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provendo uma flexível, mas resistente, plataforma para a organização das células em tecidos,
a ME exerce um extraordinário controle no comportamento celular. Possui a capacidade de
determinar se haverá proliferação ou repouso celular, migração ou permanência estacionária
e, desenvolvimento ou apoptose celular.
(26)
Ha duas formas de ME: a membrana basal e a matriz intersticial. Cada uma delas varia
em sua composição e propriedades, dependendo da característica e localização celular ou do
tecido em que se encontra ou do estagio de desenvolvimento do organismo.
(26)
Estão presentes na constituição da ME, diferentes combinações de colágenos,
proteoglicanos, ácido hialurônico e várias glicoproteínas, como a fibronectina e a laminina,
que preenchem a maioria dos espaços intercelulares.
(24-26)
O processo de adesividade celular possui especial implicação sobre a transdução de
sinais e está envolvido na transferência de informações entre as células. A ligação das células
à matriz extracelular também sinaliza para dentro do citoplasma e leva a reorientação do
citoesqueleto e a mudanças no comportamento celular como, por exemplo, no estímulo à
proliferação celular.
(27)
São definidas quatro principais classes de receptores celulares
envolvidos nas interações célula-célula e célula-matriz: caderinas, selectinas, superfamília de
receptores de imunoglobulinas e integrinas.
(28)
Em muitos tumores primários com propriedades invasivas, a adesão intercelular está
reduzida, frequentemente em decorrência a uma perda da E-caderina, um mediador direto da
adesão célula-célula. A cauda citoplasmática da E-caderina é amarrada, através de [alfa]-
catenina e [beta]-catenina, ao citoesqueleto de actina; uma das propriedades da actina é
manter a junção celular. A importância da manutenção da adesão intercelular foi demonstrada
em um modelo de câncer pancreático de rato, onde a ruptura da expressão da E-caderina
levou à invasão por metástases precocemente.
(29)
Diversos mecanismos podem causar uma
perda da E-caderina: mutações, resultantes de uma inativação protéica, em silenciamento
gênico por metilação de um promotor, ou por uma regulação contrária ao crescimento,
estimuladas pelos receptores do fator de crescimento (por exemplo, receptor do fator de
crescimento epidérmico [EGFR], receptor do fator de crescimento fibroblástico [FGFR],
receptor do fator de crescimento ligado a insulina I [IGF-I] ).
(29,30)
A expressão do gene da E-
caderina (CDH1), também é inibida por vários repressores da transcrição.
(30)
Perdas na
funcionalidade da E-caderina são necessárias, embora não suficientes, para a transição
epitelial para mesenquimal, um processo através do qual as células epiteliais mudam para um
fenótipo de células progenitoras mesenquimais, permitindo o descolamento e reorganização