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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
JORGE GONZÁLEZ MAYA BOGADO
ANÁLISE DA POLIVALÊNCIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
POR MEIO DE TREINAMENTO POR COMPETÊNCIAS
Florianópolis
2010
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
JORGE GONZÁLEZ MAYA BOGADO
ANÁLISE DA POLIVALÊNCIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
POR MEIO DE TREINAMENTO POR COMPETÊNCIAS
Tese apresentada a Curso de Pós-
Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Santa Catarina,
como parte dos requisitos para a obtenção
do título de Doutor em Engenharia Civil.
Área de Concentração: Construção Civil.
Orientador: Antônio Edésio Jungles, Dr.
Florianópolis
2010
BOGADO, Jorge González Maya
Análise da polivalência na construção civil por meio de treinamento por
competências, UFSC, Florianópolis 2010.
297 p
Tese: Doutorado em Engenharia Civil (Construção Civil)
Orientador: Prof. Antônio Edésio Jungles, Dr.
1. Capacitação 2. Polivalência 3. Processo Produtivo
4. Produtividade 5. Qualidade
I. Universidade Federal de Santa Catarina II. Título
ANÁLISE DA POLIVALÊNCIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL POR
MEIO DE TREINAMENTO POR COMPETÊNCIAS
JORGE GONZÁLEZ MAYA BOGADO
Esta tese foi julgada adequada para obtenção do título de Doutor em
Engenharia Civil e aprovada em 25/02/2010 em sua forma final, pelo
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade
Federal de Santa Catarina.
Profa. Dra. Janaíde Cavalcante Rocha
Coordenadora
Banca Examinadora:
Prof. Antônio Edésio Jungles, Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
Orientador
Prof., Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
Examinador interno
Prof., Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
Examinador interno
Prof. Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, Dr.
Universidade de São Paulo
Examinador externo
Profa. Sheyla Mara Baptista Serra, Dra.
Universidade Federal de São Carlos
Examinador externo
Florianópolis - 2010
Ao meu Pai Prof. Nelson González Maya
(in memorian)
AGRADEÇO...
Ao Prof. Antônio Edésio Jungles pela orientação, amizade e
confiança, e por me permitir fazer o estudo de campo no meu
país, com as dificuldades que isto representaria.
A minha família pelo apoio.
A minha esposa Elsa pela ajuda e apoio, e a meu filho Pablo pelas
horas que tirei dele, que serão recompensadas.
Aos colegas do GESTCON: Ricardo, Anderson, Fernando, pela
amizade e ajuda.
As colegas Ana Maria de Oliveira, Fernanda Marchiori, Paola
Valdez e Cristine Mutti, pela ajuda com o trabalho final.
A Dayana Paro pela ajuda desinteresada.
Ao Programa PEC-PG/CAPES pela ajuda da bolsa de Doutorado.
A Daniela Gaeta pela ajuda no português.
A Universidade Federal de Santa Catarina por me permitir
aprimorar os meus estudos.
Aos auxiliares de pesquisa que sem eles este trabalho não poderia
ter sido feito: Rolando, Juan Pablo, Marcio, Ichi, Nancy, Kathia,
Cristina, Andrea, Mónica, Adriana, Yanny, Paola, Belén,
Marcelo, Esteban, Milciades, Laura, Nadia, Viviana, Juan José,
Gerónimo, Paola, Marcela, José Luis, Laura, Alexis, Dario,
Martin e Jorge.
Aos operários de ambos grupos por permitir o desenvolvimento
da pesquisa, e ao subempreiteiro de serviços Sr. Bogado por
permitir a realização da intervenção.
Aos membros da banca pelo interesse no trabalho e
prestatividade.
BOGADO, Jorge González Maya. Análise da polivalência na
construção civil por meio de treinamento por competências, 2010.
266 p. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil, UFSC, Florianópolis.
RESUMO
Nestes novos tempos de produção, é necessário encarar a questão da
gestão de pessoas, na construção civil, sob um novo enfoque, já que a
falta de qualificação dos operários é um problema que afeta a qualidade
dos serviços executados. Os operários precisam ser qualificados e isto,
para as empresas, poderá representar a redução dos tempos
improdutivos, diminuição dos riscos de acidentes de trabalho e aumento
da qualidade e produtividade dos serviços. Para o operário, um
adequado treinamento lhe possibilitará maior autonomia e segurança em
relação à realização das tarefas, contribuindo, assim, para o seu próprio
bem-estar e satisfação. Em tal sentido, atualmente, os sistemas de gestão
de qualidade, a exemplo da ISO 9000:2000 e o PBQP-H, salientam a
necessidade da implementação de programas de treinamento. Desse
modo, o presente trabalho apresenta uma pesquisa na área de
treinamento dos operários na construção civil, com a hipótese de que o
treinamento por competências em varias especialidades pode melhorar a
qualidade e produtividade. A pesquisa-ação foi realizada em duas obras
na fase de estruturas, alvenaria e acabamentos, com uma duração de dois
anos de treinamento dos operários. Como resultado da pesquisa foi
determinado, após o treinamento, a diferença entre o desempenho de
operários treinados e operários não treinados no relativo às seguintes
variáveis: qualidade dos serviços, amostragem do trabalho, rotatividade,
melhoria no ambiente de trabalho e produtividade na fase de alvenaria e
acabamentos. O presente trabalho visa, portanto, oferecer referencial
teórico e prático para o setor da construção civil em relação aos
programas de treinamento e melhoria da gestão de pessoas, na indústria
da construção, e mostrar que o treinamento por competências é uma
alternativa para o avanço no processo de produção na construção civil.
Palavras-chave: Treinamento por competências. Gestão de pessoas.
Qualidade e Produtividade.
BOGADO, Jorge González Maya. Análise da polivalência na
construção civil por meio de treinamento por competências, 2010.
266 p. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil, UFSC, Florianópolis.
ABSTRACT
In this new age of production it is necessary to address the issue of
people management in building construction on a new approach, since
the lack of qualification of workers is a problem that affects the quality
of the performed services.
Workers need to be qualified and this may represent reduction
downtime, reduced risk of accidents at work and increased quality and
productivity of services for the companies.
For the worker, proper training will enable greater autonomy and
security in relation to the completion of tasks, contributing to their well-
being and satisfaction. In that sense, today's quality management
systems, eg ISO 9000:2000 and PBQP-H, encourage the need for
implementing training programs.
Thus, this paper presents an investigation into the training area of civil
construction workers, under the assumption that training for skills in
various specialties can improve the quality and productivity.
The research - action was performed in two construction sites at the
level of structures, masonry and finishing works, with a two-years-
training of workers.
As a result of the investigation it was determined, after the training, the
difference between the performance of skilled and unskilled workers
related to the following variables: service quality, work sampling,
rotation, improvement in work environment and productivity in the
masonry and finishing steps.
This paper aims, therefore, to provide a theoretical and practical
framework for the civil construction sector in relation to training
programs and improvements in people management in the construction
industry and to show that training for competence is an alternative for
the progress in the production process in the civil construction.
Keywords: Training for competence. People management. Quality and
Productivity.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 25
1.1 DEFINIÇÕES DOS PRINCIPAIS CONCEITOS ...................... 27
1.2 TEMA DE PESQUISA ............................................................... 33
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA .................................................... 33
1.4 HIPÓTESES ............................................................................... 34
1.5 JUSTIFICATIVA ....................................................................... 34
1.6 ORIGINALIDADE, RELEVÂNCIA E NÃO
TRIVIALIDADE DO TEMA ........................................................... 36
1.7 QUESTÕES DE PESQUISA ...................................................... 37
1.8 OBJETIVOS ............................................................................... 37
1.9 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................ 38
1.9.1 Pesquisa Científica............................................................... 38
1.9.2 Método Cientifico ................................................................ 39
1.9.3 Método de pesquisa ............................................................. 39
1.10 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO ........................................ 39
1.11 ESTRUTURA DA TESE .......................................................... 40
2 MUDANÇA ORGANIZACIONAL NA CONSTRUÇÃO
CIVIL ............................................................................................... 41
2.1 INTRODUÇÃO .......................................................................... 41
2.2 EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE PESSOAS ............................... 42
2.3 PRODUTIVIDADE .................................................................... 52
2.3.1 Conceito de Produtividade ................................................... 53
2.3.2 Estratégias para melhorar a produtividade (KHAN, 1993): 56
2.3.3 Vantagens da produtividade nas empresas de construção: .. 56
2.3.4 Conceito de perdas .............................................................. 57
2.4 QUALIDADE ............................................................................. 59
2.5 A LEAN CONSTRUCTION ...................................................... 66
2.6 POLIVALÊNCIA ....................................................................... 74
2.7 O TREINAMENTO.................................................................... 79
2.8 TREINAMENTO NO LOCAL DE TRABALHO ..................... 88
2.9 SIMULAÇÃO COMO PARTE DO PROCESSO DE
TREINAMENTO ............................................................................. 91
2.10 DIRETRIZES PARA TREINAMENTO: NORMA NBR ISO
10015 ................................................................................................ 93
2.10.1 Treinamento: um processo em quatro estágios .................. 94
2.10.2 Definição das necessidades de treinamento (NBR ISO
10015)........................................................................................... 95
2.10.3 Projeto e planejamento do treinamento (NBR ISO
10015)........................................................................................... 95
2.10.4 Execução do treinamento (NBR ISO 10015) .................... 95
2.10.5 Avaliação dos resultados do treinamento (NBR ISO
10015)........................................................................................... 96
2.10.6 Monitoração e melhoria do processo de treinamento
(NBR ISO 10015) ......................................................................... 96
2.11 NORMA ISO 9000:2000 .......................................................... 97
2.12 PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE NO HABITAT – PBQP – H ............................ 98
2.13 TREINAMENTO DOS OPERÁRIOS DA CONSTRUÇÃO
CIVIL ............................................................................................... 99
2.14 HISTÓRICO DE TRABALHOS NO BRASIL ...................... 106
2.15 TREINAMENTO POR COMPETÊNCIAS - CONCEITOS.. 109
3 MÉTODO DE PESQUISA DO TREINAMENTO POR
COMPETÊNCIAS ........................................................................ 122
3.1 TÉCNICA DA PESQUISA ...................................................... 122
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ........................................ 124
3.2.1 População e tipo de obra pesquisada ................................. 124
3.2.2 Fases da Pesquisa ............................................................... 124
3.2.2.1 Seleção e Treinamento dos Monitores........................ 125
3.2.2.2 Verificação das necessidades de treinamento dos
operários ................................................................................. 132
3.2.2.3 Capacitação dos operários .......................................... 140
3.2.2.4 Avaliação da capacitação ........................................... 146
3.2.2.5 Entrega dos certificados aos operários ....................... 148
3.2.2.6 Avaliação do Programa de Capacitação ..................... 149
4 MEDIÇÃO DE DESEMPENHO ENTRE OPERÁRIOS
TREINADOS E NÃO TREINADOS ........................................... 152
4.1 COLETA DOS DADOS POSTERIORES AO
TREINAMENTO ............................................................................ 152
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 166
5.1 ANÁLISES DAS TAREFAS ................................................... 166
5.1.1 Mapa de competência geral ............................................... 166
5.1.2 Mapa de competências específicas .................................... 168
5.2 ANÁLISES DOS RECURSOS HUMANOS ............................ 171
5.3 CAPACITAÇÃO ...................................................................... 172
5.3.1 Avaliação do Programa de Capacitação ............................ 174
5.4 INDICADORES DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE .... 175
5.4.1 Perda de materiais .............................................................. 176
5.4.2 Controle de Qualidade ....................................................... 179
5.4.3 Índice de produtividade ..................................................... 181
5.4.4 Tempos produtivos, improdutivos e auxiliares .................. 186
5.4.5 Rotatividade ....................................................................... 190
5.4.6 Listas de verificação .......................................................... 190
5.4.7 Documentação de imagens ................................................ 192
5.5 CUSTOS DA INTERVENÇÃO ............................................... 195
5.5.1 Custo de instrução ............................................................. 195
5.5.2 Custo de materiais e recursos auxiliares de ensino ............ 195
5.5.3 Resumo do custo mensal ................................................... 197
5.5.4 Custo de ferramentas utilizadas na medição dos
indicadores de qualidade e produtividade .................................. 197
5.6 CONSIDERAÇÃO FINAL DO CAPÍTULO ........................... 198
6 CONCLUSÕES ............................................................................. 200
REFERÊNCIAS ................................................................................ 206
APÊNDICES ..................................................................................... 225
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ciclo do treinamento ............................................................ 94
Figura 2 – Espiral da pesquisa ação .................................................... 123
Figura 3 – Etapa de capacitação de monitores .................................... 132
Figura 4 – Diagnóstico das Necessidades de Treinamento ................. 133
Figura 5 – Ficha de informação básica dos operários que compõem a
empresa ............................................................................................... 135
Figura 6 – Ficha de conhecimentos dos operários que compõem a
empresa ............................................................................................... 136
Figura 7 – Código utilizado nas entrevistas ........................................ 136
Figura 8 – Capacitação individual ano 2007 ....................................... 142
Figura 9 – Capacitação grupal ano 2007 ............................................. 142
Figura 10 – Obra piloto utilizada para a pesquisa ............................... 143
Figura 11 – Interior da obra no final da pesquisa ................................ 144
Figura 12 – Obra no final da pesquisa ................................................. 144
Figura 13 – Capacitação grupal dos operários Ano 2008 .................... 145
Figura 14 – Capacitação individual dos operários Ano 2008 .............. 145
Figura 15 – Avaliação dos operários ................................................... 147
Figura 16 – Entrega de certificados ano 2007 ..................................... 148
Figura 17 – Entrega de certificados ano 2008 ..................................... 149
Figura 18 – Modelo dos Certificados .................................................. 149
Figura 19 – Medida da espessura do emboço interno nas aberturas ... 159
Figura 20 – Medição da espessura do lastro ........................................ 159
Figura 21 – Instrumentos utilizados nas medições .............................. 160
Figura 22 – Fluxograma de atividades do Armador ............................ 171
Figura 23 – Índice de aproveitamento disciplina alvenaria ................. 173
Figura 24 – Porcentagem de aproveitamento global de todas as
especialidades ..................................................................................... 174
Figura 25 – Índice de produtividade em Alvenaria ............................. 182
Figura 26 – Índice de produtividade no Revestimento de Forros ....... 183
Figura 27 – Índice de produtividade em Base de Concreto ................ 183
Figura 28 – Índice de produtividade em Emboço Interno de Paredes . 184
Figura 29 – Índice de produtividade em Emboço externo de paredes 184
Figura 30 – Índice de produtividade no Cimentado ............................ 185
Figura 31 – Índice de produtividade global em média de cada
serviço ................................................................................................. 185
Figura 32 - Índice de produtividade global acumulado dos serviços .. 186
Figura 33 – Porcentagem do desempenho dos Pedreiros do grupo
experimental ........................................................................................ 187
Figura 34 – Porcentagem do desempenho dos Pedreiros no grupo de
controle ............................................................................................... 187
Figura 35 – Porcentagem do desempenho dos Serventes do grupo
experimental ........................................................................................ 188
Figura 36 – Porcentagem do desempenho dos Serventes no grupo de
controle ............................................................................................... 188
Figura 37 – Porcentagem do desempenho global dos Pedreiros e
Serventes no grupo experimental ........................................................ 189
Figura 38 – Porcentagem do desempenho global dos Pedreiros e
Serventes no grupo de controle ........................................................... 189
Figura 39 – Má qualidade dos serviços em grupo de controle ............ 193
Figura 40 – Grupo de operários polivalentes trabalhando .................. 193
Figura 41 – Grupo de operários não polivalentes trabalhando ............ 194
Figura 42 – Pesquisadores realizando as medições ............................. 194
Figura 43 – Investigador realizando as medições da espessura dos
revestimentos. ..................................................................................... 195
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Documentos e registros necessários .................................... 63
Tabela 2 – Diferenças entre a capacitação de crianças e adultos .......... 82
Tabela 3 – Aspectos do trabalho que resultam de importância para
os trabalhadores ................................................................................... 100
Tabela 4 – Classificação de técnicas didáticas .................................... 129
Tabela 5 – Modelo de entrevista ......................................................... 137
Tabela 6 – Parte do formulário de Avaliação ...................................... 151
Tabela 7 – Informações com respeito aos dados coletados na Obra ... 157
Tabela 8 – Indicadores de qualidade ................................................... 158
Tabela 9 – Requisitos da qualidade considerados na Obra e a forma
de avaliação ......................................................................................... 158
Tabela 10 – Mapas de competência geral............................................ 167
Tabela 11– Mapa de competência especifica ...................................... 169
Tabela 12 – Programa da capacitação em Formas de elementos
estruturais ............................................................................................ 172
Tabela 13 – Consumo de materiais do serviço alvenaria .................... 177
Tabela 14 – Perda de materiais do serviço alvenaria .......................... 178
Tabela 15 – Preços unitários de materiais utilizados na alvenaria ...... 178
Tabela 16 – Custos que representam as perdas de materiais no
serviço alvenaria. ................................................................................. 178
Tabela 17 – Medições realizadas para determinar o índice de
produtividade do grupo experimental.................................................. 181
Tabela 18 – Medições realizadas para determinar o índice de
produtividade do grupo de controle..................................................... 182
Tabela 19 – Lista de verificação .......................................................... 191
Tabela 20 – Custos iniciais de infra estrutura necessária .................... 196
Tabela 21 Custo dos materiais utilizados durante os cursos de
capacitação .......................................................................................... 196
Tabela 22 – Custo das ferramentas utilizadas durante as medições .... 197
ABREVIATURAS E SIGLAS
Siglas Nome por Extenso
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CINTERFOR -
Centro Interamericano para o Desenvolvimento do
Conhecimento na Formação Profissional
EPI - Equipamentos de Proteção Individual
EPC - Equipamentos de Proteção Coletiva
ISO - International Standart Organization
NBR - Normas Brasileiras
OIT - Organização Internacional do Trabalho
PECC -
Programa de Eficiencia y Competitividad en la
Construcción
SNPP - Sistema Nacional de Promoción Profesional
SEBRAE - Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Os séculos XVIII e XIX presenciaram a passagem de uma
economia de base agrícola e primária para outra, a industrial. Na
sociedade industrial as técnicas Tayloristas para aumentar a
produtividade fixaram pautas por meio do controle da produção
estandarizada em grandes séries, a redução de custos de fabricação e o
aumento do ritmo de trabalho entre outras coisas. O Taylorismo separou
o pensar do fazer, dividiu o trabalho manual e intelectual; dessa
maneira, o operário teve que se adaptar ao tempo de fabricação imposto
pelo ritmo da máquina como também a procedimentos e rotinas
estabelecidos pelos especialistas (ARTILES, 1993).
Esse paradigma organizacional foi adotado pela maioria das
indústrias, entre elas a da construção civil. O modelo é caracterizado
pela fragmentação extrema das tarefas, por uma rígida separação entre
concepção e execução e pela verticalização das relações hierárquicas; as
potencialidades dos trabalhadores eram não indesejáveis, como
também reprimidas. Dessa feita, eliminar as possibilidades de iniciativa,
autonomia, ou maiores responsabilidades dos trabalhadores diretos no
processo de trabalho, era um dos fundamentos do controle gerencial.
A partir dos anos 50, com o surgimento do Sistema de Gestão
Japonês, o que antes aparecia como vital no Taylorismo, passa a
considerar-se como um vício ou uma limitação. Nesse processo de
transformação organizacional, ocorre uma mudança no sistema de
trabalho, que considera novas condições de educação e treinamento da
mão de obra, e no qual a polivalência é incentivada. Por isso, o
conhecimento constituiu-se no principal meio de criação de riqueza.
No entanto, conforme refere Stinglitz (2003), foi na última
década do século XX que se marcou a passagem à economia sem peso,
também chamada intangível. A partir dos anos 90, o referencial teórico
do Sistema de Gestão Japonês passa a ser implementado para a gestão
de processos na construção civil, o que deu origem à denominada Lean
Construction. Nesse sentido, a intenção das gerências parece intensificar
o esforço na capacitação dos recursos humanos para o aumento da
qualidade e produtividade e diminuição de custos e desperdícios. Sob
esse novo paradigma, a inovação tecnológica e a mudança organizativa,
26
centradas na flexibilidade e na adaptação, foram cruciais para
determinar a velocidade e eficácia da reestruturação.
Entretanto, a efetividade da aplicação do novo paradigma
organizacional, na área da construção civil, é obstaculizada pelas
características próprias do setor. Em tal sentido, Cardoso (2006)
menciona que a mesma apresenta graves problemas no que se refere às
condições de trabalho dos operários, principalmente quanto a alta
rotatividade dos recursos humanos, despreparo profissional e ao alto
índice de acidentes de trabalho.
Segundo Lima (1995) apud Oliveira et al. (1998), outras
peculiaridades da construção civil que dificultam a implantação de um
sistema de melhoria contínua são as seguintes:
Visão distorcida da atividade seriada;
Não polivalência dos recursos humanos;
Falta de critério de seleção com respeito à admissão;
Recursos humanos intensos e desqualificados;
Gerentes conservadores, resistentes às mudanças;
Falta de definição de atividades e delegação de poderes;
Desempenho menor que em outras indústrias;
Resistência a mudanças pela alta administração;
Produção não planejada.
Oliveira (1995) destaca que, embora todas essas caracteristicas
próprias da indústria da construção civil dificultem o procedimento de
busca de melhorias na qualidade de seus produtos, não significa que não
se possa introduzir melhorias tendentes a reverter esse quadro.
Segundo Jobim (1999), as mudanças emergentes na construção
civil exigem um novo perfil de trabalhador para que a mesma possa ser
inserida no contexto produtivo atual. Assim sendo, faz-se mister investir
na força de trabalho, enfatizando a importância da formação profissional
dos diferentes treinamentos e da formação escolar básica.
Para Machado (1992), requer-se a qualificação da força de
trabalho com as seguintes exigências: posse de escolaridade básica;
capacidade de adaptação a novas situações, capacidade de compreensão
global de um conjunto de tarefas e das funções conexas, o que demanda
capacidade de abstração e de seleção, trato e interpretação de
informações. Atenção e responsabilidade ao lidar com equipamentos
frágeis e caros e capacidade de comunicação grupal para o trabalho em
equipe também fazem parte desse perfil de qualificação, destacando
assim a necessidade de se contar com um trabalhador polivalente.
27
1.1 DEFINIÇÕES DOS PRINCIPAIS CONCEITOS
Conhecimento: ato ou efeito de conhecer (Aurelio, 1999).
Habilidade: que tem aptidão para alguma coisa (Aurelio, 1999).
Atitude: modo de proceder ou agir (Aurelio, 1999).
Competência: é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que
o indivíduo consegue reunir para realizar uma determinada ação
(Aurelio, 1999).
Polivalente: que é eficaz em vários casos diferentes; versátil (Aurélio,
1999).
No caso desta pesquisa, polivalência será considerada como a
capacidade do operário de realizar várias atividades produtivas dentro de
uma mesma fase da obra, por exemplo, estruturas de concreto armado,
tendo autonomia para a solução de problemas, realizando o trabalho
com segurança, com conhecimento sistêmico das atividades necessárias
para a correta execução e terminação do trabalho.
Sob a ótica do SENAI, a polivalência é entendida como: uma
nova formação que prepara o sujeito para o desempenho qualificado
numa área ocupacional, sobretudo para compreender as bases gerais
cientifico-técnicas e sócio-econômicas da produção do seu conjunto.
Uma formação que conjugue a aquisição de habilidades e destrezas
genéricas e específicas com o desenvolvimento de capacidades
intelectuais e estéticas implica a aquisição de possibilidades do
pensamento teórico, abstrato, capaz de analisar, de pensar
estrategicamente, de planejar e responder criativamente a situações
novas, como também de desenvolver capacidades sócio-comunicativas
que facilitem a realização de trabalho cooperativo em equipe (SENAI-
RJ, 1999).
Conforme Lesse (2002), com o aumento da competitividade
mundial, o sucesso de uma empresa fabril depende do projeto de seu
sistema de manufatura. O sistema de produção deve satisfazer às
necessidades de seus usuários, os clientes internos da empresa. Para que
isso ocorra, o sistema deve ter os seguintes fatores: segurança,
flexibilidade, confiabilidade, envolvimento dos empregados, bom
28
suporte da área técnica e de engenharia, bons treinamentos, facilidade do
usuário em operar e controlar.
Segundo Lino (2003), apesar da sistematização e orientação aos
engenheiros de obra, ainda são encontrados diversos problemas nos
canteiros de obra, tais como: falta de participação no projeto,
implantação e planejamento da obra; falta de qualificação dos recursos
humanos; prazos de construção reduzidos; alta rotatividade dos
operários; soluções improvisadas e falta de sistemas completos de
construção. Observa-se que grande parte dessas dificuldades é causada
por problemas gerenciais e contingências históricas do setor da
construção civil.
Picchi (1993) ressalta a cultura de conivência com esse quadro,
representada pela tolerância com inúmeros problemas crônicos que são
considerados normais e por um conformismo com níveis medíocres de
qualidade.
Conforme Jobim (1999), as relações de trabalho predominantes
no setor da Construção Civil, de caráter autoritário, fundadas na
hierarquia e associadas ao uso intensivo da força de trabalho e a baixa
utilização de tecnologias, necessitam ser repensadas face à pressão dos
fatores externos. Da mesma forma, é preciso discutir questões
indiscriminadamente atribuídas ao setor, como elevado índice de
desperdício e de acidentes de trabalho, a baixa produtividade e a
deficiente qualidade do produto que, indiretamente, recaem sobre o
trabalhador na obra.
Em consonância com tal afirmação, Cardoso (2006) relata que as
condições de trabalho na construção civil caracterizam-se, dentre outros
aspectos por: alta rotatividade dos operários; recursos humanos
despreparados e desqualificados; regime intensivo de subcontratação;
instalações provisórias inapropriadas; e exposição às intempéries e
riscos de segurança e doenças ocupacionais.
Para tentar minimizar esses problemas é proposto utilizar na
produção operários polivalentes; essa polivalência será obtida por
intermédio de treinamentos.
No que diz respeito ao treinamento dos recursos humanos, resulta
interessante a constatação feita por Picchi (1993). O citado autor
considera que embora seja o setor dos recursos humanos um dos mais
importantes em qualquer programa de melhoria e qualidade, o mesmo
recebe pouca atenção. Essa constatação ainda hoje é observada.
Essa circunstância não é alheia à indústria da construção civil,
sendo inclusive, conforme alguns autores como Cardoso (2006) e
29
Formoso (2001), uma característica da mesma refletida pela baixa
qualificação dos operários.
Ferrão e Pavoni (2001) compartilham da mesma visão,
acreditando que a empresa deve suprir as necessidades básicas ou
existenciais dos seus funcionários. Sabe-se que a chamada psicologia
das organizações é um dos ramos profissionais que mais tem crescido
nos últimos anos. Os estudos conduzidos pelos profissionais dessa área
visam obter respostas para a melhoria da produtividade dos funcionários
de uma empresa. Muitos desses estudos apontam os fatores humanos
que mais influem na produtividade de equipes de uma mesma empresa,
dentro dos quais destacam-se a formação, a informação, a comunicação
e a motivação.
Em tal sentido, Meseguer (1991) menciona que dentre as
principais características da indústria da construção civil encontram-se:
a participação de diversos setores com diferentes funções:
incorporadores, construtores, projetistas, usuários, fornecedores,
empreiteiros, empresas de gerenciamento, laboratórios de ensaio,
proprietário; a heterogeneidade dos bens e serviços que produz; o
tradicionalismo significando que o processo de produção e ocupação
não sofreu mudanças tecnológicas significativas; a inércia às alterações
por utilizar pessoas em forma intensiva e pouco qualificada com pouco
acesso a um plano de carreira; nomadismo por executarem, as empresas,
obras em locais distintos; operários móveis em torno de um produto
fixo; a singularidade das obras; ambiente de trabalho exposto às
intempéries; especificações confusas e mal definidas; grau de precisão
indefinido; baixa qualificação e alta rotatividade dos recursos humanos.
Kruger (2002), por sua vez, associa a abundância de operários
desqualificados no âmbito da construção civil, em razão do
recrutamento para os trabalhos braçais, os quais não exigem experiência,
prevalecendo a quantidade sobre a qualidade.
A respeito disso, Melo et al. (1999) aludem que o trabalhador mal
qualificado compromete a qualidade dos serviços da construção civil e a
eficiência da empresa. Tal circunstância, segundo o autor, traz também
como consequência altos índices de acidentes de trabalho os quais
constituem-se num indicativo ruim da organização e do desempenho de
uma construtora.
Cardoso e Pereira (2004) destacam que a baixa educação escolar
e o analfabetismo é outro ponto a ser trabalhado no tocante a recursos
humanos na construção civil; continua sendo relativamente comum
encontrar operários analfabetos nos canteiros. Essa deficiência traz
dificuldades ao processo produtivo, reduzindo a autonomia dos
30
operários, aqueles com pouca escolaridade mostram-se mais
dependentes dos encarregados de produção e não conseguem buscar
informações por si mesmos.
Por essa razão, na opinião de Cardoso e Pereira (2004), surge a
imperiosa necessidade de modificar esse quadro, salientando a
importância de programas de treinamento dos operários da construção
civil.
Neves (1996) afirma que não se pode pensar em aumento dos
índices de produtividade sem investir em gestão de pessoas. Ainda o
mesmo autor considera que é preciso ter uma política bem definida, indo
desde a seleção e recrutamento das pessoas, passando pela melhoria do
canteiro de obra, motivação, treinamento, até a demissão do operário da
empresa. O fator humano é o que denota a maior preocupação dentro do
projeto de intervenção, pois busca-se dignificá-lo, para que recupere sua
autoestima e conscientizá-lo da importância para o todo, a obra.
Contudo, Jobim (1999) salienta que esse treinamento não pode
ser realizado, entre outras variáveis, devido à alta rotatividade dos
operários na construção. Tal circunstância impossibilita ter uma relação
mais efetiva entre o operário e a empresa contratante, de forma que a
empresa possa investir no treinamento e capacitação das pessoas.
Segundo a mesma autora, isso evidencia as razões pelas quais os
empresários do setor fiquem temerosos em investir nos seus operários
de canteiro de obra, pois na visão de muitos, em vez disso ser
considerado investimento, é considerado como custo.
Scardoelli et al. (1994) comentam que a desqualificação se
dissemina pela prevalência da rotatividade, alimentada pela costumeira
substituição dos trabalhadores. Também refere que a absorção de
pessoas com menos capacitação ou sem nenhuma experiência
profissional possa ser apontada como causa do atraso do setor. Franco
(1995), por sua vez, argumenta que o conceito de que o trabalhador da
construção civil é desqualificado vem da associação da qualificação à
educação formal, praticamente inexistente no setor.
A importância de se investir na qualificação da mão-de-obra na
construção civil pode ser sintetizada conforme as postulações de
Caravantes (1993). Em tal sentido, o referido autor afirma que:
“a aprendizagem visa à liberação do homem ao
aumento, e, na maior parte dos casos à própria
conquista de sua autonomia. Permite ao homem o
uso de seu livre-arbítrio, de sua capacidade de
escolher entre alternativas, de fazer opções com a
31
clara compreensão de suas conseqüências e de ser
criativo e inovador. Sabemos que criatividade e
inovação se desenvolvem na liberdade.
Entretanto, a aprendizagem ocorre
efetivamente no momento em que a incorporação
do aprendizado se traduz na práxis criadora”.
Portanto, parece necessário que a empresa
primeiramente possua em seu quadro produtivo
tão-somente profissionais desenvolvidos, que
saibam quais são as dimensões do seu trabalho, a
forma como os processos do serviço se executam,
a quantidade de material necessário, a ordem de
seqüência das atividades ou da própria atividade
em si; e que forneça as condições para continuar a
desenvolvê-los constantemente, procurando
utilizar ao máximo a potencialidade das pessoas, e
procurando criar meios para que as pessoas ao se
desenvolverem, consigam aumentar a capacidade
competitiva da organização. Novas habilidades e
competências, novos comportamentos, novos
valores, não são adquiridos da noite para o dia.
Devem ser ensinados, desenvolvidos e
incentivados constantemente, num processo de
treinamento sem fim.
Tal posição é também sustentada por Franco (1995), para quem o
acesso dos operários a um conjunto adequado de conhecimentos lhes
possibilitará o trabalho com maior segurança, a diminuição dos
sofrimentos e constrangimentos impostos pelas tarefas, a agilização de
metas e uma melhor organização do trabalho.
Na opinião de Melo et al. (1999), o operário que participar de um
programa de treinamento e tornar-se conhecedor do processo do qual faz
parte e da tarefa sob sua responsabilidade, contribuirá para melhorar as
condições de trabalho, executará o serviço de forma correta, eliminando
ou ao menos minimizando os erros, contribuindo para a redução dos
custos, aumentando sua eficiência e melhorando a confiabilidade
humana. Além disso, o trabalhador que executar suas tarefas treinado
dentro das condições exigidas pela segurança, estará concorrendo para
seu próprio bem estar.
Montmollin (1994) argumenta que, para que a tarefa seja bem
organizada, é conveniente que as condições de trabalho permitam aos
trabalhadores trabalhar bem. Trabalhar bem significa ao mesmo tempo
32
trabalhar sem acidentes, sem doenças, sem fadiga excessiva e
eficazmente. Dessa forma, reveste importância a melhoria das condições
de trabalho, seja melhorando os dispositivos técnicos e a organização,
seja melhorando a competência dos operadores.
Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (1994) apud
Oliveira (1999), a modernização da indústria da Construção será
possível quando “se priorizar a segurança no trabalho; reduzir
desperdícios; suprimir o supérfluo; estimular a racionalização; enfatizar
a qualidade e aumentar a produtividade; transferir exigências à indústria
fornecedora; adequar custos à realidade nacional; diminuir o tempo de
construção; informatizar; melhorar as relações capital-trabalho”.
Ressalta-se que a adoção de toda e qualquer ação precisa ser
monitorada, de modo que se verifique o resultado efetivo da mesma.
Essas afirmações da década dos anos 90 ainda hoje se encontram
vigentes, que mesmo que se realizaram várias pesquisas a respeito
seguem sendo os mesmos problemas os que afetam ao setor.
De acordo com Schmitt e Heineck (2001), pode-se, portanto,
concluir que ações no setor de edificações da Indústria da Construção
Civil são possíveis e geram excelentes resultados se as empresas
estiverem com seus profissionais abertos à discussão de métodos e
técnicas que possam aperfeiçoar os processos do dia-a-dia e que esses
sejam incorporados numa linguagem adequada: a sala de aula é um local
estranho para o profissional de canteiro de obras e instruções
prescritivas de como atuar, isto é, métodos e técnicas que não
interessam. Referências para iniciar o detalhamento dos projetos em
todas as suas particularidades, adaptadas à realidade individual, podem
gerar resultados promissores.
A dicotomia entre a qualificação versus desqualificação inicia-se
pelo fato de que as grandes empresas podem constatar que os altos
custos de treinamento, que se fazem necessários na contratação de
trabalhadores jovens e não-qualificados, são compensados pelos
resultados em termos de qualidade e gestão da força de trabalho
(AMARAL, 2004).
À luz do que foi exposto, resulta fundamental, na área da
indústria da construção civil, o investimento por parte dos empresários
na área de recursos humanos, por meio de programas de qualificação
dos operários da construção civil.
33
1.2 TEMA DE PESQUISA
Segundo Gil (1991), toda pesquisa se inicia com algum tipo de
problema, seja de ordem prática ou de ordem intelectual a ser resolvido.
Entretanto, antes da formulação do problema de pesquisa, é necessário
identificar o tema da pesquisa em que o mesmo está inserido, para, em
seguida, recortar o tema de pesquisa em termos de um problema
científico.
Leopardi (2000) refere que a escolha do tema costuma ser
previamente determinado institucionalmente a partir de linhas de
pesquisa e contratos de pesquisa ou parte da decisão pessoal do
pesquisador, ou de uma dificuldade prática encontrada, da curiosidade
cientifica, dos desafios encontrados em alguns assuntos ou teorias.
Marconi; Lakatos (2001) estabelecem que escolhido o tema de
pesquisa o mesmo tem que ser delimitado.
Dentro desse contexto, o tema da presente pesquisa é: recursos
humanos na Construção Civil.
O tema de pesquisa delimitado é: O treinamento dos recursos
humanos da construção civil por meio da capacitação por competências
em diversas especialidades.
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA
Para Lakatos e Marconi (1991) o problema consiste “em um
enunciado explicitado de forma clara compreensível e operacional, cujo
melhor modo de solução é uma pesquisa ou pode ser resolvido por meio
de processos científicos já existentes”.
Gil (1991) apresenta algumas regras para a formulação do
problema de pesquisa:
deve ser formulado como pergunta;
deve ser claro e preciso;
deve ser empírico: na medida em que não deve se referir a
valores e quando se referir, deve se referir a fatos
empíricos e não a percepções pessoais;
deve ser suscetível de solução: ser possível coletar dados
para a solução;
deve ser delimitado a uma dimensão viável: não ser
formulado em termos muito amplos.
34
O problema de pesquisa da presente tese formula-se conforme o
que segue:
O treinamento por competências dos recursos humanos na
construção civil, em diversas especialidades, constitui uma via para
lograr maior produtividade e qualidade nos processos construtivos?.
1.4 HIPÓTESES
Lakatos e Marconi (1991), referem que uma vez formulado o
problema de pesquisa, o passo seguinte consiste em se propor uma
resposta “suposta, provável e provisória” para o mesmo, ou seja, uma
hipótese.
Por sua vez, Pádua (1996) salienta que a hipótese poderá ou não
ser confirmada pela pesquisa. Leopardi (2000) aponta que a função da
hipótese é “fixar a diretriz da pesquisa, tanto no sentido prático,
orientado pela coleta de dados, quanto no sentido teórico, coordenando
os resultados em relação a um sistema explicativo ou teoria”.
Dentro desse contexto, formula-se a seguinte hipótese:
O treinamento dos recursos humanos de producão na construção
civil, pelo método de competências em diversas especialidades, emerge
como uma via para a solução dos problemas que se apresentam nos
processos construtivos, gerando: diminuição de tempos improdutivos,
diminuição da rotatividade, maior autonomia do operário, aumento de
produtividade e qualidade na construção.
1.5 JUSTIFICATIVA
Segundo Librelotto (2005), a construção civil é caracterizada por
um grande número de pequenas empresas que utilizam recursos
humanos com baixa qualificação profissional e elevada rotatividade (um
operário permanece em média oito meses dentro de uma empresa).
Além disso, destaca a autora que há um processo construtivo com
características artesanais, possuindo como inputs uma grande
quantidade de recursos diferenciados (e para tais, grande número de
fornecedores) e como outputs produtos únicos (cada edificação é
diferente das anteriores) e ainda, em geral as empresas sofrem com um
gerenciamento intuitivo e com intervenções governamentais na
economia, levando-as a um curto ciclo de vida.
35
Cardoso (1993) afirma que as razões para a desqualificação dos
recursos humanos são relacionadas ao processo de degradação causado
pelas precárias técnicas de contratação, baixa remuneração, ausência de
treinamento, descaso quanto à segurança e à saúde do trabalho, bem
como as condições de vida do trabalhador.
Nesse sentido, Mutti (1995) destaca que com a escassez de
recursos humanos qualificados no mercado da construção civil,
constata-se cada vez mais, a baixa qualidade dos resultados e que esse
fato exige que se refaça o trabalho para consertar defeitos de construção
os quais geram perdas.
No Brasil, Kruger (2002) menciona que a produtividade da
construção civil é menor do que em países desenvolvidos, e ainda
ocorrem indicadores desfavoráveis em termos de qualidade do processo
e do produto final, não conformidades, patologias, desperdícios de
materiais e de tempo de trabalho dos recursos humanos, prazos e custos.
Constata-se também que a construção civil é uma indústria muito
tradicional e atrasada, apresentando grande inércia às alterações no seu
processo, resistência às inovações tecnológicas, métodos de gestão
ultrapassados e dificuldade de adaptação aos conceitos modernos de
produção.
De acordo com o Sub-comitê da Indústria da Construção Civil no
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP-H) (2001), a
área de recursos humanos no setor é caracterizada por: insuficiência de
programas de treinamento institucionalizado nas empresas, pouco
investimento em formação profissional, declínio do grau de habilidade e
qualificação dos trabalhadores de ofício ao longo dos últimos anos,
elevada rotatividade dos recursos humanos e falta de programas de
formação em nível operário.
Conforme o destacado pelo Professor Carlos Formoso, na
palestra inicial do Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente
Construído ENTAC 2006, poucos trabalhos têm sido feito na área de
Recursos Humanos na Construção civil, afirmando que nos últimos 10
anos não chegam a 3% os artigos apresentados nessa importante área de
estudo.
Para reverter a situação, Vargas (1996) comenta que na
construção civil são necessárias formas de gerenciamento mais
modernas que busquem o engajamento do trabalhador. As diretrizes
dessas novas idéias são a fixação dos recursos humanos (detentores do
saber), a maior autonomia do trabalhador, assim como a sua
polivalência, o que possibilitaria a eliminação dos tempos improdutivos
e das descontinuidades na produção, contribuindo também para a
36
redução da rotatividade, pois quanto maior o número de habilidades do
operário, maior também poderia ser o seu tempo de permanência no
empreendimento.
No parecer de Souza (2004), as pessoas são os recursos mais
preciosos participantes da execução de obras de construção civil, não
somente porque representam altas porcentagens do custo total, mas
principalmente, em função de se estar lidando com seres humanos, que
têm uma série de necessidades que deverão ser supridas.
Formoso et al. (2001) referem que o treinamento desses recursos
humanos é visto como um dos principais fatores para o sucesso da
iniciativa de implantação de um sistema de gestão nas empresas.
Aqueles que realmente compreendem o objetivo de um sistema de
gestão veem o treinamento dos recursos humanos como um dos
principais fatores para o sucesso da iniciativa.
Em consonância com tais idéias Cardoso e Pereira (2004)
mencionam que investir em novas tecnologias sem investir na formação
e capacitação dos operários é outra iniciativa fadada ao fracasso. Logo,
essas são duas ações que se complementam.
Pelo exposto, pode-se perceber que um estudo referente ao
treinamento para a qualificação dos recursos humanos, tentando a sua
polivalência, seria relevante devido aos possíveis benefícios que traria
para a construção civil, como diminuição dos tempos ociosos, melhoria
da qualidade dos serviços e aumento da produtividade.
1.6 ORIGINALIDADE, RELEVÂNCIA E NÃO TRIVIALIDADE DO
TEMA
O setor da construção civil, no Brasil, emprega quinze milhões de
pessoas, correspondendo quatro milhões de empregos diretos na
produção. Por isso, torna-se relevante estudar como ocorre a gestão
destas pessoas (Construbusiness, 2003).
No caso desta pesquisa, a originalidade do tema está em que o
treinamento por competências será realizado para tentar obter a
polivalência dos operários e verificar seus efeitos na produção e nos
outros índices relacionados à gestão de pessoas.
A não trivialidade está apoiada nas sugestões de vários autores
estudiosos da área, como Vargas (1996), Formoso et al (2001), Cardoso;
Pereira (2004), que consideram que a polivalência dos recursos
humanos seria um possível caminho para a melhoria da qualidade e
produtividade no subsetor de edificações da construção civil.
37
1.7 QUESTÕES DE PESQUISA
Tendo em vista as considerações anteriores, algumas questões
aparecem como relevantes quando se pretende contribuir para a
melhoria da organização do trabalho na construção civil.
Assim, neste estudo, pretende-se saber de que maneira o
treinamento por competências dos operários pode contribuir para:
a melhoria da qualificação dos recursos humanos da
construção civil;
a melhoria das condições de trabalho nos canteiros;
a redução dos riscos de acidentes;
o aumento da produtividade;
a maior autonomia dos operários na realização de suas
tarefas;
o aumento da qualidade dos serviços.
1.8 OBJETIVOS
O objetivo geral é uma síntese do que se pretende alcançar ou
realizar, ou seja, a expressão genérica do objetivo a ser alcançado,
enquanto que os objetivos específicos explicitam os detalhes, ou seja,
são o desdobramento do objetivo geral.
O objetivo geral da tese de doutorado a ser desenvolvida consiste
em:
Analisar se o treinamento por competências dos operários da
construção civil em diversas especialidades vai contribuir com o melhor
desempenho dos recursos humanos em canteiros de obras.
Como objetivos específicos destacam-se os seguintes:
a) Desenvolver e aplicar uma metodologia de intervenção em canteiro
de obra visando realizar um treinamento das pessoas em diferentes
conceitos como: segurança e saúde do trabalho, organização do
canteiro com o 5S, leitura e interpretação de plantas, novas
tecnologias construtivas e aprendizagem de outras funções dentro da
área de construção civil, com o intuito de obter um operário
polivalente;
38
b) Analisar os possíveis benefícios do treinamento por competências
em diversas especialidades determinando o custo da intervenção.
1.9 METODOLOGIA DA PESQUISA
A palavra metodologia deriva de duas palavras gregas: Método
(methodo) e logia (logos). A primeira representa a idéia, sistematização,
enquanto a segunda significa estudo sistemático (BARBOSA FILHO,
1980).
Por sua vez, Altamirano (1999) menciona que em um sentido
amplo o método constitui a série de passos ordenados, sistemáticos e
controlados de um caminho que deve seguir-se para alcançar uma meta,
fim ou resultado buscado.
Por outro lado, para Ander-Egg (1978) a pesquisa é um
procedimento reflexivo, sistemático, controlado e crítico, que permite
descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis em qualquer campo do
conhecimento.
Para Leopardi (2002), a metodologia deve incluir o que fazer
(procedimentos gerais de estudo ou método), o “como” desenvolver a
pesquisa, envolvendo as técnicas para coleta de dados, assim como as
informações que se pretende obter com a aplicação destas técnicas e os
instrumentos de coleta utilizados para tal.
1.9.1 Pesquisa Científica
O conhecimento cientifico resulta de uma investigação metódica
e sistemática da realidade. Ele transcende os fatos e os fenômenos em si
mesmos, analisa-os para descobrir suas causas e concluir as leis gerais
que os regem.
Dentro desse contexto que se insere a pesquisa científica, a qual
pode ser definida como o procedimento racional e sistemático que tem
como objetivo proporcionar respostas aos problemas, ou seja, é
requerida quando não se dispõe de informações suficientes para
responder ao problema, ou, então, quando são poucas as informações
disponíveis (GIL 2000).
Luna (2000) menciona que os objetivos a serem atingidos por
uma pesquisa científica são a demonstração da existência ou ausência de
relações entre diferentes fenômenos; o estabelecimento da consistência
interna entre conceitos dentro de uma dada teoria; o desenvolvimento de
novas tecnologias ou demonstração de novas aplicações de tecnologias
39
conhecidas; o aumento da generalidade do conhecimento; e finalmente a
descrição das condições sob as quais um fenômeno ocorre.
1.9.2 Método Cientifico
Leopardi (2002) argumenta que o método científico caracteriza-
se como um conjunto de operações empíricas ou lógicas desenvolvidas
pelo pesquisador na busca da comprovação da tese, ou de hipóteses
sobre fatos, representações ou fenômenos.
Segundo a autora, o método científico apresenta em geral quatro
momentos distintos e inter-relacionados: formulação do problema,
delineamento da pesquisa, coleta de dados e análise de dados e, dessa
forma, a chegada a conclusões. Do Método Científico deriva-se o
Método da Pesquisa que, por sua vez, está ligado diretamente ao tipo de
pesquisa que se deseja realizar.
1.9.3 Método de pesquisa
A partir do problema de pesquisa formulado e dos objetivos a
serem alcançados, o método de pesquisa foi a pesquisa-ação, essa
postula a conjunção de teoria e prática, é dizer de uma prática social.
Propõe, além disso, a integração do conhecimento popular com o
científico, para alcançar um conhecimento preciso e ideal dos dados
processados (DIOGUEZ, 2002).
Como quantitativos foram medidos os tempos produtivos,
improdutivos e auxiliares, perdas de materiais, controle de qualidade,
rotatividade, e produtividade na fase de alvenarias e acabamentos e
comparados entre grupos de operários treinados e não treinados.
Também foram levantados os custos da intervenção.
1.10 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO
Foram realizadas intervenções em duas obras de edificações na
etapa de estruturas, alvenaria e acabamentos.
No ano de 2007, deu-se início ao treinamento de operários numa
obra em que realizou um acordo com o subempreiteiro, que promoveu a
capacitação de seus operários. No ano de 2008, transferiram os mesmos
operários à obra piloto, onde o pesquisador desempenhou-se como
diretor de obra para ter um ambiente mais controlado.
40
Foram estudadas cinco categorias de operários: armadores,
carpinteiros e serventes, na fase de estruturas; e pedreiros e serventes, na
fase de alvenarias e acabamentos.
O número de operários que participaram do curso de capacitação
foram 35.
1.11 ESTRUTURA DA TESE
Esta pesquisa está composta de seis capítulos: no primeiro
capitulo, são apresentados o tema, as justificativas para a realização do
trabalho e os objetivos.
No segundo capítulo, é realizada a revisão bibliográfica
pertinente, no que diz respeito a alguns temas que serão importantes
para um melhor entendimento do trabalho. No terceiro capítulo,
é apresentado o método a ser utilizado na pesquisa em geral e na
capacitação e obtenção de operários polivalentes.
No quarto capítulo, apresenta-se o método de medição de
desempenho de operários. No quinto capítulo, são expostos os
resultados obtidos; e, no sexto capítulo, são apresentadas as conclusões.
CAPÍTULO 2
MUDANÇA ORGANIZACIONAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL
2.1 INTRODUÇÃO
Conforme refere Cardoso (2006), o setor da construção civil
é uma indústria que difere das demais em muitos aspectos, uma vez que
apresenta peculiaridades que refletem uma estrutura dinâmica e
complexa, apresentando graves problemas no que se refere às condições
de trabalho dos operários, principalmente quanto à alta rotatividade dos
recursos humanos, despreparo profissional e alto índice de acidentes de
trabalho.
Na América latina, segundo o mesmo autor, este setor
empresarial se caracteriza por:
Baixo nível de polivalência dos recursos humanos,
sobretudo devido aos antiquados convênios laborais;
Ausência de métodos de melhoria contínua;
Alto nível de dependência de fatores climatológicos;
Pessoal temporário pouco identificado com a empresa e
escasso nível de capacitação;
Falta de aplicação de ferramentas e instrumentos para o
controle e a redução de desperdícios;
Administração mediante gestão de Controle, em lugar de
uma gestão participativa.
Cabe destacar que o setor foi marcado pelo paradigma do
Taylorismo que teve como base fundamental a fragmentação extrema
das tarefas, separando a atividade mental da manual. Entretanto, hoje,
esse é um modelo defasado que é substituído lentamente por novos
modelos de organização que veem na qualificação dos recursos
humanos um elemento fundamental para o êxito do processo produtivo.
Nesse sentido, destaca-se que a partir dos anos 90, foi construído
um novo referencial teórico para a gestão de processos na construção
civil, com o objetivo de adaptar alguns conceitos e princípios gerais da
área de Gestão da Produção, sustentado pelo sistema Toyota de
Produção, Lean Production, às peculiaridades do setor da construção
42
civil, Lean Construction. Este último referencial teórico na
polivalência dos operários um requisito fundamental para o avanço da
produção.
A tal efeito, visando compreender melhor os conceitos e
princípios desse novo paradigma organizacional, neste capítulo é
realizada uma breve abordagem respeito da Organização Científica do
Trabalho (OCT), criada por Frederick Taylor, e de outras teorias da
administração mais reconhecidas, passando logo a apresentar as bases
fundamentais do Sistema Lean Construction. Posteriormente, é
abordada a questão da polivalência dos recursos humanos, e a sua
obtenção por meio dos programas de treinamento baseados em
competências laborais, resgatando as vantagens de se contar com um
operário polivalente no setor da construção civil.
2.2 EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE PESSOAS
Os séculos XVIII e XIX presenciaram a passagem de uma
economia de base agrícola e primária para outra industrial. No princípio
do século XX, a capacidade de gerar riqueza residia na posse de
matérias primas e das tecnologias necessárias para sua transformação
industrial. Dentro desse contexto, e na passagem do século XIX para o
XX, o taylorismo surgiu como uma nova cultura do trabalho que
apresentou a separação entre o trabalho manual e o intelectual, criando a
chamada “Organização Cientifica do Trabalho (OCT)”.
Frederick Taylor
1
(1990) fez com que não as diversas fases de
trabalho artesanal fossem fragmentadas, como também que a própria
etapa de execução fosse parcial, dividida entre diversos trabalhadores,
cada um executando disciplinadamente uma parcela diminuta do
produto final, sem condições de participar em qualquer das etapas do
processo de planejamento.
Os pontos de apoio do taylorismo foram:
Observação sistemática do que foi produzido;
Separação dos trabalhos mentais e manuais;
Seleção das pessoas adequadas aos cargos;
Definição do rendimento modelo;
1
Taylor foi um engenheiro industrial de nacionalidade norteamericana, sua teoria baseou-se na
observação sistemática das atividades de todo processo produtivo, selecionar “segundo
aptidões” às pessoas para ocupar os cargos. Seu objetivo foi incrementar a produtividade
através de normas, prêmios e castigos; sua forma de autoridade foi rígida e severa e sua
motivação “O dinheiro como satisfação única”.
43
Introdução dos conceitos: tempo e movimento;
Estabelecimento de uma responsabilidade compartida entre
a administração e os operários;
Estabelecimento de uma diária tarefa grande, com
recompensa ao efetuá-la e com um castigo ou sanção por
não alcançá-la.
Segundo Salazar (1998), a possibilidade de transformar-se num
futuro em acionista da empresa, em que prestam seus serviços um
executivo, pode ser um elemento altamente motivador. Mas a nossos
operários, cujas necessidades são ingentes e cujo conceito de futuro
(desafortunadamente) não consiste na maioria dos casos de 30 dias, este
tipo de motivação é inoperante, o que obrigará ao administrador a
motivar a prazo imediato e por meio de satisfações que remediem
necessidades primárias; portanto, a recompensa prometida nesse nível,
deverá ser em efetivo para que, depois de cumprida repetidamente,
possamos fundamentar a confiança suficiente, para motivar com
recompensa a maior prazo.
Afirma Barcelos (1997) que os princípios tayloristas mudaram
radicalmente a natureza do trabalho, que passou a ser executado por
alguns e planejado por outros.
Druck (1999) refere que a base fundamental da proposição de
Taylor era acabar com a autonomia e a iniciativa operária, o que para ele
era condição fundamental para a eficiência do trabalho. Dessa feita,
Taylor (1990) defendia a extinção da autonomia operária, o rompimento
com a dependência por parte da administração e a transferência de todos
os conhecimentos sobre o trabalho para a gerência, separando
claramente a concepção e a execução.
De acordo com Chiavenatto (2004), Taylor possui o mérito de ter
sido o primeiro em fazer análise completa do trabalho, inclusive dos
tempos e dos movimentos, de haver estabelecido modelos precisos de
execução, treinando o operário, especializando os trabalhadores,
também os da direção, resumindo o haver assumido uma atitude
metódica ao analisar e organizar a unidade fundamental de qualquer
estrutura, adotando esse critério até o topo a organização.
Conforme o citado autor, a Organização Científica do Trabalho,
criada por Taylor, constitui uma combinação global que pode resumir-se
conforme os seguintes postulados:
Ciência em vez de empirismo;
44
Harmonia em vez de discórdia;
Desenvolvimento de cada homem para alcançar maior
eficiência e prosperidade.
Por seu lado, Espada (2001) sustenta que o Taylorismo se baseia
nas seguintes premissas, em relação ao comportamento do trabalhador:
O hedoísmo implícito na lei do menor esforço;
A incapacidade dos trabalhadores para pensar ou refletir;
O trabalhador não deseja ter iniciativa em seu próprio
trabalho.
Abrahão e Santos (2004), em relação aos postulados de Taylor,
mencionam que hoje se solicita do homo economicus um outro perfil, no
qual se incluem a polivalência, a criatividade e a capacidade de
diagnosticar imprevistos, além do comprometimento organizacional. De
igual modo, Lucena (1995) destaca que as funções simplesmente
manuais ou executoras são substituídas por funções que exigem mais do
intelecto de cada pessoa.
Se para Taylor (1990) o homem bovino, com uma obediência
cega aos instrutores, era o tipo ideal de operários; atualmente, conforme
as palavras de Lucena (1995), a capacidade do operário de planejar e
executar, de resolver problemas e aplicar as soluções é fundamental.
Neste sentido, Flannery (1997) aponta que:
“com a crescente ênfase na tecnologia, na
qualidade e no serviço, estamos rapidamente
nos afastando de uma força de trabalho
puramente ‘mecanizada’ para outra
‘intelectualizada’(...). Não queremos mais que
as pessoas ajam como robôs, mas que tomem
decisões inteligentes e bem fundamentadas, que
usem o bom senso e que assumam mais
responsabilidade pelo desempenho da empresa.
Uma mudança tão drástica exige que as pessoas
aceitem novos valores, que se comportem de
forma diferente, que aprendam novas
habilidades e competências e que
freqüentemente corram mais riscos”.
45
Formula-se uma nova perspectiva, em que
desde o horista até o presidente, passe a agregar
valor mensurável à empresa. Isto significa
adquirir novos conhecimentos, habilidades,
competência e comportamento.
Outro referente da administração foi Henry Fayol, diretor de
empresa mineira de nacionalidade francesa, sua teoria baseou-se em
estabelecer em forma conceitual os princípios da administração de
qualquer gestão empresarial e definir também as funções mais
importantes da mesma; cujo objetivo foi elevar o sistema, a prática
administrativa. Sua forma de autoridade foi conciliatória e sua
motivação por meio do trabalho em grupo.
As fundamentações da teoria de Fayol são as seguintes:
Quanto a Operações Essenciais:
Técnicas. Produção, fabricação e transformação;
Comerciais. Compra, venda e troca;
Financeiras. Busca e administração dos capitais;
Segurança. Balanço, custos, inventário, estatística, etc;
Administrativas. Previsão, organização, direção,
coordenação e controle.
Quanto a Princípios Básicos de Administração, dentre outro
citam-se:
Divisão do trabalho. Princípio da especialização que
propugna um uso efetivo dos recursos humanos numa
empresa;
Disciplina. Princípio do acordo entre subordinados e
chefes, sob certas normas;
Unidade de mando. Princípio de comunicação para
estabelecer vínculos claros de instruções e quem deve
cumpri-los;
Unidade de direção. Princípio que assinala a conveniência
de ter um só plano e um só chefe;
Remuneração. Princípio de reciprocidade que busca a
ótima satisfação dos recursos humanos e a excelente
satisfação nos resultados da empresa;
46
Estabilidade no trabalho. Princípio de segurança que
assinala os problemas que tem que enfrentar a empresa
pela saída excessiva de funcionários, seja por renúncia ou
termino de contrato;
Iniciativa. Princípio de criatividade que permite aos
subordinados utilizar seus conhecimentos, habilidades e
experiências em benefício próprio e da empresa;
Função de organização ou classificação e divisão do
trabalho em unidades administradas, por meio de:
a. Estruturação da empresa agrupando o trabalho por sua
natureza para uma produção eficaz;
b. Estabelecimento das condições materiais para que
exista um trabalho efetivo de grupo entre as unidades
organizacionais.
Função de integração ou determinação das necessidades
dos funcionários e garantir sua disponibilidade para a
execução do trabalho, por intermédio de:
1. Análise do trabalho para conhecer as necessidades de
capacitação dos funcionários que se solicitam;
2. Recrutamento, seleção e indução à empresa, das pessoas
que se identificaram dentro das unidades
organizacionais que compõem a estrutura da empresa;
3. Desenvolvimento dos recursos humanos, ou seja, o
oferecimento de oportunidades aos empregados e
trabalhadores para que desenvolvam em suas próprias
capacidades em relação com as necessidades da
organização.
Salazar (1998) comenta que os conceitos administrativos de
Henry Fayol são comuns a todas as empresas e que, na indústria da
construção, seus “Princípios Gerais” desenvolveram-se de forma
natural, seu Perfil de administrados corresponde, em uma grande
porcentagem, às características ideais do empresário da construção e
seus preceitos para facilitar a direção têm e terão uma inquestionável
vigência.
47
Por outro lado, temos também os postulados de Elton Mayo
2
e
Fritz Jules Roethlisberger apud Espada (2001), pelos quais, após um
estudo do comportamento humano no trabalho, citaram que:
A organização técnica não é o único fator que intervem na
produtividade;
Para dirigir o componente humano não que ter somente
em consideração que as necessidades fisiológicas do
mesmo, como também necessidades psicossociais;
As recompensas financeiras não são o único fator de
motivação;
Cada ser humano é diferente por natureza;
Os grupos informais exercem uma enorme influência na
determinação das atitudes e na produtividade dos
trabalhadores.
Resumindo a teoria de Elton Mayo e Fritz Jules Roethlisberger
apud Espada (2001), temos que os pontos de apoio da mesa são:
O estudo da administração deve conceituar-se nos
trabalhos e suas relações interpessoais;
Incorpora-se a administração, a psicologia e a sociologia;
Introduz-se a administração, a dinâmica de grupo e a
motivação individual;
Define-se o administrador como alguém que deve
reconhecer e compreender o trabalhador como um ente
isolado com desejos, motivos, instintos e objetivos
pessoais que devem ser satisfeitos.
Outro autor relevante foi o Psicólogo industrial Abraham H.
Maslow de nacionalidade norte americana. Sua teoria se baseia na idéia
de que existe uma hierarquia de necessidades com relação aos seres
humanos, dando preferência à primeira, e uma vez que tenha sido
satisfeita, a segunda adquire um caráter dominante e assim
2
Elton Mayo foi um sociólogo australiano cuja teoria baseou-se em que as condições físicas
dentro do trabalho são secundárias em comparação às relações sociais dentro e fora do âmbito
do mesmo, assim como a grande influência que têm na produtividade e o interesse pela pessoa
a dirigir. Portanto seu objetivo foi incrementar a produtividade, através da análise e
melhoramento das condições psicológicas do indivíduo. Sua forma de autoridade foi
compreensiva e a motivação foi através da importância do trabalho pessoal e grupal dos
indivíduos.
48
sucessivamente. O objetivo disto é incrementar a produtividade por
meio da satisfação pessoal do indivíduo; a motivação é alcançada pela
da auto-realização.
Uma vez que alcançaram a autorealização Maslow observou, por
estudos clínicos, que as pessoas apresentam características
determinadas:
Percepção superior da realidade;
Maior aceitação do “eu”, dos outros e da natureza;
Maior espontaneidade;
Aumento (na capacidade) de centrar os problemas;
Maior separação (dos demais) e desejo de privacidade;
Maior autonomia;
Maior identificação com a espécie humana;
Mudança (melhora) nas relações interpessoais;
Estrutura de caráter, mais democrática;
Aumento na criatividade;
Algumas mudanças no “sistema de valores”.
Segundo Salazar (1998), a auto-realização é um processo
contínuo e dinâmico; poderia ser definida como uma esperança, um
impulso, algo desejado, mas não alcançado. No entanto, não deve
considerar-se como um estado no qual se solucionam todos os
problemas do indivíduo. O que acontece é que as pessoas liberam-se de
seus problemas infantis ou neuróticos, para poder enfrentar os reais.
Seguindo com os antecedentes da administração, citamos
Douglas McGregor, Professor do Instituto Tecnológico de Masachusets,
de nacionalidade norte americana, que defende que o administrador deve
aproveitar o melhor de cada homem, aproveitar seus pontos fortes e não
seus pontos débeis e não ir contra a sua natureza, a esta teoria se tem
denominado também “Administração por qualidades”, o objetivo desta é
modificar a posição do gerente autocrático e unilateral e supeditar as
necessidades da organização sobre as necessidades dos indivíduos. Sua
forma de autoridade é balanceada e a motivação é outorgar
recompensas, geralmente econômicas para que o indivíduo aceite
direção e controle.
O autor utiliza duas condições extremas do indivíduo. Numa
delas contempla um indivíduo apático e irresponsável e, no sentido
oposto, tudo ao contrário, segundo:
49
Teoria X
Suposições
A pessoa não gosta de trabalhar;
As pessoas trabalham unicamente por dinheiro;
As pessoas são irresponsáveis e carecem de iniciativa.
Políticas
Deve-se dar aos indivíduos tarefas simples e repetitivas;
Deve-se vigiar de perto as pessoas e estabelecer controles
rígidos;
Dever-se-ão estabelecer regras e sistemas de rotina.
Expectativas
Controlando rigidamente as pessoas, alcançará os modelos
fixados.
Teoria Y
Suposições
As pessoas têm iniciativa e são responsáveis;
As pessoas ajudam a alcançar os objetivos que consideram
valiosos;
As pessoas são capazes de auto controlar-se e auto dirigir-se;
As pessoas possuem maiores possibilidades que as que
atualmente usam.
Políticas
Desenhar o ambiente propício para que os subordinados
contribuíssem com todo seu potencial à organização;
Os subalternos devem participar nas decisões;
O chefe deve contribuir para que seus colaboradores ampliem
suas áreas de autocontrole e autodireção.
Expectativas
A administração melhorará pelos aportes dos subordinados;
Os objetivos da empresa serão alcançados em conjunto;
A satisfação das pessoas se incrementará como resultado de sua
própria contribuição.
50
Finalmente, Douglas McGregor, estabelece que “nunca ninguém
se dedicou de forma entusiasta a algo que não deseja, pelo qual não se
interessa ou que não está dentro de suas aspirações.” As teorias de
McGregor devem apoiar-se nas qualidades naturais do indivíduo e
incrementá-las. Acreditamos que são indispensáveis para a consecução
rápida de metas grupais para a empresa construtora e se a isto
acrescentamos o conceito de complementação e de responsabilidade
compartilhada, é provável que ditas metas sejam alcançadas mais
rapidamente (SALAZAR, 1998).
Seguindo com a evolução da gestão de pessoas, encontramos a
Peter F. Drucker consultor norte americano cuja teoria envolve nas
organizações os aspectos sociológicos, psicológicos, técnicos e
administrativos, num entorno balanceado e global, firmando as bases
filosóficas da administração por objetivos; desse modo pretende-se
contrapor a burocracia por meio de resultados. Sua forma de autoridade
foi balanceada e, por convencimento, sua motivação o logro de
resultados tangíveis, a troca de ativismo.
Apresentam-se a continuação, os pontos de apoio desta teoria:
Os executivos devem trabalhar menos tempo, sendo mais
efetivos;
Os executivos devem dedicar todo seu esforço àquilo em
que contribuem mais, para os resultados de sua empresa;
A maioria dos executivos planeja e vive na perspectiva do
passado ou do presente, raras vezes na do futuro;
A maioria dos executivos dedica a maior parte de seu
tempo à solução de problemas, não obstante que o único
benefício que se consegue é voltar à normalidade. Caso se
dedicassem a desenvolver oportunidades seriam mais
eficazes;
Os executivos têm a tendência a fechar-se em seus
negócios, corrigindo erros, em vez de sair a buscar
oportunidades. Por dentro fontes de custo, por fora
estão as utilidades;
Os executivos trabalham muito, mas logram pouco, porque
não têm consciência de seus resultados;
As empresas líderes são aquelas que inovam mais;
As empresas líderes são as que fazem crescer seu mercado.
51
No parecer de Salazar (1998), os oito pontos de apoio de Peter F.
Drucker têm uma validade definitiva na empresa construtora.
Segundo Salazar (1998), dos autores na data conhecido, foram
derivados de acordo com suas tendências, diferentes correntes
administrativas, as quais costumam classificá-las em:
Cientifica ou Tradicional: Cujos principais exponentes
foram Frederick W. Taylor e Frank Gilbreth, com uma
forma de autoridade rígida e severa queriam conseguir o
incremento de produtividade. Seus pontos de apoio foram:
a observação sistemática dos acontecimentos da produção;
a separação de trabalhos mentais de manuais, a seleção de
pessoas de acordo com os cargos; a responsabilidade
compartida entre administração e mão de obra e o
estabelecimento de tarefas com recompensas e sanções.
Do Comportamento Humanista: Seus principais expoentes
foram Henry L.Gantt e Elton Mayo, de forma
compreensiva e conciliadora propuseram reconhecer a
importância do ser humano em qualquer esforço
cooperativo. Seus pontos de apoio foram: o administrador
motiva as pessoas para realizar o trabalho; estuda as
relações interpessoais dos trabalhadores; estuda a dinâmica
de grupos e os motivos individuais; introduz à
administração a psicologia e a sociologia e considera que o
administrador deve conhecer e compreender as
necessidades de seus trabalhadores para satisfazê-las.
Sistêmica ou do Processo Administrativo: Seu principal
expoente foi Henry Fayol, que com uma forma de
autoridade justa e equilibrada quis isolar e analisar os
conceitos e princípios da administração com os seguintes
pontos de apoio: identificação de princípios em que se
baseia a administração; definição da importância do
planejamento; definição da organização como uma
integração de recursos materiais e humanos; definição da
importância da direção e a coordenação; definição da
importância do controle como um sistema de revisão;
definição da administração como uma atividade comum a
todos os objetivos grupais e definição dos 14 princípios do
processo administrativo.
52
De modo geral, pode-se afirmar que as empresas se encontram
em uma etapa de transição para uma espécie de trabalho mais
qualificado, enriquecido, autônomo e polivalente, com vistas a superar o
antigo paradigma produtivo instalado pelo Taylorismo destacando-se em
tal sentido, na área da construção civil, o sistema da Lean Construction.
A Terceira revolução Industrial, calcada no paradigma do
conhecimento e da inteligência, vem incorporando, crescentemente,
características flexíveis e polivalentes, transformando as empresas em
um organismo complexo e inteligente, capaz de aprender, assimilar
rapidamente novas necessidades e ajustar-se. Essa tendência à
flexibilidade, responderia às necessidades de competir em qualidade e
em diferenciação de produtos, levando as empresas a adotarem novo
padrão de organização (AMARAL, 2004).
A mesma autora acredita que os impactos dessa tendência, para
os processos de trabalho, seriam múltiplos, entre outros, exigiria a
participação direta da força de trabalho na condução do processo, para
operar e reprogramar os ajustamentos necessários nos equipamentos, as
tarefas exigiriam a compreensão global do processo produtivo, o que
exigira um nível de qualificação amplo e polivalente dos operários. As
intervenções decisórias de produção reduziriam a distancia hierárquica
entre a gerência e o trabalhador do chão de fábrica, modificado, por
conseguinte, o padrão de relacionamento entre gerência, engenharia e
produção.
Isso possibilitaria aprofundar o vel de conhecimentos tácitos,
não codificáveis e específicos de cada unidade da empresa e ampliar-se-
ia a necessidade de investir em organização e coordenação do processo
de produção (AMARAL, 2004).
2.3 PRODUTIVIDADE
A indústria da construção civil possui características intrínsecas
que levam à geração de incertezas no processo produtivo como grande
número de insumos e de intervenientes no processo de produção,
variabilidade do produto e das condições locais, natureza dos processos
de produção (ritmo controlado pelo homem), falta de domínio das
empresas sobre seus processos, vulnerabilidade associada a fatores
climáticos e ao longo tempo que as obras levam para serem concluídas
(FORMOSO et al., 1999; KOSKELA, 2000).
A eficiência nos processos produtivos surge, então, como um
objetivo a ser alcançado pelas empresas construtoras, a fim de garantir a
53
sua lucratividade e, por conseguinte, assegurar sua permanência no
mercado (ARAUJO; SOUZA, 2001).
Os mesmos autores mencionam que para determinar a eficiência
na transformação dos recursos presentes na obra, bem como detectar e
quantificar a influência de fatores que possam ser relacionados a perdas
dessa eficiência, caracteriza-se como um potente instrumento para se
balizar a busca da melhoria do processo de produção de obras.
Santos e Heineck (2004) classificam as atividades que causam
interrupção no fluxo de trabalho e ressaltam a importância de considerá-
las dentro dos serviços de construção de modo que a gerência evite
paradas na produção. Denominadas pelos referidos autores de atividades
facilitadoras, as mesmas buscam remover as restrições nos processos
para promover melhorias no fluxo produtivo.
2.3.1 Conceito de Produtividade
De modo geral, o termo produtividade pode ser definido de
inúmeras maneiras. Esta variação depende da ótica, do contexto e do
objetivo em que está sendo empregado, além das experiências,
percepção e conhecimento pessoal de quem o está empregando. Souza
(1998) apresenta o seguinte conceito: “Considera-se que produtividade
seja a eficiência em se transformar entradas em saídas num processo
produtivo. Dentro dessa definição, o estudo da produtividade, no
processo de produção de obras de construção civil, poderia ser feito sob
diferentes abordagens. Assim é que, em função do tipo de entrada
(recurso) a ser transformada, poder-se-ia ter o estudo da produtividade
com pontos de vista: físico, no caso de se estar estudando a
produtividade no uso dos materiais, equipamentos ou recursos humanos;
financeiro, quando a análise recai sobre a quantidade de dinheiro
demandada; ou social, quando o esforço da sociedade como um todo é
encarado como recurso inicial do processo”.
O estudo da produtividade dos recursos humanos é, portanto, uma
análise de produtividade física de um dos recursos utilizados no
processo produtivo, qual seja, os operários da construção (DA CRUZ,
2006).
Para isso considera-se importante a utilização de um sistema de
indicadores de aspecto estratégico como forma de obter uma visão
realista do desempenho das organizações. Conforme ressalta Lima
(2005), “a estratégia se torna o ponto de partida para a concepção de
sistemas de medição de desempenho”.
54
Costa; Formoso; Lantelme (2002) observam, ainda, que “o
processo de vinculação entre objetivos estratégicos e os indicadores de
desempenho oferece uma visão global do desempenho da empresa”.
Tais afirmações reafirmam a necessidade de se obter uma
metodologia de avaliação do desempenho de uma empresa por um
sistema de indicadores (FONSECA, 2006).
Segundo Oliveira (2003), o conceito de produtividade associada a
um dado sistema produtivo utilizado no trabalho é o de um índice que
compara a produção do sistema com os insumos que foram consumidos
para essa produção em um período (dia, mês ou ano). Esse número,
designado como índice de produtividade, é expresso pela Equação:
física Produção
Hhou as trabalhadHoras
adeProdutivid =
Cabe mencionar que a produtividade é apresentada na forma de
consumo de recursos por unidade de produção. Utiliza-se essa forma por
ser a mais comum na Construção Civil, principalmente em orçamentos
de obras. Nas indústrias em geral, utiliza-se o inverso da desta Equação,
apresentando produtividade como produção física dividida pelo recurso.
Destaca-se ainda que, na forma adotada no trabalho, quanto maior o
índice de homens-hora (Hh) por produção física, pior será a
produtividade, pois houve um maior consumo de mão de obra por
serviço efetuado (OLIVEIRA, 2003).
Portanto, utiliza-se a medição dos recursos humanos como um
indicador comum na literatura de produtividade e também na
Construção Civil. Esse indicador é de obtenção relativamente simples
para as empresas, porque é possível padronizar as formas de coleta nas
obras. Além disso, a maioria dos processos na Construção Civil ainda
usa intensivamente os operários. Quanto à medição da produção, ela se
refere ao nível de atividades ou serviços, tais como: alvenaria,
revestimentos e pavimentação.
Na medição do insumo recursos humanos, considera-se a equipe
diretamente relacionada à atividade (SOUZA, 2000).
A questão da produtividade dos recursos humanos representa um
item extremamente importante na composição dos custos das obras de
construção. Mais que isso, pode ser considerada como o recurso de mais
difícil gestão no canteiro de obras (SOUZA, 1996).
55
O conhecimento da produtividade dos recursos humanos, bem
como o entendimento das razões que a fazem ser melhor ou pior,
constitui ferramentas importantes para apoiar as decisões dos
engenheiros de construção civil.
As vedações verticais representam algo entre 3,5% a 8% do custo
total da construção de edifícios habitacionais e comerciais, chegando-se
a 11% para edifícios populares (REVISTA CONSTRUÇÃO, 1999).
Para esse serviço, os custos com os operários representam algo em torno
de 50% dos custos totais. Portanto, a importância financeira, somada à
importância técnica de tal serviço, justifica o interesse em se estudar a
produtividade dos recursos humanos que o executa (ARAUJO; SOUZA,
2001).
A medição do desempenho atual do sistema de produção
transforma-se em ponto de partida na implementação de qualquer
sistema de melhoramento. A identificação de perdas, por meio de
técnicas, tem sido utilizada como medida indireta de produtividade,
que assume que ao identificar as categorias e causas das perdas na
construção e reduzi-las, incrementa-se a produtividade.
Adicionalmente Niebel (2001) escreve que o aumento da
produtividade refere-se ao incremento da produção por hora de trabalho
ou por tempo gasto. Como base fundamental para o melhoramento da
produtividade encontram-se os recursos humanos, que esses são o
capital mais importante de toda a empresa. “Alguns autores mencionam
o capital como o recurso essencial para o desenvolvimento industrial e
outros mencionam a tecnologia como o fator que incrementa a mesma.
Se bem que estes recursos são importantes, o capital pode ser
desperdiçado pelas pessoas e a tecnologia não serve de nada sem
pessoas que se comprometam e aprendam a utilizá-la bem” (MIYAI,
2002).
Os índices de produtividade conjugam então assim no
estabelecimento de metas realistas e pontos de controle para levar a cabo
atividades de diagnóstico durante um processo de construção,
assinalando os estrangulamentos e travas do rendimento. Além disso,
sem um bom sistema de medição não pode existir melhora nas relações
de trabalho ou uma correspondência entre as políticas relativas à
produtividade, os níveis salariais e a distribuição dos lucros.
56
2.3.2 Estratégias para melhorar a produtividade (KHAN, 1993):
Assessoramento prático (ajudar no “como fazer” no lugar
de impor o “você deve”);
Identificar e aplicar soluções de baixo custo;
Desenvolver soluções orientadas a melhorar
simultaneamente as condições de trabalho, a qualidade da
construção e a produtividade do trabalho;
Conceber melhoras adaptadas às situações reais totais;
Pôr ênfase na obtenção de resultados concretos;
Vincular as condições de trabalho com os demais objetivos
gerenciais;
Usar como técnica a aprendizagem por meio da prática;
Alentar o intercâmbio de experiências;
Promover a participação dos trabalhadores;
Desenhar corretamente os postos de trabalho;
Usar eficientemente a maquinaria;
Ter serviços de bem estar no lugar de trabalho;
Melhorar as condições e o meio ambiente de trabalho.
2.3.3 Vantagens da produtividade nas empresas de construção:
Maior competitividade;
Satisfação do cliente;
Confiança dos clientes e dos fornecedores;
Permanência no mercado a médio e longo prazo;
Diminuição e cumprimento dos prazos de entrega;
Diminuição de custos;
Uso eficiente dos recursos naturais e da força de trabalho,
alcançando com isto a redução de desperdícios de matérias
primas;
Eliminação de deslocamentos desnecessários de materiais
e de trabalhadores;
Evitar atrasos nas datas de término de cada elemento na
obra;
A redução dos tempos mortos de máquinas;
Poupança de energia.
57
Do mesmo jeito, Thomas (1987) sugere que o ambiente de
trabalho pode ser afetado por causas indiretas como resultado do
incremento ou aceleração do ritmo de trabalho; principalmente a
programação de horas extras, cujo emprego em lugar de proporcionar
um aumento na produtividade dos recursos humanos, pode ocasionar um
efeito em sentido contrário. Por seu lado, o conteúdo do trabalho afeta a
produtividade devido as mudanças relacionadas com as especificações e
qualidade, grau de dificuldade, alcances e características do desenho,
que frequentemente apresentam-se durante o desenvolvimento de uma
mesma obra, segundo a parte específica do projeto que se executa a cada
dia.
2.3.4 Conceito de perdas
Segundo Santos et al. (2000), definem-se perdas como qualquer
ineficiência que se reflita no uso de equipamento, materiais e mão de
obra em quantidades superiores àquela necessária à produção da
edificação. Nesse caso, as perdas englobam tanto os desperdícios de
materiais quanto à execução de tarefas desnecessárias que geram custos
adicionais e não agregam valor.
As atividades que compõem um processo podem ser classificadas
como:
Atividades de conversão são as atividades necessárias à
transformação dos materiais em produtos acabados.
Geralmente agregam valor ao produto, podendo, no
entanto, existir atividades de retrabalho ou atividades não
percebidas pelo cliente, as quais não agregam valor.
Atividades de fluxo são atividades de inspeção,
movimento e espera de materiais, necessárias até que haja
uma evolução nos procedimentos, não agregam valor ao
produto.
Santos (2000) classifica as perdas de acordo com a possibilidade
de serem controladas, de acordo a sua natureza e da sua origem:
Perdas segundo o seu controle: podem ser consideradas
inevitáveis quando não possui um desenvolvimento
tecnológico eficiente para evitá-la; e evitáveis quando
58
existe a tecnologia e não se faz uso dela. O uso de
processos mais eficientes está diretamente ligado aos
custos de ocorrência e os de prevenção.
Perdas segundo sua natureza: diversas são as possíveis
causas, por exemplo: superprodução, tempo de espera,
transporte, substituição, no processamento, estoques,
movimentos desnecessários (layout), materiais não
conformes etc.
Perdas segundo sua origem: refere-se ao fato de todas as
perdas, ocorrerem oriundas da falta de planejamento dos
diversos setores envolvidos. Por exemplo, perda por
substituição ocorre por falha do setor de suprimento, perda
por transporte falha da gerência de obra (layout), etc.
Na indústria da construção é comum ocorrência de todos os tipos
de perdas descritas acima.
Perdas segundo o seu controle: os programas de inovação e
aperfeiçoamento dos processos desenvolvidos na empresa
são uma possível solução pra se reduzir este tipo de perda,
por meio do contato com novas tecnologias, por exemplo.
Perdas segundo sua natureza: não obra que no final do
dia parte da argamassa não seja jogada fora devido ao
excesso de produção ou ocorra sobra de concreto usinado
nos caminhões quando da concretagem de uma laje.
Perdas, segundo sua origem: situação comum ao se realizar
a compra de tijolos cerâmicos, vir uma quantidade
insuficiente de meio-tijolo para o fechamento da alvenaria
ou por falta de compromisso do funcionário responsável
pelo assentamento, quebrar-se um tijolo para utilizá-lo
como substituto; no armazenamento inadequado da areia é
comum com a chuva se perder uma quantidade razoável de
material.
As perdas são a primeira e melhor oportunidade de se demonstrar
a eficácia dos programas de aperfeiçoamento das atividades, pois as
melhorias são identificadas imediatamente e em geral são quantificáveis
(HOLANDA, 2003).
59
Entretanto, uma parcela que não agrega valor pode ser
considerada inerente ao determinado processo, na medida em que não
pode ser eliminado sem uma mudança no método de trabalho.
Pode–se assim admitir que exista um nível aceitável de perdas
(perda inevitável) que pode ser reduzido por meio de uma mudança
significativa no patamar de desenvolvimento tecnológico e gerencial da
empresa.
Considerando esse pressuposto, as perdas podem ser classificadas
da seguinte forma:
a) Perdas inevitáveis (ou perda natural): corresponde a um
nível aceitável de perdas, que é identificado quando o
investimento necessário para sua redução é maior que a
economia gerada.
b) Perdas evitáveis: ocorrem quando os custos de ocorrência
são substancialmente maiores que os custos de prevenção.
São consequências de um processo de baixa qualidade, no
qual os recursos são empregados inadequadamente.
A vantagem nesse conceito de perdas é a apresentação dos efeitos
da variabilidade existente na execução do processo construtivo, tanto no
aspecto de perda de tempo, como na perda de recursos financeiros.
O controle da produtividade da mão de obra e o tamanho da
equipe durante a realização da atividade se configura em um controle
proativo. Uma vez que tal indicador apresenta relação direta com o
prazo final de produção, seu controle possibilita a atuação, em tempo
hábil sobre o processo de modo a garantir o prazo estimado
(ANDRADE, 2005).
2.4 QUALIDADE
Antes mesmo de a civilização conhecer o escambo, o comércio,
antes da invenção da moeda, o homem se preocupava com a
qualidade. Isso se observa na seleção dos alimentos que seriam
ingeridos. Quando da descoberta do fogo passou a cozinhar os
alimentos, procurando a qualidade no paladar.
O código feito por Hamurabi, rei da Babilônia, profere o
seguinte: “Se um construtor ergue uma casa para alguém e seu trabalho
não for sólido e a casa desabar e matar o morador, o construtor
60
deverá ser morto”, indicando a preocupação com a qualidade nos
serviços. Inspetores fenícios amputavam a mão do fabricante de um
produto que não estivesse em conformidade com as leis governamentais.
Na época da Revolução Industrial, por volta do século XVII,
iniciou-se a produção em massa de bens manufaturados, causando um
grande problema aos artesãos, que estavam acostumados a ter seus bens
sob medida.
O sistema industrial do século XIX dividiu as operações
complexas de montagem dos produtos em processamentos simples, mas
a qualidade era ainda apenas responsabilidade do departamento de
fabricação, sendo o prazo de produção o fator priorizado.
Com o advento da Segunda Guerra Mundial houve a necessidade
de melhorar a qualidade dos produtos. Muitas empresas implementaram
programas de certificação de fornecedores e técnicas de análise de
falhas.
Segundo Longo (1996), logo após a Segunda Guerra Mundial, o
Japão apresentou-se ao mundo literalmente destruído e precisando
iniciar seu processo de reconstrução. W.E. Deming foi convidado pela
Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE) para proferir
palestras e treinar empresários e industriais sobre controle estatístico de
processo e sobre gestão da qualidade. O Japão iniciou, então,
paralelamente, a revolução tecnológica do Ocidente e chega a se
confundir com uma revolução cultural. Essa mudança silenciosa de
postura gerencial proporcionou ao Japão o sucesso de que desfruta até
hoje como potencia mundial.
A crise dos anos 70 trouxe à tona a importância da disseminação
de informações. Variáveis informacionais, sócio-culturais e políticas
passaram a ser fundamentais e começaram a determinar uma mudança
no estilo gerencial. Na década de 80, o planejamento estratégico se
consolidou como condição necessária, mas insuficiente se não atrelado
às novas técnicas de gestão estratégica.
A qualidade no Brasil nasceu de um conjunto de preocupações
em torno de transações comerciais, passou pelos primeiros esforços de
política Tecnológica Empresarial, estendeu-se pelas iniciativas de
qualificação de fornecedores levadas a cabo por empresas estatais e
integrou as ações de fomento à Tecnologia Industrial Básica. Encontra-
se na fase de grande expansão, com o processo de abertura da economia,
para o qual foram criados instrumentos e mecanismos, com destaque
para o PBQP-H, Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no
Habitat (Ministério da Ciência e Tecnologia, 2005).
61
Uma outra visão da História da Qualidade e apresentada por
Garvin (1992), dividida em quatro eras, para que se tenha uma melhor
visualização dos estágios evolutivos:
Era da Inspeção: seu interesse principal é a verificação dos
produtos, vendo a qualidade como um problema a ser
resolvido. A ênfase é dada na uniformidade dos produtos, a
medição é feita a partir de instrumentos e o departamento
de inspeção é o responsável pela qualidade, por meio de
classificação, contagem, avaliação e reparo. O enfoque se
dá na inspeção da qualidade.
Controle Estatístico da Qualidade: seu interesse principal é
o controle dos produtos, vendo ainda a qualidade como um
problema a ser resolvido. A ênfase é dada na uniformidade
dos produtos, mas com menos inspeção, sendo que os
métodos de avaliação utilizam-se de ferramentas e técnicas
estatísticas. Os departamentos de fabricação e engenharia
(o controle da qualidade) eram os responsáveis pela
solução de problemas e pela aplicação dos métodos
estatísticos. O enfoque se dá no controle da qualidade.
Garantia da Qualidade: seu interesse principal é a
verificação dos produtos, vendo a qualidade como um
problema a ser resolvido, mas agora sendo enfrentado
próativamente. A ênfase é dada em toda a cadeia de
produção desde o projeto até o mercado consumidor,
contando com a contribuição de todos os grupos funcionais
no impedimento de falhas na qualidade. Programas e
sistemas são os métodos utilizados pelos profissionais no
planejamento, na medição da qualidade e no
desenvolvimento de programas. Todos os departamentos
são responsáveis, envolvendo-se a alta administração
apenas superficialmente com o planejamento e execução
das diretrizes. O enfoque é dado na construção da
qualidade.
Gestão da Qualidade Total: seu interesse principal é o
impacto estratégico, vendo a qualidade como uma
oportunidade de diferenciação da concorrência. A ênfase é
dada nas necessidades do mercado e dos clientes, sendo
que os métodos utilizados para tanto são o Planejamento
Estratégico, o estabelecimento de objetivos e a
62
mobilização da organização. Os profissionais da qualidade
atuam nos estabelecimentos e desenvolvimento de
programas. Todos na empresa são responsáveis, sendo que
a alta administração exerce forte liderança. O enfoque se
dá no gerenciamento da qualidade.
A subdivisão em eras simplifica o entendimento da evolução da
gestão da qualidade, porque assim é possível reconhecer a existência de
simultaneidade entre elas, sendo que de país para país existem grandes
diferenças. Até mesmo dentro de um mesmo país as empresas podem se
encontrar em estágios diferentes.
Observa-se que, na atualidade, os programas de qualidade e as
certificações estão convergindo para a era da Gestão da Qualidade Total,
com a implementação de sistemas integrados, atendendo às normas, mas
sem a redundância nos controles.
A qualidade é um conceito antigo, sendo definida por diferentes
autores como conformidade com as especificações, adequação ao uso ou
fator de atratividade do mercado (ALVES, 2001).
A NBR ISO 9000:2000 (ABNT, 2000) define qualidade como o
grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a
requisitos, ou seja, a necessidades ou expectativas que são expressas,
geralmente, de forma implícita ou obrigatória. No item 2.1 da mesma
norma diz-se que “A parte do sistema de gestão da organização cujo
enfoque é alcançar resultados em relação aos objetivos da qualidade,
para satisfazer às necessidades, às expectativas e aos requisitos das
partes interessadas, conforme apropriado”; desta forma, a busca pela
qualidade envolve a conscientização de todas as pessoas da empresa da
importância de sua participação, uma vez que “os objetivos da qualidade
complementam outros objetivos da organização, tais como os
relacionados ao crescimento, captação de recursos humanos,
lucratividade, meio ambiente, segurança e saúde ocupacional”.
O modelo de qualidade proposto pela ISO 9000:2000 baseia-se
numa gestão por processos e da importância à satisfação do cliente e a
um bom grau de relacionamento empresa-cliente. Faz-se aflorar
claramente a necessidade de capacitação dos funcionários nas
organizações em que se pretende implementá-la (VARGAS, 2008).
A tabela 1 mostra as informações necessárias nos documentos
controlados e registros de qualidade para o processo de treinamento da
mesma Norma.
63
Tabela 1 – Documentos e registros necessários
Para... Inclua informações sobre...
documentos
controlados
Identificação das necessidades de treinamento
para o sistema da qualidade
Procedimentos e processo de treinamento
Módulos de treinamento, e
Lista de instrutores qualificados.
registros da qualidade Qualificações do pessoal
Planos individuais de treinamento, e
Resultados do treinamento individual e
certificações necessárias.
Fonte: Adaptação ISO 9000
As perguntas típicas que um auditor pode fazer para o processo
de treinamento da mesma Norma são:
Qual é o processo de treinamento?
Como o pessoal que está executando tarefas específicas é
qualificado com base em formação acadêmica, treinamento
e experiência?
Como os cronogramas de treinamento individual são
desenvolvidos?
Como os resultados do treinamento são verificados por
meio de testes ou exames do pessoal?
Quando necessário, o pessoal é qualificado para tarefas
específicas?
Como são mantidos os registros de treinamento?
Mais recentemente, tem-se observado, também, o foco da
qualidade direcionado à criação de novos e inesperados benefícios para
os clientes e à criação de uma marca própria para a empresa (THOMAS
et al., 2002).
Oliveira (2004) refere que um número cada vez maior de
empresas passou a enfocar a qualidade de uma nova perspectiva, que
vincula a lucratividade ao ponto de vista do cliente. A perda de
rentabilidade ou de participação no mercado abriu os olhos dos
64
administradores para o potencial do fator qualidade como arma
estratégica.
Na gestão estratégica da qualidade, a direção tem de considerar
que a qualidade é um conceito com quatro pontos principais
(OLIVEIRA, 2004):
os clientes devem ter a última palavra sobre as suas
necessidades e expectativas em relação ao produto;
a satisfação relaciona-se com o que a concorrência oferece;
a satisfação é conseguida durante a vida útil do produto e
não apenas na ocasião da compra;
é preciso um conjunto de atributos para proporcionar o
máximo de satisfação a quem o produto atende.
Na gestão estratégica, a qualidade é definida em relação aos
concorrentes e não a padrões fixos e internos. São os clientes e não os
departamentos internos que determinam se um produto é aceitável ou
não. Com isso, a pesquisa de mercado para avaliar a qualidade exigida
pelo cliente é incrementada, assim como as reclamações dos clientes
passam a ter novo papel, sendo tratadas não como más notícias
potencialmente prejudiciais, mas como informações valiosas
(OLIVEIRA, 2004).
Souza (2002) refere que para o sucesso da implementação de
sistemas de gestão da qualidade é necessária uma mudança radical nas
empresas, por meio da reestruturação do trabalho, redefinição do papel
gerencial, aprendizado de novas técnicas por toda a empresa e
reorientação dos objetivos da organização. Ou seja, o autor sugere que a
gestão da qualidade é difícil de implementar na sua totalidade.
Por sua parte Manas (2004) considera que um processo de
gerenciamento com qualidade é composto pelo controle da qualidade,
que deve utilizar técnicas padronizadas, atualizadas e inovadoras. A
ênfase deve estar sempre sobre a gestão e que se promover
flexibilidade, agilidade, mudança constante e a busca de novo, não
só pela resolução de problemas, mas principalmente pela criatividade, e
pelo risco de sair na frente.
Hernandes e Jungles (2003), após visitas às empresas, concluíram
que a implantação do sistema de gestão da qualidade trouxe benefícios
internos e externos às empresas, como uma nova maneira de pensar, de
desenvolver uma visão sistêmica e, de definir as responsabilidades e
atribuições dos setores, fazendo com que todos trabalhem com maior
65
interação rumo a objetivos comuns definidos em função das
necessidades das empresas.
Para as organizações é necessário trabalhar com um conceito de
qualidade que leve todos estes fatores em consideração, portanto para
atender às necessidades dos consumidores, clientes e da sociedade em
geral, deve-se ter não só um bom produto (consumidor), mas também
que haja produtividade e rentabilidade (acionistas), em um bom
ambiente de trabalho, que possibilite o crescimento do ser humano
(empregados) e que respeite a legislação, o meio ambiente, e possibilite
o progresso social, clientes, sociedade de maneira geral (HOLANDA,
2003).
As empresas que buscam a qualidade registram medições
indicativas do que realmente está ocorrendo no negócio. Estas medições
ajudam às empresas a prever as mudanças no nível de ingressos entre
estas medições, temos (SADGROVE, 1997):
Produtividade: É uma medição fácil, pois toda empresa
sabe quanto produz. A tarefa consiste então em fixar metas
de melhoras;
Desempenho financeiro: As empresas geram registros
financeiros detalhados, mas essas cifras não são sempre
reais; por esse motivo utilizam-se razões financeiras que
permitem determinar o progresso corporativo. É
conveniente fazer notar que, ainda quando os dados
financeiros refletem os êxitos ou fracassos, não explicam
por que aumentaram ou diminuíram os ingressos;
Qualidade da produção: Centra-se em medir o serviço ao
cliente;
Satisfação do cliente: A organização deve verificar sua
resposta às demandas dos clientes (tempos de entrega,
confiabilidade, entre outros). Também pode referir-se a
medir a lealdade dos clientes e o número de queixas;
Atitudes dos trabalhadores: Se os operários e
empregados estão desmotivados, a qualidade da obra ou
produto declinará e o mesmo acontecerá com a
produtividade;
Higiene, segurança e meio ambiente. Uma empresa
construtora medirá o número de acidentes anuais.
66
As medições ajudam a empresa a avaliar as melhoras e
determinar as poupanças obtidas. Resulta especialmente importante
contar com registros de medições antes de iniciar os projetos de
melhorias. Uma vez que se começam a obter melhoras, é muito difícil
conhecer qual era a situação antes de iniciar o programa.
A qualidade tem um custo, cada vez que um operário faz mal
alguma peça na obra, a empresa necessita gastar tempo e dinheiro em
corrigir a situação. A peça danificada pode estar a tal grau que constitua
um desperdício, perde-se o custo dos materiais e da mão de obra
utilizados. No entanto, poucas empresas conhecem seu verdadeiro
“custo da má qualidade”.
2.5 A LEAN CONSTRUCTION
Destaca-se que a partir dos anos 90, vem sendo desenvolvida, no
setor da construção civil, uma nova filosofia de produção baseada em
conceitos e princípios das áreas de gestão da produção de indústrias
automobilísticas que se iniciou no Japão baseado no Sistema Toyota de
Produção, desenvolvido nos anos 50 por Shigeo Shingo e Taichi Ohno,
hoje denominada Lean Production, conhecida também no idioma
português como Produção Enxuta.
Segundo Womack et al. (1992) a Lean Production pode ser
entendida como:
“A produção Enxuta é enxuta por utilizar menores
quantidades de tudo em comparação com a
produção em massa: metade do esforço dos
operários na fábrica, metade do investimento em
ferramentas, metade das horas de planejamento
para desenvolver novos produtos em metade do
tempo. Requer também bem menos da metade dos
estoques no local de fabricação, além de
resultarem bem menos defeitos e produzir uma
maior e sempre crescente variedade de produtos”
Aponta Pantaleão et al. (2003) que esse sistema surgiu como
consequência da necessidade de sobrelevar as dificuldades que
atravessou o Japão nessa época, dificuldades tais como: mão-de-obra
cara, economia devastada pela guerra, concorrência externa, mercado
interno limitado e com demanda por vários tipos de veículos, o que
motivou que as empresas tiveram de desenvolver um método para
67
produzir pequenas quantidades de vários modelos de carros, sem
aumentar o custo do produto. Para isso, segundo Ohno (1997) foi
necessário ensinar aos operários a reduzir os lotes e tempos de troca de
ferramenta exigindo repetidos treinamentos no local do trabalho.
Dentre os princípios da filosofia da Lean Production ressalta-se
que os mesmos basearam-se inicialmente, em duas filosofias básicas: O
JIT (Just in Time) e o TQM (Total Quality Management). O primeiro
tem como objetivo a chegada das peças à linha de montagem somente
no instante e na quantidade necessária, ou seja, sem estoque, e fazer
qualidade a montante (upstream) para garantir que tudo chegue em
ordem no final do processo ou fluxo (downstream). O segundo refere-se
à utilização de sistemas de gestão da qualidade, com o objetivo de
controlar seus processos produtivos e de padronizar os procedimentos.
Cabe destacar que Ohno (1997) consolida as idéias que implantou
na Toyota do Japão desde os anos 60 e, por essa razão, alguns autores o
consideram como o pai do Modelo Japonês, por esse motivo os
princípios desse modelo são conhecidos como princípios de Ohnoísmo.
Ohno (1990) reconhece que todo planejamento é imperfeito em
relação à execução e, por essa razão, passa a atribuir aos próprios
trabalhadores responsáveis diretos pelo perfeito andamento do processo,
uma determinada autonomia de decisões que lhes permita atender às
necessidades do cotidiano da produção sem recorrência à engenharia, e
para isto Ohno (1990) defende a necessidade da polivalência do
trabalhador.
Ghinato (2000), ao comentar esse modelo, define o objetivo do
Sistema Toyota de Produção, Lean Production, como sendo o de
atender da melhor maneira as necessidades do cliente, fornecendo
produtos e serviços da mais alta qualidade ao mais baixo custo e no
menor tempo (lead time) possível.
Segundo Shingo (1996), o sistema “visa à eliminação de perdas,
entendendo-se perdas como a utilização de quaisquer recursos na
quantidade acima da mínima necessária para obter a satisfação dos
clientes”. Nesse sentido, Shingo (1996) e Ohno (1997) referem que
existem Sete tipos de perdas em processos industriais:
a. Por superprodução: quando os itens são produzidos antes
de serem solicitados, gerando estoques desnecessários ou
em quantidade excessiva;
68
b. Por espera: acontecem quando um lote espera, enquanto o
anterior é processado; e quando uma peça é processada,
enquanto as outras permanecem esperando;
c. Por transporte: a movimentação de materiais ou produtos
gera custo e não agrega valor;
d. Por processamento: são perdas relacionadas a partes do
processamento que não agregam valor ou que podem ser
eliminadas sem afetar a qualidade do produto;
e. Por estoque: os estoques podem ser reduzidos, segundo
Shingo (1996) por meio da produção em pequenos lotes,
pela redução do tempo de ciclo de produção, redução do
tempo de organização entre outras;
f. Por movimento: os movimentos realizados pelos
trabalhadores e que não são necessários para a realização
das atividades;
g. Por produtos defeituosos: a produção de produtos
defeituosos deve ser evitada por meio das inspeções
efetivas, autoinspeção e verificações de qualidade mais
frequentes.
Para que as perdas sejam reduzidas, o produto deve seguir em um
fluxo contínuo com nivelamento da produção. Os operadores são
treinados em várias funções dentro das habilidades e limitações
possíveis, permitindo que o trabalho se desenvolva sem paradas
desnecessárias. A autonomia da equipe de produção, requisito
indispensável para o bom desempenho do arranjo celular, implica a
responsabilidade do grupo pela qualidade do produto final. Também a
compensação financeira advinda dos ganhos obtidos influencia o
desempenho dos operadores e o aumento da produtividade.
Fujimoto, apud Pantaleão et al. (2003), apresenta um conjunto de
práticas e técnicas de Gestão de Produção que permitiram à Toyota, por
meio da operacionalização do novo sistema, alcançar as vantagens
competitivas:
redução de perdas (muda), balanceamento do fluxo de
produção (mura) e diminuição da carga de trabalho (muri);
redução de estoques (Kanban);
nivelamento do volume de produção e do leque de
produtos;
69
redução dos tempos de preparação e dos tamanhos de lote;
lote unitário de transferência entre máquinas;
trabalhadores e tarefas multifuncionais em um Layout
celular;
detecção de defeitos e parada automática de máquinas (
poka-yoke);
resposta em tempo real aos problemas de produção;
inspeção direta feita pelos trabalhadores;
limpeza, ordem e disciplina no local de trabalho;
gerenciamento visual;
padronização para melhoria da qualidade;
atuação dos trabalhadores na manutenção produtiva
(TPM).
Coutinho (1993) enfatiza que vários estudos m indicado as
virtudes dos grandes grupos japoneses, dentre as quais pode-se citar: sua
intimidade com a prática de sistemas duradouros de cooperação,
inclusive com unidades subcontratadas fora do grupo, na forma de
kanban, just in time, qualidade total é o que permite um padrão de
produção que minimiza a retenção de estoques, reduz custos e obtém
altos níveis, facilitada pela relação estável de emprego, pelos contratos
salariais de longo prazo associados a um sistema de funções, de
promoção e de rotação de cargos, que estimula a polivalência, a
competência e a produtividade. Esse ambiente organizacional propicia
um grau mais avançado de descentralização das decisões de produção,
com gerência on-line e co-responsabilidade dos trabalhadores, crucial
para o uso de técnicas flexíveis.
Shingo (1996) afirma que o Sistema Toyota de Produção deve ser
considerado como fundamental na área da Engenharia da Produção e
que seu objetivo principal consiste em capacitar as organizações para
responder com rapidez às constantes flutuações da demanda do
mercado, por meio do alcance efetivo das principais dimensões da
competitividade: flexibilidade, custo, qualidade, atendimento e
inovação.
Um dos precursores para a aplicação dos conceitos e princípios
propostos pela Lean Production, na área da construção civil foi
Koskela (1992) através do trabalho Aplication of the New Production
Philosophy to the Construction Industry”, e o qual inspirou a posterior
70
fundação do Grupo Internacional pela Lean Construction (IGLC), com
o objetivo de estudar e difundir essa nova filosofia.
Segundo Koskela (1992), essa nova filosofia de produção, baseia-
se em onze princípios norteadores:
1. Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor;
2. Consideração aos requisitos dos clientes;
3. Redução da variabilidade;
4. Redução do tempo do ciclo;
5. Minimização do número de passos e partes;
6. Aumentar a flexibilidade de output;
7. Aumentar a transparência dos processos;
8. Focar o controle no processo global;
9. Introduzir a melhoria contínua no processo;
10. Equilibrar melhoria de fluxo e melhoria de conversão;
11. Benchmarking.
De acordo com Seymour et al. (1997) a Lean Construction,
Construção Enxuta, é uma filosofia, uma nova forma de pensar, falar e
reformular o processo e organização na construção. Entretanto, vale
destacar que para que esses princípios sejam implantados, é necessária a
concorrência dos seguintes fatores:
Comprometimento da administração;
Foco nas melhorias mensuráveis e variáveis;
Envolvimento dos empregados;
Aprendizado contínuo.
Segundo Isatto (2000), na construção enxuta, o conceito de
perdas está fortemente associado à noção de agregar valor e não está
limitado, apenas, ao consumo excessivo de materiais. Assim, as perdas
estão relacionadas ao consumo de recursos de qualquer natureza, tais
como materiais, recursos humanos, equipamentos e capital, acima da
quantidade mínima necessária para atender aos requisitos dos clientes
internos e externos.
O modelo conceitual fundamental, na área da construção civil,
define a produção como um conjunto de atividades de conversão que
transformam insumos (materiais, informação) em produtos
intermediários (por exemplo, alvenaria, estrutura, revestimentos) ou
71
finais (edificação). Por essa razão ele também é denominado modelo de
conversão.
Esse modelo apresenta deficiências tais como:
a. A não consideração de custos de atividades que não
agregam valor como transporte, esperas e retrabalhos. O
controle da produção e melhorias é aplicado em
subprocessos individuais e não em um sistema global.
Pode-se tentar melhorar o processo com inovações
tecnológicas, mas sem reduzir as perdas por transporte e
espera, o que pode gerar uma melhoria mínima;
b. A não consideração dos requisitos dos clientes pode
permitir a produção de produtos com alto custo
desnecessariamente.
Em contradição a esse modelo, Womack et al. (1996) definem a
expressão pensamento enxuto (lean thinking) como sendo uma forma de
especificar valor alinhar na melhor sequência as ações que criam valor,
realizar essas atividades sem interrupção toda a vez que alguém as
solicita e realizá-las de forma cada vez mais eficaz – fazer cada vez mais
qualidade, rapidez e variedade com cada vez menos custos.
De acordo com Picchi (2001), Womack e Jones (1999) são os
criadores do termo Lean Thinking (Pensamento Enxuto) ampliando para
toda a empresa, os conceitos de Lean Production. Esses autores
estabelecem as bases do pensamento Enxuto em cinco princípios:
Valor: Especificar e melhorar o valor. A grande ênfase,
nesse princípio, é que valor deve ser identificado a partir
da ótica do cliente. Embora pareça óbvio, são inúmeros os
exemplos de empresas que projetam seus produtos e
determinam a forma como os serviços serão prestados,
negligenciando os aspetos fundamentais para os clientes.
Cadeia de valor: identificar a cadeia de valor e remover
os desperdícios. Quando se acompanha a realização de um
produto, desde a matéria prima a sua entrega ao
consumidor final, observam-se inúmeras atividades que
não agregam valor, do ponto de vista do cliente, via de
regra, repetidas vezes: transportes, estoques, retrabalhos.
Em geral, diversas empresas participam dessa cadeia de
valor, com visão restrita a suas atividades, não enxergando
desperdícios que ocorrem, considerando-se a cadeia.
72
Fluxo: fazer o produto fluir. A produção do ponto de vista
do pensamento enxuto é um fluxo contínuo, peça a peça,
sem estoques intermediários nem paradas. Isso traz
inúmeros benefícios, dentre os quais: menores tempos de
produção, obrigatoriedade de qualidade 100% e eliminação
de rios tipos de desperdícios, tais como movimentos e
transportes desnecessários.
Puxar: deixar o cliente puxar. Para o Pensamento Enxuto,
produzir mais que o necessário criando estoques,
superprodução, é a forma de desperdício mais combatida,
inclusive por ser uma cultura largamente difundida pela
produção em massa. Produção Enxuta significa na
quantidade certa, na hora certa e somente para atender a
demanda exigida.
Perfeição: gerenciar em direção à perfeição, com
participação dos níveis operacionais, identificando as
causas dos problemas, faz parte do pensamento enxuto e
conta com métodos específicos baseados em 5 por quês,
ferramentas da qualidade.
A aplicação deste pensamento enxuto na construção civil assume
que um processo consiste em um fluxo de materiais, desde a matéria
prima até o produto final, sendo o mesmo constituído por atividades de
transporte, espera, processamento e inspeção. As atividades de
transporte, espera e inspeção não agregam valor ao produto final, sendo,
por essa razão, denominada atividades de fluxo ( KOSKELA, 1992;
ISATTO, 2000).
Nesse sentido, a Série Sebrae Construção Civil, Lean
Construction: diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na
construção civil, aponta que nem toda atividade de processamento
agrega valor ao produto. Por exemplo, quando as especificações de um
produto não foram atendidas após a execução de um processo e existe a
necessidade de retrabalho, significa que atividades de processamento
foram executadas sem agregar valor. É evidente que os itens definidos
nos orçamentos convencionais e nos planos de obra implicitamente
contêm as referidas atividades de fluxo. Entretanto, o fato de que as
mesmas não são explicitadas dificulta a sua percepção e prejudica a
gestão da produção.
73
Um processo somente agrega valor quando satisfaz os requisitos
dos clientes internos e externos, sendo que o fluxo de trabalho
representa as operações executadas pelas equipes no canteiro de obras.
Para tanto, implementar o pensamento enxuto na construção
requer mais do que uma mudança nos procedimentos, requer uma
mudança no modo de pensar e construir.
Segundo Santos et al. (1999), o setor da construção civil buscou
inspiração nas práticas da manufatura seriada para organizar o processo
de produção. Embora algumas das propostas tenham logrado relativo
sucesso, ainda se apresentam com soluções bastante limitadas para a
melhoria efetiva do processo produtivo da construção civil.
Por conseguinte, Howell e Ballard (1999) asseguram que os
trabalhadores passam a ter mais autonomia nas decisões produtivas e no
enriquecimento do trabalho, como uma conseqüência da aplicação dos
princípios lean, considerando em tais princípios a distribuição de
tomada de decisão, polivalência e busca de um melhor desempenho.
Ainda ressaltam que saúde e segurança são melhores nos regimes
enxutos do que no regime de produção em massa, como na manufatura.
Especificamente na construção civil, os autores ainda argumentam que o
pensamento enxuto seria pré-condição para o principal passo para a
redução dos acidentes.
Howell e Ballard (1997), Koskela (2000) e Hirota et al. (2000)
afirmam que a prática gerencial, usualmente adotada nas empresas de
construção, caracteriza-se por priorizar a utilização de quantidades
excessivas de recursos, tais como materiais, equipamentos, recursos
humanos e tempo, como forma de responder à ocorrência da incerteza.
Os impactos dessa tendência para os processos de trabalho seriam
múltiplos, entre outros, exigiriam a participação direta da força de
trabalho na condução do processo, para operar e reprogramar os
ajustamentos necessários nos equipamentos, as tarefas exigiriam a
compreensão global do processo produtivo, o que exigiria um nível de
qualificação amplo e polivalente dos operários. As intervenções
decisórias de produção reduziriam as distâncias hierárquicas entre a
gerência e o trabalhador do chão de fábrica, modificando, por
conseguinte o padrão de relacionamento entre gerência, engenharia e
produção.
Depara-se, assim, com um novo cenário, no qual exige-se um
trabalhador que possua habilidades múltiplas para operar as modernas
técnicas, deixando para trás o conceito de trabalhador adestrado que
moldou a organização do trabalho durante o período da Segunda
Revolução Industrial. Segundo Bomfin (1995), esse trabalhador era
74
adestrado para a realização de tarefas pré-definidas, não sendo
consideradas suas habilidades intelectuais, nem suas condições
humanas. Visto apenas como uma peça de um processo fragmentado,
possuindo ainda a responsabilidade de atender aos índices de
produtividade exigidos.
Com a preocupação das empresas motivadas por um contexto
produtivo marcado pela busca contínua de qualidade, produtividade e
competitividade, tais solicitações requerem um trabalhador dotado de
atributos diferentes daqueles até então tidos como necessários e
suficientes.
De acordo com Machado (1996), “o novo paradigma de
produção, ao exigir um novo perfil de qualificação da mão-de-obra,
estaria requerendo como uma premissa básica alterações educacionais,
para possibilitar o aumento da qualificação da força de trabalho”.
Dentro desse contexto, diante dos novos desafios desta mudança
na gestão de pessoas, a polivalência dos operários emerge como uma
solução do novo paradigma organizacional.
2.6 POLIVALÊNCIA
A polivalência pode ser definida como a possibilidade de que
uma mesma pessoa possa realizar várias atividades em categorias
distintas, mas com o mesmo perfil. Um exemplo na área da construção
civil seria a capacidade de um operário desempenhar distintos postos na
mesma categoria: armador, carpinteiro, pedreiro.
Segundo Tubino (1999), operadores polivalentes ou
multifuncionais são aqueles que têm condições técnicas de cumprir
diferentes rotinas de operações padrão em seu ambiente de trabalho.
Lima (1995) refere que os trabalhadores são favoráveis à
polivalência e que eles consideram que é bom saber mais, pois assim
surgem mais oportunidades de trabalho, além de o operário poder
permanecer mais tempo no mesmo emprego, sugerindo mesmo que as
empresas deveriam treinar mais, dar mais ofícios para o operário, para
não precisar demitir tanto, ainda veem a polivalência como uma
possibilidade de diversificar o trabalho no canteiro, diminuindo a
monotonia.
Cardoso e Pereira (2004) destacam que embora a polivalência
não tenha sido preconizada como uma característica do que seria o perfil
adequado da mão-de-obra, acredita-se que a mesma possa muito
contribuir por algum período, para a manutenção na empresa dos
75
funcionários que mais tiverem se destacado no desenvolvimento de suas
atividades. Beneficiam-se, assim, empregadores e empregados. Adverte-
se, enfim, que o que não pode persistir é este panorama de elevada
rotatividade que impede a evolução de toda a cadeia da construção civil.
Campinos-Dubernet (1983) apud Lima (1995) acrescentam que a
mudança da estrutura de ofícios que existe na construção de edificações,
por meio da polivalência dos operários, é uma alternativa possível e
suficiente para proporcionar chances de crescimento, reduzir a
rotatividade e despertar interesse dos trabalhadores em ingressar e
manter-se no sub-setor.
Para resgatar o interesse do pessoal, Bobroff (1989) também
apresenta como alternativa a busca da polivalência em substituição à
competência limitada, de maneira que o trabalhador possa exercer maior
número de tarefas ao longo da jornada, ampliando novamente o
conteúdo do trabalho. Nessa via, segundo Campagnac (1989) apud Lima
(1995), o saber técnico não deve ficar circunscrito a um domínio
particular e ainda menos a um oficio, devendo integrar um campo mais
largo e uma visão ampla da execução.
Dorfmann (1998) propõe o reagrupamento dos vários serviços,
instaurando uma tendência de progressiva ampliação do domínio dos
trabalhadores sobre a totalidade dos processos construtivos, como uma
alternativa à sucessão de equipes de trabalho, descontinuidade do ciclo
produtivo e do ritmo de produção decorrente. Todo esforço seria
concentrado, então, no sentido de permitir que cada indivíduo passasse a
enfeixar em suas mãos parcela cada vez maior do processo construtivo,
permanecendo por maior prazo na obra e atenuando a descontinuidade
do ritmo de produção que decorre da constante mudança de equipes.
Scardoelli et al. (1994) apud Serra (2001) apontam que para
reduzir problemas de ociosidade de pessoal nos canteiros de obras e
evitar a demissão dos bons funcionários, algumas empresas passam a
adotar o conceito de polivalência que seria a formação de trabalhadores
com multifunções. Para tal autora essas empresas utilizam essa
polivalência também como uma forma de promoção, atribuindo
acréscimos salariais conforme o número de funções que o empregado
desempenha.
Segundo Batlouni Neto (2004), o pior inimigo do posto de
trabalho é a rotatividade (a rotatividade é medida pela diferença entre
admissões ocorridas em um determinado período em relação ao estoque
de empregados), pois tira da empresa o estímulo de investir em
treinamento e qualificação dos trabalhadores, fazendo com que caia a
qualidade desse posto. De acordo ao mesmo autor, sugestões para
76
redução da rotatividade seriam: reforma trabalhista (redução de
encargos), versatilidade (equipes com tarefas seqüenciais e funcionários
polivalentes) e agilidade (contratação de pequenas empresas).
Na opinião de Kruger (2002), tendo em vista as novas exigências
que se apresentam, cristaliza-se, de forma incisiva, a necessidade de se
proporcionar aos trabalhadores novas oportunidades de aumentarem os
seus conhecimentos e de desenvolverem novas habilidades. Dessa
forma, além de conhecerem os meandros da organização do trabalho e a
inter-relação entre as tarefas e entre os ofícios, os trabalhadores
adquirirão as novas habilidades que a introdução de novas tecnologias
demanda, mesmo que de forma pontual pela implantação de melhorias
no processo e na organização do trabalho. Um processo de
conscientização e de educação para o trabalho, por meio da transmissão
de conhecimentos, se enquadra nessa característica de representar uma
nova tecnologia, sendo uma ação visando a melhorias da qualidade.
Lima (1995) considera que, na construção de edificações, a
polivalência de parte do contingente de trabalhadores é duplamente
necessária e importante, pois proporciona maximização dos tempos de
ocupação e, em decorrência, redução dos tempos improdutivos. Como
os processos construtivos caracterizam-se pela grande variabilidade
interna da quantidade de trabalho necessário, e exigência de
encadeamentos maiores, do que na indústria de montagem, a
polivalência contribuiria para reduzir as constantes interrupções das
intervenções.
Hottenstein e Bowman (1998) expõem que os trabalhadores
polivalentes supõem uma vantagem para o sucesso da flexibilidade
laboral, já que possibilita a capacidade de organizar e trabalhar em
função das demandas do mercado. Ademias, Maw e Sleezer (1995) e
Mc Cune (1994) mostram os benefícios que se podem obter desse tipo
de trabalhadores na redução dos custos, melhoria da qualidade, melhor
uso dos recursos, melhor serviço ao cliente, alta satisfação pessoal.
Conforme Lesse (2002), as vantagens adicionais dos operadores
polivalentes sobre o sistema tradicional de trabalho monofuncional
seriam:
Compromisso com os objetivos globais: por intermédio
da polivalência os operadores têm a oportunidade de ora
serem clientes e ora serem fornecedores, de cada etapa do
processo produtivo, isso facilita o entendimento das reais
necessidades dos seus clientes internos;
77
Redução da fadiga e do estresse: com a rotatividade dos
operadores dentro da célula, quebra-se a excessiva
repetição dos movimentos de uma única operação,
tornando a rotina do trabalho menos monótona e
eliminando o potencial de ocorrer doenças devido a
esforços repetitivos;
Aumento dos conhecimentos: com a rotatividade entre os
postos de trabalho contribui para que os operadores mais
experientes transmitam seus conhecimentos e habilidades
para os mais novos, melhorando o desempenho produtivo,
uma vez que a avaliação é realizada sobre o trabalho em
equipe;
Facilita a aplicação das técnicas de TQC: o enfoque da
qualidade total exige que os operadores tenham um
conhecimento amplo do seu ambiente de trabalho e a
noção de trabalho em grupo para a aplicação de técnicas de
identificação, análise e solução de problemas. A
polivalência dos operadores e a rotatividade nos postos de
trabalho proporcionam a qualificação básica para
implantação das técnicas do controle de qualidade total
(TQC);
Remuneração mais justa: a polivalência e o trabalho em
grupo possibilita a implantação de um sistema de
remuneração mais justo, de acordo com o desempenho e as
habilidades do grupo.
De acordo com Machado (1992), o tipo de habilidades e hábitos
requeridos numa atividade prática de caráter polivalente, são os
seguintes:
saber transferir e usar de forma versátil conhecimentos e
experiências em diferentes oportunidades e situações;
saber manipular instrumentos básicos úteis a um leque
amplo de tarefas;
saber trabalhar em equipes, o que pressupõe hábitos de
organização pessoal e habilidades de comunicação
diferenciada.
78
Conforme Lesse (2002), o crescimento desorganizado das
empresas levou-as a perder o foco de seus negócios, quando houve a
necessidade da reorganização das empresas em múltiplas ou menores,
“fábrica dentro de uma fábrica”, isto é, produção celular, para melhorar
seus resultados como aumentar a produtividade.
Ainda Lesse (2002) afirma que o objetivo da produção focalizada
é fazer com que cada produto ou família de produtos possa ser tratado
como um negócio específico, com suas características produtivas e de
mercado próprios, segundo a definição de uma estratégia competitiva
adequada para cada produto. As empresas dividiriam fisicamente seus
recursos, montando fábricas ou células de produção focalizadas em
produtos, ou famílias, específicos. O crescimento não se daria mais pelo
aumento dos antigos departamentos e linha de montagem, mas sim pela
criação de novas unidades de negócios focados.
Partindo de tal pensamento, Lesse (2002) refere sobre a produção
Celular e Operador Polivalente: no sistema convencional, os operadores
trabalhavam em uma única operação por um longo período e não havia
preocupação tanto da chefia como dos operadores em mudar de
operação para adquirir novos conhecimentos e flexibilidade.
Essa postura contribuía para o surgimento de doenças
profissionais, tendo como consequência um alto absenteísmo e no caso
de ausência de um operador havia dificuldade em substituí-lo, havendo
assim perdas de qualidade e de produtividade, além do mais havia muita
resistência dos operadores às mudanças e inovações.
Juntamente com a implantação das Células de Produção, houve a
necessidade do nivelamento dos conhecimentos dos operadores na busca
da melhoria dos indicadores de desempenho das mesmas.
O primeiro passo para tornar os operadores polivalentes è
especializar cada operador em uma determinada função. O operador tem
de conhecer muito bem a sua função. Não se inicia o job-rotation
(rotação de trabalho) antes que os operadores tenham um completo
domínio sobre determinada função. Cada posto de trabalho tem uma
folha de instrução de montagem, contendo as operações padrão que o
operador deve executar.
Após os operadores terem o domínio completo sobre determinada
função, o líder e o monitor fazem a troca das rotinas de operações
padrão e a partir daí o monitor e os próprios operadores se encarregam
de treinar entre si. Dessa forma, um operador em uma determinada área
de trabalho, no final do programa de treinamento, ficou apto a
desempenhar a maioria das funções, pois já possui as habilidades
requeridas. Os treinamentos são realizados nos postos de trabalho.
79
Os operadores o estimulados à polivalência por meio dos
grupos de melhorias contínuas no sistema produtivo, mudando o
comportamento grupal dos treinados no sentido de fazer com que os
mesmos passem a ter condições cada vez maiores de ver, julgar e agir no
processo produtivo da empresa.
No Paraguai, pode-se lograr a polivalência dos operários no setor
da construção sem problemas legais, que não existe uma
regulamentação como ofício único.
À luz do apresentado consideramos que a polivalência pode
representar uma saída para os problemas com gestão de pessoas na
construção civil, destacando que para o logro de operários polivalentes à
educação e ao treinamento contínuo dos mesmos emerge como um
requisito fundamental. Seria interesante, então, que as empresas voltem
a sua atenção nos programas de treinamento dos seus recursos humanos.
2.7 O TREINAMENTO
Segundo Boog (2004), treinar é proporcionar capacitação e
conhecimento para o futuro imediato, o treinamento melhora o sistema,
reduz os custos e melhora a receita da empresa. Para o mesmo autor,
treinamento refere-se aos métodos utilizados para capacitar pessoas a
fim de obterem habilidades necessárias para uma determinada
performance de trabalho, sendo sempre seu foco ensinar habilidades
técnicas.
Dentro daquele contexto, Gil (2001) expressa que:
O treinamento nas empresas tem sido
desenvolvido segundo enfoques diferentes ao
longo do tempo. Nas primeiras décadas do século
XX, coincidindo com o período de hegemonia da
Escola Clássica de Administração, assumiu
principalmente a forma de adestramento de
recursos humanos. Seu objetivo expresso era a
preparação do indivíduo para atingir o mais
elevado nível de produtividade possível. Como o
homem era visto como um ser que trabalhava
essencialmente em troca de dinheiro, sem
nenhuma identificação com a organização, o
treinamento poderia visar, naturalmente, os
aspectos físicos do trabalho.
Com o advento da Escola das Relações Humanas,
o treinamento nas empresas passou a abranger
80
aspectos psicossociais do indivíduo. Assim, os
programas de treinamento, além de visarem
capacitar os trabalhadores para o desempenho das
tarefas, passaram a incluir também objetivos
voltados para o relacionamento interpessoal e sua
integração à organização.
Nos tempos atuais, o que predomina no setor de
treinamento é o método sistêmico. O treinamento
é visto como um meio para suprir as carências dos
indivíduos em termos de conhecimentos,
habilidades e atitudes, para que estes
desempenhem as tarefas necessárias para alcançar
os objetivos da organização. O treinamento passa
a ser entendido como um dos sistemas da
Administração dos Recursos Humanos, que se
desenvolve a partir dos subsistemas: diagnóstico,
prescrição, execução e avaliação.
Segundo Mincer; 1994; Tan e Batra, 1995, apud Padilla, 2006, o
capital humano se desvaloriza à causa da obsolescência de
conhecimentos e habilidades. Sendo assim, segundo esses autores, o
treinamento contínuo é um mecanismo para combater a dita
desvalorização.
Considerando que a incerteza é uma característica inerente ao
processo de construção, o fator mais importante do que planejar
é possuir capacidade para ter agilidade e competência para replanejar e
reprogramar as sequências de trabalho (CONTE, 1998).
Gil (2001) aponta que se necessita de processos capazes de
desenvolver concorrências nas pessoas, para que se tornem mais
produtivas e inovadoras para contribuir com a organização. A tendência
é de falar preferencialmente de desenvolvimento de pessoas e também
de educação no trabalho. Desenvolver pessoas não significa apenas
proporcionar-lhes conhecimentos e habilidades para o adequado
desempenho de suas tarefas, significa dar-lhes a formação básica para
que modifiquem antigos hábitos, desenvolvam novas atitudes e se
capacitem para melhorar seus conhecimentos com vista a tornarem-se
melhores naquilo que fazem.
A nível micro, estudos econométricos indicam que a capacitação
na empresa tem um efeito positivo e significativo na produtividade total
dos fatores, Tan (2001). Vários desses estudos têm estado dirigidos a
países em desenvolvimento, inclusive latinoamericanos. Tan e Batra
(1995) encontraram um impacto significativo da capacitação na
81
produtividade na Colômbia, Indonésia, México e na província Chinesa
de Taiwan. Batra (1999 y 2000) detectou que a capacitação formal tem
um impacto significativo e positivo na produtividade das empresas na
Guatemala e Nicarágua. Assim mesmo o Banco Mundial (1997)
determinou que as empresas que capacitam são, em média, 28% mais
produtivas que as que não o fazem. De maneira similar, Bartel (1991),
mediante um estudo de mural, mostrou que as empresas que
implementaram programas de capacitação incrementaram sua
produtividade.
Conforme Chiavenato (2002), o treinamento não se deve
confundir com o simples ato de assistir a um curso e proporcionar
informação, pois vai muito mais além. Significa alcançar o nível de
desempenho esperado pela organização, por meio do desenvolvimento
contínuo das pessoas que trabalham nela. Portanto, é desejável uma
cultura interna favorável ao aprendizado e comprometida com as
mudanças.
Cabe ressaltar que esse treinamento vai orientado a suprir uma
necessidade. Em tal sentido, Abreu (1991) apud Amaral (1999), indica
que existem três tipos de necessidades de treinamento facilmente
identificáveis:
Necessidade Organizacional: Refere-se à necessidade de
realizar o treinamento em consequência de situações novas
da empresa, tais como novos produtos, serviços, processos
tecnológicos e/ou equipamentos, que exigem dos
indivíduos novos conhecimentos, habilidades e atitudes.
Consiste na identificação das áreas da empresa em que o
treinamento se faz necessário respondendo à pergunta:
onde treinar;
Necessidade funcional: está vinculada às funções e tarefas
a serem desempenhadas pelas pessoas. Dessa necessidade,
resultará a identificação das atividades que compõem as
tarefas, assim como a determinação do desempenho das
atividades do indivíduo para que se detectem as
necessidades de treinamento a serem supridas. Essa
necessidade responde à pergunta: em que treinar.
Necessidade individual: consiste em identificar os
conhecimentos, habilidades e valores que os indivíduos
dispõem e verificar se estes se tornam capazes, qualitativa
e quantitativamente para desempenhar suas atividades
atuais e futuras da organização. A diferença entre os
82
requisitos que o cargo exige ao ocupante e a suas
habilidades atuais constituem a diferença que representa
uma necessidade de treinamento. Esse tipo de necessidade
responde às perguntas: a quem treinar, deve-se treiná-lo.
Dentro desse contexto, cabe ressaltar que ao estar orientado o
treinamento à aprendizagem de um adulto, deve-se ter em consideração
que o mesmo ocorre de uma maneira diferente ao que acontece com uma
criança ou um jovem, aos quais se deverão adotar os métodos e técnicas
pedagógicas adequadas.
Com respeito à aprendizagem em adultos, Moraes (2002) refere
que o adulto tem uma visão da vida clara e uma percepção de escassez
temporal, portanto tem tendência a buscar conteúdos práticos
específicos e de utilidade imediata. É, portanto, seletivo, centrando-se
em tudo aquilo que se crê poder dominar, descartando possibilidades de
acordo a suas capacidades, interesses e limitações. Não quer perder seu
tempo. Nesse enfoque, o educador é facilitador de um processo liberador
que se baseia no intercâmbio de experiências entre adultos e que tem
como propósito central: oferecer ao adulto oportunidades de elaborar
soluções.
Quanto às diferenças entre a capacitação de crianças e adultos, na
opinião de Morales (2002) essas podem ser resumidas conforme o que
segue na tabela 2.
Tabela 2 – Diferenças entre a capacitação de crianças e adultos
ATO PEDAGÓGICO ATO ANDRAGÓGICO
Criança/Jovem Adulto
Formativo Orientador
Educador; Formador Educador; Facilitador
Desenvolvimento da
individualidade
Visão da vida
Transferência de conteúdos Intercâmbio de experiências
Aceita Questiona
Não discrimina Seleciona
Obrigado Livre
Dependente Independente
Escassa experiencia Com experiências
Dispõe de tempo Tempo limitado
Fonte: Morales (2002)
83
Por outro lado, segundo Reyes (2008), as atitudes do adulto em
relação à aprendizagem ficam caracterizadas por:
RESISTÊNCIA: O adulto tem tendência a opor resistência
à mudança de personalidade que supõe a educação. Com
freqüência, de maneira inconsciente, o adulto a
novidade com uma ameaça. Essa resistência deverá tratar
de vencê-la o formador, fazendo ver os benefícios que
demonstram a mudança;
INTERESSE: normalmente o adulto assiste à aula por
própria convicção, este é um elemento positivo, mas
também o vel de exigência do adulto será maior. Este
costuma abandonar a aprendizagem, se não claro o fim
ou se acredita que seu esforço não responde às suas
necessidades. O formador deverá definir claramente os
objetivos que persegue, conhecer as necessidades
concretas de seus alunos e articular suas ações de forma
muito clara;
CURIOSIDADE LIMITADA: a inteligência do adulto, ao
contrário da criança ou do adolescente, não está em fase de
expansão. Recorre à formação na medida em que esta
responde a uma necessidade e por ele exige conhecer a
conexão entre as tarefas que realiza e o objetivo. Requer
economia de esforço.
IMPACIÊNCIA: como consequência de seu senso de
economia e esforço, o aluno adulto costuma ser mais
impaciente. Os diferentes estilos de aprendizagem vão
exigir um esforço de adaptação do formador e dos
programas a fim de satisfazer, na medida do possível, a
todo o grupo;
RESPONSABILIDADE: o adulto se resiste a ser um
elemento passivo na sua formação, que está habituado a
assumir a responsabilidade de suas ações. Facilita sua
participação no processo o fato de que se sinta próximo
com o educador, sem o temor infantil, mas não
esqueçamos que rejeitará, por isso mesmo, o estilo
autoritário, o formador deverá informar-lhe com claridade
o objetivo, dando-lhe a oportunidade de discuti-lo, de
valorizar e avaliar todo o processo como os resultados;
84
EMOTIVIDADE: As emoções jogam um papel
fundamental na formação de adultos. Os medos à
frustração e ao ridículo são grandes e se agravam naqueles
alunos com menor nível de formação. Nunca deverá
fomentar-se um sistema competitivo em grupos com níveis
dispares, fazer críticas negativas em público, ou permitir
que transcenda, fora da classe, o nível de aprendizagem de
um aluno;
MOTIVAÇÃO: podíamos defini-la como a tensão que
move ao indivíduo até uma meta. Estaria integrada por três
elementos: a expectativa (sou capaz de fazê-lo) o valor
(por que o faço) e o afetivo (como me sinto ao fazê-lo). No
adulto as motivações podem ir desde o desejo de promoção
profissional à satisfação de frustrações. Assim, o poder
motivador de uma atividade formativa será maior quanto
mais se conecte com as necessidades do aluno;
VERIFICAÇÃO OU AVALIAÇÃO: o esforço realizado
pelo adulto deve ir verificando sua eficiência de forma
contínua. Para isso devemos estruturar nossos conteúdos
em etapas breves, graduais, cuja assimilação se verifique
de maneira quase imediata. Isso também é fundamental na
hora do esforço do aluno. Os questionários, exercícios
práticos ou a avaliação oficial serão alguns dos meios
utilizados.
Pedles apud Hirota (1999) relaciona quatro categorias de
aprendizagem:
1. podemos aprender sobre coisas, o que significa aquisição
de conhecimentos; tanto a memorização como “saber o
porquê” estão incluídos nessa categoria, que se refere a
saber a teoria e obter a informação;
2. podemos aprender a fazer coisas, ou adquirir novos
talentos, habilidades e competências; essa categoria inclui
habilidades mentais e manuais, habilidades sociais em
relação aos outros e competência em situações complexas;
3. podemos aprender a ser nós mesmos, a atingir o máximo
potencial de nossas vidas; isso significa desenvolvimento
pessoal, envolvendo crescimento intelectual e aquisição de
habilidades; e
85
4. podemos aprender a obter coisas em conjunto, o que
Pedler chama de pesquisa colaborativa; de acordo com
esse ponto de vista, o aprendizado é o resultado da
interação entre as pessoas, que se reúnem para fazer as
coisas em conjunto, seja atividade manual ou intelectual,
em beneficio de todo o grupo.
Deve-se destacar, também, que os adultos podem aprender a
qualquer idade. Com relação à forma de aprender dos mesmos, os
pesquisadores encontraram que:
1. Os adultos têm que querer aprender. Resistirão quando
alguém simplesmente lhes disser que têm que aprender.
Pode-se despertar seus interesses, ou estimulá-los, mas não
forçá-los;
2. Os adultos aprenderão somente aquilo em que acreditem e
de que necessitem saber. São práticos. Querem saber
“Como pode me ajudar essa informação ou esse curso
neste momento?” Igualmente satisfazem-se com assegurar-
lhes que eventualmente verão a importância do que vão
aprender. Esperam resultados na primeira fase. O que se
ensina tem que ser adaptado às necessidades dos
participantes e não às necessidades do instrutor;
3. Os adultos aprendem ao fazer coisas;
4. Esquecem–se, no período de um ano, 50% do que
aprenderam de maneira passiva;
5. Memorização de informação ou habilidades é muito maior
se existem oportunidades repetidas para praticar ou usar o
que se está ensinando;
6. A função de aprender para os adultos centra-se em
problemas, e os problemas têm que ser realistas. Podem-se
ensinar princípios e uma série de ilustrações hipotéticas
aos adultos, mas a pesquisa demonstra que aprendem
melhor fazendo este processo ao contrário. Permita que
trabalhem com problemas reais, que tirem suas próprias
soluções e logo deduzam os princípios gerais;
7. Os adultos aprendem melhor numa situação informal. Não
há que lembrar-lhes seus anos escolares. Atividades de
grupo em ação ajudam a alcançar informalidade (tormenta
de idéias, jogo de papéis etc.);
86
8. Deve-se usar uma variedade de métodos para instruir os
adultos. Quanto mais vias sensoriais sejam utilizadas para
fazer chegar à mensagem, melhor;
9. Os adultos querem lineamentos e orientação, não notas ou
marcas rígidas. São impacientes com o formalismo da
educação, mas, às vezes, requerem saber como andam no
curso. Assim, o instrutor deve proporcionar o máximo de
retroalimentação possível, sejam elogios ou críticas,
sempre que seja honesto e diplomático.
Todo treinamento deve possuir um plano de trabalho que deve
acompanhar o desempenho dos indivíduos de acordo com os módulos
dados.
Existem cinco etapas para um treinamento de acordo com Dessler
(2001), são elas:
a – análise das necessidades;
b – elaboração das instruções de trabalho;
c – validação;
d – implementação;
e – evolução e continuação.
Na etapa de análise das necessidades, é preciso que se levante e
se identifique as habilidades necessárias a uma determinada
performance de trabalho e o público ao qual este treinamento seria dado.
Em outras palavras, é uma análise do que é necessário se repassar no
treinamento e quem são as pessoas que estarão aptas a receber este
treinamento, uma vez que o treinamento subentende que o indivíduo
domine parte do que se pretende desenvolver com o treinamento.
Na fase seguinte, tem-se a elaboração de instruções que é a
confecção do material de treinamento, tal como apostilas, apresentações,
vídeos, palestras e outros. Esse material deve ser o mais sucinto possível
e trazer uma linguagem clara para que a mensagem, que o treinamento
pretende passar, não seja deturpado.
A validação do treinamento é um procedimento de autocrítica, em
que geralmente se tem um grupo piloto que gera os resultados piloto.
Quando aplicável, inicia-se a fase de implementação que se
caracteriza pelo treinamento propriamente dito. Na fase de evolução e
continuação, são avaliados alguns pontos tais como: Reações,
Aprendizado, Comportamento e Resultados. Esses índices podem
87
delinear o quão satisfatório foi o treinamento, é usual que se usem
questionários de avaliação do treinamento em seu término e, a partir
desses resultados, se obtém os índices indicados anteriormente.
Ainda de acordo com Dessler (2001), treinamento é
essencialmente um processo de aprendizado. Por esse motivo, é
importante conhecer como é que as pessoas usualmente aprendem. Por
meio de pesquisas em empresas dos Estados Unidos, foi possível
verificar que, segundo a Forrester Research (1998), os treinamentos
tinham um melhor aproveitamento quando:
a situação do treinamento está diretamente ligada às
situações do dia a dia;
o treinamento abordava atividades práticas (a idéia de que
as pessoas aprendem melhor fazendo);
apela ao uso de aspectos gráficos (cartazes, folders,
apostilas, etc.).
Disso pode se perceber que o processo de aprendizado está
diretamente ligado ao comprometimento das pessoas envolvidas, pois
quando se abordam aspectos ligados à vida prática, isso faz com que os
mesmos se envolvam.
Segundo Kruger (2002), o primeiro efeito a se esperar de um
processo de aprendizagem é que o indivíduo, por ter recebido novos
conhecimentos, modifique os conhecimentos que tenha, incorporando
esses novos e aperfeiçoe as suas habilidades técnicas. Como a essência
de um programa de treinamento geralmente é proporcionar aos
trabalhadores melhorias nas condições de trabalho e crescimento pessoal
e profissional, espera-se que o efeito subsequente seja a modificação do
seu comportamento em direção a este objetivo, com a conscientização
sobre a necessidade dessa modificação para a criação e manutenção de
um ambiente de trabalho seguro e para o seu próprio aperfeiçoamento.
De igual modo, o citado autor menciona que é preciso considerar
que o trabalhador acumulou durante a sua vida profissional uma série
de conceitos a respeito do seu ofício, da organização do trabalho, do
trabalho em equipe e dos riscos da tarefa, constituindo um acervo
pessoal único de suas experiências. A transmissão de conceitos e de
conhecimento pretendida por um programa de conscientização deve
alertá-los sobre a relevância dos assuntos, de modo que o trabalhador
conscientemente os incorpore, modificando alguns conceitos antigos
existentes e relembrando outros, para que estejam prontos para serem
88
recuperados e para exercerem influência, quando a ocasião se mostrar
apropriada, e, quando os conhecimentos forem necessários.
Contudo, os citados autores afirmam que infelizmente e com
tristeza se verifica que hoje pouco investimento é realizado em
treinamento dos recursos humanos de produção por ser considerada a
mesma uma perda.
2.8 TREINAMENTO NO LOCAL DE TRABALHO
Segundo Baggio e Maóski (1998), o treinamento no trabalho é
uma metodologia pedagógica simples, eficaz e barata, que parte das
seguintes premissas:
É um tipo de treinamento interno com instrutores internos
ou externos;
Preferencialmente são capacitados os próprios supervisores
para assumir o papel de instrutores;
A escola vai ao aluno;
O aluno é treinado em seu ambiente, onde se sente seguro
e mais disposto a aprender;
A aprendizagem é absolutamente vivenciada;
A aprendizagem permite maior integração da teoria à
prática;
a facilitação no trabalho dos instrutores, pois os alunos
assumem posição de instrutores em função de aprenderem
juntos, momento em que procura-se destacar mais em
relação ao outro, por estarem mais à vontade;
Os alunos aprendem fazendo;
Pode-se treinar pessoas com pouca escolaridade.
A Educação e o Treinamento são a base de sustentação dos
Programas de Melhoria da Qualidade em qualquer organização. O OJT
On the Job Training é uma das excelentes metodologias de
treinamento que viabiliza o desenvolvimento, a participação e o
comprometimento de toda a equipe com os resultados organizacionais,
pois por meio dele são praticados os seguintes conceitos (DESSLER,
2001):
89
todo treinamento deve ser acompanhado da aplicação
prática dos conhecimentos e habilidades adquiridos. O
Lema é Educa –Treina – Faz;
o treinamento na tarefa decorre da definição clara de
Procedimentos Operacionais. Esses Procedimentos são a
descrição do trabalho a ser executado em cada tarefa. É
com base nesses procedimentos que são elaborados os
Manuais de Treinamento;
quando a pessoa tem autoridade sobre o processo que está
sob sua responsabilidade, ela une seu conhecimento com
sua iniciativa, produzindo excelentes resultados;
a participação é a palavra chave para despertar o desejo de
ser treinado. As pessoas devem sentir a necessidade do
treinamento. No OJT- On The Job Trainingas pessoas
constroem juntas a relação de aprendizagem, desde a
elaboração dos Procedimentos Operacionais Padrão até a
experimentação das situações concretas do seu dia-a-dia
em um ambiente de aprendizagem (DESSLER, 2001).
Esse modelo de treinamento conhecido como OJT significa ter
pessoas aprendendo enquanto realizam uma determinada performance
de trabalho. O OJT é apenas uma forma viável de treinamento e
usualmente é utilizando envolvendo funcionários novos e funcionários
experientes. Dessa maneira, os novos funcionários realizam as funções
do cargo juntamente com outros funcionários que dominam a
tecnologia necessária (DESSLER, 2001).
Etapas do “OJT – On The Job Training” (DESSLER, 2001):
1. Estabelecer os objetivos do treinamento;
2. Definir as pessoas a serem treinadas;
3. Identificar as necessidades das pessoas envolvidas;
4. Elaborar o manual do treinando;
5. Dimensionar as turmas; recomenda-se de 10 a 15 pessoas
por turma;
6. Estabelecer o conteúdo programático, obedecendo-se à
seguinte sequência:
Objetivo do Processo alvo em que trabalham os
treinados;
Objetivo do Programa de Melhoria Operacional;
90
O papel do funcionário na sua função;
O local de trabalho: sua importância e como se
insere no contexto empresarial;
7. Definição dos locais de treinamento;
8. Preparação dos locais de treinamento;
9. Convocação dos treinandos;
10. Introdução teórica, a ser ministrada em sala de aula ou não;
e distribuição do Manual do Treinando;
11. Deslocamento ao local de treinamento;
12. Início do aprender fazendo, primeiramente vendo executar
para depois executar;
13. Discussão em grupo ao longo da aprendizagem de cada
tarefa;
14. Exposição final sobre os detalhes de cada tarefa;
15. Contribuição dos treinandos sobre os detalhes de cada
tarefa;
16. Exposição final sobre os detalhes de cada tarefa;
17. Contribuição dos treinandos com o manual de treinamento,
caso tenham identificado alguma necessidade de
retificação;
18. Avaliação do treinandos e dos instrutores;
19. Encerramento com a participação do Gerente e Diretor;
20. Entrega do Certificado de Participação ao treinado.
Em relação ao treinamento Rekus (1993), considera que palestras
são talvez o mais frequente e menos eficiente método de treinamento
utilizado, porque a comunicação se prioritariamente num sentido,
do instrutor aos aprendizes. Em tal sentido, aponta como essencial, no
treinamento, o equilíbrio entre palestras, debates e treinamentos;
também apontam o treinamento nos próprios locais de trabalho como
sendo importante na criação e manutenção de uma força de trabalho
qualificada.
No treinamento no próprio local de trabalho o trabalhador vai
ouvir muitas informações, pode ser instado a ler outras informações,
mas vai essencialmente ouvir de aprender, enquanto executa a sua
própria tarefa, incorporando ao seu acervo pessoal um conjunto de
conhecimentos importantes para a sua compreensão e para a sua atuação
em relação à sua tarefa, ao trabalho e aos relacionamentos pessoais.
91
O treinamento, nos próprios locais de trabalho, tem uma
característica fundamental que o diferencia dos métodos tradicionais de
palestras e que granjeia a simpatia dos trabalhadores: permite que se
evite uma modalidade narrativa de treinamento, desobrigando-os da
memorização mecânica de conteúdos narrados. Igualmente afasta-os de
sessões tediosas e cansativas às quais não estão acostumados e permite
que tenham contato com as informações necessárias ao mesmo tempo
em que executam as suas tarefas.
Ainda Rekus (1993) destaca que os trabalhadores não querem e
não se sentem bem apenas ouvindo e se sujeitando às determinações de
alguém. Movidos pela experiência que possuem, desejam opinar em
relação a assuntos referentes ao seu trabalho. Essas opiniões, provindas
dos que executam o ofício habitualmente, são pertinentes e merecedoras
de crédito e de adoção. Os trabalhadores também preferem que os
conhecimentos tenham relação com a sua prática cotidiana e lhes sejam
úteis. Nesse caso, mostrar-se-ão receptivos a somá-los ao seu acervo
pessoal. A posse prévia de muitos conhecimentos, por parte dos
trabalhadores, deve levar o instrutor a reavaliar o seu papel, passando de
possuidor e ministrador de conhecimentos a alguém que os relembra,
clareia e revigora.
2.9 SIMULAÇÃO COMO PARTE DO PROCESSO DE
TREINAMENTO
Na fase de treinamento e avaliação de resultados, serão feitas
simulações com o objetivo de determinar o grau de assimilação do
conteúdo transmitido.
A simulação é uma técnica utilizada várias décadas nos
processos industriais. Entretanto, no setor da construção civil, essa
técnica é pouco difundida. Por meio da simulação, é possível analisar os
gargalos do processo produtivo, podendo ser implantadas novas
tecnologias que venham a melhorar a qualidade do produto, e garantir
uma maior, ou melhor, produtividade dos profissionais envolvidos
(SANTOS, 2002).
De acordo com o dicionário Aurélio, Simulação é a reprodução
ou representação do funcionamento de um processo, fenômeno ou
sistema relativamente complexo, por meio de outro para fins científicos
de observação, análise e predição, ou para treinamento, diversão.
92
Uma ferramenta que pode auxiliar no planejamento e promover
resultados quando se deseja melhorar e otimizar o processo de produção
é a simulação.
Para Pessoa e Spinola (1999), originalmente, a palavra simular
significava imitar ou fingir. Este significado sugere uma importante
característica da simulação: simular é imitar algo. Por exemplo, crianças
brincando de “casinha” estão simulando uma vida familiar, pilotos de
caça voando em missão de treinamento estão simulando um combate
real.
Na construção civil, pelas características dos seus operários de
serem, em boa parte, analfabetos, as ações educativas tradicionais
(livros, cartilhas etc.) não têm muito efeito positivo, sendo necessária a
ampliação dos meios de aplicação dessas ações, de modo a verificar sua
pertinência e adequação em vários níveis, como vem sendo feito, por
exemplo, com alguns outros portadores de necessidade especiais
(deficiência motora, cerebral, auditiva) ou outros usuários não
acadêmicos. As ações para melhorar a aprendizagem seriam: a
introdução de vídeo, som e animações no treinamento (CAMPOS;
SANTOS, 2004).
Os alcances e Limites do Método Simulado, segundo Bíscaro
(1994), são:
1. O emprego da simulação em treinamento traz muitas das
vantagens da aprendizagem no trabalho, com um adicional
que é a realização da tarefa com mais segurança;
2. Além da segurança, durante a simulação, permite-se a
correção. Pode-se voltar atrás e recomeçar o processo;
3. A grande maioria das técnicas de simulação, por suas
características, tende a envolver o treinando, forçando-o,
por assim dizer, a se comportar de uma forma diferente.
Isso facilita a transferência de aprendizagem para as
situações da realidade;
4. Empregada em conjunto com as técnicas de aprendizagem
por conceito, facilita a compreensão conceitual e reforça o
entendimento em nível racional. É como se o sujeito
vivenciasse o conceito ou colocação teórica;
5. Permite aos elementos menos seguros aproximarem ou
tentarem uma nova técnica, eliminando o receio de errar,
além de tornar a situação mais atrativa;
93
6. É o método mais adequado para o desenvolvimento de
habilidades, tanto manuais como verbais e de
relacionamento.
Limitações e Riscos
1. A primeira limitação é de ordem orçamentária. Em geral,
este método é o que implica maiores custos, especialmente
quando são empregadas simulações de recursos de
produção como: oficinas-escola, agências-escola, ou
simuladores sofisticados.
2. Outra limitação é de ordem humana: os agentes de
treinamento devem ser pessoas que tenham vivência
prática dos métodos e preparação didática, além de boa
sensibilidade e observação;
3. O grande risco vem a ser a possibilidade de um
mascaramento da realidade. O treinando pode portar-se
como ator cínico, isto é, ele é capaz de representar todos os
comportamentos que lhe são exigidos durante o
treinamento de forma puramente ritualística, sem
realmente assumir aquele comportamento, sem incorporá-
lo;
4. O método em si não atinge a área de atitudes, não
garantindo um envolvimento mais profundo;
5. Outra limitação menor é o fato de que a maioria das
técnicas de simulação permite a participação de
reduzido número de treinados.
2.10 DIRETRIZES PARA TREINAMENTO: NORMA NBR ISO
10015
A norma NBR ISO 10015 entrou em vigor no Brasil a partir de
30 de maio de 2001, e apresenta como função fornecer diretrizes que
possam auxiliar uma organização a identificar e analisar as necessidades
de treinamento, projetar e planejar o treinamento, executar o
treinamento, avaliar os resultados, monitorar e melhorar o processo de
treinamento, de modo a atingir seus objetivos. Essa norma enfatiza a
contribuição do treinamento para a melhoria contínua e tem como
objetivo ajudar as organizações a tornar seu treinamento um
investimento mais eficiente e eficaz.
94
Definições da Norma:
Competência: aplicação do conhecimento, habilidades e
comportamento no desempenho.
Treinamento: processo para desenvolver e prover
conhecimento, habilidades e comportamentos para atender
requisitos.
2.10.1 Treinamento: um processo em quatro estágios
Para selecionar e implementar o treinamento que objetiva reduzir
lacunas entre competências requeridas e as existentes, recomenda-se que
a gerência monitore os seguintes estágios:
a) definição das necessidades de treinamento;
b) projeto e planejamento do treinamento;
c) execução do treinamento;
d) avaliação dos resultados do treinamento.
Conforme ilustrado, a saída de um estágio alimenta a entrada do
estágio seguinte conforme indicado no esquema a seguir.
Figura 1 – Ciclo do treinamento
Fonte: NBR ISO 10015 (2001)
4. Avaliação dos
resultados do
treinamento
2.
Projeto
e
planejamento do
treinamento
Mo
nitoraçã
o
Treinamento
1
.
Definição
das
necessidades de
treinamento
3. Execução do
Treinamento
95
2.10.2 Definição das necessidades de treinamento (NBR ISO 10015)
É conveniente que a organização defina a competência necessária
a cada atividade que afeta a qualidade dos produtos e serviços, avalie a
competência do pessoal para realizar a atividade e elabore planos para
eliminar quaisquer lacunas de competência que possam existir.
Recomenda-se que a definição tome por base a análise das
necessidades atuais e futuras da organização, em contraposição à
competência existente de seu pessoal.
Convém que os requisitos de competência dos empregados sejam
documentados. Essa documentação pode ser revista periodicamente, ou
conforme necessário, quando o trabalho é feito e o desempenho é
avaliado.
2.10.3 Projeto e planejamento do treinamento (NBR ISO 10015)
A fase de projeto e planejamento fornece as bases para a
especificação do programa de treinamento.
O projeto e planejamento das ações que devem ser adotadas, para
eliminar as lacunas de competência identificadas na fase anterior.
Convém que sejam listados os métodos potenciais de treinamento
que possam satisfazer as necessidades de treinamento. A forma de
treinamento adequada dependerá dos recursos, das restrições ou
limitações e dos objetivos listados.
Os métodos de treinamento podem incluir:
cursos e seminários no local ou fora do local de trabalho;
estágios;
treinamento no local de trabalho;
auto-treinamento; e
educação a distância.
2.10.4 Execução do treinamento (NBR ISO 10015)
É de responsabilidade do fornecedor do treinamento realizar
todas as atividades especificadas para o fornecimento do treinamento,
conforme previsto na especificação do programa de treinamento.
O papel da organização em apoiar e facilitar o treinamento pode
incluir:
96
apoio aos treinados e ao instrutor;
monitoração da qualidade do treinamento fornecido.
O sucesso dessas atividades é afetado pela efetividade da
interação entre a organização, o fornecedor do treinamento e o treinado.
2.10.5 Avaliação dos resultados do treinamento (NBR ISO 10015)
A finalidade da avaliação é confirmar que ambos, os objetivos da
organização e do treinamento, foram alcançados, ou seja, o treinamento
foi eficaz.
É conveniente que as avaliações sejam feitas:
a curto prazo, para verificar a opinião do treinando sobre
os métodos e recursos adotados e sobre os conhecimentos
e habilidades adquiridas como resultado do treinamento; e
a longo prazo, para verificar a melhoria da produtividade e
do desempenho no trabalho.
O processo de avaliação inclui coleta de dados e elaboração de
relatório de avaliação que forneça insumos para a monitoração do
processo.
2.10.6 Monitoração e melhoria do processo de treinamento (NBR
ISO 10015)
O objetivo principal da monitoração é assegurar que o processo
de treinamento, como parte do sistema de qualidade da organização, está
sendo devidamente gerenciado e implementado, de forma a comprovar a
eficácia do processo em alcançar os requisitos do treinamento da
organização. A monitoração envolve a análise de todo o processo de
treinamento em cada um dos quatro estágios.
Se os procedimentos forem seguidos e os requisitos especificados
forem alcançados, então os registros das competências devem ser
atualizados para refletir essa qualificação adicional. Por outro lado, se os
procedimentos forem seguidos e os requisitos não forem alcançados,
então serão necessárias ações corretivas para melhoria do processo de
treinamento ou desenvolver uma solução alternativa ao treinamento.
97
É recomendável manter registros apropriados das várias
atividades de monitoração e avaliação realizadas, dos resultados obtidos
e das ações planejadas.
2.11 NORMA ISO 9000:2000
A norma NBR 9001 Sistemas de gestão da qualidade
Requisitos, válida a partir de 29 de janeiro de 2001 no item relativo a
Recursos Humanos indica:
O pessoal que executa atividades que afetam a qualidade do
produto deve ser competente, com base em educação, treinamento,
habilidades e experiência apropriada.
Competência, conscientização e treinamento.
A organização deve:
determinar as competências necessárias para o pessoal que
executa os trabalhos que afetam a qualidade do produto;
fornecer treinamento ou tomar outras ações para satisfazer
essas necessidades de competência;
avaliar a eficácia das ações executadas;
assegurar que o seu pessoal está consciente quanto à
pertinência e importância de suas atividades e de como
elas contribuem para atingir os objetivos da qualidade, e
manter registros apropriados de educação, treinamento,
habilidade e experiência.
O modelo de qualidade proposto pela ISO 9000:2000 baseia-se
em uma gestão por processos e dá importância à satisfação do cliente e a
um bom grau de relacionamento empresa-cliente. Faz aflorar,
claramente, a necessidade de capacitação dos trabalhadores nas
organizações em que se pretende implementar. Essa norma não
especifica a capacitação requerida, e nem presenteia os lineamentos para
identificar as necessidades de capacitação. No entanto a norma Gestão
de Qualidade, Linhas diretrizes para a formação ISO 10015, oferece
uma série de lineamentos quanto à capacitação dos trabalhadores. Essa
norma propõe um processo de quatro grandes etapas: definir as
necessidades de capacitação, desenhar a capacitação, propiciar a
capacitação e avaliar os resultados da capacitação (VARGAS, 2008).
98
Desse modo essa mesma norma pode ser útil para ser aplicada na
certificação de pessoal de uma organização que tenha sido capacitado
segundo os critérios do projeto de norma Gestão de Qualidade. Linhas
diretrizes para a formação ISO 10015, como também para pessoas que
não tenham recebido um curso formativo e derivem as habilidades de
suas experiências. A certificação de competências usualmente recebe a
característica de ser um reconhecimento formal público e temporal das
capacidades laborais que possui a pessoa. É importante sublinhar que o
enfoque da certificação de pessoas inclui a avaliação das habilidades que
possui um candidato, sem importar o modo que as tenha adquirido.
(VARGAS, 2008).
Para Serpell (2002), a gestão de qualidade total é um esquema de
gestão que tem como objetivo alcançar a qualidade em todos os âmbitos
de funcionamento de uma empresa em seus produtos e serviços. Para
implementar esse sistema de gestão, é necessário que uma organização
se envolva no processo de transformação de largo alcance.
Segundo Maranhão (2003), a aplicação da norma ISO 9000:2000,
nas empresas, apresenta as seguintes características:
Melhora a empregabilidade, ou seja, o empregado torna-se
mais necessário para a organização. Com isso se tem uma
série de vantagens: em vez de o operário procurar
emprego, as empresas passam a fazê-lo, porque precisam
de seus bons e indispensáveis serviços;
Melhora a qualidade de vida dos operários. Passam um
terço de seu tempo no trabalho. Sendo mais felizes no
trabalho, no lar e na sociedade;
Autodesenvolvimento. Cada dia haverá melhores
possibilidades de progresso profissional e pessoal,
atualizando-se constantemente no mercado de trabalho e
na vida em geral;
Maior estabilidade e possibilidade de emprego, porque as
empresas serão mais sólidas.
2.12 PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E
PRODUTIVIDADE NO HABITAT – PBQP – H
O Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de
Serviços e Obras da Construção Civil SiAC- em vigor a partir de
março de 2005, classifica as empresas a serem certificadas em quatro
99
níveis A, B, C, e D cujo treinamento é obrigatório a partir do nível C e,
no item relativo a Recursos Humanos, destaca:
O pessoal que executa atividades que afetam a qualidade do
produto deve ser competente com base em escolaridade, qualificação
profissional, treinamento, habilidade e experiência apropriadas.
Competência, conscientização e treinamento
A empresa construtora deve:
a) determinar as competências necessárias para o pessoal que
executa trabalhos que afetam a qualidade do produto;
b) fornecer treinamento ou tomar outras ações para satisfazer
essas necessidades de competência;
c) avaliar a eficácia das ações executadas;
d) assegurar que seu pessoal está consciente quanto à
permanência e importância de suas atividades e de como
contribuem para atingir os objetivos da qualidade; e
e) manter registros apropriados de escolaridade, qualificação
profissional, treinamento, experiência e habilidade. Esses
registros da qualidade devem ser instituídos e mantidos
para prover evidências da conformidade com requisitos e
da operação eficaz do Sistema de Gestão da Qualidade.
Registros da qualidade devem ser mantidos legíveis,
prontamente identificáveis e recuperáveis.
2.13 TREINAMENTO DOS OPERÁRIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Segundo Paiva (2003), a discussão sobre a necessidade de
treinamento dos operários vem acontecendo e tem sido intensificada a
partir da implantação dos programas da qualidade na construção civil no
início da década de 90. As normas de sistemas de gestão da qualidade
têm obrigado os empresários do setor a buscar a qualificação
profissional dos seus recursos humanos. Apesar disso, ainda hoje,
muitas empresas privilegiam a produção em detrimento de um número
maior de horas para treinamento dos seus funcionários.
100
Cardoso e Pereira (2004) citam que alguns esforços vêm sendo
desenvolvidos no sentido da fixação dos operários e na realização de
treinamentos (teóricos e práticos) para os trabalhadores. Assim, as
pesquisas mais recentes mostram a escassez de operários qualificados,
em função da falta de atenção dada aos programas de qualificação e
treinamento.
Koskela (1992) entende que, em decorrência do despreparo dos
operários da construção civil, o desenvolvimento de um treinamento se
faz necessário, pois é por meio dele que se pode obter uma maior
produtividade, uma boa qualidade no produto final e também se pode
fazer corretamente uma tarefa desde a primeira vez, evitando
desperdícios de materiais e o retrabalho. O autor também constatou que
a geração de valor influencia na produtividade e diz respeito ao cliente
interno, sendo para isso necessário conhecer e interpretar
adequadamente as necessidades e requisitos desse tipo de cliente que, na
indústria da construção civil, é mais bem representada pelos operários.
Resulta interessante ter como antecedentes os resultados obtidos
num estudo realizado por Serpell et al. (1993), em que se consultou 849
trabalhadores sobre os aspectos mais relevantes do trabalho em obra
para eles. Os resultados apresentam-se na tabela 3.
Tabela 3 Aspectos do trabalho que resultam de importância para os
trabalhadores
Ordem de importância
Descrição
1 Ter um trabalho estável
2 Ter oportunidades de especializar-se e aprender mais
3 Ter chefes abertos que apóiem a seus trabalhadores
4 Ter boas condições de trabalho e segurança
5 Ter chefes que organizem bem o trabalho
6 Ter responsabilidade no trabalho
7 Poder opinar e participar nas decisões que afetem seu
trabalho
8 Ter informação sobre o que acontece na obra
9 “vestir a camisa” na obra em que trabalham
10 Ter exigências para trabalhar mais e melhor, em
menos tempo
101
De acordo a Fundação João Pinheiro (1984), a falta de
treinamento formal adequado às características do setor e de sua mão-
de-obra, vinculada à incapacidade e à dificuldade das empresas de
investirem no treinamento, contribui para a degradação da força de
trabalho na indústria da construção e para os baixos índices de
produtividade.
Conforme uma pesquisa realizada pela citada fundação, em
grande parte, os operários são trabalhadores diretamente contratados
pela empresa, vivendo durante o período de produção nos alojamentos
da obra, sendo dispensados tão logo a execução se aproxime do término,
ou por outros motivos (brigas, sabotagem, negligência, baixa
produtividade), os operários que se destacam durante a obra, afinando-se
com os interesses da empresa tendem a ser preservados e transferidos
por meio do desligamento e posterior admissão para outras obras
existentes.
Jobim (1999) relata que, a formação dos operários acontece
dentro da própria obra, na qual os operários iniciam como serventes,
função que não exige qualificação e aprendem alguma tarefa específica
com o passar do tempo. Em pesquisa feita pela mesma autora,
questionados os operários sobre outras funções na construção civil, a
maioria (69%) se diz capaz de desenvolver outra função.
Barros et al. (1996) afirmam que a forma como ocorre a
capacitação técnica dos operários, nos canteiros de obra, deve ser
alterada. Segundo os autores, essa informalidade existente poderá
somente ser alterada com o investimento pela empresa em treinamentos,
proporcionando aos operários, condições para que entendam
completamente o processo de produção, a fim de que se conscientizem
da necessidade e importância de racionalização de todas as atividades.
Num estudo específico sobre o treinamento técnico dos operários
no setor da construção civil, Nóbrega e Melo (1998) mencionam que o
treinamento é fundamental, pois proporciona as seguintes vantagens:
melhoria dos padrões profissionais; maior estabilidade; aprimoramento
dos produtos e serviços produzidos; maiores condições de adaptação aos
progressos da tecnologia; economia de custos pela eliminação de erros
na execução do trabalho; condições de competitividade mais vantajosas
dada à capacidade de oferecer melhores produtos e serviços; diminuição
acentuada dos acidentes de trabalho e do desperdício.
Cardoso e Pereira (2004) salientam que, com relação ao conteúdo
do treinamento, é importante fornecer não o treinamento tecnológico,
mas também abordar aspectos como segurança, higiene, organização e
qualidade de vida no trabalho, dentre outros, que complementam a
102
formação do operário e contribúem para o melhor desenvolvimento de
suas atividades.
Essa afirmação possui relevância ao ter em consideração que,
conforme a um informe da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), as cifras de lesões, acidentes e doenças vinculadas ao trabalho
que se registram nas obras na construção superam com frequência às de
qualquer outra indústria, razão pela qual dita Organização considera um
fator imprescindível melhorar os níveis de segurança e salubridade na
construção, pois não se deverá levar em consideração os aspectos
físicos como também os psicossociais.
Dobbin (1992) relata que durante o treinamento os participantes
estarão se movendo do conhecido para o desconhecido, do familiar para
o estranho e do simples para o complexo. Para auxiliar e orientar os
participantes nesse movimento o treinador deve:
obter e manter o interesse dos participantes;
delinear a necessidade do conhecimento, isto é, porque
esse material é relevante;
dar aos participantes toda a oportunidade de se
envolverem;
proporcionar um senso de confiança e de orgulho.
Entretanto, embora exista evidência científica das vantagens do
treinamento, Druker (1999) conclui que existe uma resistência à
mudança e que a mesma tem duas raízes: na ignorância e no medo do
desconhecido, e diz que a solução para o problema da resistência à
mudança está em mostrar às pessoas que a mudança tem que ser vista
como uma oportunidade.
Segundo Franco (2001), a ascensão ocupacional constitui um
processo muito lento, em função da baixa qualificação profissional dos
operários que ingressam e se mantêm no setor.
Para o Subcomitê da Indústria da Construção Civil no Programa
Brasileiro de Qualidade e Produtividade (1997), a área de recursos
humanos no setor é caracterizada por insuficiência de programas de
treinamento institucionalizado nas empresas, pouco investimento acaba
gerando serviços de baixa qualidade, declínio do grau de habilidade e
qualificação dos trabalhadores de ofício ao longo dos últimos anos.
Picchi (1993) menciona que a escola de formação dos
profissionais da construção de edifícios continua sendo a própria obra,
por meio de um processo desorganizado. Segundo Lima (1995), todos
103
esses problemas em conjunto com a rotatividade dos operários,
característica do setor da construção civil, fazem com que o treinamento
nesse setor seja feito de maneira informal pela execução de atividades
diárias, dentro do canteiro de obras, levando a uma deficiência na
formação profissional dos operários e a um processo produtivo com
muitos riscos.
Na opinião de Lantelme (1994):
Na construção civil o treinamento é uma questão
deficiente, podendo prejudicar os esforços para a
melhoria da qualidade. O treinamento tem grande
influência sobre a produtividade e, também, na
motivação e diminuição dos acidentes de trabalho.
Além disto, a implantação de programas de
melhoria da qualidade requer a maior participação
de funcionários no gerenciamento da qualidade,
exigindo uma maior qualificação da mão-de-obra
a fim de permitir a descentralização de
responsabilidades.
No levantamento de problemas enfrentados pelos gerentes
técnicos com a gestão de pessoas, a falta de qualificação dos operários
foi apontada por 82% das empresas (FORMOSO, 1993).
Segundo o Relatório da Gestão da Qualidade na Construção
Civil: Estratégias e Melhorias de Processos em Empresas de Pequeno
Porte (2001):
A desqualificação da mão de obra vem sendo
apontada como um dos gargalos de
desenvolvimento da construção civil. A formação
profissional tem extrema importância na mudança
deste quadro, pois possibilita a melhoria da
qualificação dos operários, a valorização do
trabalhador e o seu engajamento com os objetivos
da empresa. A implementação de procedimentos
visando o controle e a melhoria da produção e
viável à medida que os trabalhadores sejam
qualificados e estejam engajados com o processo
de mudança.
A construção civil apresenta elevados índices de
rotatividade e absenteísmo. A elevada rotatividade
da mão de obra vem desestimulando
investimentos em treinamento por parte das
104
empresas, causando ainda interrupções no
processo de aprendizado informal que ocorre no
canteiro. O absenteísmo, por sua vez, possui como
principal efeito o desequilíbrio das equipes,
podendo causar uma redução na produtividade.
Um elevado índice de absenteísmo pode ser
resultado de problemas de motivação ou saúde do
trabalhador. Deve-se salientar que os indicadores
relacionados aos recursos humanos podem ser
utilizados para toda a empresa. Os mesmos foram
relacionados à gestão da produção, pois na
produção usualmente encontra-se o maior número
de trabalhadores de empresas construtoras.
A construção de edifícios padece de elevados índices de
rotatividade e absenteísmo. Sem um programa de fixação dos recursos
humanos, na empresa, será muito difícil conseguir o desenvolvimento e
comprometimento necessários para a melhoria da qualidade (PICCHI,
1993).
O mesmo autor cita que o treinamento é apontado por todos os
autores como a base de um Programa de Melhoria da Qualidade,
devendo ser estendido a todos os níveis, abrangendo o treinamento
específico para a função, treinamentos sobre conceitos e técnicas da
qualidade e educação (formação geral para o convívio na sociedade).
Esse problema acaba sendo agravado pelo fato de os
trabalhadores da construção continuarem se mudando das grandes e
médias empresas para as pequenas firmas prestadoras de serviço, em
conseqüência das subcontratações. Fatores como a imagem negativa do
setor da construção e a não existência de um plano de carreira têm
desencorajado os mais jovens a considerar a construção civil como uma
opção de emprego (AGAPIOU et al. 1995).
Destaca-se que a fim de justificar baixo investimento na
formação dos operários subempreitados, ainda construtoras que
insistem em dizer que não vale a pena treinar os operários já que
apresentam grande rotatividade e que atuam em várias construtoras do
mercado. Equivocadamente elas defendem que se efetivassem esse
treinamento estariam contribuindo para a evolução de empresas
concorrentes, as quais seriam beneficiadas mesmo sem realizarem
investimento algum. Os construtores que manifestam essa crença só
contribuem para consolidar o panorama de má formação operária, o qual
dificulta a evolução setorial e acaba trazendo prejuízos a construtoras, a
subempreiteiras e a operários.
105
A esse respeito, Ferrão e Pavoni (2001) sustentam que um grande
número de empresas construtoras requer mão-de-obra qualificada, mas
reluta a investir em programas de capacitação do seu operariado pela
preocupação com a possibilidade de se investir em programas de
treinamento e capacitação e, depois, perder o funcionário para empresas
concorrentes, isso devido a alta rotatividade da mão de obra,
característica do setor.
A rotatividade encontrada no setor da construção civil é causada
pelo salário insuficiente, falta de produção por parte do empregado,
condições de trabalho inadequadas; péssima relação entre chefia e
subordinados e pela própria característica típica do processo construtivo
desenvolvido em etapas sucessivas e com exigências distintas de
ocupações o que acarreta uma descontinuidade na produção.
Uma forma de diminuir a alta rotatividade dentro de uma empresa
é a possibilidade de muitos de seus operários serem capazes de
desempenhar diferentes funções. A rotatividade é danosa para as
empresas construtoras, pois ela tem gastos com o novo recrutamento.
Por outro lado, Barcelos (1997) acredita que muitos profissionais
de treinamento possuem a visão errônea de que o homem, como a
maioria das peças, é moldável e é por meio do treinamento que isso é
realizado. É difícil, para esses profissionais, enxergarem o homem a ser
treinado como alguém que possui habilidades e conhecimentos
diferentes daqueles planejados para ele e que talvez seus interesses
possam ser outros e talvez sejam mais bem aproveitados se forem
considerados e respeitados.
Dentro desse contexto, esse autor expressa que, excluindo-se os
poucos trabalhadores iniciantes, a maioria dos operários dos canteiros de
obras tem algum tempo de experiência no oficio, durante o qual
aprendeu muitos conceitos e adquiriu muitas habilidades. Um programa
de treinamento que se pretenda levar a tal efeito não os pode considerar
neófitos, aos quais devem ser transmitidas todas as informações a partir
do início. As informações devem ser consideradas como
complementares àquelas que possuem, como forma de respeito a esse
patrimônio cultural adquirido.
De acordo com Fontenelle (2004), dois fatores devem ser
considerados quando se trata de justificar a real necessidade de investir
na formação do trabalhador da construção civil. O primeiro consiste na
origem da desqualificação das pessoas, ou seja, da ausência de
formalização do conhecimento. A outra diz respeito aos programas de
qualidade em uso atualmente, que consideram o crescimento do ser
humano como um fator preponderante para o êxito do mesmo.
106
Segundo Martens (2000), desde a perspectiva da estratégia de
produtividade e competição da empresa, a administração do saber
aprender não deve fazer-se só em relação a si mesma, a que se aprendeu
algo, como também a de que tenha sido sua contribuição aos objetivos
perseguidos pela organização. Não basta convencer aos diretivos da
empresa que a capacitação não é um custo sem investimento, deverão
ser geradas evidências que a capacitação realmente promove.
Na opinião de Barcelos (1997), toda a moderna pesquisa
administrativa aponta a educação e o treinamento, quer dizer, a melhoria
da gestão de pessoas, como investimento não menos importante que a
máquina, a energia e a matéria prima. Todos estes elementos estão
acompanhando a evolução das empresas. O treinamento então passa a
ser considerado um dos pontos chave para alcançá-la.
Por tudo isso, pode-se concluir que a capacitação dos recursos
humanos na construção, transformou-se relevante e prioritária,
conjugado às inversões em equipamento ou infraestrutura. Portanto,
todos temos que tomar consciência, em especial os que têm o poder de
decisão, da necessidade de trabalhar na capacitação dos oparários na
construção.
2.14 HISTÓRICO DE TRABALHOS NO BRASIL
Segundo Goulart (1993), o despertar dos empresários da
construção civil para a necessidade de se buscar formas e políticas
capazes de mitigar as deficiências do setor é fenômeno recente. A
iniciativa de alguns, por intermédio de Sindicatos Patronais e de
Trabalhadores, aliada ao apoio didático e financeiro de organismos
especializados, entre os quais Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial SENAI e Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa
SEBRAE, vem proporcionando a realização de cursos de treinamento
e/ou aperfeiçoamento de mão-de-obra.
As experiências de que se tem conhecimento, de maior grau de
abrangência, aconteceram nos Projetos Prisma, Qualificar e Oásis,
respectivamente em Cascavel/PR, Vitória/ES e Fortaleza/CE, uma vez
que envolviam um número maior de entidades, empresas de construção
e trabalhadores.
O Projeto PRISMA Projeto de Qualificação para a
Produtividade e Qualidade, aconteceu em 1992 na cidade de Cascável
envolvendo 7 construtoras SINDUSCON/PR, FUNDATEC, SENAI e
107
SEBRAE. Foi realizado sob coordenação da empresa de Consultoria
NEOLABOR com sede em São Paulo.
Além dessas atividades desenvolvidas por instituições de
formação profissional, m-se as iniciativas da Universidade Federal de
Santa Catarina UFSC e Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRGS, que têm desenvolvido pesquisas com a finalidade de qualificar
melhor o trabalhador da Indústria da Construção Civil.
A Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, desenvolveu
três projetos distintos. Em 1992/93 elaborou um Manual de
Procedimentos de Execução e Treinamento que ensinava
sensibilizando para os problemas que poderiam ocorrer por não executar
pelo estabelecido (Maia, 1993). A segunda experiência foi um
treinamento de mão-de-obra por meio da Formação e Aperfeiçoamento
de trabalhadores para a execução de alvenaria estrutural, como o
desenvolvimento de um Manual de Procedimentos de Execução e um
Manual de Treinamento (Mutti, 1995). A terceira experiência foi uma
Metodologia de Qualificação para Trabalhadores da Construção Civil
com base nos Conhecimentos Gerenciais da Construção Enxuta
(Amaral, 2004).
Na UFRGS foram estruturados dois cursos: um sobre tecnologia
de alvenaria e outro de produção de concreto para estruturas (Silva,
1994).
Em 1995, no Paraná, 16 empresas participaram do ¨Programa
Obra Prima¨, implantado pelo SEBRAE/PR em parceria com
SINDUSCON/PR e o SENAI. Aumento dos ganhos de produtividade,
folga de tempo na execução dos cronogramas de suas obras e satisfação
pessoal de seus empregados foram alguns dos resultados obtidos desde a
implantação desse programa.
Na Bahia, o SENAI/BA promoveu um projeto denominado,
¨Construindo um trabalhador¨, com o objetivo de desenvolver a
construção civil da região. Já o SENAI/DF criou o Centro de Tecnologia
da Construção CTC para promover, junto às empresas de construção
civil, a melhoria da qualidade, de produtividade e o desenvolvimento e
utilização de novas tecnologias.
Em 1995/96, na cidade de Vitória/ES, em parceria com nove
construtoras, SINDUSCON/ES, a NEOLABOR e o SENAI implantaram
o Projeto QUALIFICAR Formação profissional para a
competitividade.
Em 1996/97, em Fortaleza/CE, também sob a orientação da
NEOLABOR, o Projeto OASIS Formação profissional para a
competitividade, envolvendo 7 construtoras, Instituto Euvaldo Lodi
108
IEL, o SINDUSCON/CE, SENAI, SEBRAE, Banco do Nordeste do
Brasil – BNB, Núcleo de Tecnologia do Ceará – NUTEC, Universidade
de Fortaleza – UNIFOR, Universidade Federal do Ceará – UFC e Escola
Técnica Federal do Ceará- ETFECE.
A empresa de consultoria NEOLABOR, em parceria com outras
instituições, coordenou os Projetos Prisma e Oásis, tendo como objetivo
principal dos projetos conduzir o aluno (operário da construção civil) ao
aprendizado na formação da Polivalência: carpinteiro, armador e
pedreiro. Tópicos em que possam ocorrer mudanças em vários aspectos
da vida da empresa e do operário, foram abordados tais como:
melhorar a qualidade do produto e de vida do trabalhador;
sensibilizar a empresa sobre os aspectos humanos;
melhorar a qualidade do canteiro de obra;
difundir uma nova cultura voltada para a racionalização e
qualidade;
favorecer a função; e
garantir o aumento de produtividade.
Os resultados foram avaliados em todos os níveis de participação.
Intervenções aconteceram nos canteiros e na avaliação final, constatou-
se que parte dos objetivos propostos foram alcançados.
Consequentemente obteve-se como sucesso:
melhoria na comunicação;
organização das obras;
limpeza de canteiros;
melhoria da qualidade de vida no trabalho; e
intercâmbio entre empresas participantes.
A contribuição dos fabricantes de materiais de construção tem
sido a qualificação dos operários com cursos de curta duração.
De acordo com Vargas (1996), o custo passou a ser fundamental
e o setor da construção civil começou a se engajar nas formas de
organização do trabalho que antes eram da indústria em geral, como a
qualidade total e a norma ISO 9000.
Mas, ao se fazer uma análise do setor, encontra-se um quadro
desanimador quanto aos investimentos na mão-de-obra operária. Para os
empresários da construção civil, viriam à tona, em primeira instância, as
109
características negativas do setor: a alta rotatividade dos funcionários da
produção; baixo nível de escolaridade; origem da mão-de-obra; pessoas
desprovidas de conhecimento das implicações do seu trabalho para com
o seu meio de vida (social, higiênico, profissional, educacional,
familiar, legal, lúdico, assistencial e monetário); utilização crescente de
subcontratação, gerando funcionários com pouca identidade com a
empresa; alto custo social de um funcionário para a empresa; incertezas
do mercado e das ações do governo, dentre outras (HEINECK e
TRISTÃO, 1995).
Por essa razão, Machado (1996) considera que novos padrões de
qualificação e requisitos da força de trabalho são exigidos, dentre os
quais disposição em participar e sugerir, iniciativa, criatividade,
responsabilidade, capacidades para resolver problemas e trabalhar em
equipe, lidar bem com constantes inovações tecnológicas e que seja
portador de alta capacidade de abstração.
2.15 TREINAMENTO POR COMPETÊNCIAS - CONCEITOS
A palavra competência vem do latim, competere. O conceito de
competências pode ser visto, inicialmente, como a fragmentação da
palavra em latim com, cujo significado é conjunto e petere, cujo
significado é esforço.
Apresentada a origem etimológica da palavra competência, torna-
se necessário precisar o significado dos seguintes conceitos, a serem
utilizados neste tópico:
Competência: conjuntos de conhecimentos, habilidades,
disposições e condutas que possui uma pessoa, que lhe permitem a
realização exitosa duma atividade. (RODRIGUEZ, 1998).
Também tomaremos estas definições de Competências:
Competências de Conhecimento: o que a pessoa sabe;
Competências de Habilidade: tanto o que a pessoa sabe fazer
como sua capacidade de relação interpessoal;
Competências de Atitude: o que a pessoa é, o como se comporta
perante as situações e cenários.
Atitude: As atitudes dirigem, relacionam-se e selecionam o
comportamento de certas atitudes ou objetivos e os distanciam de
outros;
Conhecimento: A informação que uma pessoa possui sobre áreas
específicas. É importante como se avalia;
110
Habilidade: A capacidade de desempenhar certa tarefa física ou
mental.
Competência laboral: como combinação integrada de
conhecimentos, habilidades e atitudes que se põem em ação para um
desempenho adequado num contexto dado. Mais ainda, fala-se de um
saber atuar, utilizando todos os recursos (IRIGOIN e VARGAS, 2002).
A competência profissional: é uma combinação de
conhecimento, saber fazer, experiência e comportamento que se exerce
num contexto preciso. Ela é comprovada quando o profissional utiliza, a
partir de qual é possível a validação. Compete então a empresa
identificar, validar e fazer a avaliação (ZARIFIAN, 2003).
A competência organizacional: refere-se às possibilidades do
indivíduo a trabalhar em equipe e concluir seus projetos e alcançar os
objetivos propostos, dando maior competitividade à empresa.
Mapa de Competências: é o conjunto de conhecimentos,
habilidades e atitudes que são requeridas para o desempenho da
atividade profissional. No marco da Gestão por Competências, os Mapas
constituem uma ferramenta fundamental para levar a cabo um modelo
de Gestão de Pessoas (IAVANTE, 2008).
Gestão Por Competência: Ferramenta estratégica indispensável
para enfrentar os novos desafios que impõem o meio. É impulsar em
nível de excelência as competências individuais, de acordo com as
necessidades operativas. Garante o desenvolvimento e a administração
do potencial das pessoas, “do que sabem fazer” ou poderiam fazer. É
uma das ferramentas principais no desenvolvimento do Capital Humano.
A gestão por competências faz a diferença entre o que é um curso de
capacitação, com uma estrutura que contenha capacitação, treinamento e
experiência que são necessários definir para os requisitos de um posto
ou identificar as capacidades de um trabalhador ou de um profissional
(GARCIA, 2003).
Capital Humano: É o aumento na capacidade da produção do
trabalho alcançada com melhorias nas capacidades dos trabalhadores.
Essas capacidades realizadas adquirem-se com o treinamento, a
educação e a experiência. Referem-se ao conhecimento prático, às
habilidades adquiridas e às capacidades aprendidas de um indivíduo que
o fazem potencialmente. No sentido figurado, refere-se ao termo capital
em sua conexão com o que quem saber seria melhor chamada a
“qualidade de trabalho” é algo confuso. No sentido mais restrito do
termo, o capital humano não é realmente capital do todo. O termo foi
batizado para fazer uma analogia ilustrativa, útil, entre o investimento de
recursos para aumentar o estoque do capital sico ordinário
111
(ferramentas, máquinas, edifícios, etc.), para aumentar a produtividade
do trabalho e do “investimento” na educação ou no treinamento da mão
de obra como meios alternativos de alcançar o mesmo objetivo geral de
incrementar a produtividade (CHIAVENATO, 2002).
A Gestão dos Recursos Humanos: define-o o autor como
Sistema de Normas, procedimentos e ações que asseguram a melhoria
contínua da política laboral e a disponibilidade da capacidade potencial
do homem para satisfazer as necessidades e estratégias da organização
(DELGADO, 2000).
Análise das tarefas: consiste na identificação das atividades que
compõem as tarefas e dos requisitos pessoais necessários para seu
desempenho eficaz. A capacitação tem como objetivo fundamental
capacitar as pessoas para o desempenho das atribuições de seus cargos,
que cargos são constituídos por tarefas. Assim, a análise das tarefas
consiste em estudos para determinar o tipo de comportamento que os
empregados devem apresentar para o adequado desempenho das
respectivas tarefas, como conhecimentos, habilidades e atividades
solicitadas (GIL, 2001).
Análise dos recursos humanos: consiste em verificar em que
medida os empregados dispõem de conhecimentos, habilidades e a
atitudes requeridas para o desempenho das tarefas necessárias para o
alcance dos objetivos da organização. Assim, a análise organizacional
esclarece seus objetivos; a análise das tarefas, o que é necessário para
alcançar os objetivos, e a análise dos recursos humanos, as carências dos
trabalhadores e suas necessidades quanto à execução de uma tarefa
(GIL, 2001).
Análise organizacional: consiste na identificação dos níveis de
eficiência e eficácia da organização, a fim de determinar as formas de
treinamento que poderão contribuir para sua elevação. Envolve toda a
empresa e é objetiva, entre outras coisas a identificação das tarefas em
que o treinamento torne-se necessário. Não existe uma forma
padronizada para obtenção de informações como objetivos, produtos,
tecnologia, recursos humanos, imagem, clima organizacional; por isso a
análise organizacional é feita de acordo com as possibilidades e
conveniências dos profissionais que o desenvolvem. Uma exata análise
organizacional possibilita identificar como ocorre o crescimento da
empresa, a que se deve e quais são os fatores que o dificultam. Permite,
além disso, verificar em que medida os recursos humanos disponíveis
vêm contribuindo para alcançar os objetivos da empresa (GIL, 2001).
112
Segundo PMBOK (2004), no planejamento de recursos
humanos, existem funções e responsabilidades cujos itens devem ser
abordados:
Função. O rótulo que descreve a parte de um projeto pelo
qual uma pessoa é responsável. Exemplos de funções do
projeto são engenheiro civil, advogado judicial, analista de
negócios e coordenador de testes. A clareza da função em
relação à autoridade, responsabilidades e limites é
essencial para o sucesso do projeto.
Autoridade. O direito de aplicar recursos do projeto,
tomar decisões ou assinar aprovações. Exemplos de
decisões que precisam de autoridade clara incluem a
seleção de um método para terminar uma atividade,
aceitação de qualidade e como responder a variações do
projeto. Os membros da equipe operam melhor quando
seus níveis individuais de autoridade correspondem às suas
responsabilidades individuais.
Responsabilidade. O trabalho que um membro da equipe
do projeto deve realizar para terminar as atividades do
projeto.
Competência. A habilidade e a capacidade necessárias
para terminar as atividades do projeto. Se os membros da
equipe do projeto não possuírem as competências
necessárias, é possível que o desempenho seja
comprometido. Quando esses desajustes são identificados,
são iniciadas respostas pró-ativas como treinamento,
contratação, mudanças de cronograma ou mudanças do
escopo.
Le Boterf, Fleury e Fleury (2000) adotam o conceito de
competência como “um saber agir responsável e reconhecido, que
implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos,
habilidades que agreguem valor econômico à empresa e valor social ao
indivíduo”.
A introdução da expressão agregar valor implica que o
desenvolvimento e combinação das competências individuais devem
resultar no desenvolvimento de competências organizacionais e
competências essenciais, alinhadas à estratégia organizacional. Esse
desenvolvimento de competências, que é construído em torno dos
113
recursos e pessoas, implica, conforme salienta Zarifian (2000), que a
Gestão de Pessoas esteja fundamentada no desenvolvimento das
competências individuais e da responsabilidade compartilhada para
alcançar os objetivos organizacionais.
Em geral, todos os autores apontam ao menos dois níveis de
competência: as competências essenciais da organização e as
competências individuais das pessoas que trabalham. É também
reconhecido que são as competências individuais, atuando isoladamente
ou em equipes, somadas aos demais recursos da empresa as que irão
promover os diversos tipos de competências organizacionais.
Para Fleury e Fleury (1999), a competência do individuo pode ser
entendida segundo três eixos fundamentais: pela pessoa, por sua
formação educacional e por sua experiência profissional.
Entretanto, as competências organizacionais se referem à
possibilidade de indivíduos em equipes a conduzirem seus projetos de
forma a alcançar os objetivos propostos, dando maior competitividade
às empresas.
Então a competência organizacional e a capacidade de mobilizar,
integrar e colocar em ação um conjunto de recursos, com a finalidade de
atingir o desempenho esperado, que deve ser percebido pelo cliente, de
acordo com os objetivos estratégicos da empresa. O conjunto de
recursos significa o conhecimento, a cultura, a tecnologia da empresa
(LEONAR-BARTON, 1992; RUAS 2001).
A competência não se reduz a um saber nem a um saber-fazer
(...). Todos os dias a experiência mostra que pessoas em posse de
conhecimentos ou capacidades não as sabem mobilizar de forma
pertinente e no momento oportuno (...) A competência não reside nos
recursos a mobilizar (conhecimentos, capacidades), mas na própria
mobilização desses recursos. A competência é da ordem do saber
mobilizar. (...) Esta mobilização não é da ordem da simples aplicação,
mas de ordem da construção. O diagnóstico de um médico não é a
simples aplicação de teorias biológicas. A engenharia de uma ação de
formação não se reduz à aplicação das teorias da aprendizagem ou da
psicologia cognitiva (LE BOTERF, 1994).
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) impulsa, em
nível mundial, uma série de programas tendentes a lograr a certificação
de competências laborais de pessoas que não possuem um título ou
certificado que lhes permita comprovar um conhecimento ou
especialidade. Esses programas de certificação são impulsados, por sua
vez, pelos governos dos respectivos países (CINTERFOR, 2008).
114
Segundo Martens (1997), a Competência Laboral deve refletir:
A competência para administrar a tarefa;
A competência para trabalhar num marco de segurança e
higiene;
A aptidão para desempenhar-se num ambiente organizado,
para relacionar-se com terceiras pessoas e para resolver
situações contingentes;
A aptidão para transferir a competência de um posto de
trabalho a outro e de um contexto a outro;
A aptidão para responder positivamente às mudanças
tecnológicas e aos métodos de trabalho;
Os conhecimentos e as habilidades de que se necessita para
um desempenho eficiente da função de trabalho;
As mais fáceis de detectar e desenvolver: destrezas e
conhecimentos (competências superficiais);
As menos fáceis de detectar e desenvolver: conceito de si
mesmo, atitudes, valores, personalidade, motivação
(competências centrais).
O Treinamento, baseado em competências laborais, enfatiza a
relação estreita entre o sistema educativo e os sistemas laborais. Pode-se
dizer que é parte da novidade dessa corrente. Não se procura unicamente
as necessidades de formação no aspecto profissional, mas também
identificar as carências nas competências básicas e todas aquelas
competências que fazem possível que uma pessoa permaneça e tenha
promoção dentro de seu mercado de trabalho (dirigir recursos, trabalhar
em equipes, tomar decisões, adaptar-se às mudanças).
A mesma caracteriza-se por atender às demandas atuais dos
atores sociais, interessados na educação, na formação profissional e na
capacitação de trabalhadores. Nesse ponto das demandas, as
características derivadas são:
a) Formação orientada na demanda empresarial: os
programas educativos devem ser sustentados nas
necessidades tecnológicas, produtivas, organizacionais e
educativas manifestadas pelas unidades produtivas;
b) Atender, de maneira prática, aos vínculos entre os sistemas
laborais e educativos de uma sociedade dada;
115
c) As empresas indicam a informação das análises das
ocupações. Esses devem ser realizados por pessoal das
empresas, reconhecido como competente;
d) Programas educativos flexíveis: os programas com
enfoques de competências permitem uma maior
diversidade de situações nas que se possam efetuar ações
formativas, com diferentes modalidades e circunstâncias;
e) Continuidade da formação: os programas devem atender às
características da educação contínua e auxiliar os
trabalhadores a aprender a aprender;
f) Reconhecimento ao valor das distintas formas de
aprendizagem: assegurar mecanismos de credenciamento e
certificação das competências sem distinguir as formas
como foram adquiridas;
g) Perspectiva inclusiva: os programas devem conduzir a
resultados de maneira que aumentem as possibilidades dos
formados para aceder ou manter-se no emprego;
h) Melhoramento da qualidade da informação do mercado de
trabalho: os programas devem estar sustentados em
informação confiável e atualizada;
i) Requer o convencimento dos atores: devem acreditar que
as inovações são válidas e melhoram realmente a educação
e o trabalho;
j) Docentes mais comprometidos: na qualidade das funções
que cumprem;
k) Intenção de normalizar as funções de cada ocupação como
base para construir sistemas formativos e sistemas de
certificação;
l) Estabelecimento de centros onde se normaliza a
competência no trabalho e a certifica;
m) Procura da formação com excelência.
As principais características de um programa de capacitação por
competências são as que seguem (adaptação com base em HARRIS,
1991, apud ALLES, 2006).
1. As competências que os alunos terão que cumprir são
cuidadosamente identificadas, verificadas por peritos
locais e de conhecimento público;
116
2. Os critérios da avaliação são derivados da análise de
competências, suas condições explicitamente especificadas
e de conhecimento público;
3. A instrução dirige-se ao desenvolvimento de cada
competência e a uma avaliação individual por cada
competência;
4. A avaliação leva em conta o conhecimento, as atitudes e o
desempenho da competência como principal fonte de
evidência;
5. O progresso dos alunos no programa deve ser de um ritmo
que eles determinam e segundo as competências
demonstradas;
6. A instrução é individualizada ao máximo possível;
7. As experiências de aprendizagem são guiadas por uma
frequente retroalimentação;
8. A ênfase é posta no logro de resultados concretos;
9. O ritmo do avanço da instrução é individual e não de
tempo;
10. A instrução faz-se com material didático que demonstra
situações de trabalho reais e experiências no trabalho;
11. Os materiais didáticos de estudo são modulares, inclui
uma variedade de meios de comunicação, são flexíveis
enquanto que há matérias obrigatórias e opcionais;
12. O programa em sua totalidade é cuidadosamente
planejado, e a avaliação sistemática é aplicada para
melhorar continuamente o programa;
13. Evitar a instrução frequente em grupos grandes;
14. O ensino deve ser menos dirigido a expor temas do que ao
processo de aprendizagem dos indivíduos;
15. Fatos, conceitos, princípios e outro tipo de conhecimento
devem ser parte integral das tarefas e funções.
À certificação das competências laborais não se pergunta onde
obteve os conhecimentos ou desenvolveu suas habilidades, verifica
que o candidato possua os atributos necessários para ser certificado.
Para Alvim (2006), a gestão de pessoas baseada em competência
surge nesse cenário como proposta para melhorar o desempenho das
empresas. Batra (2002), Luthria (2002) indicam que estudos realizados
117
nos países em desenvolvimento têm demonstrado que a capacitação no
trabalho oferece significativos retornos em termos de produtividade.
Marelli (2000) indica que muitas empresas nos Estados Unidos,
na Europa e recentemente na América Latina têm incorporado a gestão
de recursos humanos baseada em competência laboral como uma
ferramenta para melhorar a produtividade e manter um clima positivo
nas relações com seus colaboradores. A justificativa desses esforços
encontra-se na intenção de melhorar os níveis de produtividade e
competividade mediante a mobilização do conhecimento e da
capacidade de aprender, da organização. Faz-se, assim, evidente a
tendência de revalorização da contribuição humana à competividade.
O mesmo autor refere que esta aplicação do enfoque de
competências engloba as áreas tradicionais de gestão do talento humano
na organização: seleção, remuneração, capacitação, avaliação e
promoção. Conhecem-se experiências sobre aplicações de sistemas
normalizados de competência, bastante difundidas na Inglaterra, Irlanda,
Escócia, Austrália, demarcadas dentro de um sistema nacional de
formação e certificação.
Martens (1997) comenta que entre os principais objetivos das
competências laborais encontra-se o de ajudar a quebrar inércias ou
obstáculos que até a data têm impedido, às empresas, dinamizar a
capacitação-formação de seus trabalhadores. Isso adquire particular
importância na América Latina, onde as investigações indicam que a
capacitação continua sendo limitada em termos gerais.
Segundo Gonczi (1996), a principal característica da capacitação
por competências é sua orientação à prática, por uma parte e a
possibilidade de uma inserção quase natural e contínua na vida
produtiva da pessoa. O fato de que a competência signifique resolver um
problema ou alcançar um resultado, transforma o currículo num ensino
integral, ao misturar-se o problema de conhecimentos gerais, os
conhecimentos profissionais e as experiências no trabalho, áreas que
tradicionalmente estavam separadas.
Furnham (1997) salienta que os processos de capacitação vão
sempre associados a processos de mudança e portanto, dirigidos a
preparar os membros da organização para alcançar o estado
qualitativamente superior que se quer alcançar, isto implica a criação de
novas habilidades, para, a médio e longo prazo, consolidar as mudanças
sobre a base de novos valores culturais.
Perez (2003) menciona que o trabalho por competência persegue,
com uma maior eficiência (aumentar a produtividade e a qualidade) e
eficiência em sua gestão (chegar a satisfazer as necessidades dos
118
clientes, trabalhando bem (desde a primeira vez) a fim de obter os
resultados econômicos desejados.
Segundo o Programa de Eficiência e Competividade da Indústria
da Construção Civil (PECC), implementado em julho do ano 2001, no
Paraguai, o programa de capacitação por competências logra beneficiar:
Às empresas construtoras e aderidas com trabalhadores
certificados:
- Melhoria dos níveis de produtividade e
competitividade do trabalhador;
- Diminuição dos custos da obra (materiais e melhor
utilização dos recursos humanos);
- Existência de critérios comuns (modelos) no
desempenho laboral (funciones produtivas) para o
sector;
- Diminuição dos custos dos processos de seleção,
contratação e motivação dos trabalhadores;
- Apoio na detecção de necessidades de capacitação;
- Na medida em que as empresas iniciem sua
vinculação a programas de gestão de qualidade, os
efeitos serão mais mensuráveis.
Para os trabalhadores:
- Reconhecimento formal de seus conhecimentos
empíricos, habilidades, destrezas e atitudes para o
trabalho;
- Maiores possibilidades de trabalho no âmbito
nacional e regional;
- Desenvolvimento de seu trabalho conforme
modelos estabelecidos, conhecidos;
- Facilidade para uma capacitação contínua e de
acordo com a demanda laboral, apoiado na
organização do trabalho e nas mudanças
tecnológicas;
- Identificação de seu nível pessoal de classificação,
como possibilidades de ir melhorando
continuamente.
119
Dessa maneira, segundo o Sistema de Promoção Profissional do
Paraguai (SNPP) (2007), os benefícios da implementação de um
programa de capacitação por competências são os seguintes:
Beneficios para as pessoas
- Adquirir habilidades e conhecimentos aplicáveis a
uma função produtiva;
- Planejar com precisão seu plano de carreira;
- Obter um certificado de caráter nacional, que
reconheça seus conhecimentos, habilidades e
atitudes independentemente da forma em que as
tenha adquirido;
- Flexibilidade no mercado laboral.
Benefícios para o setor
- Contar com informação válida, precisa e confiável
sobre o nível de qualificação de seus trabalhadores;
- Potenciar o sistema de certificação de competência
laboral, por meio de sua vinculação com outros
sistemas empresariais;
- Incrementar a produtividade, qualidade e
competitividade de sua gestão e operação.
Benefícios para as empresas
- Elevar seu capital intelectual, técnico e profissional
a níveis de empresa de classe mundial (SABER);
- Melhorar seu rendimento ao lograr melhorar seus
processos produtivos (SABER FAZER);
- Promover, entre seus trabalhadores, uma cultura
laboral sustentada no autodesenvolvimento, na ética
e na honestidade (SABER SER).
Por outro lado, Gordillo (2000), falando de avaliação por
competências, refere que o objetivo de avaliar as competências laborais
é tirar uma espécie de fotografia da situação de trabalho das pessoas,
referida a nível de conhecimentos, de habilidades e de atitudes em seus
respectivos postos de trabalho.
O conceito moderno da avaliação por competências se refere à
necessidade de aplicar os respectivos instrumentos antes de contratar
120
pessoal, durante as atividades laborais dos trabalhadores (avaliação de
desempenho) e depois de um processo de treinamento, para efeitos de
saber em que medida essa tenha favorecido o desenvolvimento da
empresa.
A avaliação de desempenho procura identificar o déficit que os
trabalhadores podem ter na execução de suas funções e tarefas. Então,
deve existir um mapa de competências definido para os postos de
trabalho. Esse é o meio de contraste que nos permite detectar as
falências ou carências do trabalhador.
A avaliação de competências é um processo complexo, que
requer como passos prévios a definição dos mapas das competências,
estruturados em torno dos conhecimentos, das habilidades e das
condutas individuais e sociais. Posteriormente, é necessário estabelecer
instrumentos de medição que deem conta das demonstrações e
evidências de cada uma destas competências, mas vista sob uma
perspectiva balanceada e integral.
Essa visão é, talvez, a parte mais difícil de lograr. Se bem que não
resulta complexo encontrar evidências de habilidades e conhecimentos,
por meio de testes e pautas de verificação e, sim, definir as
competências nas atitudes das pessoas. Essas podem ser detectadas
aplicando questionários e pautas de observação que se tenha em
consideração tanto do avaliado como de quem se relaciona com ele
durante o trabalho.
Delimitado isso, é necessário efetuar uma cotação: os
instrumentos devem entregar demonstração de competências das
condutas relacionadas exclusivamente com as funções e tarefas que o
avaliado executa.
Levando-se em conta as competências que se possuem contra as
requeridas para executar adequadamente as funções e tarefas
encomendadas para o trabalho, temos como resultado as necessidades de
capacitação do pessoal.
122
CAPÍTULO 3
MÉTODO DE PESQUISA DO TREINAMENTO POR
COMPETÊNCIAS
O presente capítulo tem por objetivo apresentar as etapas e as
atividades realizadas na presente investigação para o êxito das metas de
estudo da mesma, fases estas que se detalham na continuação conforme
segue.
3.1 TÉCNICA DA PESQUISA
Escolher a estratégia de pesquisa é um dos aspectos mais
importantes em termos de organização e planejamento das atividades a
ela pertencentes. Na presente investigação, como estratégia da pesquisa,
foi utilizada a pesquisa-ação (Action Research). Esse termo foi utilizado
pela primeira vez, em 1946, pelo autor Kurt Lewin
3
. A mesma consiste
numa pesquisa com a qual se pretende tratar, de forma simultânea,
conhecimentos e mudanças sociais, de maneira que se unam a teoria e a
prática. Para o citado autor, as características mais importantes da
pesquisa ação moderna são: seu caráter participativo, seu impulso
democrático e sua contribuição simultânea ao conhecimento.
Thiollent (1992) define a pesquisa- ação como um tipo de
pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema
coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes da situação ou
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Essa investigação tem como características: a) está orientada à
ação e à mudança; b) engloba etapas sistemáticas e interativas. Destaca-
se como premissas fundamentais, nessa investigação, que os resultados
devem ser vantajosos tanto para o pesquisador como para os praticantes.
Kincheloe (2003) refere que entre as características desse tipo de
pesquisa:
Assegura a autonomia das pessoas;
O meio é uma forma de aprendizagem;
3
Kurt Lewin, ( 1892-1947) psicólogo polaco, é reconhecido como o fundador da psicologia
social moderna, o mesmo defendeu a investigação ressaltando sua aplicação prática.
123
Trata-se de um trabalho diversificado que se realiza num
meio de cooperação.
Este método de pesquisa ação apresenta-se como uma espiral que
contém:
Figura 2 – Espiral da pesquisa ação
Fonte: Kincheloe (2003)
Segundo Gil (1999), as etapas da pesquisa-ação são:
1. formulação do problema;
2. construção de hipóteses ou determinação dos objetivos;
3. delineamento da pesquisa;
4. operacionalização dos conceitos e variáveis;
5. seleção da amostra;
6. elaboração dos instrumentos de coleta de dados;
7. coleta de dados;
Novo
problema ou
redefinição
do anterior
del anterior
Nova
recolhida
de
evidências
Análises do
problema e
recolhida
de dados
Proposta
de ação e
realização
da mesma
Analises
dos dados e
reflexão
Problema
Pratico
E
D
A
F
B
C
124
8. intervenção para as melhorias;
9. análise e interpretação dos resultados;
10. redação do relatório.
A sucessão dessas fases nem sempre é rigorosamente observada,
podendo ocorrer que algumas delas não apareçam claramente em muitas
pesquisas. Contudo, esse encadeamento de fases parece ser o mais
lógico, segundo Gil (1999).
3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Nesta seção serão apresentados os aspectos do delineamento da
pesquisa tais como o tipo de obra a ser pesquisada, a sua população e as
etapas de desenvolvimento da pesquisa.
3.2.1 População e tipo de obra pesquisada
Na presente pesquisa, foram objeto de estudo trinta e cinco (35)
operários que desenvolveram as suas atividades em duas obras. No ano
2007 esses operários trabalharam numa obra na fase de estruturas e
alvenaria e posteriormente, nos anos 2008 e 2009, esses mesmos
operários trabalharam numa obra na fase de estruturas, alvenaria e
acabamentos, obra na qual o autor da presente tese se desenvolveu como
engenheiro de obra.
As capacitações dos operários começaram a realizar-se no ano
2007 e continuaram na outra obra durante o ano 2008. No ano 2009,
foram feitas as verificações dos resultados do treinamento. Salienta-se
que para a presente pesquisa a obra piloto é a obra na qual trabalharam
os operários durante os anos 2008 e 2009, tendo em consideração que
foi nessa última que se realizaram as medições para a obtenção dos
indicadores de produtividade e qualidade.
3.2.2 Fases da Pesquisa
A presente pesquisa teve duas fases: a) a fase de treinamento b) a
fase de verificação dos resultados do treinamento, fazendo a comparação
entre operários treinados (grupo experimental) e operários que não
receberam treinamento (grupo de controle). Essa última fase será
abordada no capítulo 4.
125
A fase de treinamento teve as seguintes etapas:
1. Seleção e treinamento dos monitores;
2. Verificação das necessidades de treinamento dos
operários;
3. Capacitação dos operários;
4. Avaliação da capacitação;
5. Certificação;
6. Avaliação feita pelos operários em relação ao Programa de
Capacitação.
3.2.2.1 Seleção e Treinamento dos Monitores
Para o cumprimento dessa fase, no ano 2007, fez-se um convite
aos alunos dos últimos anos do curso de Arquitetura da Universidade
Católica de Itapúa, como também aos alunos do Colégio Técnico
Nacional, ambos da cidade de Encarnación, Paraguai. No ano de 2008,
foram convidados os alunos de Arquitetura e do último ano da carreira
de Engenharia Civil da Universidade Nacional de Itapúa, dando a
oportunidade para realizarem seus trabalhos finais de graduação.
Destaca-se que nessas instituições o autor exerce sua função de docente.
Posteriormente, procedeu-se a selecionar, entre os voluntários,
aqueles alunos que iriam participar, levando em consideração seu
rendimento acadêmico e a disponibilidade de tempo dos mesmos. No
ano 2007, foram selecionados dezessete (17) alunos de Arquitetura e
quatro alunos do Colégio Técnico Nacional. No ano 2008, o grupo foi
formado com quatro (4) alunos de Engenharia Civil da Universidade
Nacional de Itapua e três (3) alunos de Arquitetura da Universidade
Católica de Itapuá. No ano 2009, o grupo foi formado com outros quatro
(4) alunos da carreira de Engenharia Civil que realizaram a parte final da
pesquisa sendo esta a medição dos indicadores e as análises finais de
produtividade e qualidade, entre o grupo experimental e o grupo de
controle. Sendo o total de auxiliares de pesquisa trinta e dois (32)
alunos.
Na primeira etapa, foi explicado aos mesmos a finalidade da
presente pesquisa, receberam materiais e informação, sendo orientados
em relação às técnicas de capacitação mais eficientes para o ensino de
adultos, ressaltando que o emprego adequado das técnicas de ensino,
assim como a utilização de recursos para transmissão de conhecimentos
126
e informações facilitam a compreensão, assimilação, aceitação e
envolvimento dos treinados; portanto, a seleção dos métodos a serem
utilizados no treinamento deve ser considerada ponto chave.
Como base teórica se teve em conta o exposto por Holanda;
Barros (2004), como também as recomendações realizadas pelo
Programa de Eficiência e Competitividade na Construção Civil (PECC,
2001) referente à utilização de técnicas didáticas.
Em tal sentido, segundo Holanda; Barros (2004), na seleção e
definição dos métodos de treinamento a serem adotados, deve-se levar
em consideração alguns critérios, dentre eles:
o número de operários a serem treinados;
as principais características dos treinados e o tipo de
comportamento a ser adquirido;
a disponibilidade temporal e financeira da empresa; e
o custo dos métodos escolhidos.
Também, segundo essas mesmas autoras, na fase de aplicação do
treinamento, deve-se ter certos cuidados, aqui destacados:
o material e os recursos necessários devem estar prontos
no início do treinamento. A falta de organização causa
impressão, podendo gerar desmotivação;
o material didático e as técnicas de instrução devem ter
qualidade;
o instrutor deve ter pontualidade, conhecimento sobre o
assunto e postura adequada para conduzir o treinamento. O
instrutor deve orientar e principalmente acompanhar o
treinado na execução das etapas necessárias, tecendo
comentários (negativos ou positivos) sobre seu
desempenho;
anotar sugestões feitas pelos operários, as quais poderão
vir a facilitar sua aprendizagem, as principais dificuldades
encontradas e possíveis soluções;
deve-se tomar cuidado quanto ao local onde será realizado
o treinamento. Ele precisa ser apropriado e condizente com
os métodos, técnicas e recursos escolhidos. Os treinados
precisam estar devidamente acomodados em carteiras
apropriadas que tenham apoio para as costas e para
127
escrever; o local deve ser arejado e possuir claridade
adequada;
deve-se tomar cuidado com o horário e o tempo de duração
do treinamento. Quando o treinamento for prático, ou
misturar vários métodos, sua duração pode se estender
durante todo o dia; porém, deve-se lembrar de programar
intervalos de descanso e intervalos para questionamentos e
dúvidas;
deve-se tomar cuidado com a duração das aulas teóricas.
Elas precisam ter intervalos, pois isso favorece a
assimilação, não deixando o treinando se dispersar. Os
períodos de aulas não devem ser superiores a 60 minutos,
tendo-se um total diário de dois períodos com um
intervalo. A parte teórica deve ser realizada,
preferencialmente, nas primeiras horas do período da
manhã (8h às 10h), pois são as horas mais propícias para o
aprendizado.
Segundo o Programa de Eficiência e Competitividade na
Indústria da Construção PECC (2001), a proposta sobre as condições
indispensáveis que devem ser atingidas em cada processo de
aprendizagem, parte de quatro condições que são aceitas pela maioria
das escolas de aprendizagem como válidas:
As pessoas, especialmente os jovens e os adultos,
aprenderão significativamente se demonstram interesse por
aprender. A motivação é um elemento que fortalece a
vontade do estudante para cumprir as experiências de
aprendizagem a que se propõem;
A segunda condição é a oportunidade, para o estudante, de
adquirir toda a informação necessária para aprender as
tarefas ou condutas previstas. Dessa condição básica
surgem outras secundárias como podem ser a necessidade
básica de selecionar o meio adequado para facilitar sua
aquisição, utilizar o vocabulário apropriado e que os
docentes cumpram o papel que a técnica lhes pede;
A terceira condição indispensável é exercitar os
conhecimentos adquiridos. Dessa condição podem surgir
outras relacionadas com o exercício, como ser: a
disponibilidade dos materiais e recursos necessários para
128
que todo estudante exercite e que isto lhe permita
aproximar-se da conduta indicada, ou melhor, permita
manifestá-la; que os docentes calculem bem o número e
tipo de exercícios e práticas, entre outras recomendações;
A quarta condição é retroalimentar e reforçar a
aprendizagem. Para o estudante pode ser estimulante ou
frustrante conhecer os resultados, mas sempre será de
utilidade sabê-lo, pois será um dos meios para corrigir
erros.
Por outro lado, no relativo às técnicas didáticas o PECC (2001)
propõe que qualquer função ou tarefa docente cumpre-se aplicando uma
metodologia e que para cada tarefa os docentes possam selecionar entre
dois ou mais opções metodológicas. Todas as metodologias propõem
uma forma geral, que lhe um caminho, um estilo às experiências de
aprendizagem.
As técnicas didáticas apresentadas no citado programa revisam
três metodologias presenciais e mais de sete técnicas de ensino. A
variedade oferecida deve–se ao fato de que não existe uma técnica que
possa facilitar a aprendizagem de todo tipo de condutas, mas, em
compensação, o docente sempre terá duas ou mais opções para
selecionar técnicas e materiais em uma estratégia didática. Portanto, é de
utilidade para o docente conhecer o maior número possível de técnicas
aplicáveis a seus programas, esse conhecimento resultará em melhores
planificações e uma maior diversidade e atrativo a seu ensino.
A continuação apresenta-se na tabela 4, com uma classificação
com os recursos didáticos que aproveitam.
Em atenção aos indicadores expostos por Holanda; Barros
(2004), relativos à seleção e definição dos métodos de treinamento, das
características peculiares tanto do lugar em que se tinha previsto realizar
a capacitação, a própria obra, como da população a treinar, os operários,
para o presente treinamento, optou-se pela utilização do método
expositivo e como recurso o apoio das lâminas de álbum seriado,
simulações e recursos audiovisuais.
129
Tabela 4 – Classificação de técnicas didáticas
TÉCNICAS DIDÁTICAS CLASSIFICADAS PELOS RECURSOS
DIDÁTICOS QUE APROVEITAM
1. Técnicas didáticas que aproveitam o recurso da palavra oral
Expositiva
Conferência
Simpósio-Painel
O docente introduz o tema, o desenvolvimento,
apoiando-se em materiais didáticos simples; conclui-se
fazendo um resumo.
Necessitam ser combinadas para exercitar os conteúdos
expostos.
No simpósio painel, uma equipe de alunos são os
expositores.
2. Técnicas didáticas que aproveitam o recurso da demonstração
Demonstrativa de
Operações
Demonstrativa de
Processos
Demonstrativa
individual
Os docentes organizam a demonstração, executam as
operações ou desenvolvem o processo em frente aos
estudantes.
Os estudantes repetem as execuções ou resolvem
determinados problemas no caso de processos ou
demonstrações matemáticas.
As práticas realizam-se até alcançar a autonomia ou
qualidade desejada.
3. Técnicas didáticas que aproveitam o recurso da leitura
Leitura dirigida
Leitura comentada
Leitura
Compartilhada
O docente explica o tipo de leitura e as atividades dos
alunos.
Lê-se a informação individualmente ou em grupo; com
os conhecimentos lidos, os estudantes discutem
conhecimentos (leitura compartilhada), intercambiam
informação (leitura dirigida).
Os resultados das leituras e trabalhos valoriza-se e se
retroalimentam os estudantes.
4. Técnicas didáticas que aproveitam o recurso do trabalho de equipes
Diálogos
simultâneos
Phillips 66
Confrontação
O docente forma as equipes, organiza o trabalho e
distribui os materiais didáticos.
Os docentes supervisam o trabalho em equipes e
preparam o intercâmbio de respostas.
Promove-se a participação para debater as respostas e
para chegar a conclusões.
Requerem materiais informativos impressos ou
audiovisuais.
130
5. Técnicas didáticas que aproveitam os recursos da discussão e o diálogo
Discussão em
grupos Pequenos
Aquário
Chuva de idéias
(Brainstorm)
Vídeo Fórum
O docente organiza o debate e explica as regras da
discussão (cada técnica tem suas próprias regras).
O debate pode ser dirigido pelo docente ou por um
estudante. Promove-se a participação, aproveita-se as
diferenças e se canaliza a discussão para tirarem-se
conclusões ou tomarem-se decisões.
No caso do vídeo fórum, depois da projeção procede-se
a discussão. Requer guias para a discussão.
6. Técnicas didáticas que aproveitam os recursos da narração e a análise
Estudos de casos
tipo Harvard
Processo de
Incidentes
Estado maior
O docente organiza o trabalho e distribui o caso ou
incidente.
Os estudantes respondem ao questionário e depois em
grupo confrontam suas respostas e defendem de maneira
argumentada suas posições, sob a moderação do
docente.
O docente orienta a discussão voltada a conclusões e
descobrimento dos conhecimentos.
Requer materiais informativos impressos ou
audiovisuais especiais, em que se apresentam as
histórias e os questionários por resolver.
7. Técnicas didáticas que aproveitam o recurso das vivências
Dramatização
Didática
Exercícios
vivenciais
Simulações
O docente forma as equipes, organiza o trabalho e
distribui os materiais didáticos.
Os docentes supervisam o trabalho em equipes e
preparam o intercâmbio de respostas.
Promove-se a participação para debater as respostas e
para chegar a conclusões. Requer materiais informativos
impressos ou audiovisuais, problemas no caso de
processos ou demonstrações matemáticas.
Fonte: PECC (2001)
As lâminas de álbum seriado: esse recurso de apoio consiste num
cavalete de metal, que permite suportar e manipular pregas de papel. As
folhas são sustentadas por meio de suportes de madeira que vão
pregadas na parte superior dos papéis. Seu tamanho é de 80 cm de
largura por 110 cm de comprimento. As lâminas de álbum seriado são as
folhas com textos e ilustrações elaboradas conforme certos critérios e
que se elaboram antes de chegar à sala de aula. Os critérios (a seguir na
elaboração) servem para conseguir uma boa utilização do mesmo e
131
alcançar seu bom entendimento, esses são localização, legibilidade,
distribuição, tamanho da letra.
Sua principal característica é o seu potencial de combinar textos,
cores, imagens, conservando para posteriores aplicações as lâminas
elaboradas. Também se utiliza a lousa branca como recurso didático
auxiliar, que consiste numa superfície grande que serve para anotar
textos, imagens, idéias e conteúdos breves.
Com respeito às simulações, as mesmas influenciam
favoravelmente na aprendizagem, visto que os operários podem
observar de forma direta o procedimento correto, com relação a algum
processo construtivo, como por exemplo, colocação de pisos por parte
de um operário qualificado. Quanto aos recursos audiovisuais, os
mesmos também oferecem a possibilidade de observar e reter
informação dos temas que são apresentados. Esses recursos devem ser
utilizados como uma ferramenta que auxilie na ação do instrutor,
favorecendo a concentração, a aplicação e a retenção de conhecimentos,
tornando a comunicação mais eficiente.
Carvalho (1998) salienta que o êxito da formação é alcançado
com maior facilidade, se todos os recursos didáticos forem utilizados, no
intuito de ativar os sentidos humanos no auxílio do aprendizado,
conforme pode ser observado ao se utilizar como referência os seguintes
dados relacionados à aprendizagem. Segundo os estudos da Socondy-
Vacuum Oil Co Studies: retemos: 10% do que se lê, 20% do que se
escuta, 30% do que se vê, 50% do que se e escuta, 70% do que se
ouve e logo discute, 90% do que ouve e logo se realiza; aprende-se: 1%
por meio do paladar, 1,5% por meio do tato, 4,5% por meio do olfato,
11% por meio da audição, 83% por meio da visão.
Por outro lado, os instrutores, receberam também informação
com respeito às seguintes disciplinas, por considerá-las básicas em
função de sua relevância para o objetivo da presente pesquisa, sendo
estas as que se detalham a continuação:
Segurança e Saúde no Trabalho;
Leitura e interpretação de plantas;
Formas para concreto armado;
Armaduras para concreto armado;
Alvenaria racionalizada;
Instalações sanitárias;
Revestimentos;
Operações matemáticas básicas.
132
Figura 3 – Etapa de capacitação de monitores
Assim sendo, durante essa fase, os instrutores realizaram
simulações de treinamento, a modo de prática, sob a direção do
pesquisador que avaliou as apresentações e fez as recomendações,
medindo o tempo de duração dos mesmos.
Esse treinamento prévio dos instrutores antes de sua intervenção
na obra foi levado a cabo nas quartas-feiras e sextas -feiras, no horário
das 8h às 11h.; no local da Universidade Católica de Itapuá, com uma
duração de dois meses (março-abril-2007), sob a direção do
pesquisador.
3.2.2.2 Verificação das necessidades de treinamento dos operários
Essas necessidades de treinamento, segundo expressa Chiavenato
(2002), são as carências de preparação profissional das pessoas, ou seja,
a diferença entre o que uma pessoa deveria saber e fazer e aquilo que
realmente sabe e faz. Para o citado autor, quando o treinamento localiza
essas necessidades ou carências e as elimina, é benéfico para os
empregados, para a organização e, sobretudo, para o cliente. Caso
contrário, representará um desperdício ou uma simples perda de tempo.
133
Segundo Holanda; Barros (2004), para se fazer o levantamento
das necessidades do treinamento, deve-se analisar os problemas que
estão ocorrendo com maior frequência e que estejam atrapalhando o
desempenho dos operários, bem como dificultando a obtenção da
qualidade definida para o serviço.
Segundo Gil (2000), para diagnosticar as necessidades do
treinamento há que considerar:
Figura 4 – Diagnóstico das Necessidades de Treinamento
Fonte: Gil (2001)
A observação da execução da tarefa possibilita identificar a
lacuna entre desempenho desejado e desempenho real dos empregados.
A análise da tarefa consiste na identificação das atividades que
compõem as tarefas e os requisitos pessoais necessários para seu
desempenho eficaz. A capacitação tem como objetivo fundamental
capacitar as pessoas para o desempenho de suas atribuições de seus
cargos, esses cargos estão constituídos por tarefas. Conforme a Gil
(2001), a análise das tarefas requer a obtenção dos seguintes dados:
a) identificação das atividades que compõem a tarefa;
b) identificação das responsabilidades do executante da
tarefa;
c) identificação das condições de trabalho e riscos; e
d) conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas.
Esses dados podem ser obtidos mediante procedimentos diversos,
segundo Gil (2001) os mais comuns são:
a) Questionário: pode ser respondido pelo ocupante do
cargo, ou por seu superior imediato. É um procedimento
rápido, econômico, de fácil tabulação e aplicável a um
grande número de pessoas;
Análise das Tarefas
Conhecimentos, Habilidades
e Atitudes Requeridas
Análise dos Recursos
Humanos
Conhecimentos, Habilidades e
Atitudes Disponíveis
Necessidades de
Treinamento
134
b) Entrevista: possibilita a obtenção de informações mais
complexas e acuradas, sem exigir que o respondente tenha
que escrever. Porém, exige maior dispêndio de tempo e a
presença de profissionais capacitados para sua realização;
c) Observação: É o procedimento que garante maior
confiabilidade às informações obtidas. Seu alcance,
entretanto, é limitado, pois não se aplica a tarefas
complexas;
d) Discussão em Grupo: É um procedimento que vem sendo
cada vez mais utilizado. Permite a obtenção de dados em
profundidade, num curto espaço de tempo. Apresenta, no
entanto, certa limitação, pois a coleta de dados é feita de
maneira indireta.
Na presente pesquisa, depois de haver realizado entrevistas com
os operários como também observações com respeito às tarefas por eles
executados na obra, procedeu-se à elaboração de um mapa de
competências (APÊNDICE B). Esse mapa de competência foi elaborado
seguindo as pautas que se apresentam (a continuação):
Identificação das tarefas (função fundamental);
Constituição dos grupos de trabalho para a determinação
das competências;
Elaboração, aplicação e avaliação dos instrumentos para a
determinação das competências do mapa;
Determinação das competências laborais e suas unidades.
Em relação à análise dos recursos humanos, de acordo com Gil
(2001), o mesmo consiste em verificar em que medida os empregados
dispõem de conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas para o
desempenho das tarefas necessárias para o alcance dos objetivos da
organização. Assim, a análise organizacional esclarece seus objetivos, a
análise das tarefas, o que é necessário para alcançar os objetivos, e a
análise dos recursos humanos as carências do pessoal e suas
necessidades quanto à execução da tarefa.
Segundo o mesmo autor, essa análise dos recursos humanos pode
ser feita por diversos meios, tais como entrevistas, questionários testes e
simulações. Entretanto, o mais efetivo consiste na observação direta ou
135
indireta da execução da tarefa, que possibilita identificar o
desempenho desejado e o desempenho real dos empregados.
Na presente pesquisa, para a análise dos recursos humanos, em
primeiro lugar procedeu-se a confeccionar uma ficha de informação das
pessoas, apresentada na figura 5. Essas fichas de informação permitem
conhecer dados básicos das pessoas que compõem a empresa como
categoria, antiguidade, remuneração, reações alérgicas a medicamentos,
grupo sanguíneo, doença, se tivesse algum acidente a quem contatar e o
meio para fazê-lo. O modelo da ficha de informação, utilizado na
pesquisa foi a seguinte:
CÓDIGO: Ficha N°:
Nome e Sobrenome: Data:
Residência:
Celular: Telefone: Especialidade:
R.G.: Idade: Data de Nasc.:
Estado Civil: Seguro Med.: Remuneração:
Incorporação: Email:
Grupo Sanguíneo: Situação:
Anos na construção: Motivo:
Alergias: Assinatura:
Em caso de emergência avisar a:
Figura 5 – Ficha de informação básica dos operários que compõem a
empresa
Também elaborou-se outra ficha que continha dados sobre seus
conhecimentos, quanto às especialidades para as quais foi capacitado ou
certificados que possui o operário. Esta ficha pode-se observar na figura
6.
136
CÓDIGO: Ficha N°:
Especialidades realizadas Necessidades de capacitação
Habilidades especiais Cursos aos quais frequentou
Formação Escolar:
Figura 6 – Ficha de conhecimentos dos operários que compõem a
empresa
Obtidos os dados com respeito aos operários que fazem parte da
obra pesquisada, procedeu-se a realizar entrevistas estruturadas. As
entrevistas foram organizadas em relação ao mapa de competências, em
que as perguntas estão relacionadas às unidades de competência,
utilizando a mesma enumeração. As codificações usadas e seu
correspondente padrão são:
Figura 7 – Código utilizado nas entrevistas
A
I 1 1
C
1
Módulo 1
Pergunta 1
Unidade 1
Compet
ê
ncia
Proce
s
so
Alvenaria
Subproce
s
so
Impermeabiliza
ção
137
A continuação mostra-se na tabela 5, um modelo da entrevista,
com o fim de exemplificar a forma de realização da análise dos
operários para a obtenção dos dados para determinar as necessidades de
capacitação nas distintas especialidades.
Tabela 5 – Modelo de entrevista
Mapa de Competências Operários do Setor Edificações
Entrevista com Operários do Setor Edificações
Processo Alvenaria – Subprocesso Impermeabilização
Código Perguntas 1
2
3
4
C AI 1.1.1
Conhece qual é a função da impermeabilização de elementos
estruturais nas edificações?
C AI 1.1.2
Conhece os lugares mais frequentados a serem
impermeabilizados?
C AI 1.1.3
Conhece quais são os sistemas mais comuns de
impermeabilização?
C AI 1.1.4
Conhece os tipos de impermeabilização com pinturas?
C AI 1.1.5
Realizou uma impermeabilização com pinturas?
C AI 1.1.6
Conhece as pinturas asfálticas mais utilizadas para
impermeabilizações de elementos?
C AI 1.1.7
Conhece as pinturas de poliuretanos?
C AI 1.1.8
Realizou alguma vez impermeabilização com membranas
asfálticas?
C AI 1.1.9
Conhece marcas de pinturas asfálticas utilizadas?
C AI 1.2.1
Sabe como se devem transportar os materiais para
impermeabilização e como armazená-los?
C AI 1.3.1
Conhece como deve ser a superfície antes de receber a
impermeabilização?
C AI 1.3.2
Sabe por que se realizam as babetas nas zonas a
impermeabilizar?
C AI 1.3.3
Sabe por que sempre devemos desaguar rapidamente a água
da chuva?
C AI 1.3.4
Sabe por que os bueiros devem ter uma inclinação?
C AI 1.3.5
Conhece técnicas para verificar as inclinações em redes
fluviais?
138
C AI 1.3.6
Sabe como devem ser as terminações das superfícies
impermeabilizadas?
C AI 1.3.7
Por que devemos ter em conta as condições climáticas antes
de realizar uma impermeabilização?
C AI 1.4.1
É importante que a superfície esteja seca antes de aplicar a
capa impermeabilizante?
C AI 1.4.2
Antes de realizar qualquer impermeabilização o importante é
que esteja limpa, sabe por quê?
C AI 1.4.3
Sabe como deve estar à superfície antes de realizar a
reparação da impermeabilização?
C AI 1.4.4
Sabe que ao reparar uma impermeabilização se deve atender
a compatibilidade de materiais?
C AI 1.4.5
Sabe por que se deve verificar que a superfície a
impermeabilizar seja bem firme?
C AI 2.1.1
Conhece as pinturas para impermeabilização de base a
solvente?
C AI 2.1.2
Quais são as precauções a tomar para a utilização de
pinturas com solventes?
C AI 2.1.3
Sabe quando se recomenda usar pinturas acrílicas ao realizar
impermeabilizações?
C AI 2.1.4
Utilizou alguma vez pinturas acrílicas para realizar
impermeabilizações?
C AI 2.2.1
Sabe por que se utilizam
os reforços ao impermeabilizar com
pinturas?
C AI 2.2.2
Sabe em que casos se utilizam as vedações betuminosas?
C AI 2.3.1
Sabe qual é o o primeiro procedimento que devemos realizar
para impermeabilizar um elemento?
C AI 2.3.2
Sabe o que é a imprimação e quando se utiliza?
C AI 2.3.3
Sabe por que é importante conhecer o tempo de secagem das
pinturas?
C AI 2.3.4
Por que é importante prestar atenção ao realizar uma
impermeabilização nas juntas?
C AI 2.3.5
Sabe por que se realiza a prova de água nas zonas
impermeáveis?
C AI 3.1.1
Conhece os diferentes tipos de membranas betuminosas?
C AI 3.1.2
Realizou alguma vez impermeabilização dos bueiros de
redes fluviais?
139
C AI 3.2.1
Conhece a impermeabilização de membrana mono capa?
C AI 3.3.1
Ao realizar impermeabilização de esquinas, quantos
centímetros de solape deve ter?
C AI 3.3.2
Conhece a impermeabilização de membrana bi capa?
C AI 3.3.3
Sabe que ao realizar a colocação de membranas há de se
levar em conta o declive da superfície?
C AI 3.3.4
Sabe o que deve fazer para corrigir os defeitos ao utilizar
membranas?
C AI 3.3.5
O que faria se o solape é insuficiente na impermeabilização
com membranas?
C AI 3.3.6
O que faria se há bolhas na impermeabilização realizada
com membranas?
C AI 3.3.7
Como solucionaria se há restos de materiais nas membranas?
C AI 3.3.8
O que faria se ocorrem uniões mal soldadas nas
impermeabilizações com membranas?
C AI 4.1.1
Que solução lhe daria a membranas que se descolam das
paredes nas impermeabilizações?
C AI 4.2.1
Quais são os tipos de argamassas com hidrófugos que se
conhecem?
C AI 4.3.1
Sabia que a argamassa com hidrófugo deve ser utilizada
dentro das 2 horas de sua preparação?
C AI 4.4.1
Sabe que ao aplicar as argamassas com hidrófugo primeiro
deve fazê-lo em superfícies horizontais e em seguida em
superfícies verticais?
Ao efetuar as entrevistas, analisaram-se as respostas e
quantificaram-nas e, a valorização adotada ia do 1 ao 4, cada número
expressava o seguinte:
a. (1) os operários necessitam uma capacitação básica, não
têm conhecimento, a capacitação deve-se preparar para
inexperientes no serviço;
b. (2) os operários necessitam uma capacitação em
competência de Nível I, ou seja, sabem algo do tema, mas
seu conhecimento não é exato;
140
c. (3) os operários necessitam uma capacitação em
competência Nível II, ou seja, necessitam uma capacitação
específica mais avançada no tema;
d. (4) os operários são competentes nesse serviço.
Recolhidas todas as informações, procedeu-se à análise das
mesmas. Essa análise constituiu em verificar em que medida os
operários dispõem das competências gerais, ou seja: conhecimentos
básicos e habilidades para o desempenho das tarefas, dados esses que
revelaram as carências com as quais os mesmos contavam.
Da análise das tarefas e dos recursos humanos, obtiveram-se suas
carências e foi organizada uma lista com as necessidades de treinamento
dos operários, nas especialidades de Pedreiro, Auxiliar de Pedreiro,
Carpinteiro, Armador e Auxiliar Armador. Definidas estas necessidades
de treinamento, programou-se o desenvolvimento das seguintes
disciplinas:
Leitura e interpretação de plantas, e realização de trabalhos
preliminares;
Formas de elementos estruturais;
Tecnologia do concreto;
Segurança e saúde no trabalho;
Implantação do programa 5S;
Qualidade ambiental;
Armaduras para concreto armado;
Alvenaria racionalizada;
Instalações sanitárias;
Revestimentos.
3.2.2.3 Capacitação dos operários
Determinadas as necessidades de treinamento e levando em
consideração as disciplinas selecionadas, procedeu-se a organizar o
conteúdo das mesmas, formando-se grupos de instrutores com o fim de
dividir os temas a serem desenvolvidos, os quais desenrolaram-se, na
própria obra, tomando em consideração o modelo de treinamento por
competências laborais. Esses grupos de instrutores conformaram-se
como segue:
141
No ano 2007:
Grupo I: Instalações Hidrosanitárias Residenciais;
Qualidade Ambiental na construção; Leitura e
Interpretação de Plantas.
Grupo II: Alvenaria e Aberturas; Revestimento de pisos,
Escadas e Rampas;
Grupo III: Armado do Concreto, Construção de Tetos,
Segurança e Saúde;
Grupo IV: Formas de Elementos Estruturais; Tecnologia
do Concreto; Método de Gestão 5S.
No ano 2008:
Grupo I: Formas de Elementos Estruturais, Tecnologia do
Concreto, Armado do Concreto, Método de Gestão 5S,
Segurança e Saúde;
Grupo II: Alvenaria Racionalizada; Revestimento de
Pisos, Escadas e Rampas, e Instalações Hidro-sanitárias,
Leitura e Interpretação de Plantas.
Levando em consideração os resultados obtidos com as
entrevistas e observações, o grupo de pesquisa, optou também por
realizar aulas individuais para suprir algumas carências específicas dos
operários.
A capacitação, durante o ano 2007 teve início no mês de Maio,
conforme é apresentado a continuação:
O método mais utilizado foi o expositivo participativo,
organizado em 45 minutos de exposição e 15 minutos de debate, e ou de
simulação, como recurso de apoio as lâminas do álbum seriado e
recursos audiovisuais como vídeos de conteúdo de segurança, de saúde e
de procedimentos construtivos.
O horário da capacitação foi às sextas-feiras das 8h às 9h. Nesse
sentido, destaca-se que nesse ano o escasso horário para a capacitação
apresentou-se como uma dificuldade para o desenvolvimento do
conteúdo da capacitação, pelo lento avanço das disciplinas. No entanto,
esse foi o único horário no qual o subempreiteiro permitiu desenvolver
as aulas de treinamento.
A primeira aula da capacitação teve lugar na data de 3 de maio de
2007, iniciou-se com a disciplina “Formas de Elementos Estruturais” e
terminou à ultima disciplina, na data de 27 de dezembro de 2007.
Apresentam-se a seguir as fotos de capacitação individual e
grupal durante o ano 2007.
142
Figura 8 – Capacitação individual ano 2007
Figura 9 – Capacitação grupal ano 2007
A capacitação durante o ano 2008, na obra piloto na fase de
estrutura e alvenaria desenvolveu-se conforme segue:
O método mais utilizado foi o expositivo participativo,
organizado em 45 minutos de exposição e 15 minutos de debate. Como
143
parte do material didático foi utilizado o elaborado pelo ¨Programa de
Eficiência e Competitividade na Construção - PECC¨ da Câmara
Paraguaia da Construção que está preparado para o treinamento por
competências, com módulos independentes. O programa tem metas de
estudo por cada módulo, apresentando as competências que devem ser
alcançadas em cada módulo, além de materiais didáticos preparados pela
própria equipe de pesquisa, em que consistiu num manual de segurança
e saúde.
O horário da capacitação foi o das quartas e sextas-feiras de 8h às
9h. Com ele, pode-se superar a dificuldade apresentada no ano 2007,
com respeito ao escasso horário disponível para as capacitações, o que
possibilitou um melhor avanço do desenvolvimento das disciplinas.
Deve-se ressaltar que esse aumento na quantidade de horas foi em razão
de que o próprio pesquisador, na presente obra piloto, desempenhava-se
como Diretor de obra, chegando, assim, a um acordo com o
subempreiteiro de serviços.
A primeira aula da capacitação, na obra piloto, iniciou-se no mês
de maio de 2008, com a disciplina de “Tecnologia do concreto”,
enquanto que a última aula terminou na data de 17 de dezembro, com a
disciplina “Revestimentos”.
O projeto da obra piloto onde desenvolveu-se a pesquisa no ano
2008 pode-se observar a continuação na figura 10.
Figura 10 – Obra piloto utilizada para a pesquisa
O local conta com uma superfície de 851,81 m
2
, a superfície a
edificar de 1020,12 m
2
em 5 plantas e a superfície de construção
auxiliar de 80 m
2
, que inclui escritório, depósito para materiais e
144
disposição de ferramentas, dormitório do vigia, e um setor particular
reservado para refeitório/capacitação. Além disso, conta com sanitários
para os operários e para o escritório.
Figura 11 – Interior da obra no final da pesquisa
Figura 12 – Obra no final da pesquisa
145
Em sequência, apresentam-se fotos da capacitação grupal e
individual dos operários durante o ano 2008.
Figura 13 – Capacitação grupal dos operários Ano 2008
Figura 14 – Capacitação individual dos operários Ano 2008
146
3.2.2.4 Avaliação da capacitação
A avaliação constitui um dos aspectos mais críticos da
capacitação por ser uma atividade delicada e complexa, normalmente
deixada em segundo plano quando não é rejeitada. No entanto, a
partir da avaliação é que se pode saber se a capacitação alcançou seus
objetivos (GIL, 2001).
Segundo Holanda; Barros (2004), a avaliação do treinamento
deve ser feita considerando-se três níveis: o de reação dos operários, o
de aprendizagem do conteúdo do treinamento e o da mudança de
comportamento na execução dos serviços. A avaliação da aprendizagem
do conteúdo do treinamento pode ser realizada por meio de uma prova
oral ou de uma prova com ilustrações, já que a grande maioria, na
construção de edifícios, muitas vezes não é alfabetizada.
Dentre as recomendações feitas pelas citadas autoras:
A avaliação pode ser realizada individualmente ou em
grupo. A avaliação feita em grupo tem a vantagem de o
instrutor reforçar o aprendizado dos alunos, pedindo para
que o aluno avaliado explique os motivos de sua escolha,
proporcionando, assim, abertura para debater a questão.
Na avaliação de mudança de comportamento na execução
dos serviços, deve ser avaliado se os operários estão
aplicando o que aprenderam no treinamento e se o
treinamento fornecido melhorou seu desempenho. Para se
avaliar tecnicamente podem-se realizar novas práticas,
como por exemplo, a execução de alguma etapa explicada
no treinamento. Essas devem ser realizadas no canteiro de
obras ou num protótipo para tal fim.
Um aspecto que também pode ser levantado é o custo final do
treinamento e a partir de sua análise verificar se o investimento trouxe
resultados satisfatórios.
Verificado que o treinamento não atingiu os resultados esperados
ou que não foi adequado, deve-se retornar à fase de estabelecimentos de
metas e objetivos. Estes devem ser reestruturados e outra programação
de treinamento realizada. Caso seja verificado que o treinamento teve
resultado satisfatório, deve-se registrá-lo num banco de procedimentos
para treinamento. Este deve ser criado pela empresa, com o objetivo de
guardar os programas de treinamento criados e realizados para os
operários. Uma vez arquivado o treinamento este pode ser usado outras
147
vezes em que forem identificados necessidades e objetivos de
treinamento semelhantes.
Conforme as recomendações, o grupo de pesquisa, avaliou os
resultados do treinamento por intermédio de provas orais com
ilustrações e simulações.
Essa avaliação do resultado do treinamento foi realizada nos três
níveis de competência:
1. Os conhecimentos adquiridos por meio de avaliação oral e
simulações;
2. As habilidades pela verificação de como o operário
realizava os trabalhos após o treinamento;
3. As atitudes, que foram verificadas depois de terminar todas
as disciplinas, com uma verificação da observação se ele:
trabalha em grupo, assistência regular ao trabalho, uso dos
equipamentos de proteção individual adequado ao serviço,
já que a competência é inseparável da ação, sendo um
atributo que só pode ser apreciado e avaliado em uma
situação determinada.
A figura 15 apresenta uma foto da etapa da avaliação dos
operários.
Figura 15 – Avaliação dos operários
As avaliações encontram-se no (APÊNDICE A).
148
3.2.2.5 Entrega dos certificados aos operários
O fato de receber um certificado é para o operário um evento
muito importante que aumenta sua autoestima, tendo presente que
muitos não tiveram a oportunidade de realizar uma educação formal.
A certificação dos operários para a presente pesquisa requer o
cumprimento dos requisitos prévios: a) 75% de assistência às aulas b) 75
% de aproveitamento, quanto à avaliação das provas.
Foram avaliados os conhecimentos e as habilidades por meio das
provas e a observação direta no seu desempenho de trabalho. As atitudes
não foram avaliadas ao finalizar a capacitação no ano 2008, isto ocorreu
para que a entrega de certificado de participação seja imediata e poder
avançar ao estudo de operários polivalentes. As atitudes foram
observadas durante o processo do estudo de controle de produtividade e
qualidade em 2009.
Os certificados foram elaborados pela equipe de pesquisa com o
aval da Universidade Católica de Itapúa e a Universidade Nacional de
Itapúa.
Em continuação, apresentam-se fotos de entrega dos certificados
aos operários no anos 2007 e 2008 e modelo do certificado.
Figura 16 – Entrega de certificados ano 2007
149
Figura 17 – Entrega de certificados ano 2008
Figura 18 – Modelo dos Certificados
3.2.2.6 Avaliação do Programa de Capacitação
Uma vez concluída a capacitação dos operários, levou-se a cabo a
avaliação dos instrutores e do programa de capacitação. Para isso teve-
se em conta a Escala de Likert, a qual mede atitudes ou predisposições
individuais em contextos sociais particulares. Conhece-se como escala
150
somada devido a que a pontuação de cada unidade de análise obtém-se
mediante o somatório das respostas obtidas em cada item.
A escala constrói-se em função de uma série de itens que refletem
uma atitude positiva ou negativa acerca de um estímulo ou referente.
Cada item está estruturado em cinco alternativas de respostas. A
qualificação ou pontuação assinala-se de acordo com a direção do item,
se tem uma direção positiva a pontuação é:
( +2 ) Totalmente de acordo
( +1 ) De acordo
( 0 ) Indiferente
( -1 ) Em desacordo
( -2 ) Totalmente em desacordo.
No caso de o item possuir uma direção negativa, a qualificação
fica invertida. Os itens apresentam-se em forma de enunciados cujo grau
de acordo ou desacordo se solicita à unidade de análise. A quantidade de
enunciados, que integra uma escala Likert varia de acordo com a
natureza da variável de operação. Os passos a seguir para a construção
da escala são:
Definição da variável a medir;
Determina-se como se haverá de medir e se definem os
indicadores;
Desenho de uma quantidade suficiente de itens favoráveis
e desfavoráveis à variável que se pretende medir;
Depuração da escala por meio de um estudo piloto com o
propósito de selecionar os itens que haverão de integrar-se
à versão final da escala;
Administração da versão final da escala às unidades de
análise que integram a unidade mostra do estudo;
Atribuir uma pontuação a cada item de acordo ao
procedimento descrito anteriormente;
Obtenção da pontuação total de cada unidade de mostra,
refletindo a atitude global com respeito a variável medida.
No que diz respeito à presente pesquisa, para a avaliação foi
utilizado o formulário proposto por Oliveira (2008). Esse formulário
permite medir, por meio da utilização da Escala de Likert, a motivação
151
dos operários, a capacitação, os instrutores, o ambiente da empresa e a
transmissão de conhecimentos. A continuação se apresenta na tabela 6 o
conteúdo de parte de dito formulário.
Tabela 6 – Parte do formulário de Avaliação
AVALIAÇÃO DA CAPACITAÇÃO E DO INSTRUTOR
DADOS GERAIS
EMPRESA:
CURSO: CARGA HORÁRIA:
INSTRUTOR:
AVALIAÇÃO DO CURSO DE CAPACITAÇÃO – ECC
CÓDIGO ITENS
ECC01 O tempo que durou o
treinamento (carga horária)
ECC02 O que foi apresentado no curso
(conteúdo)
ECC03 Os objetivos cumpriram-se
ECC04 Os assuntos foram apresentados
de forma clara e organizados
ECC05 Associação da teoria com a
prática
Fonte: Oliveira (2008)
Esses formulários foram apresentados e explicados aos operários
e por meio deles os mesmos tiveram a oportunidade de avaliar os
instrutores e ao programa de capacitação, indicando seu grau de
conformidade. Esses dados são apresentados no capítulo quinto.
CAPÍTULO 4
MEDIÇÃO DE DESEMPENHO ENTRE OPERÁRIOS
TREINADOS E NÃO TREINADOS
4.1 COLETA DOS DADOS POSTERIORES AO TREINAMENTO
No ano de 2009, terminada a fase de treinamento e posterior à
entrega de certificados aos operários, o grupo de pesquisa procedeu à
verificação dos resultados da capacitação para sua análise. A tal efeito
para avaliar estes resultados tomou-se em consideração: a) Os recursos
humanos treinados e certificados (operários polivalentes, chamado
grupo experimental); b) Operários que não receberam o treinamento
(operários não polivalentes, chamado grupo de controle).
Para a presente pesquisa, consideram-se polivalentes os operários
com quatro ou mais certificados de especialidades.
A coleta de dados foi realizada na obra piloto por meio do estudo
de atividades e tarefas executadas pelos dois grupos.
A obra piloto antes descrita conta com dois andares repetitivos, o
1° igual ao 3° e o 2° igual ao 4°; portanto a distribuição dos andares para
os dois grupos de operários foram:
Grupo Experimental: 1° e 2° Andar;
Grupo de Controle: 3° e 4° Andar.
Numa primeira etapa, desenvolveram-se os trabalhos no e
andar, no período de Março, Abril e Maio do ano 2009 por parte do
grupo experimental e ao finalizar os trabalhos retiraram-se os mesmos e
entrou em ação o grupo de controle a levar a cabo as mesmas tarefas no
e andares, no período de Junho, Julho e Agosto do ano 2009. Os
dois grupos estavam compostos de 6 pedreiros e três serventes por
grupo.
A fim de realizar as comparações nas mesmas condições
desconsideraram-se os transportes verticais, tendo em conta somente os
trabalhos, uma vez que os materiais estavam postos no lugar de sua
utilização.
Para o transporte vertical de materiais contratou-se uma equipe de
serventes que se dedicaram, exclusivamente, a essa tarefa a fim de não
alterar resultados nas medições e que as condições de trabalho de cada
grupo sejam os mais parecidos possíveis.
153
A coleta de dados e medições são as atividades mais importantes
para a obtenção dos indicadores de produtividade e qualidade. Para isto
existe uma forma de coleta utilizada na qual as medições das entradas,
ou seja, a coleta dos homens-hora despendidos diariamente numa
determinada tarefa, realizou-se por observação direta, contínua e por
meio de registros em planos de atividades preparadas para tal efeito.
Obtém-se o número de homens-hora relativos a um determinado
dia de trabalho, somando-se as horas trabalhadas por cada membro da
equipe. Apropriam-se as horas trabalháveis pelos operários, isto é, o
tempo em que o operário esteve na obra disponível para o trabalho. Com
relação às equipes, devem-se distinguir dois grupos: 1) equipe de
produção direta e 2) equipe de produção indireta ou equipe de apoio.
Enquanto a primeira inclui os funcionários diretamente envolvidos na
produção do serviço ou que dão apoio nas suas proximidades, a segunda
contempla os operários envolvidos em tarefas auxiliares à produção
mais distantes do local propriamente dito em que o serviço final se
materializa (ARAUJO; SOUZA, 2001).
Uma vez registrados os dados de cada grupo (experimental e
controle), esses processaram-se para conseguir a obtenção dos valores
que conformam a lista de indicadores a serem avaliados na investigação.
Araujo; Souza (2001) destacam que para a quantificação do
serviço de alvenaria, estudam-se as tarefas de marcação, elevação e
fixação. Em função dos esforços relativos entre tarefas, podem-se
definir fatores de conversão que servem para transformar as quantidades
de uma certa tarefa em uma quantidade equivalente do serviço. Os
mesmos autores indicam que o levantamento de informações que
caracterizam os serviços darão origem a um banco de dados que
subsidiará a eleição de fatores potenciais influenciadores da
produtividade.
Segundo Formoso; Ino (2003), tradicionalmente, dentro dos
modelos de gestão, as medições podem ser utilizadas para: (a)
demonstrar o desempenho atual dos processos, identificando problemas
e auxiliando a priorização de ações de melhorias; (b) controlar os
processos a partir de padrões de desempenho previamente estabelecidos,
nesse caso, a identificação de desvios em relação ao padrão pode
desencadear ações corretivas para solução de problemas; e (c) verificar o
impacto das ações de melhorias sobre o desempenho do processo.
Os modelos para desenvolvimento de sistema de medição de
desempenho, em geral, apresentam como um dos seus princípios básicos
o foco em aspectos críticos dos processos. Estes aspectos críticos devem
ser identificados a partir da definição estratégica da empresa e dos seus
154
fatores críticos de sucesso. Ou seja, o desenvolvimento de um sistema
de avaliação de desempenho pressupõe a prévia identificação daquilo
que é importante para o processo a ser avaliado (LANTELME et al.,
2001).
Dessa forma, considerando a situação especifica que for aplicado,
pode-se apontar uma série de requisitos básicos para a seleção de um
indicador (Berliner e Brimson, 1988; Tiroi et al. 1992; Neely et al.
1996). Eles são:
a) Seletividade: os indicadores devem estar relacionados a
fatores essenciais ou críticos do processo a ser avaliado.
Esses fatores devem ser identificados a partir de uma
perspectiva estratégica, que considera os fatores críticos de
sucesso da empresa dentro do seu mercado de atuação;
b) Representatividade: o indicador deve ser escolhido ou
formulado de forma que possa representar
satisfatoriamente o processo ou produto a que se refere;
c) Simplicidade: devem ser de fácil compreensão e aplicação
principalmente para aquelas pessoas diretamente
envolvidas com a coleta, processamento e avaliação dos
dados, requerendo o mínimo de esforço adicional para sua
implantação;
d) Baixo custo: devem ser gerados a custo baixo. O custo
para coleta, processamento e avaliação não deve ser
superior ao beneficio trazido pela medida. O investimento
em pessoas, tempo e informatização deve ser proporcional
aos benefícios a serem alcançados;
e) Estabilidade: devem ser coletados com base em
procedimentos rotinizados, incorporados às atividades da
empresa e que permitam sua comparação ou análise de
tendências ao longo do tempo;
f) Abordagem experimental: é recomendável desenvolver,
inicialmente, os indicadores considerados como
necessários e testá-los. Caso não se mostrem realmente
importantes ao longo do tempo, devem ser alterados ou
excluídos;
g) Comparação externa: alguns indicadores devem ser
desenvolvidos para permitir a comparação do desempenho
da empresa com outras empresas do setor ou empresas de
outros setores. Assim, podem ser utilizados em algumas
situações para avaliar o grau de competitividade da
empresa dentro do seu setor de atuação;
155
h) Melhoria continua: os indicadores devem ser
periodicamente avaliados e, quando necessário, devem ser
modificados ou ajustados para atender às mudanças no
ambiente organizacional e não perderem seu propósito e
validade.
Os indicadores que foram utilizados para a pesquisa segundo o
trabalho do Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação (NORIE)
“Indicadores de Qualidade e Produtividade para a Construção civil”,
Lantelme et al. (2001), são os seguintes:
a) Perdas de Materiais
Objetivo: Monitorar as perdas de materiais de grande importância
em termos de custo ao longo da execução da obra.
Pode ser calculado para toda a obra ou por um período de tempo
que seja representativo de toda a edificação. A periodicidade da coleta
depende do objetivo da medição (melhoria do processo e controle de
perdas- coleta rotineira, visibilidade das perdas- coleta eventual). A
precisão dos resultados depende diretamente da frequência de coleta de
dados. Portanto, é importante que seja executada ao menos uma medição
a cada ciclo produtivo.
Fórmula
(
)
100
teorC
teorC real C
P[%] ×
=
- Consumo real (C real): Quantidade de material realmente gasto
para executar o serviço
C real = Madq + Mest (vi) – Mest (vf)
- Materiais adquiridos (Madq): materiais comprados entre vi e vf,
levantados em notas fiscais;
- Materiais em estoque (Mest): material estocado nos
almoxarifados ou com fornecedores;
- Vistoria inicial (vi) e vistoria final (vf): correspondem às datas
de início e fim do período de medição, respectivamente.
- Consumo teórico (Cteor): Quantidade de material teoricamente
necessária para a execução dos serviços, obtidas do projeto:
- Tijolos: Cteor = Cunit x Qserv
- Consumo unitário (Cunit): material necessário para execução de
uma unidade de serviço. Exemplo: numero de tijolos para execução de
um m
2
de alvenaria.
156
- Quantidade de serviço executada (Qserv): quantidade de serviço
orçado (Qorç) multiplicado pelo percentual de serviço executada entre
vi e vf.
- Quantidade orçada (Qorç): quantidade de serviço levantada em
projetos e especificações, segundo os seguintes critérios;
Tijolos: descontar todos os vãos e áreas ocupadas por vigas e
pilares.
É importante que sejam analisadas as causas das perdas e o tipo
de perdas que ocorrem na obra para a análise do resultado desse
indicador. Esse pode ser analisado de forma conjunta com os
indicadores: espessura média de revestimentos; percentual de atividades
que não agregam valor e índice de produtividade. Além disso, devem ser
consideradas outras informações provenientes do canteiro, como, por
exemplo, incompatibilidades entre projetos.
b) Espessura média de revestimentos
Objetivo: medir as espessuras de revestimentos para possibilitar a
avaliação das perdas de argamassa de revestimento provenientes de
imperfeições de esquadro e prumo das peças e das diferenças entre as
dimensões dos elementos (por exemplo, blocos cerâmicos e vigas,
espessura da parede e esquadrias).
Pode ser coletado durante a execução do revestimento ou após
sua conclusão.
Fórmula:
medidas
n
E
I
o
=
spi
eri
medidas
n
E
I
o
=
spe
ere
Medidas das espessuras de revestimento em argamassa (Espi e
Espe).
As medições devem ser feitas durante a execução dos
revestimentos ou após a conclusão dos mesmos, no mínimo, em 3
pontos de cada vão.
Revestimentos internos em cada pavimento devem ser feitas
medidas em, pelo menos, 30% do número de paredes internas.
O excesso de espessura de revestimento é um tipo de perda que
não é usualmente considerada. O controle da espessura de revestimentos
possibilita a execução de uma estimativa do valor desta perda. Esse
controle é importante também, pois podem surgir patologias decorrentes
do excesso de espessura de revestimentos.
157
Podem ser considerados como padrões de comparação os valores
recomendados pela NBR 7200, que considera para revestimentos
internos, 1,5 cm, e para os externos, 2,5 cm.
Para a caracterização do processo elaboram-se itens referentes à
definição da produtividade dos recursos humanos, do consumo de
materiais e dos requisitos de qualidade do produto que são observados
na obra.
Os processos de controle de qualidade dos serviços foram
analisados de forma detalhada. A modo de exemplo apresenta-se o
serviço de alvenaria, as demais tabelas encontram-se no APÊNDICE D.
Tabela 7 – Informações com respeito aos dados coletados na Obra
Dados
Coletados
Periodicidade Forma de
Coleta
Responsável
da coleta
Uso do dado
Quantidade
de serviço
(Qs)
Ao término da
execução de um
dia de trabalho
Medição
“no lugar”
Pesquisadores
Avaliar o
funcionamento e
detectar
problemas
Horas
trabalhadas
(h)
Diária
Anotações feitas
a partir das
observações dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir horas
trabalhadas
Equipe (H) Diária Anotações feitas
a partir das
observações dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir o
número de
operários no dia
de trabalho
Quantidade
de Tijolos
Avaliado ao
finalizar o
serviço
Anotações nas
planilhas,
canteiro
Pesquisadores
Contabilizar
perdas
Quantidade
utilizada de
cimento
Avaliado ao
finalizar o
serviço
Anotações nas
planilhas,
canteiro
Pesquisadores
Contabilizar
perdas
Indicadores
de
qualidade
Ao término da
execução do
serviço em cada
piso o nível
Com
equipamentos
apropriados
(régua metálica,
fita métrica,
prumada
cilíndrica,
paquímetro)
Pesquisadores
Garantir a
qualidade do
serviço e dos
serviços
posteriores
158
Tabela 8 – Indicadores de qualidade
Indicadores Procedimento
Prumada Posicionar o prumo e verificar se a parte inferior toca a
parede ou fica com distância superior à tolerância da
mesma.
No caso que se utilize a régua de nível, encostar a régua na
parede e verificar se a bolha ficou entre as linhas.
O prumo deverá ser verificado em todas as paredes
executadas
Espessura das
juntas
A medição das espessuras das juntas é realizada em três
alturas (30, 105 e 180 cm) e horizontalmente, devem-se
também fazer 3 medidas, localizadas a ¼, ½ e ¾ do vão da
parede, como o proposto por Andrade (1999), em pelo
menos 30% das paredes do piso, de preferência em paredes
não perpendiculares entre si, a fim de obter-se uma boa
representatividade. A verificação da espessura real é feita
por meio de uma fita.
Dimensionamento
dos vãos
Verificar as dimensões reais de todos os vãos, observando
as tolerâncias especificadas, segundo o tipo de esquadro e a
forma de fixação.
Tabela 9 Requisitos da qualidade considerados na Obra e a forma de
avaliação
REQUISITOS DE
QUALIDADE
FORMA DE AVALIAÇÃO
Vãos de portas (longitude) Fita métrica- tolerância 10 mm
Regularidade das espessuras
das juntas
Espessura média de 15 mm – calibre, fita métrica
Prumo Prumada cilíndrica- tolerância 5mm/2m
Nível ou planicidade Flecha 5mm no centro da régua de 2m- Régua
metálica de alumínio de 2m
159
Figura 19 – Medida da espessura do emboço interno nas aberturas
Figura 20 – Medição da espessura do lastro
160
Figura 21 – Instrumentos utilizados nas medições
c) Produtividade por serviços
Objetivo: permitir que a empresa obtenha índices próprios de
produtividade, que possam ser utilizados para o orçamento e a
programação da obra, levando em consideração as particularidades dos
procedimentos adotados e dos operários envolvidos.
Pode ser coletado durante toda a obra ou em períodos ou etapas
da obra que sejam representativos. A medição da produtividade pode ser
feita pelo cartão de produção.
Fórmula
serv
prod
Q
Hh
I =
- Homens-hora (Hh): Número total de horas trabalhadas para
execução do serviço (ou parte dele). Considerar as horas de todos os
operários (oficiais e serventes) envolvidos na execução do serviço.
- Quantidade de servo produzida (Qserv): quantidade de serviço
levantada em projeto segundo os seguintes critérios:
Alvenaria (blocos cerâmicos): as áreas de alvenaria são
calculadas descontando-se todos os vãos. O índice de produtividade
deve ser calculado preferencialmente por separado para diferentes
espessuras de paredes.
161
Reboco interno: as áreas de reboco são calculadas multiplicando-
se os perímetros das paredes pelas alturas respectivas, descontando-se as
áreas de todos os vãos. Não considerar saliências, quinas ou áreas de
peitoris, soleiras e encaixe de esquadrias.
Para a simplificação do levantamento e da medição em canteiro, a
quantidade de serviço deve ser levantada por itens ou elementos de
execução (trechos de paredes, elementos estruturais).
Quanto menor o resultado do indicador, melhor. Existem diversos
fatores que podem afetar a produtividade. Dentre eles, podem ser
descritos: layout do canteiro, condições de trabalho, tipo de
equipamento utilizado, existência de procedimentos de execução dos
serviços, número de interferências entre diferentes serviços, existência
de uma programação de entrega de materiais na obra que evite paradas
desnecessárias, tipo de contrato da mão-de-obra, rotatividade,
absenteísmo, características de projeto, entre outros.
É importante que a medição seja executada sempre sobre uma
equipe, e nunca individualmente, pois a variabilidade da produtividade
individual pode ser muito alta.
d) Tempos produtivos, improdutivos e auxiliares
Objetivo: verificar a eficiência dos processos construtivos, pela
análise do percentual de tempo despendido em atividades produtivas,
auxiliares e improdutivas.
Pode ser coletado sempre que houver intenção de executar um
diagnóstico ou implementar uma melhoria em um processo produtivo.
Fórmula
100
NOT
NOP
Tprod ×=
- de observações com atividades produtivas (NOP): tempo
aplicado na execução de atividades que agregam valor ao produto.
Exemplo: assentamento de tijolos no serviço de execução de alvenarias.
- N° de observações com atividades auxiliares (NOA): reúnem as
atividades que apesar de não agregarem valor de maneira direta ao
produto final, são necessárias para que o serviço seja executado.
Exemplos: manuseio e descarga de materiais, limpeza, manutenção,
recebimento de instruções.
- de observações com atividades improdutivas (NOI):
dividindo-se em: (a) evitáveis: ocasionados por falta de domínio do
processo, podendo ser facilmente evitados. (b) inevitáveis: ocasionados
162
por causas imprevisíveis aleatórias ou incontroláveis, como, por
exemplo intempéries, greves, cortes de energia. (c) ociosos: referem-se a
total inatividade dos operários, podendo ser intencional ou resultantes de
um estado físico de predisposição.
O resultado deste indicador pode auxiliar na identificação de
deficiências no processo produtivo (problemas de layout, localização de
equipamentos, dimensionamento de equipes) complementando a análise
do resultado de outros indicadores, como índice de produtividade.
Na análise do indicador, devem ser analisados principalmente os
tempos gastos com transporte, preparação do posto de trabalho e tempos
ociosos.
e) Índice de rotatividade
Objetivo: indicar o percentual de empregados que passam pela
empresa em relação ao número médio de empregados em um
determinado período.
Deve ser calculado mensalmente.
Fórmula
100 EM
2
DA
IR
×
+
=
- Número de funcionários admitidos (A): número de funcionários
da empresa admitidos no mês
- Número de funcionários demitidos (D): número de funcionários
da empresa demitidos ou que se demitiram no mês.
- Efetivo médio (EM): número médio de funcionários no mês:
EM = (M1 + M2) / 2
- M1 = número total de funcionários no primeiro dia de trabalho
- M2 = número total de funcionários no último dia de trabalho.
f) Índice de treinamento
Objetivo: indicar o número de horas de treinamento por
funcionário da empresa.
Deve ser calculado mensalmente, incluindo todas as obras da
empresa.
163
Fórmula
EM
NHT
IT =
- Número total de horas de treinamento (NHT): número total de
horas de treinamento que os funcionários da empresa receberam no mês.
Como treinamento entende-se: curso ministrado na empresa ou fora
dela, para um ou mais operários.
- Efetivo médio (EM): número médio de funcionários no mês.
A qualificação dos recursos humanos é um fator fundamental
para o desempenho da empresa em relação à qualidade e à
produtividade. Por meio do número médio de horas de treinamento
proporcionado pela empresa a cada funcionário, verifica-se o
investimento da empresa na qualificação dos seus recursos humanos.
g) Lista de verificação
Objetivo: a lista de verificação é uma ferramenta que permite
uma primeira avaliação da situação geral do canteiro em diferentes
aspectos, como por exemplo, fluxos de materiais, segurança do trabalho,
condições de armazenamento e instalações do canteiro.
As listas de verificação são, em essência, uma ajuda para a
criatividade do profissional, graças aos efeitos da associação de idéias
que produzem. Podem ser divididas segundo sua função em listas para
planejar e executar uma tarefa e listas para comprovar se uma tarefa foi
executada corretamente. A avaliação pode ser feita, verificando-se entre
os itens não assinalados em forma positiva quais poderiam ser
implementados para obter melhorias no processo.
Os itens apontados em uma lista de verificação devem sempre vir
na forma afirmativa. Dessa maneira, uma resposta positiva sempre
representa uma vantagem para a empresa.
h) Documentação de imagens
Objetivo: o registro de imagens do canteiro, retratando a
realidade dos processos produtivos da empresa, é uma parte fundamental
da coleta de dados. Contribui efetivamente para a compreensão e análise
dos resultados das outras técnicas de coleta de dados.
Deve-se ter em consideração que a aplicação dessas técnicas, de
forma independente, pode criar uma visão distorcida da realidade e
164
afetar as conclusões. Por isto é importante que as mesmas sejam
utilizadas em conjunto, pois elas são complementares.
No caso da presente pesquisa a utilização delas possibilitou a
obtenção de indicadores viáveis para a comparação do desempenho
entre os grupos de operários treinados e não treinados.
CAPÍTULO 5
ANÁLISE DOS RESULTADOS
O presente capítulo tem por objetivo analisar os resultados
obtidos com a intervenção na obra por meio da aplicação do método
descrito nos capítulos anteriores 3 e 4.
5.1 ANÁLISES DAS TAREFAS
Na etapa de análise das tarefas, nos anos 2007 e 2008, se
elaborou os mapas de competência geral e específico para cada
especialidade. Esse mapa de competência é definido por Iavante (2008),
como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que são
requeridas para o desempenho da atividade profissional, constituindo
um elemento fundamental para levar a cabo um modelo de gestão de
pessoas.
5.1.1 Mapa de competência geral
Nesse mapa de competências levou-se em consideração as
competências comuns de todas as especialidades do setor de edificações
com as que devem contar os recursos humanos.
O mapa de competências gerais elaborado para a presente
investigação se apresenta na tabela 10.
167
Tabela 10 – Mapas de competência geral
SETOR EDIFICAÇÕES
MAPA DE COMPETÊNCIAS
NÍVEL DE COMPETÊNCIA GERAL
Propósito chave: aplicar procedimentos seguindo o projeto executivo,
interpretando adequadamente as especificações e técnicas de construção
adequadas.
UNIDADE DE
COMPETÊNCIA
ELEMENTOS DE COMPETÊNCIA
1.1 Leitura e interpretação de
documentos da obra.
-
Ler as plantas de obras interpretando sem
confusões as especificações técnicas e outras
indicações.
- A escala gráfica é usada corretamente.
-
Os diferentes tipos de plantas de obra são
diferenciados claramente.
-
As plantas de obras são atendidos para
preparar os requerimentos pertinentes.
1.2 Insumos para iniciar os
trabalhos na obra.
-
Determinar insumos para iniciar os
trabalhos de construção.
- Os fatores componentes dos insumos são
identificados com propriedade.
-
Os cálculos de materiais e ferramentas
realizam-se a partir dos documentos de obras.
-
Identificar nas plantas as especificações,
cotas e níveis de cada material.
1.3 Riscos e Normativas de
Segurança e Meio Ambiente
- At
ende normas de segurança e meio
ambiente referente à obra.
- As normas sobre uso de ferramentas
são
seguidas a risca.
-
As áreas de trabalho estão sinalizadas
corretamente, os critérios de higiene no
trabalho são respeitados e aplicados.
- A disposição d
os escombros e os resíduos
sólidos realizam-
se sem agredir o meio
ambiente.
168
1.4 Manipulações de materiais -
Distingue as características de cada material
por seu tipo e/ou função.
-
Utiliza técnicas que permitam o melhor uso
de materiais na construção.
-
Os materiais são depositados ou destinados
atendendo as especificações técnicas de cada
um.
-
Verifica que seja correta a mudança,
depósito e armazenamento dos materiais
sempre respeitando as especificações.
1.5 Verificações de qualidade
dos trabalhos
-
Verifica que se realizou de acordo ao
procedimento técnico estabelecido nas
especificações técnicas.
- Comprova que as tarefas realizem-
se em
conformidade às especificações técnicas.
-
Corrige os defeitos caso existam, conforme
a técnica corretiva correspondente.
-
Segue a risca as normas e técnicas de
critérios de qualidade atendendo todo
processo.
5.1.2 Mapa de competências específicas
Para a elaboração desse mapa de competências, teve-se em
consideração os conhecimentos, habilidades e atitudes específicas com
as quais deve contar o operário, segundo o ambiente onde desempenha
suas funções, segundo sua especialidade.
A tabela 11 apresenta o modelo do mapa de competências para o
serviço de revestimento utilizado para a presente pesquisa: os demais
mapas apresentam-se no APÊNDICE B.
169
Tabela 11 – Mapa de competência especifica
REVESTIMENTOS
CONHECIMENTOS
Conceitos, tipos e
características dos
revestimentos
-
Diferencia sem problemas os termos recobrimento e
revestimento.
-
Reconhece as funções e necessidades de uso dos
revestimentos.
-
Diferencia sem problemas qualidades de cada material e
suas propriedades.
Processo construtivo
dos revestimentos.
-
Estabelece a sequência e etapas do processo construtivo
dos revestimentos sem omitir nenhum elemento.
-
Distingue os tipos de revestimentos pelo tipo de
material a revestir e funções
-
Identifica pelas suas características e funções as
ferramentas e apoios utilizados para realizar os trabalhos.
Trabalhos prévios à
colocação.
- Identifica sem problema trabalhos prévios à colocação.
-
Identifica, determina e dispõe requerimentos
necessários para realizar os trabalhos.
Cumprimento de
normativas.
-
Identifica e aplica sem problemas normas de segurança
na execução dos trabalhos.
-
Identifica e aplica normativas de respeito pelo meio
ambiente na execução das tarefas.
-
Identifica e aplica normativas nacionais e decretos
municipais que restringem à indústria da construção.
Revestimento de
muros, rampas,
escadas e pisos.
-
A seleção de pontos de referência é realizada sem
problemas.
-
As peças utilizadas para revestir são preparadas
corretamente e seguem os delineamentos do projeto.
HABILIDADES
Trabalhos prévios à
colocação.
- Trabalha em equipes coordenando as tarefas prévias.
- Distribui as tarefas entre os trabalhadores
-
Transporta e carrega materiais e insumos para realizar
as tarefas.
- Realiza tarefas prévias à colocação.
170
- Prepara maquinarias a utilizar.
- Prepara materiais de fixação (argamassa).
- Prepara materiais de revestimento.
- Prepara superfície a revestir.
Cumprimento de
normativas.
- Prepara e verifica andaimes e escadas para utilizá-
los
nas tarefas.
Revestimento de
muros, rampas,
escadas e pisos.
- A prumada é corretamente realizada.
- A argamassa de fixação é aplicada corretamente.
-
As peças de revestimento são colocadas corretamente,
prumadas e niveladas, seguindo os delineamentos do
projeto.
-
As juntas de união entre peças são corretamente
fechadas com o apropriado e seguindo o projeto.
ATITUDES
Processo construtivo
dos revestimentos.
-
Observa medidas de segurança e proteção ambiental, ao
utilizar e conservar as ferramentas.
Cumprimento de
normativas.
- Utiliza E.P.I. durante a execução dos trabalhos.
- Guarda e aplica critérios de higiene no trabalho.
Revestimento de
muros, rampas,
escadas e pisos.
- A superfície a revestir é limpa adequadamente.
-
A verificação da instalação elétrica e sanitária é
realizada e as mesmas são corretamente protegidas.
-
A ordem e limpeza das zonas de trabalho são
observadas.
-
As ferramentas necessárias para executar os trabalhos
são corretamente utilizadas e uma vez acabados os
mesmos são limpos.
- As normas de segurança
, higiene e médio ambiente são
observadas corretamente.
-
Os trabalhos de verificação da qualidade da colocação
são realizados, reportados e caso necessário corrigidos.
- A limpeza da área de trabalho realiza-
se e verifica se
corretamente.
171
Na análise das tarefas também realizavam-se fluxogramas de
todos os passos no desenvolvimento de sua atividade específica. A
modo de exemplo apresenta-se na figura 22 a análise da especialidade
de armador de elementos estruturais.
Figura 22 – Fluxograma de atividades do Armador
As atividades citadas constituem uma proposta adotada que deve
seguir qualquer armador competente para realizar o trabalho com
qualidade.
5.2 ANÁLISES DOS RECURSOS HUMANOS
Essa análise foi efetuada por meio de observações diretas a
respeito da qualidade e eficiência dos serviços executados pelos
operários (em média 10) como também por meio de entrevistas,
tomando em consideração os mapas de competência geral e específico
que foram elaborados.
172
Nas observações diretas, o grupo de investigação pode notar in
situ as carências e deficiências dos operários nos processos construtivos,
a exemplo da não utilização de equipamentos de segurança, carência na
leitura e interpretação de plantas entre outros.
5.3 CAPACITAÇÃO
Determinadas as necessidades de treinamento, o grupo de
pesquisa passou à seguinte fase de capacitação dos operários. Em tal
sentido, destaca-se que essa capacitação teve lugar durante os anos 2007
e 2008.
Para o desenvolvimento de cada disciplina, elaborou-se um
programa no qual constava o conteúdo da mesma e as horas de aula. A
modo de exemplo, apresenta-se a tabela 12, os demais programas
encontram-se no APÊNDICE C.
Tabela 12 Programa da capacitação em Formas de elementos
estruturais
Formas de elementos estruturais
TEMA HORAS
Identificação das necessidades de capacitação em
formas
2 horas
Leitura e interpretação de plantas 1 hora
Materiais utilizados para a execução das formas 1 hora
Ferramentas e equipamentos utilizados para a
execução de formas de elementos estruturais
1 hora
Locação de elementos estruturais 1 hora
Noções de Marcenaria 1 hora
Preparação de peças para formas 1 hora
Formas de fundações e muros 1 hora
Colocação de formas de pilares, vigas e lajes 1 hora
Duração total 10 horas
A técnica utilizada para o desenvolvimento das disciplinas foi a
expositivo- participativa com a utilização de recursos de apoio, como os
citados no capítulo 3. Além logo do desenvolvimento dos distintos
dulos, realizou-se retroalimentação para fixar conceitos importantes
por meio da realização de perguntas e explicações sobre os temas
desenvolvidos. Durante o desenvolvimento dos módulos se conseguiu a
continuidade que é importante para não perder a motivação dos
operários.
Sendo assim, ao tér
mino de cada disciplina, elaboraram
gráficos com os índices de aproveitamento dos mesmos, com base nas
avaliações que lhe foram praticadas, as quais eram optativas para efeito
de obter o certificado. Como exemplo, apresenta-
se
realizado na disciplina de Alvenaria.
Figura 23 –
Índice de aproveitamento disciplina alvenaria
Os operários certificados foram aqueles que obtiveram 75% de
aproveitamento nas disciplinas ministradas e 75% de assistência mínima
às mesmas
, enquanto que os não certificados foram aqueles que não
alcançaram o dito índice. Assim sendo, houve um grupo de operários
que não se apresentaram às avaliações, que foram catalogados como
ausentes.
Após processar os dados obtidos em cada especialidade, d
os anos 2007 e 2008, procedeu-
se a analisar o resultado da capacitação
global, de modo a obter a porcentagem total de operários certificados em
todas as disciplinas.
Em tal sentido, em continuação se apresenta o gráfico
24 com a porcentag
em de aproveitamento global do Programa de
Capacitação implementado pelo grupo de pesquisa, com 35 operários
capacitados.
Ausentes
23%
Certificados
69%
Nao
Certificados
8%
ÍNDICE DE APROVEITAMENTO EM
ALVENARIA
173
continuidade que é importante para não perder a motivação dos
mino de cada disciplina, elaboraram
-se
gráficos com os índices de aproveitamento dos mesmos, com base nas
avaliações que lhe foram praticadas, as quais eram optativas para efeito
se
na figura 23 o
Índice de aproveitamento disciplina alvenaria
Os operários certificados foram aqueles que obtiveram 75% de
aproveitamento nas disciplinas ministradas e 75% de assistência mínima
, enquanto que os não certificados foram aqueles que não
alcançaram o dito índice. Assim sendo, houve um grupo de operários
que não se apresentaram às avaliações, que foram catalogados como
Após processar os dados obtidos em cada especialidade, d
urante
se a analisar o resultado da capacitação
global, de modo a obter a porcentagem total de operários certificados em
Em tal sentido, em continuação se apresenta o gráfico
na figura
em de aproveitamento global do Programa de
Capacitação implementado pelo grupo de pesquisa, com 35 operários
Ausentes
23%
ÍNDICE DE APROVEITAMENTO EM
174
Figura 24 –
Porcentagem de aproveitamento global de todas as
especialidades
5.3.1 Avaliação do Programa de Capacitação
Com base no formulário, os operários deram sua avaliação com
respeito ao curso e respeito aos instrutores. O resultado foi positivo,
alcançando uma média de +1,14; o que demonstra o grau de satisfação
dos operários pelo Programa de Capacit
ão executado com respeito dos
instrutores.
Deve-
se ter em conta que a pontuação obtida nessa avaliação foi
alta, tendo presente que a escala vai de -
2 até +2, que mostra satisfação
dos operários com a capacitação realizada.
Os operários acreditam que os c
onhecimentos que aprenderam na
capacitação lhes estão sendo úteis em seu trabalho que os utilizam
diariamente e estão confiantes desses conhecimentos. Também estão
convencidos de que seu trabalho melhorou desde que utilizaram o
aprendido e que o conteúd
o desenvolvido é de grande importância para
seu trabalho.
No período comprendido de maio de 2007 até dezembro de 2008,
foram certificados:
8 operários com 5 certificados cada um;
14 operários com 4 certificados cada um.
Estes dados obtidos e apresentados
anteriormente foram os
analisados até a fase de capacitação.
Ausentes
26%
Certificados
71%
Não
Certificados
3%
APROVEITAMENTO GLOBAL DO
TREINAMENTO
Porcentagem de aproveitamento global de todas as
Com base no formulário, os operários deram sua avaliação com
respeito ao curso e respeito aos instrutores. O resultado foi positivo,
alcançando uma média de +1,14; o que demonstra o grau de satisfação
ão executado com respeito dos
se ter em conta que a pontuação obtida nessa avaliação foi
2 até +2, que mostra satisfação
onhecimentos que aprenderam na
capacitação lhes estão sendo úteis em seu trabalho que os utilizam
diariamente e estão confiantes desses conhecimentos. Também estão
convencidos de que seu trabalho melhorou desde que utilizaram o
o desenvolvido é de grande importância para
No período comprendido de maio de 2007 até dezembro de 2008,
anteriormente foram os
175
5.4 INDICADORES DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE
Ao finalizar o treinamento, obtiveram-se operários que foram
chamados, na pesquisa, de polivalentes; os mesmos formam o grupo
experimental e para obter uma confrontação introduz-se à pesquisa um
grupo de operários não polivalentes, chamado grupo de controle, ambos
os grupos pertenciam à mesma subempreiteira.
PERFIL DOS OPERÁRIOS DO GRUPO EXPERIMENTAL E DO
GRUPO DE CONTROLE
O grupo de operários treinados (grupo experimental) apresentava
uma dia de 36 anos de idade, sendo 60% deles da categoria pedreiros
e 40% serventes. Em relação à escolaridade, 30% tinham o primeiro
grau incompleto, 40% primeiro grau completo, e 30% segundo grau
incompleto; o tempo de trabalho com a subempreiteira 40% tinha de 3 a
6 meses, 30% entre 6 meses e um ano de trabalho, e 30% de 1 a 2 anos
de trabalho com o mesmo subcontratista, no relativo ao estado civil,
40% de solteiros, 30% de casados e outros 30% em união.
O grupo de operários não treinados (grupo de controle)
apresentava uma dia de 34 anos de idade, sendo 60% deles da
categoria pedreiros e 40% serventes; no relativo à escolaridade , 25%
tinham o primeiro grau incompleto; 50% primeiro grau completo, e 25%
segundo grau incompleto; o tempo de trabalho com a subcontratista
30% tinha de 3 a 6 meses; o 30% entre 6 meses e um ano de trabalho; e
40% de 1 a 2 anos de trabalho com o mesmo subcontratista; no relativo
a estado civil, 50% de solteiros, 25% de casados e outros 25% em união.
OS INDICADORES DETERMINADOS NOS DOIS GRUPOS
FORAM:
1. Perdas de materiais;
2. Controle de Qualidade;
3. Índice de Produtividade;
4. Tempos produtivos, improdutivos e auxiliares;
5. Rotatividade;
6. Lista de verificação;
7. Documentação de imagens.
176
Os serviços estudados e medidos na obra piloto foram:
1. Alvenaria de tijolos furados de 0,12 m;
2. Revestimento de forros;
3. Base de concreto;
4. Emboço de paredes internas;
5. Emboço de paredes externas;
6. Cimentado.
5.4.1 Perda de materiais
A eficiência de uma empresa refere-se ao uso racional de recursos
(materiais, recursos humanos, equipamentos), a qual é estimada pela
relação entre o valor do produto gerado e o custo dos recursos
utilizados, sendo que se existem desperdícios nos materiais utilizados,
esta relação se verá afetada.
Por isso, a importância do controle do consumo de materiais, em
termos de custo, ao longo da execução da obra.
A fórmula utilizada para o cálculo de desperdício de materiais
foi:
(
)
100
teoC
teoC real C
P[%] ×
=
P%: Perda de materiais porcentual
C
real
: Consumo real de materiais
C
teo
: Consumo teórico de materiais
A continuação mostra-se a tabela 13 com o consumo de materiais
no serviço de alvenaria.
177
Tabela 13 – Consumo de materiais do serviço alvenaria
TIJOLOS
GRUPO
EXPERIMENTAL
GRUPO
CONTROLE
Compra inicial (un) 19750 18000 + 2000
Estoque restante (un) 365 528
Consumo Real Compra - Stock 19385 19472
Área Executada (m
2
) 482 482
Consumo Teórico 40 tij/m
2
19280 19280
Perda Porcentual
(
)
100
teoC
teoC real C
×
0,54% 0,99%
CIMENTO PORTLAND
GRUPO
EXPERIMENTAL
GRUPO
CONTROLE
Consumo total (kg) 2450 2500
Área Executada (m
2
) 76,09 76,09
Consumo Real (kg/m
2
) 32,2 32,86
Consumo Teórico (kg/m
2
) 14,2 14,2
Perda Porcentual
(
)
100
teoC
teoC real C
×
126,76% 131,38%
CIMENTO AB-45
GRUPO
EXPERIMENTAL
GRUPO
CONTROLE
Consumo total (kg) 6195 6400
Área Executada (m2) 424,55 424,55
Consumo Real (kg/m2) 14,59 15,07
Consumo Teórico (kg/m2) 11 11
Perda Porcentual
(
)
100
teoC
teoC real C
×
32,63% 37,04%
AREIA
GRUPO
EXPERIMENTAL
GRUPO
CONTROLE
Consumo total (m
3
) 21,5 22
Área Executada (m
2
) 482 482
Consumo Real (m
3
/m
2
) 0,045 0,046
Consumo Teórico (m
3
/m
2
) 0,037 0,037
Perda Porcentual
(
)
100
teoC
teoC real C
×
20,55% 23,36%
178
A perda de materiais na alvenaria é mostrada na tabela 14.
Tabela 14 – Perda de materiais do serviço alvenaria
Perda
Material
Grupo Experimental
(Creal – Cteo)
Grupo Controle
(Creal – Cteo)
Tijolos 105 tijolos 192 tijolos
Cimento Portland 18,66 kg/m
2
19,64 kg/m
2
Cimento AB-45 3,59 kg/m
2
4,51 kg/m
2
Areia 0,008 m
3
/m
2
0,13 m3/m
2
Preços Unitários na moeda americana dos materiais utilizados
para a alvenaria apresentam- se na tabela 15.
Tabela 15 – Preços unitários de materiais utilizados na alvenaria
Material
Preço Unitario
(USD)
Tijolos 0,12 USD/un
Cimento Portland 0,17 USD/kg
Cimento AB-45 0,13 USD/kg
Areia 6,54 USD/m
3
Os custos que representam as perdas de materiais no serviço de
alvenaria para ambos os casos sobre o total construído apresentam-se na
tabela 16.
Tabela 16 Custos que representam as perdas de materiais no serviço
alvenaria.
Perda
Material
Grupo Experimental
(Creal - Cteo) x Custo unit.
Grupo Controle
(Creal - Cteo) x Custo unit.
Tijolos 12,60 USD 23,04 USD
Cimento Portland 3,17 USD 3,34 USD
Cimento AB-45 0,60 USD 0,59 USD
Areia 0,05 USD 0,85 USD
TOTAL 16,42 USD 27,82 USD
179
No relativo às perdas dos materiais, encontrou-se que o grupo de
operários não treinados apresentou um índice de 70% superior em custo
ao grupo de operários treinados no serviço de alvenaria. A capacitação,
acreditamos, logrou conscientizar no cuidado dos materiais, notando-se
que os operários polivalentes tinham muito mais atenção na elaboração e
no uso dos materiais componentes dos serviços, tendo também muito
menos retrabalhos.
5.4.2 Controle de Qualidade
No caso da construção civil, a qualidade comprova-se com as
medições; por exemplo, no caso da alvenaria, verifica-se a qualidade dos
materiais componentes, os consumos de: tijolos, aglomerantes e areia.
Além do mais é importante a verificação da espessura das juntas, o
travamento das peças e a verticalidade ou prumo do conjunto.
As medições de qualidade em alvenaria foram realizadas depois
da execução da alvenaria do edifício. As paredes, objeto de medição,
compõem-se de bloco cerâmico de 6 furos, cujas dimensõeso de
8x12x24 cm. Os mesmos foram assentados em sua face de 12 cm, a
argamassa utilizada como aglomerante foi o cimento PZ (puzolanico)
com hidrofugo para as duas primeiras fileiras, assim como nas fileiras
sobre as aberturas e nas últimas fileiras das varandas, sendo o restante
da alvenaria ligado com Cimento para alvenaria “AB 45” (cimento com
aditivo plastificante).
A seguir, apresentam-se as atividades do Controle de Qualidade
realizadas em alvenaria.
Medição da espessura das juntas
Para a medição das espessuras das juntas, tanto na vertical como
horizontal, utilizou-se o paquímetro, com o qual tomaram-se as
espessuras destes.
Realizaram-se 714 observações. Em cada parede do edifício
mediram-se de forma aleatória 3 espessuras das juntas verticais e 3
horizontais, obtendo uma média para o edifício.
A fórmula utilizada foi: Somatória total das medições, dividido o
número total de observações. Obtendo-se os seguintes valores:
180
No grupo experimental:
Média horizontal= 1,80 cm Media vertical= 1,91 cm
No grupo de controle:
Média horizontal= 1,82 cm Media vertical= 1,97 cm
Essas diferenças nas espessuras das juntas representam maiores
consumos na argamassa de assentamento.
Verificação da espessura do emboço
Para a medição das espessuras do emboço, utilizou-se um tira
amostras com o qual tomaram-se os espessuras destes.
No grupo experimental:
Média= 19 mm
No grupo de controle:
Média= 24 mm
Verificação da espessura do cimentado
Para a medição das espessuras do cimentado, utilizou-se o
paquímetro, com o qual tomaram-se os espessuras destes.
No grupo experimental:
Média= 17,5 mm
No grupo de controle:
Média= 19,5 mm
Verificação da verticalidade das paredes
Para essa verificação foram analisadas todas as paredes do
edifício, utilizando uma prumada cilíndrica, tomando como parâmetro
de verticalidade uma tolerância ± 5 mm, por considerar que um
181
desaprumo maior a esse parâmetro produz consumos exagerados de
reboco para corrigir a verticalidade.
Realizada a análise, constatou-se que no grupo experimental 39%
das paredes estavam desaprumadas. O desvio máximo de desaprumo foi
de 24 mm, numa das paredes.
No grupo de controle, a porcentagem de desaprumo foi de 69% e
o desvio máximo de desaprumo foi de 27 mm.
5.4.3 Índice de produtividade
Em seguida, apresentam-se as tabelas 18 e 19 com os valores das
medições e os índices de produtividade encontrados no grupo
experimental e no grupo de controle. Os dois grupos estavam compostos
de 6 pedreiros e 3 serventes e o pagamento dos operários foi feito por
produção.
A sequência das atividades medidas na obra piloto foi a seguinte:
alvenaria, revestimento de forros, base de concreto, emboço interno,
emboço externo e cimentado.
Tabela 17 Medições realizadas para determinar o índice de
produtividade do grupo experimental
SERVIÇO
HORAS TRAB.
(Hh)
QUANT.
(m
2
)
IP
(Hh/m
2
)
ALVENARIA 954,36 482 1,98
REVESTIMENTO DE FORROS
965,15 485 1,99
BASE DE CONCRETO 447,7 407 1,1
EMBOÇO INTERNO 820,8 540 1,52
EMBOÇO EXTERNO 743,92 547 1,36
CIMENTADO 293,04 407 0,72
TOTAL 4224,97
182
Tabela 18 Medições realizadas para determinar o índice de
produtividade do grupo de controle
SERVIÇO
HORAS TRAB.
(Hh)
QUANT.
(m
2
)
IP
(Hh/m
2
)
ALVENARIA 1108,6 482 2,3
REVESTIMENTO DE FORROS
1086,4 485 2,24
BASE DE CONCRETO 618,64 407 1,52
EMBOÇO INTERNO 885,6 540 1,64
EMBOÇO EXTERNO 650,93 547 1,19
CIMENTADO 345,95 407 0,85
TOTAL 4696,12
O número que representa o índice de produtividade quanto menor
é melhor, neste estudo o índice refere-se à soma das horas dos pedreiros
e serventes. Apresenta-se a continuação nas figuras 25, 26, 27, 28, 29, e
30 a comparação dos grupos quanto ao índice de produtividade dos
diferentes serviços:
Figura 25 – Índice de produtividade em Alvenaria
1,8
1,9
2
2,1
2,2
2,3
2,4
2,5
1
3
5
7
9
11
13
15
ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE
(Hh/m2)
DIAS DE ATIVIDADE
ALVENARIA
GRUPO
EXPERIMENTAL
GRUPO DE
CONTROLE
183
Figura 26 – Índice de produtividade no Revestimento de Forros
Figura 27 – Índice de produtividade em Base de Concreto
1,5
1,7
1,9
2,1
2,3
2,5
2,7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415
ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE
(Hh/m2)
DIAS DE ATIVIDADE
REVESTIMENTO DE FORROS
GRUPO
EXPERIMENTA
L
0,85
0,95
1,05
1,15
1,25
1,35
1,45
1,55
1,65
1 2 3 4 5 6 7 8
ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE
(Hh/m2)
DIAS DE ATIVIDADE
BASE DE CONCRETO
GRUPO
EXPERIMENTAL
GRUPO DE
CONTROLE
184
Figura 28 – Índice de produtividade em Emboço Interno de Paredes
Figura 29 – Índice de produtividade em Emboço externo de paredes
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE
(Hh/m2)
DIAS DE ATIVIDADE
EMBOÇO INTERNO
GRUPO
EXPERIMENTAL
GRUPO DE
CONTROLE
1
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE
(Hh/m2)
DIAS DE ATIVIDADE
EMBOÇO EXTERNO
GRUPO
EXPERIMENTAL
GRUPO DE
CONTROLE
Figura 30 –
Índice de produtividade no Cimentado
A diferença do índice de produtividade entre os grupos
experimental e controle é notável, para poder
apreciar estes resultados
apresenta-se a comparação na figura 31.
Figura 31 –
Índice de produtividade global em média de cada serviço
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
1 2 3 4 5
ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE
(Hh/m2)
DIAS DE ATIVIDADE
CIMENTADO
0
1
2
3
S1
S2
S3
S4
S5
1,98
1,99
1,1
1,52
1,36
2,3
2,24
1,52
1,64
1,19
INDICE DE PRODUTIVIDADE
GLOBAL Hh/m2
SERVIÇO
INDICE DE PRODUTIVIDADE GLOBAL
GRUPO EXPERIMENTAL
GRUPO CONTROLE
185
Índice de produtividade no Cimentado
A diferença do índice de produtividade entre os grupos
apreciar estes resultados
Índice de produtividade global em média de cada serviço
GRUPO
EXPERIMENTAL
GRUPO DE
CONTROLE
S6
0,72
1,19
0,85
INDICE DE PRODUTIVIDADE GLOBAL
GRUPO CONTROLE
186
Figura 32 - Índice de produtividade global acumulado dos serviços
Códigos utilizados
S1 ALVENARIA
S2 REVESTIMENTO DE FORROS
S3 BASE DE CONCRETO
S4 EMBOÇO INTERNO
S5 EMBOÇO EXTERNO
S6 CIMENTADO
Como pode ser observado nos gráficos 31 e 32, o grupo
experimental para os mesmos serviços teve um melhor desempenho
global, apresentando em torno de 10% melhor produtividade. no
serviço de emboço externo; o grupo de controle apresentou um melhor
índice porque não tinha muito cuidado com os sistemas de segurança
como os arnês e na montagem dos andaimes.
5.4.4 Tempos produtivos, improdutivos e auxiliares
Foram determinados os tempos produtivos, improdutivos e
auxiliares para pedreiros, serventes e o global, isto se realizou tanto para
o grupo experimental como para o grupo de controle, o número de
1,98
3,97
5,07
6,59
7,95
8,67
2,3
4,54
6,06
7,7
8,89
9,74
1,5
3,5
5,5
7,5
9,5
11,5
S1
S2
S3
S4
S5
S6
INDICE DE PRODUTIVIDADE
ACUMULADO (Hh/m2)
SERVIÇO
INDICE DE PRODUTIVIDADE GLOBAL ACUMULADO
DOS SERVIÇOS
GRUPO EXPERIMENTAL
GRUPO DE CONTROLE
observações totais d
o grupo experimental foi de 4.608,
controle realizaram-se 4.987 observações instantâneas.
As medições no grupo experimental e de controle lançaram os
dados indicados nas figuras 33, 34, 35, 36, 37 e 38.
Figura 33 –
Porcentagem do desempenho dos Pedreiros do grupo
experimental
Figura 34 –
Porcentagem do desempenho dos Pedreiros no grupo de
controle
IMPRODUTIVO
(2) 16,89%
AUXILIAR (3)
36,74%
PEDREIROS
IMPRODUTIVO
(2) 20,89%
AUXILIAR (3)
40,76%
PEDREIROS
187
o grupo experimental foi de 4.608,
para o grupo de
As medições no grupo experimental e de controle lançaram os
Porcentagem do desempenho dos Pedreiros do grupo
Porcentagem do desempenho dos Pedreiros no grupo de
PRODUTIVO (1)
46,37%
PRODUTIVO (1)
38,35%
IMPRODUTIVO
188
Os pedreiros do grupo experimental apresentaram tempos
produtivos 8% superiores, isto
devido, em parte, a que tinham menos
dúvidas em relação aos processos construtivos; os tempos auxiliares são
menores no grupo experimental notando-
se um maior domínio das
atividades preliminares dos serviços como também na leitura e
interpretação de plantas.
Figura 35 –
Porcentagem do desempenho dos Serventes do grupo
experimental
Figura 36 –
Porcentagem do desempenho dos Serventes no grupo de
controle
PRODUTIVO (1)
2,61%
IMPRODUTIVO
(2) 22,16%
AUXILIAR (3)
75,23%
SERVENTES
PRODUTIVO (1)
1,53%
IMPRODUTIVO
(2) 32,42%
AUXILIAR (3)
66,05%
SERVENTES
Os pedreiros do grupo experimental apresentaram tempos
devido, em parte, a que tinham menos
dúvidas em relação aos processos construtivos; os tempos auxiliares são
se um maior domínio das
atividades preliminares dos serviços como também na leitura e
Porcentagem do desempenho dos Serventes do grupo
Porcentagem do desempenho dos Serventes no grupo de
IMPRODUTIVO
(2) 22,16%
IMPRODUTIVO
(2) 32,42%
Na categoria serventes, o grupo experimental apre
improdutivos 10% inferiores ao grupo de controle, sendo que estes
tempos não contribúem para o avanço dos serviços, devendo ser
reduzidos ao nimo, como o grupo de pedreiros trabalhava melhor,
isso foi notado no desempenho dos serventes.
Figura 37 –
Porcentagem do desempenho global dos Pedreiros e
Serventes no grupo experimental
Figura 38 –
Porcentagem do desempenho global dos Pedreiros e
Serventes no grupo de controle
PRODUTIVO (1)
AUXILIAR (3)
49,78%
GLOBAL
PRODUTIVO (1)
22,55%
AUXILIAR (3)
54,48%
GLOBAL
189
Na categoria serventes, o grupo experimental apre
sentou tempos
improdutivos 10% inferiores ao grupo de controle, sendo que estes
tempos não contribúem para o avanço dos serviços, devendo ser
reduzidos ao nimo, como o grupo de pedreiros trabalhava melhor,
Porcentagem do desempenho global dos Pedreiros e
Porcentagem do desempenho global dos Pedreiros e
PRODUTIVO (1)
31,54%
IMPRODUTIVO
(2) 18,68%
PRODUTIVO (1)
22,55%
IMPRODUTIVO
(2) 22,97%
190
No desempenho global, que é a soma dos pedreiros e serventes, o
grupo experimental teve uma porcentagem 9% superior nos tempos
produtivos, o que coincide na mesma ordem de grandeza, com as
diferenças dos valores do índice de produtividade que foi em torno de
10% superior.
5.4.5 Rotatividade
A rotatividade registrada no grupo experimental, durante o
desenvolvimento de todos os serviços estudados, foi:\
ܴ݋ݐ =
ܣ + ܦ
2
× 100
ܲܧ
=
2 + 2
2
× 100
9 + 9
2
= 22%
A = Admissões de trabalhadores durante o período
considerado (Entradas).
D = Desvinculação de pessoal durante o período considerado
(Saídas).
PE = Média efetiva do período considerado que pode ser
obtida somando os empregados existentes ao começo e ao
final do período, e dividindo entre dois.
O grupo de controle é formado por operários do mesmo
subempreiteiro que o grupo experimental, mas os mesmos não foram
capacitados. Nota-se uma grande diferença quanto à rotatividade no
grupo de controle que teve uma porcentagem de rotatividade de 44%.
ܴ݋ݐ =
ܣ + ܦ
2
× 100
ܲܧ
=
4 + 4
2
× 100
9 + 9
2
= 44%
5.4.6 Listas de verificação
As avaliações realizadas no canteiro de obra permitiram conhecer
a situação geral do canteiro, já que os dois grupos desempenharam-se na
mesma obra e nas mesmas condições. Quanto ao fluxo de materiais,
manteve-se o layout, e as distâncias percorridas para o transporte dos
191
materiais foram mínimas. As condições de armazenamento foram as
corretas, contando-se com um depósito de materiais, escoras para ferros,
plataformas para elevar os sacos de cimento etc. Também no canteiro da
obra piloto contou-se com as instalações necessárias como banheiros,
chuveiros, casa para o guarda de segurança, armário para operários,
refeitório e escritórios com banheiros.
A segurança do trabalho é que estabelece diferenças entre os dois
grupos, o grupo experimental recebeu capacitação quanto a segurança e
saúde (5S, EPI, EPC).
A continuação apresenta-se a lista de verificação, com ênfase em
segurança e saúde, utilizada para o controle de ambos os grupos, as
listas completadas encontram-se no APÊNDICE E.
Tabela 19 – Lista de verificação
DADOS DA OBRA
CONSTRUTORA: DATA:
LOCALIZAÇÃO: Gral. Bruguez e Lomas Valentinas RESP.:
ITEM SIM
NÃO
NÃO SE
APLICA
POR QUÊ?
SEGURANÇA NO TRABALHO
Sinalização delimitando o espaço de trabalho
Vedação de poços, buracos e vãos na obra
Uso de luva de borracha ao manipular argamassa
Uso correto dos sanitários
Concentração no trabalho
Consulta de profissional caso se necessite
Correta colocação de materiais
Escada de mão conforme a normas
Colocação orreta dos andaimes
Colocação segura dos andaimes pendurados
Andaimes de cavaletes estáveis e seguros
Pasamãos em andaimes
Uso correto das escadas de mão
Os operários sabem ler as sinalizações
Manutenção de cabos elétricos
Manutenção cabos de aço
192
Subida correta a andaimes tubulares
Conexões elétricas com fichas
Limpeza de ferramentas ao finalizar a jornada
Realiza-se corretamente o transporte manual
No transporte de pesos elevados pede-se ajuda
Existe rotação de postos
Correta instalação provisória elétrica
Máquinas fora de zona de fluxo de pessoas
Uso de lentes quando necessário
Uso de luvas quando necessário
Ferramentas manuais em bom estado
Uso de máscaras de proteção quando necessário
Uso de serra circular somente para funcionários
autorizados
Uso de carrinhos de mão para evitar transporte
manual
Áreas de passagem desobstruídas
Limpeza permanente da zona de obra
Arnês de segurança em trabalhos de altura
Utilização de capacetes e botas
Nas listas de verificação aplicadas aos grupos pode-se notar que
os treinados têm diferença em relação aos não treinados, sendo que eles
obtiveram um 81% das respostas afirmativas em relação às perguntas da
lista, e os não treinados 30% das respostas foram positivas,
confirmando isso um melhor desempenho no trabalho.
5.4.7 Documentação de imagens
A continuação são apresentadas as fotografias da técnica de
documentação de imagens.
193
Figura 39 – Má qualidade dos serviços em grupo de controle
Figura 40 – Grupo de operários polivalentes trabalhando
194
Figura 41 – Grupo de operários não polivalentes trabalhando
Figura 42 – Pesquisadores realizando as medições
195
Figura 43 – Investigador realizando as medições da espessura dos
revestimentos.
5.5 CUSTOS DA INTERVENÇÃO
5.5.1 Custo de instrução
No caso do treinamento ser adotado pelas empresas na cidade da
pesquisa, os instrutores devem receber a remuneração a fim de que
realize o trabalho com entusiasmo que o estado de ânimo pode ser
notado pelos operários.
Os honorários recebidos pelos professores universitários
corresponde ao pagamento de 10 USD por hora de instrução. Desse
modo, por exemplo, o curso de Formas proposto de 10 horas de duração,
gera um custo de 100 USD, esse curso é realizado em dois meses.
5.5.2 Custo de materiais e recursos auxiliares de ensino
O custo inicial do programa de capacitação consiste na
construção da sala de aula, na aquisição por única vez, de um quadro
para colocar na aula, as banquetas e mesa a serem elaboradas na obra e o
cavalete para o álbum seriado (quadro de pregas) que pode-se mandar
fazer de metal em uma ferraria ou então elaborar-se de madeira na
mesma obra, o custo detalha-se na tabela 20.
196
Tabela 20 – Custos iniciais de infra estrutura necessária
MATERIAIS
CUSTOS
Construção da sala de aula 400 USD
Acrílico 40 USD
Madeiras para Banquetas e Mesa 10 USD
Cavalete 25 USD
TOTAL
475 USD
Devem-se calcular os gastos gerados pelos materiais a utilizar
durante a capacitação. Os mesmos estão detalhados na tabela 21. Deve-
se ter em conta que esses custos variam dependendo do conteúdo a
desenvolver, já que cada disciplina varia em extensão.
Tabela 21 Custo dos materiais utilizados durante os cursos de
capacitação
MATERIAIS PREÇOS
Folhas de tamanho A0 78 USD
Folhas de tamanho Oficio 30 USD
Canetas hidrocor (marcadores) 23 USD
Canetas para acrílico 20 USD
Pincéis 9 USD
Canetas, lápis e réguas 10 USD
Transparências 12 USD
Fotos 5 USD
Pastas para arquivos 20 USD
Arquivos 10 USD
Papel Contac 9 USD
Fotocópias 50 USD
Impressões 10 USD
Papel de Fio 8 USD
Folhas 6 USD
Martelo 4 USD
Garrafas térmicas para café 16 USD
Almoços de confraternização 280 USD
TOTAL
600 USD
197
5.5.3 Resumo do custo mensal
A fim de colocar em consideração, para as empresas interessadas
em implementar um Programa de Capacitação, o custo inicial que se
deve fazer é de 475 USD na construção da sala de aula, a aquisição do
acrílico, a mesa, as banquetas e o cavalete.
O custo mensal para levar adiante o Programa qualquer seja a
disciplina a ensinar de 10 horas de duração, é de 150 USD. Esse preço
pode variar, se o conteúdo requer maior tempo.
5.5.4 Custo de ferramentas utilizadas na medição dos indicadores de
qualidade e produtividade
Depois da implementação dos cursos de capacitação, realizaram-
se as medições quanto à qualidade e à produtividade dos operários
capacitados, fazendo comparação por meio da medição dos mesmos
indicadores em operários não capacitados. Para esse trabalho foram
adquiridas ferramentas de medição segundo indica-se na tabela 22.
Tabela 22 – Custo das ferramentas utilizadas durante as medições
FERRAMENTAS PREÇOS
Trena métrica de 50 m 20 USD
Trena métrica de 7,5 m 3 USD
Paquímetro 20 USD
Nível 4 USD
Prumada 3 USD
Balança para conferir o peso dos materiais 30 USD
TOTAL 80 USD
198
5.6 CONSIDERAÇÃO FINAL DO CAPÍTULO
Conforme visto no presente capítulo, o sistema de capacitação
por competências é útil, visto que mostra de maneira objetiva tudo o
que o operário deve saber e o comportamento que deve ter no
desenvolvimento de suas atividades de trabalho.
O investimento na capacitação não representa o 1% do preço total
nesta obra, apresentando para este caso uma boa relação custo beneficio.
Quanto ao método de aprendizagem utilizado na pesquisa,
expositivo- participativo, com a utilização de recursos de apoio, tais
como elaboração de gráficos explicativos, fotografias e folhas do álbum
seriado, o mesmo resultou ser efetivo para o estudo realizado. Tal
afirmação baseia-se no índice de aproveitamento da capacitação, obtida
depois das avaliações, as quais permitiram a certificação de competência
laboral a 70% dos operários que realizaram o curso, num total de 35.
Os custos da capacitação apresentam um bom retorno,
especialmente se o grupo de operários permanece na empresa.
No conjunto de serviços, os treinados apresentaram um
desempenho aproximadamente 11% superior. No total de dias para
realizar as mesmas quantidades de trabalho, o grupo de controle teve um
prazo de 64 dias e no grupo experimental o prazo foi de 57 dias, com
uma economia de mais de 10% em custo com os recursos humanos.
Considera-se que os serviços estudados deveriam ser em maior
número, mas por questões de prazos esses outros dados não foram
coletados; no entanto, nesses seis serviços estudados se podem
verificar os melhores desempenhos dos operários treinados por
competências e se considera que quanto mais serviços se realizem, essa
diferença será mais notória.
Os indicadores utilizados são importantes tanto para a verificação
dos desempenhos entre as equipes, como também para sua utilização
interna, como: a determinação de dados mais confiáveis para a
determinação dos prazos de obra.
A análise dos recursos humanos não foi difícil, já que estando na
obra em tempo integral, dá para conhecer o potencial de cada operário.
Com esse trabalho também se notou a importância do controle da
produção, visto que dá informações importantes ao gestor da obra, como
desperdícios de materiais, qualidade dos serviços e produtividade dos
recursos humanos.
199
Considera-se que os indicadores para a comparação dos grupos
foi suficiente, é reconhecido que nesse caso, com os valores
apresentados, não valor estatístico, mas para esse experimento
funcionaram as hipóteses.
Os trabalhadores treinados em competências, nessa pesquisa,
foram mais produtivos, a qualidade dos serviços foi superior e
apresentaram menores índices de desperdícios.
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES
O êxito de um Programa de Capacitação depende do
envolvimento e iniciativa da gerência da empresa. Essa deve estar
convencida de que, ao capacitar seus operários, melhoram seu
desempenho no trabalho e isso se reflete nos índices de qualidade e
produtividade.
Para a implementação do Programa de Capacitação, em primeiro
lugar, é fundamental a determinação das necessidades de treinamento
dos operários. Para isso, é necessário levar-se o tempo devido a fim de
elencar prioridades e atuar concretamente nos problemas mais comuns
de acordo com trabalhos que vão ser executados no projeto, no
momento de início da capacitação.
Na presente pesquisa, essas necessidades de treinamento surgiram
após se realizar a análise das tarefas, por meio da elaboração de mapas
de competência e da análise dos recursos humanos, tendo por base
entrevistas e observações.
Os Mapas de Competências constituíram um meio eficaz para
determinar as ditas necessidades, posto que por meio deles
evidenciaram-se os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias
para cada especialidade, sendo então importantes para o setor porque
permitem lograr uma maior transparência nas expectativas existentes
acerca dos desempenhos dos operários.
As entrevistas e observações efetuadas revelaram a falta de
formação técnica dos operários, cujas atividades eram realizadas sobre a
base do conhecimento empírico. Além disso, cabe salientar que um
beneficio observado com a utilização das entrevistas foi que ela criou a
interação inicial entre operários e instrutores.
A obtenção desses dados, conhecimento prévio das carências dos
operários, antes de se iniciar o Programa de Capacitação, permitiu
otimizar os tempos, isso porque somente foram desenvolvidos temas a
respeito dessas carências, sem abordar questões que eram conhecidas
pelos mesmos.
Por outro lado, temos que ter em conta que todo Programa de
Capacitação dos recursos humanos deve sempre ter em consideração o
número de pessoas a serem treinadas. Nesse sentido, a literatura
especializada recomenda que esse número seja de 15 pessoas no
201
ximo, que permite uma maior interação e possibilita que o
treinamento seja mais individualizado. Essa sugestão foi levada em
consideração na presente pesquisa, verificando-se as vantagens antes
apontadas.
Outra questão a ser considerada para o melhor aproveitamento do
treinamento, constatada nesse trabalho, é que a capacitação tem que ser
desenvolvida no horário das 8h às 10h, posto que neste horário os
operários ainda não se encontram extenuados pelas tarefas. Também
cabe destacar que a circunstância de que essas horas de treinamento
sejam computadas como horas de trabalho serven de incentivo para que
os mesmos se mostrem interesados na capacitação.
Em relação aos instrutores, constatou-se que os alunos dos
últimos anos dos cursos de Arquitetura e Engenharia Civil se encontram
capacitados para se desenvolverem como instrutores nas obras, tendo
presente que eles contam com conhecimentos nas especialidades que
foram ministradas, embora necessitem ser previamente capacitados a
respeito das técnicas didáticas.
Também para facilitar a transmissão do conhecimento não se
pode perder de vista que a comunicação entre o instrutor e os operários
deve ser adequada e para isso o instrutor tem que conhecer o
vocabulário utilizado na obra pelos operários, para poder, a partir daí,
ensinar-lhes os nomes técnicos corretos.
Com relação às avaliações, por serem sem data fixa, incentivaram
os operários para a realização das mesmas já que eles somente se
apresentavam no momento em que acreditavam estar preparados para
serem aprovados no teste.
Também na presente pesquisa foi feita a avaliação por parte dos
operários do programa de capacitação e dos instrutores, obteve dados
positivos com respeito à implementação do programa, isso em virtude
dos resultados apresentados e colhidos do formulário de avaliação sob a
Escala Likert.
Culminada a etapa do treinamento, em suas diversas fases, e
tendo presente os dados obtidos na etapa de verificação do desempenho
entre operários treinados e não treinados, pode-se afirmar que, com
relação ao objetivo geral da pesquisa, verificou-se que o treinamento
por competências dos operários, contribui efetivamente para um melhor
desempenho da gestão das pessoas na construção civil.
Em relação aos objetivos específicos propostos, depois da
intervenção no canteiro de obras, por meio da metodologia aplicada,
obtiveram-se operários capacitados em várias especialidades. Feitas as
correspondentes verificações e comparações, pelos índices de qualidade
202
e produtividade, com os operários não treinados, verificou-se que a
capacitação trouxe os seguintes benefícios, dentre os quais:
Para a organização:
Agilizou a tomada de decisões e solução de problemas;
Promoveu o desenvolvimento e aumento de produtividade;
Melhorou a qualidade do produto acabado e o ambiente de
trabalho.
Nas entrevistas realizadas pelos operários, seis meses depois de
terminados os treinamentos (APÊNDICE F), os operários treinados
declararam que com o apreendido melhorou o processo, já que têm
menos dúvidas do que tem que ser realizado, também a qualidade dos
serviços, segundo o expressado por eles, melhorou pelo fato de
conhecerem os requisitos de qualidade dos serviços. As capacitações
sobre leitura de plantas foram de muita utilidade para eles, porque
afirmaram que com o apreendido não necessitavam consultar com tanta
frequência o mestre de obras.
No relativo à produtividade dos grupos experimental e de
controle, foi comprovado que os treinados foram, em cinco dos seis
serviços estudados, mais produtivos. em emboço externo
apresentaram maior índice porque receberam capacitação em segurança
e saúde e dedicavam mais tempo para a colocação dos andaimes e dos
dispositivos de segurança como o cinto.
Observando a técnica de amostragem do trabalho também pode-
se notar os melhores desempenhos das equipes treinadas, tendo os
tempos produtivos melhores que os operários o treinados, isso
demonstra os benefícios da capacitação que os operários realizam o
trabalho com maior segurança, agregando mais valor ao produto.
No item perdas dos materiais, foi comprovado que o grupo de
operários não treinados apresenta índices superiores em porcentagem em
relação ao grupo de operários treinados no serviço de alvenaria e em
outros serviços.
No relativo à qualidade, foram muitas as evidências do melhor
desempenho dos operários treinados. Nesse sentido, foi constatado,
pelas observações, que eles realizavam os serviços com maior cuidado, e
isso pode ser comprovado com as medições das espessuras das juntas na
alvenaria, espessura dos revestimentos, os prumos das paredes e os
desperdícios de materiais.
203
Também foi constatado, pelas observações, que o ambiente de
trabalho melhorou em comparação à etapa anterior ao treinamento.
Posterior à capacitação, houve um melhor relacionamento entre os
operários, os mesmos tinham mais confiança em fazer perguntas aos
profissionais a cargo da obra e, além disso, por receber capacitação a
respeito de segurança e saúde no trabalho, mostraram-se mais dispostos
a utilização das equipes de segurança na realização dos serviços.
Em quanto aos benefícios aos trabalhadores:
Gerou na pessoa um sentimento de satisfação e esperança;
Reduziu temores à incompetência ou ignorância;
Aumentou a empregabilidade do pessoal capacitado;
Reduziu a rotatividade.
Todos os entrevistados se mostraram satisfeitos pelo Programa de
Capacitação e a favor da polivalência, pois, segundo eles, podem
realizar vários serviços, que se sua competência é limitada, outros
operários poderão ser contratados. Além disso, a maioria dos operários
considera que a capacitação tem que ser contínua pelo menos uma vez
por semana para reforçar o aprendido e seguir aprendendo outras
especialidades.
Também cabe resaltar que quatro dos entrevistados confirmaram
que subiram de categoria depois dos cursos e passaram de serventes a se
desempenhar como pedreiros, recebendo um melhor salário. Ademais,
um dos pedreiros, depois das capacitações, iniciou seus trabalhos como
mestre de obras. Tal circunstância confirma o aumento da
empregabilidade deles, depois de receberem o treinamento.
Ao conhecer outras especialidades também argumentaram, nas
estrevistas, que podem permanecer mais tempo numa mesma obra, e não
ter que estar desempregados, procurando outras obras, em que possam
ser admitidos, o que aumentou sua estabilidade e segurança econômica.
Nesse sentido, em relação à rotatividade dos grupos, conforme os
dados apresentados nessa pesquisa, o grupo de operários não treinados
apresentou o dobro de rotatividade em relação aos treinados.
Em relação à implementação desse Programa de Capacitacão por
competências laborais, na presente pesquisa, conforme aos dados
elencados, verificou-se que o processo de treinamento dos operários é
lento; em parte, porque, primeiro foi necessário formar os alunos
monitores, entretanto, os resultados de ter operários capacitados é um
diferencial para as empresas.
204
Por outro lado, vale a pena salientar que o desenvolvimento de
um Programa de Capacitação de Recursos Humanos numa obra de porte
dio, de dois anos de duração, o custo total representa em torno de 1%
do preço da obra; portanto, quanto à relação custo-benefício, o mesmo é
favorável, já que a inversão é pequena.
Conforme os dados apresentados, pode-se afirmar que a
metodologia de capacitação por competências para a polivalência, é
possível e pode ser aplicada na indústria da construção civil. O custo da
intervenção é baixo e poderia formar parte das atividades na realização
de um empreendimento, com resultados a curto e especialmente a médio
e longo prazo.
Os métodos de avaliação da produtividade e qualidade utilizados
podem empregar-se simultaneamente, já que se encontram estreitamente
relacionados entre si. Dessa forma, se pode-se obter um conhecimento
mais preciso do que acontece na obra e chegar a melhores índices de
produtividade e qualidade. O uso de indicadores diferentes e suas
análises em conjunto foi produtivo, uma vez que elas se complementam.
A recomendação às empresas construtoras é investir na
capacitação dos recursos humanos, em diferentes serviços, para que
esses tenham uma visão sistêmica dos trabalhos. Foi comprovado que
existe uma correlação positiva entre treinamento e qualidade e
produtividade, neste trabalho em particular. Essa inversão apresenta
resultados tangíveis e representativos, e sem dúvida um aumento da
competitividade da empresa.
Pelo exposto, pode-se concluir que, em relação aos objetivos
propostos, nesta pesquisa, foram confirmadas as hipóteses, e acredita-se
que esse tipo de intervenções em qualquer obra apresentaresultados
positivos.
SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
Para a realização de pesquisas futuras se propõe:
Ampliar os Mapas de Competências nas demais
especialidades da Construção Civil;
A análise das diferentes atividades da construção por
subprocessos construtivos de maneira a identificar a lógica
que caracteriza cada um deles em termos de qualificação e
competências solicitadas;
205
Propor um curso de capacitação a técnicos e instrutores do
modelo do perfil por competências laborais e de avaliação
do desempenho;
Propor Centros de Capacitações em Competências, ou em
seus diferentes lugares de trabalho, para fortalecer e
atualizar as formações;
Realizar entrevistas a todos os espertos para que dêem suas
opiniões e recomendações referidas ao sistema de
treinamento;
Propõe-se que, como recursos de apoio, elaborem-se
vídeos na própria obra no que diz respeito aos trabalhos
que são realizados pelos operários, com o fim de mostrar-
lhes os erros e, assim, o modo correto de executar suas
atividades.
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empresas: elimine o desperdício e crie riquezas. Rio de Janeiro:
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ZARIFIAN, P. Objetivo Competência: por uma nova lógica.
Tradução: Maria Helena C. V. Trylinski. São Paulo: Ed. Atlas, 2000.
APÊNDICES
APÊNDICE A – AVALIAÇÃO DAS DIFERENTES DISCIPLINAS
APÊNDICE B MAPAS DE COMPETÊNCIAS NAS DIFERENTES
ESPECIALIDADES
APÊNDICE C – PROGRAMA DAS DISCIPLINAS
APÊNDICE D – INDICADORES DE QUALIDADE UTILIZADOS
APÊNDICE E LISTA DE VERIFICAÇÃO APLICADA AOS
OPERÁRIOS TREINADOS
APÊNDICE F QUESTIONÁRIO SEMI ESTRUTURADO
OPERÁRIOS
227
APÊNDICE A – AVALIAÇÃO DAS DIFERENTES DISCIPLINAS
Teste de Avaliação de Formas de Elementos Estruturais
Nome e Sobrenome:
Data:
Assinatura:
1- Leitura de planos
1-1 Representação de armaduras:
1 8 ø 8 - c /2 0 - 2 8 0
2 6 0
1 01 0
1-2 Representação de Lajes:
P
P
V8 (15x40)
L7
8 ø 6 - c/20
18 ø 6 - c/18
9(20x40)
11(30x20)
P
10(20x30)
V6 (15x40)
-20
228
1-3 Materiais utilizados para Formas
1-4 Recobrimentos e Agentes desmoldantes de Formas:
_ Função dos recobrimentos e desmoldantes de madeiras
para formas;
_ Recobrimentos e desmoldantes mais utilizados;
_ Cuidados a se ter ao utilizar desmoldantes e
recobrimentos para formas.
1-5 Cálculo do volume de madeira e preço de uma viga 2”x 6” e 6
metros
15 cm =
5 cm=
O Preço da pgl² m é 2000 guaraníes. Quanto custará a viga de
2” x 6” x6 metros?
229
1-6 Elementos e Equipes para locação
1-7 Ferramentas utilizadas para trabalhar a madeira e construir a
formas do elemento estrutural
1-8 Banco de Carpinteiro
Importância;
Localização do Banco de Carpinteiro;
Altura e Largura que deve ter o Banco de Carpinteiro.
1-9 Passos a seguir para realizar uma boa locação
1-10 Como utilizar o esquadro 3-4-5 para verificar a locação?
1-11 Como se verifica a verticalidade dos elementos, ou seja seu
aprumo?
1-12 Como verificar a perfeita verticalidade de um elemento, sua
nivelação, utilizando o nível de mão ou de borbulha.
1-13 Recomendações ao transladar o nível com a mangueira;
1-14 Cuidados que devemos ter ao aprumar;
1-15 Importância de manter as ferramentas bem afiadas;
1-16 Por que é importante o travado ao utilizar as serras?
1-17
Como construir um Banco de carpinteiro;
1-18 Em que caso é importante preparar umas plantilhas?
230
1-19 Como devemos colocar as travessas nos tabuleiros?
1-20 Função das escoras,
1-21 Separação mínima que devem ter as escoras;
1-22 Função que cumprem os cepos e gravatas nos pilares;
1-23 Função dos Pilares, a importância que cumprem na estrutura;
1-24 Função das fundações, importância.
231
AVALIAÇÃO EM ALVENARIA
Nome e Sobrenome:
Data:
Assinatura:
1 Alvenaria
1.1 O que é alvenaria
1.2 Como verificar a verticalidade? Cada quantas fiadas convém
verificar?
1.3 Por quê a utilização das travas ?
1.4 Procedimento para a realização as fileiras
1.5 Função do baldrame
1.6 Cuidados prévios na montagem de aberturas de madeiras
1.7 Cuidados prévios na montagem de aberturas de alumínio
1.8 Colocação de aberturas
1.9 Espessuras e tipos de paredes
1.10 Partes dos tijolos
1.11 Espessuras e tipos de juntas
1.12 Dosagem das argamassas
2 Impermeabilização
2.1 Que é Impermeabilização e qual é a sua importância?
2.2 Onde é necessário realizar a Impermeabilização?
2.3 Por que ao realizar a Impermeabilização nos seguintes gráficos esta
não funcionaria?
232
2.4 Componentes no térreo e paredes .
6
7
1
5
2
3
4
233
AVALIAÇÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE
Nome e Sobrenome:
Data:
Assinatura:
1 Cumprimento das normas na obra
1.1 Interpretação das plantas para identificar lugares, elementos e
sistemas de trabalho
1.2 Aplicação das normas de segurança e saúde no local de trabalho
Objetivo da sinalização
O sinal na sinalização. Significado das cores: vermelho, amarelo,
verde e azul
Local adequado para a localização da sinalização
O problema do álcool e das drogas no trabalho
Políticas de segurança e higiene
Sustâncias químicas onde se encontram perigos
Ruídos e vibrações, como evitar os problemas que eles acarretam
Ergonomia. Método correto para erguer pesos. Como minimizar o
trabalho em nível acima da cabeça
1.3 Aplicação das medidas de segurança nos circuitos elétricos
Pode um operário não especializado realizar concertos elétricos?
Como se chama ao profissional encarregado de realizar as
instalações elétricas?
Que fazer no caso de achar fios desencapados, tomadas quebradas?
Citar alguns efeitos da corrente elétrica no corpo humano
Onde poderíamos encontrar riscos elétricos no canteiro?
Quais seriam algumas prevenções e proteções contra contatos
elétricos?
234
Qual é o perigo quando um aparelho elétrico não tem contato a
terra?
Equipamentos de proteção individual ao trabalhar com eletricidade:
Citar os principais.
Qual é a forma correta e segura de levar um fio elétrico nos
diversos lugares do canteiro?
1.4 Condições de segurança no trabalho em superfícies com distintos
níveis
Quais são os equipamentos de proteção individual a serem
utilizados nos trabalhos em altura,?
Onde ocorrem os acidentes em altura? Por quê?
Por que é importante a limpeza no trabalho em distintos níveis?
É preciso verificar a estabilidade do andaime antes de sua
utilização?
Qual é a forma correta de utilizar as escadas?
É recomendável a subida de mais de uma pessoa nas escadas?
Quais as medidas de prevenção ao se executarem trabalhos em
alturas perto de aberturas?
2 Equipamentos de proteção
2.1 Seleção dos equipamentos de proteção individual
Descreva a função de cada um dos equipamentos de proteção
individual:
Luvas
Capacetes
Botas
Óculos de segurança
Cinto de segurança
Tapa bocas
Proteção auditiva
235
2.2 Utilização dos equipamentos e ferramentas
USO DE ESCADAS
- Em quanto a parte superior da escada deve ultrapassar o piso?
- É conveniente fixar a escada para evitar deslocamentos?
237
AVALIAÇÃO EM CONCRETO ARMADO
Nome Sobrenome :
Data:
Assinatura:
1. Qual é a função das armaduras no concreto?
2. Qual é a função do concreto?
3. Para quê é realizada a cura?
4. Por que é importante realizar uma boa união das madeiras na
elaboração das formas para o concreto?
5. Como deve ser feita a estocagem das barras de aço?
6. Que plantas são necessárias para realizar as armaduras de uma
peça estrutural?
7. Quais são os tipos de barras de aço que podem ser empregadas
no concreto armado?
8. Conhece armadura de pele?
9. Por que se devem respeitar as separações e diâmetros das
armaduras indicadas nas plantas?
10. Quais são os diâmetros mais utilizados na nossa cidade?
11. Quais são os diferentes tipos de aço?
12. Seqüência a seguir para a elaboração das armaduras de um
elemento estrutural
13. Conhece normas de segurança para a elaboração dos elementos
estruturais?
14. Aplica as normas de segurança para o armado dos elementos
estruturais?
15. Conhece as armaduras de repartição? Para que é utilizado?
16. Qual é o procedimento correto para a locação das armaduras
dentro das formas
17. Quais são as ferramentas utilizadas na produção em obra das
armaduras?
18. Quais são as ferramentas utilizadas na colocação das
armaduras?
19. Quais são as ferramentas utilizadas na execução das dobras das
barras de aço?
20.
Para que são utilizados os espaçadores?
21. Conhece o procedimento para realizar o corte com ferramentas
elétricas?
238
22. Assinale a coluna correta
FERRAMENTA
PARA
MEDIR E
MARCAR
CORTE
DE
BARRAS
DOBRADO
BARRAS
COLOCAÇÃO
DE
ARMADURAS
Fita métrica
Serra
Martelo
Gancho
Tesouras
Pregos e tubo
Cortadora elétrica
Tesoura
Esquadro
Nível de borbulha
Perfuradora
elétrica
Prumo
239
23. Colocar na seqüência apropriada para o logro de um bom
armado de elementos estruturais
SEQÜÊNCIA DESORDENADA SEQÜÊNCIA ORDENADA
Medir e cortar as barras
Fixar os pontos de referencia
Ler e interpretar plantas
Fixar as armaduras
Colocar as armaduras
Dobrar as barras
Programar requerimentos
Distribuir as tarefas
Verificar a qualidade do trabalho
Selecionar e armazenar material
restante
Limpar a área de trabalho
240
AVALIAÇÃO EM INSTALAÇÕES HIDRO - SANITÁRIAS
Nome e Sobrenome :
Data:
Assinatura:
1 INSTALAÇÃO DE ÁGUA
1.1 Por que nas instalações de água quente e fria são utilizados
tubulações diferentes?
1.2 Quais são os acessórios utilizados para as tubulações de água?
1.3 Qual é o código de cores utilizados nas instalações hidro-
sanitárias?
1.4 Quais são os diâmetros mais utilizados nas tubulações para água
fria e quente?
1.5 Quais são as ferramentas utilizadas para o corte dos canos?
1.6 Qual é o procedimento para executar as uniões das peças?
1.7 Quais são as ferramentas para realizar os rasgos nas alvenarias?
1.8 Como é determinado o nível para realizar os rasgos horizontais?
1.9 Função das chaves de passo?
1.10 Onde são colocados os canos com desnível?
1.11 Como funciona o sifão?
1.12 Como se realizam as provas hidráulicas
241
APÊNDICE B – MAPAS DE COMPETÊNCIAS
NAS DIFERENTES ESPECIALIDADES
ARMADURA DE CONCRETO
CONHECIMENTOS
Conceitos gerais. Demonstra conhecimentos sob a função das armaduras
numa estrutura de concreto armado.
Pode descrever a seqüência correta de preparação e
colocação das armaduras
Identifica os aços de reforço, suas características,
propriedades e dimensões
Distingue os diferentes tipos de armaduras por sua
função e localização no elemento estrutural
Leitura e
interpretação de
plantas de desenho
estrutural para formas
e armaduras
Pode distinguir plantas correspondentes a formas e
armaduras de elementos estruturais por setor e nível
Reconhece os elementos estruturais representados na
planta a partir da simbologia utilizada
Identifica cada elemento estrutural por sua
nomenclatura.
Identifica a localização e posição dos elementos na
realização das formas (cotas e níveis).
Reconhece as especificações indicadas na planta.
Identifica as plantas de armaduras de reforços dos
elementos estruturais.
Distingue a localização e posição das armaduras dos
elementos estruturais.
Calcula as medidas reais dos cortes das barras
Ferramenta e
equipamentos
utilizados para a
execução da
armadura dos
elementos estruturais.
Pode identificar as ferramentas, máquinas e
equipamentos a serem utilizados na seqüência do
armado de um elemento estrutural.
Distingue as ferramentas utilizadas para locação e
medição.
Distingue as ferramentas utilizadas para corte, dobra e
fixação das armaduras de um elemento estrutural.
242
Pontos de referência.
Identifica e interpreta os pontos de referência fixos nas
plantas
Colocação das
armaduras.
Respeita as normas de raio de giro das armaduras
segundo seu diâmetro.
Respeita as normas de comprimento de ancoragem das
barras segundo seu diâmetro e posição.
Respeita normas de comprimento, quantidade e
localização da emendas das barras.
HABILIDADES
Conceitos gerais.
Aplica critérios de qualidade na seleção das barras.
Seleciona sistemas adequados de armazenagem das
barras
Utiliza corretamente os equipamentos de segurança e
proteção individual no desenvolvimento dos trabalhos
de armadura das estruturas.
Leitura e
interpretação de
plantas de desenho
estrutural para formas
e armado.
Converte as medidas que estão expressas em escala nas
plantas em medidas reais.
Distingue se a informação necessária para a execução
das formas do elemento estrutural esta completa na
planta.
Ferramentas e
equipes utilizadas
para a execução do
armado de elementos
estruturais.
Utiliza adequadamente as ferramentas e máquinas
necessárias para produzir e colocar as armaduras de um
elemento estrutural.
Pontos de referencia.
Utiliza corretamente os instrumentos de medição
Pode materializar com precisão as medidas
estabelecidas nos detalhes estruturais.
Pode localizar na obra pontos de referência fixos.
Colocação das
armaduras
Coloca as armaduras com a disposição e com a
localização estabelecida nas plantas de detalhes
estruturais.
Utiliza com precisão os instrumentos de verificação
vertical (prumo).
Utiliza com precisão os instrumentos de verificação
horizontal (nível).
Utiliza corretamente as ferramentas próprias para a
armadura.
243
CONSTRUÇÃO DE ALVENARÍA
CONHECIMENTOS
Leitura e
interpretação de
documentos da obra
Os documentos da obra são conhecidos antes do início
dos trabalhos.
Interpreta as especificações técnicas e detalhes dos
trabalhos prévios.
A escala gráfica é utilizada corretamente.
As características dos elementos construtivos são
determinadas com precisão a partir das especificações.
ATITUDES
Conceitos gerais.
Interpreta e aplica os critérios que determinam um
trabalho harmônico em equipe
Leitura e
interpretação de
plantas de desenho
estrutural para formas
e armaduras.
Verifica se a informação detalhada nas plantas de
armaduras está completa para a realização do trabalho.
Ferramentas e
equipes utilizados
para a execução da
armadura de
elementos estruturais.
Aplica normas de segurança no uso de máquinas.
Pontos de referência.
Aplica normas de segurança, higiene e cuidado
ambiental.
Colocação de
armaduras.
Verifica que as armaduras fiquem convenientemente
fixadas, para resistir os trabalhos na realização do
concreto armado.
Verifica de deixar os recobrimentos e a separação das
armaduras de acordo com as especificações.
Utiliza permanentemente os equipamentos de proteção
individual.
244
Insumos para iniciar
os Trabalhos
Os fatores componentes dos insumos são identificados
corretamente.
As comunicações orais e/o escritas estão conforme aos
princípios básicos de comunicações (breves, precisas,
diretas).
O rendimento do pessoal e dos materiais é tomado em
consideração para determinar os insumos.
As listas de verificação de obra são preenchidas com
precisão.
Os cálculos de materiais e ferramentas são realizados a
partir dos documentos de obra.
Movimentação dos
materiais
As argamassas são elaboradas com as técnicas corretas
e dosagem para cada tipo de aplicação da argamassa,
nos diferentes serviços.
Os insumos componentes da argamassa atendem as
especificações
Os aglomerantes recebidos estão secos e correspondem
às especificações requeridas
E feita a verificação da areia e pedras para que as
mesmas não contenham lixo ou outro contaminante.
Os tijolos têm as medidas formas e peso solicitado nas
especificações
A água a utilizar se encontra limpa, livre de matérias
gordurosas (Sabão, detergente etc.)
Os materiais são recebidos na quantidade e qualidade
peticionada.
Procedimentos
Básicos
As plantas de arquitetura são consultadas para verificar
as medidas dos eixos das paredes.
A leitura dos níveis se realiza corretamente.
As ferramentas de apoio utilizadas são as corretas.
Quando a abertura no solo requer, são utilizadas escoras
para evitar desmoronamentos.
A planta de fundação é consultada para marcar o
comprimento das valas
A escala utilizada facilita a interpretação da planta na
obra
Generalidades da
Alvenaria
São conhecidas as diferenças entre os tipos de alvenaria
Os materiais utilizados estão conforme as condições
requeridas em cada caso
As normas gerais em procedimentos construtivos são
atendidas para a sua aplicação nos tipos de alvenaria
245
Alvenaria de
Elevação
As características das paredes assinaladas na planta são
interpretadas.
O processo construtivo para realizar a parede é
compreendido.
O tipo de argamassa é verificado com as especificações
técnicas.
Pilares e Arcos
As bases estão realizadas conforme as especificações do
projeto
Os materiais são estritamente selecionados.
Os escoramentos são preparados de acordo com o
projeto e dimensões da planta.
A altura do inicio dos arcos são controlados com níveis.
HABILIDADES
Leitura e
interpretação de
documentos de obra
As dimensões são determinadas sem nenhum problema
a partir das cotas.
Insumo para iniciar
os Trabalhos
As tarefas do trabalho são distribuídas sem demora.
A execução em tempo e forma da obra é entendida
como um objetivo comum da equipe de trabalho.
As áreas de trabalho foram planejadas/escolhidas de
modo a facilitar a movimentação dos materiais e
ferramentas.
Riscos e Normativas
de Segurança e Meio
Ambiente
As áreas de trabalho são selecionadas corretamente.
Os andaimes e escadas são preparados e verificados
antes de serem utilizados nas tarefas.
A disposição dos entulhos e resíduos sólidos ou líquidos
se realiza sem agredir o meio ambiente.
As obras auxiliares são desmontadas uma vez concluída
a obra.
Utilização de
materiais
Os materiais recebidos são controlados
convenientemente conforme as suas respectivas
características
Os materiais são depositados e destinados conforme as
especificações de cada um deles.
A quantidade de argamassa responde ao requerimento
de dosagem para cada serviço.
246
Os tijolos antes de serem utilizados são umedecidos.
Os materiais utilizados respondem às especificações
técnicas.
Procedimentos
Básicos
A seleção dos pontos de referência é a indicada.
Os pontos de referência de nível são transportados no
lugar requerido.
As medidas da realização da locação coincidem com as
plantas
O trabalho em equipe se desenvolve sem demoras.
Uma vez conferidas as medições é iniciada a escavação
das valas de fundação
O volume extraído das escavações é retirado ou
colocado num lugar seguro para a sua posterior
utilização.
A escavação é realizada com cuidado e precisão.
A quantidade de pessoal de apoio são suficientes para o
volume de trabalho a ser executado.
As ferramentas são utilizadas corretamente.
As cotas se indicam fisicamente, de maneira
inconfundível.
Os pontos de referência são colocados de acordo às
dimensões indicadas na planta.
Generalidades da
Alvenaria
A verticalidade das superfícies dos cantos é atendida
com muita precisão.
As juntas horizontais ou verticais são preenchidas
totalmente com argamassa.
Os reforços nos pilares são realizados segundo os
requerimentos.
As previsões para acabamentos ou revestimentos são
consideradas ao realizar a medição entre paredes.
Os vãos e as aberturas são feitos atendendo as medidas
e especificações.
A argamassa é feita na quantidade necessária e com a
dosagem correta.
A horizontalidade das fiadas é verificada com guias e
nível.
247
Alvenaria abaixo do
nível do térreo
A resistência do solo é verificada antes do início do
trabalho.
A superfície de apoio das fundações é nivelado e firme.
E feita uma camada de concreto magro se o solo
precisar.
Os materiais estão próximos às escavações para facilitar
a sua utilização.
As peças de pedras são selecionadas pelo tamanho
buscando engastar umas com as outras.
A dosagem da argamassa ou concreto se encontra de
acordo com o indicado nas especificações.
O nivelamento com tijolo maciço chega ao nível da base
de concreto.
A impermeabilização horizontal das paredes é realizada
acima das duas primeiras fiadas e lateralmente.
As escavações são preenchidas uma vez realizadas as
fundações
Uma vez atingido o nível para a base de concreto as
áreas são preenchidas e compactadas prévia umectação.
Na execução das fundações é feita a previsão da
colocação das tubulações.
Alvenaria de
elevação
Os níveis das plantas de escavação são verificados na
locação da parede.
A impermeabilização horizontal da parede é realizada
no térreo e quando for necessário.
Os tijolos ou blocos estão colocados conforme indicado
na espessura das paredes.
As pedras estão travadas em seus pontos verticais e
horizontais.
As pedras têm a forma correta?
O alinhamento das paredes se consegue colocando fios
sobre guias verticais.
Os ocos entre pedras são preenchidos perfeitamente
com argamassa e pedaços de pedras pequenas.
A alvenaria aparente está corretamente nivelada,
aprumada, e com a superfície limpa conforme ás
especificações.
248
Pilares e Arcos
A localização de cada pilar é realizada atendendo a
linha e distância entre pilares.
As peças e juntas estão corretamente niveladas e
aprumadas; as fiadas estão travadas umas com as outras.
É feita a impermeabilização horizontal.
As juntas estão feitas com argamassa especificada no
projeto.
Os apoios e o pessoal estão dispostos no lugar.
As formas são fixadas com cunhas e pontaletes uma vez
controlados os níveis e prumo.
A localização das peças do arco é feita na forma por
meio de um molde o gabarito.
Se as peças são de pedras, as mesmas são lapidadas a
fim de obter as medidas e as formas corretas.
As peças de tijolo são cortadas a máquina para obtenção
da forma desejada.
A forma é retirada segundo o especificado nas plantas.
ATITUDES
Leitura e
interpretação de
documentos de obra.
A leitura e interpretação da obra é feita com
antecedência.
A programação da obra é atendido para atender aos
requisitos pertinentes.
A importância do cumprimento da programação é
assumida com responsabilidade.
Os documentos são utilizados com cuidado
demonstrando a importância dos mesmos para a boa
execução das obras.
As dúvidas sob qualquer especificação são consultadas
em tempo com o encarregado o residente da obra.
Insumos para iniciar
os Trabalhos
As relações com os superiores e subalternos se
desenvolvem no marco do respeito e cordialidade.
A importância do trabalho em equipe é assumida
convenientemente.
As necessidades da obra são levantadas e peticionadas
em tempo.
249
As regras de responsabilidade ditadas pela empresa são
respeitadas.
O apoio dos operários das outras especialidades é
peticionado segundo as necessidades das tarefas.
Riscos e Normativas
de Segurança e Meio
Ambiente
As normas de segurança são identificadas e aplicadas
sem problemas na execução das tarefas.
As normas sobre utilização de ferramentas e
equipamentos são cumpridas.
O EPC é utilizado durante a execução dos trabalhos.
Os critérios de higiene no trabalho são respeitados e
aplicados.
As normas de respeito ao meio ambiente são
identificadas e aplicadas durante a execução das tarefas.
As normas da prefeitura relativas a Indústria da
Construção são conhecidas e aplicadas.
Utilização de
Materiais.
Os materiais em mal estado ou materiais que não
correspondem às especificações técnicas não são
utilizados e os problemas são reportados aos superiores.
O EPI é utilizado .
Procedimentos
Básicos
As correções e queixas são feitas e atendidas
oportunamente.
O EPI é utilizado permanentemente.
Generalidades da
Alvenaria
Os tijolos ou pedras são previamente umedecidos.
Alvenaria baixo nível
do térreo.
As dúvidas referentes à resistência do solo são
reportadas ao encarregado o residente da obra.
As indicações da planta de fundação são cumpridas.
As recomendações sobre risco nas atividades foram
indicadas antes do inicio das tarefas e são cumpridas.
O EPI correspondente a cada atividade é utilizado
corretamente.
Para lapidar as pedras se utiliza luvas de couro,
capacetes e óculos protetores.
Pilares e Arcos O lugar de execução do trabalho está protegido e
sinalizado.
250
FORMAS DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS
CONHECIMENTOS
Leitura e
Interpretação de
plantas de desenho
estrutural para
formas e armado.
Explica a função dos processos de construção de uma
estrutura de concreto armado.
Identifica sem dúvidas as partes componentes das
formas segundo a planta estrutural.
Identifica na planta estrutural as representações em
escala, especificações, cotas, simbologias e níveis.
Materiais utilizados
para a execução das
formas
Os materiais utilizados para construção das formas são
selecionados segundo o elemento indicado na planta.
Ferramentas e
equipamentos
utilizados para a
execução das formas
de elementos
estruturais.
Identifica as ferramentas, máquinas e equipamentos
utilizados nas distintas fases de execução das formas.
Locação de
elementos
estruturais.
Os eixos de locação são identificados com precisão,
conforme as indicações técnicas.
Preparação da peças
para às formas.
Os gabaritos para as formas são preparados com
precisão segundo as indicações técnicas.
Os tabuleiros das formas são confeccionados no
tamanho adequado as peças
As peças destinadas a pontaletes são selecionadas
segundo as especificações técnicas.
Os produtos deformantes são utilizados atendendo as
indicações do fabricante
Colocação das
formas de pilares.
Distingue os elementos componentes das formas e dos
pilares retangulares e circulares.
Os desmoldantes são aplicados seguindo as indicações
do fabricante.
Colocação das
formas de lajes e
vigas.
Distingue os elementos componentes das formas de lajes
e vigas segundo seu tipo e sua localização dentro da
obra.
251
HABILIDADES
Leitura e
Interpretação de
Plantas de desenho
estrutural para
formas e armado
As formas de elementos estruturais são executadas
conforme as normas construtivas.
A planta da estrutura correspondente às formas dos
elementos estruturais é identificada pelo setor e nível.
A localização e posição do elemento das formas são
identificados por cotas e níveis representado nas plantas.
A representação dos distintos elementos estruturais é
identificada pelas simbologias detalhadas nas plantas.
Materiais utilizados
para a execução das
formas.
Os acessórios utilizados correspondem em quantidade e
qualidade às formas a realizar
As madeiras utilizadas cumprem com as exigências de
qualidade conforme as normas.
Os cálculos de medição são executados corretamente.
As madeiras com defeitos são eliminadas.
As madeiras empregadas nas distintas partes das formas
são identificadas segundo o tipo requerido na planta.
Ferramentas e
equipamentos
utilizados para a
execução das formas
de elementos
estruturais.
Seleciona as ferramentas utilizadas para locação e
medição das formas conforme as indicações da planta.
Seleciona as ferramentas apropriadas para trabalhar a
madeira conforme a função de cada uma delas.
Utiliza corretamente as ferramentas e máquinas para a
execução das formas respeitando as normas de
segurança.
Locação de
elementos
estruturais.
Os pontos de referência são marcados com exatidão
segundo o estabelecido na planta de locação.
Os pontos de referência são marcados de forma visível
conforme as plantas.
As ferramentas a serem utilizadas são selecionadas
conforme a necessidade do trabalho a realizar.
Os instrumentos de precisão (prumo, nível, teodolito,
etc.) são utilizados conforme às técnicas apropriadas à
nivelação vertical e horizontal.
Os cavaletes de locação são colocados com estacas de
forma segura, atendendo sua localização exata ao ponto
de referência.
252
Noções de
Marcenaria
As linhas de corte das madeiras são realizadas utilizando
as ferramentas apropriadas (regra, esquadro, compasso,
etc.)
Ângulos maiores e menores a 9 são desenhados e
verificados utilizando o falso esquadro, atendendo às
especificações técnicas.
As peças de madeira são cortadas com ferramentas
apropriadas (serrote, serra circular) atendendo a suas
características e medidas necessárias.
As peças de madeira são encixadas com parafusos
apropriados conforme as indicações técnicas.
As peças das formas são presas com pregos conforme as
medidas e técnicas especificadas.
As peças de madeira são lapidadas com precisão
cuidando a estética da peça finalizada.
As ferramentas de cortes são afiadas convenientemente
antes da sua utilização.
Na retirada dos pregos se tem cuidado de não danificar o
material do molde.
Preparação de peças
para formas
A bancada de trabalho é construída com as dimensões e
condições específicas para cômoda elaboração das
formas.
Os pontaletes são cortados considerando a altura das
formas e a espessura dos componentes (guias, cunhas)
As uniões dos pontaletes são realizadas na porcentagem
permitida pelas normas.
Os pontaletes são distribuídos na quantidade
recomendada nos pontos indicados na planta de forma.
Os pontaletes são elaborados conforme os
procedimentos construtivos.
As gravatas de madeira e metálica são colocadas
corretamente nos pontos indicados.
Os separadores e tensores são colocados atendendo a
planta de forma.
Os andaimes são construídos e utilizados segundo as
normas de segurança.
Os desmoldantes são aplicados nas formas de acordo
com a técnica indicada pelo fabricante.
253
Formas de fundações
e paredes.
Prepara e coloca as formas de sapata e esperas de pilares
conforme às especificações das plantas.
Coloca as formas das vigas apoiadas no solo, atendendo
às especificações técnicas.
Coloca as partes componentes das formas de paredes
segundo o especificado nas plantas.
Os tensores e separadores são colocados em seus
correspondentes lugares respeitando as normas
pertinentes.
Coloca os pontaletes na quantidade indicada nas plantas
técnicas, nas formas de paredes.
As formas de paredes curvas o preparadas e colocadas
na medida indicada na planta.
Colocação de formas
de pilares
Coloca as formas de pilares de acordo com as dimensões
e especificações da planta de desenho estrutural.
Coloca as formas no alinhamento, nivelamento e
esquadro dentro da tolerância exigida pelas normas.
Os gastalho são preparados conforme as indicações
técnicas.
Os reforços e fixações são colocados nos lugares
indicados em planta.
Os escoramentos das formas dos pilares são feitos
utilizando flechas e cruzes conforme o indicado nas
especificações técnicas.
Colocação de formas
de lajes e vigas.
Coloca as formas de lajes e vigas de acordo com as
dimensões e especificações do projeto estrutural.
Coloca as formas alinhadas, niveladas e no esquadro
dentro da tolerância exigida pelas normas.
Os desmoldantes são aplicados às peças das formas
conforme às indicações do fabricante.
As guias das formas são colocadas nos lugares
correspondentes atendendo ao projeto estrutural.
Coloca reforços e fixações atendendo a quantidade e
tamanho indicados em planta.
Os pontaletes das formas de lajes e vigas são colocados
em quantidade conforme às especificações técnicas.
As uniões das partes das formas são executadas
conforme as normas.
254
Colocação de formas
de escadas, rampas e
abóbadas.
As medidas das escadas e sua locação são feitas
conforme a planta estrutural.
Coloca as formas alinhadas, niveladas e no esquadro
dentro da tolerância exigida pelas normas.
Coloca guias conforme as especificações técnicas.
Coloca as partes do molde: fundo, laterais, atendendo às
especificações técnicas.
Coloca reforços e fixações atendendo às especificações
técnicas.
Coloca e fixa as formas de espelhos na quantidade e
medida indicada nas plantas.
Coloca os pontaletes em todo conjunto conforme as
especificações técnicas.
Coloca as formas das abóbodas e arcos segundo a planta
estrutural.
Realiza as uniões das partes das formas cumprindo as
regras de união.
Retirada das formas Realiza o processo de deforma com cuidado para evitar
danos nos materiais.
Realiza o processo de recuperação do material para a sua
reutilização, limpando o concreto aderido, tirando os
pregos correspondentes.
ATITUDES
Leitura e
interpretação de
plantas de desenho
estrutural para
formas e armado
Os equipamentos de proteção individual (Capacete,
luvas de couro, botas, cinto de segurança) são utilizado
no momento de executar as tarefas.
A proteção do meio ambiente é realizada conforme as
normas.
Materiais utilizados
para a execução das
formas.
As madeiras são estocadas atendendo a suas
características e sistemas de depósito apropriado para as
mesmas.
Noções de
Marcenaria.
Os equipamentos de segurança individual (capacetes,
luvas, óculos protetores) são utilizados durante o
desenvolvimento das tarefas.
As normas de segurança, higiene e proteção ao meio
ambiente são aplicadas.
255
Preparação das peças
para as formas.
Os equipamentos de segurança individual e coletiva
(capacetes, luvas, arnês, gafas de proteção, fitas
demarcadoras, sinalizações etc.) são utilizados no local
do trabalho.
Formas de fundações
de paredes.
As formas são limpas antes do lançamento do concreto.
As normas de segurança e proteção ao meio ambiente
são aplicadas durante a execução das tarefas.
Os equipamentos de proteção individual são utilizados
durante a execução das tarefas.
Os materiais são resguardados e colocados conforme as
especificações técnicas.
Colocação das
formas de pilares.
Os equipamentos de segurança são utilizados conforme
as normas.
Colocação de formas
de lajes e vigas.
As normas de higiene e segurança são implementadas
durante a execução das obras.
Colocação de formas
de escadas, rampas e
abóbodas.
Utiliza em forma permanente durante a execução das
obras equipamentos de segurança individual (capacete,
gafas protetoras, luvas de couro, cinto de segurança,
botas e roupa de algodão).
As normas de proteção ao meio ambiente são aplicadas
durante a execução da obra.
Desmoldagem das
formas.
Respeita os prazos estabelecidos pelas normas para a
retirada das partes das formas.
Aplica os procedimentos técnicos ao tirar as formas dos
elementos estruturais.
Deixa os pontaletes de segurança em lajes e vigas
conforme às técnicas.
Aplica procedimentos de precaução no caso da
colocação de cargas em lajes recentemente deformados.
Mantêm limpa a área do trabalho, armazenado
corretamente os materiais retirados e acumulando o
entulho nos lugares apropriados.
Seleciona e verifica a quantidade de materiais
recuperados e procede ao armazenamento dos mesmos
Utiliza equipamentos de segurança como capacetes,
óculos protetores, botas durante a execução das obras.
256
INSTALAÇÃO HIDRO SANITÁRIA RESIDENCIAL.
CONHECIMENTOS
Interpretação de
plantas para
instalações sanitárias
residenciais.
Mostra seus conhecimentos ao identificar nas plantas e
redes sistemas e acessórios.
Calcula as medidas reais a partir de cotas, escalas e
especificações.
Interpreta sem problemas os sinais impressos na planta
de instalação.
Elaboração da lista
de materiais para
instalações
sanitárias.
Demonstra seus conhecimentos ao classificar tipos de
materiais a utilizar.
Calcula as medidas e quantidades de tubulações e
acessórios a serem utilizados conforme o andamento da
obra.
Calcula as medidas reais a partir de cotas, escalas e
especificações da planta de instalações.
Equipamentos e
ferramentas
Identifica por sua função o emprego dos diversos tipos
de ferramentas utilizadas na instalação.
Seleciona as ferramentas apropriadas para cada atividade
a ser realizada.
Instalação de redes
de provisão de água.
Identifica em planta os lugares correspondentes para
cada artefato.
Determina com precisão os tipos de artefatos e
acessórios a utilizar.
Identifica o percorrido das tubulações conforme as
plantas de instalação.
Interpreta a simbologia existente na planta de instalação.
Instalação de redes
de água quente
Demonstra capacidade e habilidade para a distribuição
das tubulações conforme a planta de instalação.
Os pontos de fixação concordam com a planta e a
especificação técnica.
Sistema de prova.
Identifica as chaves de passo setorial e geral no
percorrido das tubulações.
Identifica os lugares de junção conforme aos dados
técnicos.
Instalação de redes
de esgotamento.
Identifica os artefatos a serem colocados conforme as
indicações da planta.
Utiliza materiais adequados conforme ao diâmetro dos
mesmos.
Utiliza técnicas correspondentes ao tipo de união.
257
Instalação de redes
pluvial.
Identifica nas plantas as colunas de baixadas das calhas.
Sistema de prova. Identifica sem problema os ramais e a tubulação
principal do sistema de esgoto e pluvial.
Identifica os lugares de união conforme a planta de
instalação.
Conhece o procedimento na realização de provas
parciais e totais do funcionamento do sistema.
Instalação de
artefatos sanitários.
Identifica os artefatos a instalar segundo especificações
técnicas.
Espera o tempo necessário de secagem dos materiais
vedantes e prova de fixações.
Prova a descarga de cada artefato para verificar o bom
funcionamento dos mesmos.
Instalação de
acessórios.
Identifica e verifica as especificações (modelo de
grifos).
Sistema de prova de
acessórios
Identifica as chaves de passo dentro do quarto de
banheiro
HABILIDADES
Interpretação de
plantas para
instalações sanitárias
residenciais.
Demonstra habilidade no uso de medidas e conversões.
Realiza o traçado dos circuitos de água fria e quente
respeitando as normas.
Realiza o traçado das plantas de cada seção com suas
correspondentes medidas.
Elaboração da lista
de materiais para
instalações
sanitárias.
Utiliza acessórios específicos para cada derivação da
instalação.
Equipamentos e
ferramentas
Verifica o estado dos equipamentos e ferramentas para
sua segura utilização.
Utiliza corretamente as ferramentas conforme aos
materiais a serem instalados.
Instalação de redes
de provisão de água.
Identifica com precisão os artefatos e acessórios
conforme a planta arquitetônica.
Demarca de maneira segura o centro de cada artefato nas
paredes do banheiro.
258
Verifica o nível de piso terminado e o transporta ao
banheiro.
Demarca de maneira permanente o nível obtido nas quatro
paredes.
Seleciona o sistema de alimentação segundo as necessidades
específicas.
Faz o traçado do percorrido das tubulações conforme a
planta específica.
Faz o traçado do percorrido das tubulações respeitando as
normas NP-68.
Demarca os pontos das bocas de alimentação nas alturas
correspondentes a cada artefato.
Utiliza equipamentos e ferramentas apropriadas para o corte
de materiais.
Prepara as roscas conforme ao diâmetro da tubulação
selecionada.
Identifica os acessórios dos pontos de utilização, atendendo
que o centro fique no ponto indicado na planta.
Utiliza tubulações e acessórios respeitando o diâmetro
especificado na planta de instalação.
Utiliza técnicas de corte segundo o tipo de tubulações.
Utiliza técnicas de união correspondentes ao tipo de
tubulações e acessórios.
Conhece e verifica com exatidão nos pontos de utilização.
Instalação de
redes de água
quente.
Realiza os requerimentos em tempo e forma conforme o
cronograma das obras.
Demarca com segurança os pontos de referência indicadas
na planta de instalação.
Aplica sem problemas as técnicas de nivelamento e prumo.
Comprova as marcações com a planta de instalação.
Verifica as terminações do nível de pontos de saída.
Utiliza materiais adequados na condução de água quente.
Sistema de
prova.
Cuida de tamponar as bocas de saída instaladas.
Utiliza o tampão correspondente a cada boca de saída.
Utiliza manômetro e verifica o comportamento de carga.
259
Realiza provas parciais e totais do sistema instalado.
Realiza provas para conferir a impermeabilização do
sistema.
Comprova as medidas de pontos de boca conforme as
normas de instalação NP-68.
Protege a totalidade da instalação conforme ao tipo de
material a ser utilizado.
Instalação de
redes de esgoto.
Demarca de maneira segura os centros das bocas de esgoto
em cada artefato.
Aplica sem problemas técnicas de nivelamento e prumo.
Verifica o desnível, profundidade e largura dos rasgos
conforme as medidas das tubulações a serem utilizadas.
Utiliza técnicas de escavação adequadas, de acordo ao solo.
Verifica o desnível correspondente conforme a norma NP-
44.
Verifica as cotas correspondentes segundo a planta de
instalação.
Utiliza ferramentas apropriadas ao material de corte.
Prepara adequadamente a ponta das tubulações para as
uniões.
Utiliza os acessórios correspondentes para o percorrido das
tubulações.
Verifica o desnível do sistema utilizado.
Verifica o desnível do sistema utilizado antes do enchimento
Utiliza o fio para a demarcação do desnível.
Utiliza o nível de mangueira ou nível laser para determinar o
desnível.
Instalação de
redes pluviais.
Utiliza os acessórios correspondentes na instalação.
Coloca as abraçadeiras das tubulações de descida conforme
a técnica.
Cuida que as uniões estejam bem realizados conforme as
especificações do fabricante.
Verifica o desnível correspondente a cada ramal e tubulação
principal segundo a norma NP-44.
Fixa com materiais apropriados os registros segundo as
normas.
260
Sistema de
prova.
Utiliza o tampão correspondente à medida das tubulações
instaladas.
Cuida de encher as tubulações instaladas com água e
demarcar o nível correspondente.
Instalação de
artefatos
sanitários.
Seleciona os materiais e ferramentas apropriados à
instalação.
Utiliza o procedimento indicado para a colocação dos
artefatos (apresentar, marcar, nivelar e segurar).
Utiliza materiais de aderência apropriados ao artefato
evitando fuga de gases.
Utiliza parafusos e suportes indicados na especificação do
fabricante.
Instalação de
acessórios.
Instala as torneiras respeitando as especificações técnicas do
fabricante.
Utiliza as ferramentas apropriadas para a colocação das
torneiras.
Coloca o material vedante recomendado pelo fabricante.
Verifica que as torneiras não contenham obstruções ou
perdas no corpo.
Coloca as conexões flexíveis apropriadas para as torneiras.
Verifica a posição da conexão do vaso sanitário conforme ás
indicações técnicas.
Verifica que o suportes e parafusos de fixação coincidam
com as indicadas pelo fabricante.
Controla o comportamento do fluido liquido.
ATITUDES
Equipamentos e
ferramentas
Utiliza os equipamentos de proteção individual conforme as
ferramentas e equipamentos a serem utilizados.
Instalação de
redes de provisão
de água.
Consulta dúvidas com o encarregado das obras.
Utiliza equipamentos de proteção individual (EPIs).
Mantêm limpo o lugar de trabalho.
Verifica a lista de materiais e ferramentas a utilizar no posto
de trabalho.
Respeita as especificações técnicas do fabricante
Utiliza os elementos apropriados para a união conforme o
material e o sistema.
Aplica técnicas de proteção do material.
261
Instalação de
redes de água
quente.
Verifica o funcionamento das válvulas de segurança
seguindo as indicações do fabricante.
Sistema de
prova.
Cuida em não danificar as roscas no processo de tamponar
os pontos de saída
Cuida em não movimentar as tubulações instaladas.
Verifica que não existam fugas nas uniões realizadas na
instalação.
Instalação de
redes de esgoto.
Consulta com a planta a localização dos artefatos a serem
instalados.
Respeita o percorrido das tubulações segundo as indicações
técnicas.
Respeita as normas técnicas de instalação conforme ao tipo
de material.
Cuida que as tubulações e acessórios não sejam danificados.
Evita o desperdiço de materiais.
Instalação de
artefatos
sanitários.
Cuida de tamponar as bocas de saída.
Cuida de não movimentar as tubulações instaladas.
Espera o tempo suficiente para o procedimento teste de
prova.
Protege a totalidade da instalação conforme ao tipo de
material e tipo de solo.
Verifica que o sistema na instalação seja estanque.
Consulta as especificações (modelo, cor do artefato e
torneiras)
Evita danificar os artefatos.
Cumpre as normas para evitar desperdícios.
Limpa e mantém organizado o local de trabalho.
Instalação de
acessórios.
Respeita o procedimento de instalação conforme as
especificações técnicas.
Faz a prova de funcionamento dos grifos ate conseguir o
perfeito funcionamento.
Verifica as uniões das conexões.
Se for necessário concerta os estragos.
262
ALVENARIAS - ABERTURAS
CONHECIMENTOS
Identificação de
plantas e listas de
elementos para a
montagem.
Identifica o elemento a colocar conforme a planta, croquis e
listas de aberturas.
As características do elemento são interpretadas sem
problemas.
As especificações e dimensões são determinadas sem
problemas.
As unidades de medidas são identificadas tanto no sistema
métrico quanto no sistema inglês.
Os dados sobre as listas de aberturas são obtidos da planta
sim dificuldade.
Determinação
das necessidades
As atividades para instalações especiais são identificadas.
As comunicações orais e/o escritas cumprem os princípios
básicos de comunicação (breves, precisas, diretas,)
Os postos de trabalho são distribuídos sem dificuldade.
Os dados para realizar o computo métrico são extraídos das
plantas e listas.
Os cálculos do cronograma são corretos
Os materiais recebidos cumprem com as especificações.
Os catálogos são utilizados com eficiência.
As quantidades obtidas são verificadas para realizar o
pedido de provisão.
Os formatos de recebimento e armazenagem são
preenchidos e entregues a satisfação.
As ferramentas escolhidas, equipamentos e apoios a utilizar
são apropriados para cada tarefa.
Utilização e
transporte de
materiais,
ferramentas e
equipes de apoio.
As áreas de trabalho selecionadas facilitam a movimentação
O método de movimentação evita atrasos de obra.
O lugar de estocagem escolhido facilita a manipulação do
material.
A rota de movimentação é segura e fluida.
O local de estocagem e movimentação é sinalizado
corretamente.
263
Trabalhos
prévios ao
montagem.
Os pontos de referência são traçados conforme as dimensões
especificadas na planta.
A escala utilizada facilita a interpretação para a delimitação
da luz
As áreas de trabalho estão sinalizadas corretamente.
O vão é delimitado precisando a sua localização, dimensões
e características.
Os pontos de referência são selecionados corretamente.
A leitura dos níveis é realizada corretamente.
Colocação de
molduras de
madeira.
A seleção dos pontos de referência são os indicados.
Utiliza a escala que facilita a interpretação e localização das
peças
O local de apresentação é escolhido corretamente.
A leitura dos níveis é realizada corretamente.
Utiliza ferramentas e apoio apropriados.
A qualidade das molduras é avaliada junto com os
responsáveis.
Escolhe corretamente as ferramentas e elementos de fixação.
A distribuição dos elementos de fixação é realizada
conforme o tamanho das molduras.
O pessoal e a equipe de apoio são apropriados às dimensões
dos elementos.
A sinalização do lugar de trabalho é visível.
Utiliza corretamente as ferramentas.
Colocação de
molduras
metálicas e
chapas dobradas
A seleção dos pontos de referência são os indicados.
A escala utilizada facilita a interpretação para a localização
das peças.
O local de apresentação é escolhido corretamente.
A leitura dos níveis é realizada corretamente.
As ferramentas, equipamentos e apoios a serem utilizados
são os apropriados para cada tarefa.
A qualidade das molduras e das peças é avaliada junto com
os responsáveis.
As ferramentas e elementos de fixação são escolhidos
corretamente.
264
A distribuição dos elementos de fixação é realizada
conforme o tamanho das molduras.
As sinalizações do lugar de trabalho são visíveis.
Colocação de pré
- molduras para
aberturas de
alumínio e PVC
A seleção dos pontos de referência são os indicados.
A escala utilizada facilita sua interpretação para a
localização das peças.
O local de apresentação é selecionado corretamente.
As ferramentas e apoios utilizados são os apropriados.
A qualidade das molduras e peças foi avaliada junto com os
responsáveis.
As ferramentas e elementos de fixação são escolhidos
corretamente.
A distribuição de elementos de fixação é realizada conforme
o tamanho das molduras.
O pessoal e a equipe de apoio são apropriados às dimensões
do elemento.
As sinalizações do local de trabalho são visíveis.
Colocação de
peças de ferraria
Os pontos de referência são os indicados.
A escala utilizada facilita a utilização das peças.
O local de apresentação é selecionado corretamente.
A leitura dos níveis é realizada corretamente.
As ferramentas e apoios utilizados são os apropriados
A qualidade das molduras e das peças é avaliada junto com
os responsáveis.
As ferramentas e elementos de fixação são escolhidos
corretamente.
O pessoal e a equipe de apoio são apropriados ás dimensões
do elemento.
As sinalizações do local de trabalho são visíveis
O tamanho do pontalete e contrapesos é escolhido conforme
ao elemento.
Colocação de
estruturas para
portões e vergas
A seleção dos pontos de referência são os indicados.
A escala utilizada facilita a utilização das peças.
O lugar de apresentação é selecionado corretamente.
265
A leitura dos níveis é realizada corretamente.
As ferramentas e apoios utilizados são os apropriados.
A qualidade das molduras e das peças é avaliada junto com
os responsáveis.
As ferramentas e elementos de fixação são escolhidos
corretamente.
O pessoal e a equipe de apoio são apropriados ás dimensões
do elemento.
As sinalizações do local de trabalho são visíveis.
A planta de fundação é consultada para delimitar o tamanho
das valas.
Generalidades
sobre
revestimento
Os materiais de revestimento e argamassas adesivas se
dispõem na quantidade necessária no local de trabalho.
As equipes de trabalho, ferramentas e apoios necessários
estão disponíveis no local de trabalho.
Revestimento de
mocheta
Os materiais de revestimento e argamassas adesivas se
dispõem na quantidade necessária no local de trabalho.
As equipes de trabalho, ferramentas e apoios necessários
estão disponíveis no local de trabalho.
As decisões tomadas não afetam o trabalho das outras
unidades.
Revestimento do
declive das
janelas.
Os materiais de revestimento e argamassas adesivas se
dispõem na quantidade necessária no local de trabalho.
As equipes de trabalho, ferramentas e apoios necessários
estão disponíveis no local de trabalho.
No declive das janelas e cuidado o desnível segundo o
material escolhido.
Uma capa de impermeabilização é recomendada realizar
antes da aplicação do revestimento.
As decisões tomadas não afetam o trabalho das outras
unidades.
Revestimento de
soleiras
Os materiais de revestimento e argamassas adesivas se
dispõem na quantidade necessária no local de trabalho.
As equipes, ferramentas e apoios necessários estão
disponíveis no local de trabalho.
Nas soleiras é cuidado o desnível se a sua localização é para
o exterior.
266
Uma capa de impermeabilização é recomendada antes de
realizar o revestimento.
As decisões adotadas evitam desperdícios.
As decisões tomadas não afetam o trabalho das outras
unidades.
Retiro e destino
de materiais
sobrantes
Para o retiro das escoras é respeitado o tempo mínimo de
cura.
As diferentes partes são retiradas seguindo a seqüência do
procedimento: contra-pesos, cunhas e escoras.
HABILIDADES
Determinação
dos
requerimentos.
A intervenção dos outros serviços são coordenados a tempo.
O pessoal idôneo é selecionado corretamente.
Os requerimentos são elaborados a tempo
Os materiais são entregues sem contratempos.
A solicitude e recepção dos materiais é controlada.
As equipes de trabalho dispõem dos subministros de
material de forma oportuna.
As decisões adotadas evitam desperdício e não afetam o
trabalho das outras unidades.
A necessidade do pessoal de apoio é assumida e solicitada
na quantidade requerida para cada tarefa.
Colocação de
molduras de
madeira.
Utiliza corretamente as ferramentas.
Demarca os pontos de referência conforme as dimensões
especificadas na planta.
O trabalho em equipe se desenvolve sem contratempos.
Verifica os pontos de localização das peças.
Demarca corretamente a localização de cada peça.
Verifica cada um dos componentes individualmente.
A verticalidade e horizontalidade do vão são verificados
com nível e prumo, marcados com fios, arames, pregos
(guias).
As medidas das peças estão conforme com as especificações
da planta.
As perfurações correspondentes são feitas com cuidado.
267
Os elementos de fixação são assegurados às molduras.
Coloca referência de nível de piso.
Marca de modo visível na parede o local para a fixação.
Colocação de
molduras
metálicas e
chapas dobradas.
As ferramentas são utilizadas corretamente.
Os pontos de referência são colocados conforme às
dimensões especificadas na planta.
A dosagem da argamassa responde às especificações.
A equipe de trabalho se desenvolve sem contratempos.
Os pontos de localização de cada peça são verificados e
demarcados.
A verticalidade e horizontalidade do vão são verificadas
com nível, prumo, marcadas com fios, arames, pregos
(guias)
As medidas das peças estão conforme às especificações e
dimensões estabelecidas na planta.
As perfurações correspondentes são feitas com cuidado.
O nível de piso pronto é tomado como referência.
O local para a fixação é demarcado visivelmente na parede.
O movimento do prumo cessa por si só.
O pontalete é assegurado com cunhas.
Os pontos de fixação concordam com as especificações
(especialmente com as dimensões, esquadras).
Colocação de
pre-molduras
para aberturas de
alumínio e PVC
As ferramentas são utilizadas corretamente.
Os pontos de referência são colocados conforme as
dimensões especificadas na planta.
A dosagem da argamassa responde às especificações. (sem
cal).
A equipe de trabalho se desenvolve sem contratempos
Os pontos de localização de cada peça são verificados e
demarcados.
A verticalidade e horizontalidade do vão são verificadas
com nível, prumo, marcadas com fios, arames, pregos
(guias).
As medidas das peças estão conforme a dosagem e
dimensões estabelecidas na planta.
268
As perfurações correspondentes são feitas com cuidado.
O nível de piso pronto é tomado como referência.
O local para a fixação é demarcado visivelmente na parede.
Os pré-moldados são assegurados com cunhas e calços.
Colocação de
peças de
ferragens.
As ferramentas são utilizadas corretamente.
A dosagem da argamassa responde às especificações. (sem
cal)
A equipe de trabalho se desenvolve sem contratempos
Os pontos de localização de cada peça são verificados e
demarcados.
A verticalidade e horizontalidade do vão são verificadas
com nível, prumo, marcadas com fios, arames, pregos
(guias).
As medidas das peças estão conforme as especificações e
dimensões estabelecidas na planta.
O nível de piso pronto é tomado como referência.
O local para a fixação é demarcado visivelmente na parede.
Os pontos de fixação concordam com as especificações
(especialmente com as dimensões, esquadras).
A verticalidade e horizontalidade do vão são verificadas
com nível, prumo.
Colocação de
estruturas para
vergas e portões
As ferramentas são utilizadas corretamente.
As ferramentas são utilizadas corretamente.
A dosagem da argamassa responde às especificações. (sem
cal)
A equipe de trabalho se desenvolve sem contratempos.
Os pontos de localização de cada peça são verificados e
demarcados.
A verticalidade e horizontalidade do vão é verificado com
nível, prumo, marcadas com fios, arames, pregos (guias).
O nível de piso pronto é tomado como referência.
O local para a fixação é demarcado visivelmente na parede.
A vala é escavada com cuidado e precisão.
O concreto magro é colocado no fundo da vala.
269
Generalidades
sobre
revestimento
Os cortes de ajustes das peças a serem instaladas são
realizados corretamente.
As peças são assentadas com argamassa adesiva segundo as
especificações.
As juntas são preenchidas com argamassa (se necessário)
logo da cura.
Nas terminações do vão se verifica o canto, desnível.
As equipes e ferramentas são utilizadas corretamente.
Os materiais e apoios são utilizados racionalmente.
Revestimento de
mocheta
Os cortes e ajustes das peças a instalar são realizadas
corretamente.
As peças são assentadas com argamassa adesiva segundo as
especificações.
Revestimento de
declive das
janelas.
Os cortes de ajustes das peças a serem instaladas são
realizados corretamente
As peças são assentadas com argamassa adesiva segundo as
especificações.
As juntas são preenchidas com argamassa (de ser
necessário) logo da cura.
Revestimento
das soleiras
Os cortes e ajustes das peças a instalar são realizados
corretamente
As peças são assentadas com argamassa adesiva segundo as
especificações.
As juntas são preenchidas com argamassa (de ser
necessário) logo da cura.
Retiro e destino
do material
restante
O excedente da argamassa e pó são retirados com estopa
sem danificar o elemento.
Os cravos e arames são retirados com ferramentas
adequadas sem danificar o trabalho realizado.
Limpeza e
destino de
elementos.
Os produtos de limpeza são utilizados conforme às
indicações do fabricante.
A proteção das molduras e revestidos é realizada com
produtos e elementos conforme as especificações.
270
ATITUDES
Identificação de
plantas
de elementos
para a
montagem.
A escala da planta é respeitada para a tomada das medidas
solicitadas.
Determinação de
requerimentos
O cronograma é respeitado.
A comunicação se mantém com todas as pessoas envolvidas.
As relações com os subordinados são cordiais.
Utilização e
transporte de
materiais,
ferramentas,
equipamentos e
apoios
A carga nos equipamentos no transporte vertical é
verificada.
Princípios
básicos de
segurança e
higiene no
trabalho.
As tarefas são realizadas utilizando os equipamentos de
proteção individual.
O estado das ferramentas é verificado.
As normas sobre utilização de ferramentas e equipamentos
são cumpridas.
A carga nos equipamentos no transporte vertical é
verificada.
Trabalhos
prévios a
montagem.
As tarefas são realizadas utilizando os equipamentos de
proteção individual.
A planta é consultada para verificar as medidas a
transportar.
Colocação das
molduras de
madeira.
A planta é consultada para verificar as medidas a
transportar.
Respeita a dosagem da argamassa.
Os elementos de fixação restantes são recuperados.
As marcas para a abertura dos ocos são conferidos.
Confere a resistência da alvenaria.
Colocação das
molduras
metálicas de
chapas dobradas.
A planta é consultada para verificar as medidas a
transportar.
Os componentes são verificados individualmente.
271
Colocação de
premolduras para
aberturas de
aluminio e PVC
A planta é consultada para verificar as medidas a
transportar.
Os componentes são verificados individualmente.
Colocação das
peças de ferraría.
A planta é consultada para verificar as medidas a
transportar.
Os componentes são verificados individualmente.
As dimensões são corrigidas (se for necessário).
Colocação de
estruturas para
vergas e portões
A planta é consultada para verificar as medidas a transportar
(nível).
Os componentes são verificados individualmente.
O restante da escavação é retirado e colocado no lugar
indicado.
Generalidades
sobre
revestimento
As normas de procedimento, segurança e qualidade são
cumpridas.
Revestimento de
mocheta
O local de trabalho e deixado protegido e sinalizado.
As tarefas são realizadas utilizando as equipamentos de
proteção individual
As ordens recebidas são cumpridas com tempo e forma.
Os conflitos interpessoais são solucionados sem afetar as
tarefas.
As correções é queixas são atendidas oportunamente.
Revestimento do
declive das
janelas
O local de trabalho e deixado protegido e sinalizado.
As tarefas são realizadas utilizando os equipamentos de
proteção individual.
As ordens recebidas são cumpridas com tempo e forma.
Os conflitos interpessoais são solucionados sem afetar as
tarefas.
As correções é queixa são atendidas oportunamente.
Revestimento de
soleiras
O local de trabalho e deixado protegido e sinalizado.
As tarefas são realizadas utilizando as equipamentos de
proteção individual
As ordens recebidas são cumpridas com tempo e forma.
Os conflitos interpessoais são solucionados sem afetar as
tarefas.
As correções é queixa são atendidas oportunamente.
272
Retirada e
destino do
material
sobrante.
Os materiais de apoio reutilizáveis são armazenados no
lugar destinado.
O local de trabalho é deixado limpo.
Limpeza e
destino final dos
entulhos.
O local de trabalho é limpo.
As tarefas são realizadas utilizando as equipamentos de
proteção individual
As normas sobre utilização de desperdícios e lixos são
cumpridas.
As ordens recebidas são cumpridas com tempo e forma.
Os conflitos interpessoais são solucionados em afetar as
tarefas.
As correções é queixas são atendidas oportunamente.
SEGURANÇA E SAÚDE
CONHECIMENTOS.
Identificação de
locais, elementos
e sistema de
trabalho.
Identifica a planta conforme o desenho e elementos.
Le e interpreta a simbologia e demais elementos segundo as
normas.
Identifica os locais de risco, considerando o sistema de
trabalho a ser realizado na obra.
Aplicação de
normas de
higiene e
segurança.
Identifica e interpreta a simbologia de higiene e segurança a
partir das normas estabelecidas no local do trabalho.
Confecciona a lista dos elementos de proteção individual e
coletiva a ser utilizada na tarefa.
Estabelece aplica ações para eliminar o minimizar os riscos
detectados conforme as normas.
Aplicação de
medidas de
proteção de
circuitos
elétricos.
Conhece os efeitos da eletricidade no corpo humano.
Identifica os circuitos de instalação elétrica no local de
trabalho.
Identifica os distintos níveis de tensão no trabalho com
instalações elétricas.
273
Acatamento das
condições de
segurança no
trabalho em
superficies com
distintos niveis.
Identifica os tipos de superfícies de trabalho entre
provisórias e permanentes.
Seleção dos
equipamentos de
proteção
individual e
coletiva
Identifica o elemento de proteção individual e o utiliza
segundo a tarefa a realizar.
Determina que elemento de proteção coletiva deve ser
utilizado tendo em consideração o tipo de risco.
HABILIDADES
Aplicação de
normas de
higiene e
segurança no
trabalho.
Aplica as normas especificas conforme os perigos existentes
no local do trabalho.
Realiza procedimentos correspondentes diante de uma
emergência seja esta acidente ou incidente.
Verifica e demarca os setores de risco no local de trabalho,
levando em consideração o trabalho a realizar e a
quantidade de pessoas envolvidas.
Antes de realizar a tarefa identifica os possíveis riscos.
Escolhe que tipo de sinalizações a utilizar tendo em
consideração o local e tipo de risco detectado.
Aplicação de
medidas de
proteção de
circuitos
elétricos.
Utiliza objetos e materiais isolantes para o trabalho com
ferramentas elétricas.
Realiza a isolação dos condutores o parte dos condutores
desencapados que estejam com tensão próximo ao local do
trabalho incluído o neutro.
Acatamento das
condições de
segurança no
trabalho em
superfícies com
desnível.
Realiza trabalhos de limpeza em forma permanente.
Seleciona os materiais conforme ao largo e comprimento da
tarefa a realizar.
Utiliza cunhas e tensores segundo a técnica empregada.
Coloca cunhas e tensores nos pontos indicados na planta de
estrutura.
Assegura as escadas provisórias com suportes adequados
para evitar quedas.
Controla que os degraus das escadas não contenham
desperfeitos.
274
Seleção de
equipamentos de
segurança
individual e
coletiva.
Instala de forma segura os elementos de proteção individual
e coletiva a ser utilizados na obra.
Solicita as equipamentos de proteção individual e coletiva
que serão utilizados na obra.
Utilização de
equipes e
ferramentas com
segurança
Localiza os equipamentos em setores adequados e na
posição correta.
Classifica os tipos de elementos de elevação segundo a carga
tipos de carga a erguer.
Aplica técnicas seguras de transporte vertical.
Utiliza elementos auxiliais móveis para o transporte e
estocagem seguro dos materiais.
ATITUDES
Interpretação
para identificar
locais, elementos
e sistemas de
trabalho.
Aplica os sistemas de segurança, higiene e proteção ao meio
ambiente segundo os dados obtidos nas especificações
técnicas.
Aplicação de
normas de
higiene
segurança.
Estabelece os setores de risco segundo as normas e critérios
específicos.
Aplicação de
medidas de
proteção de
circuitos
elétricos.
Respeita as distancias de segurança para os trabalhos a serem
realizados perto das instalações de meia e alta tensão.
Utiliza capacete, luvas dielétricas, luvas de borracha,
ferramentas isolantes convenientes para o trabalho de
instalação elétrica.
Sinaliza com exatidão os locais de perigo com cartazes e
sinais apropriados ao tipo de tensão elétrica.
Verifica os fios das diferentes ferramentas elétricas antes de
eles serem ligados.
Controla que os fios, prolongadores não estejam
desencapados em nenhum setor, antes de seu uso.
Utiliza instalações auxiliares segundo as normas da obra.
Acatamento das
condições de
segurança no
trabalho em
superfícies com
distintos níveis.
Cumpre com as especificações técnicas para a construção de
instalações provisórias.
Cuida em manter livre de obstáculos as áreas de circulação
do pessoal.
275
Seleção dos
equipamentos de
proteção
individual e
coletiva.
Verifica periodicamente o estado de segurança dos
equipamentos e elementos de proteção coletiva instalados
no local de trabalho.
Mantém em boas condições físicas e de higiene os elementos
de proteção individual requeridos para cada tarefa.
Utilização de
equipamentos e
ferramentas com
segurança
específica.
Utiliza ferramentas e equipamentos específicos segundo a
tarefa a realizar.
Utiliza ferramentas mecânicas seguras.
Verifica a existência e funcionamento correto dos elementos
de segurança nas maquinarias.
Verifica o estado das instalações elétricas provisórias na
obra.
Verifica o estado dos componentes das maquinarias de
transporte vertical.
TECNOLOGIA DO CONCRETO
CONHECIMENTOS
Materiais
componentes do
concreto e sua
função.
Distingue entre agregados, graúdos e miúdos.
Distingue o elemento aglomerante dentre os componentes
do concreto.
Conhece a função do aglomerante no concreto.
Conhece a função dos agregados no concreto.
Distingue os agregados graúdos conforme a seu tamanho.
Reconhece as características mecânicas do concreto.
Reconhece no concreto quais componentes são resistentes
aos esforços mecânicos.
Função do aço no
concreto armado.
Conhece qual é a função do aço no concreto armado.
Identifica o aço segundo o diâmetro dos mesmos.
Fator água-
cimento
Conhece a importância da boa aplicação do fator agua-
cimento.
Conhece os efeitos que produz a água em excesso no
concreto.
Cura do concreto Conhece a importância da realização da cura no concreto.
276
Desforma Identifica conforme ao elemento estrutural o tempo mínimo
do desforma do mesmo.
Retira as formas recuperando a maior quantidade do
material.
Realiza a sinalização e delimitação da área de trabalho de
deforma.
Dosagem Aplica a dosagem conforme as especificações na elaboração
do concreto.
Identifica a relação entre dosagem e resistência do concreto.
Utilização de
aditivos
Distingue os distintos tipos de aditivos e suas funções.
Distingue o modo de aplicação dos distintos aditivos.
HABILIDADES
Materiais
componentes do
concreto e sua
função.
A armazenagem do cimento e cal no estoque é realizado
corretamente, apartado do chão e das paredes.
Realiza a correta armazenagem dos agregados na obra.
Função do aço no
concreto armado.
Realiza a limpeza de oxido superficial do aço antes da sua
utilização.
A armazenagem das barras e realizado separadas do chão.
Característica do
concreto
fresco e
endurecido
Realiza o lançamento da massa de concreto antes da pega.
Atende que durante o transporte não ocorra a separação dos
componentes
Respeita a altura máxima de lançamento do concreto.
Utiliza equipamentos vibratórios para conseguir a boa
compactação do concreto.
Fator água-
cimento
No momento de realizar a massa do concreto respeita o fator
água-cimento conforme às especificações.
Cura do concreto Realiza a cura do concreto durante o tempo estabelecido nas
especificações.
Realiza corretamente a cura atendendo as condições
climáticas.
Deforma Realiza a deforma aplicando as normas de segurança.
Realiza a deforma recuperando a maior quantidade de
material.
277
ATITUDES
Materiais
componentes do
concreto e sua
função.
Utiliza os equipamentos de proteção individual para
manipular os materiais.
Verifica que os agregados não contenham impurezas nem
matéria orgânica.
Função do aço no
concreto armado.
Cuida a separação mínima das armaduras entre elas e com as
formas.
Fator água-
cimento
A água utilizada para a elaboração do concreto e limpa e
adequada conforme às especificações.
Deforma Utiliza os equipamentos de proteção individual para cada
atividade.
Utilização de
aditivos
Respeita a dosagem indicada pelo fabricante.
TAREFAS PREVIAS NAS OBRAS EXISTENTES E NOVAS.
CONHECIMENTOS
Conceitos, tipos
e características
dos serviços
prelimares.
Conhece e identifica serviços preliminares a execução das
obras.
Interpreta especificações técnicas e detalhes dos serviços
preliminares.
Identifica procedimentos gerais nas tarefas previas.
Serviços
preliminares para
a execução dos
serviços
Prepara documentação básica.
Calcula as medidas reais a partir da planta.
Cumprimento
das normativas
Na execução das tarefas aplica as normativas de proteção ao
meio ambiente.
Identifica e aplica normativas da indústria da construção.
Identifica e aplica as normas de segurança na execução dos
trabalhos prévios.
Tarefas previas
em obras
existentes e
novas.
O trabalhador manifesta seus conhecimentos de prova de
aprumo e níveis.
O trabalhador demonstra conhecimentos e habilidades para
distinguir, assinalar e verificar que os trabalhos sejam
atendidos pelo pessoal.
278
HABILIDADES
Condições para o
inicio dos
serviços
preliminares.
Coordena o pessoal encarregado para as tarefas.
Identifica e realiza os trabalhos prévios na execução das
tarefas previas.
Determina e elabora a quantidade e qualidade dos materiais.
Cumprimento
das normativas.
Prepara y verifica os andaimes e escada a serem utilizados
nos serviços preliminares.
Serviços
preliminares em
obras existentes e
novas.
Identifica, realiza e verifica os serviços preliminares nas
obras existentes segundo o projeto e cumprindo as normas
de segurança, higiene e meio ambiente.
Aos trabalhadores são entregues materiais e ferramentas no
local do trabalho.
Determina os insumos necessários.
Fixa os pontos de referência segundo a planta.
Assinala ângulos e níveis corretamente.
Aplica os conhecimentos requeridos.
Consulta a planta para a verificação das especificações.
ATITUDES
Condições para
inicio dos
serviços
preliminares.
Prepara com antecedência as maquinas ferramentas e
insumos a serem utilizados.
Aplica normas de segurança e higiene nos serviços
preliminares.
Cumprimento
das normativas.
Utiliza E.P.I. durante a execução nos serviços preliminares.
Aplica os critérios de higiene no trabalho.
Serviços
preliminares em
obras existentes e
novas.
Respeita as normas de segurança e proteção ao meio
ambiente.
Verifica fichas e fios prolongadores.
Ordem e limpeza.
Manifesta atitude de responsabilidade na verificação do
aprumo e nível.
Recupera e reutiliza insumos.
Utiliza plásticos para proteção para as reparações.
279
APÊNDICE C – PROGRAMA DAS DISCIPLINAS
ARMADO DE CONCRETO
TEMA HORAS
Conceitos gerais 3
Leitura e interpretação de plantas de desenho estrutural para
formas e armado.
2
Ferramentas e equipamentos utilizados para a execução do
armado de elementos estruturais.
1
Colocação das armaduras. 4
TOTAL 10
SERVIÇOS PRELIMINARES EM OBRAS EXISTENTES E NOVAS
TEMA HORAS
Conceitos, tipos e características dos serviços
preliminares.
1
Trabalho preparatório à execução dos serviços
preliminares
1
Comprimento das Normativas 1
Serviços preliminares em obras existentes e
novas.
1
TOTAL 4
280
CONSTRUÇÃO DE ALVENARIA
TEMA HORAS
Leitura e interpretação de documentos de obra 2
Insumos para iniciar os Trabalhos 0,5
Utilização dos materiais 0,5
Procedimentos Básicos 2
Generalidades sobre Alvenaria 2
Avenaría no sub solo 2
Alvenaria de Elevação
2
Pilares e arcos de alvenaria
2
Identificação em plantas e listas de elementos para o
trabalho
1
Determinação das necesidades 0,5
Utilização e transporte de materiais, ferramentas,
equipamentos e apoios
0,5
Princípios básicos de segurança e higiene do trabalho 0,5
Trabalhos prévios a montagem 0,5
Colocação de molduras de madeira 1
Colocação de molduras metálicas de chapa dobrada 1
Colocação pré - molduras para abertura de alumínio e PVC 1
Colocação de peças de ferragens 1
Colocação de estruturas para vergas y portões 1
Generalidades sobre revestimento 0,5
Revestimento de mocheta 0,5
Revestimento dos declives de janelas 0,5
Revestimento de soleiras 0,5
Retirada e destinação de material restante 1
TOTAL 24
281
Os 5S
TEMA HORAS
Conceito dos 5S 0,5
Recursos necessários para sua implantação 0,5
Forma de implantação do programa 0,5
Lista de verificação do canteiro de obra 0,5
Melhorias das áreas de trabalho 0,5
Melhorias do layout de obra 0,5
Redução das atividades que não agregam valor 0,5
Redução das perdas 0,5
5S como prevenção de acidentes 0,5
Avaliações 0,5
TOTAL
55
INSTALAÇÃO HIDRO SANITÁRIA RESIDENCIAL.
TEMA HORAS
Interpretação de planos para instalações sanitárias
residenciais.
2
Elaboração de lista de materiais sanitários para instalações
sanitárias.
0,5
Equipamentos e ferramentas. 0,5
Instalação de redes de provisão de água. 0,5
Instalação de redes de água quente. 0,5
Instalação de redes de esgoto. 0,5
Instalação de rede pluvial. 0,5
Instalação de artefatos sanitários. 2
Instalação de acessórios. 1
Sistemas de prova das torneiras e acessórios. 1
TOTAL 9
282
SEGURANÇA E SAÚDE
TEMA HORAS
Interpretação para identificar locais, elementos e sistemas de
trabalho.
1
Aplicação das normas de higiene e segurança no ambiente de
trabalho.
2
Aplicação de medidas de proteção de circuitos elétricos. 1
Acatamento das condiçoes de segurança no trabalho em superfícies
com distintos níveis.
1
Seleção de equipamentos de proteção individual e coletiva. 1
Utilização de equipamentos e ferramentas com segurança especifica. 1
TOTAL 7
REVESTIMENTO DE PISOS, MUROS, RAMPAS E ESCADAS COM
DIVERSOS MATERIAIS.
TEMA HORAS
Conceitos, tipos e características dos revestimentos. 2
Processo construtivo dos revestimentos. 2
Trabalhos prévios à colocação. 1
Cumprimento de normativas. 1
Revestimento de muros, rampas, escadas e pisos. 2
TOTAL 8
TECNOLOGIA DO CONCRETO
TEMA HORAS
Materiais componentes do concreto e sua função 1
Função do Aço no concreto armado 0,5
Fator água - cimento 0,5
Característica do concreto fresco e endurecido 1
Cura do concreto 0,5
Deforma 1
Dosagem 0,5
Utilização de Aditivos 1
TOTAL 6
283
APÊNDICE D – INDICADORES DE QUALIDADE UTILIZADOS
EMBOÇO DE FORROS E VIGAS
Tabela – Informações quanto aos dados coletados em Obra
Dados
Coletados
Periodicidade
Forma de
Coleta
Responsável
pela coleta
Uso do dado
Quantidade
de serviço
(Qs)
Ao termino da
execução de
um andar ou
nível
Medição “no
local”
Pesquisadores Analisar o
avance e
determinar o
índice de
produtividade
Horas
trabalhadas
(h)
Diária Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores Definir horas
trabalhadas e
determinar a
produtividade
Equipe (H) Diária Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores Definir o
numero de
operários no
dia de
trabalho
Indicadores
de
qualidade
Ao termino de
execução do
serviço em
cada andar
Com
equipamentos
apropriados
(fita métrica,
perfuradora
com saca
testemunhas,
paquímetro)
Pesquisadores Verificar a
qualidade do
serviço
284
Indicadores Procedimento
Espessura do
revestimento
Espessura media dos revestimentos de 15 mm.
Nível ou
regularidade
Colocar a régua na diagonal do forro, em duas direções,
observando que a mesma fique colada ao forro. A
existência de um espaço superior à tolerância definida
se configura numa não conformidade.
A regularidade deverá ser verificada em todas as lajes.
BASE DE CONCRETO
Tabela – Informações quanto aos dados coletados em Obra
Dados
Coletados
Periodicidade
Forma de
Coleta
Responsável
pela coleta
Uso do dado
Quantidade
de serviço
(Qs)
Ao termino de
todo o serviço
realizado
Medição “no
local”
Pesquisadores
Analisar o
avance e
determinar o
índice de
produtividade
Horas
trabalhadas
(h)
Diária
Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir horas
trabalhadas
Equipe (H) Diária
Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir o
numero de
operários no
dia de
trabalho
Indicadores
de
qualidade
Ao termino de
todo o serviço
realizado
Com
equipamentos
apropriados
(fita métrica,
prumo
cilíndrico,
perfuradora
com saca
amostras,
paquímetro)
Pesquisadores
Verificar a
qualidade do
serviço
285
Tabela - Indicadores de qualidade
Indicadores Procedimento
Espessura
Deve-se medir em 30% os pisos do
pavimento.
Nível ou Regularidade
Colocar a régua na diagonal da base de
concreto, em duas direções, verificando que
mesma fique colada à base. A existência de
um espaço superior à tolerância definida é
configurada como uma não conformidade.
Uniformidade, enchimento.
Não deve existir furos nem ondulações na
superfície.
Tabela - Requisitos de qualidade considerados na Obra
REQUISITOS DE QUALIDADE FORMA DE AVALIAÇÃO
Espessura Espessura media do lastro de 8 cm
Nível Tolerância de 1 cm
Aceitação dos serviços: limpar o andar
retirando entulhos, sobras de material,
equipamentos
Visual
Uniformidade - Preenchimento Visual
286
EMBOÇO DE PAREDES INTERNAS
Tabela – Informações quanto aos dados coletados em Obra
Dados
Coletados
Periodicidade
Forma de
Coleta
Responsável
pela coleta
Uso do dado
Quantidade
de serviço
(Qs)
Ao termino de
execução do
serviço em
cada andar
Medição “no
local”
Pesquisadores
Analisar o
avance e
determinar o
índice de
produtividade
Horas
trabalhadas
(h)
Diária Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir horas
trabalhadas
Equipe (H) Diária Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir o
número de
operários no
dia de
trabalho
Indicadores
de
qualidade
Ao termino de
execução do
serviço em
cada andar
Com
equipamentos
apropriados
(fita métrica,
prumo
cilíndrico,
perfuradora
com saca
amostras,
paquímetro)
Pesquisadores
Verificar a
qualidade do
serviço
287
Tabela – Indicadores de qualidade
Indicadores Procedimento
Prumo
Posicionar o prumo na face da parede e verificar se
fica numa distancia superior à tolerância da mesma.
No caso de utilizar nível de borbulha, encostar o nível
na parede e verificar se a borbulha fica entre as
linhas.
O prumo devera ser verificado em todas as paredes
executadas.
Espessura do
revestimento
Em cada pavimento devem ser feitas as medidas em
pelo menos 30% da quantidade das paredes internas.
Nível ou
regularidade
Colocar a régua na diagonal das paredes, em duas
direções, verificando que a mesma fique colada na
parede. A existência de um espaço superior à
tolerância da mesma é configurada como não
conformidade.
A regularidade deverá ser verificada em todas as
paredes.
Tabela – Requisitos de qualidade considerados em Obra
REQUISITOS DE QUALIDADE FORMA DE AVALIAÇÃO
Regularidade e espessura do
revestimento
Espessura media dos revestimentos de
15 mm
Prumo Prumo cilíndrico- tolerância de 5 mm
Aceitação dos serviços: limpeza do
andar retirando entulhos, restantes de
materiais, equipamentos
Visual
288
EMBOÇO DE PAREDES NO EXTERIOR
Tabela – Informações quanto aos dados coletados em Obra
Dados
Coletados
Periodicidade
Forma de
Coleta
Responsável
pela coleta
Uso do dado
Quantidade
de serviço
(Qs)
Ao termino da
execução de
uma fachada
Medição “no
local”
Pesquisadores
Analisar o
avance e
determinar o
índice de
produtividade
Horas
trabalhadas
(h)
Diária Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir horas
trabalhadas
Equipe (H) Diária Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir o
numero de
operários no
dia de
trabalho
Indicadores
de
qualidade
Ao termino de
execução do
serviço em
cada andar
Com
equipamentos
apropriados
(fita métrica,
prumo
cilíndrico,
perfuradora
com saca
amostras,
paquímetro)
Pesquisadores
Verificar a
qualidade do
serviço
289
Tabela – Indicadores de qualidade
Indicadores Procedimento
Prumo
Posicionar o prumo e verificar se a parte inferior
coincide com a parede ou fica com uma distancia
superior a tolerância.
No caso de utilizar a régua de bolha, encostar a régua
na parede e verificar se a bolha fica entre as linhas.
O prumo devera ser verificado em todas as paredes
executadas
Espessura do
revestimento
Nas aberturas de janelas se verifica a espessura do
emboço
Tabela – Requisitos de qualidade considerados na Obra
REQUISITOS DE QUALIDADE FORMA DE AVALIAÇÃO
Regularidade e espessura do
revestimento
Espessura media dos revestimentos de
25 mm
Prumo Prumo cilíndrico- tolerância de 5 mm
290
CIMENTADO
Tabela - Informações quanto aos dados coletados em Obra
Dados
Coletados
Periodicidade
Forma de
Coleta
Responsável
pela coleta
Uso do dado
Quantidade
de serviço
(Qs)
Ao termino de
todo o serviço
realizado
Medição “no
local”
Pesquisadores
Analisar o
avance e
determinar o
índice de
produtividade
Horas
trabalhadas
(h)
Diária Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir horas
trabalhadas
Equipe (H) Diária Anotações
feitas a partir
das
observações
dos
pesquisadores
Pesquisadores
Definir o
numero de
operários no
dia de
trabalho
Indicadores
de
qualidade
Ao termino de
todo o serviço
realizado
Com
equipamentos
apropriados
(fita métrica,
prumo
cilíndrico,
perfuradora
com saca
amostras,
paquímetro)
Pesquisadores
Verificar a
qualidade do
serviço
291
Tabela – Indicadores de qualidade.
Indicadores Procedimento
Espessura Deve-se conferir a espessura em 30% dos pisos do
pavimento
Nível ou
regularidade
Colocar a régua na diagonal das paredes, em duas
direções, verificando que a mesma fique colada na
parede. A existência de um espaço superior à
tolerância da mesma é configurada como não
conformidade.
A regularidade deverá ser verificada em todas as
paredes.
Uniformidade
Enchimento
Não deve existir imperfeições e ondulações na superfície
293
APÊNDICE E – LISTA DE VERIFICAÇÃO APLICADA AOS
OPERÁRIOS TREINADOS
DADOS DA OBRA
CONSTRUTORA: DATA:
LOCALIZAÇÃO: Gral. Bruguez e Lomas Valentinas RESP.:
ITEM SIM
NÃO
NÃO SE
APLICA
POR QUÊ?
SEGURANÇA NO TRABALHO
Sinalização delimitando o espaço de trabalho X
Vedação de poços, buracos e vãos na obra X
Uso de luva de borracha ao manipular argamassa X
Uso correto dos sanitários X
Concentração no trabalho X
Consulta de profissional caso se necessite X
Correta colocação de materiais X
Escada de mão conforme a normas X
Colocação correta dos andaimes X
Colocação segura dos andaimes pendurados X
Andaimes de cavaletes estáveis e seguros X
Pasamãos em andaimes X
Uso correto das escadas de mão X
Os operários sabem ler as sinalizações X
Manutenção de cabos elétricos X
Manutenção cabos de aço X
Subida correta a andaimes tubulares X
Conexões elétricas com fichas X
Limpeza de ferramentas ao finalizar a jornada X
Realiza-se corretamente o transporte manual X
No transporte de pesos elevados pede-se ajuda X
Existe rotação de postos X
Correta instalação provisória elétrica X
Máquinas fora do local de fluxo de pessoas X
Uso de gafas quando necessário X
Uso de luvas quando necessário X
294
Ferramentas manuais em bom estado X
Uso de máscaras de proteção quando necessário X
Uso de serra circular somente para funcionários
autorizados
X
Uso de carrinhos de mão para evitar transporte
manual
X
Áreas de passagem desobstruídas X
Limpeza permanente na obra X
Arnês de segurança em trabalhos de altura X
Utilização de capacetes e botas X
LISTA DE VERIFICAÇÃO APLICADA AOS OPERÁRIOS NÃO
TREINADOS
DADOS DA OBRA
CONSTRUTORA: DATA:
LOCALIZAÇÃO: Gral. Bruguez e Lomas Valentinas RESP.:
ITEM SIM
NÃO
NÃO SE
APLICA
POR QUÊ?
SEGURANÇA NO TRABALHO
Sinalização delimitando o espaço de trabalho X
Vedação de poços, buracos e vãos na obra X
Uso de luva de borracha ao manipular argamassa X
Uso correto dos sanitários X
Concentração no trabalho X
Consulta de profissional caso se necessite X
Correta colocação de materiais X
Escada de mão conforme a normas X
Colocação correta dos andaimes X
Colocação segura dos andaimes pendurados X
Andaimes de cavaletes estáveis e seguros X
Pasamãos em andaimes X
Uso correto das escadas de mão X
Os operários sabem ler as sinalizações X
Manutenção de cabos elétricos X
Manutenção cabos de aço X
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Subida correta a andaimes tubulares X
Conexões elétricas com fichas X
Limpeza de ferramentas ao finalizar a jornada X
Realiza-se corretamente o transporte manual X
No transporte de pesos elevados pede-se ajuda X
Existe rotação de postos X
Correta instalação provisória elétrica X
Máquinas fora do local de fluxo de pessoas X
Uso de gafas quando necessário X
Uso de luvas quando necessário X
Ferramentas manuais em bom estado X
Uso de máscaras de proteção quando necessário X
Uso de serra circular somente para funcionários
autorizados
X
Uso de carrinhos de mão para evitar transporte
manual
X
Áreas de passagem desobstruídas X
Limpeza permanente na obra X
Arnês de segurança em trabalhos de altura X
Utilização de capacetes e botas X
297
APÊNDICE F – QUESTIONÁRIO SEMI ESTRUTURADO –
OPERÁRIOS
1. Idade
2. Estado Civil
3. Instrução Acadêmica
4. Quanto tempo faz que trabalha na construção?
5. Por que escolheu trabalhar na construção?
6. Quanto tempo faz que trabalha com o mesmo subempreiteiro?
7. Em que posto se desenvolve?
8. O salário percebido é suficiente?
9. Acredita que a obra esta limpa e organizada?
10. Utiliza a Equipamento de Proteção Individual?
11. Considera que este trabalho prejudica sua saúde, o que pode se
fazer para evitar doenças e acidentes?
12. Que se pode fazer para que trabalhes melhor?
13. Que outro incentivo não monetário pode se utilizar para
melhorar o desempenho? (Uniformes, EPI, etc.).
14. Aspetos positivos e negativos do trabalho na construção.
15. O que gostaria fazer no futuro? Seguir na profissão ou mudar
de atividade
16. Considera-se motivado trabalhando nesta empresa?
17. Qual e o motivo de paralisação dos trabalhos em obra? (Falta
informação técnica, falta materiais, etc.).
18. Nos treinamentos, quantas especialidades obteve?
19. Estes conhecimentos adquiridos serviram na sua vida
profissional? Explicar.
20. Como influi o treinamento recebido no seu desempenho em
quanto a qualidade?
21. Como influi a capacitação recebida no seu desempenho em
quanto a produtividade? Explicar.
22. Considera importante a capacitação em varias especialidades o
prefere aprofundar em una só especialidade? Por quê?
23. Gostaria seguir com o treinamento? Com que freqüência
gostaria receber o treinamento? Sempre, cursos curtos, outros.
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