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ANEXO 2.5 - TEXTO “CARACTERÍSTICAS DA ADOLESCÊNCIA”
A adolescência caracteriza - se por ser a fase de transição entre a infância e a juventude. É um período
de contradições e atritos com a família e o ambiente circundante (ABERASTURY, 1980). É uma etapa
extremamente importante no desenvolvimento, com características muito próprias.
Há um desenvolvimento físico muito grande, com fortes transformações internas e externas. Também
as mudanças nos campos intelectual e afetivo são marcantes. As meninas em geral amadurecem sexualmente
antes que os meninos. Aparecem os seios, a cintura se afina, os quadris alargam - se, ocorre a primeira
menstruação. A barba começa a despontar nos meninos; ao mesmo tempo em que lhes engrossa a voz, os pêlos
aparecem pelo corpo. Há uma intensa atividade glandular, hormonal em ambos os sexos.
Paralelamente ao desenvolvimento físico interno e externo, ocorrem modificações também em nível
social. O grupo de amigos tende a aumentar em importância, e a tendência à imitação acentua-se. O
desenvolvimento intelectual também é notável na capacidade para generalizações mais rápidas, bem como maior
compreensão de conceitos abstratos. Há situações em que se mostra provocador e onipotente.
Um dos maiores mal entendidos é aquele que conduz o pai e a sociedade a empurrar ou a deter, a
fomentar excessivamente ou reprimir com brutalidade [...] (ABERASTURY, 1980, p. 26). Os meninos
apresentam grande atividade física. A independência surge com força, muitas vezes apresentando- se como
rebeldia e atitudes anti-sociais perante as autoridades em geral.
O apetite é imenso, a sociabilidade maior, muito embora a insegurança seja muito grande. Há um
crescente interesse pelo mundo, e é comum o surgimento de preocupações sociais. Progressivamente, ocorre
maior maturidade intelectual, embora a parte afetiva apresente - se muito contraditória. É comum períodos de
serenidade sucederem - se a outros de extrema fragilidade.
A insegurança que o adolescente sente apresenta - se ora sob a forma de uma aparente
"superioridade" com relação aos adultos, ora por uma total dependência dos tempos de infância, demonstrando a
“ambivalência entre o impulso ao desprendimento e a tendência a permanecer ligado (ABERASTURY, 1980, p.
28). O excesso de liberdade é entendido como abandono.
Não deveria ocorrer uma pressa em se tornar adulto para obter os direitos e liberdades que esses
usufruem, deveriam sim adquiri-las na própria condição de jovens. (ABERASTURY, 1980).
É fácil compreender o quanto estes anos são difíceis para os jovens. Sentem-se imortais, fortes,
capazes de tudo. Momentos depois se acham feios, desengonçados, deselegantes. (Comentário do aluno).
Espinhas "acabam" com a pele, há pouco deliciosamente perfeita; para os meninos o engrossar a voz traz
dificuldades, porque em determinados momentos ela soa aguda e desafina, logo em seguida parecendo- lhes
ouvir seu próprio pai falando.
A menina em poucos meses perde as características infantis, tomando formas femininas, quase que as
definitivas de sua juventude. Entretanto ainda sente - se e age como uma criança, aprisionada num corpo que
somente, aos poucos, ela irá incorporando como seu de fato. A modificação corporal (...) e o desenvolvimento
dos órgãos sexuais e da capacidade de reprodução são vividos pelo adolescente como uma irrupção de um novo
papel, que modifica sua posição frente ao mundo e que também o compromete em todos os planos da
convivência.
As ereções e polução noturnas trazem embaraços adicionais para os meninos, principalmente quando
eles não têm, em casa, com os pais, suficiente liberdade para tocar nesses assuntos. As emoções são
contraditórias. Deprimem - se com facilidade, passando de um estado meditativo e infeliz para outro, pleno de
euforia e crença em suas possibilidades.
Disponível no sítio: www.plenitude.com.br/noticias/news/index_notic ias.php?id=137. Acesso em 11 de
setembro de 2010.