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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.1 O QUE É BULLYING?
Bullying é uma palavra (expressão) de origem inglesa, adotada em muitos
países para definir o desejo deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-la sob
tensão. A expressão foi construída a partir do substantivo bull – touro em inglês – e por
derivação bully (ou bullie), com alguns significados tais fortão, tirano, valentão e
briguento (corruptela para gíria). Termo que envolve comportamentos antissociais –
preferencialmente nas escolas – utilizado pela literatura psicológica nos estudos sobre
a violência (Olweus, 1999)
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O termo Bully como substantivo, é traduzido por valentão, briguento, tirano
etc., e como verbo, brutalizar, tiranizar, amedrontar etc. (Fante, 2005). Ainda como
substantivo, bullying é definido como um subconjunto de comportamentos agressivos,
sendo caracterizado por sua natureza repetitiva e por desequilíbrio de poder. Esses
critérios nem sempre são aceitos como universais, mesmo sendo largamente
empregados. Alguns pesquisadores consideram serem necessários no mínimo três
ataques contra a mesma vítima durante o ano, para sua identificação como bullying
(Olweus, 1993). Há desproporção de força, onde o desequilíbrio de poder caracteriza-
se pela incapacidade da vítima de se defender: ser mais jovem, menor estatura ou força
física; apresentar pouca habilidade de defesa; falta de assertividade e pouca
flexibilidade psicológica perante o autor ou autores dos ataques (Fante, 2005).
Ainda como verbo, bullying pode ser traduzido como intimidar, agredir,
apelidar, ofender, fazer gozações, encarnar, humilhar, causar sofrimento, discriminar,
excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, dominar, agredir, bater,
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Os comportamentos bullying podem ocorrer de duas formas: direta e indireta, ambas aversivas e
prejudiciais ao psiquismo da vítima. A direta inclui agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences) e
verbais (apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, insultar, constranger); a indireta talvez seja a
que mais prejuízo provoque, uma vez que pode criar traumas irreversíveis. Esta última acontece através
da disseminação de rumores (fofocas, maledicências) desagradáveis e desqualificantes, visando à
discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social (FANTE, 2005, p.50).