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De acordo a Fundação João Pinheiro (1984), a falta de
treinamento formal adequado às características do setor e de sua mão-
de-obra, vinculada à incapacidade e à dificuldade das empresas de
investirem no treinamento, contribui para a degradação da força de
trabalho na indústria da construção e para os baixos índices de
produtividade.
Conforme uma pesquisa realizada pela citada fundação, em
grande parte, os operários são trabalhadores diretamente contratados
pela empresa, vivendo durante o período de produção nos alojamentos
da obra, sendo dispensados tão logo a execução se aproxime do término,
ou por outros motivos (brigas, sabotagem, negligência, baixa
produtividade), os operários que se destacam durante a obra, afinando-se
com os interesses da empresa tendem a ser preservados e transferidos
por meio do desligamento e posterior admissão para outras obras
existentes.
Jobim (1999) relata que, a formação dos operários acontece
dentro da própria obra, na qual os operários iniciam como serventes,
função que não exige qualificação e aprendem alguma tarefa específica
com o passar do tempo. Em pesquisa feita pela mesma autora,
questionados os operários sobre outras funções na construção civil, a
maioria (69%) se diz capaz de desenvolver outra função.
Barros et al. (1996) afirmam que a forma como ocorre a
capacitação técnica dos operários, nos canteiros de obra, deve ser
alterada. Segundo os autores, essa informalidade existente poderá
somente ser alterada com o investimento pela empresa em treinamentos,
proporcionando aos operários, condições para que entendam
completamente o processo de produção, a fim de que se conscientizem
da necessidade e importância de racionalização de todas as atividades.
Num estudo específico sobre o treinamento técnico dos operários
no setor da construção civil, Nóbrega e Melo (1998) mencionam que o
treinamento é fundamental, pois proporciona as seguintes vantagens:
melhoria dos padrões profissionais; maior estabilidade; aprimoramento
dos produtos e serviços produzidos; maiores condições de adaptação aos
progressos da tecnologia; economia de custos pela eliminação de erros
na execução do trabalho; condições de competitividade mais vantajosas
dada à capacidade de oferecer melhores produtos e serviços; diminuição
acentuada dos acidentes de trabalho e do desperdício.
Cardoso e Pereira (2004) salientam que, com relação ao conteúdo
do treinamento, é importante fornecer não só o treinamento tecnológico,
mas também abordar aspectos como segurança, higiene, organização e
qualidade de vida no trabalho, dentre outros, que complementam a