Nos dias de hoje, o papel da escola passou a ser primordial na formação da população
de jovens de um país. A escola e as famílias dividem a responsabilidade do processo
educacional. Muitas crianças passam a maior parte do tempo dentro de creches e de escolas
para que seus pais possam trabalhar. Neste sentido, a escola, além de transmitir
conhecimentos, transformou-se em um núcleo de assistência social, oferecendo merenda,
cuidados com a saúde física e psicológica, educação ambiental, sexual e de higiene corporal.
Assim, sendo o espaço escolar um ponto de referência na formação das crianças e
jovens, o edifício escolar deve ter como principio a função de acolher o ser humano, criando e
apresentando um lugar alegre e lúdico, onde eles possam construir a sua cidadania e
desenvolver o seu potencial criativo. Desta forma, o edifício escolar abriga diversas funções
que muitas vezes não são consideradas no programa projetual proposto pelos arquitetos. A
organização física dos espaços escolares deve favorecer o bem estar e o conforto dos alunos,
professores e funcionários.
Os espaços de vivência - a casa, a escola, o bairro - representam uma experiência
decisiva na aprendizagem e na formação das primeiras estruturas cognitivas e, em sua
mentalidade, propiciam experiências espaciais que são fatores determinantes para o
desenvolvimento sensorial, motor e cognitivo das crianças. Além disso, esses espaços têm um
sistema de valores implícitos que podem contribuir, ou não, para que o espaço se transforme
em lugar, propiciando laços afetivos, sentimento de identidade e de pertencimento. Sendo
assim, o espaço escolar é um constructo gestado por múltiplos interesses manifestos e ocultos
que podem afetar a vida dos sujeitos, gerando inclusões e exclusões.
A escola deve ser considerada um marco e uma referência para a comunidade,
integrando-se no contexto e no entorno físico e social em que está inserida. Para justificar os
custos recorrentes da infra-estrutura, suas edificações e espaços devem ter o uso maximizado.
A estrutura destes edifícios deve servir de base para o desenvolvimento de múltiplas
atividades: educacionais, do dia-a-dia, ocupação em tempos livres e extracurriculares.
Por outro lado, se uma das características essenciais da escola é a de formar a
cidadania de quem a freqüenta e de quem é oriundo dela, é direito de todos os cidadãos,
compartilharem das esferas que compõem a sua existência, ou seja, compartilhar dos seus
bens materiais, culturais e sociais.
Partindo desses pressupostos, é necessário entender que a escola tem não só o objetivo
de educar, como também, o de socializar a criança e o jovem. As escolas públicas devem-se
tornar, portanto, espaços alternativos para o desenvolvimento de atividades complementares
às ações educacionais visando melhorar a qualidade da educação, contribuir para a construção
de uma cultura de paz, reduzir os altos índices de violência e aumentar as oportunidades de
emprego entre os jovens, sobretudo daqueles em situação de vulnerabilidade social.
Torna-se primordial, ainda, a preocupação com a adequação dos prédios à realidade
climática, física e cultural de cada região. A densidade da rede e as dimensões dos edifícios
escolares devem ser ajustadas às características e necessidades regionais e à capacidade de
acolhimento de um número equilibrado de alunos de forma a garantir as condições de uma
boa prática pedagógica e a realização de uma verdadeira comunidade escolar.
1.2. Problema e Justificativa para a Escolha do Tema
Diante do que foi exposto anteriormente, pode-se afirmar que a edificação escolar é
um equipamento de suma importância para alavancar o crescimento de um país, seja no
âmbito cultural, social ou econômico, principalmente nas nações em “processo de
desenvolvimento”, onde se verificam desigualdades sócio-econômicas acentuadas. Como a
configuração física do ambiente escolar e a adaptação do estudante a este meio exercem
grande predominância na evolução do aprendizado, pode-se dizer que a qualidade dos