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vaendaenda k’ondjango yinene ya’Soma
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. Ondjango yatatu, y’ina
yepata, muna tate la mayi valisanga sanga lomala vavo, tchikale
pokulya, tchikale pokutepaesa itangi vyepata, hale okulongisa amala
elongiso lyokukala pokati komanu, k’ofeka kwenda k’oluvumba
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.
Ondjango y’olosekulu yisetekiwa l’ondjango y’ombala, “yo’província
hale yo’estado muna Nguvulu y’oluvumba, y’ombala hale y’ofeka
okavonga vosi vana vatyamela kotchisoko etchi tch’okuyakela itangi
vyowiñgi v’ekongelo eli linene ly’ofeka, lina lipitaesaelwa, ndetchi ko’
Luanda
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”.
Ndetchi olonguvulu vyol’ ombala vyaendaele ko’ Luanda okukalisanga
l’ombyali yinene y’ofeka, ndakuti ñgala presidente, mumwamwe
haemo, lo vole a’kulu vatcho ava, ovo vaendaele ku’Soma, otcho
l’okulisange lahe vasokiye itangi vyofeka, vyapata, kwenda vyokukala
kumwamwe l’okulikwata otchimuka. MK – Tchiwa. FKM – Hamanu
ko v’osi vaendaele ku’Soma. MK – Tchiwa. FKM – Noke v’olondjango
vy’atcho evi, eye vo ovilaekaeya akulu ava vakasi v’aluhumba ndetchi
ologuvulu (os governadores das províncias) vyo volombala
ovakavonga, hale vo olombyali vy’ovolo município
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.
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Ao que tange à realidade ondjangiana diremos o seguinte: Primeiro nos referimos ao ondjango do rei.
Trata-se do chamado ondjango plenipotenciário cuja regência cabe única e exclusivamente ao rei – Soma.
Este reúne todos os olosoma das aldeias, bairros, cidades, municípios etc. para a resolução,
encaminhamentos e oferecer orientações em prol das comunidades. Compara-se num município à Câmara
dos vereadores, na província á Câmara provincial dos deputados, no país á Câmara dos deputados ou ao
Senado. O segundo é o ondjango dos mais-velhos, olosekulu, os deputados da comunidade que
habitualmente freqüentam a grande assembléia – ondjango yinene e o terceiro é o chamado ondjango da
família, normalmente coordenado pelos membros da família – pai e mãe, onde se oferecem os
ensinamentos elementares e básicos dos filhos e filhas sem idade de freqüentar o ondjango ou o otchiwo
ou ainda para a formação daqueles(as) filhos (as) cuja realidade educacional acontece dentro da família
sem passar pelo grande ondjango. Na realidade de Angola, ao comitê municipal, a assembléia provincial
ou nacional ou ainda em nível provincial e nacional, á assembléia provincial ou nacional, ou ainda ao
conselho de ministros. No município a gestão da assembléia é do regedor, do administrador que coordena
a vida política do município em sintonia com os administradores comunais ou do primeiro secretário de
um partido político; na província, do regedor provincial que coordena os municipais, o primeiro secretário
provincial de um partido político ou o governador provincial que cuja responsabilidade consiste em
orientar o governo da província em consonância com os administradores municipais; finalmente temos o
primeiro ministro, o presidente da assembléia nacional, o presidente do supremo tribunal da república e o
presidente da república que sanciona em último as leis que devem entrar em vigor no país para a gestão
da “Rex Publicae”.
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O ondjango é antes e acima de tudo do Rei que com o poder plenipotenciário governa o país, a
província, o município ou a comuna; depois dos mais-velhos da aldeia, do bairro ou da cidade e o
ondjango da família cuja coordenação cabe ao pai e á mãe na educação primária dos filhos e filhas, antes
de passarem para o ondjango da aldeia, onde esse for usual e, para o otchiwo, quanto às moças.
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É interessante que entendamos que Félix Kalweyo Marinheiro está habituado a lidar durante muito
tempo, com o monopartidarismo cujo governo único é do MPLA e os exemplos por ele apresentados
demonstram seu afeto pelo sistema que ele conhece a fundo, e tentando explicar a realidade do ondjango
ele o exemplifica com o sistema de governo que vigorou durante muitas décadas em Angola.
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O ondjango y’olosekulu compara-se à assembléia provincial ou nacional na qual o chefe da nação e do
governo ou o presidente da assembléia do povo faz a convocação de tal encontro a todos os representantes
provinciais para o debate de assuntos atinentes à vida da nação. Trata-se da grande assembléia realizada
em Luanda. Tal como os governadores provinciais iam frequentemente à Luanda para, com o presidente
da república, a resolução da vida e do governo popular coordenado por eles, assim também acontece com
os mais-velhos (olosekulu) co-relação ao rei (Soma), para pensar e dialogar sobre os candentes problemas
da terra nas comunas, nas aldeias, nos bairros, nas cidades, nas famílias, sobretudo no diálogo, na partilha,
no trabalho, na solidariedade, na conduta saudável detentora da sorte na área e nas relações humanas
dignas de pertencer a um grupo sociocultural e etnolinguístico etc. É importante salientar que não são
todas as pessoas que tinham a permissão de se dirigir ao Rei (Soma), mas àquelas deputadas para o efeito.
Também nas discussões e nas assembléias olondjangianas era o Rei (soma) a quem cabia a prerrogativa