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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DO TRABALHO
CASSANDRA SANTANTONIO DE LYRA
A aromaterapia científica na visão psiconeuroendocrinoimunológica
Um panorama atual da aromaterapia clínica e científica no mundo e da
psiconeuroendocrinoimunologia
São Paulo
2009
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1
CASSANDRA SANTANTONIO DE LYRA
A aromaterapia científica na visão psiconeuroendocrinoimunológica
Um panorama atual da aromaterapia clínica e científica no mundo e da
psiconeuroendocrinoimunologia
Dissertação apresentada ao Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo
para obtenção de título de Mestre em
Ciências.
Área de concentração: Psicologia social
Orientador: Prof. Dr. Esdras Guerreiro
Vasconcellos
São Paulo
2009
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Nome: LYRA, Cassandra Santantonio de
Título: A aromaterapia científica na visão psiconeuroendocrinoimunológica: Um panorama
atual da aromaterapia clínica e científica no mundo e da psiconeuroendocrinoimunologia.
Dissertação apresentada ao Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo
para obtenção de título de Mestre em
Ciências.
Aprovado em: .
Banca examinadora:
Prof. Dr. Instituição:
Julgamento: Assinatura:
Prof. Dr. Instituição:
Julgamento: Assinatura:
Prof. Dr. Instituição:
Julgamento: Assinatura:
3
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho ao Pedro, como mais um passo em direção ao nosso futuro.
Dedico, também, a todos os meus alunos, como um incentivo ao constante
aperfeiçoamento.
Dedico, por fim, aos professores e pesquisadores, cujos trabalhos me influenciaram e
guiaram na vida acadêmica, como uma celebração aos seus esforços sérios e profissionais,
que me incentivaram a buscar constantemente meu próprio aperfeiçoamento, de uma forma
humilde e com os olhos e a cabeça abertos a novas possibilidades.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Prof. Dr. Esdras Guerreiro Vasconcellos, grande mestre e excelente
orientador, com quem aprendi imensamente ao longo de todo o percurso de minha formação
acadêmica e sem o qual esse trabalho não seria possível.
Ao instituo de Psicologia da Universidade de São Paulo, que aceitou um estudo
diferente numa área inovadora e polêmica, que é a aromaterapia científica.
Aos colegas, que durante todas as reuniões e conversas colaboraram de forma
inteligente e importante à elaboração do trabalho.
À minha família e aos meus amigos, que pacientemente revisaram e criticaram o
trabalho, oferecendo sugestões e apoio.
A todos que auxiliaram nesse trabalho: imenso carinho, respeito, admiração e gratidão.
5
EPÍGRAFE
“O seu efeito [dos aromas] é de agitar os traços de antigas memórias no cérebro retidas em
nossa biologia como acontece com outras características vestigiais – e, de uma forma sublime
e indireta, revelar precisamente o que os perfumes ajudam a mascarar. (...) perfumes
subconscientemente provêem uma constante lembrança de que o caminho de ação que um dia
eles traçaram está agora firmemente e irrevocavelmente sob controle. (...) Os odores (...)
diminuem levemente a repressão, libertando parte das emoções, mas nenhum do
comportamento. (...) Os aromas inconscientemente revelam aquilo que conscientemente se
quer esconder.”
(VAN TOLLER; DODD, 1994; tradução nossa)
6
RESUMO
LYRA, C. S. de. A aromaterapia científica na visão psiconeuroendocrinoimunológica:
Um panorama atual da aromaterapia clínica e científica no mundo e da
psiconeuroendocrinoimunologia. 2009. 174 f. Dissertação (Mestrado) Instituto de
Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
Esse estudo é um estudo teórico, baseado em revisão bibliográfica. Ele objetivou a construção
de um panorama conceitual da aromaterapia, considerando-se sua história e desenvolvimento,
além de propor um modelo integrativo dos aspectos fisiológicos e psicossociais com base nas
premissas psiconeuroendocrinoimunológicas. Aromaterapia é uma prática milenar, que passou
por diversas mudanças ao longo da história e por esse motivo, atualmente, apresenta-se
conceitualmente confusa e imprecisa. Seu ressurgimento nos anos 30 permitiu um início da
visão científica do assunto, que, no entanto, evoluiu lentamente pelas dificuldades
metodológicas encontradas. A organização do panorama atual dessa terapia permitiu observar
que existem muitos países que estudam a aromaterapia, no entanto, com abordagens e visões
distintas, de modo que torna-se complexa a intersecção dos estudos. No seu estudo científico
diversos elementos devem ser aqui considerados, como tipo de estudo (teórico, pré-clínico ou
clínico), variáveis a serem controladas (farmacológicas, dos sujeitos e de procedimento) e
questões abordadas (quanto ao efeito dos óleos essenciais, quanto aos seus mecanismos de
ação e quanto à influência das variáveis em ambos). Além disso, atualmente existem diversas
abordagens: filosófica (baseada em filosofias de saúde orientais), psicológica (baseada no
conceito de memória olfativa), farmacoquímica (baseada em farmacologia e química dos
óleos essenciais), neurológica (baseada nas neurociências) e psiconeuroendocrinoimunológica
(baseada na psiconeuroendocrinoimunologia). Esse trabalho se focou nos estudos pré-clínicos
e clínicos de aromaterapia, a partir de uma visão psiconeuroendocrinoimunológica. A fim de
servir como um passo inicial à padronização científica do assunto, foi proposto uma definição
mais objetiva de aromaterapia, a partir da qual o trabalho foi desenvolvido. Dentro do modelo
psiconeuroendocrinoimunológico, a aromaterapia pode ter efeitos diretos ou indiretos nos
sistemas nervoso, endócrino, imune e psicológico, sendo esses efeitos tanto fisiológicos
7
quanto psicológicos e dados por mecanismos de ação farmacológicos e olfativos. Os aromas
sempre têm efeitos farmacológicos, independente da via de aplicação utilizada, no entanto,
quando se utiliza a via inalatória, são acrescidos a esses efeitos farmacológicos os efeitos
olfativos, que são próprios do sistema olfativo e diferenciados. O estudo do olfato é
indispensável para o entendimento científico da aromaterapia e ele tem se desenvolvido
amplamente, apesar de que ainda existem muitos elementos a serem esclarecidos. Com isso,
os estudos na área da aromaterapia científica tem evoluído cada vez mais, permitindo estudos
mais minuciosos e conclusivos a respeito do funcionamento dos óleos essenciais no
organismo e na mente. Um caminho pra esses estudos, dentro do modelo
psiconeuroendocrinoimunológico, é o estudo da relação entre aromaterapia e stress. A
premissa básica da teoria de stress é estudar a integração do corpo e da psique. Esse estudo
concluiu que a psiconeuroendocrinoimunologia é um modelo útil para estudar a aromaterapia,
por permitir o seu estudo científico integrando seus efeitos fisiológicos e psicológicos, e que a
organização realizada permitiu uma fundamentação teórica para a elaboração, em futuros
projetos na área, de métodos científicos em aromaterapia, stress e
psiconeuroendocrinoimunologia.
Palavras-chave: aromaterapia, óleos essenciais, psiconeuroimunologia e stress.
8
ABSTRACT
LYRA, C. S. de. Scientific aromatherapy in the psychoneuroendocrineimmunological
view: a panorama of clinical and scientific aromatherapy in the world and
psychoneuroendocrineimmunology. 2009. 174 f. Dissertation (Master of science) Institute
of Psychology, University of São Paulo, São Paulo, 2009.
This is a theoretical study, based on bibliographical revision. It aimed to build a conceptual
panorama of aromatherapy, considering it's history and development, and also propose an
integrative model of the physiological and psycho-social aspects, based on the
psychoneuroendocrineimmunological premisses. Aromatherapy is a millenarian practice, that
suffered many changes throughout history, and, for this reason, nowadays, it is confusing and
uncertain. It's reappearance in the 30's permitted a start of the scientific view of the theme.
However, the scientific view evolved slowly because of the methodological difficulties that
were found. The organization of the current panorama of this therapy permitted observing that
many countries study aromatherapy. However, there are many different approaches and views
of the subject, in a way that it's complex to do the intersection of the studies. In it's scientific
study there are many elements to be considered, such as type of study (theoretical, pre-clinical
or clinical), variables to control (pharmacological, subject and procedural) and questions
studied (about the effects of essential oils, about their action mechanisms and about the
influence of the variables on both). Furthermore, currently there are many approaches to the
study: philosophical (based on oriental heath philosophy), psychological (based on the
concept of olfactory memory), pharmaco-chemical (based of pharmacology and essential oil
chemistry), neurological (based on neuroscience) and psychoneuroendocrineimmunological
(based on psychoneuroendocrineimmunology). This work focused on pre-clinical and clinical
studies, from a psychoneuroendocrineimmuneological point of view. In order to serve as a
first step to the scientific standardizing of the subject, a more objective definition of
aromatherapy was proposed, from which the study developed the subject. In the
psychoneuroendocrineimmunological model, aromatherapy may have direct or indirect effects
in the nervous, endocrine, immune and psychological systems. These effects can be
9
physiological and psychological and they are caused by pharmacological and olfactory
mechanisms. Aromas always have pharmacological effects, independently from application
via, but when the inhalation is used the olfactory effects are added to these pharmacological
effects. The olfactory effects are different from the others and characteristic of the olfactory
system. The study of olfaction is indispensable to the scientific understanding of aromatherapy
and it has evolved immensely, although there are still many elements still to be understood.
Consequently, the studies in aromatherapy also have evolved more, permitting more minute
and conclusive studies about the functioning of essential oils in the organism and mind. A
path to this kind of study, in the psychoneuroendocrineimmunological model, is the study of
the interaction between aromatherapy and stress. The basic premiss of the theory of stress is to
study the integration of body and mind. This study concluded that
psychoneuroendocrineimmunology is a useful model to study aromatherapy because it permits
the scientific evaluation of both physiological and psychological effects of aromatherapy. It
also concluded that the organization of the current panorama permitted a theoretical
foundation for elaboration of scientific methods in aromatherapy, stress and
psychoneuroendocrineimmunology in future studies.
Key-words: aromatherapy, essential oils, psychoneuroimmunology and stress.
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................12
1.1 Problema de Pesquisa..............................................................................................13
1.2 Objetivos.................................................................................................................13
1.2.1 Objetivo geral...........................................................................................14
1.2.2 Objetivos específicos...............................................................................14
1.3 Justificativa.............................................................................................................14
1.4 Casuística e método................................................................................................15
2 PARTE I: AROMATERAPIA..........................................................................................17
2.1 Para se situar: evolução da aromaterapia na história...............................................17
2.1.1 Evolução da clínica aromaterapêutica......................................................17
2.1.2 Aromacologia, da filosofia à ciência.......................................................22
2.2 Organização da aromaterapia na atualidade...........................................................23
2.2.1 Aromaterapia no mundo..........................................................................23
2.2.2 Aromaterapia no Brasil............................................................................43
2.3 Ciência e aromaterapia...........................................................................................47
2.3.1 Conceituação em aromaterapia................................................................47
2.3.2 O método científico e a aromaterapia......................................................52
2.3.3 Abordagens usadas para explicar os efeitos da aromaterapia..................54
2.3.3.1 Abordagem filosófica................................................................54
2.3.3.2 Abordagem psicológica: memória olfativa...............................56
2.3.3.3 Abordagem farmacoquímica.....................................................57
2.3.3.4 Abordagem neurológica............................................................66
2.3.3.5 Abordagem psiconeuroendocrinoimunológica.........................67
3 PARTE II: PSICONEUROENDOCRINOIMUNOLOGIA..........................................69
3.1 Breve histórico da psiconeuroendocrinoimunologia..............................................69
3.2 O estudo do stress e as bases da psiconeuroendocrinoimunologia.........................70
3.3 Psiconeuroendocrinoimunologia: a teoria..............................................................75
4 PARTE III: AROMATERAPIA NO MODELO
PSICONEUROENDOCRINOIMUNOLÓGICO...........................................................82
11
4.1 Considerações iniciais............................................................................................82
4.1.1 O olfato humano.......................................................................................82
4.1.2 Breve histórico do olfato humano............................................................84
4.1.3 Osmologia, o estudo científico do olfato.................................................90
4.2 Parêntese paradigmático.........................................................................................97
4.3 Bases para compreender a aromaterapia no modelo
psiconeuroendocrinoimunológico...........................................................................98
4.3.1 Neurologia e aromaterapia: efeitos neuro-psicológicos diretos...............98
4.3.2 Endocrinologia e aromaterapia..............................................................110
4.3.3 Imunologia e aromaterapia.....................................................................111
4.3.4 Psicologia e aromaterapia......................................................................114
4.3.4.1 Efeitos neuro-psicológicos indiretos aprendidos.....................117
4.3.4.2 Efeitos neuro-psicológicos indiretos inatos............................122
4.4 Bases para estudos científicos: aromaterapia e stress...........................................126
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................134
REFERÊNCIAS....................................................................................................................138
12
1 INTRODUÇÃO
Aromaterapia é uma parte específica e diferenciada da fitoterapia. A segunda é a
utilização de plantas medicinais e seus produtos, enquanto que a primeira é a utilização
terapêutica de plantas aromáticas e seus produtos. As plantas aromáticas se destacam das
outras plantas por conterem cheiros característicos e sua utilização terapêutica é uma prática
milenar que surgiu juntamente com a fitoterapia. Nos primórdios se utilizava as plantas
aromáticas em si e, com o desenvolvimento de técnicas de extração, passou-se a utilizar óleos
essenciais, que são óleos pouco viscosos que exalam o cheiro característico da planta
aromática de origem (TISSERAND, 1993; ROSE, 1995; DAVIS, 1996; LAVABRE, 1997;
SILVA, 1998; FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; CORAZZA, 2002; LAWLESS,
2002a, 2002b; SALLÉ, 2004).
Os óleos essenciais podem ser usados da mesma forma que outros produtos
fitoterapêuticos (como extratos e tinturas, por exemplo), ou seja, em aplicação tópica e via
oral, como é usado tradicionalmente. O que diferencia a aromaterapia da fitoterapia
tradicional, é a adição da via olfativa, que soma outros efeitos terapêuticos específicos do
sistema olfativo, também contendo efeitos farmacológicos (PERRY; PERRY, 2006).
A aromaterapia, como a fitoterapia, gerou muito conhecimento empírico. No entanto
existe uma dificuldade de comprovação científica desse conhecimento, principalmente pela
complexidade bioquímica das plantas. Além disso, por ser uma terapia milenar popular, os
seus conceitos e as aplicações evoluíram juntamente com a cultura de cada um dos inúmeros
povos que utilizaram e desenvolveram essa terapia. Com isso, os conhecimentos na área são
muito dependentes da região geográfica e da cultura local. Isso gerou um panorama atual
deficiente em conceitos claros e coerentes, com práticas não padronizadas e, às vezes,
inadequadas.
No Brasil, esse panorama, adicionado ao fato de que a terapia é bastante recente no
país, gerou uma noção de que ela é uma “terapia alternativae sem fundamentação científica.
No entanto essa idéia é ultrapassada e incorreta. Apesar de ainda haver muitos conhecimentos
da área necessitando de estudo científico, algumas práticas já foram elucidadas, comprovadas
e desmistificadas. Esses conhecimentos científicos foram adquiridos a partir de diversos
13
métodos e abordagens visando compreender os efeitos dessa terapia. No entanto, a área ainda
carece de um abordagem que permita o estudo científico dos seus efeitos tanto fisiológicos
quanto psicológicos, para que seja possível compreendê-la de forma integral.
Para poder desenvolver esse método científico integral é necessário compreender a
evolução da aromaterapia clínica e científica na história e suas influências no panorama atual,
além de analisar os conhecimentos, conceitos e definições existentes de uma forma
sistemática e padronizada. Esse presente trabalho se preocupa com a fundamentação científica
para permitir essa construção metodológica. Nesse processo, diversos assuntos serão
abordados, incluindo as questões históricas citadas, a questão conceitual de aromaterapia e
suas implicações, entre outras.
A proposta desse trabalho se baseia no modelo psiconeuroendocrinoimunológico. É
interessante para o estudo científico da aromaterapia porque contempla aspectos tanto
psicológicos quanto fisiológicos do ser humano, além da interação de ambos
(VASCONCELLOS, 2007), permitindo compreender os seus efeitos de um modo integral
(SCHNAUBELT, 1998; PRICE 2002, KIECOLT-GLASER et al, 2008).
1.1 Problema de Pesquisa
Pesquisar cientificamente a aromaterapia integrando suas dimensões fisiológicas e
psicológicas, permitindo uma visão integral da aromaterapia clínica e compreendendo o
máximo possível de sua abrangência e importância terapêutica.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
14
Construir um panorama conceitual da aromaterapia, considerando-se sua história e
desenvolvimento. Será proposto também um modelo integrativo dos aspectos fisiológicos e
psicossociais com base nas premissas psiconeuroendocrinoimunológicas.
1.2.2 Objetivos específicos
Sistematizar o panorama conceitual mundial e nacional da aromaterapia científica e
clínica na atualidade e propor alguns conceitos mais claros e precisos.
Identificar as diferentes abordagens científicas usadas para explicar os efeitos
terapêuticos (fisiológicos e psicológicos) da aromaterapia na atualidade.
Compreender a aromaterapia científica dentro da visão
psiconeuroendocrinoimunológica.
Propiciar uma organização metodológica para futuros projetos na área.
1.3 Justificativa
Diversos estudos tem mostrado o aumento da aceitação de terapias complementares
por profissionais da área da saúde (PRICE; PRICE, 2007; PIROTTA et al., 2000), dentre essas
terapias podemos destacar a aromaterapia. No entanto, a sua conceituação apresenta-se
superficial, insuficiente e com deficiências estruturais, tornando-se cientificamente
insustentável. Isso é evidenciado, sobretudo, pela grande diversidade de visões e abordagens
usadas para estudar essa terapia, fato que gera conhecimentos ambíguos e difíceis de comparar
entre si. Isso denota uma evidente necessidade de organização sistemática para permitir um
melhor entendimento dos seus efeitos terapêuticos (fisiológicos e psicológicos).
No Brasil o desenvolvimento de estudos científicos em aromaterapia é importante
principalmente por duas razões:
Primeiramente, para que a terapia seja aplicada corretamente, pois há diversos cursos
de treinamento sem padrão de conteúdo programático, carga horária, entre outros
15
aspectos, formando profissionais muito diferentes. Nesse sentido é importante realizar
estudos a fim de organizar os conhecimentos e esclarecer a atuação correta;.
Secundariamente, pelo fato de que melhorando os conhecimentos na área poderemos
incentivar a produção nacional de produtos aromaterapêuticos. O país é produtor de
óleos essenciais de boa qualidade, como o pau-rosa, Aniba roseadora (SANTANA et.
al., 1997), mas possui um potencial ainda maior, por sua biodiversidade, que não é
extensamente explorado. Isso mostra que o interesse nacional pelo assunto pode ter
uma importância econômica.
Além disso, a psiconeuroendocrinoimunologia é um modelo interdisciplinar, modelo
adotado para a construção dessa dissertação. Essas questões, justificam por si a necessidade e
relevância da elaboração de pesquisas científicas com aromaterapia e
psiconeuroendocrinoimunologia.
1.4 Casuística e método
Esse estudo é uma dissertação teórica e se baseou na revisão bibliográfica sistemática
de diversos temas, seguindo os seguintes tópicos gerais:
Organização o campo da aromaterapia:
Identificação do seu panorama atual e sua compreensão com bases na história e
nas visões e abordagens usadas para o seu estudo científico.
Discussão dos principais conceitos e preceitos do campo da aromaterapia científica
e proposição de conceitos mais claros e precisos.
Estudo da psiconeuroendocrinoimunologia como base para o estudo científico da
aromaterapia.
Compreensão da aromaterapia científica com base no modelo
psiconeuroendocrinoimunológico:
Fundamentação teórica da aromaterapia nos campos de neurologia,
endocrinologia, imunologia e psicologia.
Desenvolvimento de temas importantes para a elaboração de pesquisas científicas
16
com aromaterapia e stress
1
.
Palavras-chave usadas durante a pesquisa de revisão bibliográfica (em diversas
combinações) realizada no Pub-Med, Bireme, Periódicos da CAPES e nos sites de revistas
específicas de aromaterapia (encontradas nas referências): aromaterapia, aroma, óleo
essencial, óleos essenciais, estresse, inalação, olfato, lavandula officinalis,
psiconeuroendocrinoimunologia, psiconeuroimunologia, psiconeuroendocrinologia, efeitos
terapêuticos, propriedades terapêuticas, sistema nervoso, sistema endócrino, sistema
imunológico, psicologia, efeitos psicológicos, efeitos fisiológicos, anti-oxidante. Na versão em
inglês: aromatherapy, aroma, essential oil, essential oils, stress, stress, inhalation, olfaction,
olfactory, lavandula officinalis, psychoneuroendocrineimmunology, psychoneuroimmunology,
psychoneuroendocrinology, therapeutic effects, therapeutic properties, nervous system,
endocrine system, immune system, psychology, psychological effects, physiological effects,
anti-oxidant.
1 Esse trabalho utiliza o termo inglês “stress” ao invés do termo português “estresse” por considerar o primeiro
mais internacional e arraigado no campo científico.
17
2 PARTE I: AROMATERAPIA
2.1 Evolução da aromaterapia na história
Como foi citado anteriormente, para se estudar cientificamente a aromaterapia é
necessário organizar o campo da aromaterapia clínica e científica de forma a compreender o
seu panorama atual. Para tal, é necessário conhecer a sua evolução ao longo da história, pois
houveram diversas mudanças conceituais e de aplicação que influenciaram o panorama atual
sensivelmente. Diversos textos trazem informações sobre a história da aromaterapia, no
entanto, não foi encontrado nenhum que tivesse um delineamento claro e objetivo de toda a
história da aromaterapia, consistindo, em sua maioria, de contos e fatos pontuais. Por isso esse
trabalho se dedicou, na parte a seguir, à tarefa de juntar todas as informações disponíveis e
tentar identificar os principais eventos na história da aromaterapia clínica e científica.
2.1.1 Evolução da clínica aromaterapêutica
O homem usa as plantas aromáticas terapeuticamente desde a pré-história. Começou a
conhecer melhor as plantas a partir da idade da pedra lascada, pela passagem de nômade a
agricultor. Na idade da pedra polida já se começou a extrair os óleos graxos dos vegetais por
pressão, começando a desenvolver uma aromaterapia rudimentar. Aborígenes australianos já
utilizavam as plantas aromáticas da flora nativa para auxiliar na sua adaptação às condições
extremas do seu ambiente, há 40.000 anos atrás (FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL,
2001). Em escavações arqueológicas no Iraque (de aproximadamente 4000-5000a.C.) foi
encontrado um esqueleto rodeado por diversos depósitos de ervas. Ele foi nomeado Shanidar
IV e é considerado que deve ter sido um líder religioso com conhecimento botânico e
provavelmente um dos primeiros a conhecer melhor as propriedades terapêuticas das plantas
(CORAZZA, 2002). Foi descoberto um alambique no Paquistão que data dessa mesma época
18
(aprox. 5.000a.C.) e que é considerada a descoberta mais antiga em aromaterapia
(FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; SALLÉ, 2004).
Há diversos registros sobre a utilização de plantas aromáticas a partir da criação do
alfabeto pelos sumérios no final da pré-história e começo da idade antiga. No entanto os
países considerados os primeiros a utilizar aromaterapia em larga escala foram o Egito, a
China e a Índia. A Índia é com certeza o lugar onde a prática da aromaterapia é mais antiga.
Acredita-se que a medicina aiurvédica, tradicional no país, usa plantas aromáticas desde antes
de 8.000 a.C. e foi uma influência relevante para o desenvolvimento da Medicina Tradicional
Chinesa. Tanto a China quanto a Índia foram os únicos lugares no qual a utilização da
aromaterapia na medicina tradicional foi ininterrupta. No entanto não foram esses países os
que desenvolveram essa terapia mais aprofundadamente. Esses países se dedicaram ao
desenvolvimento de suas medicinas tradicionais (aiurvédica e chinesa), que poderiam ser
consideradas as mais holísticas, por levar em conta hábitos de vida diária, alimentação,
exercícios e outros aspectos da saúde, mas não explorando amplamente a aromaterapia
( DAVIS, 1996; LAVABRE, 1997).
O primeiro país que acabou desenvolvendo mais a aromaterapia e que pode ser
considerado o berço principal da aromaterapia foi o Egito. Lá se utilizavam as plantas
aromáticas desde antes de 4000a.C.. Nesse país, essas plantas eram consideradas
manifestações divinas na terra e utilizadas em rituais, higiene e cosmética (DAVIS, 1996;
LAVABRE, 1997; CORAZZA, 2002). O papiro mais antigo que contém referência a ervas
aromáticas é o papiro de Ébers, do reino de Khufu e datado de aproximadamente
2400-2890a.C.. Outro papiro eg'ipcio que contém esse tipo de informação é o papiro de
Edwin-Smith encontrado no Museu Leipzig, na Alemanha (TISSERAND, 1993; DAVIS,
1996; SILVA, 1998; LAWLESS, 2002a, 2002b). Sabe-se que um dos principais usos das ervas
aromáticas no Egito era para o embalsamamento (BOCKLEY; EVERSHED, 2001) e é
conhecido que muitos faraós utilizavam as plantas aromáticas porque estas foram encontradas
em suas tumbas. O apogeu da aromaterapia no Egito ocorreu nos tempos de Cleópatra, a
figura mais mítica dentro da aromaterapia, havendo inúmeras histórias quanto aos usos que
essa rainha fazia das plantas aromáticas (TISSERAND, 1993).
Os produtos e conhecimentos egípcios foram exportados a todo o mundo inicialmente
pelos mercadores Fenícios e, posteriormente, com o êxodo do povo judeu do Egito por volta
de 1.240a.C.. Nessa época já se faziam ungüentos e óleos vegetais, no entanto as técnicas de
19
extração de óleo essencial ainda não eram bem desenvolvidas (TISSERAND, 1993;
LAWLESS, 2002a, 2002b). Por meio dos Fenícios, Judeus e povos portuários que se firmaram
na Ilha de Creta, a aromaterapia foi exportada à Europa, principalmente à Grécia e a Roma
(CORAZZA, 2002).
Os Gregos absorveram muito dos conhecimentos egípcios e diversos estudiosos
chegaram a visitar o Egito procurando aprofundar seu conhecimento. Algumas das figuras
centrais na aromaterapia grega foram Heródoto, Demócrates, Hipócrates, Dioscórides,
Péricles, Sócrates, Platão, Maresteus, Teofrasto e Galeno (TISSERAND, 1993; DAVIS, 1996;
LAWLESS, 2002a, 2002b; CORAZZA, 2002). Heródoto foi o primeiro a registrar uma
descrição de um processo rudimentar de destilação em 425a.C., apesar de que Avicena é
considerado o “criador” da destilação com a serpentina refrigerada, no Mundo Árabe
(CORAZZA, 2002). Dentro da tradição grega uma das principais formas de usar os óleos
essenciais era na forma de banho aromático. Esses banhos inicialmente eram feitos por magos
e sacerdotisas para curar as pessoas, mas com o tempo foram se popularizando.
Por volta de 753a.C. surgiu o Império Romano e durante a sua expansão, os batalhões
agregavam à sua aspectos das culturas dos povos conquistados. Um exemplo disso foi o
costume grego de realizar banhos aromáticos, que começou a ser realizado em Roma. Apesar
de haver uma “importação” dos conhecimentos de aromaterapia para Roma, as práticas foram
perdendo gradativamente sua conotação religiosa (TISSERAND, 1993; SILVA, 1998;
LAWLESS, 2002a, 2002b; CORAZZA, 2002).
Durante a queda do Império Romano do ocidente (por volta de 476d.C.), se iniciou o
advento do cristianismo e inúmeros conflitos políticos, sociais e religiosos. Com isso. muitos
dos médicos e estudiosos romanos fugiram e levaram os escritos de Galeno, Hipócrates e
Dioscórides para Constantinopla. Houve, então, uma profusão dos conhecimentos de
aromaterapia no Império Bizantino, de onde passaram ao mundo árabe, que começou a
aprofundá-los, enquanto a Europa passou pela “Idade das Trevas” ( DAVIS, 1996; LAWLESS,
2002a, 2002b).
Na Europa, o advento do cristianismo e o fim do Império Romano do ocidente
significaram perda dos conhecimentos em aromaterapia. Eles só puderam começar a ser
readquiridos a partir do séc. XI com as cruzadas, que permitiram um novo contato entre
ocidente e oriente. Junto com as especiarias que eram trazidas do ocidente, vinham produtos
aromaterapêuticos (SILVA, 1998; CORAZZA, 2002). Nessa época houve uma oportunidade
20
para um novo crescimento nas terapias naturais. No entanto, isso foi impedido com o
estabelecimento da Inquisição, pois a utilização de plantas aromáticas foi proibida por serem
consideradas heresia. Com a “caça às bruxas”, muitos praticantes de terapias naturais foram
assassinados pela Igreja, fazendo com que suas práticas deixassem de ser registradas (SILVA,
1998). Após esse momento ocorreu outra oportunidade para readquirir os conhecimentos em
aromaterapia, a partir do séc. XIII, com a intensificação do comércio urbano. Isso levou à
decadência dos feudos e permitiu o início de uma nova organização da perfumaria
(CORAZZA, 2002).
Enquanto isso, no mundo árabe desenvolveu-se a aromaterapia e as técnicas, sendo que
foi criado o destilador pelo médico árabe Avicena. Esse achado é controverso, pois existem
achados arqueológicos datados de 3000a.C. que indicam o uso de aparelhos semelhantes ao
espiral criado por Avicena, para destilar óleos essenciais, no Paquistão (LAWLESS, 2002a,
2002b). De qualquer forma, essa invenção foi muito importante para a aromaterapia, por ser
uma técnica que permite extrair os óleos essenciais com menor alteração de seu valor
terapêutico, sendo até hoje a técnica mais utilizada. Além disso, outro médico árabe
importante, conhecido como Paracelso, estudou aprofundadamente o tema, sendo o primeiro a
utilizar o termo óleo essencial”, se referindo à “essência” ou “alma da planta” (CORAZZA,
2002).
A Europa então entrou no Renascimento e se iniciaram estudos com alquimia que
levaram a estudos de terapias naturais, incluindo aromaterapia (TISSERAND, 1993;
CORAZZA, 2002). Nessa época houveram muitas figuras importantes que desenvolveram os
conhecimentos na área, como Culpeper, Gerard, Backes, Brunfels, Fuchs, Bock, Monardes,
L'Ecluse, Mattioli, Turner, entre outros (TISSERAND, 1993; DAVIS, 1996; LAVABRE, 1997;
SILVA, 1998). Com o passar do tempo, ainda no Renascimento, a aromaterapia se expandiu da
alquimia à cosmética, à perfumaria e à medicina, deixando de ter qualquer conotação religiosa
(TISSERAND, 1993; LAVABRE, 1997; SILVA, 1998). Ao mesmo tempo começou a germinar
a ciência e os estudos começaram a se focar no que hoje chamamos de medicina alopática e
farmacoterapia (DAVIS, 1996).
Na Idade Contemporânea a ciência tomou força e as terapias naturais foram perdendo
espaço (LAVABRE, 1997). Ao mesmo tempo, alguns poucos estudiosos começaram a tentar
estudar a aromaterapia de uma forma mais científica no entanto sendo pouco conhecidos e
divulgados, como Whitla, Gatti, Cajola, Cadéac, Meunier e Chamberlain (TISSERAND,
21
1993).
Com esse desenvolvimento maior da medicina alopática, surgiram algumas
dificuldades, como os efeitos colaterais dos medicamentos, a formação de resistência de
microorganismos aos remédios, além do alto custo dos remédios por causa dos processos de
fabricação complexos. Essas dificuldades foram intensificadas durante e após a I Guerra
Mundial. Nesse momento existiam milhares de indivíduos necessitando de tratamento médico
e a medicina alopática era cara e inacessível. Com isso, reiniciou-se lentamente o estudo das
terapias naturais, por serem mais baratas e acessíveis.
Foi dentro dessa visão científica e durante esse momento sociopolítico que ressurgiu a
aromaterapia na Europa, com René-Maurice Gattefossé, um químico francês. Gattefossé criou
o termo “aromathérapie” para descrever a utilização terapêutica de aromas e o termo foi
traduzido posteriormente para o inglês e o português. Ele é considerado o “pai” dessa terapia
e seus livros fundaram a aromaterapia científica, baseada numa utilização médica,
farmacológica e olfativa, incluindo efeitos fisiológicos e psicológicos dos aromas
(SCHNAUBELT, 1998a). No entanto, inicialmente seus escritos tiveram poucos seguidores
científicos e os livros do Dr. Jean Valnet, baseados nos de Gattefossé, causaram uma
popularização intensa da clínica. Com isso, houveram muitos adeptos clínicos, mas poucos
científicos, de forma que os conhecimentos científicos evoluíram lentamente na área,
enquanto que os conhecimentos empíricos foram aprofundados mais rapidamente
(SCHNAUBELT, 1998a). Ainda que lentamente, a partir de Gattefossé, estudiosos começaram
a pesquisar aromaterapia cientificamente e a clínica disseminou-se novamente pela Europa.
Alguns dos estudiosos mais importantes desse período foram Fesneau, Caujolles, Pellecuer,
Passebecq, Bernabet, Valnet e Maury, considerada “mãe da aromaterapia” (DAVIS, 1996).
Na América sabe-se que havia utilização de plantas aromáticas pelos Toltecas (séc. XI)
e Astecas (séc. XIV), no entanto esses conhecimentos foram perdidos, assim como boa parte
dos conhecimentos indígenas de plantas nativas (ROSE, 1995). Por isso a aromaterapia é
considerada uma terapia essencialmente européia e é pouco conhecida nas Américas, a não
ser nos Estados Unidos, que importou a terapia junto com outros conhecimentos durante a I
guerra mundial e desenvolveu a clínica e a ciência rapidamente.
Atualmente cada país tem uma visão e abordagem própria para lidar com a
aromaterapia. Nos Estados Unidos a aromaterapia é usada principalmente em psicologia e
psiquiatria, na França é usada principalmente de forma médica, na Inglaterra ela tem um
22
caráter primordialmente de terapia alternativa e na Ásia tem um caráter tanto cosmético
quanto terapêutico, de acordo com a filosofia de cada povo (SILVA, 1998).
Foi graças a essa história de passagem de conhecimento entre diversos povos e o
ressurgimento em diferentes panoramas sociopolíticos que a aromaterapia atualmente
apresenta diversas abordagens diferentes (científicas e não científicas). Por causa dessa
diversidade existem divergências conceituais, teóricas e práticas, que serão discutidos mais
adiante nesse trabalho. Além disso, há uma certa desorganização quanto a tudo que existe de
conhecimento na área e é comum haver pouca intersecção entre os conhecimentos pela
dificuldade em comparar metodologias e bases teóricas distintas. Com tudo isso, atualmente,
o conhecimento na área da aromaterapia científica continua crescendo lentamente.
2.1.2 Aromacologia, da filosofia à ciência
“Aromacologia” é um termo que foi cunhado pelo “Sense of Smell Institute” em 1982
(CORAZZA, 2002; HERZ, 2009) para descrever o estudo científico dos efeitos dos aromas no
humor, na fisiologia e no comportamento (HERZ, 2009). No Brasil o termo pode ser
encontrado como “aromacologia” (CORAZZA, 2002) ou “aromatologia” (Associação
Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia – ABRAROMA). A aromacologia é uma parte da
aromaterapia científica que se relaciona intimamente com a osmologia (estudo científico do
sistema olfativo).
No estudo da aromaterapia (clínica e científica) é essencial compreender os efeitos dos
óleos essenciais no organismo, a fim de conhecer suas propriedades terapêuticas. Da mesma
forma que a clínica aromaterapêutica, a aromacologia e a aromaterapia científica foram
evoluindo ao longo da história.
De forma resumida podemos dizer que o entendimento dos efeitos terapêuticos da
aromaterapia inicialmente eram baseados em crenças filosóficas a partir de conhecimentos
empíricos desenvolvidos principalmente na Idade Antiga. Já na Idade Média os
conhecimentos foram impedidos de evoluir no mundo ocidental, principalmente pela Igreja
Católica. A partir do Renascimento e da revolução científica na Idade Moderna se iniciou a
visão científica no ocidente, enquanto que o oriente se manteve na sua visão filosófica. Nessa
23
época se desenvolveram os conhecimentos farmacológicos no ocidente, gerando uma linha
importante de abordagem da aromaterapia. Com a evolução da ciência e, principalmente, o
advento das neurociências, surgiram novas abordagens científicas à aromaterapia que
estudavam os efeitos neurofisiológicos dos óleos essenciais.
Atualmente não há um consenso nos estudos quanto às explicações dos efeitos
terapêuticos dos óleos essenciais, mas observando os trabalhos científicos que existem
atualmente com óleos essenciais podemos dizer que existem basicamente cinco abordagens à
aromaterapia (que serão detalhadas mais adiante):
Abordagem filosófica (baseada em teorias e filosofias de medicina oriental);
Abordagem psicológica (baseada no conceito de memória olfativa);
Abordagem farmacoquímica (baseada nos conhecimentos de farmacologia e medicina
ocidental);
Abordagem neurológica (baseada nos conhecimentos de neurologia e neurofisiologia);
Abordagem psiconeuroendocrinoimunológica (baseada nos conhecimentos de
psiconeuroendocrinoimunologia).
2.2 Organização da aromaterapia na atualidade
Muitos países usam e estudam aromaterapia, no entanto, como já foi citado, não existe
consenso teórico metodológico para essas atuações. Veremos a seguir alguns dos principais
países que usam e estudam a aromaterapia e faremos uma organização sistemática
simplificada a fim de facilitar a compreensão do panorama mundial atual da aromaterapia.
Além disso, tentaremos localizar o Brasil dentro desse panorama mundial.
2.2.1 Aromaterapia no mundo
É importante notar que existem diversas abordagens quanto ao estudo e aplicação da
aromaterapia (citados anteriormente), no entanto, não existe um consenso teórico-
24
metodológico dos estudos e aplicações de acordo com regiões geográficas. Diversos países
estudam e aplicam a aromaterapia, e cada país pode utilizar uma ou mais das abordagens
citadas anteriormente. Esse fato ilustra bem o nível de complexidade do campo da
aromaterapia no panorama mundial atual.
Dentre os diversos países que desenvolveram aromaterapia, podemos citar: África do
sul, Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, China, Coréia, Croácia, Egito, Estados Unidos da
América, Finlândia, França, Índia, Inglaterra, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Noruega,
Nova Zelândia, Portugal, Suécia, Suíça e Taiwan (PRICE; PRICE, 2007). A fim de identificar
quais países são mais desenvolvidos em aromaterapia clínica e científica, procuramos avaliar
os seguintes itens:
Tradição de clínica e estudo da aromaterapia no país: relativo a estudos em maior
escala, com a aromaterapia moderna (que ressurgiu nos anos 30 dentro da visão
científica) e não a aromaterapia da antiguidade.
Presença ou não de legislação específica da área: como reconhecimento da profissão
“aromaterapeuta” pelo governo, existência de leis regulamentadoras de prática clínica,
educação e produtos aromaterapêuticos e existência de associações profissionais na
área e suas funções.
Educação e treinamento profissional na área: se o curso é considerado livre,
profissionalizante ou universitário e se existe padrão de duração e conteúdo
programático dos cursos.
Clínica e aplicação da aromaterapia: vias de administração usadas, dose e
concentração dos produtos aromaterapêuticos, onde é usada a aromaterapia (hospitais,
clínicas, consultórios e se é oferecido pelo sistema de saúde público), se a população
tem fácil acesso à compra de produtos aromaterapêuticos, em que áreas se usa mais a
aromaterapia (estética e cosmética, saúde, bem estar e outras).
Pesquisas científicas na área: quais universidades e instituições estudam aromaterapia
cientificamente, quais abordagens são usadas e exemplos de artigos científicos
publicados pelo país.
A seguir iremos ver cada um desses países quanto a alguns desses itens (PRICE;
PRICE, 2007), pois não conseguimos obter todas as informações de todos os países, mas as
informações encontradas estão descritas a seguir:
África do sul:
25
Tradição: Início dos estudos e da clínica no final da década de 90.
Legislação: A procura por essas terapias causou o desenvolvimento da legislação
na área, a profissão de aromaterapeuta é reconhecida, existe uma associação
chamada “Association of Aromatherapists of South Africa” (AAOSA).
Educação: Nesse país a aromaterapia é considerada um curso profissionalizante.
Clínica: As terapias alternativas tem crescido bastante na África nos últimos anos,
sendo mais usada dentro do ambiente hospitalar em centros de hematologia,
doenças infecciosas, neurologia e outros.
Pesquisas científicas: Informação indisponível.
Alemanha:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 80.
Legislação: Na Alemanha a aromaterapia só pode ser legalmente aplicada por
médicos e naturopatas (excluindo fisioterapeutas, enfermeiros, farmacêuticos e
aromaterapeutas, sendo que a profissão de aromaterapeuta ainda não é reconhecida
no país e é proibido colocar funções terapêuticas no rótulo de produtos
aromaterapêuticos porque eles não são reconhecidos legalmente como produtos
terapêuticos farmacológicos). Existem duas grandes associações de aromaterapia
na Alemanha: Forum Essenzia (que dá workshops de aromaterapia) e NORA-
International, uma filial da associação inglesa “Natural oils Research Association”
(que desenvolve diversos trabalhos científicos, seminários, congressos, artigos e
divulgação).
Educação: Não há muitas escolas que ensinam aromaterapia na Alemanha,
havendo cursos com durações diferentes e sem legislação regulamentando-os. Há 3
níveis de educação na área: aromaterapia (para médicos e naturopatas), aroma-care
(para profissionais da área da saúde como enfermeiros, fisioterapeutas e parteiras)
e aconselhamento aromaterapêutico (para todos os outros profissionais, que
recebem o título de conselheiro aromaterapêutico ou especialista em aromaterapia,
mas não aromaterapeuta. Nenhum dos cursos é dado dentro de universidades, no
geral os cursos são profissionalizantes.
Clínica: Nesse país não é fácil encontrar óleos essenciais de alta qualidade para
vender. A aromaterapia, no entanto tem ganhado espaço clínico dentro de hospitais
(5 a 10% dos hospitais tem aromaterapia) e com profissionais autônomos, sendo
26
usada por enfermeiras, parteiras, médicos, naturopatas, fisioterapeutas e outros
profissionais.
Pesquisas científicas: Os estudos em aromaterapia na Alemanha tem aumentado
consideravelmente, esse país tem potencial para muito desenvolvimento científico
na área, mas ainda está no início da sua formação na área. As pesquisas
desenvolvidas no país tem se voltado mais aos efeitos farmacológicos dos óleos
essenciais comparados a medicamentos alopáticos, ou seja, usando a abordagem
farmacoquímica.
Austrália:
Tradição: Início dos estudos e da clínica por volta de 2005.
Legislação: A aromaterapia ainda não apresenta legislação definida e está em
processo de legalização da profissão pelo Ministério da Saúde australiano.
Atualmente as associações regulamentam a aplicação e o ensino na área. Os
produtos aromaterapêuticos são regulamentados pelo “Therapeutical Goods
Association”. As associações que regulamentam a aromaterapia são a Australian
National Traning Authority”, a “International Federation of Aromatherapy” (filial
da matriz inglesa), a “International Federaton of Professional Aromatherapists”
(muitos dos profissionais tem qualificação dessa associação inglesa, mas não há
filial australiana da matriz inglesa) e a”Australian Aromatic Medicine Association”
(que dá cursos de treinamento profissional e pós-graduação em medicina
aromática, ainda não reconhecida pelo Ministério da Saúde australiano). O
Ministério da Saúde australiano fundou o Departamento de Medicina
Complementar em que está no processo de reconhecimento das profissões e
regulamentação das práticas e do ensino na área.
Educação: Nesse país a aromaterapia é considerada um curso profissionalizante
porque ainda não existe legislação para curso universitário. No entanto, diversas
faculdades oferecem treinamento em aromaterapia, procurando ser reconhecidas
pelo Australian National Traning Authority”, no entanto os cursos não são
suficientes para a prática autônoma, sendo feitos por profissionais da área da
saúde, em especial por enfermeiros.
Clínica: Na Austrália a aromaterapia tem mostrado grande potencial de
desenvolvimento, principalmente pela cooperação entre terapeutas
27
complementares e convencionais. A aromaterapia é uma das terapias
complementares mais usadas nesse país, principalmente dentro de estética, mas
também começando a entrar em cuidados paliativos, obstetrícia e gerontologia.
Pesquisas científicas: Os estudos em aromaterapia na Austrália tem se voltado à
aplicação clínica e ao estudo farmacológico, principalmente de óleos essenciais
nativos do país, que são muito diferentes dos óleos essenciais usados no resto do
mundo pela ecologia diferenciada da ilha ou estudo das atividades biológicas do
óleos essencial de lavanda (CAVANAGH; WILKINSON, 2002), efeitos
antibióticos de um produto aromaterapêutico (AL-SHUNEIGAT; COX;
MARKHAM, 2005), artigos de revisão bibliográfica (CARSON; HAMMER;
RILEY, 2006) e avaliação de massagem aromaterapêutica na diminuição de níveis
de stress e ansiedade (COOKE et. al., 2007).
Bélgica:
Tradição: Início dos estudos e da clínica na década de 90.
Legislação: Aromaterapia não é reconhecida como profissão nem terapia, não
existindo regulamentação na área. Não há associações que regulamentam a
profissão, a prática e o ensino.
Educação: Aromaterapia nesse país é ensinada por faculdades de estética, mas os
cursos que são oferecidos tem somente informações básicas em aromaterapia e
duração de 4 a 20 horas, sendo todos fora da universidade. Nesse país a
aromaterapia é considerada um curso livre ou profissionalizante.
Clínica: Na Bélgica a aromaterapia é usada principalmente em estética,
Pesquisas científicas: Existe uma associação que realiza pesquisas na área, a
“Natural Aromatherapy Research and Development Association”, que tem uma
filial no Japão.
Canadá:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 90.
Legislação: O único estado a reconhecê-la como profissão é a Colômbia Inglesa,
que reconhece o título de “aromaterapeuta registrado” dos profissionais filiados à
“British Columbia Alliance of Aromatherapists”. Para o exercício profissional o
aromaterapeuta precisa ser filiado a uma organização reconhecida de terapia
complementar, como o “British Columbia Association of Practicing
28
Aromatherapists in British Columbia”, a “Canadian Federation of
Aromatherapists” e a “International Aromatherapists and Tutors Association”. Há
ainda outra associação chamada “Alberta Aromatherapy Organization” que oferece
serviços e informações sobre aromaterapia. Os produtos aromaterapêuticos estão
em processo de legalização e reconhecimento pelo “Health Canada”.
Educação: O ensino em aromaterapia existe em diversos níveis, desde cursos livres
de um final de semana até cursos diplomados (profissionalizantes) do Ministério
da Educação de Ontário (que oferecem o título de “Registered Aromatherapy
Health Practitioner”) ou pelo “International Certified Aromatherapy Institute” (que
oferece o título de “Certified Aromatherapy Health Therapist” em conjunto com a
“Canadian Examining Board of Health Care Professionals”).
Clínica: A aromaterapia é usada há anos no Canadá em clínicas particulares, spas
e hospitais
Pesquisas científicas: Não foram encontrados estudos científicos canadenses em
aromaterapia publicados.
China:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 90.
Legislação: A profissão de aromaterapeuta foi reconhecida em 2004 pelo governo
por problemas de mal uso dos óleos essenciais por falta de formação adequada.
Educação: Uma associação chinesa chamada “Shanghai” tem trabalhado em
conjunto com o “International Federation of Professional Aromatherapists” para
oferecer treinamento em aromaterapia seguindo o modelo inglês. Os cursos
profissionais oferecidos atualmente seguem as regras de 2 associações inglesas
(“International Federation of Aromatherapy” e “International Federation of
Professional Aromatherapists”) e 1 americana (“National Association of Holistic
Aromatherapy”). Nesse país a aromaterapia é considerada um curso
profissionalizante.
Clínica: O uso mais comum da aromaterapia na China é na estética e os
conhecimentos mais atualizados foram trazidos da Europa e da América por
mulheres envolvidas em herbalismo. No entanto, como existem poucas publicações
sobre aromaterapia em chinês, os conhecimentos são limitados e a prática
desorganizada.
29
Pesquisas científicas: Por falta de equipamento adequado, os estudos em
aromaterapia são realizados com as plantas aromáticas e matérias primas, mas não
os óleos essenciais de alta qualidade.
Coréia:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no final da década de 90.
Legislação: Nesse país existem duas associações atuantes em aromaterapia: a
“Korean Association of Naturopatic Medicine” e a “Korean Aromatherapy
Association”.
Educação: Nesse país a aromaterapia é considerada um curso profissionalizante.
Clínica: Na Coréia as terapias naturais mais usadas são as dos sistemas orientais de
herbalismo, acupuntura, entre outras. Há alguns anos a aromaterapia tem sido
usada principalmente na área de estética e para problemas do dia-a-dia (como dor
de cabeça, tensão e stress). Na área médica a aromaterapia tem sido usada em
neuropsiquiatria, medicina respiratória, dermatologia e medicina cardiovascular.
Pesquisas científicas: Existem alguns estudos científicos em aromaterapia
produzidos nesse país, em geral com uma abordagem filosófica oriental.
Croácia:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 90.
Legislação: Não existe legislação para a prática da aromaterapia no país, mas as
profissões de “aromaterapeuta” e “especialista em aromaterapia” são reconhecida
pelo governo. Existe uma associação em processo de formação no país, chamada
“Croatian Society of Professional Aromatherapists” que deverá ser filiada à
“International Federation of Professional Aromatherapists” (cuja matriz se
encontra na Inglaterra).
Educação: Uma escola particular chamada Aromavita, fundada por uma
aromaterapeuta formada pelo “Shirley Price International College of
Aromatherapy” (na Inglaterra) foi a primeira a criar cursos de aromaterapia no país
e é atualmente a escola mais renomada do país, sendo reconhecida pelo governo,
formando profissionais com os títulos de “aromaterapeuta” e “Especialista em
aromaterapia”. Nesse país a aromaterapia é considerada um curso
profissionalizante.
Clínica: A aromaterapia faz parte da medicina tradicional da Croácia. Nesse país
30
as pessoas usam-na como medicina popular. No entanto os óleos essenciais são em
geral importados da França ou da Alemanha. Alguns hospitais e clínicas
particulares tem departamento de aromaterapia e dão atendimento e cursos.
Pesquisas científicas: Informação indisponível.
Egito:
Tradição: Início dos estudos e da clínica entre 2000 e 2010.
Legislação: Informação indisponível.
Educação: Informação indisponível.
Clínica: Informação indisponível.
Pesquisas científicas: Existem artigos científicos sobre o assunto vindos desse país,
por exemplo comparando óleos essenciais a extratos (EL-SHAZLY; HAFEZ;
WINK, 2004) e estudo observando a bioatividade de componentes químicos
isolados de óleos essenciais (ABDELGALEIL et al., 2008).
Estados Unidos da América:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 80.
Legislação: Existe uma associação que reconhece os cursos em aromaterapia além
do departamento de educação americano, que é o American Holistic Nurses
Association”. A Aromatherapy Registration Council” oferece uma prova em
aromaterapia para pessoas que cursaram um mínimo de horas e currículo
determinado por eles, dando o título de “Registered Aromatherapist”. Ainda existe
outra associação chamada “National Association for Holistic Aromatherapy” que
oferece cursos, palestras, informações e um periódico chamado Aromatherapy
Journal”.
Educação: Existem muitos cursos de aromaterapia nos Estados Unidos mas poucos
são reconhecidos (como os cursos do Australasian College of Health Sciences”,
do “Institute of Integrative Aromatherapy” e do “Institute of Aromatic Studies”).
Nesse país a aromaterapia é considerada um curso profissionalizante.
Clínica: Nesse país a aromaterapia é considerada terapia complementar e poucos
seguros de saúde cobrem, fazendo com que poucos hospitais tenham aromaterapia.
No entanto enfermeiras tem usado cada vez mais a aromaterapia dentro do
hospital, criando protocolos de aplicação e regras específicas para cada local e a
popularidade da aromaterapia tem crescido muito.
31
Pesquisas científicas: Os Estados Unidos sediaram a primeira conferência mundial
de aromaterapia. Esse país produz diversos artigos científicos em aromaterapia e
existem diversas universidades e faculdades que tem estudos e artigos em
aromaterapia. Existem artigos de revisão bibliográfica (CAWTHRON, 1995;
ADREESCU et. al., 2008; SMITH; KYLE, 2008), artigos que estudam alteração
de dor após inalação com óleos essenciais (GEDNEY; GLOVER; FILLINGIM,
2004), alteração de sono com aromas (GOEL; KIM; LAO, 2005), efeitos tópicos
de óleos essenciais na resistência a exercícios em fibromiálgicos (RUTLEDGE;
JONES, 2007), traços de memória olfativa em animais (BERRY; KRAUSE;
DAVIS, 2008), diminuição de stress em crianças com banhos aromaterapêuticos
(FIELD et. al., 2008), efeitos psiconeuroendocrinoimunológicos de cheiros
(KIEKOLT-GLASER et al., 2008), efeitos anti-gengivite e anti-placa de enxágües
bucais com óleos essenciais (GUNSOLLEY, 2008), efeitos de memória de odores
em humanos (HERNANDEZ et. al., 2008), diminuição de ansiedade e stress com
aromaterapia ambiental (HOLM; FITZMAURICE, 2008), aprendizado associado a
aromas e sua relação com as emoções (HERZ, 2009) e avaliação do uso de
aromaterapia em hospitais públicos americanos (KOZAK et. al., 2009).
Finlândia:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no início da década de 80.
Legislação: Não existe legislação direta para aromaterapia, mas sim indireta para
cosméticos e medicina que se aplicam à aromaterapia. Existem duas associações
de aromaterapeutas (“Suomen aromaterapeutit ry” e “UMG-
aromaterapiayhdistys”), mas nenhuma oferece seguro profissional.
Educação: A aromaterapia é ensinada em clínicas particulares, mas em geral elas
seguem regras internacionais de currículo, carga horária e programa, sendo que
todos tem formação básica em medicina ortodoxa e natural. Nesse país a
aromaterapia é considerada um curso profissionalizante.
Clínica: Na Finlândia a aromaterapia é usada principalmente por terapeutas
profissionais autônomos, pois não é permitida a aplicação de aromaterapia dentro
de hospitais. Os conhecimentos tem sido divulgados em revistas, livros e internet
de forma que o interesse na terapia tem aumentado.
Pesquisas científicas: Não foram encontrados artigos científicos na área nesse país.
32
França:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no início da década de 60.
Legislação: A França é um dos países mais tradicionais em aromaterapia, no
entanto não existe a profissão de aromaterapeuta nesse país porque essa terapia se
enquadra legalmente dentro de herbalismo e fitoterapia.
Educação: Os cursos de aromaterapia na França tem grande duração e
profundidade, sendo dados sempre como uma parte de fitoterapia e herbalismo,
incluindo substâncias que não são consideradas da aromaterapia (como extratos
herbais). Na França a aromaterapia é considerada um curso universitário. As
principais universidades a oferecer os estudos em aromaterapia são as faculdades
de medicina da “Université Bobigny” (que oferece os diplomas de
naturothérapeute para médicos e naturopath para profissionais da saúde não
médicos, além de oferecer uma formação em aconselhamento de ervas naturais) e
da “Univeresité Montpellier” (que oferece diplomas com os quais somente médicos
podem clinicar). Além desses, existem outros institutos como o “Institut
Méditerranéen de Documentation d'Ensignement et de Recherce sur les Plantes
Médicinales” e a École Lyonnaise des Plantes Medicinales” que oferecem cursos
para profissionais não médicos. Existe uma associação chamada Association
Aromathérapie pour tous” que se dedica à divulgação de informações de
aromaterapia ao público geral.
Clínica: Os óleos essenciais são receitados em supositórios, cápsulas gelosas,
tinturas e pessários, principalmente para infecções e inflamações, somente por
médicos, cirurgiões dentistas, veterinários ou farmacêuticos (todos chamados de
“aromatologue” ou aromatólogos), não sendo costumeiro a utilização de via tópica
como é nos outros países. Além disso, nesse país somente fisioterapeutas podem
realizar massagem, não existindo a profissão de massoterapeuta, o que impede a
utilização da massagem aromaterapêutica (modo mais comum de utilização da via
tópica) como nos outros países. Esse país deve ser o mais rico em quantidade e
qualidade de óleos essenciais vendidos, é comum encontrar óleos de alta qualidade
em qualquer farmácia, no entanto nem todos os óleos são vendidos livremente,
alguns são vendidos somente com receita médica.
Pesquisas científicas: Esse país produz diversos artigos científicos em
33
aromaterapia, mas nem todos são publicados internacionalmente, muitos sendo
publicados somente em francês. A maioria desses artigos se refere às propriedades
anti-inflamatórias e antimicrobianas dos óleos essenciais. Algumas das principais
universidades e faculdades que tem estudos e artigos em aromaterapia na França
são: L'Université Bobigny, L'Univeresité Montpellier, L'Institut Méditerranéen de
Documentation d'Ensignement et de Recherce sur les Plantes Médicinales e
L'École Lyonnaise des Plantes Medicinales (PRICE; PRICE, 2007), no entanto os
artigos costumam ser publicados somente em francês, não sendo disponibilizados
em bibliotecas de dados internacionais.
Índia:
Tradição: Início dos estudos e da clínica por volta de 2000.
Legislação: Informação indisponível.
Educação: Informação indisponível.
Clínica: Informação indisponível.
Pesquisas científicas: Existem artigos científicos nessa área produzidos pelo país,
como estudo da excitação com aromas em humanos (HEUBERGER;
HONGRATANAWORAKIT; BUCHBAUER, 2006), estudo de revisão
bibliográfica de plantas indianas com efeito anti-oxidante (SCARTEZZINI;
SPERONI, 2000) e estudo sobre o controle de crises convulsivas com escalda-pés
com (JASEJA, 2008).
Inglaterra:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 60.
Legislação: A Inglaterra é um dos países mais tradicionais em aromaterapia e há
uma legislação detalhada sobre o uso de óleos essenciais, sendo que profissionais
da área da saúde e terapeutas alternativos podem aplicar aromaterapia legalmente
na Inglaterra. A legislação também oferece informações quanto a carga horária,
currículo mínimo e programa dos cursos de formação. As principais associações
internacionais que orientam e procuram regulamentar ensino e clinica em
aromaterapia e o comércio de óleos essenciais e produtos aromaterapêuticos são
inglesas, como a “International Federation of Professional Aromatherapists”, a
“International Federation of Aromatherapy” e a “Institute of Aromatic Medicine”
(que reconhece cursos de aromaterapia em todo o mundo). Também existem outras
34
associações importantes dentro do país, como a”Aromatherapy Consortium” (que
certifica aromaterapeutas credenciados) e a Aromatherapy Trade Council” (que
lida com as normas dos produtos).
Educação: Existem diversos cursos de formação em aromaterapia e diversas
escolas particulares e algumas universidades (como Napier, Wolverhampton,
Thames Valley e Huddersfield) tem seus cursos reconhecidos, mas nem todos os
cursos oferecidos são reconhecidos.
Clínica: Nesse país a aromaterapia expandiu drasticamente, estando atualmente
presente em diversos ambientes, de hospitais a clínicas e consultórios particulares.
Pesquisas científicas: Existem diversos artigos científicos e publicações científicas
específicas da área nesse país, como o “International Journal of Aromatherapy”,
“The Aroma-chology Review”, The Aromatherapy Times”, “Journal of Essential
Oil Research”, Aromatherapy Journal” e “In Essence”. Diversas universidades
tem estudos e artigos em aromaterapia na Inglaterra. Como artigos de discussão do
estado científico da aromaterapia e seu uso (KING, 1994; JOHNSON, 2000;
ERNST; WHITE, 2000; THOMAS; NICHOLL; COLEMAN, 2001;
GREENFIELD et al., 2002; RAWLINGS; MEERABEAU, 2003; PRICE; PRICE,
2007; WILLIAMS; MITCHELL, 2007; BUCKLE, 2007; KYLE et al., 2008),
aromaterapia na área obstétrica (TIRAN, 1996), avaliação de massagem com óleos
essenciais em eczema em crianças (ANDERSON; LIS-BALCHIN; KIRK-SMITH,
2000), atividade in vitro de óleos essenciais que podem justificar seu uso no
tratamento de Alzheimer (PERRY et al., 2001), avaliação de variação de
concentração de compostos em óleos essenciais (MORRIS, 2002), avaliação da
importância de continuação a longo prazo de tratamento aromaterapêuticos e de
estudos a longo prazo (ROBINSON; DONALDSON; WATT, 2006), avaliação da
diminuição dos níveis de ansiedade de pacientes paliativos com aromaterapia
(KYLE, 2006), avaliação de mudança na percepção de dor com inalação de aromas
(MARTIN, 2006), efeitos ansiolíticos de lavanda em animais (BRADLEY et. al.,
2006) e desenvolvimento de perfis farmacológicos de óleos essenciais
(ABUHAMDAH et. al., 2008).
Irlanda:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no final da década de 60.
35
Legislação: Há diversos profissionais da área da saúde que estão trabalhando e se
formando em aromaterapia nesse país e, com isso, o Ministério da Saúde está em
processo de desenvolvimento de legislação específica para a área. Há uma filial da
“International Society of Professional Aromatherapists” no país.
Educação: Não há cursos em aromaterapia no país e a maioria dos profissionais
realizou treinamento na Inglaterra.
Clínica: Na Irlanda a aromaterapia é bastante popular e antiga, no entanto tem um
caráter popular e não necessariamente profissional. A aromaterapia é usada nesse
país dentro de hospitais, clínicas e unidades de saúde, porém por profissionais
autônomos e não integrados dentro do funcionamento oficial desses locais.
Pesquisas científicas: A aromaterapia nesse país tem um caráter mais clínico do
que científico e não foram encontrados artigos científicos publicados desse país.
Islândia:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no final da década de 80.
Legislação: A profissão de aromaterapeuta é reconhecida, mas a legislação está em
desenvolvimento. Não existem associações na área nesse país.
Educação: Há dois cursos mais tradicionais em aromaterapia, nas escolas
“Nuddskóli Islands” e “Lífsskólinn”, ambos voltados para profissionais da área da
saúde.
Clínica: Na Islândia a aromaterapia é bastante usada no dia-a-dia da população,
com isso foram sendo montados cursos cada vez mais profissionais e a área
cresceu rapidamente nos últimos anos, sendo que os aromaterapeutas atuam tanto
como profissionais liberais quanto em clínicas de terapias complementares,
também havendo aromaterapia dentro de alguns hospitais como tratamento
opcional. Diferente da maioria dos países, a aromaterapia nesse país não começou
na área estética, mas inclui essa área também.
Pesquisas científicas: Dentro da área acadêmica existem pesquisas com plantas
terapêuticas há muitos anos, mas não com óleos essenciais.
Israel:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no final da década de 80.
Legislação: Não existe legislação e restrição quanto à prática da aromaterapia,
sendo que os profissionais podem aplicar a terapia mesmo após um treinamento de
36
dois dias. Já existe a “Chamber for Complementary Health Professionals”, que atua
em conjunto com o Ministério da Saúde na área de terapias complementares.
Educação: Em Israel a aromaterapia é considerada parte de medicina herbal ou
naturopatia, não havendo cursos específicos de aromaterapia. Os cursos de
medicina herbal ou naturo patia são dados dentro de faculdades de medicina
complementar (como “Haim Schloss College”, “Reidman International College for
Complementary Medicine”, “Genesis College of Complementary Medicine” e
“School of Complementary Medicine” da “Tel Aviv University”) e uma
organização (“The Israel Aromatherapy Association”) está em processo de
formação, visando determinar padrões de currículo.
Clínica: Diversos seguros de saúde oferecem cobertura para tratamentos de
medicina complementar, incluindo aromaterapia, em clínicas. Enfermeiras,
fisioterapeutas e parteiras são os principais profissionais a se interessarem e se
formarem na área, introduzindo-a na sua prática de modo informal.
Pesquisas científicas: Na área acadêmica, a “Natural Medicine Research Unit”
realiza pesquisas em terapias complementares, mas ainda não realizou nenhuma
pesquisa específica com óleos essenciais, e a “Neve Ya'ar Agricultural Research
Center” realiza pesquisas com plantas aromáticas, voltadas ao cultivo e biossíntese
dos óleos essenciais das plantas.
Itália:
Tradição: Início dos estudos e da clínica por volta de 2000.
Legislação: Informação indisponível.
Educação: Informação indisponível.
Clínica: Informação indisponível.
Pesquisas científicas: Existem artigos científicos com óleos essenciais na Itália,
como estudo dos efeitos do óleo essencial de eucalipto em infecções respiratórias
(CERMELLI et. al., 2008), estudo do efeito antibiótico do óleo essencial de tea-
tree (FERRINI et. al., 2006) e efeitos anti-fúngicos do óleo essencial de lavanda
(D'AURIA et. al., 2005).
Japão:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 80.
Legislação: Não existe legislação específica para a área, que se divide em
37
profissionais formados em acupuntura e medicina e aromaterapeutas não
profissionais. Não existe legislação para a comercialização de óleos essenciais,
mas a Aromatherapy Association of Japan” estabeleceu um código ético e
controle de qualidade na área, pois existe um comércio intenso de óleos essenciais
rico em variedade e quantidade. Existem diversas associações na área (“The
Aromatherapy Association of Japan”, “The Japanese Society of Aromatherapy”,
“The Japanese Holistic Medical Society”, The Japanese Aromacoordinator
Association” e a filial japonesa da associações alemã e belga “Forum Essenzia” e
“Natural Aromatherapy Research and Development”), no entanto cada uma segue
suas regras e qualificações por não existir legislação nem conselho inter-
organizacional para homogeneizar as associações.
Educação: Atualmente existem por volta de 200 escolas que ensinam aromaterapia.
Clínica: Antigamente a aromaterapia era usada no Japão, importada da Índia, no
entanto de forma mais rústica, ou seja, utilizando plantas aromáticas e não
necessariamente óleos essenciais. Com o tempo o país se voltou mais à acupuntura
e outras técnicas e a aromaterapia profissional foi introduzida ao Japão por
publicações inglesas e profissionais treinados na Inglaterra. Atualmente existem
por volta de 250 lojas que vendem produtos aromaterapêuticos e a aromaterapia é
usada em larga escala no dia-a-dia da população, sendo facilmente encontrada
dentro de hospitais e clínicas médicas.
Pesquisas científicas: Existem 5 periódicos específicos da área no país. O
periódicoThe Journal of Aroma Science and Technology” se dedica à publicação
de artigos científicos na área e cada associação tem seu time de pesquisadores,
além de existirem pesquisas em universidades e laboratórios de empresas.
Noruega:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no final da década de 70.
Legislação: A legislação do país permite o tratamento com terapias
complementares para qualquer paciente, sugerindo que haja acompanhamento
médico quando necessário, dado que consideram as terapias complementares um
apoio à medicina clássica. Apesar de alguns professores ensinarem a aplicação de
óleos essenciais via oral, não é permitida a prescrição dessa via pelos terapeutas.
Existem duas grandes associações no país, a “Norske Naturterapeuters
38
Hovedorganisasjon” que compreende diversos grupos de terapias complementares,
sendo o maior de aromaterapia (o Aromaterapifaggruppen”) e o Norske
Aromaterapeuters Forening” que trata de identidade profissional, regras e padrões
para educação e prática e divulgação da aromaterapia para o público em geral.
Educação: Há pelo menos 12 escolas que dão curso diplomado em aromaterapia no
país, a primeira sendo a “Norsk Aromaterapiskole” (originalmente uma filial da
inglesa “Shirley Price International College”). Os cursos no entanto podem variar
de 2 dias a 1 ou 2 anos de duração. Algumas escolas oferecem cursos avançados
como psicoaromaterapia, aromaterapia médica, aromaterapia na saúde da mulher,
aromaterapia em pediatria e aromaterapia em paciente oncológico.
Clínica: A aromaterapia foi introduzida no país pela estética mas logo começou a
ser usada para tratar distúrbios relacionados a stress e posteriormente fibromialgia,
enxaqueca, reumatismo e mialgia por profissionais e leigos. Essa terapia está
presente em diversos hospitais como tratamento opcional, sendo que as terapias
complementares são muito populares no país.
Pesquisas científicas: Existem alguns artigos de pesquisas realizadas nesse país,
principalmente na Universidade de Tromso, no “Rogalandsforskning”, na
Universidade de Trondheim e na Universidade de Oslo. Todos são voltados aos
aspectos clínicos dos efeitos da aromaterapia em humanos.
Nova Zelândia:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no final da década de 90.
Legislação: Informação indisponível.
Educação: Existem cursos diplomados de 2 anos para treinamento em
aromaterapia no “Manawatu Polytechnic”.
Clínica: Na Nova Zelândia o interesse do público tem aumentado com relação à
aromaterapia principalmente por causa de importação de livros ingleses. Os óleos
essenciais são usados dentro de hospitais, clínicas e centros de saúde com o apoio
dos médicos e aplicado por profissionais registrados no “New Zealand Register of
Holistic Aromatherapists”.
Pesquisas científicas: Informação indisponível.
Portugal:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 90.
39
Legislação: No país, a aromaterapia não é considerada legal nem ilegal, não há
legislação a respeito da clínica e do comércio de óleos essenciais. Não existem
associações na área nesse país.
Educação: Os cursos oferecidos na área são curtos (em geral com duração de um
final de semana) e superficiais, os profissionais mais qualificados aprendem no
exterior.
Clínica: A aromaterapia começou em Portugal a partir da estética, a maioria dos
profissionais tendo sido treinado fora do país. O uso de óleos essenciais no país
não abrange hospitais pela aromaterapia ser considerada medicina alternativa (e
não complementar) e não ser bem aceita dentro dos hospitais, apesar de médicos
em geral aceitarem bem os tratamentos para os pacientes (principalmente de
medicina paliativa). Existem algumas clinicas e consultórios particulares que
oferecem aromaterapia.
Pesquisas científicas: Informação indisponível.
Suécia:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no início da década de 80.
Legislação: Não existe legislação em medicina complementar e natural. Fora do
hospital em clínicas particulares os profissionais se submetem a uma lei chamada
“the quak's law” que dita que não se pode usar terapias complementares dentro do
sistema público de saúde a não ser que se consiga uma permissão especial do
estado, crianças com menos de 8 anos não podem ser tratadas, doenças venéreas,
câncer, diabetes e epilepsia não podem ser tratados e todos os tratamentos são
obrigados a ter uma consulta pessoal cara-a-cara. Caso quaisquer dessas regras seja
quebrada a pena é prisão e a ignorância a respeito da lei não é aceitável como
desculpa. Existe somente uma associação no país, a “Swedish Aromatherapy
Association” que supervisiona os cursos e as lojas que vendem óleos essenciais.
Educação: Informação indisponível.
Clínica: Na Suécia as terapias complementares não são muito bem aceitas. Muitos
profissionais tem mostrado interesse em aromaterapia, apesar de não poderem usá-
la no seu trabalho, por ser proibido dentro de hospitais.
Pesquisas científicas: Informação indisponível.
Suíça:
40
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 80.
Legislação: As leis em aromaterapia no país são rígidas, como na Alemanha e o
uso restrito. Não existem associações fortes na área no país, existe uma chamada
“Veroma”, mas que não apresenta grandes atividades e os profissionais em geral
são associados da “Forum Essenzia” alemã.
Educação: Existem duas escolas que oferecem treinamento profissional como na
Inglaterra, o “Woodtli Schulen” e o “Schweizer Schule fur Aromatherapie”, mas
diversos profissionais são formados no exterior, principalmente na Alemanha.
Clínica: Na parte alemã da Suíça a aromaterapia e usada como na Alemanha e na
parte francesa e usada como na Franca (de forma médica). Existe uma dificuldade
de incluir a aromaterapia nos hospitais e em geral o uso e maior em clinicas
medicas particulares por aromaterapeutas (médicos formados em aromaterapia) e
aromatólogos (profissionais não médicos formados em aromaterapia). Se
encontram óleos essenciais de alta qualidade em lojas especializadas, mas existe
muito mais óleo essencial de má qualidade sendo vendido em diversos locais.
Pesquisas científicas: Existem estudos e pesquisas em desenvolvimento sobre
efeitos antimicrobianos de óleos essenciais e o uso de aromaterapia em pacientes
soro-positivos.
Taiwan:
Tradição: Início dos estudos e da clínica no meio da década de 80.
Legislação: Não existe legislação na área, nem associações profissionais.
Educação: Não existem cursos dados pelo país, mas sim dado por profissionais de
outros países convidados a ensinar no país.
Clínica: A aromaterapia iniciou nesse país com empresas cosméticas particulares e
indivíduos interessados em cuidados naturais com a saúde pessoal. Como a área
estética é muito forte no país, a aromaterapia começou nessa área e os efeitos
terapêuticos dos óleos essenciais eram ignorados. Isso se manteve por bastante
tempo pela dificuldade da população em compreender inglês, dado que a maioria
das informações eram publicadas em inglês. Com o tempo alguns profissionais
foram ao exterior (principalmente Inglaterra e Austrália) e trouxeram os
conhecimentos em aromaterapia ao país, além disso, alguns livros foram
publicados em chinês e outros por profissionais tailandeses, facilitando o acesso às
41
informações. No comércio era fácil encontrar óleos essenciais de má qualidade e
adulterados no país, atualmente algumas empresas oferecem óleos essenciais de
qualidade. Com a melhora dos conhecimentos da aromaterapia e outras terapias
complementares o sistema público de saúde passou a oferecer algumas terapias
complementares, enviando profissionais para realizarem treinamento ou
contratando aromaterapeutas profissionais. A aromaterapia dentro desse sistema
publico de saúde e usada principalmente para pacientes terminais com câncer, mas
tem ocorrido uma expansão para outras áreas pelos relatos positivos dos pacientes.
Pesquisas científicas: não existem pesquisas na área nesse país.
Dado que existem tantas diferenças entre os tópicos citados (tradição, legislação,
educação, clínica e pesquisa científica) entre os países, para facilitar a organização iremos
discutir rapidamente os principais países mais desenvolvidos em cada um dos tópicos:
Tradição: Os países mais tradicionais em aromaterapia clínica são a França, a
Inglaterra e a Irlanda (PRICE; PRICE, 2007), sendo que na Croácia e no Japão, apesar
de serem mais recentes, a aromaterapia clínica é popular, ou seja, usada pela
população no geral sem necessidade de acompanhamento médico (PRICE; PRICE,
2007).
Legislação: Os países que tem legislação mais desenvolvida na área de aromaterapia
são: África do sul, Alemanha, Canadá (na Colômbia Inglesa), China, França.
Inglaterra, Noruega e Suíça (PRICE; PRICE, 2007). Outros países estão em processo
de desenvolvimento de legislação e/ou formação de associações profissionais, como:
Austrália, Croácia, Estados Unidos da América, Irlanda e Islândia.
Educação: Quanto a educação na área poucos países consideram a aromaterapia um
curso livre (Portugal), diversos países consideram a aromaterapia como curso
profissionalizante (África do sul, Austrália, Bélgica, China, Coréia, Croácia, Finlândia,
Inglaterra, Islândia, Japão, Noruega, Nova Zelândia e Suíça) e poucos consideram-na
como curso universitário (França e Israel). Além disso, alguma países consideram a
aromaterapia tanto curso livre quanto curso profissionalizante (Canadá e Estados
Unidos da América) e a Alemanha tem os três níveis de cursos em aromaterapia (livre,
profissionalizante e universitário). Já quanto a excelência em ensino, os países mais
desenvolvidos são principalmente a Inglaterra, os Estados Unidos da América e a
França, que, além de tradição educativa, têm também um bom desenvolvimento do
42
campo da aromaterapia científica (PRICE; PRICE, 2007).
Clínica: apesar da França, Inglaterra e Irlanda serem os países mais tradicionais na
aromaterapia clínica, o uso clínico da aromaterapia tem se expendido muito em
diversos outros países (PRICE; PRICE, 2007). Alguns utilizando a aromaterapia
clínica mais em estética e bem-estar (como Bélgica, China, Coréia, Finlândia,
Noruega, Portugal e Taiwan) enquanto que outros usam mais em saúde, dentro de
hospitais, clínicas e consultórios particulares (como África do sul, Alemanha, França,
Irlanda, Nova Zelândia e Suécia). Ainda existem os países que usam a aromaterapia
clínica tanto em estética e bem estar, quanto em saúde (como Canadá, Croácia,
Estados Unidos da América, Inglaterra, Islândia, Israel, Japão e Suíça).
Pesquisa científica: Já na aromaterapia científica, os países mais tradicionais e com
maior quantidade de publicações científicas são a França, a Inglaterra e os Estados
Unidos da América (KING, 1994; CAWTHRON, 1995; TIRAN, 1996; JOHNSON,
2000; ANDERSON; LIS-BALCHIN; KIRK-SMITH, 2000; PERRY, DOWRICK,
2000; ERNST; WHITE, 2000; THOMAS; NICHOLL; COLEMAN, 2001;
GREENFIELD et al., 2002; MORRIS, 2002; GEDNEY; GLOVER; FILLINGIM,
2004; GOEL; KIM; LAO, 2005; RAWLINGS; MEERABEAU, 2003; PRICE; PRICE,
2007; ROBINSON; DONALDSON; WATT, 2006; PRICE; PRICE, 2007; KYLE,
2006; MARTIN, 2006; WILLIAMS; MITCHELL, 2007; BUCKLE, 2007; BRADLEY
et. al., 2006; RUTLEDGE; JONES, 2007; BERRY; KRAUSE; DAVIS, 2008; FIELD
et. al., 2008; ADREESCU et. al., 2008; KIEKOLT-GLASER et al., 2008;
GUNSOLLEY, 2008; HERNANDEZ et. al., 2008; SMITH; KYLE, 2008; HOLM;
FITZMAURICE, 2008; KYLE et al., 2008; ABUHAMDAH et. al., 2008; HERZ,
2009; KOZAK et. al., 2009)., sendo que outros países já tem iniciado o campo da
aromaterapia científica, como a Alemanha, a Austrália (mais voltada à sua flora nativa
diferenciada), a Bélgica, a Coréia, o Egito, a Índia, a Itália, o Japão (que tem mais
artigos quando comparados aos outros países em desenvolvimento da aromaterapia
científica, mas ainda não chega aos padrões dos três países mais desenvolvidos), a
Noruega e a Suíça (SCARTEZZINI; SPERONI, 2000; CAVANAGH; WILKINSON,
2002; EL-SHAZLY; HAFEZ; WINK, 2004; AL-SHUNEIGAT; COX; MARKHAM,
2005; D'AURIA et. al., 2005; HEUBERGER; HONGRATANAWORAKIT;
BUCHBAUER, 2006; CARSON; HAMMER; RILEY, 2006; FERRINI et. al., 2006;
43
COOKE et. al., 2007; ABDELGALEIL et al., 2008; JASEJA, 2008;.CERMELLI et.
al., 2008). É importante citar que usamos a quantidade de publicações científicas em
aromaterapia como parâmetro de desenvolvimento em pesquisas científicas porque,
como o campo da aromaterapia científica é muito recente e existem diferenças que
dificultam a comparação de estudos de países (ou até grupos) diferentes, a análise de
coerência e profundidade do conhecimento nesse campo ainda é inconclusiva. Dentro
da área acadêmica, ainda é importante verificar se existem congressos e encontros
científicos na área, o que permite uma maior comunicação entre os diversos grupos de
pesquisa. Na área da aromaterapia científica existem poucos encontros científicos
(todos anuais): o “International Symposium on Essential Oils” (ISEO) que teve sua 40ª
edição em 2009, o “International Symposium of Aromatherapy and Medicinal Plants”
(ISAMP) que teve sua 11ª edição em 2009, o Annual Symposium on Complementary
Health Care” (ASCHC) que teve sua 1 edição em 2006 (não conseguimos
determinar se essa foi a última ou se o simpósio continua a existir após essa data), o
“International Scientific Aromatherapy Symposium” (ISAS) que teve sua 4ª edição em
2001 (não conseguimos determinar se essa foi a última ou se o simpósio continua a
existir após essa data) e o “Annual General Meeting” da IFA (AGM-IFA), que teve sua
mais recente reunião em 2009 e é mais voltado à educação do que à pesquisa
científica.
2.2.2 Aromaterapia no Brasil
No Brasil a aromaterapia começou a ser usada no final dos anos 90. Desde então a
terapia ganhou espaço em publicidade e tem sido cada vez mais procurada principalmente na
área de bem estar, saúde holística e estética, como terapia complementar. A terapia é
facilmente encontrada em spas, clínicas de terapias alternativas e complementares e
consultórios particulares de profissionais autônomos. Apesar da entrada de algumas terapias
complementares (como a acupuntura) no sistema público de saúde, a aromaterapia não faz
parte do repertório inserido no sistema (ANVISA). Alguns hospitais tem aromaterapia, mas
em geral o serviço é terceirizado e foi inserido por um profissional que trabalha no hospital.
44
No geral esses serviços de aromaterapia são oferecidos por profissionais autônomos e não
fazem parte do arsenal terapêutico oferecido oficialmente pelo hospital, ou seja, não são
inseridos na administração do próprio hospital.
Por causa dessa entrada no país por bem-estar, saúde holística e estética, a
aromaterapia no Brasil é aplicada principalmente por via tópica ou dérmica (principalmente
em massagens e em banhos aromaterapêuticos). Não são usadas as vias oral e ano-retal, que
necessitam de maior conhecimento por oferecerem um mair risco à saúde. Também são
encontradas aplicações inalatórias com inalação a vapor, difusor pessoal e spray ou perfume
pessoal, apesar dessas serem mais raras que as aplicações tópicas.
Outra área que tem desenvolvido bastante no Brasil é a aromaterapia ambiental. É
muito fácil encontrar difusores ambientais à venda em lojas de produtos naturais e esotéricos.
Além disso tem aumentado cada vez mais o trabalho de empresas especializadas em
aromaterapia ambiental e marketing olfativo, que geralmente fazem projetos terceirizados para
outras empresas grandes (como por exemplo, a aromatização ambiental de uma loja). Já
dentro de salas de espera e ambientes de clínicas e consultórios é mais comum encontrar a
aromaterapia ambiental voltada à terapia e não ao marketing olfativo.
Fora do ambiente profissional, muitas pessoas tem usado aromaterapia de forma
autônoma para sua vida pessoal. No entanto é muito comum encontrar utilizações inadequadas
dos produtos, assim como utilização de produtos inadequados para aromaterapia (como
essências sintéticas de baixa qualidade sendo usados como óleo essencial puro de qualidade).
Existe uma grande oferta de produtos de má qualidade no mercado. Os consumidores muitas
vezes preferem esses produtos pelo seu preço muito inferior ao dos produtos de boa qualidade.
Isso se dá principalmente pela falta de orientação e instrução da população em geral quanto
aos benefícios e riscos da aromaterapia.
Apesar da dificuldade em encontrar produtos aromaterapêuticos de boa qualidade,
esses produtos existem no mercado brasileiro. Diferente do que muitos pensam, esses produtos
podem ser tanto importados (como óleos essenciais da WNF) quanto nacionais (como óleos
essenciais da Vida bothânica). Existem produtos aromaterapêuticos nacionais de boa
qualidade (VIDA, BY SAMIA, BIOESSÊNCIA, AROMALIFE), apesar de não serem muitos.
O Brasil tem potencial para produção de muitos óleos essenciais diferentes de alta qualidade
por sua biodiversidade (SANTANA et. al., 1997). Mas esse potencial não tem sido
amplamente explorado.
45
Apesar desse crescimento na procura pela terapia, não existe nenhuma legislação
específica para a área (MEC). A profissão de “aromaterapeuta” não é reconhecida pelo
Ministério da Educação, não existem leis que regulamentam clínica e produtos
aromaterapêuticos (MEC). Os produtos no geral são considerados produtos cosméticos ou
artesanais, não havendo muitas restrições quanto à sua venda, a não ser regras gerais de rótulo,
validade, necessidade de comprovação das informações e outras normas simples de rotulação
de produtos (MEC).
Os aromaterapeutas, apesar de não terem sua profissão oficialmente reconhecida, se
encaixam na categoria de “terapeutas holísticos” do Ministério da Educação para o exercício
profissional autônomo legalizado (MEC). A aromaterapia não é reconhecida como profissão e
nem como curso superior no Brasil (MEC). O governo reconhece somente a naturopatia como
profissão e curso de nível superior e a aromaterapia só existe dentro da universidade de forma
reconhecida como disciplina de naturopatia (MEC). De forma geral podemos dizer que no
Brasil a aromaterapia pode ser considerada como um curso livre ou profissionalizante, mas
não universitário.
Assim como não existe legislação sobre a clínica e produtos, não existe legislação
sobre a educação da aromaterapia no Brasil (MEC). Há uma grande diversidade nos cursos de
treinamento em aromaterapia no Brasil, sendo que não existe padrão de conteúdo
programático, carga horária e estágios. Alguns cursos são dados como curso livre com até 12
horas-aula (AROMAFLORA), outros são curso livre em módulos, em geral com módulos de
12 a 24 horas (AROMALIFE), outros são curso livre de formação profissional, com uma
carga horária total de por volta de 80 horas (ABRAROMA) e outros são disciplinas dentro de
graduação em naturologia (ANHEMBI). Por causa dessa falta de regulamentação e
diversidade de formações, é comum encontrar profissionais que, assim como os indivíduos
que usam de forma autônoma para a vida pessoal, também usam a aromaterapia de forma
inadequada.
Existem algumas associações profissionais que procuram determinar e orientar mais
objetivamente o uso profissional da aromaterapia, mas nenhuma atua regulamentando a
profissão oficialmente. As principais associações profissionais de aromaterapia no Brasil são
três. A primeira e mais antiga, é a Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia
(ABRAROMA), que visa treinamento profissional e divulgação de conhecimentos em
aromaterapia (ABRAROMA). A segunda é o Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas em
46
Aromaterapia, vinculada à ABRAROMA, com maior preocupação quanto às pesquisas em
aromaterapia (ABRAROMA), no entanto não foi possível averiguar se os estudos
desenvolvidos nesse instituto seguem o método científico e não foram encontrados estudos
científicos publicados desse instituto. A terceira e mais recente, é a Associação Brasileira de
Estudos e Pesquisas em Aromaterapia (AROMAFLORA) que se dedica à divulgação de
conhecimentos em aromaterapia e elevar os padrões educacionais.
Quanto a pesquisas científicas na área de aromaterapia, desde o início da aromaterapia
no Brasil, houve uma lenta formação de grupos de pesquisa em aromaterapia. Alguns grupos
tem começado a estudar os efeitos dos aromas tanto em animais (estudos pré-clínicos) quanto
em humanos (estudos clínicos). As pesquisas científicas em aromaterapia no Brasil ainda são
poucas e em geral são mais voltadas à clínica ou a características farmacológicas dos óleos
essenciais (BERNARDI et. al., 1991; GEORGE et. al., 1991; BATATINHA; DE SOUZA-
SPINOSA; BERNARDI, 1995; LAZARINI et. al., 2000; OLIVEIRA et. al., 2001; de
SIQUEIRA et. al., 2006; CAMURÇA-VASCONCELLOS et. al., 2007; BRACHER;
RANDAU; LERCHE, 2008; FONTENELLE et. al., 2008).
Já existem algumas universidades brasileiras com estudos e pesquisas em aromaterapia
científica, como artigos de efeitos colinérgicos, dopaminérgicos, musculares, ansiolíticos,
antidepressivos, anti-nociceptivos, cardiovasculares, anti-helmínticos e anti-fúngicas do óleo
essencial de espécies da planta brasileira Croton em animais (GIORGI et. al., 1991;
BERNARDI et. al., 1991; ALBUQUERQUE; SORENSON; LEAL-CARDOSO, 1995;
BATATINHA; DE SOUZA-SPINOSA; BERNARDI, 1995; LAZARINI et. al., 2000;
OLIVEIRA et. al., 2001; DE SIQUEIRA et. al., 2006; CAMURÇA-VASCONCELLOS et. al.,
2007; FONTENELLE et. al., 2008), estudos da utilização do marketing olfativo no Brasil
(JUNIOR, 2003), efeitos de compostos químicos de óleos essenciais nos músculos (SOARES,
2003), propriedades anti-convulsivantes de óleos essenciais em camundongos (ALMEIDA et
al, 2003), avaliação do efeito ansiolítico da inalação de óleo essencial de laranja
(CATALLANI et al, 2004), avaliação do efeito de compostos químicos de óleos essenciais no
coração de ratos (SIDOU, 2005), efeitos comportamentais de inalação de óleo essencial de
laranja em ratos (LEITE et al, 2008) e efeitos analgésicos de óleo essencial em animais
(BAZILONI, 2009).
Não foram encontrados eventos científicos realizados no Brasil, mas existem diversos
eventos comerciais, principalmente feiras de spas, que trazem informações e produtos de
47
aromaterapia. Fica claro que o campo da aromaterapia tanto clínica quanto científica está em
evolução no país, mas ainda tem muito a desenvolver.
2.3 Ciência e aromaterapia
Uma vez que o panorama atual da aromaterapia está claro, esse trabalho irá se dedicar
ao estudo da aromaterapia científica, sendo, portanto necessária a revisão e discussão de
conceitos significativos para área, do método científico aplicado à área e das abordagens
usadas para se estudar cientificamente a aromaterapia. Também é importante a realização de
uma revisão bibliográfica para determinar os conhecimentos existentes na área da
aromaterapia científica. No entanto, esse trabalho se propôs a estudar a aromaterapia científica
a partir da visão psiconeuroendocrinoimunológica e os poucos artigos existentes sobre
aromaterapia nessa abordagem são teóricos, de forma que sua revisão foi inserida diretamente
na parte teórica desse trabalho.
2.3.1 Conceituação em aromaterapia
O objetivo desse estudo, como já foi dito anteriormente, foi mostrar uma abordagem
científica bem fundamentada para explicar como se dão os efeitos tanto fisiológicos quanto
psicológicos da aromaterapia, a partir do modelo psiconeuroendocrinoimunológico. O
primeiro passo para desenvolver um bom trabalho científico é a fundamentação teórica, que se
inicia com conceitos e definições. A fim de formular um contexto coerente e claro, iremos
começar discutindo a definição base: O que é aromaterapia?
Por causa de uma desvalorização social do termo “aromaterapia” como uma terapia
restrita à massagem aromática e por causa de preconceito das pessoas quanto à sua eficácia, o
termo “aromaterapia” em muitos países foi substituído por outros termos como “Medicina
aromática”, que se refere ao cheiro e à química dos óleos essenciais sendo usados para curar o
48
indivíduo de uma forma conservadora (PRICE; PRICE, 2007). No entanto, o termo
aromaterapia ainda é o termo mais internacionalmente usado, de forma que consideramos
mais interessante defini-lo mais objetivamente do que trocá-lo por outro termo que possa
passar pelo mesmo processo de desvalorização social. Nesse âmbito consideramos mais
importante dar informação aos indivíduos quanto ao que é o que não é aromaterapia, do que
inserir um novo termo que pode ser tão incerto quanto o primeiro.
De qualquer forma, para definir aromaterapia, a primeira resposta que se encontra é a
mais instintiva: Aromaterapia é a terapia dos aromas.”, dado que “aromaterapia” pode ser
separado nos radicais latins “aroma” = odor e “therapia” = tratar (PRICE; PRICE, 2007).
Procurando detalhar melhor a definição, muitas outras definições são encontradas, desde
definições gerais como Aromaterapia é uma parte de medicina herbal. (LAWLESS, 2002a,
2002b) a definições aparentemente semelhantes como “Aromaterapia é a ciência e arte na qual
óleos essenciais altamente concentrados extraídos de diferentes partes de plantas são usados
pelas suas propriedades terapêuticas” (TIRAN, 2000) eAromaterapia é a arte e a ciência do
uso de óleos essenciais de plantas em tratamentos” (DAVIS, 1996); ou ainda outras definições,
como Aromaterapia é um tratamento que utiliza o olfato e as propriedades dos óleos
essenciais” (CORAZZA, 2002) e Aromaterapia é terapia através dos aromas dos óleos
essenciais” (SILVA, 1998).
Essas definições trazem, no seu conjunto alguns pontos em comum e outros pontos
incertos e possivelmente polêmicos. O primeiro ponto, comum à maioria das definições, é a
utilização de óleos essenciais e não aromas de qualquer origem (incluindo origem animal,
mineral e humana). Apesar de que Silva (1998) cita que Gattefossé limita aromaterapia ao uso
de aromas de origem animal, na republicação do livro de Gattefossé (1937/1993) observamos
que ele estudou os efeitos de cheiros de diversas origens e não somente de plantas. Esse ponto
é um ponto importante, que envolve questões éticas, pela utilização ou não de aromas
humanos. A princípio, partimos do pressuposto de que qualquer aroma pode ter efeitos
terapêuticos, por exemplo: quando colocamos uma peça de roupa usada por uma mãe
(portanto com seu cheiro pessoal) no berço de seu filho recém nascido, ele fica mais calmo e
tranqüilo. No entanto, por uma questão de dificuldade de obtenção e controle de qualidade de
aromas de origem outra que não seja vegetal, assumimos a posição de que aromaterapia se
limita à utilização terapêutica de aromas vegetais, ou seja, óleos essenciais. Essa determinação
de aproxima mais dos radicais gregos “aroma” = tempero e “therapeia” = tratamento (PRICE;
49
PRICE, 2007), pois os óleos essenciais são extraídos de plantas aromáticas, muitas vezes
usadas como tempero.
O segundo ponto é um colocado por Lawless (2002a), que cita que o termo
“aromaterapia” induz a confusões porque suscita a noção de que a aromaterapia funciona
somente via sistema olfativo e nas emoções, o que não é verdadeiro, pois os óleos essenciais
tem diversas propriedades terapêuticas farmacológicas, além das propriedades terapêuticas
olfativas. Ou seja, os óleos essenciais no geral podem ter efeito de duas formas: no sistema
olfativo e farmacologicamente no organismo. Como existem essas duas formas de ação e as
definições suscitam à limitaç ão a somente uma delas, consideramos importante que a
definição tenha declarado abertamente que aromaterapia inclui ambas.
Essa inclusão de atuação olfativa e farmacológica tem um significado prático
importante, que é a necessidade ou não de utilização da via inalatória. Ou seja, se
aromaterapia funciona somente de forma olfativa, somos obrigados a usar a via inalatória, mas
se aromaterapia pode ter efeitos farmacológicos, podemos usar outras vias (como a via oral,
via tópica e via ano-retal), lembrando que a via inalatória tem tanto efeitos olfativos quanto
efeitos farmacológicos (PERRY; PERRY, 2006). Essa discussão é polêmica, alguns estudos
afirmam que os efeitos terapêuticos da aromaterapia só ocorrem com a inalação dos óleos
essenciais (BUCHBAUER, 1996) enquanto que outros defendem a aplicação dos óleos
essenciais por diversas vias. Esse estudo parte do pressuposto de que todas as aplicações tem
efeitos terapêuticos, sendo que a aplicação inalatória tem efeitos adicionais que não são
encontrados nas outras vias (que são os efeitos olfativos dos aromas).
Nosso último tópico de discussão sobre as definições se relaciona a uma questão que
não aparece explicitada nas definições existentes, mas que é muito discutida pelos
profissionais e pelas associações profissionais da área de aromaterapia. Essa questão se refere
à característica natural ou artificial do aroma: para muitos, a aromaterapia só pode utilizar
óleos essenciais 100% naturais, excluindo óleos sintéticos (artificiais elaborados para imitar
outras substâncias), reconstituídos (elaborados com componentes naturais e componentes
sintéticos), adulterados (óleo essencial acrescido de óleo vegetal), retificados (redestilados, de
uso farmacêutico), essências naturais ou sintéticas (produtos que contêm uma única nota
aromática, tendo composição química mais simples que o óleo essencial), substâncias
aromatizantes (essências adequadas para o consumo direto, como aromatizantes alimentares),
reforçadores de sabor e aroma ou óleos alteradas de qualquer forma (ABRAROMA;
50
LAVABRE, 1997; LUBINIC, 2003). Já para outros, podem ser usados produtos sintéticos ou
modificados. No geral os aromaterapeutas defendem a visão de que os óleos essenciais tem
que ser naturais e puros e, diferente de perfumistas (que geralmente preferem substâncias
sintéticas na fabricação de perfumes), uma preocupação recorrente entre aromaterapeutas é o
fato do óleo essencial ser natural ou não.
Já foi provado cientificamente que as moléculas sintetizadas em laboratório são
estruturalmente idênticas às moléculas extraídas de plantas (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Porque então se preocupar em utilizar óleos essenciais naturais puros? A resposta clássica
dentro da aromaterapia é “porque a substância natural tem uma essência de vida, vitalidade e
energia vital que a substância sintética não tem”, simplesmente porque a natural foi extraída
de um ser vivo. No entanto, quanto a ser essencial para a vida, a maioria das moléculas
encontradas em óleos essenciais são metabólitos secundários e não metabólitos primários,
sendo, portanto, não essenciais para a vida da célula, e as substâncias sintéticas apresentam
atividade metabólica tanto quanto as substâncias naturais quando entram em contato com as
células. Além disso existe a preocupação de pureza química, ou seja, eliminação de impurezas
da substância, mais facilmente feita em laboratório com substâncias sintéticas do que com
substâncias extraídas de plantas, que contêm muito mais impurezas (VAN TOLLER; DODD,
1994). Porque então, usar substâncias naturais e não sintéticas em aromaterapia?
Uma explicação mais realista e científica é a de que, nos óleos essenciais são
compostos por uma mistura de moléculas muito complexas, nas quais existem substâncias
químicas que, por si só, não apresentam fragrância ou efeito metabólico e não são nem
voláteis na definição clássica, mas que, dentro da mistura, interferem sensivelmente no cheiro
e nos efeitos fisiológicos, como foi observado por Hill (1977). Esses efeitos justificam a
utilização de produtos naturais em vez de sintéticos (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Além disso foi observada a mudança de composição química dos óleos essenciais
extraídos da planta viva ou da planta cortada por algum tempo: quando se extrai o óleo
essencial da gardênia viva existe uma grande quantidade de methyl benzoato que dá seu cheiro
exótico, cefálico e narcótico, mas quando a flor é cortada o methyl benzoato é rapidamente
transformado em ethyl benzoato que não tem esse efeito e surge também limoneno que não
existe na planta viva (VAN TOLLER; DODD, 1994). Isso coloca em cheque o quão “natural”
um óleo essencial pode ser, dependendo do processo de extração pelo qual passa, pois a
maioria é extraída de plantas cortadas e algumas plantas são deixadas para “maturar” após o
51
corte antes dos óleos essenciais serem extraídos. Dessa forma podemos dizer que os óleos
essenciais na verdade são versões modificadas do óleo essencial natural encontrado nas
plantas vivas (VAN TOLLER; DODD, 1994).
De qualquer forma, vê-se que há uma problemática grande quanto à conceituação na
área de aromaterapia, primeiro porque existem diversas definições de aromaterapia e segundo
porque essas definições são superficiais e possivelmente inadequadas. Como nenhuma das
definições existentes parece oferecer uma conceituação adequada, sugere-se então uma nova
definição, mais objetiva, detalhada e específica. Com base na definição de óleos essenciais de
Lubinic (2003), óleos pouco viscosos e bastante voláteis extraídos de plantas aromáticas”,
sugerimos a seguinte definição para aromaterapia:
Aromaterapia é uma parte da fitoterapia na qual se realiza a aplicação terapêutica de
plantas aromáticas (que são plantas ricas em óleos essenciais) ou óleos essenciais
naturais extraídos de diversas partes dessas plantas, por diversas vias de aplicação que
podem passar ou não pelo sistema olfativo, de forma que os óleos essenciais
desenvolvem efeitos terapêuticos fisiológicos e psicológicos de forma farmacológica,
sendo que, são adicionados aos efeitos farmacológicos os efeitos olfativos dos óleos
essenciais quando utilizadas as vias que passam pelo sistema olfativo.
É importante que fique claro que existem diversos tópicos abordados nessa definição:
A utilização e aromas de origem exclusivamente vegetal (de diversas partes das
plantas), não sendo usados aromas animais, minerais e humanos.
A necessidade de que os aromas sejam naturais para que sua complexidade química se
mantenha, garantindo as propriedades terapêuticas conhecidas empiricamente e
comprovadas cientificamente.
Inclusão de diversas vias de administração, como via inalatória, tópica, oral, ano-retal
e outras, não limitando a aplicação a vias que passem pelo sistema olfativo, sendo que
a utilização legalizada de cada via pelos profissionais deverá ser determinada por cada
governo e essa definição não implica na legalização da utilização de todas as vias pelos
profissionais. Esse trabalho não se posiciona quanto ao direito e às implicações éticas
de cada profissional usar ou não cada uma das vias.
Determinação de que os efeitos terapêuticos no geral se dão farmacologicamente,
52
sendo que na aplicação por vias que passam pelo sistema olfativo existe a adição de
outros efeitos terapêuticos, que são os efeitos dos aromas diretamente no sistema
olfativo.
Sugerimos também a definição da aromaterapia olfativa, para especificá-la dentro de
toda a aromaterapia, por suas especificidades:
Aromaterapia olfativa é a aromaterapia aplicada de forma a passar pelo sistema
olfativo (ou seja, utilizando a via inalatória direta ou indiretamente), portanto, tendo
efeitos terapêuticos fisiológicos e psicológicos dados por ambos os mecanismos de
ação: farmacológico e olfativo.
2.3.2 O método científico e a aromaterapia
Agora que definimos o que é aromaterapia, para o estudo científico da aromaterapia é
necessário a reflexão a respeito do método científico aplicado à aromaterapia. As principais
premissas do método científico são o estudo a partir de experimento científico, no qual existe
o controle de variáveis que influenciam um fenômeno de forma que seja possível chegar a
algum tipo de conclusão, a reprodutibilidade do experimento e a repetição dos resultados para
que se possa afirmar que houve uma comprovação científica do fato ou evento estudado.
O primeiro assunto que iremos abordar é: quais são os tipos de estudo científico com
aromaterapia que podem ser feitos. Dentro da aromaterapia científica podem ser realizados
três tipos básicos de estudo:
Estudos teóricos: estudo dos próprios óleos essenciais, sua estrutura química, suas
características e seus efeitos in vitro, entre outros. Esses estudos no geral são bem
estabelecidos e usam procedimentos laboratoriais químicos e bioquímicos para
identificar e analisar características químicas e bioquímicas dos óleos essenciais.
Exemplos de estudos desse tipo são estudos de características de ionização de
moléculas e hidrossolubilidade dos óleos essenciais (FRANCHOMME; JOLLIOS;
PÉNOÉL, 2001) e estudos de atividade antimicrobiana dos óleos essenciais com
aromatograma e antibiograma (LAVABRE, 1997; SALLÉ, 2004).
Estudos pré-clínicos: estudos de efeitos terapêuticos (fisiológicos e/ou psicológicos)
53
dos óleos essenciais em animais, muito importantes para avaliar a possibilidade de
toxicidade dos aromas antes da sua utilização em humanos (principalmente pela falsa
noção popular de que tudo que é natural não apresenta riscos à saúde).
Estudos clínicos: estudos de efeitos terapêuticos (fisiológicos e/ou psicológicos) dos
óleos essenciais em humanos.
Esse trabalho irá se focar nos estudos clínicos e pré-clínicos em aromaterapia. Nesses
tipos de estudo existe uma maior dificuldade metodológica pela quantidade de variáveis que
precisam ser controladas para possibilitar conclusões das pesquisas. Para que um estudo
científico seja bem fundamentado, é necessário que as variáveis sejam bem controladas e
existem inúmeras questões relacionadas a isso e formas de fazer isso (VAN TOLLER; DODD,
1994; BUCHBAUER, 1996; VAN TOLLER, 1997; ZALD; PARDO, 2000; LORIG, 2000;
CASTLE; VAN TOLLER, 2002; HERZ et al., 2004; BASSO, 2004; KIRK-SMITH, 2005).
Existem, para esses tipos de estudo, no geral, três tipos básicos de variáveis que precisam ser
controladas:
Variáveis farmacológicas: óleo(s) essencial(is) usado(s), dose, concentração,
posologia, via de administração, entre outros.
Variáveis dos sujeitos: idade, gênero, estado de saúde, patologia tratada, entre outros,
sendo que é importante lembrar que os estudos pré-clínicos nos dão uma idéia do que
esperar de efeitos no corpo humano, mas os efeitos de aromas em animais podem ser
muito diferentes dos efeitos dos aromas em humanos, de forma que é importante
separar esses dois tipos de estudo.
Variáveis de procedimento: duração de terapia, uso de grupo placebo e controle,
fabricação única do produto aromaterapêutico usado, se as os produtos são pessoais ou
padronizados, como são mensurados os efeitos terapêuticos (o que pode ter em si
outras variáveis), entre outros.
Fica claro que os estudos são complexos, mas antes de fixar no controle dessas
variáveis, o mais importante é deixar clara a(s) pergunta(s) que se objetiva responder com o
estudo. A maioria dos estudos científicos se propõe a identificar um efeito terapêutico de um
óleo essencial em específico, gerando conclusões bastante específicas. No entanto,
conseguimos identificar três principais elementos que podem ser estudados em pesquisas
científicas clínicas e pré-clínicas com aromaterapia: os efeitos dos óleos essenciais, os
mecanismos de ação dos óleos essenciais que levam aos efeitos e a influência das variáveis
54
citadas acima nesses efeitos e mecanismos. Apesar de existirem diversos trabalhos científicos
em aromaterapia, ainda existem muitas questões que precisam ser abordadas por estudos
científicos, nesses três elementos, como, por exemplo:
Quanto aos efeitos dos óleos essenciais:
Como as características pessoais podem causar ou interferir nos efeitos
fisiológicos de um óleo essencial?
Quais os efeitos do óleo essencial de uma planta recém-descoberta?
Quanto aos mecanismos de ação dos óleos essenciais que levam aos seus efeitos:
Em que centros nervosos cada óleo essencial atua e como?
Como e se dão os efeitos psicológicos e fisiológicos dos óleos essenciais?
Quanto à influência das variáveis nos efeitos e nos mecanismos de ação dos óleos
essenciais (incluindo eficácia e eficiência de cada procedimento específico):
Qual a janela terapêutica dos óleos essenciais em cada via de administração?
Como se pode elaborar uma sinergia aromaterapêutica adequada?
A sinergia aromaterapêutica apresenta menor risco à saúde ou é melhor utilizar
óleos essenciais isoladamente?
2.3.3 Abordagens usadas para explicar os efeitos da aromaterapia
Na visão desse trabalho, portanto, os óleos essenciais podem ter efeitos fisiológicos e
psicológicos e que esses efeitos se dão por mecanismos de ação farmacológicos e olfativos,
que sofrem influência das variáveis citadas anteriormente. Quanto aos efeitos e a influência
das variáveis nos efeitos, existe um certo consenso entre os estudos. No entanto, quanto ao
mecanismo de ação existem diversas abordagens para explicar os efeitos dos óleos essenciais.
A seguir iremos descrever rapidamente as principais abordagens usadas para explicar os
mecanismos de ação dos óleos essenciais, que são as abordagens: filosófica, psicológica,
farmacoquímica, neurológica e psiconeuroendocrinoimunológica.
2.3.3.1 Abordagem filosófica
55
A abordagem filosófica parte dos conhecimentos históricos empíricos (adquiridos pela
experiência) de uso das plantas aromáticas e dos óleos essenciais. As duas principais
representantes dessa abordagem são: a medicina tradicional chinesa e a medicina aiurvédica.
No Egito, considerado o “berço” da aromaterapia (no sentido de ter sido o primeiro
lugar a desenvolver mais os conhecimentos), inicialmente os efeitos terapêuticos dos óleos
essenciais eram dados de uma forma espiritual e ritualística, de acordo com religião, filosofia
e cultura egípcias antigas. No entanto, atualmente a clínica e os estudos em aromaterapia no
Egito perderam essa conotação espiritual e filosófica e os trabalhos egípcios atuais tendem a
usar explicações científicas (ABDELGALEIL et al., 2008; EL-SHAZLY; HAFEZ; WINK,
2004; SALEH et al., 1985; SAYED, 1980).
Apesar de não ter sido um lugar de grande desenvolvimento da aromaterapia, a China
desenvolveu muito a medicina chinesa, acupuntura e fitoterapia chinesa, e muitos autores
usam os conceitos de medicina chinesa para explicar os efeitos terapêuticos dos óleos
essenciais (SILVA, 1998). Dentro dessa filosofia, são usados os conceitos de energia vital
(chi), yin e yang, alimentos e pensamento (TISSERAND, 1993; SILVA, 1998). Mesmo não
utilizando todos os conceitos e toda a filosofia da medicina chinesa, alguns autores utilizam
alguns dos conceitos, como yin e yang, classificando os óleos a partir deles (DAVIS, 1996). A
medicina tradicional chinesa (em especial a acupuntura) tem sido cada vez mais aceita no
ocidente como terapia válida principalmente pelos estudos científicos quanto aos seus efeitos
analgésicos (MUSIAL; MICHALSEN; DOBOS, 2008; PYNE; SHENKER, 2008; LEUNG et
al., 2008; LUO; WANG, 2008), havendo estudos que associam acupuntura e aromaterapia
(YIP; TSE, 2004), no entanto apesar da utilização do método científico, as explicações ainda
são dadas com base na filosofia de medicina tradicional chinesa.
Na Índia, como na China, as explicações dos efeitos terapêuticos das plantas e dos
óleos essenciais também se basearam na filosofia. Nessa escola a base se dá pela medicina
aiurvédica, que considera fluxos energéticos, cinco elementos (éter, ar, água, fogo e terra),
doshas (constituição básica do corpo humano com base nesses 5 elementos), entre outros
conceitos, usados para explicar saúde e doença e, também, os efeitos dos óleos essenciais no
corpo.
Na abordagem filosófica os efeitos da aromaterapia são explicados a partir de um
56
paradigma cultural filosófico como a medicina tradicional chinesa e a medicina aiurvédica.
Mesmo os estudos científicos que usam essa abordagem são fundamentados em filosofia e
respondem questões relacionadas aos modelos de medicina filosóficos. Ou seja, os estudos
científicos dessa abordagem procuram responder questões como, por exemplo, “o óleo
essencial aumenta o fluxo de chi no meridiano do fígado?”. Os periódicos “In Essence” e
“The Aromatherapy Times” costumam ter pesquisas científicas que integram aromaterapia e
outras técnicas, como acupuntura e shiatsu, pertencendo, portanto, a essa abordagem.
2.3.3.2 Abordagem psicológica: memória olfativa
Apesar de que existem diversos elementos psicológicos que podem influenciar e
causar efeitos terapêuticos dos aromas (como iremos ver mais adiante), essa abordagem se
baseia principalmente no conceito de memória olfativa (ou olfatória) para entender os efeitos
terapêuticos dos aromas por aprendizado, percepção e expectativa (ALEXANDER, 2000;
HERZ, 2009).
Os aromas tem o acesso direto ao sistema nervoso, entram sem grandes “filtros”. Com
isso, durante toda a vida, os aromas que nos circundam são identificados rapidamente e
armazenados juntamente com a memória da situação que o-acompanhava. Por causa desse
acesso direto, quando sentimos novamente o aroma, rapidamente ele evoca a situação com a
qual ele estava associado inicialmente (PERT, 2003). Os aromas podem influenciar no estado
emocional através de vivências passadas, de forma positiva ou negativa por evocar essas
memórias olfativas (PRICE, 2002).
Os processos de memória olfativa não são bem conhecidos, no entanto sabe-se que as
mudanças bioquímicas nos receptores, facilitando ou inibindo a passagem de um impulso
neural, são a base molecular da memória, principalmente em regiões específicas unimodais
interconectadas (GOTTFRIED et al., 2004). Isso é importante para que possamos
compreender os modos de guardar memórias e como são escolhidas as memórias que chegam
à consciência e aquelas que se mantêm no inconsciente (PERT, 2003).
Existem poucos artigos específicos de aromaterapia e memória olfativa, mas muitos
voltados aos efeitos psicológicos dos óleos essenciais, comuns nos periódicos The Aroma-
57
Chology Review” e “International Journal of Aromatherapy”.
2.3.3.3 Abordagem farmacoquímica
A abordagem farmacoquímica, como o nome indica, se baseia em farmacologia
(incluindo farmacognosia, farmacodinâmica e farmacocinética) e química. Essa abordagem
tem sua base no fato de considerar os compostos químicos dos óleos essenciais e todos os seus
processos no organismo para tentar entender como se dão os efeitos terapêuticos dos óleos
essenciais. Por isso os estudos nessa área são bastante específicos, estuda-se cada componente
dos óleos essenciais, assim como cada óleo essencial para entender suas ações (HERZ, 2009).
Para Franchomme, Jollios e Pénoél (2001), os óleos essenciais podem ter efeitos
terapêuticos diretos (em microorganismos, em processos metabólicos, por exemplo) ou
indiretos (via processos biológicos, olfativos, neurológicos, endócrinos, entre outros). Dentro
dessa abordagem, esses efeitos são estudados a partir dos componentes químicos dos óleos
essenciais, que são separados em tipos e cada tipo de composto químico é descrito como
tendo certos efeitos fisiológicos. Observa-se que cada composto químico apresenta uma
tendência a ter certas propriedades gerais (pelo grupo de compostos ao qual pertence) e
apresenta efeitos terapêuticos específicos próprios. Na tabela 1 podemos ver as principais
propriedades conhecidas dos principais tipos de componentes químicos dos óleos essenciais.
58
Tabela 1 Principais propriedades conhecidas dos tipos de compostos químicos encontrados
nos óleos essenciais. (continua)
Tipo de
composto
químico
Classe de
composto
químico
Propriedades
Terpeno Monoterpeno Levemente antisséptico, bactericida, pode ser analgésico, expectorante e
estimulante, possui efeito de “quenching”, possivelmente um agente
anticancerígeno, alguns estimulam circulação, bom antisséptico para o ar,
aparentemente estimulante das glândulas supra-renais, anti-inflamatório por
modulação imunológica (PRICE; PRICE, 2007).
São considerados bastante insignificantes nos óleos essenciais quanto aos
seus efeitos fisiológicos, mas podem adquirir propriedades anti-sépticas
quando submetidos a envelhecimento e oxidação (GATTEFOSSÉ, 1937/1993;
VALNET, 1980/1996; LAVABRE, 1997; SILVA, 1998; SCHNAUBELT,
1998b; TISSERAND; BALACS, 1999; FRANCHOMME; JOLLIOS;
PÉNOÉL, 2001; BAUDOUX, 2001).
Estimulantes ( SCHNAUBELT, 1998b).
Diterpeno Expectorante, purgativo, alguns são antifúngicos, alguns são antivirais
(PRICE; PRICE, 2007).
Sesquiterpeno Antisséptico, bactericida, anti-inflamatório, calmante, levemente hipotensor,
alguns são analgésicos, alguns são espasmolíticos (PRICE; PRICE, 2007).
Já foram isolados mais de dois mil sesquiterpenos diferentes, o que mostra
como há grande variabilidade dentro desse tipo de composto. Os óleos
essenciais ricos em sesquiterpenos são principalmente os extraídos de raízes e
madeiras. Não há propriedades gerais para esses compostos, podendo ser
imunoestimulantes ou não, no entanto, diversos dos compostos desse tipo
apresentaram propriedades notáveis: camazuleno e alfa-bisabolol são
antiflogísticos, farnesol é bacteriostático e dermatofílico, o cariofileno é
sedativo, antivirótico e inibidor de processos carcinogênicos. Exemplos desse
tipo de composto: camazuleno, bisabolol, santalol, zingiberol, carotol,
cariofileno e farnesol (GATTEFOSSÉ, 1937/1993; VALNET, 1980/1996;
LAVABRE, 1997; SILVA, 1998; SCHNAUBELT, 1998b; TISSERAND;
BALACS, 1999; FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; BAUDOUX,
2001).
Anti-inflamatório (SCHNAUBELT, 1998b).
Anel aromático Não descrito na literatura em aromaterapia pesquisada.
59
(continuação)
Tipo de
composto
químico
Classe de
composto
químico
Propriedades
Álcool Monoterpenol Anti-infeccioso, bactericida forte, antiviral, estimulante do sistema imune,
não tóxicos, não causam sensibilização da pele, alguns são estimulantes
hepáticos, alguns são equilibrantes hormonais, alguns são colagogos, alguns
são analgésicos, alguns são flebotônicos, alguns são fungicidas (PRICE;
PRICE, 2007).
Cineol é um componente químico presente em quase todos os óleos
essenciais, mas mais nos óleos de eucalipto, é fortemente expectorante. O
composto mais importante desse tipo é o eucaliptol (GATTEFOSSÉ,
1937/1993; VALNET, 1980/1996; LAVABRE, 1997; SILVA, 1998;
SCHNAUBELT, 1998b; TISSERAND; BALACS, 1999; FRANCHOMME;
JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; BAUDOUX, 2001).
Compostos principais de néroli, eucalyptus radiata, lavanda, pau-rosa e
coentro, são normalmente anti-sépticos e energizantes, no entanto podem ter
grande diversidade de propriedades físicas. Exemplos desse tipo de
composto: linalol, borneol, citronelol, geraniol e nerol (GATTEFOSSÉ,
1937/1993; VALNET, 1980/1996; LAVABRE, 1997; SILVA, 1998;
SCHNAUBELT, 1998b; TISSERAND; BALACS, 1999; FRANCHOMME;
JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; BAUDOUX, 2001).
Tônicos naturais (SCHNAUBELT, 1998b).
Diterpenol Anti-infeccioso, bactericida forte, antiviral, estimulante do sistema imune,
não tóxicos, não causam sensibilização da pele, alguns são estimulantes
hepáticos, alguns são equilibrantes hormonais, alguns são colagogos, alguns
são analgésicos, alguns são flebotônicos, alguns são fungicidas (PRICE;
PRICE, 2007).
Sesquiterpenol Anti-infeccioso, bactericida forte, antiviral, estimulante do sistema imune,
não tóxicos, não causam sensibilização da pele, alguns são estimulantes
hepáticos, alguns são equilibrantes hormonais, alguns são colagogos, alguns
são analgésicos, alguns são flebotônicos, alguns são fungicidas (PRICE;
PRICE, 2007).
Anel aromático /
Fenol
Antisséptico, bactericida, estimulante imune, estimulante nervoso, pode ser
hepatotóxico e pode sensibilizar a pele, em ambos os casos se usado em dose
alta ou por tempo prolongado, alguns são antiespasmódicos (PRICE; PRICE,
2007).
Estimulante e irritante (SCHNAUBELT, 1998b).
60
(continuação)
Tipo de
composto
químico
Classe de
composto
químico
Propriedades
Éster Monoterpenyl Componente principal do óleo essencial de camomila-romana, esses
compostos são espasmolíticos. Exemplos de compostos desse tipo: acetato
linalílico, acetato geranílico, acetato bornílico e salicilato de metil
(GATTEFOSSÉ, 1937/1993; VALNET, 1980/1996; LAVABRE, 1997; SILVA,
1998; SCHNAUBELT, 1998b; TISSERAND; BALACS, 19999;
FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; BAUDOUX, 2001).
Anti-espasmódicos (SCHANUBELT, 1998b).
Diterpenyl Não descrito na literatura em aromaterapia pesquisada.
Sesquiterpenyl Não descrito na literatura em aromaterapia pesquisada.
Anel aromático Não descrito na literatura em aromaterapia pesquisada.
Ácido orgânico /
Acetato
Antifúngico, anti-inflamatório, antiespasmódico, cicatrizante, calmante e
tônico (adaptogênico) em especial para o sistema nervoso, não tóxicos a não
ser salicilato de metila (PRICE; PRICE, 2007).
Aldeído Monoterpenal Antiviral, anti-inflamatório, calmante do sistema nervoso, hipotensor,
vasodilatador, antisséptico para o ar, antipirético, sensibilizam a pele,
potencialmente calmantes para crise de abstinência de nicotina, alguns são
tônicos gerais, alguns são estimulantes da peristalse, alguns são estimulantes
de contração uterina, alguns são sedativos e calmantes (PRICE; PRICE,
2007).
Principal componente dos óleos essenciais de melissa, citronela, verbena e
eucaliptus citriodora, esses compostos são sedativos e fortemente anti-
sépticos. Exemplos de compostos desse tipo: citral, citronelal, neral e geranial
(GATTEFOSSÉ, 1937/1993; VALNET, 1980/1996; LAVABRE, 1997; SILVA,
1998; SCHNAUBELT, 1998b; TISSERAND; BALACS, 1999;
FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; BAUDOUX, 2001).
Calmantes (SCHNAUBELT, 1998b).
Diterpenal Antiviral, anti-inflamatório, calmante do sistema nervoso, hipotensor,
vasodilatador, antisséptico para o ar, antipirético, sensibilizam a pele,
potencialmente calmantes para crise de abstinência de nicotina, alguns são
tônicos gerais, alguns são estimulantes da peristalse, alguns são estimulantes
de contração uterina, alguns são sedativos e calmantes (PRICE; PRICE,
2007).
Sesquiterpenal Antiviral, anti-inflamatório, calmante do sistema nervoso, hipotensor,
vasodilatador, antisséptico para o ar, antipirético, sensibilizam a pele,
potencialmente calmantes para crise de abstinência de nicotina, alguns são
tônicos gerais, alguns são estimulantes da peristalse, alguns são estimulantes
de contração uterina, alguns são sedativos e calmantes (PRICE; PRICE,
2007).
Anel aromático Antiviral, anti-inflamatório, calmante do sistema nervoso, hipotensor,
vasodilatador, antisséptico para o ar, antipirético, sensibilizam a pele,
potencialmente calmantes para crise de abstinência de nicotina, alguns são
tônicos gerais, alguns são estimulantes da peristalse, alguns são estimulantes
de contração uterina, alguns são sedativos e calmantes (PRICE; PRICE,
2007).
61
(continuação)
Tipo de
composto
químico
Classe de
composto
químico
Propriedades
Cetona Monoterpenona Cicatrizante, lipolítico, mucolítico, sedativo, alguns são analgésicos, alguns
são anticoagulantes, alguns são anti-inflamatórios, alguns são digestivos,
alguns são expectorantes, alguns são estimulantes, devem ser usado com
cautela na gravidez (PRICE; PRICE, 2007).
Determinam as principais características de diversos óleos essenciais (como
hissopo e sálvia), suas propriedades principais são liberar e aumentar o fluxo
de muco (mucolítico), efeito citofilático (estimulante celular). Muitos podem
ser tóxicos por via oral. Exemplos de compostos do tipo cetona: tujona,
pulegona, pinocanfona e carvona (GATTEFOSSÉ, 1937/1993; VALNET,
1980/1996; LAVABRE, 1997; SILVA, 1998; SCHNAUBELT, 1998b;
TISSERAND; BALACS, 1999; FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL,
2001; BAUDOUX, 2001).
Mucolítico (SCHNAUBELT, 1998b).
Diterpenona Cicatrizante, lipolítico, mucolítico, sedativo, alguns são analgésicos, alguns
são anticoagulantes, alguns são anti-inflamatórios, alguns são digestivos,
alguns são expectorantes, alguns são estimulantes, devem ser usado com
cautela na gravidez (PRICE; PRICE, 2007).
Sesquiterpenona Cicatrizante, lipolítico, mucolítico, sedativo, alguns são analgésicos, alguns
são anticoagulantes, alguns são anti-inflamatórios, alguns são digestivos,
alguns são expectorantes, alguns são estimulantes, devem ser usado com
cautela na gravidez (PRICE; PRICE, 2007).
Anel aromático Cicatrizante, lipolítico, mucolítico, sedativo, alguns são analgésicos, alguns
são anticoagulantes, alguns são anti-inflamatórios, alguns são digestivos,
alguns são expectorantes, alguns são estimulantes, devem ser usado com
cautela na gravidez (PRICE; PRICE, 2007).
62
(conclusão)
Tipo de
composto
químico
Classe de
composto
químico
Propriedades
Óxido Monoterpenóide Expectorante (SCHNAUBELT, 1998b).
Diterpenóide Não descrito na literatura em aromaterapia pesquisada.
Sesquiterpenóide Não descrito na literatura em aromaterapia pesquisada.
Anel aromático O único bem conhecido e o 1,8 cineol ou eucaliptol, estimulante de glândulas
mucosas, expectorante, mucolítico, irritante da pele em especial para crianças
novas; outros são anti-helmínticos, antivirais (PRICE; PRICE, 2007).
Lactona Lactona Mucolítico, expectorante, diminui temperatura, sensibilizam a pele,
fototóxico, neurotóxico quando ingerido (PRICE; PRICE, 2007).
Mucolítico (SCHNAUBELT, 1998b).
Cumarina Anticoagulante, hipotensor, animador e sedativo, furocumarinas
(principalmente psoralenas e bergapteno) são fototóxicas, alguns são
antivirais, alguns são antifúngicos (PRICE; PRICE, 2007).
Éter Metil éter As variedades cis são mais tóxicas que as variedades trans, pode ser
neurotóxico, pode ser semelhante a anfetamina, não são agressivos para a
pele, forte antiespasmódico, pode ser semelhante a estrogênio, sedativos,
alguns aliviam dor, alguns são anestésicos, alguns são alucinógenos,
antidepressivos (PRICE; PRICE, 2007).
Fenilpropano
e derivados
Componentes principais de manjericão, anis, canela, cravo, noz-moscada,
entre outros, são fortemente anti-sépticos e fungicidas, tóxicos em doses
altas, podendo ser alucinógenos. Exemplos desse tipo de composto: eugenol,
aldeído cinâmico, anetol, metilcavicol, safrol, miristicina e apiol. O eugenol é
o composto mais estudado desse tipo e é anestésico e inibidor de processos
carcinogênicos (GATTEFOSSÉ, 1937/1993; VALNET, 1980/1996;
LAVABRE, 1997; SILVA, 1998; SCHNAUBELT, 1998b; TISSERAND;
BALACS, 1999; FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; BAUDOUX,
2001).
Antiespasmódicos, anti-sépticos e sensibilizantes (SCHNAUBELT, 1998b).
Também há diversos estudos de cada composto químico específico, como por
exemplo: bergapteno é foto tóxico, linalol pode ser narcótico enquanto que acetato linalílico
não apresenta evidência de toxicidade (TISSERAND; BALACS, 1999). A partir desses
conhecimentos químicos e farmacológicos, os óleos essenciais podem ser descritos a partir de
sua composição química principal (SCHNAUBELT, 1998a, 1998b; SILVA, 1998;
TISSERAND; BALACS, 1999; PRICE; PRICE, 2007).
Dentro dessa abordagem os efeitos terapêuticos mais estudados são as propriedades
anti-infecciosas (antifúngicos, antibióticos e antivirais) e anti-inflamatórias dos óleos
essenciais (FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; PRICE; PRICE, 2007, tabelas 4.4 a
4.7), mas há também diversos estudos e classificações dos óleos essenciais quanto a outros
63
efeitos terapêuticos como:
efeitos no sistema digestivo: aperitivo, adstringente, carminativo, colerético, hepato-
estimulante, litolítico, estimulante pancreático, anti-constipante, anti-diarreico,
digestivo, contra náusea, anti-úlcera, eupéptico, hepatoprotetor, analéptico,
termorregulador, cicatrizante, anti-hemorroidário e outros (SILVA, 1998;
FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; LAWLESS, 2002a, 2002b; PRICE;
PRICE, 2007);
efeitos no sistema excretor: anti-enurético, anti-séptico e outros (SILVA, 1998;
LAWLESS, 2002a, 2002b);
efeitos na pele: anti-pruriginoso, anti-sudorífico, antitranspirante, desodorante
citofilático e outros (SILVA, 1998; FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001;
LAWLESS, 2002a, 2002b);
efeitos no sistema respiratório: anti-catarral, expectorante, mucolítico, anti-tussígeno e
outros (SILVA, 1998; FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; LAWLESS,
2002a, 2002b);
efeitos nos sistemas cardio-circulatório, muscular e articular: hiperemiante, flebotônico,
linfotônico, anti-coagulante, fibrinolítico, anti-hematomas, hemostático, hipotensor,
hipertensor, depurativo e outros (SILVA, 1998; FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL,
2001; LAWLESS, 2002a, 2002b);
efeitos no sistema nervoso: anti-espasmódico, anti-arrítmico, antálgico, analgésico,
anestésico, sedativo, neuro-modulador central e outros (SILVA, 1998;
FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001; LAWLESS, 2002a, 2002b);
efeitos no sistema endócrino: estimulante de córtex ou medula adrenal, contra
amenorréia e dismenorréia, anti-diabético, colerético colagógico, semelhante a
cortisona, emenagógico, estimulante de gônadas, hipófise ou hipotálamo, lactogênico,
anti-menopausa, semelhante a estrogênio, estimulante de pituitária anterior, posterior,
timo ou tiróide, uterotônico, endocrinoregulador e outros (FRANCHOMME; JOLLIOS;
PÉNOÉL, 2001; LAWLESS, 2002a, 2002b; PRICE; PRICE, 2007);
efeitos no sistema imune: imuno-estimulante, imuno-regulador e outros (LAWLESS,
2002);
efeitos anti-infecciosos e anti-parasiticidas: antibacteriano, anti-fúngico, anti-viral,
larvicida, inseticida, repelente e outros (SILVA, 1998; FRANCHOMME; JOLLIOS;
64
PÉNOÉL, 2001; LAWLESS, 2002a, 2002b; PRICE; PRICE, 2007);
efeitos tóxicos e indesejáveis: necrosante, alergizante, hipersensibilizante,
fotossensibilizante, neurotóxico, nefrotóxico, hepatotóxico, carcinogênico e outros,
muito importantes para desmistificar a aromaterapia como uma terapia completamente
segura e isenta de riscos à saúde (TISSERAND; BALACS, 1999; FRANCHOMME;
JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001);
efeitos antioxidantes: damos especial destaque a esses efeitos porque atuam em diversos
sistemas e no corpo de uma forma integral. Os efeitos anti-oxidantes dos óleos
essenciais são importantes por possivelmente melhorar funções cognitivas como
melhora da memória e retardo de perdas cognitivas em casos de demência e Alzheimer,
nos quais há um efeito deletério pela ação de radicais livres a longo prazo, que também
ocorre no processo de envelhecimento (BALLARD et al., 2002; SNOW; HOVANEC;
BRANDT, 2004;.KENNEDY; SCHOLEY, 2006). Assim como por causar diminuição
de agitação, stress psicológico e ansiedade estado, associado a melhora de humor e
aumento do nível de calma (ATMACA et al., 2004; HWANG et al., 2006).
Para essa abordagem, além desses conhecimentos, é importante conhecer bem a
relação entre o local afetado no organismo e o local de aplicação (via de administração) do
óleo essencial para entender como se dão seus efeitos terapêuticos (VALNET, 1980/1996;
LAWLESS, 2002a, 2002b). Por exemplo: quando aplicados na pele, os óleos podem ter efeitos
antissépticos, anti-inflamatórios e cicatrizantes, já aplicados via oral podem efeitos digestivos
(LAWLESS, 2002a, 2002b). Nessa abordagem os óleos essenciais também podem ser
descritos pela afinidade que tem com os órgãos e sistemas orgânicos (LAWLESS, 2002a,
2002b).
Ainda na área de farmacologia, também se estudam o metabolismo e a excreção dos
óleos essenciais. De forma geral, sabe-se que os compostos químicos dos óleos essenciais, ao
caírem na corrente sanguínea, são captadas por proteínas plasmáticas (como a albumina).
Essas proteínas levam elas ao fígado para serem metabolizadas e uma vez saturado, o sangue
fica repleto de moléculas livres vindas dos óleos essenciais. Essas moléculas livres se
encaminham a outros tecidos e desempenhando propriedades farmacológicas e fisiológicas.
Sabe-se que, dependendo dos componentes químicos do óleo essencial, ocorrerá um
metabolismo diferente.
A partir do momento que chegam ao fígado, as moléculas no geral tornam-se
65
hidrofílicas por ação enzimática. Em sua grande maioria, os componentes são tornados
inativos metabolicamente, mas isso nem sempre ocorre, podendo originar uma nova função
terapêutica para o óleo, dado que óleos que são transformados em metabólitos tóxicos são
raros e nunca utilizados em aromaterapia (TISSERAND; BALACS, 1999).
Após serem metabolizados, os compostos são excretados pelo organismo, o que pode
ocorrer pelas vias: dérmica (suor), excretora (sendo filtrado do sangue pelos rins e eliminado
juntamente com a urina), fecal (excretada juntamente com o bolo fecal) ou respiratória (sai na
expiração). A eliminação de cada óleo depende de sua afinidade maior com uma ou outra via.
Na maior parte das vezes os componentes dos óleos são metabolizados no fígado excretados
pela urina.
Há muitos trabalhos científicos que estudam os efeitos terapêuticos de óleos essenciais
utilizando a abordagem científica farmacoquímica, no entanto poucos usam o título
“aromaterapia”.
Existem muitos trabalho científicos que usam essa abordagem, desde os estudos
teóricos (RIECHELMANN et al., 1997; HAJHASHEMI et al., 2000; BAQUI et al., 2001;
PERRY et al., 2001; PERRY et al., 2003; SADRAEI; ASGHARI; NADDAFI, 2003;
KOSALEC; PEPELJNJAK; KUSTRAK, 2005; UEDA-NAKAMURA et al., 2005; D'AURIA
et al., 2005; AL-SHUNEIGAT; COX; MARKHAM, 2005; LIMA et al., 2006; FERRINI et al.,
2006; PINTO et al., 2006; CHAIEB et al., 2007; CERMELLI et al., 2008; CHOOCHOTE et
al., 2007; SHAHVERDI et al., 2007; CAMURÇA-VASCONCELOS et al., 2007; BRACHER;
RANDAU; LERCHE, 2008), passando pelos estudos pré-clínicos (MILLET et al., 1981;
GIORGI et al., 1991; ALBUQUERQUE; SORENSON; LEAL-CARDOSO, 1995; LAZARINI
et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2001; MÜHLBAUER et al., 2003; ORAFIDIYA et al., 2003;
COSENTINO; NORTE; LAZARINI, 2004; NORTE; COSENTINO; LAZARINI, 2005; LEE
et al., 2007; FONTENELLE et al., 2008; ABUHAMDAH et al., 2008), até os estudos clínicos
(BASSET; PANNOWITZ; BARNETSON, 1990; TONG; ALTMAN; BARNETSON, 1992;
FEDERSPIL; WULKOW; ZIMMERMANN, 1997; ANDERSON; LIS-BALCHIN; KIRK-
SMITH, 2000; SHAHI et al., 2000; MAYER et al., 2001; TILDESLEY et al., 2003;
TILDESLEY et al., 2005; WARNKE et al., 2006; SHIINA et al., 2007; HUR et al., 2007;
RUTLEDGE; JONES, 2007; GUNSOLLEY et al., 2008; HAFFAJEE; YASKELL;
SOCRANSKY, 2008; PATEL; MALAKI, 2008; TUFEKCI et al., 2008). Ainda havendo
diversos estudos de revisão bibliográfica quanto aos efeitos da aromaterapia (CAVANAGH;
66
WILKINSON, 2002; NASER et al., 2005; MCKAY et al., 2006; CARSON; HAMMER;
RILEY, 2006; WOOLARD; TATHAM; BARKER, 2007; LANSKY; NEWMAN, 2007;
JASEJA et al., 2008).
Existem periódicos que tem muitos artigos que usam essa abordagem, como o “Journal
of Essential Oil Research”, o Aromatherapy times”, o “International Journal of
Aromatherapy”, o Aromatherapy Journal” e o “International Journal of Clinical
Aromatherapy”.
2.3.3.4 Abordagem neurológica
A abordagem neurológica se baseia nos conhecimentos recentes de neurofisiologia e
sistema olfatório, ou seja, na fisiologia do olfato e nos efeitos terapêuticos dos compostos
químicos dos óleos essenciais no sistema nervoso. Como as moléculas de aroma são muito
voláteis (evaporam com muita facilidade), elas entram facilmente pelas narinas com a
inspiração. Então elas caem no muco nasal e se dissolvem, onde existem cílios olfativos
(terminações nervosas), formando o epitélio olfativo. Cada molécula ocupa um sítio olfativo,
onde passa por uma seqüência de reações químicas que iniciam os impulsos nervosos ao
sistema nervoso central.
Uma vez no sistema nervoso central, essas informações passam por diversos centros
corticais e subcorticais. Por meio desses centros nervosos ocorre a comunicação do óleo
essencial com o inconsciente e o subconsciente e ocorrem respostas físicas e emocionais. De
forma geral, o lado direito do cérebro é tido como responsável pela mente consciente,
enquanto que o lado esquerdo é relacionado ao sub-consciente ou “sensação de consciência”
(uncontious awareness), o sistema límbico é relacionado principalmente com elementos
inconscientes e o córtex é relacionado a elementos conscientes (VAN TOLLER, 1997). É
claro que isso é uma simplificação, pois existem elementos mentais (mais corticais e à direita)
e emocionais (mais límbicos e à esquerda) conscientes e inconscientes. Atualmente se sabe
que os processos neurológicos relacionados às emoções, pensamentos, memória e aprendizado
são complexos e diversos níveis neurológicos participam deles (LEDOUX, 1992, 2000, 2003;
BLANCHAR et al., 2001; GUYTON; HALL, 2001).
67
Os aromas podem atuar em diversos processos em todos esses níveis, tanto de forma
olfativa quanto de forma farmacológica, sendo absorvido pelo organismo de alguma forma e
atingindo a corrente sanguínea. Por exemplo: a lavanda atua no mesencéfalo, que manda
mensagem para a adeno hipófise de diminuir o ACTH, que causa o stress, além de ter outros
efeitos farmacológicos e psicológicos (ROSE, 1995; KIRK-SMITH, 2003; KIRK-SMITH,
2003b). Dentro da abordagem neurológica, os óleos essenciais são considerados a ter
substâncias:
análogas a neurotransmissores (mecanismo de ação farmacológico);
que influenciam a produção de neurotransmissores (mecanismo de ação farmacológico e
olfativo);
que participam nos processos de produção de neurotransmissores (mecanismo de ação
farmacológico e olfativo);
que atuam nos processos neurofisiológicos dos neurotransmissores (mecanismo de ação
farmacológico e olfativo).
Existem diversos estudos científicos baseados nessa abordagem, principalmente
estudos pré-clínicos (BERNARDINI et al., 1991; BATATINHA; DE SOUZA-SPINOSA;
BERNARDI, 1995; SIQUEIRA et al., 2006; DE SIQUEIRA et al., 2006) e clínicos (ROSE;
BEHM, 1994; GÖBEL; SCHMIDT; SOYKA, 1994; SAEKI; SHIOHARA, 2001; GEDNEY;
GLOVER; FILLINGIM, 2004; GOEL; KIM; LAO, 2005; HEUBERGER;
HONGRATANAWORAKIT; BUCHBAUER, 2006; HOWARD; HUGHES, 2007; MOSS et
al., 2008).
Existem muitos estudos dessa abordagem principalmente nos periódicos
Aromatherapy Journal”, “International Journal of Aromatherapy” e “International Journal of
Clinical Aromatherapy”.
2.3.3.5 Abordagem psiconeuroendocrinoimunológica
A abordagem psiconeuroendocrinoimunológica da aromaterapia se baseia nos
conhecimentos da psiconeuroendocrinoimunologia, que surgiram a partir da neurociência e
68
levam em consideração os conhecimentos agrupados de todas as áreas, psicologia,
endocrinologia, neurologia e imunologia (PERT, 2003). A psiconeuroendocrinoimunologia
pode ser usada para explicar diversos processos, entre eles, a atuação dos óleos essenciais
(PRICE, 2002).
A psiconeuroendocrinoimunologia começou como psicoimunologia em meados dos
anos 50, evoluiu ao conceito de psiconeuroimunologia e depois ao atual de
psiconeuroendocrinoimunologia. Esse modelo se baseia na idéia de que os quatro sistemas
(psicológico, nervoso, endócrino e imunológico) usam peptídeos para se comunicar e
gerenciar o organismo como um todo e também é chamado de “rede psicossomática” ou
“psychossomatic network” por ter surgido a partir da psicossomática, como veremos mais
adiante (PERT, 2003).
No âmbito da aromaterapia, a psiconeuroendocrinoimunologia tem mostrado
cientificamente a interação entre corpo e mente e a importância desses estudos dentro da área
da saúde, além de evidenciar que o mecanismo de ação dos óleos essenciais é mais complexo
do que é conhecido, assim como mais efetivo que o uso de uma substância isolada
(SCHNAUBELT, 1998b). Além disso, os óleos essenciais são comparados aos hormônios
animais por sua atividade tanto no organismo da planta quanto no organismo humano, sendo
que a volatilidade e o odor são indicativos de atividade fisiológica considerável
(GATTEFOSSÉ, 1937/1993).
Existem poucos artigos científicos de aromaterapia baseados nessa abordagem
(YOKOYAMA, 2002) e existem alguns artigos e livros discutindo os efeitos do olfato na
psique e na fisiologia (KIECOLT-GLASER et al., 2008). No geral, os artigos e profissionais
que seguem essa abordagem se baseiam na teoria de que os óleos essenciais atuam neuro-
endocrinamente nos eixos hipotálamo-hipófise-pituitário (incluindo tireóide e glândulas
adrenais), hepato-pancreático-adrenal e neuro-imuno-linfático, sendo o primeiro o principal
(BERKOESKY, 1995; ALEXANDER, 2000). Apesar da escassez de artigos científicos, essa
visão é considerada por diversos autores como uma visão interessante para abordar a
aromaterapia de uma forma científica e clínica, por permitir um equilíbrio neuro-endócrino-
imunológico mais perfeito, com uma eficiência neuro-endócrina que o corpo não atingiria de
outra forma (BERKOESKY, 1995; SCHNAUBELT, 1998; PRICE, 2002).
Como esse trabalho se baseia nessa abordagem, iremos detalhá-la mais
aprofundadamente nos próximos capítulos.
69
3 PARTE II: PSICONEUROENDOCRINOIMUNOLOGIA
3.1 Breve histórico da psiconeuroendocrinoimunologia
A abordagem psiconeuroendocrinoimunológica tem suas origens na psicossomática,ou
seja, no estudo da relação entre corpo e mente. Há muito tempo se discute a relação entre o
corpo e a mente no ser humano, ou seja, como a mente pode interferir no funcionamento
orgânico e vice versa. Desde a antiguidade os homens se questionam quanto à causa das
doenças. Inicialmente acreditava-se que as doenças eram determinadas pela vontade dos
deuses. A partir de Hipócrates surgiu a noção de que havia algo no próprio ser humano, a
alma ou o espírito, que poderia interferir no seu funcionamento orgânico. Hipócrates afirmava
que havia um força interior que poderia tanto causar doenças quanto curar doenças no
indivíduo e os gregos a nomearam de psique ou força psíquica em alusão à deusa Psiquê
(VASCONCELLOS, 2007). Hipócrates reconheceu com seus estudos médicos que o ser
humano possui um poder de auto-cura natural (MODIA, 2008).
Na Idade Média as explicações quanto à causa das doenças voltaram a ser dadas pela
vontade divina, no entanto agora com um deus único, pelo monoteísmo da Igreja Católica.
Essa visão então sofreu uma mudança no renascimento, quando iniciou-se a noção dualista do
ser humano, na qual a igreja era responsável pelos tratamentos espirituais, psicológicos,
emocionais e mentais e os médicos eram responsáveis pelos tratamentos físicos, dividindo,
assim, o homem em duas partes: o corpo físico e a psique (VASCONCELLOS, 2000a, 2000b,
2007).
A partir do século XVII iniciou-se a visão científica e, com ela, ressurgiu a discussão
da relação corpo-mente. Ao final do século XIX, Sigmund Freud desenvolveu a teoria
psicanalítica, reafirmando de forma mais concreta a concepção hipocrática de que essa relação
existe. Apesar das divergências e visões variadas a respeito do assunto, tem se tornado cada
vez mais irrefutável a idéia de que existe uma ligação íntima entre a psique (emoções e
pensamentos) e o funcionamento e as doenças do corpo. A partir da psicanálise freudiana
surgiram, então, diversas outras linhas, dentre as quais destacamos a psicossomática
70
(VASCONCELLOS, 2007).
O termo “psicossomático” foi introduzido em 1818 por Heinroth e significava um mal
físico que era causado na psíque do indivíduo (FILHO, 1992). Com o tempo e o
aprofundamento do conhecimento científico na área o conceito evoluiu a um significado
maior que enquadra as interações entre psique e corpo em ambas as direções, de um modo
mais abrangente. Implica em "ir além da realidade física do indivíduo sem, no entanto, negá-
la" (EKSTERMAN, 1978), concebendo o ser humano como um ser biopsicossocial (FILHO,
1992).
A teoria psicossomática se baseia na idéia de que o corpo reage a estímulos do meio
ambiente e do meio interno (psíquico) procurando manter o seu estado de equilíbrio
(VASCONCELLOS, 2007). No final do século XIX Claude Bernard estudou o equilíbrio do
organismo humano, afirmando que uma das características principais dos seres vivos é a
capacidade de manter o estado orgânico interno independente das características do meio
ambiente. Ele indicava uma concepção fixa e rígida do organismo vivo, mas abriu as portas
para pesquisas posteriores sobre adaptação e mudança orgânica no campo da biologia e da
fisiologia, como as de Pfluger (1877) e Fredericq (1885), posteriormente servindo de guia
para Cannon quando ele criou o princípio da homeostase em 1932.
O princípio da homeostase é fundamental na psicossomática porque prevê que os
organismos vivos têm mecanismos fisiológicos próprios para proteger e manter o equilíbrio
biológico interno (MODIA, 2008), o que permite a interação entre o mundo interno (psíquico)
e o mundo externo (físico) por meio do corpo. Esse conceito se iniciou como uma noção de
equilíbrio um tanto quanto “estático”, mas com o passar do tempo evoluiu a uma noção mais
dinâmica que diz que a homeostase é o próprio desequilíbrio porém com oscilações e
variações menores, ou talvez um “equilíbrio dinâmico” (VASCONCELLOS, 2000a, 2000b,
2009). Uma das melhores formas de compreender a homeostase e a interação mente-corpo
dentro da abordagem psicossomática é o estudo do stress (VASCONCELLOS, 2007).
3.2 O estudo do stress e as bases da psiconeuroendocrinoimunologia
A palavra stress é usada atualmente para descrever diversas situações, não havendo
71
uma definição exata para o termo. Há alguns componentes principais dentro do seu âmbito: o
estímulo stressor (aquilo que desencadeia o processo), o processamento desse estímulo por
diversos sistemas orgânicos e psíquicos, as respostas ao estímulo e o feedback proveniente dos
efeitos da resposta, que permite a interação entre estímulo, processamento e resposta (URSIN;
OLFF, 1993). Para Vasconcellos (2000a, 2000b) o stress é caracterizado por alterações
fisiológicas que se processam no organismo quando é requerido dele uma reação mais intensa
que a sua atividade orgânica habitual, normal.
A teoria do stress surgiu no século XX com um endocrinologista austríaco-canadense
chamado Hans Seyle. Seyle partiu da parspectiva do agente stressor, ou seja, como resposta ao
estímulo. Ele desenvolveu em 1936 a teoria da síndrome de adaptação geral, afirmando que
existe um efeito geral não-específico para qualquer demanda sobre o corpo. Dentro de sua
teoria Seyle descreveu fases desse efeito geral do organismo: a fase de alarme (intensa e
imediata), a fase de resistência (na qual há retorno ao estado normal, por volta de 48 horas
após o evento) e a fase de exaustão (se o estímulo causador do stress não cessasse o organismo
poderia colapsar após alguns meses); e ele chamou o processo todo de síndrome de adaptação
geral (URSIN; OLFF, 1993; VASCONCELLOS, 2009).
Levine e Ursin (1991), descobriram a importância de cargas emocionais nesse
processo, deixando claro que existe grande variação de resposta ao estímulo stressor graças ao
processamento mental de cada indivíduo. Seyle descreveu a síndrome de adaptação geral a
partir principalmente dos sistemas nervoso, endócrino e imunológico. O sistema nervoso pelo
eixo adreno-cortical e do sistema de ativação geral (no qual o sistema nervoso aumenta sua
atividade e a mantém num nível acima do habitual), composto principalmente pela formação
reticular e sistemas ascendentes (URSIN; OLFF, 1993). Com base no trabalho de Seyle,
Levine e Ursin inseriram o componente psicológico, que foi aprofundado por Lazarus e
Folkman posteriormente, com a teoria das avaliações cognitivas, como veremos mais adiante.
A partir do momento em que o estímulo foi percebido pelos neurônios receptores, a
resposta de stress se inicia. A primeira fase de resposta ao stress pode, então, ser sentida como
excitação ou mal estar, dependendo do contexto da situação e da avaliação dada pelo
indivíduo. A segunda fase pode ser considerada uma tentativa de restabelecer o equilíbrio ou
homeostase. A reação de alarme geral faz parte do sistema de homeostase do organismo.
Levine e Ursin (1991) sugerem que ela se relaciona mais a “algo que falta” do que a um
stressor, no sentido de falta de informação (incerteza e impossibilidade de previsão) para
72
conseguir resultados positivos e evitar resultados negativos (URSIN; OLFF, 1993).
As respostas ao stress (comportamentais e fisiológicas) são necessárias para que o
indivíduo funcione bem dentro de um ambiente dinâmico e desafiador. Algumas das
sensações podem ser desagradáveis, mas isso não significa que o processo seja patológico.
Entre suas funções podemos citar a ativação como: força motriz por trás da solução de
problemas, um sistema de alarme, um sistema que reduz as necessidades do indivíduo, meio
de eliminar o stress e a situação que o causou (pois o sistema se mantém ativado enquanto
houver discrepância entre o valor colocado e o valor real de uma variável em particular), meio
para aumentar a função física no pico da resposta, permitindo aumentar o seu limite de
desempenho, que ocorre também no âmbito psicológico. Com isso dizemos que a reação não é
em si patológica, ela faz parte das reações necessárias para manter a homeostase. Só pode ser
considerada inadequada e patológica quando a situação se torna crônica, por isso a noção de
que o processo seja necessariamente patológico é algo que deve ser modificado. O próprio
Seyle já diferenciou o stress natural do patológico com os termos eustress, para o primeiro, e
distress, para o segundo (URSIN; OLFF, 1993; MODIA, 2008).
Além disso, existem estudos quanto ao desenvolvimento da resposta ao stress no
tempo, que observaram que a ativação do sistema nervoso é feita alguns milissegundos após o
estímulo stressor, enquanto que atividade da pituitária anterior afetada pelo hipotálamo
demora alguns segundos, chegando ao seu pico em 20 a 30 segundos, e as alterações
endócrinas ocorrem em aproximadamente 10 minutos e as imunes em alguns dias ou até
semanas. No entanto, essas respostas são para um único estímulo stressor e na vida real os
indivíduos estão sujeitos a múltiplos estímulos stressores, além de suas próprias expectativas,
que também podem agir como estímulos stressores (URSIN; OLFF, 1993).
A discrepância que se encontra entre o estímulo e o que ocorre no indivíduo é dada
pela avaliação ou filtragem que cada um faz. Existem dois tipos de filtro: a avaliação da
ameaça potencial, chamado de expectativa do estímulo por Ursin e avaliação inicial por
Lazarus e a avaliação de eficácia das respostas, chamada de expectativa de resultado da
resposta por Ursin e avaliação secundária por Lazarus (URSIN; OLFF, 1993; LAZARUS;
FOLKMAN, 1994). A primeira pode ser chamada de defesa e a segunda de coping e ambas
diminuem o impacto do stressor no nível da ativação que ele causa. Problemas nesses
mecanismos de defesa e coping podem trazer conseqüências à saúde do indivíduo.
A defesa atua distorcendo a relação entre estímulos. Há um primeiro estímulo que
73
sinaliza a vinda de um segundo estímulo (ameaçador, stressor). Sem a defesa, ocorre a
resposta ao stress; com a defesa, diminui a expectativa do segundo estímulo (negação, por
exemplo, é uma defesa). Esse mecanismo foi encontrado somente em seres humanos e é
possível que seja próprio dessa espécie. O preço por essa atenuação do stress é a possibilidade
de falhar quanto a uma resposta adequada à situação de perigo (URSIN; OLFF, 1993).
Já o coping se relaciona à expectativa de resultado e às conseqüências das ações
tomadas. Existem três tipos de expectativa: coping, impotência (helplessness) e inesperança
(hopelessness). O coping se refere a expectativas positivas e é resultado de aprendizagem (ou
seja, o sistema nervoso tem que ser capaz de perceber por feedback resultados positivos e
gravá-los na memória para que o indivíduo seja capaz ou se acredite capaz de prever
resultados de uma forma eficiente). Coping bem sucedido (a certeza do que se fazer) diminui
o stress e a inabilidade de fazer o coping (a dúvida da ação a ser tomada) resulta em altos
níveis de stress. Os sentimentos de impotência e inesperança podem mostrar essa inabilidade
de fazer um bom coping.
Ao mesmo tempo, sabe-se que os processos podem ser mais complexos que esses
descritos, pois estudos tem conseguido identificar quatro clusteres diferentes, dois de defesa e
dois de coping: defesa cognitiva, hostilidade defensiva, coping orientado ao conhecimento
instrumental e coping focado na emoção (URSIN; OLFF, 1993). Essas diferenças muitas
vezes se dão somente no âmbito teórico e formal, sendo que no geral os processos que
acontecem no ser humano são complexos e contêm componentes de mais de um desses
fatores.
Além disso, o sistema de ativação pode ser dividido em dois: fásico e tônico. Quando
o coping é bem sucedido ocorre uma ativação fásica (adrenalina, aumento da freqüência
cardíaca e testosterona), quando é mal sucedido ocorre a ativação tônica (de maior duração e
que pode trazer queixas psicossomáticas). O primeiro é chamado arousal (despertar), o
segundo de activation (ativação) e a mistura de ambos é effort (esforço) por Pribram e
McGuiness (1975). Há sugestões de que existe especificidade endócrina nesses mecanismos
(HENRY; MEEHAN, 1981), mas é difícil encontrar especificidade neuropsicológica, apesar
dessa última ser encontrada em estudos.
Há ainda influências genéticas e ontogenéticas ao stress. Certos estímulos durante
certos períodos do desenvolvimento podem diminuir a resposta ao stress na vida adulta ou
tornar a resposta hiper-reativa e generalizada. Os processos psicológicos de defesa e coping
74
tem relação com fatores biológicos como níveis de cortisol e imunoglobulinas. Isso pode ser
explicado pela maneira que as pessoas lidam com situações stressantes e defende a idéia de
que não é o estímulo que determina as respostas endócrinas e imunes, mas sim os mecanismos
psíquicos de defesa e coping (URSIN; OLFF, 1993).
Após os estudos de stress de Seyle, Ludwig von Bertalanfy desenvolveu a teoria dos
sistemas e Richard Lazarus a teoria dos processos cognitivos de avaliação (LAZARUS;
FOLKMAN, 1994; VASCONCELLOS, 2007). Lazarus e Folkman (1994) postularam que são
três avaliações do stress:
avaliação primária: realizada no sistema límbico, tálamo e hipotálamo e que define
“perigo” e “desafio”, ou seja, define o estímulo como stressor ou não
(VASCONCELLOS, 2000a, 2000b),
avaliação secundária: realizada nos centros cognitivos de avaliação e preparo de reação
e que procura definir uma estratégia de coping (VASCONCELLOS, 2000a, 2000b),
reavaliação: realizada nos sistemas cerebrais e que avalia o sucesso ou insucesso da
ação tomada (VASCONCELLOS, 2000a, 2000b).
Segundo Modia (2008) a partir do estímulo o sistema nervoso sinaliza a sua presença e
o sistema límbico efetua uma avaliação inicial não-cognitiva identificando a existência ou não
de perigo, se o estímulo for identificado como irrelevante o circuito é interrompido. No caso
do estímulo ser identificado como um stressor, em seguida o córtex então assume a avaliação
cognitivo-emocional, Essas duas avaliações são possíveis graças à comunicação entre os
sistemas feita pelos eixos hipotálamo-talâmico e límbico-talâmico (MODIA, 2008).
A teoria do stress permitiu compreender como os sistemas nervoso, endócrino e
imunológico se inter-relacionam, a teoria dos sistemas mostrou como os seres vivos
funcionam de uma forma integral e a teoria dos processos cognitivos de avaliação pôde inserir
a psicologia nesses processos, dessa forma permitindo a fundamentação da
psiconeuroendocrinoimunologia.
3.3 Psiconeuroendocrinoimunologia: a teoria
A teoria só podia se iniciar como psiconeuroimunologia,o que ocorreu com Robert
75
Ader em 1981 (VASCONCELLOS, 2000a, 2000b, 2007) e se fundamentou na teoria
psicanalítica de Freud, em suas considerações de interação entre soma e psique e em novos
estudos que questionavam a autonomia do sistema imunológico (METALNIKOV; CHORINE,
1926; CHORINE, 1934). A psiconeuroendocrinoimunologia integra os conhecimentos das
diversas áreas, como endocrinologia, neurologia, neurofisiologia, neuroendocrinologia,
psiquiatria e psicologia. É uma ciência relativamente nova e utiliza-se do conceito básico de
stress o qual pode ser aplicado à abordagem psicanalítica, behaviorista, gestaltista ou qualquer
outra teoria psicológica (VASCONCELLOS, 2000a, 2000b, 2009; MODIA, 2008).
A psiconeuroendocrinoimunologia não se preocupa tanto com a origem das doenças,
se elas iniciaram num sistema e causaram alterações em outro, preocupando-se sobretudo com
as interações intersistêmicas, de uma forma multidisciplinar. Ainda que não se baseie,
intencionalmente, em teorias orientais e se confirme inteiramente dentro de um conceito
científico ocidental, o fato de centralizar sua premissas num paradigma integrado, aproxima-a
de uma visão oriental, em ambas se fala em sincronicidade e não causa e efeito
(VASCONCELLOS, 2000b). Dentro dessa visão a premissa básica é a de network, ou seja, o
sistema nervoso interage com o sistema endócrino, que interage via neurotransmissores e
neuropeptídeos com o sistema imunológico, que, por sua vez, se conecta ao sistema nervoso
via imunopeptídeos. Dessa forma, os sistemas são todos inter-conectados e atuam de forma
conjunta, multidirecional e sincrônica quando qualquer um é acionado. O hipotálamo é um
centro importante nessa intercomunicação por se comunicar com os três sistemas a partir de
informações obtidas do tálamo, do sistema límbico e do neocórtex, principalmente via
hipófise, que secreta diversos hormônios que atuam na fisiologia do organismo e no sistema
imunológico (VASCONCELLOS, 2007, 2009).
Além dessa comunicação entre os sistemas sabe-se atualmente que os elementos que
realizam a comunicação entre os sistemas (neuropeptídeos, imunopeptídeos,
neurotransmissores) podem ser fabricados em diversos dos sistemas, não sendo exclusivos de
nenhum deles. É conhecido que os efeitos dos neurotransmissores são mais rápidos e dos
neuropeptídeos (ou imunopeptídeos) são mais lentos, portanto, se o organismo precisa de uma
resposta rápida ou não ele irá escolher um ou outro elemento (FILHO, 1992;
VASCONCELLOS, 2007, 2009).
Atualmente existem inúmeros estudos relacionando variáveis fisiológicas com
psicológicas (METALNIKOV; CHORINE, 1926; CHORINE, 1934; SOLOMON, 1960;
76
SOLOMON; MOOS, 1964; COHEN, 1975; SCHLEIFER, 1983; VAZ et al, 1988; SMITH,
HARBOUR-MCMENAMIN; EDWIN BLALOCK, 1989; ZÄNKER et al, 1991; AMORIM,
1992; VASCONCELLOS, 2007, 2009; MODIA, 2008) e isso tem permitido um entendimento
cada vez maior do ser humano como uma unidade, assim como abre as portas para o
tratamento multidisciplinar integrado (VASCONCELLOS, 2007, 2009; MODIA, 2008).
O modelo psiconeuroendocrinoimunológico permitiu observar que as sensações,
emoções e pensamentos interagem determinando o rumo das reações fisiológicas ao stress, ou
seja, o modo como cada indivíduo interpreta e avalia o meio ambiente e as informações que
recebe influencia no seu jeito de lidar com o stress (MODIA, 2008). A partir dessa noção de
que os sistemas psíquico, nervoso, endócrino e imune funcionam numa rede (network)
comentaremos abaixo algumas dessas relações ligadas ao sistema nervoso, que como sabemos
é regulador. O sistema nervoso é o regulador de todo o organismo e é dividido em:
sistema aferente: que traz informação ao sistema nervoso central (GUYTON; HALL,
2001),
central ou interpretativo: onde as informações são interpretadas e integradas
(GUYTON; HALL, 2001),
eferente ou efetor: que leva informação ao organismo para que ele responda
corretamente aos estímulos recebidos do meio interno e externo (GUYTON; HALL,
2001).
O sistema nervoso central é dividido funcionalmente em:
nível cortical: onde se desenvolvem as funções conscientes de pensamento lógico e
racional e onde são armazenadas as memórias de longo prazo (GUYTON; HALL,
2001),
nível subcortical: onde são realizadas as funções subconscientes do organismo, que
incluem as emoções e os processamentos emocionais, além de equilíbrio, avaliação de
estímulos e outras funções (GUYTON; HALL, 2001),
nível medular: onde são desempenhadas as funções inconscientes, reflexas, instintivas
e de regulação baixa do organismo (GUYTON; HALL, 2001).
Claro que essa divisão é meramente didática e existem funções intermediárias, assim
como funções que utilizam mais de um nível ao mesmo tempo, além do fato de que há uma
interdependência funcional entre os três níveis (GUYTON; HALL, 2001). Esses níveis se
intercomunicam a partir de sinapses (com transmissão praticamente imediata de informação),
77
neurotransmissores (com transmissão rápida) e neuropeptídeos (com transmissão um pouco
mais lenta que os neurotransmissores, mas ainda mais rápida que as comunicações do sistema
nervoso com outros sistemas como o imune e o endócrino) para manter o equilíbrio do
organismo (GUYTON; HALL, 2001).
A partir do momento que as informações sensoriais internas e externas foram
interpretadas e integradas no sistema nervoso central elas passam ao sistema nervoso eferente.
Esse sistema pode então ser dividido em sistema nervoso periférico e sistema nervoso
autônomo. O primeiro é responsável principalmente pelas respostas do sistema mio-ósseo-
articular e o segundo é principalmente responsável pelas respostas viscerais e pode ser
dividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático, que são envolvidos
intensamente nos processos de stress (GUYTON; HALL, 2001; VASCONCELLOS, 2007).
Além disso o sistema nervoso se comunica com o sistema endócrino, principalmente
pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (no qual a interação entre sistema nervoso e sistema
endócrino fica evidente). A partir do momento que as informações foram interpretadas e
integradas pelo sistema nervoso central, o tálamo (principal centro de distribuição das
informações), no nível subcortical, envia informações ao hipotálamo, que é dividido em seis
núcleos (supra-ótico, ventro-mediales, paraventriculares, infundibulares, dorso-mediales e
eminência mediales), cada um secretando uma ou mais substâncias (VASCONCELLOS,
2007). Desses, o principal núcleo hipotalâmico a participar no eixo é a eminência mediales,
que secreta o hormônio liberador de corticotrofina ou hormônio corticotrófico de ativação
(CRH), que então estimula a glândula hipófise ou pituitária, nos lóbulos anterior e posterior
(VASCONCELLOS, 2007). A hipófise anterior então secreta diversos hormônios (como o
adrenocorticotrófico ACTH, tireo-estimulante TSH, somatotrófico STH, folículo-estimulante
FSH e fator tímico TF) e a hipófise posterior secreta outros hormônios (como anti-diurético
ADH e oxitocinas), todos os quais tem conseqüências ou imunes, como o cortisol e o TF, ou
metabólicas, como o ACTH que estimula as secreções endócrinas supra-renais de cortisol e
catecolaminas: adrenalina e noradrenalina, agindo, portanto, diretamente no ramo simpático
do sistema nervoso autônomo (VASCONCELLOS, 2007).
Por fim, o sistema endócrino se comunica com o sistema imune através de
neurotransmissores e neuropeptídeos (VASCONCELLOS, 2007) enquanto que, ao mesmo
tempo, o sistema nervoso se comunica diretamente com o sistema imune por neuropeptídeos e
imunopeptídeos produzidos em ambos os sistemas nervoso e imune (LAMBERT; KINSLEY,
78
2006; VASCONCELLOS, 2007). O sistema imune funciona como uma auto-identidade e uma
defesa contra agressores externos, para o corpo. A sua principal função é impedir que
elementos externos (que não fazem parte de si mesmo) possam desviar o corpo de sua
homeostase (LAMBERT; KINSLEY, 2006). O sistema imune costuma ser dividido em
imunidade inata e imunidade adquirida. O sistema imune inato é composto de quatro
elementos: macrófagos (células que fagocitam patógenos e sinalizam a presença deles com
citocinas), neutrófilos (células que fagocitam patógenos morrendo em seguida por apoptose,
causando o pus), células natural killer (NK, que matam patógenos injetando perforinas neles
ou através de proteínas na sua membrana) e citocinas (proteínas que servem de mensageiras).
O sistema imune adquirido é composto por dois tipos de células: as B (que reconhecem
patógenos e secretam anti-corpos específicos para eles) e as T, que podem ser helper ou killer,
as primeiras reconhecem restos de patógenos identificados por outras células e fabricam
citocinas, amplificando os sinais de outras células e as segundas se proliferam e matam o
patógeno com proteínas da sua membrana (LAMBERT; KINSLEY, 2006).
Sabendo das funções principais do sistema imune, falta compreender como o sistema
nervoso e o sistema endócrino se comunicam com o sistema imune. Como foi observado por
Ader e Cohen em 1975, o sistema imune pode ser condicionado da mesma forma que o
sistema nervoso, observado por Ader em 1981 (LAMBERT; KINSLEY, 2006). Aos poucos
foram sendo encontradas fibras nervosas em praticamente todos os tecidos imunes, além das
evidências de que as células de ambos os sistemas podem produzir peptídeos que transportam
informações para ambos os sistemas de neuropeptídeos e imunopeptídeos (LAMBERT;
KINSLEY, 2006). Assim, todas as respostas imunes são transmitidas e elaboradas juntamente
com respostas neurais, de forma que os dois sistemas funcionam conjuntamente, no que é
chamado de cross comunication (VASCONCELLOS, 2009).
Também é muito importante compreender que atualmente essas funções imunes de
defender o corpo e manter a homeostase não se limitam aos casos clássicos, como câncer,
alergia, doença auto-imune, microrganismos infectantes e similares, englobam também todos
os processos que colocam o corpo em contato com o meio ambiente, desde o oxigênio que
produz radicais livres, ao feto gerado no útero materno, ao toque da pessoa amada na pele, ao
vírus que penetra no organismo, sendo esse sistema imune intimamente ligado ao sistema
nervoso, assim tudo que estimular ou não o sistema nervoso fará, também, com o sistema
imune (VASCONCELLOS, 2009).
79
Com tudo isso vemos que o sistema nervoso faz a ponte entre o corpo e a psique via
sistemas endócrino e imunológico. Fica claro que alterações psíquicas como stress, depressão
e ansiedade (entre muitas outras) geram alterações físicas (neurológicas, endocrinológicas e
imunológicas), mas ainda continuam duas questões importantes. A primeira questão é como
elementos puramente psíquicos (como traços de personalidade, experiências de vida e
traumas) interferem nesse processo psico-somático? E a segunda questão é como alterações
neuro-endócrino-imunológicas podem gerar alterações psíquicas?
A resposta à primeira questão é bastante complexa e depende da base teórica e
conceitual adotada em cada visão psicológica. Mas o ponto principal da parte “psico” da
psiconeuroendocrinoimunologia é a questão individual: os aspectos individuais são
fundamentais para muitas investigações psicológicas e interferem intensamente no equilíbrio
psico-corporal do indivíduo (LAMBERT; KINSLEY, 2006). Porque de duas pessoas que
passaram pela mesma situação, uma adoece e a outra não? O que faz com que dois sujeitos da
mesma espécie tenham respostas tão diferentes às mesmas condições ambientais? As
respostas dessas questões estão na variedade de ambientes, situações sociais e perfis
psicológicos (LAMBERT; KINSLEY, 2006). Essas inúmeras diferenças individuais geram
uma vasta gama de respostas diferentes e cada resposta tem uma influência diferente no
sistema neuro-endócrino-imunológico (LAMBERT; KINSLEY, 2006).
Essa ponte psico-somática, é vista, em linhas gerais, em situações de stress intenso,
que causam diversas alterações fisiológicas, como diminuição da proliferação de linfócitos e
IL-2, diminuição da atividade das células NK e redução da apoptose, que facilita o
aparecimento de câncer. Ao mesmo tempo, comportamentos hostis e agressivos em geral
geram pressão alta, elevações neuroendócrinas (aumento de noradrenalina e cortisol) e
redução de células NK e T. Além disso, stress crônico geralmente vem acompanhado de
respostas fracas de anticorpos e células T, enquanto que o apoio social e os níveis menores de
ansiedade costumam causar um aumento das respostas de anticorpos. Ainda sabe-se que
ansiedade crônica e raiva aumentam a atividade das células NK, de forma que emoções
negativas (como medo e tristeza) e positivas (como alegria) exacerbadas aumentam o
funcionamento imune (LAMBERT; KINSLEY, 2006).
O stress pode, em determinados momentos, causar o aumento das respostas e funções
imunes e em outros momentos causar a sua diminuição. O stress agudo pode suprimir
algumas funções imunes e aumentar outras simultaneamente (LAMBERT; KINSLEY, 2006).
80
Além disso, pesquisadores observaram que os vínculos sociais aumentam a proteção imune e
diminuem fatores de envelhecimento como o IL-6. Eles constataram que as pessoas que focam
sua atenção diariamente em coisas ruins e desagradáveis tendem a ter um aumento das
funções imunes e pessoas que expõem seus sentimentos em terapia ou conversas tendem a ter
uma vida mais longa (LAMBERT; KINSLEY, 2006). O otimismo, da mesma forma, gera um
maior número de células T helper e aumentam a citotoxicidade de células NK, e indivíduos
extrovertidos tendem a ser mais saudáveis do que os tímidos.
Observa-se que não existe um padrão muito claro relacionado aos elementos psíquicos
que aumentam ou diminuem as funções imunes, mas fica claro que existe essa interação. No
geral podemos dizer que elementos psíquicos exacerbados de modo agudo tendem a ter uma
influência positiva (de aumento) no funcionamento imune, enquanto que elementos psíquicos
exacerbados cronicamente tendem a ter um efeito deletério (de diminuição) no funcionamento
do sistema imune, mas essa área ainda necessita de pesquisas e maior confirmação científica.
A segunda questão citada se refere principalmente ao caminho inverso da psico-
somática, ou seja, o somato-psíquico. Não é difícil compreender que o corpo interfere na
psique, pois dependemos do corpo para viver no mundo e, se houver algo no corpo que possa
ameaçar nossa vida e bem estar, isso irá nos causar um desconforto psíquico. Por exemplo:
quando uma pessoa sente angina (dor cardíaca por enfarto agudo do miocárdio)
freqüentemente ela vem acompanhada de angústia, medo e sensação de morte eminente. Outra
situação ilustrativa do efeito somato-psíquico é o processo de se enfrentar um doença crônica
degenerativa, no qual, muitas vezes, o indivíduo passa por processos de depressão e stress; ou
após situações de grande risco de vida, após as quais as pessoas comumente desenvolvem a
síndrome do stress pós-traumático, que vem carregada de alterações psíquicas. Além disso, a
dificuldade que o ser humano tem em lidar com a morte também ilustra esse efeitos somato-
psíquico, pois, quando uma pessoa recebe um diagnóstico terminal, passa por fases
emocionais relacionadas ao ato de lidar com a morte (em geral as fases são de negação, raiva,
depressão e negociação, mas existem diversas descritas).
Essas situações ilustram bem o fato de que as condições do corpo interferem na psique
e no estado psíquico. Podemos levar isso a um nível mais sutil para entender como o corpo
influencia o estado psíquico no dia-a-dia, por exemplo, na prática do exercício físico. A
prática de exercícios físicos pode ser considerada um stressor por tirar o corpo de sua
homeostase, mas foi vista ter influência positiva nas respostas imunes (aumentando
81
leucócitos, células NK e IL-1), por poder aliviar tensão e causar relaxamento (LAMBERT;
KINSLEY, 2006).
Essas influências do corpo na mente, geram questões práticas. Por exemplo, foi
descoberto que pessoas que sofrem de depressão apresentam hipersecreção prolongada de
cortisol, como se estivessem presas numa condição de stress ligado”. Podemos inferir dessa
descoberta que podemos abordar o tratamento da depressão de um ponto de vista neuro-
endócrino-imunológico (LAMBERT; KINSLEY, 2006). Toda essa noção de network e essas
informações científicas abrem muitas portas a novas abordagens terapêuticas e evidenciam a
importância e a necessidade do tratamento interdisciplinar.
82
4 PARTE III: AROMATERAPIA NO MODELO
PSICONEUROENDOCRINOIMUNOLÓGICO
4.1 Considerações iniciais
Como já foi mencionado anteriormente, no geral, os aromas podem influenciar o
equilíbrio fisiológico e psicológico do indivíduo a partir de dois principais mecanismos de
ação: farmacológico e olfativo, podendo-se ainda adicionar a esses o bioenergético.
Entretanto, como esse não é considerado científico, não será abordado pelo presente estudo.
De qualquer forma, esses mecanismos interagem entre si constantemente e um pode servir
como via terapêutica para tratar outro que esteja comprometido (BERKOESKY, 1995; KIRK-
SMITH, 2003b). Esse trabalho se foca principalmente em estudos que incluem o mecanismo
olfativo, pois é esse que tem acesso mais direto ao sistema nervoso central e, portanto, ao eixo
psico-neuro-endócrino-imunológico. Para tal, é necessário um aprofundamento nos
conhecimentos e nas reflexões a respeito da aromaterapia olfativa. Nesse aspecto, a primeira
questão que aparece é a questão do olfato. Como o olfato funciona? Quais suas funções para o
ser humano? Quais seus efeitos? Essas e outras questões serão abordadas a seguir para
introduzir a aromaterapia olfativa, possibilitando a sua compreensão dentro do modelo
adotado, lembrando que a aromaterapia olfativa abrange tanto os efeitos terapêuticos dados
pelo mecanismo de ação farmacológico, quanto os efeitos terapêuticos dados pelo mecanismo
de ação olfativo.
4.1.1 O olfato humano
Diferente dos outros sentidos (visão, audição, tato e gustação), o olfato apresenta um
certo mistério. Seus mecanismos ainda não são tão bem conhecidos quanto os outros sentidos,
nem seus efeitos e funções para o ser humano moderno. No mundo atual altamente urbano e
83
automatizado, não se pára muito para sentir os cheiros, em especial em cidades e megalópoles
muito poluídas. Nesses locais fica mais evidente o quanto o olfato é marginalizado quando
comparado aos outros sentidos. Marginalizar o olfato tem um impacto muito forte em
diferentes aspectos da vida, como escolhas socioculturais de vida que podem levar ou não a
patologias (SCHNAUBELT, 1998a), escolha de parceiros sexuais (LAVABRE, 1997;
SCHNAUBELT, 1998a) e alteração de resposta imune (SCHNAUBELT, 1998a).
Paolo Rovesti estudou os efeitos do olfato na psique muito antes da aromaterapia se
tornar popular no mundo todo. Segundo seus estudos, ele observou uma anosmia crescente em
indivíduos que viviam em cidades muito urbanizadas, fato que ele considerou como uma
conseqüência do stress nervoso e emocional associados à vida urbana. O odor é algo
característico de cada indivíduo e muito importante para a noção de individualidade e
personalidade, além de intimamente ligado às emoções. A diminuição da capacidade de sentir
aromas interfere diretamente na noção que quem somos (HERZ, 2007; SCHNAUBELT,
1998a). O olfato ainda pode interferir na noção de grupo e identidade nacional, pois o ser
humano tem a capacidade de reconhecer pessoas da mesma raça ou grupo e pessoas de grupos
diferentes. É possível sentir claramente o cheiro de pessoas diferentes porque existe uma
acomodação de forma que os indivíduos se acostumam com o odor de pessoas do mesmo
grupo (GATTEFOSSÉ, 1937/1993).
É importante notar que o olfato, como postulado pela concepção psicossomática, tem
ambas as vias, tanto mudanças no olfato podem alterar a psique, quanto mudanças psíquicas
podem alterar o olfato. Isso é bem ilustrado pelo fato de que, da mesma forma que anosmia
pode causar depressão, depressão pode causar anosmia (HERZ, 2007). Isso nos leva à relação
entre o olfato e as emoções. Nesse âmbito vemos que os sistemas visual e auditivo são
evolutivamente mais recentes do que o olfativo e terminam no córtex do sistema nervoso
central, enquanto que o sistema olfativo, por ser mais antigo, termina no sistema límbico,
considerado o centro das emoções e de funções motoras viscerais no sistema nervoso (VAN
TOLLER; DODD, 1994; ALEXANDER, 2000). O sistema límbico é composto de uma série
de núcleos e centros, dentre os quais a amígdala é muito importante no que se refere ao olfato,
pois é pelos núcleos corticais e mediais da amígdala que entram as informações olfativas,
enquanto que o grupo baso-lateral faz parte do processo de expressão de emoções (VAN
TOLLER; DODD, 1994). A partir da amígdala as informações passam para o hipotálamo que
regula a secreção da pituitária e as funções sexuais, como veremos mais adiante (VAN
84
TOLLER; DODD, 1994; ALEXANDER, 2000; HERZ, 2007).
Além disso, o olfato está sujeito a aprendizado, o que fica claro com a compreensão do
mecanismo de condicionamento olfativo. Para alguns autores, o processo que leva a esse
condicionamento é o mesmo do condicionamento clássico relacionado a um estímulo olfativo
(COYLE, 1999). Já para outros (KNASKO, 1997), o processo que leva ao condicionamento
olfativo consiste na apresentação intensa de um aroma seguida de apresentações com
intensidade diminuída (que pode ser até imperceptível) nas quais são geradas respostas iguais
àquelas encontradas na apresentação de alta dose do odor.
Outro fato interessante é o de que ocorre uma adaptação aos aromas, de forma que o
indivíduo tende a sentir menos um aroma (principalmente os mais intensos) uma vez que ele
foi tido como não-agressivo (DALTON, 2000; ALEXANDER, 2000). Isso explica o fato de
que os aromas podem ter efeito igual ou até maior quando não são sentidos conscientemente
pelos sujeitos (KNASKO, 1997; KÖSTER; DEGEL, 2000), de forma que a aromaterapia tem
potencial de ser efetiva mesmo em casos de anosmia.
Ao mesmo tempo, os indivíduos são capazes de dirigir atenção conscientemente ao
olfato, mesmo que ele seja o único sentido a não passar pelo tálamo, agindo, teoricamente,
mais em nível inconsciente do que consciente (SPENCE et al., 2001). Esse fato mostra que
elementos psíquicos podem influenciar o olfato tanto diretamente, quanto indiretamente, via
aprendizado. Dessa forma, toda planta tem um cheiro para um nariz sensível, dependendo da
atenção voltada odor. (GATTEFOSSÉ, 1937/1993). Nesse aspecto, os cheiros das plantas tem
uma função principal na alimentação, sendo que alimentação artificial e manipulada também
pode causar anosmia (SCHNAUBELT, 1998a).
A partir desses conceitos, vemos que o olfato tem funções importantes que estão sendo
esquecidas com a sua marginalização e perda sensitiva. No entanto, ele não costuma ser um
sistema que influencia as pessoas a procurarem orientação profissional, pois poucas pessoas
identificam dificuldades e distúrbios relacionados a esse sistema, possivelmente pela própria
marginalização que fazem dele.
4.1.2 Breve histórico do olfato humano
85
É notória a importância do olfato para animais. Pode-se dizer que isso não tem
relevância alguma para o ser humano, mas há algum tempo se diz que a dicotomia entre os
homens e os animais não é real, pois ambos são produtos de processos unificantes da natureza
e que seus aspectos biológicos são, de forma geral, interpretáveis por um pequeno número de
teoria comuns (VAN TOLLER; DODD, 1994; BROUGHAN, 2002). Isso é uma coisa
positiva, mas não deve nos cegar a diferenças existentes entre os homens e os animais. Uma
das principais diferenças é o fato de que as instruções sociais relevantes dos animais são
herdadas por estruturas genéticas, enquanto que essas instruções nos homens são passadas
para as próximas gerações por idéias e noções de como as coisas devem ser feitas (VAN
TOLLER; DODD, 1994; BROUGHAN, 2002).
Apesar dessas diferenças importantes entre animais e seres humanos, a zoologia pode
nos ensinar muito a respeito de possíveis mecanismos evolutivos pelos quais os humanos
passaram, a partir da sociobiologia. A sociobiologia pode esclarecer os mecanismos
evolutivos que culminaram na cultura olfativa enigmática do humano, assim como fez com as
culturas visual e acústica (VAN TOLLER; DODD, 1994; BROUGHAN, 2002). O ser humano
apresenta uma distribuição de glândulas sudoríparas intensa semelhante a animais (primatas)
com bastante pêlos e um sistema de comunicação olfativa ativo, no entanto, no homem atual,
os odores corporais são mascarados com perfumes por não serem socialmente aceitos (VAN
TOLLER; DODD, 1994; BROUGHAN, 2002).
Ao mesmo tempo o ser humano sente necessidade de sentir o cheiro do outro e de si
mesmo e, interessantemente, os odores usados para mascarar os odores corporais naturais
(principalmente de flores e de origem animal como musk, civet e castoreum) tem uma
característica original sexual, o que fica bastante evidente em diversos comerciais de
perfumaria (VAN TOLLER; DODD, 1994). Alguns estudiosos acreditam que os perfumes não
são feitos realmente para mascarar os odores corporais naturais, como se imaginava, mas sim
para fortificar e aumentar os odores corporais naturais de uma forma socialmente aceita, pois
os perfumes inconscientemente revelam aquilo que conscientemente se quer esconder,
mostrando valores psicológicos profundos do olfato e da aromaterapia (VAN TOLLER;
DODD, 1994).
Outros estudiosos discutiram o fato de que os perfumes, apesar de terem características
originais sexuais, não geram comportamentos sexuais no homem, esses estudiosos chegaram à
conclusão de que os instintos sexuais no homem foram tão reprimidos ao longo de sua história
86
que os seus mecanismos e sua sensibilidade olfativa de reconhecimento de odores sexuais
também sofreram com essa repressão (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Mas como o homem contemporâneo chegou à cultura olfativa atual? Para isso, é
necessário entendermos um pouco da evolução história do ser humano. Estudos zoológicos
sugerem que o homem antigo vivia em pequenos grupos familiares e que em algum momento
passaram a se agregar em grupos maiores, por causa do Mioceno (período da era Cenozóica),
no qual grandes florestas foram divididas e surgiram os ungulados (mamíferos enormes com
cascos nas patas que compreendem diversas ordens de mamíferos) que grupo pequenos de
humanos não conseguiam caçar (VAN TOLLER; DODD, 1994; BROUGHAN, 2002).
Acredita-se que os grupos familiares eram formados por um macho adulto e uma ou
duas fêmeas adultas, que se uniam de forma monogâmica ou seqüencialmente poligâmica,
isso significa que, como o macho estava sempre por perto, as fêmeas não precisavam
desenvolver uma forma de sinalizar seu estado sexual quando entravam em fase fértil (VAN
TOLLER; DODD, 1994). Em espécies em que não existe esse tipo de “casamento” se vê nas
fêmeas o aparecimento de sinais chamativos quando entram na fase fértil, como inchaço ano-
genital e sinais de mudança de pelagem (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Ao mesmo tempo se discute a possibilidade do sinal de maturidade hormonal ser dado
de forma mais sutil, quimicamente, para garantir uma procriação efetiva da espécie dentro
desses grupos familiares e grupos maiores de diversas famílias (VAN TOLLER; DODD,
1994). Alguns estudos com peixes e moluscos mostram que existe um eixo naso-hipotalâmico-
pituitário-gonadal que faz com que, quando sinais químicos são captados pelo sistema
olfativo, ele envie impulsos nervosos ao hipotálamo, que por sua vez envia impulsos à
glândula pituitária para liberar hormônios que garantem a liberação de gametas (VAN
TOLLER; DODD, 1994). Alguns desses estudos observaram que o sistema olfativo e o
sistema hipotalâmico-pituitário surgiram do mesmo pedaço embrionário de ectoderme (VAN
TOLLER; DODD, 1994). O eixo naso-hipotalâmico-pituitário-gonadal é conhecido há
décadas nos mamíferos e seu processo é bem descrito.
No geral o eixo naso-hipotalâmico-gonadal funciona da seguinte forma: a substância
química entra pela cavidade nasal, sendo captada por uma célula de epitélio olfativo, que
então envia sinais ao bulbo olfativo que são reencaminhados a regiões do córtex olfativo
(núcleo olfativo anterior, córtex piriforme, tubérculo olfativo, amígdala e córtex entorrinal
transicional), que por sua vez envia sinais à região septal, hipotálamo, hipocampo, tálamo,
87
neocórtex, estruturas centrais do sistema límbico e lobo anterior da glândula pituitária, que
por fim envia sinais aos ovários testículos e placenta gerando características sexuais
secundárias que incluem secreção de odores (VAN TOLLER; DODD, 1994; BROUGHAN,
2002; HERZ, 2007). Muitos defeitos sexuais associados a defeitos olfativos são conhecidos
desde a época de Aristóteles (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Diversos estudos tem mostrado a probabilidade desses processos ocorrerem nos
humanos de forma semelhante à como ocorre nos animais mamíferos (VAN TOLLER;
DODD, 1994). Um estudo observou que mulheres que residiam em dormitórios
exclusivamente femininos de universidades tendiam a ter o comprimento de seus ciclos
menstruais aumentado e depois diminuído novamente quando voltavam a ter contato com
homens, efeito visto em ratos e conhecido como efeito Lee-Boot (VAN TOLLER; DODD,
1994). Outro estudo observou que a convivência próxima de mulheres por algum tempo faz
com que seus ciclos menstruais tendam a sincronizar, no entanto todas essas considerações
devem ser interpretadas com cautela, pois elas não se conformam a padrões aceitáveis de
controle experimental, além do fato de que não foi comprovada a presença desse eixo no ser
humano (VAN TOLLER; DODD, 1994). Apesar disso, todas essas considerações indicam
uma grande probabilidade de que o sistema olfativo teve um papel substancial na fisiologia
sexual e comportamental dos humanos na antiguidade (VAN TOLLER; DODD, 1994;
BROUGHAN, 2002).
De qualquer forma, é nítida a importância evolutiva dos sinalizadores sexuais durante a
antiguidade e, quando os humanos viviam em grupos familiares pequenos, as fêmeas geravam
sinais químicos quando estavam na fase fértil para aumentar a chance de procriação (passar
por uma fase fértil sem procriar poderia significar um risco grande para a sobrevivência da
espécie). No entanto, quando as famílias começaram a se agregar para conseguir caçar
animais maiores, os sinais químicos de fase fértil das mulheres colocavam em risco que ela
atraíssem um homem que não fosse seu companheiro enquanto seu companheiro estivesse
ausente em uma caçada, que poderiam durar meses (VAN TOLLER; DODD, 1994). Isso era
um risco para a espécie porque a prole era completamente dependente da mãe por um longo
período, fazendo com que fosse necessário uma divisão das tarefas para que todos
sobrevivessem (VAN TOLLER; DODD, 1994). Se uma mulher tivesse prole com outro
homem, o seu companheiro não teria razão para dar comida e proteger a cria de outro homem
(que ele não reconhecia como sua, por não carregar a sua linha genética). Esse
88
reconhecimento da prole não acontecia de uma forma consciente, mas sim instintiva e
possivelmente relacionada ao cheiro da prole (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Com isso, a família que se mantinha unida tinha mais chances de sobreviver e a
seleção natural tendeu a eliminar elementos biológicos que causassem uma mulher a atrair
homens que não fossem seu companheiro e que induzissem comportamento promíscuo
masculino (VAN TOLLER; DODD, 1994). Assim, os sinais bioquímicos femininos e
masculinos foram reprimidos ao longo da evolução, o que foi compensado por um aumento da
utilização da visão para seleção de companheiros sexuais, razão pela qual o humano é o ser
vivo que mais utiliza adornos e elementos para aumentar a beleza física (VAN TOLLER;
DODD, 1994). A fisiologia também sofreu alterações que permitiram que as fêmeas ficassem
receptivas ao longo de todo o ciclo menstrual e que os machos fossem capazes de se excitar
sem o estímulo dos odores ligados a ovulação das fêmeas (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Tudo isso explica zoologicamente a repressão olfativa humana, mas continua a
necessidade de compreender os fundamentos biológicos para o uso de incensos e perfumes,
para compreender porque a cultura de odores não é bem desenvolvida no homem atual (VAN
TOLLER; DODD, 1994).
Os humanos usam incenso desde a antiguidade, de Moisés a faraós egípcios, de gregos
e romanos a cristãos e judeus, todos utilizavam algum tipo de incenso principalmente em
rituais religiosos (VAN TOLLER; DODD, 1994). A explicação mais parcimoniosa para a
utilização de incensos (principalmente de forma religiosa) é porque eles inspiravam os fiéis
profundamente (VAN TOLLER; DODD, 1994). Os materiais utilizados para fazer os incensos
quase sempre são resinas ou exsudatos de origem vegetal de árvores grandes, que tem função
cicatrizante para a planta, pois quando há uma rachadura no tronco é secretado a resina que
tende a “secar” com a evaporação do óleo essencial contido nela, endurecendo e fechando a
ferida (VAN TOLLER; DODD, 1994). Essas resinas são formadas basicamente por três
substâncias: moléculas complexas enormes coloidais não voláteis, ácidos de complexidade
variável e alcoóis complexos, que compreendem, entre outras substâncias, esteróides (VAN
TOLLER; DODD, 1994).
Os esteróides são a base dos hormônios sexuais animais e muitos desses foram
encontrados em plantas, por exemplo: testosterona e androsterona foram encontrados no óleo
essencial de Pinus sylvestris e substâncias similares a testosterona foram encontrados no óleo
essencial de Commiphora abyssinica, a mirra (VAN TOLLER; DODD, 1994). Pelo que se
89
conhece da atividade estrutura-dependente dos esteróides, qualquer composto com estrutura
similar deverá possuir odor semelhante e, portanto, desencadear uma percepção de odor
semelhante à esteroidal no cérebro humano (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Já para o uso dos perfumes existem outras explicações: na antiguidade considera-se
que existia uma divisão de trabalho entre homens e mulheres, sendo que os homens caçavam
presas grandes e as mulheres colhiam flores, frutas, nozes, sementes, rizomas, raízes e
tubérculos (VAN TOLLER; DODD, 1994). Durante essa atividade de colheita, os sucos e
óleos essenciais dos materiais ficavam na pele da mulheres, provavelmente ajudando a
mascarar o cheiro de esteróides dependentes de ovulação, facilitando a manutenção da
fidelidade, como foi explicado acima (VAN TOLLER; DODD, 1994). Inicialmente essa
utilização deve ter sido completamente ao acaso e não há indicação de que os odores eram
considerados agradáveis, de modo que, com o tempo, os seres humanos começaram a perceber
os efeitos protetores desses óleos essenciais e então começaram a usá-los de forma consciente
e proposital (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Com o tempo os odores naturais do corpo foram sendo reprimidos fisiologicamente, e
os humanos não apresentavam mais as respostas instintivas reflexas aos odores corporais.
Então começou uma era na qual os aromas começaram a ser usados para aumentar os odores
naturais do corpo, para instigar sexualmente e emocionalmente os outros indivíduos de um
grupo social (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Atualmente os perfumes mais famosos e procurados tem uma quantidade considerável
de substâncias atrativas sexuais e foi observado que substâncias e comportamentos utilizados
para uma função, em outro contexto podem ter efeitos completamente diferentes (VAN
TOLLER; DODD, 1994). Ou seja, uma vez que o processo neuro-comportamental foi
controlado (fisiologicamente reprimido), não havia mais riscos em adicionar odores sexuais a
perfumes (VAN TOLLER; DODD, 1994). Então, os perfumes passaram a ter uma função de
ativar traços de memórias guardadas no cérebro da época da utilização de odores sexuais, de
forma a revelar de uma maneira subliminar aquilo que o perfume ajuda a mascarar, sem gerar
o comportamento, mas causando um estado de excitação, humor e satisfação (VAN TOLLER;
DODD, 1994). Os perfumes então lembram ao sistema psíquico que os caminhos neurais que
uma vez eles utilizaram estão agora firmemente e permanentemente controlados, liberando as
vias levemente, causando a liberação de sensações e emoções, mas não do comportamento
(VAN TOLLER; DODD, 1994).
90
4.1.3 Osmologia, o estudo científico do olfato
Diferente de música e pintura, que podem ser quantificados na forma de onda sonora e
freqüência de luz (cor), ainda não é possível quantificar os aromas para que se possa
determiná-los matematicamente (VAN TOLLER; DODD, 1994). Antigamente se acreditava
que vibrações sutis eram responsáveis pelo cheiro de um determinado perfume (teoria
vibracional de Wright), mas para que seja possível explicar os aromas a partir de vibrações, é
necessário estudá-los a um nível sub-atômico, necessitando de uma compreensão profunda de
mecânica quântica que a grande maioria dos aromaterapeutas não tem (VAN TOLLER;
DODD, 1994). Atualmente a teoria mais aceita e utilizada para estudar os aromas é a teoria
stereoquímica de Amoore, que afirma que é a estrutura molecular e os mecanismos olfativos
que explicam como um aroma apresenta determinado cheiro (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Apesar da possibilidade de que a teoria vibracional seja matematicamente mais exata, a teoria
stereoquímica é mais factível e, para uma compreensão geral, satisfatória (VAN TOLLER;
DODD, 1994).
De forma geral, o processamento sensorial se baseia na transdução de sinais das
células sensoriais, na interpretação desses sinais em redes neurais e na culminação desse
processo em uma experiência emocional (VAN TOLLER; DODD, 1994). Esse processo
utiliza mecanismos gerais comuns aos principais sentidos e os centros do sistema nervoso
central que lidam com os sinais nervosos em níveis hierárquicos maiores são comuns aos
diversos sentidos, ou seja, informações visuais, auditivas e olfativas passam pelos mesmos
centros no sistema nervoso central (VAN TOLLER; DODD, 1994). As diferenças mais
significantes nesse processo são encontradas nas estruturas dos receptores e nos estímulos.
O olfato é um dos sentidos químicos, ou seja, lida com moléculas (diferente dos
sentidos visuais e auditivos que são físicos e lidam com ondas de luz e som). Por isso a
abordagem molecular gera uma boa descrição de um aroma, mas ao mesmo tempo, a
metodologia científica atual não permite verificar facilmente a “forma” de uma mistura de
moléculas. Por exemplo: no estudo científico, os elementos visuais podem ser facilmente
agrupados e categorizados (triângulo, círculo, quadrado, linhas, etc), mas existe uma
91
dificuldade em categorizar os cheiros de modo objetivo e claro, para tal é necessário criar uma
linguagem matemática para descrever a forma das moléculas dos aromas (VAN TOLLER;
DODD, 1994). Os métodos matemáticos clássicos usam funções matemáticas contínuas para
ondas sonoras e luminosas, mas moléculas são entidades discretas e suas misturas necessitam
de conjuntos de funções discretas para formar uma representação matemática adequada e esse
tipo de matemática tem progredido significativamente desde o advento dos super-
computadores, mas ainda não é claro como ele deve ser usado de forma a descrever
adequadamente os aromas (VAN TOLLER; DODD, 1994).
No início as funções matemáticas utilizadas para estudar as moléculas e o olfato eram
simples, pois trabalhavam com moléculas isoladas, mas se percebeu a necessidade de
trabalhar com misturas de moléculas, como existe nos óleos essenciais (VAN TOLLER;
DODD, 1994). Com isso se começou a usar um modelo de estudo dos aromas e do sistema
olfativo semelhante ao modelo usado para o sistema nervoso, no qual se utilizavam aparelhos
multi-transdutores (para lidar com inúmeros sinais e estímulos ao mesmo tempo) que geraram
a necessidade de funções matemáticas bastante complexas (VAN TOLLER; DODD, 1994). Da
mesma forma que a mecânica quântica, esse modelo matemático é complexo e gera
dificuldades para quem não conhece profundamente a linguagem matemática, mas a sua
forma abstrata pode torná-la muito útil na análise de misturas de moléculas. Esse modelo
também é interessante pelo fato de que o sistema olfativo se conecta diretamente com o
sistema nervoso central, de forma que seus mecanismos de ação acabam sendo bastante
semelhantes. O estímulo olfativo atua no sistema nervoso na parte periférica do sistema
límbico (VAN TOLLER; DODD, 1994; BROUGHAN, 2002).
Os primeiros estudos dos mecanismos neuro-olfativos foram realizados nos anos 50.
Nessa época as duas teorias predominantes de percepção e identificação de um aroma eram a
teoria vibracional e a teoria stereoquímica descritas anteriormente (VAN TOLLER; DODD,
1994). Como já foi citado, a teoria stereoquímica teve maior desenvolvimento científico pela
sua maior facilidade metodológica e em 1957 foi publicado o “Little blue book on smell” de
diversos autores, no qual os autores tentaram explicar os resultados de seus experimentos com
odores a partir da estrutura dos receptores para as moléculas aromáticas (VAN TOLLER;
DODD, 1994).
Nos anos 60 se iniciaram estudos com o epitélio olfativo e nos anos 70 se
intensificaram os estudos em mecanismos metabólicos de quimioreceptores, cAMP,
92
fosfolipídeos e mecanismos alostéricos (VAN TOLLER; DODD, 1994). A partir desse
momento o desenvolvimento tecnológico em biologia molecular de membranas permitiu um
melhor estudo das proteínas de membrana envolvidas na transdução de sinais olfativos, que
continuaram evoluindo intensamente até a década de 80 e em 1981 foi publicado o
“Biochemistry of Taste and Olfaction” (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Atualmente se conhece bem os mecanismos de ação dos receptores olfativos,
principalmente no seu aspecto bioquímico, apesar de que ainda existem muitos fenômenos
bioquímicos necessitando de elucidação. No geral os mecanismos das células olfativas são
semelhantes aos mecanismos de outras células sensoriais. Sabe-se que nas células da visão
(com mecanismos mais conhecidos) os receptores estão localizados numa região ciliada da
célula (com um único cílio), esses receptores são proteínas especiais chamadas rodopsina, que
ficam embebidas na membrana e absorvem a luz. Essa absorção causa uma mudança de
formato na proteína que a deixa ativada. A proteína ativada então atua por um link com a
proteína G, que ativa um sistema de enzimas que muda a concentração interna do mensageiro
secundário cAMP, que, por sua vez, possivelmente em conjunto com outros mensageiros,
altera a quantidade de poros abertos na célula, permitindo o fluxo de íons que altera o
potencial elétrico ao longo da membrana da célula, causando o impulso nervoso no neurônio.
Os mecanismos na célula olfativa são semelhantes, havendo a célula ciliada com membrana
rica em proteínas, o link com a proteína G, o ciclo enzimático de adenilato ciclase que ativa o
cAMP e a alteração de potencial da membrana (VAN TOLLER; DODD, 1994). Ainda não se
sabe exatamente o que acontece com as moléculas que foram percebidas no epitélio olfativo e
o que acontece quando há saturação dos receptores, mas acredita-se que existem enzimas no
sistema olfativo que conseguem metabolizar as moléculas aromáticas, limpando os sítios de
ligação dos receptores do epitélio olfativo (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Uma das dificuldades que existiam relacionadas aos receptores olfativos é que o ser
humano discerne uma grande quantidade de odores, mas acreditava-se que ele tinha uma
quantidade relativamente reduzida de número e tipos de receptores nas células do epitélio
olfativo. Uma explicação proposta por Polak em 1973 citava a possibilidade de múltiplos
receptores envolvidos na percepção de um aroma, mas houveram muitas dificuldades
metodológicas para determinar como isso ocorre, sabendo-se que existe esse efeito até algum
ponto, o que foi observado em estudos com bloqueio de certos tipos de receptores olfativos e
mudanças na percepção dos aromas (VAN TOLLER; DODD, 1994).
93
Atualmente sabe-se que existe uma quantidade grande de tipos receptores olfativos (ou
seja, específicos desse sistema) no ser humano (BUCK; AXEL, 1991; MALNIC; GODFREY;
BUCK, 2003), permitindo essa distinção entre diversos cheiros. Ao mesmo tempo, sabe-se
que existem zonas distintas do epitélio olfativo de ratos que expressam proteínas distintas de
membrana (receptores), de forma a perceber diferentes tipos de moléculas aromáticas
(RESSLER; SULLIVAN; BUCK, 1993). Essas zonas são organizadas ao longo dos eixos
dorso-ventral e medial-lateral, sendo simétricos bilateralmente nas duas cavidades nasais
(RESSLER; SULLIVAN; BUCK, 1993). Dentro de cada zona as células podem escolher um
dentre uma gama de genes para expressar diferentes receptores (RESSLER; SULLIVAN;
BUCK, 1993), sendo que cada célula expressa somente um tipo, ou uma família de receptores
(MALNIC, 2007). Os receptores olfativos, por sua vez, são divididos em famílias que podem
expressar até por volta de mil receptores diferentes (LIBERLES; BUCK, 2006), sendo que
receptores da mesma família devem perceber aromas estruturalmente semelhantes (BUCK;
AXEL, 1991; MALNIC; GODFREY; BUCK, 2003). Foi observado, também, que uma
molécula aromática pode ser reconhecida por diversos receptores diferentes e que receptores
podem reconhecer moléculas diferentes, no entanto quando se trata de uma mistura de
moléculas aromáticas, as moléculas específicas tendem a ser reconhecidas sempre pelos
mesmos receptores, mesmo que outros receptores tenham a capacidade de reconhecê-las
(MALNIC; HIRONO, SATO; BUCK, 1999).
Esses conhecimentos foram alcançados por estudos com animais mamíferos, mas,
apesar de que o ser humano tem uma quantidade muito inferior de receptores olfativos quando
comparado a animais como o rato, diversas famílias são comuns às espécies estudadas e
acredita-se que pode haver uma semelhança nesses mecanismos dos receptores no epitélio
olfativo, o que explica a capacidade de discernir tantos aromas diferentes (BUCK; AXEL,
1991; MALNIC; GODFREY; BUCK, 2003; LIBERLES; BUCK, 2006).
Do epitélio olfativo os neurônios do sistema olfativo enviam informações diretamente
ao bulbo olfativo assim que um aroma se liga a uma proteína G transdutora de sinal pareada
com um receptor olfativo (SAVIC, 2001). O epitélio olfativo se divide em quatro zonas que
expressam diferentes grupos de receptores olfativos e essa organização se mantem no bulbo
olfativo (SAVIC, 2001). Uma vez que os aromas foram identificados no epitélio olfativo, esse
envia ramificações ao bulbo olfativo de forma organizada e específica, enviando conexões a
poucos dos 1800 glomérulos do bulbo olfativo (VASSAR, 1994; MOMBAERTS et al., 1996;
94
WANG; NEMES; MENDELSOHN; AXEL, 1998), que reorganiza as informações (BUCK,
1996). Com isso, forma-se um mapa topográfico detalhado no bulbo olfativo e específico
quanto aos aromas detectados, permitindo a identificação de uma quantidade ainda maior de
odores pelo sistema olfativo, além de identificação da qualidade dos aromas sentidos
(MOMBAERTS et al., 1996; WANG; NEMES; MENDELSOHN; AXEL, 1998). Nesse
processo, parece que os aromas têm um papel ativo, pois influenciam a formação da rede
neural do epitélio olfativo ao bulbo olfativo, instruindo a construção desse mapa topográfico
no bulbo olfativo (VASSAR, 1994; MOMBAERTS et al., 1996; WANG; NEMES;
MENDELSOHN; AXEL, 1998), de forma que cada aroma estimula a formação desse mapa
topográfico em uma determinada região e em certos glomérulos do bulbo olfativo simétricos
bilateralmente e específicos de cada espécie (VASSAR, 1994). Esse fato tem um significado
interessante no mundo atual no qual as pessoas sentem poucos cheiros, pois, se o cheiro atua
na formação do mapa topográfico, ele atua na capacidade de sentir uma quantidade maior de
odores, assim como na capacidade de discernir a qualidade desses odores. A própria falta de
estímulos olfativos nas cidades grandes, podem então ser em si a causa da anosmia crescente
que discutimos anteriormente. Para a aromaterapia esse conhecimento da capacidade neural
de perceber a qualidade de um aroma de acordo com o mapa gerado no bulbo olfativo, ainda
pode ter outro significado, pois essa capacidade neural pode explicar porque, em alguns casos,
moléculas isoladas não tem o mesmo efeitos terapêutico do que óleos essenciais completos,
pois os dois não irão gerar o mesmo mapa no bulbo olfativo.
Sabe-se ainda que esses mapas, gerados por um aroma, no bulbo olfativo são
específicos e aparecem independente da atividade neuronal evocada por um aroma
(relacionada aos canais de nucleotídeos), ou seja, a identificação do aroma no bulbo olfativo
não depende somente da identificação realizada no epitélio olfativo (LIN et al., 2000). Como,
a partir do bulbo olfativo, em seguida as informações são levadas a diversas partes do sistema
nervoso e isso não depende diretamente da atividade neural no epitélio olfativo, é possível que
hajam outros mecanismos de identificação dos aromas no epitélio olfativo.
A conexão entre o epitélio olfativo e o bulbo olfativo ocorre ipsilateralmente (SAVIC,
2001), mas existe um processamento tanto ipsilateral quanto contralateral do estímulo olfativo
no córtex olfativo primário no cingulado anterior e no córtex orbitofrontal direito (SAVIC;
GULYAS, 2000; SAVIC, 2001), além de alguma comunicação contralateral no bulbo olfativo,
córtex olfativo ou possivelmente na parte periférica (MAINLAND et al., 2002). O bulbo
95
olfativo envia conexões ipsilaterais ao córtex olfativo (núcleo olfativo anterior, piriforme,
periamigdalóide e córtex transentorrinal), havendo comunicação contralateral no núcleo
olfativo anterior e na comissura anterior (SAVIC, 2001).
É interessante notar que uma única molécula aromática gera um estímulo em um único
neurônio do córtex olfativo, enquanto que um conjunto de moléculas aromáticas gera
estímulos neurais em diversos neurônios, incluindo neurônios que não são estimulados por
nenhum dos componentes isoladamente (ZOU; BUCK, 2009). Com isso, foi proposto que
neurônios corticais requerem combinações de informações de receptores para formar um novo
mapa topográfico no córtex olfativo, dessa forma, o mapa topográfico olfativo se modifica ao
longo de todo o seu percurso no sistema nervoso (BUCK, 1996 ; ZOU;BUCK, 2009). Essa
reorganização no córtex olfativo é possível por um processo no qual se descarta a segregação
espacial e química das informações que saem do bulbo olfativo, quando elas passam pelo
córtex piriforme (STETTLER; AXEL, 2009).
O córtex olfativo então envia conexões a diversos centros (núcleo talâmico
mediodorsal, córtex orbitofrontal, subiculum, tálamo, hipotálamo, tronco cerebral e núcleo
caudado) se limitando basicamente ao cérebro límbico e para-límbico (SAVIC, 2001). Dado
que o sistema límbico é considerado um dos centros mais importantes para o processamento
emocional, fica nítida a relação entre o sistema olfativo e as emoções, sendo que essas
conexões não acontecem numa primeira sinapse, mas devem acontecer em estágios tardios do
processamento (SAVIC, 2001). Além disso, podemos ver que o sistema olfativo é único por ter
uma conexão direta do seu neurônio primário com o córtex cerebral, sem passar por filtros do
tálamo como os outros sentidos (SAVIC, 2001).
Além dessa atuação no sistema olfativo, os aromas atuam também nos sistemas
vomeronasal e trigeminal, considerados parte do sistema olfativo junto com o sistema olfativo
propriamente dito (SAVIC, 2001; FIRESTEIN, 2002; BROUGHAN, 2002; BHUTTA, 2007).
O sistema vomeronasal tem receptores no órgão vomeronasal na base da cavidade
nasal que captam ligantes do tipo “feromônios”. Teoricamente as células desse órgão enviam
conexões ao bulbo olfativo acessório e de lá à amígdala, stria terminalis e hipotálamo
(BALAZS, 1998; SAVIC, 2001; FIRESTEIN, 2002; BHUTTA, 2007), mas o bulbo olfativo
acessório só existe em humanos na fase fetal e não foram comprovadas conexões saindo do
órgão vomeronasal (BALAZS, 1998; SAVIC, 2001; FIRESTEIN, 2002). Além disso não
foram identificadas projeções do sistema vomeronasal ao neocórtex, de modo que os efeitos
96
desse sistema podem não ser perceptíveis à consciência (BALAZS, 1998). Ao mesmo tempo
foram identificados efeitos comportamentais e fisiológicos de substâncias semelhantes a
feromônios e não relacionadas ao olfato, assim como efeitos comportamentais da lesão de
regiões do sistema vomeronasal, de forma que não podemos descartar a possibilidade de
existência desse sistema no humano (BALAZS, 1998; SAVIC, 2001; THORNHILL;
GANGESTAD, 2002; BHUTTA, 2007). Outro fato interessante é que os mecanismos de
captação de moléculas do sistema olfativo propriamente dito e do sistema vomeronasal são
diferentes, mostrando que uma mesma molécula pode ter efeitos diferentes nos dois sistemas
(BERGHARD; BUCK; LIMA, 1996).
Evolutivamente não é interessante que somente os feromônios sejam utilizados para a
seleção de companheiros sexuais e para a comunicação entre indivíduos da mesma espécie,
mas os feromônios são extremamente eficientes para identificar os indivíduos, pois sua
codificação é gerada pelo complexo maior de histocompatibilidade (MHC), que é constituído
de proteínas que diferenciam, para o organismo, o si-mesmo do não-si-mesmo e é específico
para cada indivíduo (BALAZS, 1998; THORNHILL; GANGESTAD, 2002; BHUTTA, 2007).
Foram observadas, com isso, uma conexão entre atividade do sistema vomeronasal e atividade
do sistema imune (BHUTTA, 2007; LIBERLESS, 2009), mostrando mais uma conexão entre
o olfato e o eixo psico-neuro-endócrino-imunológico.
O sistema trigeminal identifica sensações táteis e de temperatura nas vias aéreas
superiores do sistema respiratório (SAVIC, 2001; HERZ, 2007). Por exemplo, menta é referida
como causadora de sensação “refrescante” enquanto que amônia é referida como causadora de
sensação de “queimação”. O que permite esse tipo de sensação é o nervo trigeminal
encontrado na face e nariz, e pode gerar sensações de temperatura, toque e dor (HERZ, 2007).
Esse sistema se liga ao tálamo contralateral e ao córtex somatossensorial, se referindo mais ao
sistema tátil e proprioceptivo do que ao sistema olfativo (SAVIC, 2001).
Não se sabe exatamente como ocorre o processamento superior de estímulos olfativos,
mas sabe-se que os estímulos são processados por áreas tarefa-específicas (para discriminação
qualidade de aromas, discriminação de intensidade de aromas e reconhecimento de aroma por
memória) e por áreas comuns (SAVIC, 2001). As áreas comuns são córtex amígdala-
piriforme, orbitofrontal, insular, cingulado e tálamo direito (SAVIC, 2001; BROUGHAN,
2002 ; WINSTON et al., 2005). Além dessas áreas comuns, a discriminação de intensidade
ativa a ínsula direita e o cerebelo direito, a discriminação de qualidade ativa a ínsula direita, o
97
cerebelo direito, tálamo, córtex cingulado, orbitofrontal, pré-frontal, o opérculo frontal, o
caudado direito e o subiculum, e o reconhecimento por memória ativa o cerebelo direito,
tálamo, córtex piriforme, cingulado, orbitofrontal, pré-frontal, temporal, parietal e o opérculo
frontal (SAVIC, 2001). Com isso vemos que quando as tarefas relacionadas ao sistema olfativo
vão ficando mais complexas, as ativações neurais do sistema nervoso central vão ficando mais
elaboradas, incluindo cada vez mais partes do sistema nervoso não relacionadas diretamente
ao sistema olfativo (SAVIC, 2001; BROUGHAN, 2002). Os resultados de estudos nos levam a
inferir que o sistema olfativo é organizado de modo paralelo e hierárquico como o sistema
visual (SAVIC, 2001).
Apesar de existirem muitos conhecimentos, a área da neurofisiologia do olfato ainda é
carente em pesquisas e informações objetivas e certas, sendo necessário mais estudos quanto à
relação entre esses dois sistemas. Alem disso, é importante estudar mais aprofundadamente
esse sistema sensorial porque a maioria dos distúrbios neuropsiquiátricos vem acompanhados
de alterações olfativas, fazendo com que a avaliação dessa sensibilidade possa, possivelmente,
servir de diagnóstico precoce e prevenção (BENGSSTON et al., 2001).
4.2 Parêntese paradigmático
Como esse trabalho se baseia na teoria psiconeuroendocrinoimunológica e tem como
paradigma a compreensão integrativa de todos os fenômenos, a saber, a teia sistêmica que
compõe a realidade da vida, para ser fiel a essa premissa escolhida, seria necessário, a partir
desse momento, não descrever a aromaterapia em especificidades neurológicas,
endocrinológicas, imunológicas e psicológicas. No entanto, não dispomos de uma formulação
que corresponda com precisão à nova compreensão paradigmática do fenômeno. Em virtude
disso, recorremos a uma forma de apresentação da aromaterapia baseada ainda no paradigma
clássico da ciência, ou seja, apresentando suas especificidades em capítulos distintos. Thomas
Kuhn afirma que na fase de transição entre o velho e o novo paradigma muitas vezes somos
obrigados a usar a linguagem de um e também do outro. O fato de não dispormos ainda da
linguagem inteiramente condizente com a compreensão paradigmática integrativa da
aromaterapia nos obriga a estruturar os capítulos abaixo fazendo uso do método clássico.
98
Pedimos permissão ao leitor para, sempre que possível, fazermos a tentativa de descrevê-lo de
forma sistêmica.
4.3 Bases para compreender a aromaterapia no modelo psiconeuroendocrinoimunológico
É importante estudar mais aprofundadamente o sistema olfativo, entre outras razões,
porque a maioria dos distúrbios neuropsiquiátricos vem acompanhados de alterações olfativas
(SAVIC, 2001). Sabe-se que os óleos essenciais atuam nos eixos neuro-endócrino-
imunológicos do organismo auxiliando no equilíbrio e na homeostase (BERKOESKY, 1995).
No entanto, a fim de construir uma abordagem científica que englobe os efeitos fisiológicos e
psicológicos da aromaterapia, baseada na visão psiconeuroendocrinoimunológica, é
importante conhecer as informações existentes quanto a esses efeitos no eixo
psiconeuroendocrinoimunológico mais profundamente. Isso é importante também porque os
óleos essenciais podem ter efeitos distintos em sistemas diferentes, por exemplo, sendo ao
mesmo tempo estimulantes neuro-endócrinos e sedativos mentais (BERKOESKY, 1995).
Além disso, estudos tem mostrado que o ser humano não ignora o poder do odor tanto
quanto se imaginava e que tendem a escolher pelo cheiro parceiros sexuais com genética mais
diversificada da sua própria (o que aumenta as chances de sobrevivência de sua prole) e mais
competentes imunologicamente. Isso mostra como os sistemas imune e endócrino influenciam
no comportamento e nos sistemas nervoso e psíquico (LAMBERT; KINSLEY, 2006).
4.3.1 Neurologia e aromaterapia: efeitos neuro-psicológicos diretos
Na terapêutica do olfato, o primeiro fato importante a observar é que muitos óleos
essenciais contém substâncias análogas aos transmissores e peptídeos do sistema nervoso e
substâncias que influenciam na produção ou na atividade desses transmissores e peptídeos.
Pert (2003) afirma que os receptores opiáceos (receptores encontrados em células do sistema
nervoso), por serem moléculas grandes, reagem a mudanças de temperatura com vibração, o
99
que muda sua conformação espacial, assim captando moléculas (ligantes) diferentes que
estejam sendo difundidas pelo meio ambiente. Essas mudanças fazem com que um receptor
possa se conectar a diversos ligantes diferentes e essa ligação causa a passagem de informação
para dentro da célula, podendo modificar o estado da célula através de cascatas bioquímicas.
Os ligantes podem ser neurotransmissores (como acetilcolina, adrenalina, noradrenalina,
dopamina, histamina, glicina, GABA e serotonina, que carregam informações simples do tipo
“sim” ou “não” de um neurônio a outro na fenda sináptica), esteróides (como testosterona,
progesterona e estrogênio) e peptídeos (como endorfinas, ocitocina, hormônio de liberação
hipotalâmico, angiotensina, insulina, hormônio liberador de gonadotropina e substância P, que
carregam informações mais complexas de uma célula a outra, caminhando distâncias
maiores).
Os estudos iniciais com os receptores opiáceos se basearam na noção de que, se existia
naturalmente um receptor para derivados de ópio (como morfina e ópio), existia um opiáceo
natural produzido pelo próprio corpo, que depois foi descoberto: a encefalina ou endorfina.
Aos poucos foram sendo descobertos diversos peptídeos naturais do organismo e suas
funções. Da mesma forma, foram sendo descobertos mais receptores para cada peptídeo,
sendo que praticamente todos tinham receptores no sistema nervoso central, incluindo córtex e
sistema límbico. A localização dos receptores no sistema nervoso (a densidade de receptores
de um certo tipo em cada região) permitiu mapear as funções dessas regiões e dos
neuropeptídeos. Essas funções incluem aquilo que chamamos de emoções, sentimentos,
sensações, pensamentos e motivações (PERT, 2003). Os aromas influenciam diretamente esse
funcionamento nervoso.
Estudando a presença de receptores opiáceos no sistema nervoso foi observado que
existe maior concentração deles principalmente no sistema lí mbico (85% a 95% de todos os
receptores estudados), considerado por muito tempo o centro nervoso das emoções (PERT,
2003), como foi popularizado por Paul MacLean em sua teoria dos três cérebros (cérebro
reptiliano ou tronco cerebral, cérebro emocional ou sistema límbico e cérebro cortical ou
córtex). Esses neuropeptídeos são encontrados principalmente no lobo frontal do córtex que
tem conexões diretas com a amígdala no sistema límbico, intimamente relacionada a
processos de aprendizagem, memória e medo (LEDOUX, 1992, 2000, 2003; BLANCHAR et
al., 2001; PERT, 2003), no bulbo olfativo e no hipotálamo, e em menor quantidade no córtex e
no hipocampo (HAYASHI; SU, 2005).
100
Como os óleos essenciais tem moléculas semelhantes a esses peptídeos, eles devem
agir nesses centros nervosos, tendo, provavelmente, efeito maior no hipotálamo e na amígdala,
no sistema límbico, do que no córtex e hipocampo, tendo nesses um efeito possivelmente mais
indireto. Estudos tem mostrado esses efeitos, principalmente como efeitos psicológicos de
aromas agradáveis no sistema límbico, melhorando o humor, diminuindo tensão nervosa,
depressão, dor e estado de confusão mental (SCHIFFMAN et al., 1995; CHEN, 1999;
SVOBODA; KARAVIA; MCFARLANE, 2002; VILLEMURE; BUSHNELL, 2007). Ou seja,
como os óleos essenciais têm substâncias análogas aos neuropeptídeos que atuam no sistema
límbico, importante no processamento emocional, fica evidente que os óleos essenciais podem
atuar nas emoções.
Num outro estudo, Saeki e Shiohara (2001) observaram que os óleos essenciais
calmantes (como lavanda) tem efeito sedativo do sistema nervoso simpático e estimulante do
sistema nervoso parassimpático, além de efeitos psicológicos emocionais e mentais
(possivelmente por ação no sistema límbico para os efeitos emocionais e em processos
corticais e sub-corticais para os efeitos mentais), enquanto que óleos essenciais refrescantes
(como alecrim) tem efeito estimulante do sistema nervoso simpático. Esse estudo observou
que outros óleos essenciais podem ter efeitos ativadores para ambos os sistemas nervosos
simpático e parassimpático (como a citronela). Assim, vemos que os óleos essenciais atuam
no sistema nervoso (hipotálamo, tronco cerebral, medula espinal e outros centros),
principalmente via sistema nervoso autônomo (BERKOESKY, 1995; VAN TOLLER, 1997) e
buldo olfativo (ROSE, 1995; LAVABRE, 1997; TIRAN, 2000; CORAZZA, 2002; LAWLESS,
2002a, 2002b; BROUGHAN, 2002). Ou seja, além de atuarem nas emoções via sistema
límbico, os aromas também podem atuar nas emoções por processos psico-fisiológicos (como
stress) via sistema nervoso autônomo.
Por causa dessas evidências dos efeitos dos odores nas emoções, destacamos nesse
momento a importância de estudar as emoções. Para tal, temos que lembrar que elas se
originaram do passado biológico do ser humano. No passado o ser humano (em 99% dos
casos) vivia de caça e coleta, mas na história do mundo o ser humano é muito recente, e na
história do ser humano (5 milhões de anos), a vida urbana e industrial é recente (12 mil anos),
de modo que as relações sociais que existem atualmente são bastante recentes num ponto de
vista evolutivo (VAN TOLLER; DODD, 1994). No geral as emoções são consideradas
hierarquicamente inferiores ao pensamento racional cortical, pois é o pensamento racional que
101
difere o ser humano dos animais (também considerados inferiores evolutivamente). No
entanto, essas crenças não são fundamentadas, pois o sistema emocional é altamente relevante
para o ser humano quando se trata de saúde e comportamento (LEDOUX, 1992, 2000, 2003;
VAN TOLLER; DODD, 1994; BLANCHAR et al., 2001).
O primeiro ponto a se observar é que somente nos humanos que se vê as emoções
plenamente expressadas; que quando comparamos os traços de emoções encontrados em
animais às emoções humanas elas nos parecem menos elaboradas que as emoções humanas. É
no homem que vemos a expressão de emoções das mais belas às mais horrendas (VAN
TOLLER; DODD, 1994). Na realidade, as emoções são uma parte constituinte das maiores
realizações intelectuais humanas e é freqüente ouvir profissionais da área da saúde afirmando
que existe a necessidade de valorização e de compreensão das emoções para alcançar a saúde
integral. Nenhum dos sistemas, emocional ou racional, são suficientes por si só para se
alcançar a genialidade. O trabalho puramente intelectual é rapidamente identificado como
trabalho puramente técnico sem valor artístico e filosófico (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Não é correto, portanto, se considerar que, para alcançar a perfeição, o homem precise se
livrar das emoções, se tornando puramente racional (VAN TOLLER; DODD, 1994).
A emoção, como o olfato, era importante demais para se manter um mecanismo
puramente reflexo, a cada etapa evolutiva do sistema nervoso, ela evoluía a novas áreas e
mecanismos nervosos, se tornando cada vez mais elaborada e sutil (VAN TOLLER; DODD,
1994). Desde o início do século XX neurocientistas têm procurado uma área específica para o
processamento da emoção no sistema nervoso central (como o sistema límbico), mas isso
estava fadado ao fracasso porque praticamente todos os comportamentos humanos (desde os
mais reflexos aos mais elaborados) têm algum tipo de envolvimento e expressão emocional
(VAN TOLLER; DODD, 1994). Por exemplo: é somente no ser humano que vemos o
comportamento de se alimentar (básico para sobrevivência e considerado instintivo nos
animais) transformado em comportamento social (VAN TOLLER; DODD, 1994). Apesar de
que o sistema límbico é considerado responsável pela integração sensorial, emocional e
hormonal, ele não pode ser considerado exclusivamente responsável pelos processos e
comportamentos emocionais (LEDOUX, 1992, 2000, 2003; VAN TOLLER; DODD, 1994;
BLANCHAR et al., 2001). Os comportamentos emocionais são, na verdade, um processo que
se desencadeia em diversas regiões neurológicas e não somente pela ativação de uma
determinada região (LEDOUX, 1992, 2000, 2003; BLANCHAR et al., 2001).
102
As emoções são, em sua grande maioria, dependentes de aprendizado individual, não
existem muitas emoções biológicas primárias. Na realidade, as emoções são expressadas por
respostas biológicas e experienciadas como estados subjetivos gerados a partir da
interpretação dessas respostas biológicas, o que permite uma ampla gama de emoções
secundárias elaboradas (VAN TOLLER; DODD, 1994; LEDOUX, 2002). Um fator
complicador é o fato de que as emoções são ignoradas pela maioria das instituições
educativas, de forma que as pessoas aprendem por imitação e identificação em grupos de
referência pessoal, desenvolvendo suas emoções vagarosamente ao longo da vida, sem
procurar auxílio profissional para compreender e lidar com suas emoções (VAN TOLLER;
DODD, 1994). Da mesma forma o olfato é ignorado nos processos educativos, quando
comparado à importância dada à aprendizagem de nomes de cores e sons na infância e a
relutância em investir em educação de adultos na área de perfumaria e fragrâncias (VAN
TOLLER; DODD, 1994, 1997; HERZ, 2007). Podemos considerar que ao ignorar o sistema
olfativo, estamos ignorando também o sistema emocional, pela relação íntima intensa entre
ambos.
Há alguns anos se conhece a importância do sistema límbico nos processos e
comportamentos emocionais humanos (LEDOUX, 1992, 2000, 2003; VAN TOLLER; DODD,
1994; BLANCHAR et al., 2001). Interessantemente, no início dos estudos o sistema límbico
era conhecido como rinencéfalo ou cérebro olfativo (smell brain), sendo renomeado “lobo
límbico” por Broca em 1878 (VAN TOLLER; DODD, 1994; VAN TOLLER, 1997). O sistema
límbico é constituído de um complexo circular de estruturas cerebrais abaixo do córtex
cerebral organizado em 122 regiões (53 principais e 19 acessórios) e tratos associados (35
principais e 15 acessórios) a essas regiões (VAN TOLLER; DODD, 1994; VAN TOLLER,
1997). Uma função prioritária do sistema límbico é a integração de diversas áreas do sistema
nervoso central, assim como sua atuação nos sistemas endócrino e nervoso autônomo
(LEDOUX, 1992, 2000, 2003; VAN TOLLER; DODD, 1994; BLANCHAR et al., 2001). Isso
gera, internamente, informações de postura e metabolismo e, externamente, comportamento
(VAN TOLLER, 1997). Uma reflexão rápida na grande quantidade de combinações possíveis
de todas essas informações nos mostra o potencial do sistema límbico em desempenhar um
papel essencial nos processos de emoções, personalidade e comportamento (LEDOUX, 1992,
2000, 2003; VAN TOLLER; DODD, 1994; BLANCHAR et al., 2001).
Uma das primeiras funções do sistema nervoso, citada por Watts em 1975, é a de
103
identificar estímulos ambientais como “inócuos” ou “agressivos” e, em seguida, como
“agradáveis” ou “não agradáveis”, participando, portanto nos processos de avaliação
(appraisal) descritos por Lazarus e Folkman em sua teoria sobre o stress (VAN TOLLER;
DODD, 1994; LAZARUS; FOLKMAN, 1994). É importante observar que esses processos
incluem todas as atividades endócrinas e nervosas (como fica claro na teoria
psiconeuroendocrinoimunológica) e que todo esse processo é realizado de uma forma
organizada e muito bem orquestrada, sendo que é o sistema límbico que realiza essa
orquestração (LEDOUX, 1992, 2000, 2003; VAN TOLLER; DODD, 1994; BLANCHAR et
al., 2001).
A partir dessas informações, como podemos estudar cientificamente essa relação entre
emoções e olfato? Como podemos medir uma resposta emocional a um aroma? O método
tradicional usado para essa mensuração é o uso de escalas psicométricas, mas essas escalas
introduzem um elemento intensamente subjetivo, dificultando os estudos (LEDOUX, 1992,
2000, 2003; VAN TOLLER; DODD, 1994; BLANCHAR et al., 2001). Uma alternativa para
isso é a utilização de respostas psicofisiológicas (bastante discutidas, estudadas e descritas na
psiconeuroendocrinoimunologia).
A psicofisiologia é o estudo de alterações fisiológicas que acompanham alterações
comportamentais (LEDOUX, 1992, 2000, 2003; VAN TOLLER; DODD, 1994; BLANCHAR
et al., 2001). Alterações fisiológicas crônicas podem ser observadas em suor, saliva, sangue e
urina e alterações agudas podem ser vistas em mudanças bioelétricas no corpo como
potenciais musculares, freqüência cardíaca e potenciais elétricos nervosos, medidos no
eletroencefalograma (VAN TOLLER; DODD, 1994). Em estudos com o aroma 5-alfa-
androstan-3-ona de Van Toller et al de 1983 foi observado que os sujeitos, colocados em
isolação sensorial, freqüentemente apresentavam alteração de EEG (indicando a percepção do
aroma pelo sistema nervoso central) acompanhados de uma negação do sujeito de ter sentido o
aroma, portanto o aroma foi processado neurologicamente, mas não percebido
conscientemente durante o estudo. Posteriormente os sujeitos eram apresentados ao aroma
novamente sem a isolação visual e auditiva e eles reconheciam: “esse é o aroma que vocês
apresentaram no estudo”, nenhum dos sujeitos conseguiu explicar porque não havia sentido o
cheiro durante o experimento mas conseguiu identificá-lo após o experimento. Isso foi
explicado nesse trabalho pelo argumento de que os sujeitos, durante o experimento, não
tinham nenhum “nome” para dar ao aroma, o que fazia com que o ignorassem. Mas após o
104
experimento nomeavam o aroma de “cheiro usado no estudo” por associação à experiência,
passando a conseguir senti-lo conscientemente (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Nesse estudo também foi observado que sujeitos que consideravam o cheiro agradável
apresentavam um potencial de EEG maior do que os que consideravam o cheiro desagradável
(VAN TOLLER; DODD, 1994). Podemos inferir que aqueles que consideravam o cheiro
desagradável avaliavam (pela teoria de stress) o cheiro como potencialmente “agressivo”,
processo mais rápido do que a avaliação de “agradável” (também pela teoria de stress
appraisals de Lazarus e Folkman). Além disso, os sujeitos que tinham uma categoria verbal
na qual colocar o aroma tinham potenciais um pouco menores do que aqueles que não tinham
uma categoria verbal na qual encaixar o aroma para tal potenciais. Dessa forma,
provavelmente o processo de identificação do aroma, quando relacionado a uma categoria
verbal, era mais rápido e simples do que a identificação do aroma sem ela (VAN TOLLER;
DODD, 1994; LAZARUS; FOLKMAN, 1994).
Como vimos, houve diversas tentativas de medir objetivamente os efeitos psicológicos
dos aromas para uma abordagem mais científica, mas ainda não foram confirmadas respostas
de ondas elétricas cerebrais aos cheiros (VAN TOLLER; DODD, 1994). Em 1964 o Walter e
seus colegas encontraram um fenômeno elétrico no cérebro que chamaram de “variação
negativa contingente” (“contingent negative variation” ou CNV), que aparece no
eletroencefalograma de um adulto quando ele está esperando que algo aconteça (VAN
TOLLER; DODD, 1994; TORII, 1997; BROUGHAN, 2002). Essa variação pode ser obtida
após 10 a 20 repetições, pois ele varia e é necessário calcular sua média, e diversos estudos
pesquisaram sua relação com estados psicológicos e fisiológicos, sendo que ela é afetada por
estados psicológicos de atenção, expectativa e conação, e se correlaciona com estados
fisiológicos de consciência. (VAN TOLLER; DODD, 1994; TORII, 1997; BROUGHAN,
2002) Esses resultados indicam que a CNV é afetada por estados de estimulação/excitação e
calma/sedação do cérebro e estudos mostraram que aromas podem interferir na sua amplitude
a partir de estímulo ou sedação nervosa no cérebro (VAN TOLLER; DODD, 1994; TORII,
1997; BROUGHAN, 2002).
No estudo de Van Toller (1994) foi demonstrado que o aroma de jasmim, tido como
estimulante, causou um aumento na amplitude da CNV, enquanto que o de lavanda, tipo como
sedativo, causou uma diminuição (outros estudos como Torii, 1997, também estudaram
diversos outros odores). Esse estudo mediu o estímulo de 40 óleos essenciais em um grupo de
105
homens perfumistas com alto treino em percepção de odores e um grupo controle de alunos de
graduação (todos homens) sem nenhum treino na área de perfumaria. Os aromas eram
apresentados (numa concentração semelhante à de perfumes comerciais: 0,02 g de cada óleo
essencial) aos sujeitos (que eram instruídos a inspirar e expirar 3 vezes) 1 a 3 segundos antes
do teste, sendo retirados em seguida para que o sujeito não tivesse novos estímulos olfativos
durante o teste, podendo então se observar se o aroma tinha algum efeito estimulante ou
sedativo no cérebro pelo tempo de resposta dos sujeitos. O teste consistia num sinal sonoro de
aproximadamente 70dB seguido (após 2,3 segundos) de um sinal luminoso que o sujeito tinha
que desligar o mais rápido possível por um botão em sua mão. Eram realizados 20 testes
experimentais de aproximadamente 3 segundos de duração e com aproximadamente 20 a 30
segundos de espaço entre eles, então era feito um descanso de 5 a 10 minutos e se repetia o
processo 3 vezes, num total de 4 rodadas em aproximadamente 1 hora e meia. Para cada
sujeito 2 tipos de aroma eram testados e eram comparados a um controle (papéis com óleo
vegetal). Seis pontos do couro cabeludo eram avaliados: Fz, Cz e Pz, bilateralmente, seguindo
o sistema internacional de eletrodos (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Esse estudo também observou que existe uma diferença na amplitude de alteração da
CNV de acordo com a região do couro cabeludo testada, no geral houve um aumento seguido
de decréscimo na região frontal (F), um aumento constante na região central (C) e um
aumento tardio constante na região parietal o que indica que provavelmente tem duas fases na
CNV, uma inicial predominantemente na região frontal do cérebro e uma tardia
predominantemente nas regiões central e parietal do cérebro (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Quanto aos efeitos dos aromas, observou-se que a região frontal respondia mais intensamente
que as outras, concluindo que essa região é melhor para estudar os efeitos de cheiros no
cérebro. Além disso, a principal alteração da CNV acontecia entre 500 e 1000 ms após o
estimulo luminoso, o que pode dar uma dica da região do cérebro a ser afetada pelo odor (pois
pela teoria do stress as respostas reflexas são mais rápidas, seguidas das respostas límbicas-
emocionais e por fim das respostas corticais racionais).
Nesse estudo interferência de movimento ocular foi minimizado pedindo para o
paciente fixar o olhar na lâmpada e o nível de consciência (que interfere no CNV) foi
monitorado por “nível de potencial da pele” (“level of skin potential”, LSP, que também se
altera quando há alteração no nível de consciência), de forma que os resultados foram bastante
confiáveis. O estudo também monitorou tempo de resposta e freqüência cardíaca, percebendo
106
que os aromas não interferiam em nenhum desses, aparentemente afetando ondas cerebrais de
modo quase exclusivo, sem afetar outras funções fisiológicas, em inalação rápida direta como
foi feita nos estudos, pois com aplicação tópica isso pode mudar muito (VAN TOLLER;
DODD, 1994).
Esse estudo observou que a maioria dos óleos essenciais alterava a CNV de forma
concordante com sua função terapêutica sedativa ou estimulante usada tradicionalmente, mas
alguns tiveram resultados não concordantes, como o óleo essencial de rosa, que é tido como
sedativo, mas aumentou a variação. Com isso o estudo concluiu que é necessário muitos mais
estudos na área e que essa metodologia permite que os efeitos dos óleos essenciais no sistema
nervos sejam estudados mais cuidadosamente.
Fica claro que podemos utilizar potenciais cerebrais para estudar aromas de uma forma
mais científica e objetiva, além de segura, pois os potenciais podem ser medidos de forma não
invasiva com eletrodos fixados no couro cabeludo. Diversos estudos usaram essa técnica a fim
de encontrar uma explicação científica clara dos efeitos de cheiros nas emoções. Por exemplo:
Moncreiff em 1977 observou a diminuição de potenciais de EEG com o uso de aromas, mas
não conseguiu comprovar sua significância; Brandl, Kobal e Platting em 1980 observaram um
padrão de alteração de EEG com aromas considerados “muito desagradáveis” e “muito
agradáveis”; e Torii e Van Toller observaram a alteração do CNV com o uso de aromas
estimulantes e sedativos (VAN TOLLER; DODD, 1994; TORII, 1997).
Nos últimos anos muitos estudos tem se direcionado ao “potencial evocado por evento”
(mudanças de potencial de EEG relacionado a um estímulo sensorial) e Kobal mostrou, em
1981, numa série de experimentos, que o potencial olfativo evocado (“olfactory evoked
potential”, OEP) pode ser gravado de forma confiável em EEG, dado que os potenciais de
repouso normais são entre 10 e 29 mV e os potenciais evocados são em torno de 50 mV (VAN
TOLLER; DODD, 1994; TORII, 1997). Van Toller, Hummel e Kobal observaram as
diferenças de respostas entre estímulos trigeminais (comumente confundidos com estímulos
olfativos) e estímulos olfativos e outros estudos observaram os efeitos de estimulação olfativa
unilateral, pois, contrário de todos os outros sistemas sensoriais, o sistema olfativo não cruza,
ou seja, estímulos da narina esquerda tendem a ir diretamente e unicamente ao hemisfério
esquerdo do cérebro e da narina direita ao hemisfério direito (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Outros estudos utilizaram também Brain Electrical Activity Mapping (mapeamento de
atividade elétrica cerebral) criado por Duffy, McAulthy e Schachter em 1984. O BEAM é um
107
aplicativo informático que transforma, em tempo real, as informações o EEG em um mapa
colorido de regiões ativadas. Esses mapas podem nos indicar como os aromas estão sendo
percebidos e interpretados de acordo com regiões especializadas e hemisfério ativados, sendo
que o hemisfério também é especializado: o esquerdo lida com matemática, razão e linguagem
enquanto que o direito lida com emoções, imaginação e arte (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Podemos, portanto, estudar os efeitos dos óleos essenciais no sistema nervoso e nas
emoções de diversas formas. Interessantemente, as mulheres tendem a ter uma maior
facilidade e um melhor desempenho quando se trata de tarefas relacionadas ao olfato, mas
essas diferenças não são anatômicas ou processuais, havendo o mesmo processamento geral
para ambos os sexos, ao invés disso, acredita-se que sejam cognitivas (BENGSSTON et al.,
2001; HERZ, 2009). Num estudo, Araújo et al. (2005) observou que existe uma modulação
cognitiva intensa do processamento de estímulos olfativos, de forma que quando um aroma
era rotulado, sua característica hedônica (de gosto bom ou ruim) era praticamente determinada
pelo rótulo, de forma que o padrão de ativação neural mudava de acordo com o rótulo (quando
o rótulo era “bom”, os córtices rostral anterior e cingulado anterior eram ativados), mas ao
mesmo tempo a ativação da amígdala era exclusiva ao aroma, não ocorrendo o mesmo se
fosse utilizado um placebo (HERZ, 2003; ARAUJO et al., 2005). Semelhantemente, Gottfried
e Dolan (2003), encontraram que a apresentação de um estímulo visual condizente com o odor
facilitava a percepção olfativa, mostrando uma relação importante entre o sistema olfativo e o
sistema visual, além do sistema cortical superior citado.
No entanto, não devemos limitar nossa visão dos efeitos neuro-psicológicos dos
aromas, pois os óleos essenciais podem ter efeitos no sistema nervoso além das emoções. Isso
é ilustrado pelo fato de que os padrões de ativação neural durante o resgate de uma memória
de um aroma são uma imitação daquela da presença real do estímulo olfativo (BENSAFI et
al., 2003) e o sistema neuro-olfativo tem uma grande plasticidade, permitindo aprendizado
rápido no que se refere a identificação e processamento de odores, principalmente nos córtex
piriforme e orbitofrontal (LI et al., 2006). Isso associado ao efeito da amígdala de intensificar
e reter mais eficientemente as memórias (SAVIC, 2001) e ao fato de que a variação pessoal de
percepção a um aroma já conhecido é muito pequena (WALKER; KENDAL-REED;
WALKER, 2000) nos mostra a importância dos aromas não somente na memória, mas
também no aprendizado.
Uma outra característica neuro-psicológica direta, inata, importante é a variação
108
genética. Existe uma variação nos gens que codificam os receptores olfativos, permitindo uma
variação na percepção dos odores, assim como as chamadas “anosmias seletivas (na qual o
indivíduo apresenta incapacidade de sentir um cheiro específico com um sistema olfativo
normal para o restante dos aromas). Com isso, é possível que pessoas que gostam do cheiro do
“skunk” americano tenham uma característica genética que impede que eles sintam a porção
mais agressiva do cheiro por não ter receptores para essas partes ou por ter receptores que
funcionam diferentemente da média das pessoas (HERZ, 2007).
Isso mostra o quanto que os aromas tem potencial de atuação em muitos outros
processos emocionais e mentais ainda não estudados, muitos dos quais tem comprovação
empírica, e quanto não se sabe sobre os seus processos terapêuticos. Com isso concluímos que
a aromaterapia científica ainda está engatinhando no seu desenvolvimento. Fica claro que a
quantidade de elementos passíveis de estudo quanto aos efeitos neuro-psicológicos dos aromas
é enorme. É importante observar que existem, também diversas formas de avaliar e estudar
esses efeitos tanto em estudos pré-clínicos, como a avaliação de motilidade em ratos
(BUCHBAUER, 1996), quanto em estudos clínicos, com diversas técnicas listadas a seguir:
o uso da variação negativa contingente – CNV - em EEG e nível de potencial da pele -
SPL (VAN TOLLER; DODD, 1994; BUCHBAUER, 1996; LORIG, 2000);
avaliação de ondas cerebrais em eletroencefalograma - EEG (BUCHBAUER, 1996);
avaliação de pressão arterial periférica (BUCHBAUER, 1996);
avaliação de dilatação de pupila (BUCHBAUER, 1996);
avaliação de fluxo sanguíneo cerebral com Doppler transcraniano (BUCHBAUER,
1996);
avaliação de estado do sistema nervoso autônomo via freqüência cardíaca
(BUCHBAUER, 1996; HERZ, 2009);
avaliação de estado do sistema nervoso central via atividade eletrodérmica
(BUCHBAUER, 1996; HERZ, 2009);
a técnica do Brain Electrical Activity Measurement BEAM - que permite que o
sujeito concentre no odor com menos ruído de outros sistemas (pois foi visto num
estudo anterior que o sistema visual pode sobrepujar informações olfativas) e permite a
obtenção de dados que não dependam de informações subjetivas dos sujeitos (VAN
TOLLER, 1997);
neuroimagem funcional do sistema olfativo (ZALD; PARDO, 2000);
109
o uso de potencial relacionado a evento - ERP - do EEG, como o N400 e o P300
(LORIG, 2000; CASTLE; VAN TOLLER, 2002);
o uso de mapas topográficos gerados por EEG (LORIG, 2000; CASTLE; VAN
TOLLER, 2002);
o teste Rod-and-Frame para avaliar Field Dependence Independence FDI -, que
consiste no quanto o indivíduo funciona ou não de forma autônoma ao meio ambiente
e tem a ver com um esquema de funcionamento individual, semelhante a introversão e
extroversão, sendo tido como um elemento importante na determinação do quanto o
olfato pode influenciar o comportamento de um indivíduo (CASTLE; VAN TOLLER,
2002);
a técnica acessória de limitação de informação sensorial concorrente usando óculos e
fones de ouvido (CASTLE; VAN TOLLER, 2002);
neuroimagem simples relacionada a emoções (HERZ et al., 2004);
avaliação subjetiva de humor e estado mental (HERZ, 2009);
avaliações fisiológicas diversas como resistência muscular e performance física ou
mental em uma atividade (HERZ, 2009);
avaliação dos efeitos de característica agradável ou desagradável e estimulante ou
sedativo do aroma (HERZ, 2009);
Muito importante é o fato de que existem diversos centros nervosos envolvidos com
processos de emoção e cognição, nos quais os aromas podem atuar. Algumas das funções que
os centros nervosos são considerados a exercer estão listadas a seguir e podem servir de
inspiração para o desenvolvimento de novos estudos em neuro-psicologia e aromaterapia
científica (ROSE, 1995; LAVABRE, 1997; TIRAN, 2000; ALEXANDER, 2000; CORAZZA,
2002; LAWLESS, 2002a, 2002b):
amígdala: aspectos de comportamento social, prazer, dor, medo, alegria, sofrimento,
emoções, aprendizagem, intensidade-por-valência (LEDOUX, 1992; WINSTON et al.,
2005);
hipocampo: atuação em memória recente, aprendizagem e emoções, identificação de
memórias olfativas (quando um cheiro nos lembra alguma sensação, momento,
pessoa...);
córtex: atuação em processos intelectuais;
hipotálamo: atuação em controle de agressão e comunicação com o mundo externo,
110
processos psicológicos sexuais, principal via de saída, na qual se originam as respostas
comportamentais, psicológicas e emocionais aos óleos essenciais, controla a secreção
hormonal por se conectar à hipófise, controla órgãos endócrinos como glândula
pituitária, tireóidea, gônadas e glândula supra-renal, atuando nas emoções, no humor e
no comportamento;
sistema límbico (amígdala, hipocampo e hipotálamo): responsável pelo controle de
aspectos comportamentais e viscerais (pode haver atuação física através do sistema
nervoso central).
4.3.2 Endocrinologia e aromaterapia
A partir dos efeitos dos óleos nos centros nervosos, eles podem agir indiretamente no
sistema endócrino. Por exemplo: o óleo essencial de espicanardo (Nardostachys jatamansi)
atua equilibrando o sistema nervoso autônomo, com maior atuação no sistema nervoso
parassimpático, via estímulo hipotalâmico, assim como o óleo essencial de gerânio, que tem
maior atuação no sistema nervoso simpático (BERKOESKY, 1995). Em um estudo, foi
observado que aromas agradáveis melhoram humor e diminuem tensão nervosa, depressão e
confusão em mulheres pré e pós menopausa (principalmente pós), efeito explicado pela
atuação dos aromas no sistema límbico, gerando secreção de serotonina, noradrenalina,
dopamina e sistemas de receptores de endorfina (SCHIFFMAN et al., 1995). Um efeito
semelhante foi observado por Yamada, Mimaki e Sashida (2004), que verificaram a
diminuição dos níveis de ACTH, adrenalina, noradrenalina e dopamina com a pré-inalação de
óleo essencial de Lavanda burnatii ou de linalool em ratas menopausais experimentais
submetidas a inação de éter.
Outra forma que os óleos essenciais atuam no sistema endócrino é estimulando
diretamente glândulas endócrinas (em geral relacionadas diretamente ao sistema nervoso). Por
exemplo: o óleo essencial de laranja tem uma afinidade grande pela pituitária anterior
(relacionada a funções simpáticas) enquanto que o óleo essencial de limão tem uma grande
afinidade pela pituitária posterior, que é relacionada a funções parassimpáticas
(BERKOESKY, 1995).
111
Além dessas atuações existe a atuação dos aromas no sistema vomeronasal dos
feromônios, que, como foi citado anteriormente, não apresenta comprovações científicas, mas
efeitos práticos importantes. Num estudo foi observado que os aromas de abóbora, lavanda,
talco infantil, bala doce e pepino geram aumento de fluxo sanguíneo vaginal em mulheres,
resposta semelhante à de feromônios e marcador fisiológico de excitação sexual feminina
(HIRSCH et al., 1998). Nessa pesquisa os efeitos dos aromas são explicados por atuação dos
aromas via condicionamento pavloviano, nostalgia evocada por olfato (evocação de memória
olfativa) e ação direta de estímulo de comportamentos instintivos, incluindo o sexual.
Ao mesmo tempo esse estudo apresentou a possibilidade do aroma servir como
distrator, de forma que as mulheres conseguiam relaxar mesmo dentro do ambiente de teste,
ou do aroma aumentar a sensibilidade tátil, de forma que o toque da sonda que media fluxo
sanguíneo vaginal fosse sexualmente estimulante, afirmando que o aroma pode aumentar a
concentração na sensação de toque, mas não alterando o valor máximo neurológico do toque
(HIRSCH et al., 1998). Outra possibilidade discutida nesse trabalho é a de que os aromas
aumentam estimulação sexual por diminuírem a dor ou ainda por aumentar a sensação de bem
estar causada pela atuação dos aromas no sistema límbico. Por último o estudo cita que os
resultados apontam para um efeito de cada aroma diretamente no fluxo sanguíneo vaginal,
pois houveram características específicas para cada aroma usado, mas, apesar do fluxo
sanguíneo vaginal ser um marcador fisiológico da excitação sexual, os aromas podem ter tido
um efeito puramente fisiológico sem ter tido realmente um efeito psicológico, pois esse não
foi testado no experimento (HIRSCH et al., 1998).
Ainda existe a função direta dos óleos essenciais como substitutos a hormônios.
Observando todas essas formas de atuação dos aromas nos hormônios fica claro que os
aromas podem influenciar o sistema endócrino de diversas formas e que como ocorre essa
influência ainda é incerto, principalmente no que diz respeito ao sistema vomeronasal.
4.3.3 Imunologia e aromaterapia
Assim como no sistema endócrino, os aromas podem ter efeito no sistema imune de
diversas formas. O primeiro modo de ação é a atuação dos aromas na química do sistema
112
nervoso, alterando humor e comportamento, que afetam a imunidade (ALEXANDER, 2000,
2001a). É conhecido que os aromas influenciam o sistema psíquico, alterando emoções e
estados mentais e isso conseqüentemente altera a imunidade, tornando a recuperação mais
rápida e aumentando o limiar de susceptibilidade a doenças (ALEXANDER, 2001a). Um dos
elementos que aumenta a resistência imune é a noção de controle sobre sua saúde e sobre a
doença que o indivíduo tem, assim como a determinação pessoal em se curar. Os aromas tem
potencial em melhorar essas atitudes individuais perante a doença (ALEXANDER, 2001a). A
aromaterapia olfativa pode fortalecer a imunidade, mas também pode diminuir dor, tensão,
insônia e depressão, que são sintomas de alteração cerebral, mas também são sintomas de
alteração imunológica (ALEXANDER, 2001a). O prazer da aromaterapia é um fator
importante no processo terapêutico e na potencialização imune, mas mesmo quando não há
percepção consciente do aroma, esse ainda pode evocar respostas fisiológicas nesse sistema
(ALEXANDER, 2001a).
O segundo modo de ação é a atuação dos aromas como agentes condicionadores da
resposta imune, nesse caso, os aromas podem agir no sistema imune diretamente na química
do organismo, alterando a neuroquímica do corpo ou potencializando a química cerebral e a
imunidade, de uma forma mais neurofisiológica do que comportamental, como a citada acima
(ALEXANDER, 2001a). No geral, os aromas interferem em biossínteses metabólicas de
forma a potencializar a resposta imunológica (ALEXANDER, 2001a).
Para entender isso é importante compreender que o sistema imune é basicamente um
sistema sensorial que identifica internamente e externamente o que é e o que não é do próprio
corpo, enviando essas informações aos sistemas nervoso e endócrino e respondendo aos
antígenos identificados (ALEXANDER, 2001a). A comunicação entre esse sistema e o
sistema nervoso se dá por duas vias principais: a via elétrica com sinais de impulsos nervosos
e a via química com hormônios, neuro peptídeos e outras moléculas (ALEXANDER, 2001a).
Há semelhanças importantes entre o funcionamento desse sistema e do sistema olfativo, por
exemplo: ambos se comunicam com o sistema nervoso das duas formas citadas e ambos
conseguem reconhecer uma vasta quantidade de moléculas (ALEXANDER, 2001a). É
provável que ambos tenham sido gerados a partir de um sistema de sobrevivência
evolutivamente anterior (ALEXANDER, 2001a). Isso tem base no fato de que os três sistemas
são interconectados fisicamente por conexões neurais e por moléculas mensageiras químicas
comuns a todos os sistemas (ALEXANDER, 2001a). Essas conexões servem, entre outras
113
coisas, para auxiliar no desenvolvimento, na atividade e no movimento de células imunes
(ALEXANDER, 2001a). Com isso os aromas podem influenciar a imunidade
fisiologicamente a partir de alterações neurofisiológicas.
O sistema imune também tem uma conexão bastante direta com o sistema endócrino
via moléculas mensageiras (ALEXANDER, 2001a). Uma das principais funções do sistema
endócrino é responder ao stress e os aromas tem uma atuação direta nos mecanismos do stress
e de controle do stress (ALEXANDER, 2001b). Essa atuação age tanto no controle
neurofisiológico quanto no neurocomportamental.
O terceiro modo de ação é a atuação dos aromas diretamente nos tecidos, alterando as
funções imunes das células, ou seja, influenciando diretamente na química do sistema imune
que, diferente de outros sistemas sensoriais, não fica concentrada numa única região, é
espalhada pelo organismo (ALEXANDER, 2001a, 2001c; HORRIGAN, 2004a). O principal
alvo dessa atuação é a inflamação e os aromas podem funcionar como anti-inflamatórios de
diversas formas (ALEXANDER, 2001c). Por exemplo: os aromas de alecrim e benjoim tem
um efeito inibidor da elastase de leucócitos humanos - HLE (BAYLAC; RACINE, 2004), os
aromas de Angelica archangelica e Citrus aurantium var. bergamia tem efeitos anti-
inflamatórios (HORRIGAN, 2004b) e os aromas de Cymbopogon citratus e Cinnamomum
zeylanicum tem efeito inibidor de prostraglandinas produzidas na inflamação (HORRIGAN,
2005). Essa atuação é baseada na atuação farmacológica e, portanto, não será discutida nesse
trabalho.
Um tema interessante relacionado à questão do efeito dos aromas no sistema imune é o
condicionamento imunológico (ALEXANDER, 2002). O cérebro faz conexões entre as causas
externas e internas de conseqüências fisiológicas, gravando-as na memória, de forma que,
quando uma causa ambiental acontece novamente, ela suscita a resposta fisiológica
(ALEXANDER, 2002). Por exemplo: uma pessoa foi visitar um entre querido no hospital com
cheiro de higienizantes ambientais fortes e o ente querido faleceu, com isso a pessoa entrou
em depressão, ficou com as respostas imunológicas enfraquecidas e pegou gripe, da próxima
vez que essa pessoa sentir o cheiro de higienizantes ambientais que sentiu no hospital, ela
pode ter uma queda na resposta imune mesmo sem a depressão. Pode também ocorrer esse
condicionamento de forma positiva, por exemplo: uma pessoa sofre com herpes simplex oral e
começa um tratamento com óleo essencial de tea-tree, tido historicamente como imuno-
estimulante (STANDEN; MYERS, 2004) e que tem gosto/cheiro tido como desagradável, mas
114
as lesões melhoram rapidamente, nas próximas vezes que ela sentir o gosto/cheiro do óleo ela
poderá ter um aumento da resposta imune ainda mais rápido pela correlação que ela fez entre
o óleo essencial e a diminuição da dor e melhora das lesões, mesmo com o gosto/cheiro ruim
(ALEXANDER, 2002).
Esse condicionamento também pode ser induzido, por exemplo utilizando um aroma
em conjunto com um medicamento imuno-supressor, processo que diminui a utilização do
medicamento e conseqüentes efeitos-colaterais (ALEXANDER, 2002). Esse condicionamento
induzido é efetivo após uma única tentativa e se mantém por 48 horas em seguida, mas ainda
não tem seu mecanismo completamente elucidado, podendo ser por aumento da resposta
imune geral ou diminuição de respostas inflamatórias a antígenos (ALEXANDER, 2002). É
possível que alguns dos efeitos fisiológicos a aromas tenham sido aprendidos evolutivamente
por esse processo de condicionamento, de forma que, no geral, aquilo que cheira bem fez bem
ao organismo e aquilo que cheira mal faz mal ao organismo (ALEXANDER, 2002).
A atuação no sistema imune ainda tem algumas facetas: a imunossupressão e a
imunoestimulação. A imunossupressão é o ato de diminuir uma resposta imune exacerbada, o
que é mais facilmente feito com respostas imunes primárias (processamento de antígenos,
proliferação celular e síntese e diferenciação de linfócitos) do que secundárias
(ALEXANDER, 2002). Mas esse controle é difícil mesmo em respostas primárias,
principalmente depois que a memória imune foi gravada, razão pela qual a terapia preventiva é
mais eficaz (ALEXANDER, 2002). A imunoestimulação, por outro lado, é o aumento de uma
resposta imune deficitária (ALEXANDER, 2002). Nesse caso os óleos essenciais podem ter
efeito tanto na imunidade celular quanto na imunidade anti-gênica (ALEXANDER, 2002).
Com tudo isso, fica claro que os aromas são fontes muito positivas para atuar no
sistema imune e no equilíbrio geral do organismo e, por serem de fácil aplicação e acessíveis,
são um instrumento importante na imunologia e nos desequilíbrios de saúde (ALEXANDER,
2002). As formas como os aromas atuam são diversas e em geral simultâneas e sincrônicas:
diretamente em cada sistema isolado e na comunicação entre os sistemas.
4.3.4 Psicologia e aromaterapia
115
Agora que já discutimos os efeitos neurológicos, endocrinológicos e imunológicos dos
aromas, iremos explorar o âmbito psicológico deles. Como os outros que já vimos, esse
âmbito também pode se confundir um pouco com os anteriores, em especial com o âmbito
neurológico.
Na psicologia, os aromas podem ter efeitos neuro-psicológicos diretos, hardwired”,
ou seja, via conexões neurais anatômicas; ou indiretos, “softwired”, via alteração de processos
neuro-psicológicos complexos (BROUGHAN, 1998a, 1998b, 2004). Os efeitos diretos são
relacionados a alterações psicofisiológicas como excitação, stress e depressão. Os efeitos
indiretos são relacionados a alterações mentais e emocionais mediadas por fatores
psicológicos como cultura, expectativa, condicionamento, experiências anteriores, memória
olfativas, crenças e personalidade (JELLINEK, 1998, 2004; BROUGHAN, 1998a, 1998b,
2002, 2004; ALEXANDER, 2000; GOTTFRIED et al., 2004; MOSS et al., 2006; HERZ,
2009). Os efeitos neuro-psicológicos diretos podem ser inatos ou aprendidos e foram descritos
no tópico sobre neurologia e aromaterapia. Já os efeitos neuro-psicológicos indiretos tendem a
ser mais aprendidos do que inatos. É claro que podem existir efeitos psicológicos inatos, mas
ainda não foi possível identificá-los claramente (BROUGHAN, 1998a, 1998b, 2002, 2004).
Tanto os efeitos diretos quanto os indiretos tem evidências científicas e empíricas. Por
exemplo: um trabalho de Kiecolt-Glaser et al. (2008) avaliou os efeitos de óleos essenciais de
lavanda e limão, utilizando placebo e induzindo ou não expectativa a fim de observar se os
óleos essenciais tem efeito por si só ou se são causados pela expectativa dos sujeitos. Esse
estudo fez grupos com a aplicação de óleo essencial de lavanda, de limão e sem aroma. Além
disso, o estudo montou grupos nos quais os sujeitos eram informados quanto ao aroma que
iriam receber e quanto aos efeitos que deveriam esperar desses aromas (induzindo
expectativas) e grupos cegos (sem falar sobre o tema a ser pesquisado ao sujeito). Todos os
grupos foram avaliados quanto a suas respostas a stress e dor. Era esperado que, se é verdade a
hipótese de que os aromas tem efeito direto, os grupos com lavanda deveriam desenvolver
menos sintomas de stress durante o experimento, enquanto que os grupos com limão deveriam
apresentar mais sintomas, e, ao mesmo tempo, o grupo sem aroma deveria desenvolver um
nível intermediário de sintomas. Já, se a teoria de que expectativa é que gera os efeitos, então
os grupos que foram instruídos o que esperar deveria ter menos ou mais sintomas
(dependendo da expectativa induzida) quando comparado ao grupo cego (sem instruções), o
qual deveria apresentar sintomas intermediários entre os dois grupos induzidos. Esse estudo
116
encontrou que houve uma grande influência de expectativa nos resultados, pois o grupo que
recebeu explicação do que esperar do experimento teve resposta significativamente maior do
que o grupo cego (ou seja, houve uma resposta indireta, aprendida, bastante intensa).
Ao mesmo tempo foi observado que, apesar desse efeito induzido por expectativa
houve ainda um efeito próprio dos óleos, independente das induções de expectativa (ou seja,
um efeito psico-neuro-fisiológico direto). Os efeitos psicológicos do limão foram intensos
(melhora de humor, por exemplo), mas os da lavanda não foram significativos quando
comparados à água. Os efeitos imunes não foram significativos para nenhum dos dois óleos,
sendo que esse foi o único caso em que a indução de expectativa foi significativa. Os efeitos
endócrinos foram considerados comprovatórios da teoria de efeito sistêmico dos aromas tanto
para lavanda quanto para o limão.
Esse estudo ilustra bem a questão dos efeitos diretos e indiretos dos aromas. Essas duas
formas de respostas a aromas podem interferir umas nas outras e, juntas, geram as respostas
psico-biológicas aos aromas, de forma que nenhuma das duas é única e irrefutável (HERZ,
2007). É evidente que na prática clínica e nas avaliações científicas deve haver uma mistura de
efeitos diretos e indiretos.
Para ilustrar um pouco: Oliver Sachs (1985) conta de um caso clínico de um estudante
de medicina que, após o uso de cocaína, PCP e anfetamina, sofreu um aumento temporário
intenso do sentido olfativo. O estudante, que era bastante intelectual e reflexivo, contou que,
durante esse período de aumento da percepção olfativa, ele não sentia necessidade de utilizar
seu raciocínio cognitivo porque o mundo lhe era marcado e claramente identificado pelo seu
cheiro, tornando o pensamento abstrato e as habilidades intelectuais redundantes. Essa história
mostra que o sistema olfativo não se relaciona tanto com o sistema cortical, que é racional e
consciente, mas muito mais provavelmente se relaciona com níveis subcorticais emocionais,
instintivos e reflexos (VAN TOLLER; DODD, 1994). Além disso essa história nos mostra
que, apesar da ligação direta do sistema olfativo com o córtex (que vimos anteriormente), os
efeitos sub-corticais dos aromas devem ser aqueles mais diretos enquanto que os efeitos
corticais devem ser aqueles mais indiretos, pois os processos corticais são muito mais
complexos e devem modular mais as respostas aos aromas do que os processos sub-corticais.
No entanto podem e devem haver misturas complexas de efeitos corticais e subcorticais com
efeitos diretos e indiretos.
117
4.3.4.1 Efeitos neuro-psicológicos indiretos aprendidos
Uma vez que exploramos os efeitos diretos dos aromas no tópico sobre neurologia e
aromaterapia, iremos nos voltar aos efeitos neuro-psicológicos indiretos. Os principais
elementos identificados que podem interferir indiretamente ou causar os efeitos dos aromas
são: sociais (expectativa, cultura e avaliação cognitiva do aroma), de experiência pessoal
(incluindo memória olfativa e condicionamento), de personalidade e de preferência pessoal
(JELLINEK, 1998; EPPLE; HERZ, 1998; BROUGHAN, 1998a, 1998b, 2002, 2004;
ALEXANDER, 2000; BARNHAM; BROUGHAN, 2002; MOSS et al., 2006; HERZ, 2009).
Os elementos sociais constituem-se basicamente de expectativa (que pode ser
introduzida por outros indivíduos ou aprendidas por interpretações pessoais de eventos
pessoais), cultura (como por exemplo uso de incenso em rituais religiosos gerando estados
alterados de consciência ou a alteração de humor pela expectativa de ação do óleo essencial de
camomila visto em Moss et al., 2006) e avaliação cognitiva de aromas (diferente de
expectativa por ser mais racional e cognitiva, mas bastante relacionada a expectativas, por
poder gerá-la). Todos esses elementos podem alterar como o indivíduo percebe um aroma,
assim como os efeitos conseqüentes dessa percepção (BROUGHAN, 1998a, 1998b, 2004;
JELLINEK, 1998; MOSS et al., 2006).
Não existem muitos conhecimentos a respeito de como esses elementos sociais
(expectativa, cultura e avaliação cognitiva) interferem na percepção dos aromas, mas sabe-se
que essa interferência existe (JELLINEK, 1998; BROUGHAN, 1998a, 1998b, 2004; HERZ,
2009). Desde 1980 se sabe que identificar quais componentes moleculares estão presentes no
meio, por si só, não é suficiente para explicar como o indivíduo percebe o aroma, há uma
influência grande de experiência passada, espectativas e outras variáveis (WILSON;
STEVENSON, 2006). Os aromas são percebidos como “objetos de odor”, e esses são
formados e moldados por experiência e, ao serem formados, são sintetizados juntamente com
as outras informações do meio, sendo resistentes a interferências de pano de fundo, flutuações
de intensidade e degradação parcial (WILSON; STEVENSON, 2006). Os objetos de odor
podem conter componentes multimodais e o reconhecimento de objetos de odor familiares
pode ser moldado por atenção, contexto e expectativa e geram diversas conseqüências, como a
118
evocação de memórias (WILSON; STEVENSON, 2006). As memórias olfativas são as
memórias associadas a e evocáveis por um objeto de odor.
Com isso chegamos ao segundo elemento citado: os elementos de experiencia pessoal
(que incluem memória olfativa e condicionamento). Diz-se que a percepção positiva ou
negativa de um aroma é aprendida e essa foi a primeira forma de explicar os efeitos dos
aromas nas emoções (ALEXANDER, 2000; HERZ, 2005, 2009). A primeira teoria usada para
explicar os efeitos dos aromas foi a teoria da memória olfativa descrita sucintamente no
capítulo anterior. Essa teoria se baseia no conceito de memória olfativa, que é a memória de
uma situação complexa com todo seu contexto, elementos visuais, auditivos e olfativos e
emoções associadas, que pode ser evocada pelo aroma (ou “objeto de odor”) associado a ela
graças a interconexões entre áreas unimodais do sistema nervoso (GOTTFRIED et al., 2004).
Vejamos o processo de formação dessas memórias olfativas. Quando se inala um
cheiro, qualquer que seja, não existe um único receptor que identifica o cheiro, mas sim uma
série de receptores que identificam as várias partes de um cheiro, por exemplo, quando
cheiramos um livro antigo, não existe um receptor específico para “livro antigo”, mas sim
diversos receptores para “cola de livro” + “capa de livro” + “folha” + “póque são analisados
quimicamente ainda no epitélio olfativo, gerando um mosaico de impulsos nervosos ao bulbo
olfativo que acabam por caracterizar o aroma como “cheiro de livro antigo” (WILSON;
STEVENSON, 2006). No entanto essa análise química periférica não é acessível para nossa
consciência, ao invés de perceber as várias partes do cheiro, percebemos o cheiro como um
todo, de um modo “holístico”, ou no máximo conseguimos identificar um ou dois
componentes principais do cheiro, essa percepção holística é o próprio “objeto de odor”
(WILSON; STEVENSON, 2006). O fato de que a amígdala é ativada por estímulos olfativos
pode explicar porque as memórias olfativas são prontamente lembradas, pois a amígdala se
relaciona a elementos emocionais e pode intensificar a formação dessas memórias por sua
associação a emoções, além dessa intensificação dificultar o esquecimento da memória,
explicando porque essas memórias são mais difíceis de esquecer que outras memórias
(SAVIC, 2001).
Outro tipo de experiência que pode interferir na percepção e nos efeitos conseqüentes
da percepção de um aroma é o condicionamento (ou aprendizado associativo, HERZ, 2005).
Como foi citado anteriormente, o condicionamento olfativo é basicamente o condicionamento
clássico relacionado a um estímulo olfativo (COYLE, 1999; HERZ, 2005) e é diferente da
119
memória olfativa por necessitar de repetição e alteração de intensidade do aroma associado a
uma emoção ou comportamento (KNASKO, 1997). Num estudo de Yokoyama (2002)
observou-se que diversos aromas tiveram efeitos imunoestimulante (exclusivamente por efeito
no epitélio olfativo e não por absorção no parênquima pulmonar) após imuno-supressão pós-
stress. Esse estudo relatou efeito de acomodação, tolerância ou condicionamento, mas sempre
específico ao aroma usado. No entanto, existem poucos estudos científicos que abordam os
temas do condicionamento olfativo e menos ainda o tema da memória olfativa, deixando
muita coisa a teorias e possibilidades não comprovadas.
Os elementos de experiência, de modo geral, dependem de interpretações pessoais de
situações (principalmente no caso de memórias olfativas para formar o objeto de odor, mas
também no condicionamento quando se quer que o aroma seja associado a uma emoção, mas
não quando ele é associado a uma resposta fisiológica). Isso nos leva ao terceiro elemento que
influencia na percepção e nos efeitos conseqüentes dessa percepção dos aromas: os elementos
de personalidade. Estudos mostraram que o estado de humor do indivíduo pode interferir na
sua avaliação de um aroma: um aroma “neutro” de álcool pode ser considerado mais
desagradável quando o indivíduo está de mau humor (CHEN; DALTON, 2005; HERZ, 2007,
2009). Assim, traços de personalidade também podem interferir na resposta a aromas (CHEN;
DALTON, 2005). Pessoas com personalidade instável, comumente chamadas de “neuróticas”,
tendem a ser mais sensíveis a barulho, dor, cenas desagradáveis, gosto amargo e aromas,
apresentando respostas mais intensas de “amor” ou ódio” aos aromas. No entanto, estudos
mostraram que isso depende também de sexo e de qual aroma era testado (HERZ, 2007).
Por último, vejamos os elementos de preferência pessoal. É de conhecimento comum
que “perfume é uma coisa muito pessoal” e essa noção mostra como os cheiros estão
intimamente associados a características pessoais e de personalidade, mas porque um
indivíduo prefere um aroma a outro? São características emocionais pessoais que fazem essa
preferência? Existem muitas citações e observações que indicam o relacionamento íntimo
entre as emoções e o olfato, mas pouquíssimas teorias foram formuladas sobre como ocorre o
link entre os dois sistemas (VAN TOLLER; DODD, 1994). Os estudos iniciais sobre emoções
e olfato foram baseados nas dimensões pessoais (de preferência e gosto) dos aromas. A
dimensão pessoal citada era considerada uma continuação da preferência e caracterização de
um aroma como “agradável” ou “desagradável”, mas esses estudos iniciais falharam em
encontrar um relacionamento simples entre odores e preferências pessoais (VAN TOLLER;
120
DODD, 1994).
Em 1962, Schachter e Singer fizeram uma série de estudos que tiveram um efeito
profundo na psicologia social, gerando uma base importante para a teoria social cognitiva da
emoção (VAN TOLLER; DODD, 1994). Os estudos foram desenvolvidos a partir dos estudos
de Maranon em 1924, no qual médicos e paciente foram injetados com adrenalina a fim de
extrair reações emocionais dos mesmos, o que falhou pela falta de uma situação condizente,
os médicos conheciam as respostas esperadas, facilmente racionalizando as suas sensações,
enquanto que os pacientes acabavam achando que suas reações eram reações do tratamento
recebido, de forma que em nenhum dos casos as reações e sensações foram referidas como
“emoção” (VAN TOLLER; DODD, 1994). Essa falta de conseqüência social foi provida por
Schachter e Singer pela metodologia aplicada no estudo de 1962: os sujeitos recebiam uma
injeção de adrenalina e eram pedidos a responder um questionário sobre visão (eles eram
orientados que o estudo era sobre visão) que foi desenhado para gerar certos tipos de emoção
e, ao mesmo tempo, enquanto respondiam o questionário, os sujeitos eram colocados em
certas situações também desenhadas para estimular esses certos tipos de emoção. Isso era
realizado com um ator, que era colocado ao lado do sujeito, respondendo o mesmo
questionário e agindo de uma certa forma, por exemplo: se o questionário tinha questões
impertinentes desenhadas para gerar raiva, o ator respondia o questionário atuando raiva ao
lado do sujeito que estava respondendo o mesmo questionário (VAN TOLLER; DODD,
1994).
Nesse estudo, haviam três grupos de sujeitos: um grupo controle, que recebia uma
injeção-placebo e era informado dos efeitos da injeção de adrenalina, um grupo que recebia a
injeção de adrenalina e era informado dos efeitos da injeção de adrenalina e um grupo que
recebia a injeção de adrenalina e era informado dos efeitos de uma injeção de vitaminas. Foi
observado que o grupo que recebeu tanto a injeção real quanto as informações dos efeitos
reais da injeção teve maior resposta emocional ao teste do questionário. Os sujeitos em geral
atribuíram as sensações geradas à injeção e as emoções geradas à situação social na qual se
encontravam, e Schachter e Singer concluíram que as expressões emocionais dependem tanto
do aparato biológico quanto do aparato social-situacional, conclusão que gerou a teoria da
emoção por atribuição (“atributional theory of emotion”), bastante desenvolvida em estudos
posteriores (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Se observarmos o olfato podemos ver que sua avaliação depende da situação social
121
tanto quanto a emoção, podemos por exemplo pensar na situação em que um homem, ao sentir
um perfume agradável, se vira à procura de uma mulher atraente. Fica claro que o aroma tem
diversos atributos, entre eles, um atributo emocional importante (VAN TOLLER; DODD,
1994). Existe uma relação bilateral nesse caso, pois tanto o perfume muda o estado emocional,
quanto o estado emocional altera a percepção do perfume (VAN TOLLER; DODD, 1994). Por
exemplo: o cheiro de um almoço sendo preparado antes de uma refeição pode trazer uma
sensação de fome enquanto que logo após uma refeição pode ser aversivo (VAN TOLLER;
DODD, 1994).
Ao mesmo tempo observa-se que as crianças têm no geral pouco ou nenhum gosto
quanto a perfumes, aprendendo as reações aos perfumes em situações sociais com os pais, por
exemplo: meninos costumam aprender que o cheiro de perfume em casa significa que os pais
irão sair e deixá-lo sozinho ou com uma babá, de forma que eles aprendem que o cheiro de
perfume é um sinal indesejável (VAN TOLLER; DODD, 1994; BARNHAM; BROUGHAM,
2002). Adicionado à importância biológica-evolutiva dos odores como discutido
anteriormente, temos que lembrar que atualmente os aromas são bastante elaborados e finos,
de forma que seus efeitos também são mais elaborados e marcados como uma experiência
estética. Isso é facilmente notado pela reação de pouco interesse de animais em perfumes,
para os animais os odores precisam carregar consigo mensagens biológicas claras e não há
espaço para os perfumes elaborados e finos que existem atualmente, enquanto que, para os
humanos, a utilização do perfume em geral é relacionada ao bem estar pessoal, porque certa
fragrância causa uma sensação de bem estar e emoções positivas pelo indivíduo (VAN
TOLLER; DODD, 1994; HERZ, 2007).
Mas voltando um pouco à preferência pessoal por certos aromas: O que faz um cheiro
ser prazeroso para uma pessoa e desagradável para outra? O prazer ou o desprazer não estão
presentes no aroma por si só, mas fazem parte de uma interação entre o indivíduo e o cheiro
(VAN TOLLER; DODD, 1994). Para Van Toller e Dodd (1994) o prazer de um aroma se
baseia num aprendizado Pavloviano a partir de modelos culturais da cultura na qual o
indivíduo está inserido, mas, ao mesmo tempo, experiências pessoais especiais interferem e
até podem mudar completamente esse processo, mostrando que todos os elementos citados
anteriormente (sociais, de experiencia e de personalidade) são envolvidos nas preferências
pessoais. Isso acontece com crianças tanto quanto com adultos e é freqüentemente observado
na aversão ao cheiro de certos tipos de alimentos. No entanto, esses gostos pessoais
122
comumente são escondidos pelos indivíduos por não serem bem aceitos pelo grupo cultural,
um exemplo bastante recorrente disso é o aroma de jaritataca (skunk americano), que
culturalmente é considerado ruim, mas vários indivíduos consideram agradável por
experiências alimentares de infância, fato que é culturalmente considerado psicologicamente
estranho, fazendo com que essas pessoas ocultem seu gosto. Apesar de que é aceitável que
alguns cheiros tenham poder inerente de atração e outros de repulsa, isso ainda não foi
demonstrado cientificamente (VAN TOLLER; DODD, 1994).
4.3.4.2 Efeitos neuro-psicológicos indiretos inatos
Como já foi citado, os efeitos neuro-psicológicos diretos e indiretos podem ser inatos
ou aprendidos, no entanto, os efeitos neuro-psicológicos indiretos inatos são difíceis de
identificar e polêmicos quanto à sua natureza “inata”. A hipótese de que os cheiros têm
características inerentes de atração e repulsão ainda necessita de investigação, mas a teoria de
que o gosto por qualquer cheiro é aprendido é bastante evidenciado em estudos (VAN
TOLLER; DODD, 1994; HERZ, 2007). No estudo de Knasco (1997), por exemplo, foi
observado que odores ambientais poderiam ter efeito positivo, negativo ou nulo em
comportamentos como desempenho em tarefas e comportamento de aproximação ou
afastamento de um ambiente, dependendo de constância ou intermitência do odor, freqüência
de uso, familiaridade, intensidade, controlabilidade, características das tarefas, características
individuais, congruência do odor com o ambiente (que tem mais efeito em aprendizagem e
capacidade de decisão), característica hedônica (que influenciou mais no humor e no tempo
de permanência no local), qual odor foi usado, via de aplicação usada, associação pessoal do
odor a algo, memórias olfativas pessoais, condicionamento, efeito placebo e expectativa
(KNASKO, 1997). Isso mostra que, além de englobar os efeitos aprendidos dos aromas, a
preferência por aromas engloba também efeitos inatos (como intensidade do aroma e sua
atuação no SNC).
Para estudar as respostas aprendidas e inatas, se estudam as respostas de crianças
pequenas (que tiveram pouca ou nenhuma experiência de aprendizado com cheiros) em
comparação com adultos (que já têm muito aprendizado pessoal com aromas). No entanto isso
123
gera dificuldades metodológicas porque os testes para adultos em geral se baseiam em
descrição dos aromas e do quão agradáveis ou desagradáveis eles são, mas isso não funciona
com crianças por elas não terem ainda uma comunicação verbal tão elaborada (VAN
TOLLER; DODD, 1994; BRANHAM; BROUGHAM, 2002).
Na Brown University um grande número de crianças em fase pré-verbal (50 horas
depois do nascimento) foram testadas quanto às suas respostas comportamentais e fisiológicas
a aromas. Não há dúvidas que essas crianças sentem os cheiros pelos conhecimentos de
maturação do sistema olfativo. No entanto não se notou nenhuma alteração de comportamento
que pudesse confirmar uma sensação agradável ou desagradável perante um aroma (VAN
TOLLER; DODD, 1994). Quando comparados cheiros distintos, um culturalmente
considerado ruim e outro bom, ambos geraram o mesmo comportamento de leve susto ou
interesse pelo aroma (VAN TOLLER; DODD, 1994).
Ao mesmo tempo devemos refletir: sabe-se que o sistema olfativo é o primeiro sentido
a se desenvolver, sendo que está 100% funcional na décima-segunda semana de gestação
(HERZ, 2007). Assim, as crianças estão aprendendo com o seu sistema olfativo desde antes
do nascimento, logo, é razoável dizer que as crianças não tiveram nenhuma aprendizagem
com odores? Estudos mostraram que o que a mãe come influencia na preferência alimentar do
filho após o nascimento, da mesma forma que a alimentação da mãe durante a fase de
amamentação influencia na preferência alimentar do filho quando esse inicia a fase de
alimentação pastosa e sólida, além do fato de que a alimentação da mãe altera o odor do leite
materno, influenciando na ingestão do leite pelo neonato (BALAZS, 1998; HERZ, 2007).
A percepção de gosto (semelhante à percepção de cheiro) é caracterizada pela sua
plasticidade, no entanto, pode-se prever de forma razoavelmente acurada o comportamento
alimentar a partir do gosto dos alimentos. É notório que as crianças tendem a ter ânsia pela
alimentação da qual necessitam, se o organismo precisa de sal, elas irão ter vontade de comer
algo salgado (VAN TOLLER; DODD, 1994). Mas não se pode depender somente no gosto
para controlar a seleção alimentar. Isso foi demonstrado nos estudos de Davis em 1928, mas os
resultados foram generalizados demais, pois não havia, dentro das possibilidades de escolha
para a criança, substâncias que poderiam fazer mal a ela e que crianças já foram vistas
comendo (como terra, plantas, cascas de tinta de parede e outras). Outro estudo, de Gauger,
em 1929 mostrou que crianças com idades entre 18 a 36 meses mostravam um gosto cada vez
maior por clara de ovo, vinagre e solução salgada forte quando elas recebiam recompensa por
124
comê-las (VAN TOLLER; DODD, 1994). Contrastando as duas informações, Young em 1957
afirmou que novos hábitos se formam em geral em concordância com necessidades corporais
atuais, enquanto que hábitos antigos tendem a se manter mesmo quando estão fora de acordo
com as necessidades atuais do organismo (VAN TOLLER; DODD, 1994).
A percepção do cheiro é ainda mais plástica que a percepção de gosto, no entanto os
cheiros não têm nenhuma função quanto às necessidades nutricionais do organismo, de forma
que são fatores secundários que se relacionam mais com a situação como um todo (VAN
TOLLER; DODD, 1994). Por isso o cheiro pode facilmente trazer à tona uma memória de
uma situação sem trazer nenhum tipo de necessidade biológica, como a comida faz, quando
sentimos gostos de comida comumente eles vêm acompanhados de fome ou outras
necessidades biológicas (VAN TOLLER; DODD, 1994). Num estudo Weston, em 1980
observou que crianças recém-nascidas respondiam ao perfume da mãe tanto quanto a outros
perfumes quando esses eram apresentados em algodão, mas não respondiam a algodão sem
perfume, o que demonstrou que as crianças respondiam a perfumes, mas não conseguiam
distinguir sua preferência por um ou outro perfume (VAN TOLLER; DODD, 1994). Outro
estudo, de MacFarlane de 1975, observou que recém-nascidos, após uma semana,
discriminavam entre gases usadas por suas mãe e usadas por outra mãe em fase de
amamentação. Porter, Cernoch e McLaughlin em 1983 observaram que as mães, de modo
semelhante, conseguiam identificar as roupas usadas por seus filhos daquelas usadas por
outras crianças (VAN TOLLER; DODD, 1994). É possível que os cheiros corporais utilizados
nesses estudos tenham dado mais resultado do que os perfumes porque eles têm uma
significância biológica maior, mas estudos com animais sugerem fortemente que a natureza
dos cheiros é arbitrária e que o significante é a relação da mãe com a criança (VAN TOLLER;
DODD, 1994).
A avaliação da resposta de crianças pode ser facilmente e eficientemente medida pela
freqüência de sucção na chupeta, método usado por diversas pesquisas e que mostra que as
crianças têm a mesma resposta para cheiros genericamente considerados bons ou ruins. A fim
de identificar se as crianças consideram os cheiros bons ou ruins diversos estudos utilizaram
expressão facial, mas foi observado que as expressões faciais dependem mais da intensidade
do cheiro do que da sua qualidade “boa” ou “ruim” (VAN TOLLER; DODD, 1994). Estudos
com crianças em fase pós-verbal (a partir de 3 anos, já com aquisição de linguagem verbal)
mostraram que essas crianças já apresentam respostas aprendidas socialmente pela
125
aprendizagem do significado de um odor (VAN TOLLER; DODD, 1994). Dessa forma ainda
fica incerto se as crianças conseguem identificar os aromas como agradáveis ou
desagradáveis, sendo incerto afirmar que essas qualidades sejam aprendidas ou inatas. Isso
significa que a qualidade “bom” ou “ruim” do aroma não é inata, mas existem sim efeitos
biológicos inatos dos aromas, como por exemplo a estimulação trigeminal (VAN TOLLER;
DODD, 1994).
Outro estudo avaliou o gosto pessoal de indivíduos por odores antes (numa avaliação
“bom” ou “ruim”) antes e após a sua associação a uma experiência agradável ou desagradável.
Os sujeitos eram pedidos a descrever um odor (que não tivesse memória olfativa pessoal)
inicialmente e depois de uma experiência (associada ao odor) de jogar um jogo de computador
frustrante e perder dinheiro real de aposta ou jogar um jogo de computador divertido
ganhando dinheiro real de aposta. As respostas pré e pós-intervenção dos sujeitos eram então
comparadas e observou-se que, apesar de que as intervenções eram muito mais leves do que
experiências reais de vida, os aromas associados a experiências ruins tendiam a ter uma
avaliação pior no final quando comparada à avaliação inicial e os aromas associados a
experiências gratificantes tendiam a ter uma avaliação melhor no final quando comparada à
avaliação inicial (HERZ, 2007). Isso mostra que muitas das respostas de preferência a aromas
é aprendida, apesar de que temos opiniões a aromas que não estão associados a nenhuma
emoção ou memória. Herz (2007) propõe que essas opiniões podem ter sido aprendidas
socialmente, quando um ente querido ou grupo social se refere negativamente ou
positivamente a um aroma a criança logo aprende que aquele aroma é bom ou ruim.
Há ainda a interferência da linguagem na percepção e resposta a um aroma: o fato de
que não se aprende tanto sobre aromas quanto sobre elementos visuais e auditivos (temos
palavras para diversas cores, figuras geométricas e sons, mas não aprendemos na escola ou na
infância palavras para descrever cheiros), de forma que formamos uma linguagem olfativa
muito íntima e pessoal (VAN TOLLER; DODD, 1994; HERZ, 2007).
Como pudemos ver, essa questão dos efeitos psicológicos dos aromas ainda é bastante
incerta e necessita de muitos estudos. Para Lavabre (1997) a associação de psicoterapia e
aromaterapia (ou psicoaromaterapia, segundo Tisserand) é um campo muito aberto, promissor
e com efeitos terapêuticos aparentemente ilimitados, apesar de ser uma área pouco estudada.
Então, assim como com os efeitos neuro-fisiológicos, com os efeitos psicológicos a
aromaterapia científica também está engatinhando no seu desenvolvimento, de forma que
126
poder estudar essas duas áreas em conjunto pode acelerar esse desenvolvimento intensamente
e gerar conhecimentos com implicações e aplicações práticas importantíssimas.
4.4 Bases para estudos científicos clínicos com aromaterapia e stress
Conhecendo os efeitos dos óleos essenciais nos diversos sistemas é interessante
observar sua atuação no stress, que é considerado pela psiconeuroendocrinoimunologia uma
função desempenhada por todos esses sistemas juntos. Os efeitos da aromaterapia na
diminuição de níveis de stress são notórios, sejam os óleos essenciais aplicados em inalação
(CHEN et al., 2004), oralmente em estudos pré-clínicos (ZHANG et al., 2008) ou por
massagem (LEMON, 2004; KYLE, 2006; HANSEN; HANSEN; RINGDAL, 2006;
HONGRATANAWORAKIT; BUCHBAUER, 2006; COOKE et al., 2007; STRINGER;
SWINDELL; DENNIS, 2008; FIELD et al., 2008). No entanto, como esses efeitos acontecem
ainda não é claro.
Num estudo, Toda e Morimoto (2008) observaram que os níveis de cromogranina A
(CgA) salivar em indivíduos submetidos a um teste aritmético de stress diminuiu
significativamente após inalação (somente ambiental e não com inalador) de aroma de lavanda
quando comparado a um grupo controle, mostrando que o aroma de lavanda interfere no SNA
(que gera a secreção de CgA salivar nas glândulas submandibular). No mesmo estudo foi
observado que os níveis de cortisol salivar não mudaram durante o teste, o que foi explicado
pelo fato de que esse nível demora mais para se alterar do que o nível de CgA. Com isso,
infere-se que níveis de cortisol e CgA salivares detectam diferentes respostas de stress, sendo
que o CgA deve fazer parte de uma resposta inicial ao stress (com secreção aumentada de
catecolaminas do SNS, aumento de liberação de CRH hipotalâmico e aumento da secreção
pituitária de ACTH) enquanto que o cortisol deve fazer parte de uma resposta mais crônica ao
stress (que envolve secreção de hormônios esteroidais). Ao mesmo tempo, 10 minutos após o
final do teste aritmético o grupo controle teve seu nível de CgA salivar diminuído ao mesmo
nível que o grupo de intervenção alcançou logo após a inalação (ou seja, 5 minutos após o
final do teste aritmético), o que pode mostrar que o aroma ajudou o sistema nervoso a ser mais
127
eficiente na diminuição dos níveis de stress. O estudo considerou que o aroma diminuiu
eficientemente o distress e não o eustress, pois a diminuição foi mais evidente nos casos de
alto nível de CgA inicial do que nos casos de baixo nível inicial.
Ao mesmo tempo, sabe-se que os aromas influenciam no funcionamento dos sistemas
imune e endócrino a partir de sua atuação no processo de stress, via alteração de humor,
comportamento e emoção e também via alterações químicas (ALEXANDER, 2001a, 2001b;
DAVIDSON, 2002). Os efeitos dos aromas nas emoções são bastante baseados em grau de
estimulação ou sedação do sistema nervoso central, atuação no sistema límbico e em
conhecimentos empíricos históricos como “jasmim atua como anti-depressivo” ou “gerânio
aumenta a coragem” (ROSE, 1995), mas os mecanismos de como cada óleo essencial gera
uma ou outra emoção ainda não são claros e são carentes de estudos mais específicos. Esses
efeitos ainda podem ser explicados pela ação antioxidante dos óleos essenciais, pois o
processo do stress favorece o aumento de radicais livres e índices oxidativos no organismo. Os
radicais livres participam em processos fisiopatológicos e patogênicos em diversos tecidos e
de diversas desordens, incluindo desordens psiquiátricas como ansiedade e depressão e
fragilidade do sistema imunológico (COTRAN; KUMAR; COLLINS, 1999; ATMACA et al.,
2004; HWANG et al., 2006). Dessa forma, a ação antioxidante dos óleos essenciais pode
diminuir os níveis de stress, ansiedade e depressão, além de proteger o sistema imune.
Segundo Komiya, Takeuchi e Harada (2006), inalação de vapor com óleo essencial de
limão tem um efeito mais anti-stress do que os óleos essenciais de lavanda e rosa. Esse estudo
observou que o óleo de limão teve efeito ansiolítico e antidepressivo em ratos nos testes de
nado forçado (FST) e do labirinto (EPM). Esses efeitos foram explicados pela atuação do óleo
essencial de limão na modulação das atividades dos receptores 5-HT (5-hidroxitriptamina,
receptor de serotonina) e DA (receptor de dopamina). O óleo aumentou a atividade dos
neurônios serotoninérgicos e conseqüentemente diminuiu a atividade dos neurônios
dopaminérgicos (KOMIYA; TAKEUCHI; HARADA, 2006). É importante lembrar que esse
foi um estudo pré-clínico e que infere-se que os efeitos sejam semelhantes no ser humano, mas
não há certeza de que possamos extrapolar os efeitos em animais ao ser humano.
Outro estudo observou uma diminuiç ão importante do sebo facial via modulação do
índice de lateralidade da oxihemoglobina (LI-oxyHb) do córtex pré-frontal, que é envolvido
na resposta sistêmica ao stress, após inalação de fragrâncias (TANIDA et al., 2007). Esse
estudo cita que a acne vulgaris é frequentemente relacionada a stress mental e explica que a
128
diminuição do sebo facial via LI-oxyHb do córtex pré-frontal ocorre pela regulação que o
córtex pré-frontal faz no eixo hipotálamo-pituitário-adrenal (TANIDA et al., 2007).
O efeito ansiolítico da inalação de lavanda (Lavandula angustifolia) foi observado em
ratos num estudo de Bradley et al. (2006), que observou uma diferença entre os sexos, na qual
as fêmeas tinham uma maior diminuição de ansiedade do que os machos. Esse efeito é
semelhante ao do diazepam e pode ser semelhante ao efeito nos humanos, que também tem
diferenças de sexo (BENGSSTON et al., 2001). Os efeitos relaxantes da inalação do óleo
essencial de lavanda também causam uma melhora na velocidade de fluxo coronário reserva
no ecocardiograma transtorácico de Doppler, além de diminuir o cortisol sérico de homens
saudáveis (SHIINA et al., 2007).
Em posse dessas informações dos efeitos dos óleos essenciais no stress, é necessário
destacar a diferença entre os efeitos dos óleos essenciais no stress (diminuição de níveis de
stress, atuando mais em distress do que em eustress; diminuição de níveis de ansiedade,
atuando mais em ansiedade-estado do que ansiedade-traço; diminuição de depressão e
melhora da resposta do sistema imunológico, por exemplo) e os mecanismos de ação que
levam a esses efeitos (como diminuição dos níveis de cromogranina A salivar via sistema
nervoso autônomo; efeitos antioxidantes, atuação estimulante em receptores serotoninérgicos e
inibidora em receptores dopaminérgicos; modulação do índice de lateralidade da
oxihemoglobina e diminuição do cortisol sérico, por exemplo). Os efeitos dos óleos essenciais
no stress são bem conhecidos na aromaterapia clínica, apesar de não serem todos
comprovados cientificamente, mas os mecanismos de ação que levam a esses efeitos não são
bem compreendidos.
Ao estudar aromaterapia e stress, pode-se estudar os efeitos dos óleos essenciais no
stress ou os mecanismos de ação que levam a esses efeitos ou ainda a influência das variáveis
em ambos, como foi explicado antes. Acreditamos que, para o estudo da aromaterapia na
visão psiconeuroendocrinoimunológica, seja mais interessante iniciar com estudos dos efeitos
dos óleos essenciais no stress, pois esses permitirão uma visão mais global dos efeitos dos
óleos essenciais no eixo psico-neuro-endócrino-imunológico. É importante lembrar que os
aromas atuam diretamente no organismo (sistema neuro-endócrino-imunológico), mas não na
psique (no qual agem indiretamente via sistema nervoso. Portanto, os óleos essenciais atuam
nos mecanismos fisiológicos e psicofisiológicos do stress, mas não diretamente no stress
psicológico. Isso tem uma implicação importante que é o fato de que o sistema psíquico pode
129
influenciar nos efeitos dos aromas, como foi citado anteriormente nos efeitos indiretos dos
aromas (sociais, de experiência, de personalidade e de preferências pessoais). Isso é bem
ilustrado num estudo de Knasco (1997), no qual a falta de controle dos sujeitos sobre um
aroma ambiental desagradável influenciou negativamente o humor e os processos fisiológicos
dos sujeitos, mostrando que um coping bem ou mal sucedido pode influenciar nos efeitos de
um aroma. Dito isso, com base nas informações obtidas por esse estudo, os aromas podem ter
efeitos diretos no eixo psico-neuro-endócrino-imunológico pelos sistemas:
Nervoso: com substâncias análogas a neurotransmissores (mecanismo de ação
farmacológico), sedando ou estimulando o sistema nervoso autônomo e o sistema
nervoso como um todo (mecanismo de ação olfativo e farmacológico) ou como agente
anti-oxidante influenciando o sistema nervoso (mecanismo de ação farmacológico).
Endócrino: estimulando uma glândula endócrina via sistema nervoso (mecanismo de
ação olfativo e farmacológico) ou diretamente (mecanismo de ação farmacológico),
estimulando as gônadas via sistema vomeronasal (mecanismo de ação olfativo) ou
agindo como substituto a hormônios (mecanismo de ação farmacológico);
Imunológico: via o complexo de histocompatibilidade pelo sistema vomeronasal
(mecanismo de ação olfativo), por uma alteração de humor (mecanismo de ação
olfativo e farmacológico), como agente metabólico potencializador da resposta imune
(mecanismo de ação farmacológico), diretamente na imunidade celular como anti-
inflamatório (mecanismo de ação farmacológico), num processo de condicionamento
olfativo (mecanismo de ação olfativo), ou como agente anti-oxidante influenciando o
sistema imune (mecanismo de ação farmacológico)
Quanto aos efeitos dos aromas no sistema psíquico, como eles atuam nesse sistema
indiretamente, via sistema nervoso, esses efeitos são mais dinâmicos. Os aromas tanto
influenciam o sistema psíquico quanto sofrem influências dele.
Transferindo isso para o estudo do stress, temos que verificar onde os aromas podem
influenciar no processo do stress. Esse processo, fisiologicamente, se inicia com um stressor
exógeno (do ambiente) ou endógeno (do próprio indivíduo). Esse stressor passa então por
avaliações psico-neurológicas no sistema límbico (principalmente no tálamo) que determinam
se ele é perigoso ou não (LAZARUS; FOLKMAN, 1994). A partir do momento que o
estímulo foi determinado como stressor agressivo ou perigoso se inicia o eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal. Nesse eixo o núcleo paraventricular do hipotálamo secreta hormônio
130
liberador de corticotrofina (CRH), que é encaminhado para a eminentia medialis e, então, para
a hipófise (VASCONCELLOS, 2007). Na hipófise (ou pituitária) o CRH induz a secreção e a
liberação de diversos hormônios (VASCONCELLOS, 2007). Dentre esses hormônios, o
ACTH estimula a glândula supra-renal a secretar e liberar glicocorticóides (que funcionam
como um feedback ao hipotálamo) e outras substâncias (VASCONCELLOS, 2007). Todo esse
processo é otimizado por vasopressina e ocitocina e cada um dos hormônios e
neurotransmissores produzidos causam uma série de efeitos no organismo, que, em conjunto,
são a “síndrome de adaptação geral” de Seyle (VASCONCELLOS, 2007). Dentre esses
efeitos, temos (VASCONCELLOS, 2007):
Hipotálamo:
CRH: induz a secreção e liberação do ACTH na hipófise.
Hipófise anterior:
ACTH: induz secreção de mineralocorticóides e glicocorticóides.
Hormônio tireo-estimulante (TSH): aumenta as reações metabólicas.
Hormônio somatotrófico (STH): aumenta os processo hepático.
Hormônio folículo-estimulante (FSH): diminui a secreção de estrogênio,
progesterona, testosterona e inibe a ativação do ciclo menstrual.
Fator tímico (TF): diminui a supressão do sistema imunológico.
Hipófise posterior:
Hormônio antidiurético (ADH): aumenta a regulação osmótica celular, inibindo a
diurese.
Oxitocina: aumenta a contração muscular uterina.
Supra-renal:
Mineralocorticóides (aldosterona): alterações metabólicas.
Glicocorticóides (cortisol): mobilização de energias, supressão do sistema
imunológico, gliconeogênese.
Catecolaminas (adrenalina e noradrenalina): aumento da ativação orgânica,
alteração térmica, aumento da pressão arterial e da freqüência cardíaca.
A partir desse eixo psico-neuro-endócrino-imunológico do stress, os aromas podem
influenciar o funcionamento do organismo e do processo do stress. Os aromas podem
influenciar nesse eixo em diversas partes, como vimos acima. Especificamente no eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal, os aromas podem influenciar nos sistemas:
131
Psicológico: atuando indiretamente no estado de pré-ativação, ou seja, os aromas
podem causar uma diminuição geral da ativação do sistema de forma que o sistema
como um todo esteja menos pré-disposto à ativação da síndrome de adaptação geral,
além de melhorar o humor e as emoções, possibilitando um coping mais efetivo (efeito
que também é indireto no sistema psíquico).
Nervoso: com substâncias análogas a neurotransmissores (como CRH, ACTH e
cortisol, apesar de que não foram encontrados estudos comprovando que existam
substâncias nos óleos essenciais análogas a esses neurotransmissores específicos),
aumentando ou diminuindo a pré-ativação do sistema nervoso no geral, estimulando
ou inibindo atuação do sistema nervoso autônomo nesse processo, controlando
freqüência cardíaca, motilidade visceral e outras funções orgânicas e estimulando a
hipófise e o hipotálamo (SILVA, 1998; FRANCHOMME; JOLLIOS; PÉNOÉL, 2001;
LAWLESS, 2002a, 2002b).
Endócrino: com substâncias análogas a hormônios (como substâncias análogas a
cortisona e estrogênio, que já foram observadas em óleos essenciais, ou substâncias
análogas a outros hormônios do eixo de stress, que ainda não foram observadas em
óleos essenciais), com estímulo gonadal via sistema vomeronasal ou estimulando
glândulas endócrinas indiretamente via sistema nervoso (estimulando hipófise e
hipotálamo) ou estimulando glândulas endócrinas diretamente, como acontece com o
córtex e a medula supra-renal, o timo e a tireóide (FRANCHOMME; JOLLIOS;
PÉNOÉL, 2001; LAWLESS, 2002a, 2002b; PRICE; PRICE, 2007).
Imunológico: como elemento imuno-estimulante potencializador da resposta imune (o
que pode ser realizado otimizando o efeito anti-supressão imune do fator tímico),
como imuno-depressor na função de anti-inflamatório, como imunomodulador via o
complexo maior de histocompatibilidade pelo sistema vomeronasal, como fator
condicionante da resposta imune ou indiretamente via alteração de humor (LAWLESS,
2002).
Ainda temos que destacar novamente os efeitos antioxidantes, que atuam em diversos
sistemas de uma forma integral: melhorando funções cognitivas e memória no sistema
nervoso (BALLARD et al., 2002; SNOW; HOVANEC; BRANDT, 2004;.KENNEDY;
SCHOLEY, 2006), diminuindo agitação, stress psicológico e ansiedade estado,
associado a melhora de humor e aumento do nível de calma (ATMACA et al., 2004;
132
HWANG et al., 2006) e ainda melhorando a resposta imune que é suprimida pelos
radicais livres.
Com isso, fica claro que os óleos essenciais podem atuar nos diversos níveis do eixo
psico-neuro-endócrino-imunológico, assim como no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
específico do stress. Sugerimos que, para desenvolver um método científico coerente para o
estudo de aromaterapia, psiconeuroendocrinoimunologia e stress, é necessário avaliar todos
esses níveis de atuação dos aromas no eixo do stress. Ao mesmo tempo, para desenvolver um
método coerente, temos que levar em conta diversos fatores, incluindo aqueles citados na
parte de método científico aplicado à aromaterapia. Os principais elementos que devem ser
levados em conta para a elaboração de um método de pesquisa científica coerente para estudos
pré-clínicos ou clínicos dos efeitos dos óleos essenciais no stress a partir do modelo
psiconeuroendocrinoimunológico são:
Manter em mente que os aromas tem efeitos diretos nos sistemas nervoso, endócrino e
imune, mas indiretos no sistema psíquico, avaliando, portanto, as influências do
sistema psicológico nos efeitos dos aromas. Por exemplo: verificar se foi expectativa
que gerou o efeito terapêutico ou se foram características do próprio aroma usado.
Lembrar que a aplicação olfativa deve ter mais efeitos no eixo
psiconeuroendocrinoimunológico do que as aplicações exclusivamente farmacológicas
(como via oral e ano-retal), de modo que pode ser interessante utilizar algum via que
inclua a inalação do aroma usado.
Pode haver necessidade de comparar as vias exclusivamente farmacológicas com as
vias que incluem o mecanismo de ação olfativo, para averiguar se os efeitos foram
dados somente pela via farmacológica ou por ambas.
Lembrar que os aromas podem alterar diversos fatores do processo de stress, de forma
que deve-se avaliar todo o eixo psiconeuroendocrinoimunológico, mesmo que a
aplicação objetive inicialmente somente uma parte do processo, pois mesmo que afete
somente uma parte do eixo, os efeitos irão ser sincrônicos com efeitos nos outros
sistemas.
Necessidade de usar óleos essenciais naturais e de boa procedência, com possível
necessidade de avaliações químicas para controle de qualidade dos óleos essenciais.
Necessidade de controlar as variáveis farmacológicas, dos sujeitos e de procedimento,
que foram descritas na primeira parte desse trabalho, para garantir que seja possível
133
tirar conclusões bem fundamentadas.
Necessidade de focar ou nos efeitos dos óleos essenciais, ou nos seus mecanismos de
ação, ou na influência das variáveis nos efeitos, para que seja possível concluir algo ao
final do estudo, pois tentar abordar os três itens pode gerar um trabalho demasiado
complexo.
Baseado nesses itens básicos, consideramos que cada pesquisador poderá desenvolver
seu próprio método com alguma segurança de realizar um trabalho científico bem
fundamentado e conclusivo.
134
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A respeito do desenvolvimento do estudo, houveram diversos acontecimentos
importantes que direcionaram o desenrolar do trabalho. Houve uma dificuldade muito grande
de iniciar o trabalho por uma falta de informações básicas que pudessem oferecer uma visão
geral do campo da aromaterapia científica. Essa dificuldade foi suplantada com a pesquisa em
livros texto de aromaterapia profissional. Esse estudo permitiu uma compreensão do campo da
aromaterapia (incluindo história e panorama mundial atual) e um entendimento inicial da
aromaterapia científica, assim como permitiu um delineamento mais claro dos objetivos da
pesquisa.
O passo seguinte foi a revisão bibliográfica de artigos científicos, no entanto, houve
uma nova dificuldade, a de encontrar artigos científicos na área de aromaterapia,
principalmente porque os artigos raramente utilizam o termo “aromaterapia”, apesar de
abordarem o assunto. Isso se dá porque existe um certo grau de preconceito relacionado ao
termo, que, no Brasil e no exterior, desenvolveu historicamente uma conotação de terapia
alternativa, complementar e não fundamentada cientificamente. Por isso, muitos
pesquisadores evitavam a utilização desse termo nos seus estudos científicos. No entanto, isso
tem mudado e o termo tem aparecido mais na literatura científica, possivelmente por uma
insistência dos pesquisadores clínicos da área.
Por causa dessa dificuldade inicial, iniciamos revisão bibliográfica com novos termos:
óleos essenciais” e “efeitos”. Essas novas buscas foram ricas em quantidade de artigos
científicos, no entanto, revelando artigos científicos muito específicos quanto ao seu
conteúdo. Apesar disso, essa revisão permitiu uma organização inicial das abordagens
existentes em aromaterapia científica.
A partir desse momento foi observada a falta de conceituação na área de aromaterapia,
foi notado que existem estudos que consideram todos os aromas, enquanto que outros
consideram somente aromas vegetais, além do fato de que não existem conceitos-base comuns
usados pelas diversas pesquisas da área, cada uma utilizando conceitos próprios ou até sem
preocupação com a questão conceitual (ou seja, desenvolvendo os estudos sem definir os
conceitos-base utilizados). Essa observação permitiu que fosse focada a questão conceitual,
135
que foi estudada aprofundadamente para que fosse possível a elaboração de conceitos mais
profundos, específicos e objetivos.
Nesse momento houve ainda mais uma dificuldade quanto aos conceitos, pois foi
observada a grande diferença de efeitos da aromaterapia inalatória de outras vias de aplicação.
Inicialmente foi considerado a divisão da aromaterapia em “aromaterapia farmacológica” e
“aromaterapia olfativa”, no entanto foi chamada a atenção ao fato de que não é possível isolar
os efeitos olfativos dos farmacológicos. É possível realizar aplicações nas quais os efeitos
serão somente farmacológicos, mas não é possível realizar aplicações nos quais os efeitos
sejam somente olfativos. Por isso, a idéia de dividir a aromaterapia em duas linhas foi
abandonada e optamos pela definição clara da aromaterapia como um todo, especificando o
fato, que consideramos de suma importância, de que os efeitos olfativos se dão somente na
utilização da via inalatória, enquanto que os efeitos farmacológicos acontecem em todas as
vias.
A partir de uma conceituação sólida, foi possível o estudo do método científico
relacionado à aromaterapia. Esse estudo foi importante porque inicialmente somente foram
obtidas as informações de que os estudos científicos da aromaterapia eram complexos por
dificuldades metodológicas, principalmente no início dos estudos nos anos 30. Ao longo desse
processo foram obtidas muitas informações interessantes, no entanto, por uma questão de
objetividade e praticidade, alguns dos temas foram retirados do trabalho por serem muito
extensos ou voltados para assuntos não diretamente relacionados ao tema, como por exemplo
questões relacionadas à grande variedade de vias de administração, concentração e dosagem
de produtos usados nos diversos países. Com a restrição do tema do trabalho e o estudo de
metodologia científica voltada à aromaterapia, foi possível voltar a atenção ao estudo da
psiconeuroendocrinoimunologia, para permitir o estudo científico da aromaterapia integrando
seus efeitos fisiológicos e psicológicos (visão integral inexistente em muitos dos estudos
existentes na área).
Apesar de sua riqueza, a base teórica da psiconeuroendocrinoimunologia não foi
suficiente para a compreensão integral da aromaterapia, pois os conhecimentos existentes na
área de aromaterapia eram segmentados e a integralização desses conhecimentos não foi
possível nesse primeiro momento. Por isso, foi optado a abordagem do tema segmentar, de
forma a juntar todas as informações disponíveis para permitir uma futura organização integral
delas, dentro do modelo psiconeuroendocrinoimunológico.
136
Foi nesse momento do estudo que ficou clara a necessidade de um aprofundamento
maior (do que aquele que tinha sido feito até então) em osmologia e neurofisiologia do olfato,
assim como uma atualização dos conhecimentos na área, pois essa tem sofrido grande
evolução científica nos últimos anos. Esse crescimento fez com que os conhecimentos que
foram obtidos inicialmente em livros estivessem ultrapassados, gerando essa necessidade de
sua atualização.
Ao final de todo o processo, foi possível a obtenção de muitos conhecimentos e uma
organização geral do campo da aromaterapia científica, no entanto, ficando nítida a
necessidade de estudos na área para possibilitar uma visão verdadeiramente integral da
aromaterapia dentro da visão psiconeuroendocrinoimunológica.
Quanto aos conhecimentos obtidos, é importante lembrar que a aromaterapia é uma
terapia milenar que faz parte da fitoterapia, mas que até o momento esteve sem uma definição
objetiva e detalhada. O panorama mundial da aromaterapia científica é confuso e incerto pela
sua história e pela diversidade de visões existentes. A conceituação em aromaterapia proposta
nesse trabalho é um primeiro passo para integrar o panorama mundial.
Além disso, a organização metodológica realizada poderá permitir o desenvolvimento
de pesquisas científicas conclusivas e inclui diversos tópicos importantes. Alguns dos mais
importantes sendo:
tipo de estudo (teórico, pré-clínico ou clínico);
variáveis a serem controladas nos estudos pré-clínicos e clínicos (farmacológicas, dos
sujeitos e de procedimento);
questões que podem ser abordadas nos estudos (relacionadas aos efeitos terapêuticos
dos aromas, aos mecanismos de ação que levam a esses efeitos e influências das
variáveis nesses efeitos);
abordagens usadas (filosófica, psicológica, farmacoquímica, neurológica e
psiconeuroendocrinoimunológica).
Com esse trabalho pudemos verificar que a psiconeuroendocrinoimunologia realmente
é uma abordagem interessante, por oferecer subsídios para a compreensão da aromaterapia de
um modo integral, incluindo seus efeitos tanto fisiológicos quanto psicológicos.
Os objetivos do trabalho, de “construir um panorama da aromaterapia, considerando-se
sua história e desenvolvimento” e “proposição de um modelo integrativo dos aspectos
fisiológicos e psicossociais com base nas premissas psiconeuroendocrinoimunológicas”,
137
foram satisfatoriamente alcançados. Sendo que conseguimos compreender, de uma forma
organizada, o panorama conceitual mundial e nacional da aromaterapia científica e clínica na
atualidade e propor conceitos mais precisos. Assim como conseguimos identificar as
diferentes abordagens científicas usadas para explicar os efeitos terapêuticos (fisiológicos e
psicológicos) da aromaterapia na atualidade. E ainda conseguimos compreender as bases da
aromaterapia científica dentro da visão psiconeuroendocrinoimunológica, de forma a propiciar
uma organização metodológica para futuros projetos na área.
No entanto, ficou claro que ainda são necessários muitos estudos científicos com
aromaterapia, olfato e psiconeuroendocrinoimunologia, sendo que o estudo do stress parece
ser um bom caminho para chegar a um método científico coerente e bem fundamentado.
Consideramos importante lembrar que esses estudos podem ser muito significativos no Brasil
por:
profissionalizar a aromaterapia clínica, que tem crescido muito no país;
incentivar o interesse nacional na área, que pode trazer benefícios socio-econômicos
importantes, aumentado renda e trabalho em diversos setores (de produção, venda e
clínica aromaterapêuticas, por exemplo), pois existe um potencial grande de
desenvolvimento do país nessas áreas por sua biodiversidade;
incentivar a organização nacional da aromaterapia, regulamentando a prática e a
profissão no país;
oferecer mais informações, possibilitando o desenvolvimento de uma formulação
adequada para a descrição dos efeitos da aromaterapia de forma sistêmica, seguindo o
modelo integral da psiconeuroendocrinoimunologia;
auxiliar a identificação de quais dos diversos instrumentos de avaliação podem ser
mais adequados para o estudo científico da aromaterapia, seguindo ou não ou modelo
psiconeuroendocrinoimunológico.
138
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