades. Mas, as condições de vida mudaram. As máquinas,
a eletricidade, substituindo o trabalho do homem, deram novo
aspecto à vida. As condições financeiras da família exigiram da
mulher nova adaptação. Através do funcionalismo e da indústria, ela
passou a colaborar na esfera econômica. E, o resultado dessa
mudança, foi a necessidade que ela sentiu de uma educação mais
completa. As moças passaram a estudar nas mesmas escolas que
os rapazes, para obter as mesmas oportunidades na vida. E assim
foi que ingressaram nas carreiras liberais. Essa nova situação
despertou-lhes o interesse pelas questões políticas e administrativas,
pelas questões sociais. O lugar que ocupo neste momento nada mais
significa, portanto, do que o fruto dessa evolução (CARLOTA, 2007).
Nessa mesma legislatura, a bióloga e advogada Bertha
Lutz,ingressa na vida parlamentar, após o falecimento de um deputado,tornando-se,
em 1936, a segunda mulher a assumir o cargo de Deputada Federal no Brasil.
Segundo Ribeiro (2008) o ano de 1934 foi importante na vida política
das mulheres, quando eleições realizadas em todo o país proporcionaram a entrada
do sexo feminino em instâncias de poder. A saber, na cidade de São João dos
Patos, no Maranhão, Joanna da Rocha Santos, do PSD, seria eleita prefeita por
todos os 800 eleitores do município. Para as Assembléias Legislativas, em vários
Estados da federação, as mulheres obtiveram êxito.
Em Santa Catarina, a professora, Antonietta de Barros, seria a
primeira mulher eleita deputada naquele Estado, sendo também a primeira mulher
negra em todo o Brasil a assumir um cargo político. Em Alagoas, seria eleita a
médica Lili Lages. Na Bahia, assumiria em 1935, a advogada Maria Luíza
Bittencourt. No Rio Grande do Norte, Maria do Céu Pereira Fernandes. Em São