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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM OCEANOGRAFIA
XIOMARA FRANCHESCA GARCÍA DÍAZ
ZOOPLÂNCTON DO ARQUIPÉLAGO DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO
(RN, Brasil)
RECIFE
2007
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XIOMARA FRANCHESCA GARCÍA DÍAZ
ZOOPLÂNCTON DO ARQUIPÉLAGO DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO
(RN, Brasil)
Orientadora: Profa. Dra.
SIGRID NEUMANN LEITÃO
Co-Orientadora: Profa. Dra.
LUCIA MARIA DE OLIVEIRA GUSMÃO
RECIFE
2007
Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado em Oceanografia da
Universidade Federal de Pernambuco,
como requisita parcial para obtenção do
título de Mestre em Oceanografia.
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AGRADECIMENTOS
Assim como o Zooplâncton é elo entre muitas comunidades, este trabalho é produto da união
de muitas mãos.
Por casualidade ou destino fiz contato por e-mail da Colômbia com a Profa.-Dra. Sigrid
Neumann Leitão que sem me conhecer aceitou ser minha orientadora e com quem descobri em uma
pessoa só, a combinação perfeita entre uma excelente profissional, uma fantástica mulher e uma
orientadora incondicional e amorosa. Posteriormente conheci a Profa.-Dra. Lucia Maria Gusmão,
minha co-orientadora, mulher de temperamento e voz forte, a primeira vista um pouco atemorizante,
mas quem desde o começo foi meu exemplo a seguir, excelente taxônoma, dedicada e inquieta no
seu trabalho e criadora de laços de amizade e respeito tão fortes que se tornam indestrutíveis. Se
fosse pernambucana diria que sou a mulher com a Maior sorte do mundo, por ter encontrado esta
dupla dinâmica para apoiar meu trabalho (mas como sou colombiana o afirmo com certeza).
Desde antes da minha chegada ao Brasil, o departamento de Oceanografia da Universidade
Federal de Pernambuco abriu as portas para meu crescimento profissional durante os posteriores
dois anos de mestrado. Por isso, agradeço aos Profs. Drs.- Elisabeth Araújo (Coordenadora DOCEAN
2005) e Fernando Feitosa (Vice-Coordenador DOCEAN 2005) por terem acompanhado meu processo
de ingresso ao programa de forma tão atenciosa e calorosa. Agradeço a Profa.-Dra. Maria Luise
Koening, por ser nessa época, elo de comunicação entre a coordenação e eu. Agradeço a Myrna
Lins, Secretaria do DOCEAN por sua prestatividade e colaboração em todo momento. Agradeço ao
corpo docente do DOCEAN, que durante as disciplinas do programa transmitiram da melhor forma
seus conhecimentos e a Coordenação do programa de Oceanografia da UFPE.
Durante a realização da dissertação tive ao meu lado pessoas que me acompanharam no
processo de gestação deste trabalho e fizeram significativos aportes para enriquecê-lo. Agradeço aos
mestrandos Adriane Mendes e Pedro Melo pela coleta das amostras; a professora Lucia Gusmão,
Enilma Araújo e Jessér Fidelis pela colaboração na identificação taxonômica.
O trabalho no laboratório de zooplâncton é muito complexo e requer muitas horas de
dedicação, teria sido cansativo a não ser pelo clima de amizade e alegria que se desfruta na nossa
sala, na nossa casa. Por isso, agradeço a Sigrid Neumann Leitão, Lucia Gusmão, Dilma Aguiar,
Valdylene Tavares, Tathiane Galdino, Tâmara Almeida, Andréa Pinto, Anny Gabrielle Torreiro,
Danielle Lopes, Clarisse Adloff, Relva Beltrão, Gabriela Oliveira, Mariana Gunter, Pedro Melo, Aislan
Cunha e Fernando Porto, minha família zooplanctônica, por todos aqueles almoços divertidos, pelas
historias ao redor da tia Lucia, pelos chamados de atenção e puxões de orelha e pelas horas extras
de trabalho em boa companhia.
Definitivamente não teria conseguido concluir satisfatoriamente, se além da força profissional
das pessoas que mencionei previamente, não tivesse conseguido me adaptar a cultura brasileira. E
existem pessoas fantásticas que contribuíram a quebrar as barreiras culturais e idiomáticas,
facilitando essa adaptação. Eles merecem um lugar importante nesta folha e já conseguiram um lugar
privilegiado no meu coração. Agradeço à amizade e gargalhadas de Patrícia Façanha (Pato), à boa
companhia e fortaleza de Evaldení Moreira (Val), à dedicação e alegria de Isabel Almeida (Bel), à
ternura e aos acampamentos junto de Fabiana Leite (Fabi), à tranqüilidade e doçura de Elisabeth
Cabral (Beth), aos cafés e incondicionalidade de Sérgio Almeida (Sergio), às historinhas e correções
de português de Leandro Cabanez (Leo), aos abraços e confiança de Thiago Reis (Thiaginho), a
calma e perfeiccionismo de Jessér Fidelis (Pololo), as viagens de Marcelo Rollnic (o homem do outro
mundo) e às loucuras e paçocas de Fernando Favero (Negaum). Agradeço à Victoria e Luz Patricia
por além de serem minhas amigas e cómplices, me envolver com a beleza da minha terra. Também
agradeço aos meus colegas do DOCEAN (Danielle, Catarina, Alexandre, George, Luis Ernesto, Arley
e aos que já mencionei) com os quais compartilhei varias terças-feiras relaxantes, às vezes em
momentos de alto estresse.
Não seria quem sou nem estaria onde estou se não fosse minha familia, minha base sólida
para continuar crescendo. Mesmo agora eles estando longe de mim fisicamente, sempre estão muito
perto espiritualmente. Por isso agradeço à minha avó, meu pai, meus tios e tia, meus primos, meu
irmão e minha cunhada e ao lindo Sebastian que nasceu enquanto eu estava aqui. A minha mãe e
amiga, tenho tudo para agradecer: minha vida, meus olhos, minha vontade de conhecer o mundo; eu
sou a extensão da sua vida e aprendi dela a perseverança, a força e o amor pelas coisas que
faço...obrigada por confiar em mim e me apoiar incondicionalmente. E a minha família de coração,
meus amigos, aos que estão longe, mas permanecem perto, para aqueles que a distância é um
motivo para não esquecer, obrigada por estar comigo (Mena, Mache, Mafe, Monik, Yeye, Tania, Pasi,
Pao, Fredy, Juli e Francisco).
Agradeço a Luis Fernando Castillo (Pandeyuca) por permanecer sempre com esse, seu olhar,
me esperando até o fim, continuar descobrindo nele o que não encontro em mais ninguém e
manifesto minha admiração pela coragem de continuar ao meu lado apesar da distância.
E agradeço ao mar por me deixar cascavilhar e especular um pouco nos seus mistérios.
RESUMO
Aos olhos desavisados, a aparência é a mesma
das outras ilhas oceânicas. A origem confere ao Arquipélago
de São Pedro e São Paulo a desolação da rocha crua,
a
brupta, recortada. O tamanho limitado restringe toda possibilidade
de formação de um solo e fixação de plantas de qualquer natureza. O
isolamento fecha ainda mais as portas à colonização vegetal. Nem
vegetais inferiores, nenhum líquen dentre tantas espécies, que em outras
paragens crescem desde a neve das mais altas montanhas às pedras
ensolaradas dos desertos. A vida nos rochedos, acima da linha das
marés, restringe-se ao mundo animal e, mesmo assim, com parcos
representantes, entre caranguejos, aves oceânicas e os insetos, aranhas e
parasitas associados a estas.
A dúvida mais evidente aos poucos visitantes com a atenção
voltada para tais bichos é: como podem viver tão distantes,
tão isolados, sem fonte doce, sem vegetais?
Metade da resposta está debaixo d'água
e a outra metade está
n
a estreita relação
entre os seres...
SECIRM-PROARQUIPELAGO
O segredo para colher na existência
O melhor segredo e viver perigosamente!
Construa suas cidades ao redor do Vesúvio
Envie seus navios a mares inexplorados!
Nietzche
Lista de Figuras
Figura 1. Arquipélago de São Pedro e São Paulo, com a localização das estações de coleta: Enseada
e Cabeço da Tartaruga. ....................................................................................................................11
Figura 2. Abundância relativa (%) dos filos da comunidade zooplanctônica do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo no período chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005, nas
estações Enseada e Cabeço da Tartaruga........................................................................................31
Figura 3. Proporção holoplâncton-meroplâncton (%) do Arquipélago de São Pedro e São Paulo no
período chuvoso (maio-junho) e no período seco (setembro-outubro) de 2005, nas estações Enseada
e Cabeço da Tartaruga. ....................................................................................................................32
Figura 4. Freqüência de ocorrência (%) dos principais grupos zooplanctônicos encontrados nos
períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da
Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e São Paulo........................................................................33
Figura 5. Freqüência de ocorrência (%) dos organismos zooplanctônicos no período chuvoso (maio-
junho) de 2005, nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e São
Paulo. ...............................................................................................................................................35
Figura 6. Freqüência de ocorrencia (%) dos organismos zooplanctônicos no período seco (setembro-
outubro) de 2005, nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e São
Paulo. ...............................................................................................................................................36
Figura 7. Densidade Zooplanctônica (ind·10m
-3
) do Arquipélago de São Pedro e São Paulo nos
períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005, nas estações Enseada e Cabeço
da Tartaruga, nos horários da manhã (M) e à tarde (T)......................................................................38
Figura 8. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade total (ind·10m
-3
)
das espécies pertencentes ao reino Protista encontradas nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco
(setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e
São Paulo.........................................................................................................................................39
Figura 9. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade (ind·10m-3) das
espécies pertencentes ao filo Cnidaria, encontradas nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco
(setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e
São Paulo.........................................................................................................................................40
Figura 10. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) dos
organismos do filo Mollusca, encontrados nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-
outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
.........................................................................................................................................................41
Figura 11. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) dos
organismos do filo Annelida, encontrados nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-
outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipelago de São Pedro e São Paulo.
.........................................................................................................................................................42
Figura 12. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade total (ind·10m
-
3
) dos organismos mais abundantes da classe Copepoda (›500 ind·10m
-3
), encontrados nos períodos
chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do
Arquipelago de São Pedro e São Paulo. ...........................................................................................43
Figura 13. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) dos
organismos do filo Crustácea (não Copepoda) mais abundantes (Holoplâncton › 50 ind·10m
-3
gráfico
superior, meroplâncton gráfico inferior), encontrados nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco
(setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipelago de São Pedro e
São Paulo.........................................................................................................................................44
Figura 14. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) dos
organismos do filo Chaetognatha, encontrados nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-
outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipelago de São Pedro e São Paulo.
.........................................................................................................................................................46
Figura 15. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade total (ind·10m
-
3
) das espécies do filo Chordata subfilo Urochordata, encontradas nos períodos chuvoso (maio-junho)
e seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo............................................................................................................................47
Figura 16. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) das
dos organismos do filo Chordata – Divisão Teleostei, encontradas nos períodos chuvoso (maio-junho)
e seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo............................................................................................................................48
Figura 17. Biomassa úmida (g.m
-3
) do Arquilago de São Pedro e São Paulo do período chuvoso
(maio-junho) e do período seco (setembro-outubro) de 2005, nas estações Enseada e Cabeço da
Tartaruga, nos horários da manhã (M) e à tarde (T). .........................................................................49
Figura 18. Riqueza em espécies no período chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de
2005, nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, nos
horários da manhã (M) e à tarde (T)..................................................................................................50
Figura 19. Valores de diversidade de espécies - Shannon (H’) no período chuvoso (maio-junho) e
seco (setembro-outubro) de 2005, nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de
São Pedro e São Paulo, nos horários da manhã (M) e à tarde (T). ....................................................51
Figura 20. Valores de Equitabilidade (J’) no período chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro)
de 2005, nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e São Paulo,
nos horários da manhã (M) e à tarde (T). ..........................................................................................51
Figura 21. Dendrograma de associação (Similaridade de Bray-Curtis - WPGMA) dos grupos
zooplanctônicos durante os períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 no
Arquipelago de São Pedro e São Paulo. ...........................................................................................54
Figura 22. Análise de Ordenação Escala Multidimensional Não-paramétrica (MDS) das 56 coletas
realizadas durante os períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 no
Arquipelago de São Pedro e São Paulo. ...........................................................................................55
Figura 23. Valores médios de pluviosidade diaria (mm·hora
-1
) nos dias de coleta dos períodos
chuvoso-A (maio-junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do projeto
PIRATA localizadas no Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do ASPSP) e 0°N 23°W
(Oeste do ASPSP). ...........................................................................................................................56
Figura 24. Valores médios da Temperatura Superficial do Mar (°C) nos dias de coleta dos períodos
chuvoso-A (maio-junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do projeto
PIRATA localizadas no Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do ASPSP) e 0°N 23°W
(Oeste do ASPSP). ...........................................................................................................................57
Figura 25. Profundidade da Termoclina (m) nos dias de coleta dos períodos chuvoso-A (maio-junho) e
seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do projeto PIRATA localizadas no
Atlântico Equatorial nas coordendasN 23°W (Leste do ASPSP) e 0°N 23°W (Oeste do ASPSP)...57
Figura 26. Valores médios de salinidade diaria (UPS) nos dias de coleta dos períodos chuvoso-A
(maio-junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do projeto PIRATA
localizadas no Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do ASPSP) e 0°N 23°W (Oeste
do ASPSP)........................................................................................................................................58
Figura 27. Direção e Velocidade (m·s
-1
) dos ventos nos dias de coleta dos períodos chuvoso-A (maio-
junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do projeto PIRATA localizadas no
Atlântico Equatorial nas coordendasN 23°W (Leste do ASPSP) e 0°N 23°W (Oeste do ASPSP)...59
Figura 28. Direção e Velocidade (m·s
-1
) da corrente superficial nos dias de coleta dos períodos
chuvoso-A (maio-junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do projeto
PIRATA localizadas no Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do ASPSP)................59
Lista de Tabelas
Tabela 1. Dados das coletas de plâncton no Arquipélago de São Pedro e São Paulo nos dois
períodos amostrados em 2005 (BM = Baixa mar; EN = Enchente; PM = Preamar; VZ = Vazante).....12
Tabela 2. Número de taxa registradas no Arquipélago de São Pedro e São Paulo nas épocas chuvosa
(maio-junho) e seca (setembro-outubro) de 2005. (-) Taxa não identificada……………………….22
Tabela 3. Sinopse das espécies identificadas no Arquipélago de São Pedro e São Paulo nas épocas
chuvosa (maio-junho) e seca (setembro-outubro) de 2005...................................................................23
Tabela 4. Organismos zooplanctônicos esporádicos (f<10%) no período chuvoso (setembro) de 2005,
nas estações Enseada e Cabeço da tartaruga do ASPSP……………………………………………...37
Lista de Apêndices
Apêndice 1. Dados atmosféricos e oceanográficos obtidos de duas bóias do projeto TAO (Tropical
Atmosphere Ocean) – PIRATA, localizadas nas coordenadas 0°N 53°W (oeste do ASPSP) e 0°N
23°W (Leste do ASPSP) e correspondentes aos dias das coletas de plâncton.
Apêndice 2. Correação de Spearman entre as densidades por coleta dos grupos zooplanctônicos
identificados e a biomassa úmida calculada. Um coeficiente de Spearman (rs) > 0,5 e um valor p <
0,05 indicam existência de correlação entre os pares de dados comparados.
Apêndice 3. Valores U, Z e p do Teste Mann Whitney, mostrando grupos zooplanctônicas com
diferençãs espaciais, sazonais e nictemerais, estatisticamente significativas (p < 0.05).
RESUMO
O presente estudo descreve a estrutura da comunidade zooplanctônica do
Arquipélago de São Pedro e São Paulo (Enseada: 00°55'03"N - 29°20'42"W
Cabeço da Tartaruga: 00°55' 03"N - 29°20'46"W), durante os períodos de 30 de
maio a 4 de junho (período chuvoso) e 23 de setembro a 1 de outubro de 2005
(período seco). O ecossitema se caracterizou por baixa biomassa e densidade e alta
diversidade e eqüitabilidade, condição típica de ambientes oceânicos tropicais.
Durante a época chuvosa predominou o holoplâncton, sendo Copepoda o grupo
dominante; e durante a época seca dominou o meroplâncton na sua maioria
representado por larvas vitelinas de Teleostei e zoeas de Brachyura. Os organismos
chave que se encontraram de forma constante na comunidade zooplactônica do
Arquipélago de São Pedro e São Paulo foram os Copepoda Clausocalanus furcatus,
Undinula vulgaris, Scolecithrix danae, Euchaeta marina, Nannocalanus minor;
Oithona plumifera, Oncaea venusta, Oncaea media, Corycaeus speciosus e
Farranulla gracilis; o Chaetognatha Serratosagitta serratodentata; o Appendicularia
Oikopleura longicauda, Euphausiacea e as larvas cypris de Cirripedia, larvas zoeas
de Brachyura e larvas vitelinas e ovos de Teleostei. A presença dos Copepoda
Pleuromamma piseki, P. borealis, P. xiphias, Lucicutia gaussae, e Heterorhabdus
papilliger, e o aumento representativo nas densidades dos Foraminifera
Globigerinoides trilobus, Globigerinoides ruber forma alba e G. ruber forma rosacea,
Globigerina rubescens e Globorotalia sp.; os Siphonophora Eudoxoides spiralis,
Chelophyes appendiculata, Abylopsis sp. e Bassia sp. e o Urochordata Oikopleura
longicauda, numa coleta diurna do período chuvoso, pode indicar condições de
ascensão de água causada pela interação entre os fluxos de vento e correntes e a
topografia da área. As altas abundâncias de larvas vitelinas de Teleostei e zoeas de
Brachyura durante o período seco, indicam a importante função que cumpre o
arquipélago de São Pedro e São Paulo como área reprodutiva de espécies
nectônicas e benônicas do oceano aberto.
Palavras chave: Diversidade Zooplanctônica, Ilhas oceânicas, Águas oligotróficas
tropicais, Ressurgência, Biomassa.
A
BSTRACT
This research describes the zooplankton community structure from Saint Peter and
Saint Paul Archipelago (Bight station: 00°55'03"N - 29°20'42"W – “Cabeço da
Tartaruga” outside station: 00°55' 03"N - 29°20'46"W), from May 30 to June 4
th
(rainy
season) and from September 23 to October 1
rst
2005 (dry season). The results
showed low biomass and abundance and high diversity and evenness characteristic
of tropical oceanic waters. The zooplanktonic community was dominated by the
holoplankton during the rainy season outranking Copepoda; and by the meroplankton
during the dry season, mostly represented by Teleostei vitellin larvae and Brachyura
zoeae. The key organisms found constantly in the zooplanktonic community of Saint
Peter and Saint Paul Archipelago were the Copepoda Clausocalanus furcatus,
Undinula vulgaris, Scolecithrix danae, Euchaeta marina, Nannocalanus minor;
Oithona plumifera, Oncaea venusta, Oncaea media, Corycaeus speciosus and
Farranulla gracilis; the Chaetognatha Serratosagitta serratodentata; the
appendicularia Oikopleura longicauda, Euphausiacea and cypris larvae of Cirripedia,
Brachyura zoeae and Teleostei vitellin larvae and eggs. The presence of Copepoda
Pleuromamma piseki, P. borealis, P. xiphias, Lucicutia gaussae and Heterorhabdus
papilliger, and the representative density increase of the Foraminifera
Globigerinoides trilobus, Globigerinoides ruber form alba and G. ruber form rosacea,
Globigerina rubescens and Globorotalia sp.; the Siphonophora Eudoxoides spiralis,
Chelophyes appendiculata, Abylopsis sp. and Bassia sp. besides the Urochordata
Oikopleura longicauda, in one sample collected in one day during May-June can
indicate upwelling process due interactions among the wind, the current flux and the
area topography. The high abundance of Teleostei larvae and Brachyura zoeae
during September-October 2005 show the important role of Saint Peter and Saint
Paul Archipelago as reproductive area to nektonic and benthic species from the open
ocean.
Key words: Zooplankton diversity, oceanic island, tropical oligothrophic waters,
upwelling.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS............................................................................................................................... 6
2.1. OBJETIVO GERAL.................................................................................................................. 6
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................... 6
3. ÁREA DE ESTUDO.................................................................................................................... 7
4.1. COLETA DE PLÂNCTON.......................................................................................................11
4.2. BIOMASSA ÚMIDA ................................................................................................................13
4.3. CONTAGEM E IDENTIFICAÇÃO. ..........................................................................................13
4.4. TRATAMENTO NUMÉRICO DOS DADOS.............................................................................14
4.4.1. Análise quantitativa .............................................................................................................14
4.4.1.1. Biomassa úmida...............................................................................................................14
4.4.1.2. Freqüência de ocorrência .................................................................................................15
4.4.1.3. Volume Filtrado ................................................................................................................15
4.4.1.4. Densidade ........................................................................................................................16
4.4.1.5. Abundância Relativa.........................................................................................................16
4.4.2. Índices Ecológicos...............................................................................................................17
4.4.2.1. Diversidade ......................................................................................................................17
4.4.2.2. Equitabilidade...................................................................................................................18
4.4.3. Análise Estatística ...............................................................................................................18
4.4.4. Análise Multivariada.............................................................................................................19
4.4.5. Dados Atmosféricos e Oceanográficos ................................................................................20
4.4.6. Normalização do texto.........................................................................................................21
5. RESULTADOS..........................................................................................................................22
5.1. COMPOSIÇÃO ZOOPLANCTÔNICA .....................................................................................22
5.2. FREQUÊNCIA DE OCORRÊNCIA .........................................................................................32
5.3. DENSIDADE ZOOPLANCTÔNICA.........................................................................................38
5.4. BIOMASSA ............................................................................................................................48
5.5. ÍNDICES ECOLÓGICOS........................................................................................................49
5.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................................52
5.7. TODOS DE AGRUPAMENTO E ORDENÃO ................................................................53
5.8. CONDIÇÕES AMBIENTAIS NO ATLÂNTICO EQUATORIAL .................................................55
6. DISCUSSÃO.............................................................................................................................60
7. CONCLUSÕES.........................................................................................................................73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................76
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
1
1. INTRODUÇÃO
O arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) está formado por um
grupo de ilhas rochosas desprovidas de vegetação, localizado no oceano Atlântico
tropical a 533 milhas (987 km) de Natal-RN (Brasil), e a 985 milhas (1.824 km) da
Guiné-Bissau (África) (PINHEIRO, 2004). Sua posição geográfica lhe confere
importância estratégica particular para o desenvolvimento de pesquisas enfocadas
no conhecimento da biodiversidade do lugar e do comportamento migratório de
muitas espécies pelágicas de alto valor econômico (GONÇALVES, 2002).
O ASPSP foi transformado em Área de Proteção Ambiental (APA) pelo
Decreto Nº 92.755, de 5 de junho de 1986, conjuntamente com o Arquipélago de
Fernando de Noronha e o Atol das Rocas. A área quadrilátera da APA do
Arquipélago de São Pedro e São Paulo encontra-se delimitada pelos paralelos
0
°
56’N e 0
°
54’N e meridianos 29
°
20’W e 29
°
21’W, e devido a seu difícil acesso se
encontra em excelente estado de conservação (CAMPOS, 2005).
A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (CNUDN), dentro
da ordem jurídica internacional relativa aos espaços marítimos, garantiu aos estados
o direito de explorar e aproveitar os recursos naturais da coluna de água, do solo e
subsolo dos oceanos. No entanto, esse direito pode ser exercido se os estados
estabelecerem o desenvolvimento de projetos de pesquisa que sustentem o
aproveitamento racional dos recursos existentes (CAMPOS, 2005).
Neste contexto a Comissão Interministerial Para os Recursos do Mar (CIRM)
aprovou o Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo (PRO-ARQUIPÉLAGO)
no dia 11 de junho de 1996 e criou um Grupo de Trabalho Permanente (GT
Arquipélago) para a ocupação e pesquisa do ASPSP. Mas foi a partir do dia 25 de
junho de 1998 com a inauguração da Estação Científica do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo, que o Brasil passou a contar com uma área marítima de 200
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
2
milhas náuticas ao redor do Arquilago e a fazer parte da Zona Econômica
Exclusiva (ZEE) do país (VASKE-Jr, 2006).
As regiões tropicais dos oceanos embora oligotróficas, por conter um mínimo
de fluxo vertical de nutrientes e uma baixa produtividade biológica, são consideradas
áreas com diversidades muito altas (BOLTOVSKOY, 1981; LONGHURST e PAULY,
1987). Esse carácter oligotrófico é explicado pela existência de uma termoclina
permanente na região, a qual não permite que águas profundas ricas em nutrientes
se misturem com águas superficiais. Nestas áreas as possíveis misturas ocorrentes
na coluna de água são promovidas por mecanismos locais como divergência de
correntes, ventos e interações entre as correntes oceânicas e/ou o relevo submarino
(TRAVASSOS et al., 1999).
Em ambientes caracterizados por uma coluna de agua estratificada com uma
termoclina bem definida, a presão da predação pode ser uns dos fatores mais fortes
para manter altas diversidades no plâncton (MCGOWAN e WALKER, 1980). Isso
indica que as interações entre as comunidades planctônicas são tão determinantes
na diversidade quanto as caracteristicas fisicoquimicas. A estrutura e distribuição
dessas comunidades dependem em grande medida das propriedades da massa de
água fazendo com que fatores como a topografia do lugar, as correntes e as
condições físico-químicas da água, determinem suas variações em locais e períodos
específicos; assim como tamm, fatores inerentes à comunidade como os ciclos de
vida dos organismos, a fisiologia e as relões intra e interespecíficas (BERNAL,
1990).
Assim, algumas espécies do zooplâncton, cujos níveis de tolerância às
condições ambientais são conhecidos, podem ser utilizadas para descrever as
características da água na que se encontravam inmersas (WICKSTEAD, 1979). Mais
ainda, se aqueles níveis são de estreita amplitude (estenopotentes), vão responder a
mudanças leves ou críticas do meio, podendo ser utilizados com êxito como
indicadores biológicos (CHUECAS, 1998).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
3
O ASPSP reúne características únicas, pelo que é possível compará-lo com
um “oásis” em meio das águas oligotróficas do oceano Atlântico, razão pela qual,
além de encontrar organismos holoplanctônicos (organismos que passam todo o seu
ciclo de vida no plâncton), como é predominante no plâncton oceânico (OMORI e
IKEDA, 1984), também é possível encontrar ovos e larvas de peixes e de
invertebrados de importância ecológica e econômica. O estudo do zooplâncton no
ASPSP é de vital importância para caracterizar a comunidade existente e
conseqüentemente, as características da massa de água e correntes que habitam,
como tamm determinar a ocorrência de um possível fenômeno de ressurgência
topográfica.
Historicamente, o isolamento geográfico do Arquipélago de São Pedro e São
Paulo e a composição e características da fauna local, tem sido a motivação de
várias expedições científicas e de prospecção pesqueira que visitam o arquilago
desde o século passado. O primeiro relato publicado foi de Delano (1817) que visitou
o arquipélago em 1799. Posteriormente, Charles Darwin visitou a área a bordo do
navio Beagle em 1832 (DARWIN, 1839), e muitas outras expedições que geraram
publicações principalmente sobre a ictiofauna da área (OLIVEIRA et al., 1997).
As primeiras atividades pesqueiras registradas nas vizinhanças do
Arquipélago de São Pedro e São Paulo começaram no final da década dos anos
cinqüenta, sob um acordo de pesca da frota japonesa que atuou na área por um
período de quatro anos. O registro de embarcações nacionais pertencentes à frota
lagosteira se tem a partir de 1976 e, posteriormente, frotas de captura de peixes
pelágicos e semipelágicos de grande porte, pertencentes aos estados nordestinos,
principalmente representada pela frota pesqueira do Rio Grande do Norte
(OLIVEIRA et al., 1997).
Desde então, várias campanhas foram feitas com o intuito de obter
informação sobre as espécies de interesse comercial ocorrentes na Zona Econômica
Exclusiva (ZEE), sendo o conhecimento biótico e abiótico da área, incldos dentro
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
4
de um grande projeto de pesquisa denominado REVIZEE (Recursos Vivos da Zona
Econômica Exclusiva).
O Programa REVIZEE foi desenvolvido em conseqüência dos compromissos
assumidos pelo Brasil ao ratificar sua adesão à Convenção das Nações Unidas
sobre os Direitos do Mar (CNUDM) em 1988. Dentre esses compromissos,
salientam-se aqueles relacionados à exploração, à conservação e à gestão dos
recursos vivos da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira. Desse programa
surgiram várias pesquisas enfocadas na avaliação dos recursos pesqueiros de
importância econômica da área, ao conhecimento holístico do arquilago (CIRM,
1997).
O Projeto Integrado de Pesquisa do Programa Arquipélago (PIPPA), com o
apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
em colaboração com o comitê científico ambiental, é a proposta mais recente que
tem como objeto à compreensão do ecossistema do arquipélago, e dar continuidade
às pesquisas que estão em curso e que pretendem ser desenvolvidas nessa área
(CNPq, 2004).
Os estudos sobre o conhecimento da diversidade zooplanctônica no ASPSP,
são escassos. Os trabalhos existentes têm enfocado principalmente, a abundância e
distribuição de ovos ou larvas de espécies de importância comercial, os quais
apresentam as primeiras etapas do seu ciclo de vida no plâncton (meroplâncton).
Entre eles, foi realizado um estudo de diversidade e abundancia de mollusca
Pteropoda (OLIVEIRA e LARRAZÁBAL, 2002), um levantamento das famílias de
peixes de importância econômica e/ou ecológica que desovam nas adjacências do
ASPSP (ANDRADE, 2000; LESSA et al., 2001), estudos das larvas planctônicas de
Crustacea Decapoda e Stomatopoda (FREIRE et al., 2004), e um estudo da
abundância dos grupos de ovos e larvas de peixes, larvas de lagosta e paralarvas
de Cephalopoda (SOUZA, 2001).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
5
As comunidades zooplanctônicas nas regiões oceânicas constituem o elo
primário na transferência de massa e energia para os demais níveis tróficos,
influenciam e determinam as comunidades nectônicas e bentônicas que tem
estágios no plâncton, atuam na ciclagem de energia e apresentam espécies que
podem descrever as condições ambientais dominantes (GROSS e GROSS, 1996).
Devido ao afastamento do ASPSP e as dificuldades logísticas que isso implica,
ainda falta muita informação sobre a estrutura da comunidade zooplanctônica. Este
estudo buscou determinar as populações zooplanctônicas caracteristicas da camada
superficial do ASPSP (populações chave), numa área menos e mais exposta á
intensidade das correntes durante duas épocas climáticas do ano distintas. Estudos
posteriores poderam esclarecer as variações na comunidade em diferentes épocas
do ano e em diferentes estratos da coluna de água, e suas causas devido às
interações entre populações e aos fatores atmosférico-oceânicos dominantes.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
6
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Descrever a estrutura da comunidade zooplanctônica do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo, em dois períodos sazonais no ano2005.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar taxonomicamente os organismos pertencentes à comunidade
zooplanctônica coletados durante os períodos chuvoso e seco de 2005, nas
estações Enseada e Cabeço da Tartaruga.
Comparar espacial e temporalmente as áreas de coleta em termos de
composição e densidade zooplanctônica.
Quantificar o grau de associação entre as espécies zooplanctônicas e sugerir
possíveis fatores ecológicos e/ou ambientais responsáveis pela variabilidade dos
dados e a estrutura do sistema estudado.
Determinar possíveis indicadores zooplanctônicos das características
hidrológicas do Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
7
3. ÁREA DE ESTUDO
O ASPSP é uma formação rochosa resultante de uma falha transformante da
cordilheira meso-Atlântica, constituída por um conjunto de dez ilhas, que se
encontram no meio do Oceano Atlântico (0
o
55'02"N, 29
o
20'42"W). As quatro ilhas
maiores (Belmonte, São Pedro, São Paulo e Barão de Teffé) formam uma enseada
com forma de ferradura, com dimensões médias de 100 m de comprimento, 50 m de
largura, e 8 m de profundidade, separadas entre si por estreitos canais. O fundo da
enseada é constituído por sedimentos provenientes da atividade biológica e da
desagregação das rochas que constituem o arquilago (CAMPOS, 2005).
Em função de sua posição remota e estratégica no meio do Oceano Atlântico
Equatorial, possui uma grande importância como local de alimentação e rota
migratória para um grande número de espécies de peixes que se deslocam entre os
continentes africano e sul-americano, constituindo-se em uma importante área
pesqueira da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do nordeste do Brasil (PINHEIRO,
2004).
O arquipelago apresenta características anômalas em relação às rochas de
outros arquipélagos que aparecem tanto ao longo da dorsal Atlântica, como nas
dorsais de outros oceanos, isto é, elas não são rochas vulcânicas, mas sim rochas
plutônicas provenientes do manto terrestre. A formação do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo ocorreu em grande parte no estado sólido, isto é, o arquipélago
seria uma proto-intrusão, seguindo as considerações de Lockwood (1971).
Os Alísios do sudeste são os ventos predominantes da região, principalmente
durante o inverno austral (agosto) quando o centro de alta pressão de Santa Helena
encontra-se na sua posição mais setentrional e é mais intenso. Nessa época a Zona
de Convergência Intertropical (ZCIT), apresenta seu desenvolvimento máximo
cobrindo toda a extensão da bacia Atlântica entre 4°N e 6°N ao oeste e 10°N e 15°N
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
8
ao leste, limite norte dos alísios do sudeste (RIEHL, 1979; TCHERNIA, 1980). A
intensidade do vento na região do ASPSP não varia muito e seu valor raramente
ultrapassa 8m·s
-1
, sendo ligeiramente menor de janeiro a abril aumentando no
restante do ano. A direção do vento é predominantemente de sudeste, exceto entre
fevereiro e abril quando a média mensal apresenta componente de nordeste
(SKIELKA et al., 2006).
Durante o verão austral (fevereiro), o centro de alta pressão situa-se mais ao
sul, quando é menos intenso. Os Alísios do sudeste são, então, mais fracos e se
encontram sobre o equador com os alísios do nordeste a oeste de 30°W, formando a
frente intertropical. A zona de estudo encontra-se, assim, sob a ação deste regime
de ventos e a ZCIT confinada a leste desse meridiano. No seu interior os ventos são
fracos e variam constantemente de direção. Este cinturão de baixa pressão formado
pela frente intertropical e pela ZCIT é caracterizado por um tempo constantemente
nublado, apresentando em alguns pontos, médias anuais de precipitação acima de
2.000 mm (RIEHL, 1979; TCHERNIA, 1980). O período chuvoso na região do
ASPSP ocorre nos primeiros meses do ano, sendo o maior valor da precipitação
mensal acumulada em abril, quando a ZCIT se encontra em sua posição mais ao sul
(SKIELKA et al, 2006).
As temperaturas do ar (TA) e da superfície do mar (TSM) nas proximidades
do ASPSP apresentam um ciclo sazonal semelhante. A TA varia entre 28°C e 23°C,
com maiores valores nos meses entre abril e maio e apresentando temperaturas
mais baixas entre julho e setembro. A TSM é sempre superior à temperatura do ar,
sendo que essa diferença raramente ultrapassa 1°C. Isso indica que o sentido do
fluxo vertical turbulento de calor sensível é do oceano para a atmosfera como é
comum nas regiões tropicais (SKIELKA et al, 2006).
O sistema de correntes no oceano Atlântico está associado à circulação dos
ventos, os quais determinam em cada hemisfério, um movimento rotatório
anticiclônico conhecido como giro (PICKARD e EMERY, 1982). A região tropical do
oceano Atlântico é caracterizada em sua superfície pela presença de diversas
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
9
correntes aproximadamente zonais, as quais fazem partem dos giros Tropicais e
Equatoriais. Ao norte do Equador, a Corrente Norte Equatorial (CNE) separa o Giro
Subtropical do Atlântico Norte do Giro Tropical, enquanto que a Contra Corrente
Norte Equatorial (CCNE) serve de limite entre o Giro Tropical e o Giro Equatorial;
mais ao sul, a Corrente Sul Equatorial (CSE) separa o Giro Equatorial do Giro
Subtropical do Atlântico Sul. Com a Corrente do Atlântico Sul localizando-se
aproximadamente ao longo do Paralelo 400S (Stramma & Peterson, 1990), e com a
Corrente de Benguela deixando a costa África entre cerca de 30-35°S, verifica-se
que o Giro Subtropical Atlântico possui uma forma bem mais triangular do que o seu
correspondente do hemisfério Norte, alcançando profundidades de 500 a 1000 m
(PETERSON e STRAMMA, 1991).
Existem cinco (5) massas de água predominantes no Atlântico equatorial,
sendo estas de superfície para o fundo: Água Equatorial Superficial (AES), Água
Central do Atlântico Sul (ACAS), Água Antártica Intermédiaria (AAI), Água Profunda
do Atlântico Norte (APAN) e Água Antártica do Fundo (AAF) (REVIZEE, 1996). A
capa superficial do Atlântico equatorial é ocupada pela AES que possue uma
temperatura superficial ao redor de 27°C e nos primeiros 50 m oscila entre 25 e
15°C (STRAMMA e SCHOTT, 1999).
O arquipélago em sua parte emersa é habitado por uma fauna permanente
constituída por três espécies de aves, o atobá maior (Sula leucogaster) e viuvinhas
(Anous minutus e A. stolidus), além de algumas aves de hábito temporário, como
garças (Egretta thula e Bubulcus ibbis) e outras duas espécies de atobás (Sula sula
e S. dactylatra) (NAVES, 2000).
As espécies de peixes pelágicos mais capturados pelas frotas comerciais nas
águas do arquipélago de São Pedro e São Paulo pertencem à família Scombridae,
destacando-se os atuns Thunnus albacares, T. obesus e T. alalunga e a cavala
Acanthocybium solandri (PINHEIRO, 2004). Em decorrência de sua grande distância
da costa, o ASPSP apresenta um elevado grau de endemismo. Os peixes Stegastes
sanctipauli (espécie ameaçada de extinção), Enneanectes smithi, Prognathodes
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
10
obliquos, Anthias salmopunctatus e Emblemariopsis sp., são endêmicas do ASPSP.
Outro exemplo, do efeito do isolamento do ASPSP, é o aparecimento do Peixe-anjo-
rainha (Hollocanthus ciliares) e Chromis multilineata variedade albina (CAMPOS,
2005).
Nas águas que circundam as ilhas deste arquipélago, algumas espécies
marinhas pouco comuns e de grande porte como o tubarão-baleia (Rhincodon typus)
são encontrados com relativa freqüência, conjuntamente com golfinhos (Tursiops
truncatus, Stenella longirostris e Globicephala macrorhynchus), tubarões
(Charcharhinus falciformes, C. longimanus, Prionace glauca, Isurus oxyrhynchus,
Sphyrna lewini) e raias mantas (Mobula japonica, Mobula tarapacana e Mubula
thurstoni) (CAMPOS, 2005). Dentre elas o tubarão-baleia e as raias mantas além de
ser das maiores espécies de peixes conhecidos, vivem em oceanos quentes e de
clima tropical e se alimentam por filtração de plâncton e pequenos peixes,
enontrandose perto do arquipelago posívelmente pela disponiblidade trófica.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
11
-40 -38 -36 -34 -32 -30 -28 -26
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
LATITUDE
ASPSP
BRASIL
AMERICA DO SUL
I. São Paulo
I. Belmonte
I. São Pedro
Est.
Enseada
Est. Cabeço
da Tartaruga
29° 20' 42" W
0° 55' 00" N
29° 20' 48" W
I. Barão
de Teffé
LONGITUDE
OCEANO ATLÂNTICO
40 m
N
4. METODOLOGIA
4.1 COLETA DE PLÂNCTON
As duas estações para a coleta foram demarcadas com base na estrutura
morfológica do arquipélago e nas condições oceanográficas da área. Uma das
estações (Enseada) foi estabelecida no centro da enseada formada pelas quatro
ilhas maiores do arquipélago. A outra estação (Cabeço da Tartaruga) se localizou na
região externa oeste do arquipélago, na área oposta à incidência da Corrente Sul
Equatorial (Figura 1).
Figura 1. Arquipélago de São Pedro e São Paulo, com a localização das estações de coleta: Enseada e
Cabeço da Tartaruga.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
12
As coletas foram realizadas em dois períodos do ano 2005, na época chuvosa
durante cinco dias entre o 30 de maio e 4 de junho e na época seca durante nove
dias entre o 23 de setembro e o 1 de outubro. As coletas foram feitas pela manhã e
pela tarde, obtendo um total de 56 amostras (Tabela 1).
Os arrastos foram horizontais superficiais a uma velocidade de três (3) nós
durante dez (10) minutos, com uma rede de plâncton padrão com diâmetro de boca
de 30 cm e abertura de malha de 300 micrômetros. À boca da rede foi adaptado um
fluxômetro para a determinação do volume de água filtrado. As amostras foram
fixadas com formol a 4% neutralizado com Tetraborato de Sódio P.A.
Tabela 1. Dados das coletas de plâncton no Arquipélago de São Pedro e São Paulo nos dois períodos
amostrados em 2005 (BM = Baixa mar; EN = Enchente; PM = Preamar; VZ = Vazante).
ESTAÇÃO ENSEADA - E CABEÇO DA TARTARUGA - C
COORDENADAS 00°55'03"N - 29°20'42"W 00°55' 03"N - 220'46"W
PROFUNDIDADE LOCAL (m) 7 -20 15 – 4.000
HORÁRIO
PERÍODO DIA DATA
MANHÂ - M Maré TARDE -T Ma MANHÃ - M Maré TARDE - T Maré
1 30 / 05 / 05 07h57’ EN 17h25’ BM 08h12’ EN 17h40’ BM
2 01 / 06 / 05 08h08’ EN 17h08’ BM 08h23’ EN 17h23’ BM
3 02 / 06 / 05 07h32’ BM 17h30’ VZ 07h47’ BM 17h46’ VZ
4 03 / 06 / 05 08h03’ VZ 17h40’ VZ 08h18’ VZ 17h57’ VZ
CHUVOSO – A
maio-junho
5 04 / 06 / 05 07h54’ VZ 17h26’ VZ 08h09’ VZ 17h41’ VZ
1 23 / 09 / 05 07h23’ VZ 16h57’ PM 07h38’ VZ 17h12’ PM
2 24 / 09 / 05 07h48’ VZ 17h11’ EN. 08h28’ VZ 17h24’ EN.
3 25 / 09 / 05 07h23’ EN. 16h47’ BM 07h40’ EN. 17h00’ BM
4 26 / 09 / 05 07h17’ BM 16h56’ VZ 07h42’ BM 17h10’ VZ
5 27 / 09 / 05 06h55’ BM 17h06’ EN. 07h12’ BM 17h21’ EN.
6 28 / 09 / 05 06h24’ PM 17h10’ PM 06h40’ PM 17h28’ PM
7 29 / 09 / 05 08h04’ BM 17h11’ PM 08h17’ BM 17h28’ PM
8 30 / 09 / 05 08h02’ VZ 17h01’ PM 08h20’ VZ 17h17’ PM
SECO – B
setembro-outubro
9 01 / 10 / 05 07h29’ VZ 17h14’ PM 07h45’ VZ 17h27’ PM
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
13
4.2. BIOMASSA ÚMIDA
A biomassa úmida de cada amostra foi determinada utilizando a metodologia
de Omori e Ikeda (1984). Cada amostra foi lavada com água do mar previamente
filtrada, que posteriormente foi eliminada usando uma peneira de malha inferior (125
µm) à utilizada na coleta (300 µm). Em seguida, cada amostra foi deixada em
repouso aproximadamente trinta minutos com papel toalha para eliminar o residuo
de água. Cada amostra foi pesada numa balança de precisão (marca Gehaka BC
8000) junto com o filtro. Os filtros foram pesados previamente. A biomassa de cada
amostra foi calculada da diferença entre o peso da amostra junto com o filtro e o
peso do filtro. Devido à dificuldade em separar os organismos gelatinosos dos não
gelatinosos, foram pessados conjuntamente.
4.3. CONTAGEM E IDENTIFICAÇÃO.
Os procedimentos de preparação, contagem e identificação dos organismos
zooplanctônicos foram realizados nas instalações do laboratório de zooplâncton do
Departamento de Oceanografia da UFPE. Cada amostra foi lavada com água do mar
previamente filtrada, e vertida em um béquer de vidro de uma capacidade de 1000
mL. Posteriormente foi diluída a 500 ou 1000 mL dependendo da biomassa úmida
de cada amostra. Após diluição e homogenização da amostra, foi retirada uma
alíquota de 10,3 mL com auxilio de uma concha adaptada para submaostragem. A
alíquota foi colocada numa placa de Petri quadriculada e observada sob
estereomicroscópio (marca Zeiss), para o procedimento de contagem e identificação
dos indivíduos zooplanctônicos. Com auxilio de um microscópio óptico (marca Bauch
& Lomb) foi realizada a observação das estruturas de importância taxonômica para
cada taxa. A contagem e identificação foram realizadas em três aliquotas (com
reposição) por cada amostra. Adicionalmente se realizou uma observação qualitativa
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
14
de duas alíquotas adicionais, anotando os indivíduos não registrados na contagem e
assim evitar uma subestimação da comunidade.
O processo de identificação dos organismos zooplanctônicos se realizou até o
menor nível taxonômico possível. O filo Crustacea precisou da dissecação de
estruturas de carácter sistemático para observação detalhada. No caso de
organismos gelatinosos, como nos filos Cnidaria e Thaliacea, foi preciso realizar a
coloração dos individuos para uma melhor visualização das estruturas, submergindo
os organismos por um período de 24 horas numa solução ao 1% de Rosa de
Bengala. A identificação foi realizada seguindo as chaves taxonômicas especificas
para cada grupo, encontradas principalmente nos trabalhos de Rose (1933),
Tregouboff e Rose (1957), Hyman (1959), Almeida Prado (1961) Björnberg (1972,
1981), Boltovskoy (1981, 1999) e Zeidler (2004 e 2006).
A sinopse taxonômica foi baseada na classificação apresentada por
Boltovskoy (1999) exceto para o filo Protista cuja classificação baseou-se em
Ruppert et al. (2005). A ordenação zoológica seguiu a ordem filogenética de Ruppert
et al. (2005).
4.4. TRATAMENTO NUMÉRICO DOS DADOS.
4.4.1.
Análise quantitativa
4.4.1.1.
Biomassa úmida
B = ((F+A) – F) / V
f
Onde, B = Biomassa (g·m
-3
)
F = Peso do filtro (g)
A = Peso da amostra (g)
V
f
= Volume filtrado (m
3
)
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
15
4.4.1.2. Freqüência de ocorrência
F = a x 100 / A
Onde, F = Freqüência de ocorrência (%).
a
= Número de amostras contendo a espécie.
A = Número total de amostras.
Os resultados estão apresentados em percentagem e foi utilizado o seguinte
critério:
70% Muito freqüente
40% 70% Freqüente
10% 40% Pouco freqüente
< 10% Esporádico
4.4.1.3. Volume Filtrado
O volume de água filtrada em cada arrasto foi obtido médiante a aplicação da
seguinte fórmula:
V
f
= π . r² . d
Onde: V
f
= Volume filtrado (m
3
)
r = raio da boca da rede de plâncton (r = 0,15m).
d = distância percorrida pela rede durante o arrasto.
(número de rotações do fluxômetro x fator de calibração do
fluxômetro).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
16
4.4.1.4. Densidade
Do resultado da contagem de indiduos por espécie para cada amostra foi
realizada uma média das três aliquotas analizadas e, posteriormente, os valores
calculados foram padronizados por indivíduos em 10 m
3
, da seguinte forma:
D = (n / V
f
) x 10
Onde, D = Densidade (ind 10 m
-3
).
n
= Número de indivíduos por espécie.
V
f
= Volume de água filtrado por metro cúbico durante o tempo
de arrasto
De acordo com a densidade encontrada para cada espécie no ASPS nos dois
períodos de amostragem, se classificaram os organismos em três categorias:
500 ind 10 m
-3
Densidade alta
50 500 Densidade média
< 50 Densidade baixa
4.4.1.5. Abundância Relativa
AR = n x 100 / N
Onde, AR = Abundância Relativa (%).
n
= Número de indivíduos por espécie.
N = Número total de individuos na amostra.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
17
Os resultados estão apresentados em percentagem sendo utilizado o
seguinte critério:
70% Dominante
40% 70% Abundante
10% 40% Pouco abundante
< 10% Raro
4.4.2. Índices Ecológicos
4.4.2.1. Diversidade
O índice de diversidade de Shannon (1948) é afetado pelo número de
espécies e a proporção em que elas se encontram no ecossistema em estudo. O
valor obtido médiante o desenvolvimento da seguinte fórmula, determina a
diversidade de cada amostra:
H’ = - Σ(Pi x log
2
Pi); Pi = n/N
Onde, H’
= Índice de Shannon (ind·bits
-1
).
n
=
número de indivíduos de cada espécie.
N = número total de indivíduos.
O Indice de Shannon determina baixa diversidade quando seu valor é próximo
a um (1) e alta diversidade quando se aproximar a cinco (5).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
18
4 Muito Alta
3 4 Alta
2 3 Média
1 2 Baixa
< 1 Muito Baixa
4.4.2.2. Equitabilidade
O índice de Equitabilidade de Pielou (1977) é um dos mais utilizados em
estudos ecológicos. Este índice estabelece:
J’ = H’ / log
2
S
Onde, J’ = Equitabilidade
H’
= Índice de diversidade (Shannon).
S = Número total de espécies na amostra
Encontra-se delimitado dentro de uma faixa que oscila entre zero (0) e um (1),
definindo uma amostra pouco uniforme se o valor está perto a zero (0) e muito
uniforme se próximo a um (1).
4.4.3. Análise Estatística
A correlação de Spearman é um método não-paramétrico para observar a
existência de correlação crescente ou decrescente em formato de curva entre pares
de dados (FONSECA e MARTINS, 1996). Esse teste foi utilizado para evidenciar
possíveis correlações entre as densidades por coleta de cada um dos grupos
zooplanctônicos e a biomassa úmida calculada. Um coeficiente de Spearman (rs) >
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
19
0,5 e um valor p < 0,05 indicam existência de correlação entre os pares de dados
comparados. Estes valores foram calculados no programa Primer versão 6.0.
O teste de Mann-Whitney é usado para testar se duas amostras
independentes, foram retiradas de populações com médias iguais (FONSECA e
MARTINS, 1992). Esse teste foi utilizado para determinar se houve diferenças
significativas entre épocas (Variação sazonal), estações (Variação espacial) e
horário (Variação Nictemeral) de amostragem para cada grupo zooplanctônico.
Diferenças significativa são determinadas para valores p < 0,05. Os valores de p
foram calculados no programa Statistica 6.0.
4.4.4. Análise Multivariada
A matriz de dados utilizada para as análises de agrupamento e ordenação foi
padronizada (Log(x+1)) a partir da matriz de densidades dos grupos zooplanctônicos
identificados. A análise de Cluster foi realizada com o método de Weighted Pair-
group Method, Arithmetic Average (WPGMA) e coeficiente de Bray-Curtis como
índice de similaridade. Esta análise se caracteriza por formar grupos de organismos
similares entre si por suas características bióticas (VALENTIN, 2000).
A Análise de Ordenação Escala Multidimensional Não-paramétrica (MDS) é
uma técnica de ordenação que representa a dissimilaridade entre objetos ou
variáveis por pontos em um espaço k-dimensional de forma que a distância entre os
pontos corresponde às distâncias observadas entre eles (KRUSKAL, 1964). Esta
análise mostra objetos semelhantes juntos e coloca separadamente objetos
dissimilares. O estresse mede a qualidade do ajuste das distâncias na configuração
espacial à função de monotonia das distâncias originais. O coeficiente varia de 0 a 1
e de acordo com Kruskal (1964) as avaliões para os vários níveis de estresse são:
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
20
0,40 ruim
0,20 satisfatório
0,10 bom
0,05 muito bom
0,00 Excelente
Os métodos de ordenação e agrupamento foram realizados utilizando o
programa Primer versão 6.0.
4.4.5. Dados Atmosféricos e Oceanográficos
O projeto TAO (Tropical Atmosphere Ocean) - PIRATA é uma rede
internacional de monitoramento ambiental que coleta permanentemente informações
atmosféricas e oceanográficas de uma série de bóias ancoradas ao fundo dos
oceanos. Com o intuito de complementar a informação biológica, para este estudo
foram selecionadas duas bóias localizadas nas coordenadas 0°N 53°W (oeste do
ASPSP) e 0°N 23°W (Leste do ASPSP). A informação reuniu os dados diários de
pluviosidade (mm·dia
-1
), temperatura superficial da agua do mar (°C), profundidade
da isoterma de 20°C (m), salinidade (UPS), direção (°) e velocidade do vento (m·s
-1
)
e direção (°) e velocidade da corrente superficial (m·s
-1
) (APÊNDICE 1). Os dados
utilizados foram correspondentes aos dias das coletas de plâncton.
Os gráficos de direção e velocidade de ventos e correntes mostram o vetor da
corrente e vento do dia de coleta. Para a época de estudo, os dados existentes de
velocidade e direção da corrente se encontravam entre as profundidades de 15 e
135 m e corresponderam unicamente à bóia de 0°N 23°W, razão pela qual, os dados
em superfície foram extrapolados a partir da informação existente.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
21
4.4.6. Normalização do texto
Citações e referências bibliográficas seguiram as normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2006).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
22
5. RESULTADOS
5.1. COMPOSÃO ZOOPLANCTÔNICA
A comunidade zooplanctônica do ASPSP esteve representada pelos reinos
Protista (Filos Foraminiferea, Alveolata e Actinopoda) e Animalia (Filos Cnidaria,
Mollusca, Annelida, Crustacea, Chaetognatha, Echinodermata e Chordata) (Tabela
2). O total de espécies encontradas foi de 183, sendo o grupo dominante o filo
Crustacea (Tabela 2) e a classe Copepoda aquela que alcançou as maiores
abundâncias relativas nos dois períodos de estudo, encontrando aos outros filos
com abundâncias inferiores a 10% (Figura 2). As espécies identificadas se
encontram relacionadas na Tabela 3.
Tabela 2. Número de taxa registradas no Arquipélago de São Pedro e São Paulo nas épocas chuvosa
(maio-junho) e seca (setembro-outubro) de 2005. (-) Taxa não identificada.
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
Protista Foraminiferea 2 2 3 6 11
Alveolata 1 1 1 1 1
Actinopoda 1 1 1 1 2
Animalia Cnidaria 2 3 7 14 22
Mollusca 2 1 3 6 13
Annelida 1 1 3 6 8
Crustacea 2 13 40 60 110
Chaetognatha 1 1 2 4 5
Echinodermata 1 - - - -
Chordata 3 3 4 7 11
TOTAL 16 26 64 105 183
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
23
Tabela 3. Sinopse das espécies identificadas no Arquipélago de São Pedro e São Paulo nas épocas
chuvosa (maio-junho) e seca (setembro-outubro) de 2005.
Reino Protista Haeckel,1886
Filo Foraminiferea (Eichwald, 1830)
Classe Foraminifera Lee, 1990
Ordem Globigerinida Delage e Herouard, 1896
Superfamília Globigerinacea Carpenter, Parker e Jones, 1862.
Familia Globigerinidae Carpenter, Parker e Jones, 1862
Globigerina sp.
Globigerinella calida (Parker,1962)
Globigerinoides ruber forma rosacea (dÓrbigny,1839)
Globigerinoides ruber forma alba (dÓrbigny,1839)
Globigerinoides trilobus (Reuss, 1850)
Globigerinoides conglobatus (Brady, 1879)
Familia Orbulinidae Schultze, 1854
Orbulina universa d`Orbigny, 1839
Familia Globorotaliidae Cushman, 1927
Globorotalia ungulata Bermudez, 1960
Globigerina rubescens (Hofker, 1956)
Globorotalia menardii (Jones e Brady, 1865)
Globorotalia sp.
Filo Actinopoda Calkins 1909
Classe Radiolaria Muller 1858
Superordem Polycystina Ehrenberg, 1838, emend Riedel, 1967
Ordem Collodaria Haeckel, 1881
Família Thalassicollida
Gênero Sphaerozoida
Rhaphidozoum neapolitanum
Sphaerozum germinatum
Radiolaria (outros)
Filo Alveolata
Subfilo Ciliophora (Doflein, 1901)
Sticholonche cf. sp.
Reino Animalia
Filo Cnidaria Verriel, 1865
Subfilo Anthozoaria Petersen, 1979
Superclasse Anthozoa Ehrenberg, 1833
Anthozoa (Larva)
Subfilo Medusozoa Petersen, 1979
Superclasse Hydrozoa Owen, 1843
Classe Hydroidomedusae Bouillon, Boero, Cigona, Gili e Hughes, 1992
Subclasse Leptomedusae Haeckel, 1886
Família Malagazziidae Bouillon, 1984
Tetracanna octonema Goy, 1979
Subclasse Trachymedusae Haeckel, 1866
Família Rhopalonematidae Rusell 1953
Aglaura hemistoma Pérón e Lesueur, 1810
Hydromedusae (outros)
Continua...
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
24
Classe Siphonophora Eschscholtz, 1829
Ordem Cystonectae Haeckel, 1887
Família Rhizophysidae Brandt, 1835
Agalma sp.
Erenna richardi Bedot, 1904
Ordem Physonectae Haeckel, 1888
Familia Apolemidae Huxley, 1859
Apolemia uvaria (Lesueruer, ?1811)
Ordem Calycophorae Leuckart, 1854
Família Diphydae Quoy e Gaimard, 1827
Subfamília Sulculeolariinae
Sulculeolaria quadrivalvis Blainville 1834
Subfamília Diphyinae
Chelophyes appendiculata (Eschscholtz, 1829)
Chelophyes contorta (Lens e van Riemsdijk,1908)
Chelophyes sp.
Diphyes bojani (Eschscholtz, 1829)
Diphyes dispar Chamisso e Eisenhardt, 1821
Diphyes sp.
Eudoxoides mitra Huxley, 1859
Eudoxoides spiralis (Bigelow, 1911)
Lensia sp.
Muggiaea atlantica Cunningham, 1892
Família Sphaeronectidae
Sphaeronectes gracilis (Claus, 1873)
Família Abylidae L. Aggassiz, 1862
Subfamília Abylopsinae
Abylopsis eschscholtzi (Huxley, 1859)
Abylopsis tetragona (Otto, 1823)
Abylopsis spp.
Bassia sp.
Bassia basensis L. Agassiz, 1862
Siphonophora (Outros)
Filo Mollusca
Subfilo Aculifera
Classe Gastropoda Cuvier, 1797
Subclasse Euthyneura (=Opistobranchia)
Ordem Thecosomata Blainville, 1824
Subordem Euthecosomata Meisenheimer, 1905
Família Limacinidae Gray, 1847
Limacina (Munthea) trochiformis (d´Orbigny, 1836)
Limacina (Thilea) inflata (d´Orbigny, 1836)
Limacina (Limacina) helicina (Phipps, 1774)
Limacina (Munthea) bulimoides (d’Orbigny, 1836)
Família Cavoliniidae Fischer, 1883
Subfamília Cavoliniinae van der Spoel, 1972
Clio cuspidata (Bosc, 1802)
Clio andreae (Boas, 1886)
Creseis virgula (Rang, 1828) f. constricta Chen e Bé, 1964
Creseis virgula (Rang, 1828) f. conica Eschscholtz, 1829
Creseis acicula (Rang, 1828)
Creseis sp.
Pteropoda (Outros)
Gastropoda (Larva veliger)
Continuação...
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
25
Superfamília Heteropoda
Familia Atlantidae
Protantla sp.
Oxygyrus sp.
Atlanta sp.
Classe Cephalopoda Cuvier, 1797
Cephalopoda (Paralarva)
Filo Annelida
Classe Polychaeta Grube, 1850
Ordem Amphinomorpha Clark, 1969
Familia Amphinomidae Savigny, 1818
Rostraria carunculata Ehlers, 1913
Ordem Phyllodocida Clark, 1969
Familia Iospilidae Bergström, 1914
Phalacrophorus pictus Greeff, 1879
Phalacrophorus uniformis Reibisch, 1895
Palacrophorus sp.
Iospilus sp.
Familia Tomopteridae Grube, 1848
Tomopteris sp.
Familia Typhloscolecidae Uljanin, 1878
Traviopsis lanceolata Southern, 1911
Familia Syllidae Grube, 1850
Autolytus sp. (Epitoca)
Polychaeta (outros adultos)
Polychaeta (trocofora e nectochaeta)
Filo Crustacea Pennant, 1977
Classe Branchiopoda Latreille, 1817
Subclasse Diplostraca Gerstaecker, 1866
Ordem Onychopoda G.O. Sars, 1865
Família Podonidae Mordukhai-Boltovskoi, 1868
Gênero Pseudoevadne (Claus, 1877)
Pseudoevadne tergestina (Claus, 1877)
Subclasse Ostracoda Latreille, 1806
Ordem Myodocopida Dana, 1849
Familia Halocyprididae Claus, 1891
Subfamilia Halocyprinae Dana, 1849
Halocypris spp.
Subfamilia Conchoecinae Müller, 1912
Conchoecia sp.
Paraconchoecia sp.
Ostracoda (outros)
Subclasse Copepoda Milne-Edwards, 1840
Ordem Calanoida Sars, 1903
Família Calanidae Dana, 1849
Mesocalanus tenuicornis (Dana, 1849)
Nannocalanus minor (Claus, 1863)
Neocalanus gracilis (Dana, 1849)
Neocalanus robustior (Giesbrecht, 1888)
Neocalanus sp.
Undinula vulgaris Lubbock, 1860
Continuação...
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
26
Família Paracalanidae Giesbrecht, 1892
Calocalanus pavo (Dana, 1849)
Calocalanus pavoninus Farran, 1936
Calocalanus sp.
Paracalanus aculeatus Giesbrecht, 1888
Família Mecynoceridae Andronov, 1973
Mecynocera clausi Thompson, 1888
Família Eucalanidae Giesbrecht, 1892
Eucalanus sp.
Pareucalanus sewelli (Fleminger, 1973)
Pareucalanus sp.
Subeucalanus pileatus (Giesbrecht, 1888)
Rhincalanus cornutus (Dana, 1849)
Família Clausocalanidae Giesbrecht, 1892
Clausocalanus furcatus (Brady, 1883)
Clausocalanus lividus Frost e Fleminger, 1968
Clausocalanus sp.
Família Euchaetidae Giesbrecht, 1892
Euchaeta acuta Giesbrecht, 1892
Euchaeta marina (Prestrandea, 1833)
Euchaeta media Giesbrecht, 1888
Euchaeta pubera Sars, 1907
Família Phaennidae Sars, 1902
Phaenna spinifera Claus, 1863
Família Scolecitrichidae Giesbrecht, 1892
Scolecithrix danae (Lubbock, 1856)
Família Augaptilidae Sars, 1905
Haloptilus sp.
Família Heterorhabdidae Sars, 1902
Heterorhabdus papilliger (Claus, 1863)
Família Lucicutiidae Sars, 1902
Lucicutia flavicornis (Claus, 1863)
Lucicutia gaussae Grice, 1963
Lucicutia gemina Farran 1926
Lucicutia longicornis (Giesbrecht, 1889)
Família Metrinidae Sars, 1902
Pleuromamma abdominalis (Lubbock, 1856)
Pleuromamma gracilis Claus, 1863
Pleuromamma xiphias Giesbrecht, 1889
Pleuromamma piseki Farran, 1929
Pleuromamma borealis (F.Dahl, 1893)
Família Centropagidae Giesbrecht, 1892
Centropages bradyi Wheeler, 1899
Centropages furcatus (Dana, 1849)
Centropages violaceus (Claus, 1863)
Centropages sp.
Família Candaciidae Giesbrecht, 1892
Candacia pachydactyla (Dana, 1848)
Candacia sp.
Paracandacia simples (Giesbrecht, 1889)
Família Pontellidae Dana, 1853
Labidocera acutifrons (Dana, 1849)
Labidocera nerii (Kroyer, 1849)
Pontella atlantica (Milne-Edwards, 1840)
Pontellina platychela Fleminger e Hüselmann, 1974
Pontellina plumata (Dana, 1849)
Pontellopsis sp.
Continuação...
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
27
Família Acartiidae Sars, 1903
Acartia (Acartia) danae Giesbrecht, 1889
Ordem Cyclopoida Burmeister, 1834
Família Oithonidae Dana, 1853
Oithona plumifera Baird, 1843
Oithona atlantica Farran, 1908
Oithona robusta Giesbrecht, 1891
Oithona spp.
Ordem Harpacticoida Sars, 1903
Família Ectinosomatidae Sars, 1903
Microsetella rosea (Dana, 1849)
Família Miraciidae Dana, 1846
Macrosetella gracilis (Dana, 1847)
Miracia efferata (Dana, 1847)
Oculosetella gracilis (Dana, 1847)
Família Euterpinidae Brian, 1921
Euterpina acutifrons
(Brian, 1921)
Família Clytemnestridae A. Scott, 1909
Clytemnestra scutellata Dana, 1847
Família Porcellidiidae Brady,1880
Porcellidium tenuicauda Claus,1860
Harpacticoidea (Outros)
Ordem Poecilostomatoida Thorell, 1859
Família Oncaeidae Giesbracht, 1892
Oncaea venusta Philippi, 1892
Oncaea media Giesbrecht, 1891
Oncaea sp.
Família Sapphirinidae Thorell, 1859
Copilia mirabilis Dana, 1849
Sapphirina nigromaculata Claus, 1863
Sapphirina angusta Dana, 1849
Sapphirina opalina-darwinni Dana, 1849
Família Corycaeidae Dana, 1852
Corycaeus (Corycaeus) clausi F. Dahl, 1894
Corycaeus (Corycaeus) speciosus Dana, 1849
Corycaeus (Onychocorycaeus) latus Dana, 1849
Corycaeus spp.
Farranulla gracilis Dana, 1853
Ordem Monstrilloida Sars, 1903
Família Monstrillidae
Monstrilla sp.
Copepoda (outros)
Subclasse Cirripedia Burmeister, 1834
Cirripedia (Náuplio, cypris, juvenil)
Classe Malacostraca Latreille, 1802
Subclasse Hoplocarida Calman, 1904
Ordem Stomatopoda Latreille, 1817
Stomatopoda (Pseudozoea)
Subclasse Eumalacostraca Grobben, 1892
Superordem Eucarida Calman, 1904
Ordem Euphausiacea Dana, 1852
Família Euphausiidae Dana, 1852
Continuação...
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
28
Euphausia sp.
Thysanoessa longicaudata (Krøyer, 1846)
Thysanoessa sp.
Euphausiacea (Outros Adultos)
Euphausiacea (Larvas Náuplio e Calyptosis)
Ordem Decapoda Latreille, 1803
Decapoda (Náuplio e outras larvas)
Subordem Dendrobranchiata Bate, 1888
Superfamília Sergestoidea Dana, 1852
Família Sergestidae
Sergestidae (Mastigopus)
Família Luciferidae Dana, 1852
Lucifer faxoni Borradaile, 1915
Lucifer typus H. Milne-Edwards, 1837
Subordem Pleocyemata Burkenroad, 1963
Infraordem Caridea Dana, 1852
Caridea (Larvas)
Família Alpheidae Rafinesque, 1815
Família Callianassidae Dana, 1852
Infraordem Brachyura Latreille, 1803
Brachyura (Zoeas e Megalopa)
Superordem Peracarida Calman, 1904
Ordem Mysidacea Boas, 1883
Ordem Amphipoda Milne-Edwards, 1830
Subordem Gammaridea Barnard e Karaman, 1991
Familia Synopiidae
Synopia scheelana Bovallius, 1886
Familia Amphitoidae
Subordem Hyperiidea Milne-Edwards, 1830
Infraordem Physocephalata
Superfamília Vibilioidea
Família Vibiliidae
Vibila sp.
Superfamília Phronimoidea
Família Hyperiidae
Hiperoche medusarum (Kroyer, 1838)
Lestrigonus macrophthalmus (Vosseler, 1901)
Lestrigonus schizogeneros (Stebbing, 1888)
Phronimopsis spinifera Claus, 1879
Phoronimopsis sp.
Themisto gaudichaudi Guérin, 1825
Família Phronimidae
Phronima atlántica Guérin_Ménevillé, 1836
Phronima colleti Bovallius, 1887
Phronima sp.
Phoronimella elongata (Claus, 1862)
Família Phrosinidae
Phrosina semilunata Risso, 1822
Continuação...
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
29
Superfamília Lycaeopsoidea
Família Lycaeopsidae
Lycaeopsis themistoides Claus, 1879
Superfamília Platysceloidea
Família Anapronoidae
Anapronoe sp.
Família Platyscelidae
Tetrathyrus forcipatus Claus, 1879
Família Pronoidae
Parapronoe sp.
Pronoe capito Guérin-Méneville, 1836
Amphipoda (Outros)
Filo Chaetognatha (Leuckart, 1894)
Classe Sagittoidea Claus e Grobben, 1905
Subclasse Chorismogonata Casanova, 1985
Ordem Aphragmophora Tokioka, 1965
Família Sagittidae Claus e Groben, 1905
Flaccisagitta hexaptera (d’Orbigny, 1836)
Flaccisagitta enflata (Grassi, 1881)
Ferosagitta hispida (Conant, 1895)
Serratosagitta serratodentata (Krohn, 1853)
Família Pterosagittidae Tokioka 1965
Pterosagitta draco (Krohn, 1853)
Chaetognatha (juvenis)
Filo Echinodermata
Classe Asteroidea Blainville, 1830
Asteroidea (Larva Braquiolaria)
Filo Chordata
Subfilo Urochordata
Classe Appendicularia
Família Oikopleuridae Lohmann, 1915
Subfamília Oikopleurinae Lohmann, 1896
Supergênero Labiata Fenaus, 1993
Gênero Oikopleura Mertens, 1831
Subgênero Coecaria Lohmann e Bückmann, 1926
Oikopleura longicauda (Vogt, 1854)
Subgênero Vexillaria Lohmann e Bückmann, 1926
Oikopleura dioica Fol, 1872
Oikopleura sp.
Classe Thaliacea
Ordem Pyrosomatida
Família Pyrosomatidae
Subfamília Pyrosomatinae Van Soest, 1979
Pyrosoma Atlanticum Perón, 1804
Ordem Doliolida
Subordem Doliolina
Família Doliolidae
Dolioloides rarum (Grobben, 1882)
Doliolum denticulatum Quoy e Gaimard, 1834
Ordem Salpida
Família Salpidae
Subfamília Salpinae Yount, 1954
Weelia cylindrica (Cuvier, 1804)
Thalia democratica (Forskål, 1775)
Thalia cicar Van Soest, 1973
Thalia sp.
Pegea socia (Bosc, 1802)
Continuação...
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
30
Subfilo Vertebrata
Classe Actinopterygii
Subclasse Neopterygii
Divisão Teleostei
Superordem Protacanthopterygii
Ordem Salmoniformes
Subordem Stomiatoidei
Família Gonostomatidae
Subordem Myctophoidei
Familia Myctophidae
Superordem Aterinomopha
Ordem Atheriniformes
Subordem Exocoetoidei
Familia Exocoetidae
Superordem Acanthopterygii
Ordem Perciformes
Subordem Scombroidei
Familia Scombridae
Ordem Beloniformes
Familia Hemirhamphidae
Família Exocetidae (ovos filamentos-Peixe voador)
Teleostei (larva vitelina)
Teleostei (outras larvas)
Teleostei (ovos)
Conclusão
No entanto foi observada uma variação sazonal na composição
zooplanctônica em 2005 no ASPSP. Durante o período seco na Enseada, a
abundância relativa dos filos identificados apresentou um padrão diferente ao
observado no Cabeço da Tartaruga nos dois períodos de amostragem. A divisão
Teleostei (filo Chordata) obteve uma abundância relativa de 48%, equivalente à
registrada para o filo Crustacea nesse período. Copepoda, grupo dominante no
Cabeço da Tartaruga nos dois períodos de amostragem e na Enseada no período
chuvoso, obteve uma abundância relativa de 20,6% durante o período seco. Em
contraste, foi observado um aumento dos Crustacea (exceto Copepoda)
representados por estágios larvais de organismos bentônicos (Figura 2).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
31
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Enseada Cabeço da Tartaruga Enseada Cabeço da Tartaruga
PERIODO CHUVOSO PERIODO SECO
Abundância Relativa
Protista Mollusca
Annelida Crustacea (Copepoda)
Crustacea (exceto Copepoda) Chaetognatha
Chordata (Urochordata) Chordata (Teleostei)
Outros
Figura 2. Abundância relativa (%) dos filos da comunidade zooplanctônica do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo no período chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005, nas
estações Enseada e Cabeço da Tartaruga.
Quanto ao tempo de permanência na comunidade planctônica, foram
encontrados nas coletas do ASPSP tanto organismos holoplanctônicos como
meroplanctônicos, em diferente proporção nas duas estações e nos dois períodos de
amostragem.
No período chuvoso predominou a comunidade holoplanctônica tanto na
Enseada (81,7%) como no Cabeço da Tartaruga (95,3%) (Figura 3). Nesse período
não se observou uma variação na proporção holo-meroplâncton entre estações. O
contrário foi observado no período seco na Enseada, onde foi predominante o
meroplâncton (75,3%). Este incremento com relação ao período anterior foi devido
as altas abundâncias de larvas vitelinas de Teleostei e larvas de crustáceos
Decapoda.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
32
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Enseada Cabeço Enseada Cabeço
PERIODO CHUVOSO PERIODO SECO
Abundância Relativa
Meroplâncton Holoplâncton
Figura 3. Proporção holoplâncton-meroplâncton (%) do Arquipélago de São Pedro e São Paulo no
período chuvoso (maio-junho) e no período seco (setembro-outubro) de 2005, nas estações
Enseada e Cabeço da Tartaruga.
5.2. FREQUÊNCIA DE OCORRÊNCIA
Nos dois períodos de amostragens os grupos zooplanctônicos considerados
muito freqüentes foram os filos Crustacea, Chordata, Chaetognatha e Mollusca, com
as maiores frequências durante o período seco (figura 4).
Os grupos considerados freqüentes foram os filos Protista, Cnidaria e
Annelida. Dentre eles, Protista apresentou maiores ocorrências durante o período
chuvoso e Cnidaria e Annelida durante o período seco (>60%) (Figura 4). O filo
Echinodermata foi pouco freqüente (16,1%) em todo o período de estudo, com maior
freqüência de ocorrência durante o período seco.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
33
0% 20% 40% 60% 80% 100%
ECHINODERMATA
ANNELIDA
PROTISTA
CNIDARIA
MOLLUSCA
CHORDATA (Urochordata)
CHAETOGNATHA
CHORDATA (Teleostei)
CRUSTACEA (exceto
Copepoda)
CRUSTACEA (Copepoda)
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço Seco - Enseada Seco - Cabo
Figura 4. Freqüência de ocorrência (%) dos principais grupos zooplanctônicos encontrados nos
períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço
da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
Nos dois períodos de amostragem os organismos zooplanctônicos muito
freqüentes foram os Copepoda Oncaea média (100% nos dois períodos de
amostragem), Farranulla gracilis, Clausocalanus furcatus, Undinula vulgaris, Oncaea
venusta, Corycaeus speciosus, Scolecithrix danae, Oithona plumifera, Nannocalanus
minor e Euchaeta marina; o Appendicularia Oikopleura longicauda; o Chaetognatha
Serratosagitta serratodentata e ovos de Teleostei. No período chuvoso, dentre as
espécies mencionadas Oithona plumifera e Nannocalanus minor apresentaram
freqüências de 40 e 60%, respectivamente (Figura 5). Pelo contrário, os copepoda
Paracalanuas aculeatus, Macrosetella gracilis, Candacia pachydactyla e o
Amphipoda Lestrigonus macrophthalmus foram espécies muito freqüentes para esse
período e consideradas pouco freqüentes ou esporádicas durante o período seco
(Figura 6).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
34
Os organismos considerados freqüentes foram os Copepoda Calocalanus
pavo, Neocalanus gracilis e Miracia efferata; larvas cypris de Cirripedia, larvas de
decapoda da familia Alphaeidae, zoeas de Euphausiacea e larvas vitelinas de
Teleostei. Durante o período chuvoso, também foram freqüentes os foraminífera
Globigerinoides trilobus e Globigerinoides ruber forma alba e G. ruber forma rosacea
o pteropoda Creseis virgula forma conica, os copepoda Corycaeus clausi, Corycaeus
latus, Calocalanus pavo, Neocalanus gracilis, Microsetella rosea e Oithona spp.,
larvas de Caridea e os Thaliacea Thalia cicar e T. democratica (Figura 6). Durante o
período seco, além das espécies consideradas freqüentes comuns para os dois
períodos, se registraram Ostracoda (outros), zoeas de brachyura e Pterosagitta
draco (Figura 6)
Dentre os organismos pouco freqüentes se encontraram os Foraminífera
Globigerinoides ruber forma alba, Globigerinoides trilobus, Globigerinoides ruber
forma rosacea e Globorotalia ungulata; os pterópoda Creseis virgula forma conica e
Clio andreae, o heteropoda Atlanta spp.; os Gastropoda (Outros); os poliqueta
Autolytus sp. e Traviopsis lanceolata; os Ostracoda Conchoecia sp.; os Copepoda
Macrosetella gracilis, Paracalanus aculeatus, Candacia pachydactyla Halocypris
spp., Rhincalanus cornutus, Neocalanus robustior, Calocalanus pavoninus,
Corycaeus clausi, Euchaeta pubera, Pleuromamma borealis, Centropages violaceus,
Oithona spp., Sapphirina nigromaculata, Pareucalanus sewelli, Euchaeta sp.,
Phaena spinifera, Lucicutia gaussae, Paracandacia simplex, Pontellina platychela,
Oithona robusta, Corycaeus latus, Lucicutia flavicornis, Acatia danae, Heterorhabdus
papilliger e Monstrilla sp.; Euphasiacea (Outros); Mysidacea; os Amphipoda
Thysanoessa sp., Hiperoche medusarum, Tetrathyrus forcipatus, Phrosina
semilunata, Phoronimopsis sp., Synopia scheelana e Lestrigonus macrophthalmus;
o decapoda Lucifer typus; larvas de Caridea e zoeas de Brachyura; os Chaetognatha
Flaccisagitta enflata, Pterosagitta draco, Flaccisagitta hexaptera e juvenis não
identificados ; larva braquiolaria de Equinodermatha ; os Thaliacea Thalia cicar e
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
35
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Oncaea media, Farranulla gracilis, Clausocalanus
furcatus, Undinula vulgaris, Oncaea venusta, Corycaeus
speciosus , Scolecithrix danae, Euchaeta marina
Oikopleura longicauda
Paracalanus aculeatus
Teleostei
(
ovos redondos
)
Serratosagitta serratodentata, Macrosetella gracilis
Candacia pachydactyla, Lestrigonus macrophthalmus
Miracia efferata, Globigerinoides trilobus, Corycaeus clausi ,
Teleostei (larva vitelina), Cirripedia (cypris)
Nannocalanus minor, Calocalanus pavo, Globigerinoides ruber f. alba
Creseis virgula f. conica
Neocalanus gracilis, Flaccisagitta enflata, Mastigopus spp.
Microsetella rosea, Thalia cicar, Oithona spp. , Caridea (Larvas)
Oithona plumifera, Globigerinoides ruber f. rosacea, Corycaeus latus, Thalia democratica
Calocalanus pavoninus, Eudoxoides spiralis , Pleuromamma borealis, Brachyura (Zoea),
Caridea (Mysis), Gastropoda (Outros)
Sapphirina nigromaculata, Conchoecia sp.
Hiperoche medusarum, Pontellina platychela, Phoronimopsis sp.
Lucicutia gaussae, Lucifer typus, Bassia basensis, Thysanoessa longicaudata, Globorotalia spp.,
A
bylopsis spp., Atlanta spp., Halocypris spp., Autolytus sp., Euphausiacea (outros), Chaetognatha
(juvenis), Alphaeidae spp., Euphausiacea (Zoea), Nauplios.
OUTROS
(
Fre
q
üencia inferior a 10%
)
Pterosagitta draco, Rhincalanus cornutus, Neocalanus robustior, Euchaeta pubera, Pareucalanus sewelli, Tetrathyrus forcipatus, Atlanta
spp., Synopia schuleana, Orbulina universa, Phoronimella elongata, Phronimopsis spinifera, Tetracanna octonema, Pleuromamma
abdominalis, Pontella atlantica, Ferosagitta híspida, Doliolum denticulatum, Weelia cylindrica, Globorotalia rubescens, Sphaerozum
germinatum, Creseis virgula f. constricta, Pontellina plumata, Oithona atlantica, Oithona spp., Oncaea sp., Copilia mirabilis, Ocusetella
gracilis, Maera sp.,
Monstrillidae
,
Teleostei sp.2, Decapoda (Larva), Ostracoda.
Centropages violaceus, Globorotalia ungulata, Muggiaea atlantica , Chelophyes appendiculata ,
Pleuromamma piseki, Palacrophorus sp., Lensia sp. , Pontellopsis sp., Evadne tergestina, Dolioloides
rarum, Thalia sp. , Brachyura (Zoea)
70% Muito freqüente
70% 40% Freqüente
40% 10% Pouco freqüente
< 10% Esporádico
Figura 5. Freqüência de ocorrência (%) dos organismos zooplanctônicos no período chuvoso (maio-
junho) de 2005, nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e
São Paulo.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
36
0% 20% 40% 60% 80% 100%
70% Muito freqüente
70% 40% Freqüente
40% 10% Pouco freqüente
< 10% Espodico
Oncaea media, Oithona
p
lumifera
Farranulla
g
racilis
Clausocalanus furcatus
Undinula vulgaris, Oncaea venusta, Serratosagitta serratodentata
Oiko
p
leura lon
g
icauda
Cor
y
caeus s
p
eciosus
Nannocalanus minor,
Teleostei
(
ovos redondos
)
Teleostei (ovos ovalados)
Scolecithrix danae
Euchaeta marina
Alphaeidae spp.
Teleostei
(
Larvas vitelinas
)
, Eu
p
hausiacea
(
Zoea
)
Euphausiacea (Outros), Ostracoda (Outros)
Pterosagitta draco
Cirripedia (cypris), Brachyura (Zoea)
Calocalanus pavo, Rhincalanus cornutus
Neocalanus gracilis, Neocalanus robustior, Eudoxoides mitra, Halocypris
spp.
Miracia efferata,
Gastro
p
oda
(
Outros
)
Flaccisa
g
itta enflata, Th
y
sanoessa s
p
.
Euchaeta
p
ubera, Clio andreae, Flaccisa
g
itta hexa
p
tera
Diphyes bojani, Phaena spinifera, Euchaeta
sp.
,
Monstrillidae
Globigerinoides ruber f. alba, Calocalanus pavoninus, Traviopsis lanceolata, Paracandacia simplex, Oithona
robusta,Equinodermatha (braquiolaria)
Globigerinoides trilobus, Creseis virgula f. cônica, Centropages violaceus, Pareucalanus sewelli, Lucicutia
flavicornis
,
Acatia danae
,
M
y
scidaceo
Macrosetella gracilis, Conchoecia sp., Autolytus sp., Globorotalia ungulata, Tetrathyrus forcipatus, Phrosina
semilunata, Heterorhabdus papilliger
OUTROS
(
Fre
q
üencia inferior a 10%
)
Candacia pachydactyla, Microsetella rósea, Eudoxoides spiralis, Pleuromamma borealis, Neocalanus sewelli, Myctophidae (Larva)
Copepoda (Outros), Amphipoda (Outros)
Sapphirina nigromaculata, Hiperoche medusarum, Lucicutia gaussae, Muggiaea atlântica, Atlanta
sp
., Synopia schuleana,
Paraconchoecia
sp
., Limacina inflata, Limacina helicina, Sapphirina opalina darwinni, Euterpina acutifrons, Lycaeopsis themistoides,
Exocoetidae (Ovo) , Harpacticoidea (Outros), Amphitoidae, Siphonophora (outros), Poliqueta (Outros) e Caridae
Figura 6. Freqüência de ocorrencia (%) dos organismos zooplanctônicos no período seco (setembro-
outubro) de 2005, nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro
e São Paulo.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
37
Thalia democratica e outras larvas de Teleostei. Observaram-se diferenças entre a
composição das espécies pouco freqüentes na época seca e chuvosa (Figuras 5 e
6). As espécies esporádicas nos dois períodos de amostragem estão consignadas
na tabela 3.
Tabela 4. Organismos zooplanctônicos esporádicos (f<10%) no período chuvoso (setembro) de 2005,
nas estações Enseada e Cabeço da tartaruga do ASPSP.
2005
Reino Filo
maio-junho setembro-outubro
Foraminiferea
Globigerina spp., Globigerinoides
conglobatus, Globigerinella calida,
Globigerinoides ruber forma rosacea, Orbulina
universa, Globorotalia menardi
Actinopoda
Rhaphidozoum neapolitanum,
Sulculeolaria quadrivalvis
Rhaphidozoum neapolitanum, Sulculeolaria
quadrivalvis, Radiolaria (Outros),
Protista
Alveolata
Sticholonche cf. sp.,
Cnidária
Diphyes bojani,Abylopsis
quadrangulata, Eudoxoides mitra,
Diphyes dispar, Erenna richardi
Antozoa (larva), Tetracanna octonema, Aglaura
hemistoma, Abylopsis spp., Bassia basensis, Abylopsis
quadrangulata, Abylopsis tetragona, Chelophyes
appendiculata, Sphaeronectes gracilis, Chelophyes sp.,
Diphyes sp., Agalma schynardi, Apolemia uvaria,
Chelophyes contorta, Siphonophora (Outros),
Hydromedusae (Outros)
Mollusca
Clio andreae, Protantla sp., Creseis
sp., Limacina trochiformis,, Paralarva
de Cephalopoda, Gastropoda (Outros)
Creseis acícula, Limacina bullimoides, Clio cuspidata,
Limacina inlata, Pteropoda (Outros), Gastropoda
(Outros), Veliger Mollusca
Annelida
Traviopsis lanceolata, Phalacrophorus
pictus, Phalacrophorus uniformis,
Poliqueta (Larva)
Palacrophorus sp., Lospilus sp., Rostraria carunculata,
Tomopteris sp., Trocófora de poliqueta,
Crustácea
Paraconchoecia sp., Haloptilus sp.,
Clytemnestra scutellata, Lestrigonus
schizogeneros,, Clausocalanus sp.,
Euchaeta acuta, Pleuromamma
gracilis, Lucicutia sp., Corycaeus sp.,
Pareucalanus sp., Pleuromamma
xiphias, Candacia sp., Labidocera
acutifrons, Labidocera nerii,
Sapphirina angusta, Microsetella sp.,
Harpacticoidea (Outros), Copepoda
(Outros), Vibila sp., Phrosina
semilunata, Elasmopus sp.,
Phoronima atlantica, Pronoe capito,
Themisto gaudichaudi, Amphitoidae,
Mastigopus., Cirripedia (juvenil),
Halocypris spp., Decapoda (Outros)
Ostracoda (Outros), Paracalanus aculeatus, Corycaeus
clausi, Harpacticoidea (Outros), Copepoda (Outros),
Mesocalanus tenuicornis, Eucalanus sp., Haloptilus sp.,
Pontellina platychela, Subeucalanus pileatus,
Clytemnestra scutellata, Calocalanus sp.,
Clausocalanus lividus, Clausocalanus sp., Euchaeta
acuta, Pleuromamma abdominalis, Pleuromamma
gracilis, Pleuromamma piseki, Centropages bradyi,
Lucicutia sp., Lucicutia longicornis, Pontella atlantica,
Pleuromamma sp., Centropages sp., Lucicutia gemina,
Oithona spp., Mecynocera clausi, Centropages
furcatus, Corycaeus spp., Lestrigonus macrophthalmus,
Phoronimopsis sp., Lestrigonus schizogeneros,
Phoronimella elongata, Vibila sp. , Phornima colleti,
Phornima sp., Parapronoe sp., Amphipoda (Outros),
Anaprone sp., Phronimopsis spinifera, Mastigopus.,
Euphausiacea (Outros), Thysanoessa longicaudata,
Euphausiacea (Náuplio), Eufasia sp., Náuplio,
Cirripedia (Náuplio), Brachyura (Zoea), Brachyura
(Megalopa), Decapoda (Outros), Stomatopoda
(Pseudozoea), Caridae (Outros), Alphaeidae, Lucifer
typus
Chaetognatha
Flaccisagitta hexaptera Ferosagitta híspida, juvenis de Chaetogntha
Animalia
Chordata
Pegea socia,, Teleostei (larvas),
Teleostei (ovos ovalados),
Oikopleura longicauda, Oikopleura sp., Weelia
cylindrica, Doliolum denticulatum, Teleostei (Ovos),
Teleostei (larvas),
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
38
0
0.5
1
1.5
2
Coletas
(mg m-3)
5,5
0
5000
10000
15000
20000
25000
1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 6M 6T 7M 7T 8M 8T 9M 9T
Coletas
Ind •10mֿ³
Enseada Cabeço da Tartaruga
49026
ind·10mֿ³
PERIODO CHUVOSO
PERIODO SECO
131964
ind·10mֿ³
5.3. DENSIDADE ZOOPLANCTÔNICA
A densidade zooplanctônica nos dois períodos de estudo variou entre 52
ind·10m
-3
e 131964 ind·10m
-3
( = 10508, D.P. = 18705, N = 56), encontrando
maiores valores no período chuvoso ( = 11439, D.P. = 30311, N = 20) que no
período seco ( = 4153, D.P. = 5616, N = 36). Durante o período chuvoso, a maioria
das densidades apresentaram valores inferiores a 5000 ind·10m
-3
, exceto em 3 dias
de coletas, à tarde no Cabeço da Tartaruga (5T = 12052 ind·10m
-3
), pela manhã (2M
= 49026 ind·10m
-3
) e à tarde na Enseada (4T = 131964 ind·10m
-3
), sendo este último
o maior valor para todo o período de estudo (Figura 7).
Figura 7. Densidade Zooplanctônica (ind·10m
-3
) do Arquipélago de São Pedro e São Paulo por dia de
coleta (1 a 9) nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005, nas
estações Enseada e Cabeço da Tartaruga, nos horários da manhã (M) e à tarde (T).
Durante o período seco o desvio padrão das densidades foi menor indicando
valores menos variáveis. Nas coletas realizadas de manhã as densidades foram
sempre maiores no Cabeço da Tartaruga que na Enseada, enquanto, nas coletas
realizadas à tarde predominaram maiores densidades na Enseada (Figura 7). Os
valores para esse período oscilaram entre 52 ind·10m
-3
(Enseada, 6M) e 23567
ind·10m
-3
(Enseada, 2T).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
39
0
20
40
60
80
100
Globorotalia
rmenardi
Sticholonche
sp.
Globigerina sp.
Globigerinoides
conglobatus
Globigerinella
calida
Radiolario
Rhaphidozoum
neapolitanum
Orbulina
universa
Sphaerozum
germinatum
Globorotalia
ungulata
Globorotalia
rubescens
Globigerinoides
ruber (f.
rosacea)
Globorotalia
sp.
Globigerinoides
ruber (f. alba)
Globigerinoides
trilobus
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço da Tartaruga Seco -Enseada Seco - Cabeço da Tartaruga
2 ind·10mֿ³
826 ind·10mֿ³
Do reino Protista, Globigerinoides trilobus foi a espécie mais abundante;
apresentou uma densidade alta (826 ind·10m
-3
) com mais do 70% dos indivíduos no
Cabeço da Tartaruga durante o período chuvoso (Figura 8). As espécies com
densidades médias foram Globigerinoides ruber f. alba (377 ind·10m
-3
) Globorotalia
sp. (216 ind·10m
-3
),Globigerinoides ruber f. rosacea (131 ind·10m
-3
) e Globigerina
rubescens (100 ind·10m
-3
), sendo encontradas predominantemente no Cabeço da
Tartaruga durante o período chuvoso. Globorotalia ungulata se encontrou nas duas
estações, predominando no período chuvoso. Dentre as espécies com densidades
baixas, Globigerina sp., Globigerinoides conglobatus, Globigerinella calida e o
Radiolaria Sphaerozum germinatum foram encontrados exclusivamente no período
seco. Globorotalia menardi, Sticholonche sp., e Radiolaria (outros), se encontraram
com baixas abundâncias exclusivamente no período seco. Rhaphidozoum
neapolitanum foi registrado durante o período chuvoso no Cabeço da Tartaruga e
durante o período seco na Enseada; e Orbulina Universa apresentou o padrão
inverso.
Figura 8. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade total (ind·10m
-3
)
das espécies pertencentes ao reino Protista encontradas nos períodos chuvoso (maio-junho) e
seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de
São Pedro e São Paulo.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
40
0
20
40
60
80
100
Agalma
elegans
Nanomia
bijuga
Diphyes sp.
Antozoa (larva)
Chelophyes
sp.
Hydromedusae
Rosacea
plieata
Tetracanna
octonema
Abylopsis
quadrangulata
Sulculeolaria
quadrivalvis
Chelophyes
contorta
Diphyopsis
mitra
Abylopsis
tetragona
Aglaura
hemistoma
Siphonophora
(Outros)
Vogtia glarera
Diphyes bojani
Bassia sp.
Abylopsis spp.
Chelophyes
apendiculata
Muggiaea
atlantica
Eudoxoides
mitra
Eudoxoides
spiralis
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço da Tartaruga Seco -Enseada Seco - Cabeço da Tartaruga
5 ind·10mֿ³
506 ind·10mֿ³
As densidades do filo Cnidaria estiveram entre 2 e 506 ind·10m
-3
, sendo
Eudoxoides spiralis a única espécie com alta densidade. As espécies com
densidades médias foram Eudoxoides mitra, Muggiaea atlântica, Lensia sp.,
Abylopsis sp., Bassia basensis, Diphyes bojani e Siphonophora (outros); e, as
espécies restantes apresentaram baixas densidades (Figura 9). No periodo chuvoso
as especies mais abundantes da maior à menor foram Eudoxoides spiralis,
Chelophyes apendiculata, Abylopsis spp. e Bassia sp. e no periodo seco foram
Eudoxoides mitra e Muggiaea atlântica.
Figura 9. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) das
espécies pertencentes ao filo Cnidaria, encontradas nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco
(setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo.
As espécies identificadas do filo Mollusca apresentaram densidades entre 2 e
2164 ind·10m
-3
(Figura 10). Gastropoda (outros) e o heteropoda Limacina inflata
(775 ind·10m
-3
) apresentaram altas densidades. Os organismos com densidade
médias foram Creseis virgula f. conica, Velíger de Mollusca, Limacina helicina,
Atlanta spp. e Clio andreae. As espécies restantes apresentaram densidades
baixas, inferiores a 26 ind·10m
-3
. No periodo chuvoso as especies mais abundantes
foram Creseis virgula forma conica e Atlanta spp. e no periodo seco Limacina spp.,
Veliger mollusca, Limacina helicina e Clio andreae.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
41
0
20
40
60
80
100
Creseis sp.
Paralarva
cephalopoda
Limacina
trochiformis
Creseis
virgula f.
constricta
Creseis
acicula
Protantla sp.
Clio cuspidata
Limacina
bullimoides
Pteropoda
Clio andreae
Atlanta spp.
Limacina
helicina
Veliger
mollusca
Creseis
virgula f.
conica
Limacina spp.
Gastropoda
(Outros)
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço da Tartaruga Seco -Enseada Seco - Cabeço da Tartaruga
4 ind·10mֿ³
2118 ind·10mֿ³
Figura 10. Abundância relativa (%) por período e estão de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) dos
organismos do filo Mollusca, encontrados nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco
(setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São
Pedro e São Paulo.
O filo Annelida se caracterizou pelo predomínio de baixas densidades (Figura
11). Autolytus sp. e Traviopsis lanceolata foram as únicas espécies que
apresentaram densidades médias. Autolytus sp. se registrou com uma densidade de
349 ind·10m
-3
, predominantemente na Enseada (94,9%) indistinatmente do período
de amostragem. Traviopsis lanceolata alcançou uma densidade de 55 ind·10m
-3
,
apresentando uma abundância relativa de 87% no Cabeço da Tartaruga durante o
período seco. As espécies restantes se caracterizaram por ter densidades baixas e
apresentar maiores abundâncias relativas no Cabeço da Tartaruga a excesão de
Rostraria carunculata que foi encontrada unicamente na Enseada durante o período
seco.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
42
0
20
40
60
80
100
Rostraria
carunculata
Phalacrophorus
uniformis
Phalacrophorus
pictus
Nectochaeta
poliqueta
Trocofora de
poliqueta
Palacrophorus
sp.
Lospilus sp.
Tomopteris sp.
Poliqueta
(Outros)
Traviopsis
lanceolata
Autolytus sp.
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço da Tartaruga Seco -Enseada Seco - Cabeço da Tartaruga
1 ind·10mֿ³
349 ind·10mֿ³
Figura 11. Abundância relativa (%) por período e estão de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) dos
organismos do filo Annelida, encontrados nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco
(setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipelago de São
Pedro e São Paulo.
Entre todos os organismos identificados neste estudo, Clausocalanus furcatus
foi a espécie com maior densidade (114720 ind·10m
-3
) sendo sua abundância
relativa maior na Enseada durante o período chuvoso (73,7%). As espécies da
subclasse Copepoda com altas densidades, que durante o período chuvoso
dominaram na Enseada foram Clausocalanus furcatus, Macrosetella gracilis (71,2%),
Corycaeus clausi (67%), Miracia efferata (63,5%), Euchaeta marina (52,9%),
Undinula vulgaris (45,76%) e Oithona spp. (49,4%); e no Cabeço da Tartaruga foram
Calocalanus pavo (94,2%), Pleuromamma borealis (88,8%), Microsetella rosea
(85,8%), Paracalanus aculeatus (75,4%), Corycaeus speciosus (60%) e Farranulla
gracilis (51,6%). Nas duas estações no período chuvoso Oncaea venusta se
apresentou com altas densidades (4067 ind·10m
-3
). Monstrilla sp. teve as maiores
abundâncias relativas durante o período seco (99%). Oithona plumifera (63%),
Nannocalanus minor (57%) e Euchaeta sp. (90%) tiveram maiores densidades no
Cabeço da Tartaruga durante o período seco e Neocalanus gracilis nessa estação
nos dois períodos de amostragem (77%). Os Copepoda Oncaea media e Scolecithrix
danae foram abundantes tanto nas duas estações como nas duas épocas de
amostragem (Figura 12).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
43
0
20
40
60
80
100
Monstrillidae
Corycaeus
clausi
Pleuromamma
borealis
Microsetella
rosea
Neocalanus
gracilis
Euchaeta sp.
Miracia
efferata
Macrosetella
gracilis
Corycaeus
speciosus
Oncaea
venusta
Paracalanus
aculeatus
Euchaeta
marina
Nannocalanus
minor
Calocalanus
pavo
Oithona
plumifera
Scolecithrix
danae
Undinula
vulgaris
Farranulla
gracilis
Oncaea media
Clausocalanus
furcatus
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço da Tartaruga Seco -Enseada Seco - Cabeço da Tartaruga
509 ind·10mֿ³
114720 ind·10mֿ³
As espécies de Copepoda com densidades médias em ordem decrescente
foram Paracandacia simplex, Neocalanus robustior, Calocalanus pavoninus,
Rhincalanus cornutus, Candacia pachydactyla, Centropages violaceus, Phaena
spinifera, Sapphirina nigromaculata, Copilia mirabilis, Lucicutia gaussae, Euchaeta
pubera, Heterorhabdus papilliger, Ocusetella gracilis, Pleuromamma piseki,
Euchaeta acuta, Pareucalanus sewelli, Clausocalanus sp., Clausocalanus lividus,
Pleuromamma xiphias, Oithona robusta, Corycaeus latus, Lucicutia flavicornis,
Pontellina platychela, Corycaeus sp., Labidocera nerii, Mesocalanus tenuicornis,
Neocalanus sewelli, Acartia danae e Copepoda (outros).
Figura 12. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade total (ind·10m
-3
)
dos organismos mais abundantes da classe Copepoda (›500 ind·10m
-3
), encontrados nos
períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço
da Tartaruga do Arquipelago de São Pedro e São Paulo.
Os Crustacea holoplanctônicos (exceto Copepoda) apresentram densidades
entre baixas e altas com valores entre 2 e 1794 ind·10m
-3
. Euphausiacea (Outros) e
Ostracoda (Outros) apresentaram altas densidades e alcançaram as maiores
abundâncias relativas no Cabeço da Tartaruga durante o período seco (> 64%). O
Amphipoda Lestrigonus macrophthalmus apresentou alta densidade (515 ind·10m
-3
)
e foi mais abundante durante o período chuvoso principalmente no Cabeço da
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
44
0
20
40
60
80
100
Phrosina
semilunata
Hiperoche
medusarum
Phronimopsis
spinifera
Amphipoda
(Outros)
Phoronimopsis
sp.
Thysanoessa
longicaudata
Halocypris spp.
Myscidaceo
Thysanoessa sp.
Tetrathyrus
forcipatus
Conchoecia sp.
Lestrigonus
macrophthalmus
Ostracoda
Euphausiacea
(Outros)
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
52 ind·10mֿ³
1794 ind·10mֿ³
0
20
40
60
80
100
Euphausiacea
(Nauplio)
Cirripedia
(juvenil)
Brachyura
(Megalopa)
Nauplio
cirripedia
Stomatopoda
(Pseudozoea)
Decapoda
(Larvas)
Nauplio
Mastigopus
Eufasia
(Zoea)
Cirripedia
(cypris)
Caridea
(Larvas)
Alphaeidae
Brachyura
(Zoea)
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço da Tartaruga Seco -Enseada Seco - Cabeço da Tartaruga
2 ind·10mֿ³
1794 ind·10mֿ³
Tartaruga (68,20%). As espécies com densidades médias foram Conchoecia sp.,
Tetrathyrus forcipatus, Thysanoessa sp., Myscidacea, Halocypris spp., Thysanoessa
longicaudata, Phronimopsis sp., Phronimopsis spinifera, Hiperoche medusarum,
Phrosina semilunata e Amphipoda (outros) (Figura 13).
Figura 13. Abundância relativa (%) por período e estão de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) dos
organismos do filo Crustácea (não Copepoda) mais abundantes (Holoplâncton › 50 ind·10m
-3
gráfico superior, meroplâncton gráfico inferior), encontrados nos períodos chuvoso (maio-
junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do
Arquipelago de São Pedro e São Paulo.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
45
Os estágios larvais de Crustacea apresentaram densidades entre 5 e 25641
ind·10m
-3
correspondendo a valores entre baixos e altos (Figura 13). Os organismos
com altas densidades foram as zoeas de Brachyura (25641 ind·10m
-3
), larvas de
Alphaeidae (15962 ind·10m
-3
), mysis de Caridea (2743 ind·10m
-3
), cypris de
Cirripedia (1517 ind·10m
-3
) e calyptosis de Euphausiacea (1444 ind·10m
-3
). Os
organismos com densidades médias foram as larvas de Euphausiacea (mastigopus)
e náuplios, com maiores densidades no Cabeço da Tartaruga, as duas primeiras no
período seco, e a última nos dois períodos de amostragem. Entre os Crustacea
meroplanctônicos de baixa densidade a pseudozoea de Stomatopoda, a megalopa
de Brachyura e os náuplios de Euphausiacea se encontraram exclusivamente no
Cabeço da Tartaruga durante o perido seco. As larvas de Cirripedia foram
encontradas principalmente na Enseada, os náuplios durante o período seco e os
juvenis durante o período chuvoso.
Serratosagita serratodentata foi a espécie dominante dentre os Chaetognatha
obtendo uma densidade de 6142 ind·10m
-3
correspondendo à 59% dos indivíduos no
Cabeço da Tartaruga durante o período seco (Figura 14). Flacisagitta enflata
alcançou altas densidades (718 ind·10m
-3
) e sua abundância relativa foi maior no
Cabeço da Tartaruga independente da época de amostragem. Flacisagitta hexaptera
e Pterosagitta draco foram encontradas com densidades médias e maiores
abundâncias relativas no Cabeço da Tartaruga durante o período seco. Ferosagitta
híspida, pelo contrário, obteve as maiores densidades na Enseada nesse período.
A densidade da larva braquiolaria do filo Echinodermata foi baixa, com um
total de 54 ind·10m
-3
nas duas estações e períodos de amostragem. Não foi
registrada durante o período chuvoso. Durante o período seco apresentou uma
abundância relativa de 40,7% na Enseada e 59,3 % no Cabeço da Tartaruga.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
46
0
20
40
60
80
100
Chaetognatha
(Juvenis)
Ferosagitta
hispida
Flaccisagitta
hexaptera
Pterosagitta
draco
Flaccisagitta
enflata
Serratosagitta
serratodentata
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço da Tartaruga Seco -Enseada Seco - Cabeço da Tartaruga
56 ind·10mֿ³
6158 ind·10mֿ³
Figura 14. Abundância relativa (%) por período e estão de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) dos
organismos do filo Chaetognatha, encontrados nos períodos chuvoso (maio-junho) e seco
(setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do Arquipelago de São
Pedro e São Paulo.
A espécie Oikopleura longicauda alcançou a maior densidade dentro dos
Chordata com um valor de 5584 ind·10m
-3
com maiores abundâncias relativas no
Cabeço da Tartaruga durante o período chuvoso (64%). Oikopleura dioica alcançou
densidades médias registrando 72 ind·10m
-3
principalmente distribuídos no Cabeço
da Tartaruga e Oikopleura sp. com densidades baixas (2 ind·10m
-3
) no Cabeço da
Tartaruga durante o período seco (Figura 15).
Doliolum denticulatum alcançou uma densidade de 103 ind·10m
-3
ocorrendo
apenas no Cabeço da Tartaruga e com maiores abundâncias relativas durante o
período chuvoso. Thalia cicar e Thalia democratica foram encontradas com
abundâncias altas, unicamente no período chuvoso e com maiores abundâncias na
Enseada. Weelia cylindrica se apresentou com densidades médias (393 ind·10m
-3
) e
Pegea socia com baixas densidades (10 ind·10m
-3
). Pyrosoma atlanticum foi
encontrada numa única coleta na Enseada durante o período seco (Figura 15).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
47
0
20
40
60
80
100
Oikopleura
sp.
Pyrosoma
Atlanticum
Pegea socia
Doliolum
denticulatum
Thalia sp.
Oikopleura
dioica
Dolioloides
rarum
Weelia
cylindrica
Thalia
democratica
Thalia cicar
Oikopleura
longicauda
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço da Tartaruga Seco -Enseada Seco - Cabeço da Tartaruga
2 ind·10mֿ³
5584 ind·10mֿ³
Figura 15. Abundância relativa (%) por período e estação de amostragem e densidade total (ind·10m
-3
)
das espécies do filo Chordata subfilo Urochordata, encontradas nos períodos chuvoso (maio-
junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do
Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
O subfilo vertebrata foi representado por ovos e larvas de peixes. As larvas
vitelinas de Teleostei alcançaram as maiores densidades entre este grupo (47656
ind·10m
-3
) se encontrando com maiores valores na Enseada principalmente durante
o período deco. Os ovos alcançaram altas densidades (10476 ind·10m
-3
) sendo os
ovalados os que obtiveram uma densidade de 3287 ind·10m
-3
com maior abundância
na Enseada durante o período seco. A larva de Myctophidae e os ovos de
Exocoetidae apresentaram densidades médias com maiores valores na Enseada
durante o período seco. As outras larvas de Teleostei foram pouco abundantes se
apresentando somente durante o período seco a exceção da larva de
Hemiramphidae que se apresentou exclusivamente durante o período chuvoso
(Figura 16).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
48
0
20
40
60
80
100
Scombridae
Exocoetidae
Hemiramphidae
Teleostei
(Outras Larvas)
Myctophidae
Exocoetidae
(Ovo)
Teleostei
(ovos)
Teleostei
(Larvas
vitelinas)
ESPECIES
Abundancia Relativa (%).
Chuvoso - Enseada Chuvoso - Cabeço da Tartaruga Seco -Enseada Seco - Cabeço da Tartaruga
4 ind·10mֿ³
47656 ind·10mֿ³
Figura 16. Abundância relativa (%) por período e estão de amostragem e densidade (ind·10m
-3
) das
dos organismos do filo Chordata – Divisão Teleostei, encontradas nos períodos chuvoso (maio-
junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 na Enseada e no Cabeço da Tartaruga do
Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
5.4. BIOMASSA
Os valores de biomassa em geral foram menores no período chuvoso.
Durante o período chuvoso, a maioria dos valores se encontraram entre 0,01 e 0,15
g.m
-3
( =0,39; D.P. = 1,12; N = 10), predominando maiores valores na Enseada. No
entanto, foram registrados dois picos de biomassa que ultrapassaram os valores
tipicamente observados durante esse período. No Cabeço da Tartaruga o dia 2 pela
manhã foi registrado um valor de 1,42 g.m
-3
e na Enseada o dia 4 à tarde se obteve
um valor de 4,9 g.m
-3
(Figura 17).
Durante o período seco se encontraram a maioria dos valores entre 0,01 e
0,16 g·m
-3
( =0,53; D.P. = 1,00; N = 36). Em 4 coletas foram registrados valores
superiores, entre 1 e 2 g·m
-3
(Enseada 2T, 4M e 7M e Cabeço 3T) e o pico máximo
foi encontrado na Enseada no dia 8 à tarde, com um valor de 5,5 g·m
-3
(Figura 17).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
49
0
0.5
1
1.5
2
Coletas
(mg m-3)
5,5
3
0
0.5
1
1.5
2
1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 6M 6T 7M 7T 8M 8T 9M 9T
Coletas
g · mֿ³
Enseada Cabeço da Tartaruga
4,9
g·mֿ³
5,5
g·mֿ³
PERIODO CHUVOSO
PERIODO SECO
Figura 17. Biomassa úmida (g.m
-3
) do Arquipélago de São Pedro e São Paulo do período chuvoso
(maio-junho) e do período seco (setembro-outubro) de 2005, nas estações Enseada e Cabeço
da Tartaruga, nos horários da manhã (M) e à tarde (T).
5.5. ÍNDICES ECOLÓGICOS
O número de espécies por coleta, nos dois períodos de amostragem foi de 12
a 73. Maiores riquezas foram encontradas no Cabeço da Tartaruga,
independentemente do período e horário de amostragem (Figura 18). No entanto,
durante o período chuvoso, os dias 2 e 4 à tarde, na Enseada foram encontradas
maiores riquezas que no Cabeço da Tartaruga. Durante o período seco foi
observada uma maior riqueza na Enseada, unicamente no dia 3 à tarde (46 espécies
na Enseada e 36 espécies no Cabeço da Tartaruga), nas outras coletas a riqueza foi
predominantemente maior no Cabeço da Tartaruga. No período seco se
apresentaram maiores variações na riqueza de um dia para o outro e diferencias
maiores entre Cabeço da Tartaruga e Enseada, principalmente, entre os dias 4 e 7.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
50
0
20
40
60
80
1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 6M 6T 7M 7T 8M 8T 9M 9T
COLETAS
No. Individuos
Riqueza Enseada Riqueza Cabeço da Tartaruga
PERIODO CHUVOSO PERIODO SECO
Figura 18. Riqueza em espécies no período chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005,
nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, nos
horários da manhã (M) e à tarde (T).
Os valores de diversidade de Shannon (H’) calculados para os dois períodos
de amostragem, se encontraram entre baixos e muito altos (1,1 e 5,1 bits ind
-1
)
(Figura 19). No período chuvoso, os valores foram predominantemente altos,
observando na Enseada as menores diversidades nas coletas realizadas à tarde nos
dias 1,2 e 4 (3,5; 2,9 e 2,7 bits.ind
-1
, respectivamente) e a maior no horário de
manhã do segundo dia de coleta (4,4 bits.ind
-1
). No Cabeço da Tartaruga durante o
segundo dia de coleta se alcançou tanto a maior como a menor diversidade para
esse período, com valores de 5,1 bits.ind
-1
de manhã e 1,2 bits.ind
-1
à tarde (Figura
5). No período seco, os valores de diversidade apresentaram maiores variações na
Enseada do que no Cabeço da Tartaruga. Na Enseada, baixas diversidades foram
encontradas à tarde do sexto e do sétimo dias de coleta, com valores de 1,3 e 1,1
bits.ind
-1
respectivamente, e o terceiro dia de coleta à tarde foi encontrado o maior
valor (4,1 bits.ind
-1
). No Cabeço da Tartaruga as diversidades foram entre altas e
muito altas em todas as coletas, encontrando o mínimo valor no dia 3 à tarde e o
máximo no dia 6 à tarde.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
51
0
1
2
3
4
5
6
1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 6M 6T 7M 7T 8M 8T 9M 9T
COLETAS
bitind
-1
H' Enseada H' Cabeço da Tartaruga
PERIODO CHUVOSO
PERIODO SECO
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 1M 1T 2M 2T 3M 3T 4M 4T 5M 5T 6M 6T 7M 7T 8M 8T 9M 9T
COLETAS
J'
J' Enseada J' Cabeço da Tartaruga
PERIODO CHUVOSO
PERIODO SECO
Figura 19. Valores de diversidade de espécies - Shannon (H’) no período chuvoso (maio-junho) e seco
(setembro-outubro) de 2005, nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de
São Pedro e São Paulo, nos horários da manhã (M) e à tarde (T).
A Equitabilidade oscilou entre 0,23 e 0,87 nos dois períodos de amostragens,
em geral observando os valores máximos e mínimos coincidentes com os de
diversidade (Figura 20). No período seco, na Enseada se observou o valor mínimo o
dia 7 à tarde (0,51) e o máximo no dia 2 de manhã (0,84). No Cabeço da Tartaruga,
o valor mínimo se encontrou no dia 2 à tarde (0,23) e o máximo no dia 1 à tarde
(0,86).
Figura 20. Valores de Equitabilidade (J’) no período chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro)
de 2005, nas estações Enseada e Cabeço da Tartaruga do Arquipélago de São Pedro e São
Paulo, nos horários da manhã (M) e à tarde (T).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
52
No período seco, na Enseada, a menor equitabilidade foi encontrada no dia 6
à tarde (0,28) e a maior no dia 9 de manhã (0,86). No Cabeço da Tartaruga a
equitabilidade foi alta com valores entre 0,61 e 0,84 nos dias 9 e 7 de manhã,
respectivamente.
5.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA
O Índice de Sperman calculado entre os valores de biomassa úmida e a
densidade de cada um dos grupos zooplanctônicos encontrados em cada coleta,
permitiu determinar uma correlação significativa (rs> 5; p<0,05) unicamente com
densidade de larvas de Decapoda e ovos e larvas de Teleostei (APÊNDICE 2). Na
Enseada predominantemente à tarde, a correlaçâo observada foi diretamente
proporcional, encontrando as maiores densidades de larvas de Decapoda e larvas e
ovos de Teleostei relacionadas com altas biomassas zooplanctônicas.
O teste Mann-Whittney determinou diferenças estatisticamente significativas
(p<0,05) espaciais (Enseada e Cabeço da Tartaruga), sazonais (períodos chuvoso e
seco) e nictemerais (manhã e tarde) entre alguns dos grupos zooplanctônicos
encontrados (APÊNDICE 3).
Os grupos zooplanctônicos que apresentaram diferenças significativas
espacias (p<0,05) foram Siphonophora, Pteropoda, Anellida, Copepoda, Amphipoda,
Euphausiacea, Mysidacea, Ostracoda, Chaetognatha e Appendicularia. Na Enseada,
unicamente a classe Copepoda foi encontrada com uma maior abundância enquanto
que no Cabeço da Tartaruga predominaram os demais grupos (APÊNDICE 3).
Os grupos que foram significativamente diferentes (p<0,05) entre períodos
foram Protista, Mysidacea, Ostracoda, Cladocera, Chaetognatha, Echinodermata,
Appendicularia e Thaliacea, se apresentando com maiores densidades no período
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
53
chuvoso os Protista, Cladocera, Ostracoda, Appendicularia e Thaliacea e no período
seco os grupos restantes (APÊNDICE 3).
Os grupos que apresentaram diferenças significativas (p<0,05) de acordo com
o horário de amostragem foram Hidromedusae, Mollusca (outros), Anellida,
Ostracoda, Copepoda, Amphipoda, larvas de Decapoda, Appendicularia e Teleostei,
sendo Appendicularia o único grupo que apresentou maiores abundâncias na manhã
(APÊNDICE 3).
5.7. MÉTODOS DE AGRUPAMENTO E ORDENAÇÃO
Baseado na abundância e composição dos grupos zooplanctônicos das 56
coletas realizadas durante os períodos chuvoso e seco de 2005 no ASPSP, a
análise da comunidade foi correlacionada principalmente com a biomassa, e as
variações sazonais, espaciais e nictemerais.
O dendrograma de similaridade (r = 0,93543) resultou em três grupos
diferentes (Figura 21). O grupo A foi o que apresentou maiores densidades.
Teleostei e as Larvas de Decapoda foram as responsáveis pelas maiores biomassas
na área de estudo principalmente na Enseada. Este grupo, com exceção de
Chaetognatha, se caracterizou por apresentar variações nictemerais, sendo mais
abundante nas coletas realizadas no horário da tarde. O grupo B foi formado por
organismos menos freqüentes e que se caracterizaram principalmente por
apresentar variações espaciais como os grupos Siphonophora, Pteropoda,
Amphipoda, Euphausiacea e Ostracoda, sendo mais abundantes no Cabeço da
Tartaruga. O grupo C, esteve formado por grupos zooplanctônicos esporádicos,
representados por poucas espécies e por baixas abundâncias.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
54
Figura 21. Dendrograma de associação (Similaridade de Bray-Curtis - WPGMA) dos grupos
zooplanctônicos durante os períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005
no Arquipelago de São Pedro e São Paulo.
O MDS não definiu grupos totalmente diferenciados, no entanto mostrou uma
tendência a separar as coletas realizadas de manhã e à tarde, e as realizadas no
Cabeço da Tartaruga e na Enseada, mostrando a mesma tendência nictemeral e
espacial observada no dendrograma (Figura 22). Observaram-se três estações
marcadamente separadas das outras, que foram A2CM, A4ET e B6EM. A coleta
A2CM apresentou o maior número de espécies e a maior diversidade do estudo.
Protista, Siponophora e Urochordata foram bem representados e com altas
abundâncias. Quanto ao grupo Copepoda, as espécies que se destacaram nesta
coleta foram Neocalanus gracilis, Paraecalanus aculeatus, Calocalanus pavo,
Euchaeta acuta, Corycaeus speciosus, Farranulla gracilis, Microsetella rosea, Copilia
mirabilis, Pleuromamma piseki, P. borealis, P. xiphias, Lucicutia gaussae, e
Heterorhabdus papilliger. A coleta A4ET se caracterizou pelo domínio de Copepoda
representado com maiores abundâncias pelas espécies Undinula vulgaris,
Clausocalanus furcatus, Euchaeta marinha, Centropages violaceus, Saphirina
nigromaculata, Macrosetella gracilis, Miracia efferata e Corycaeus clausi. A coleta
B6EM foi a que apresentou o menor número de espécies com a menor densidade
CNIDARIA (Antozoa larva)
CNIDARIA (Hidromedusae)
CRUSTACEA (Cladocera)
CRUSTACEA (Lucifer)
ANELLIDA (Outros)
CRUSTACEA (Mysidacea)
ECHINODERMATHA
MOLLUSCA (Heteropoda)
CHORDATA (Thaliacea)
ANELLIDA (Poliqueta)
PROTISTA
MOLLUSCA (Pteropoda)
CRUSTACEA (Amphipoda)
CRUSTACEA (Euphausiacea)
CRUSTACEA (Ostracoda)
CNIDARIA (Siphonophora)
MOLLUSCA (Outros)
CRUSTACEA (Copepoda)
CHAETOGNATHA
CHORDATA (Urochordata)
CRUSTACEA (Larvas Decapoda)
CHORDATA (Vertebrata)
0 20406080100
Valor Cofenético
r = 0.93543
A
B
C
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
55
total de organismos. As unicas espécies encontradas nesta estação foram Rostraria
carunculata Calocalanus pavoninus, Candacia pachydactyla, Corycaeus speciosus,
Cirripedia (juvenil), Oikopleura sp., Teleostei (outros), Limacina helicina, Farranulla
gracilis e Weelia cylindrica
Figura 22. Análise de Ordenação Escala Multidimensional Não-paramétrica (MDS) das 56 coletas
realizadas durante os períodos chuvoso (maio-junho) e seco (setembro-outubro) de 2005 no
Arquipelago de São Pedro e São Paulo.
5.8. CONDIÇÕES AMBIENTAIS NO ATLÂNTICO EQUATORIAL
Embora os valores médios de pluviosidade diária mostrassem algumas
chuvas leves ao oeste do ASPSP durante o período maio-junho de 2005 com
valores muito baixos, durante os dois períodos a pluviosidade foi praticamente nula
(Figura 23). Durante os dois períodos de amostragem no ASPSP não se
apresentaram precipitações; no entanto, aproximadamente três dias antes das
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
56
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
A1 A2 A3 A4 A5 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9
DIA DE COLETA
PLUVIOSIDADE (mm · horaֿ¹)
0°N 23°W 0°N 35°W
coletas realizadas durante maio-junho, foram registradas chuvas esporádicas
informadas pelos pesquisadores que se encontravam no arquipélago nos dias
anteriores.
Figura 23. Valores médios de pluviosidade diária (mm·hora
-1
) correspondentes aos dias de coleta dos
períodos chuvoso-A (maio-junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias
do projeto PIRATA localizadas no Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do
ASPSP) e 0°N 23°W (Oeste do ASPSP).
A temperatura superficial da água do mar (TSM) apresentou menores valores
durante o período maio-junho de 2005. A TSM durante esse período se encontrou
entre 25 e 26°C e durante o período setembro-outubro entre 26 e 28°C (Figura 24).
Esses valores se relacionaram com a profundidae da isoterma de 20 °C
(Termoclina), observando que durante maio-junho a isoterma se encontrou
aproximadmente a 90 m de profundidade e durante setembro-outubro o seu
deslocamento até aproximadamente 120 m de profundidade (Figura 25).
A salinidade não mostrou diferenças entre os dois períodos de coleta,
encontrando os valores entre 35,6 e 36,2 UPS, mostrando dessa forma a pouca
variabilidade deste parâmetro no sistema oceânico (Figura 26).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
57
24
25
26
27
28
29
A1 A2 A3 A4 A5 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9
DIA DE COLETA
TSM (°C)
N 23°W 0°N 35°W
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
A1 A2 A3 A4 A5 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9
DIA DE COLETA
PROFUNDIDAE DA ISOTERMA 20°
(m)
0°N 23°W 0°N 35°W
Figura 24. Valores médios da Temperatura Superficial do Mar (°C) nos dias de coleta dos períodos
chuvoso-A (maio-junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do
projeto PIRATA localizadas no Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do
ASPSP) e 0°N 23°W (Oeste do ASPSP).
Figura 25. Profundidade da Termoclina (m) nos dias de coleta dos períodos chuvoso-A (maio-junho) e
seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do projeto PIRATA localizadas no
Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do ASPSP) e 0°N 23°W (Oeste do
ASPSP).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
58
35.5
35.7
35.9
36.1
36.3
36.5
A1 A2 A3 A4 A5 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9
DIA DE COLETA
SALINIDADE (UPS)
0°N 23°W 0°N 35°W
Figura 26. Valores médios de salinidade diaria (UPS) nos dias de coleta dos períodos chuvoso-A (maio-
junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do projeto PIRATA
localizadas no Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do ASPSP) e 0°N 23°W
(Oeste do ASPSP).
A informaçâo de direção e velocidade dos ventos mostrou diferenças entre os
dois períodos (Figura 27). Durante maio-junho de 2005, as velocidades se
encontraram entre 1,6 e 4 m·s
-1
e com direção predominantemente nordeste, mas
observado variações nas direções entre as duas bóias, principalmente o dia 2
(sudoeste) e o dia 5 (sudeste). Durante setembro-outubro se observaram maiores
velocidades, entre 6,3 e 7,9 m·s
-1
, e com ventos caracteristicamente do nordeste.
Os dados de correntes superficias ao leste do ASPSP mostraram um fluxo
com direção basicamente oeste durante maio-junho de 2005 com velocidades entre
0,35 e 0,50 m·s
-1
(Figura 28). Durante setembro-outubro o fluxo basicamente
apresentou direção sul-sudoeste, com um incremento nas velocidades com relação
ao primeiro período, com valores entre 0,23 e 0,84 m·s
-1
.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
59
Figura 27. Direção e Velocidade (m·s
-1
) dos ventos nos dias de coleta dos períodos chuvoso-A (maio-
junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do projeto PIRATA,
localizadas no Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do ASPSP) e 0°N 23°W
(Oeste do ASPSP).
Figura 28. Direção e Velocidade (m·s
-1
) da corrente superficial nos dias de coleta dos períodos
chuvoso-A (maio-junho) e seco-B (setembro-outubro) de 2005, obtidos de duas bóias do
projeto PIRATA, localizadas no Atlântico Equatorial nas coordendas 0°N 23°W (Leste do
ASPSP).
SE
NO
NE
SO
SE
NO
NE
SO
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
60
6. DISCUSSÃO
O Arquipélago de São Pedro e São Paulo é um ambiente isolado no meio do
oceano Atlântico, sendo a influência antrópica mínima resultante da presença
esporádica de pesquisadores na estação científica e as atividades pesqueiras na
área. Esse isolamento faz deste ecossistema um lugar de alto interesse para
pesquisadores nas áreas biológica, geológica, química e física, ao considerar o
ASPSP como um ambiente peculiar cujas comunidades estão dominadas
praticamente pelas condições hidrológicas e atmosféricas da região.
Sistemas isolados como montes submarinhos e rochedos são interessantes
na analise da dispersão e biogeografia de muitas espécies que têm estágios larvais
no plâncton. Muitas dessas populações mantêm o estoque local e tamm podem
exportar indiduos para ecossistemas próximos ou importar organismos de outras
regiões. Esses ecossistemas também são considerados excepcionais para examinar
a evolução e especiação no mar profundo (FORGES et al., 2000).
As comunidades de ecossistemas insulares têm diferenças significativas
quando comparadas com as comunidades continentais (PINTO-COELHO, 2000).
Mac Arthur e Wilson (1972) em sua teoria da biogeografia de ilhas formularam que o
número de espécies numa ilha era uma combinação entre a taxa de imigração
(chegada de novas espécies) e a taxa de extinção (remoção de espécies). A taxa de
imigração é condicionada pela distância existente entre a ilha e o continente e a taxa
de extinção é determinada pelo tamanho da ilha.
As regiões tropicais e equatoriais se caracterizam por apresentar um elevado
número de espécies tanto nos ecossistemas terrestres como oceânicos (PINTO-
COELHO, 2000), e a riqueza da comunidade zooplanctônica encontrada no ASPSP
no período de estudo foi o reflexo desta condição típica de baixas latitudes, com um
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
61
registro total de 183 espécies. Estudos feitos nas águas costeiras e oceânicas do
nordeste brasileiro registraram uma riqueza zooplanctônica menor a encontrada
neste estudo. Neumann-Leitão, et al. (1999) identificaram 141 espécies
mesozooplanctônicas e Cavalcanti e Larrazábal (2004) registraram 63 espécies de
macrozooplâncton na plataforma continental nordestina. Isso mostra que ambientes
oceânicos embora oligotróficos, mantém uma alta diversidade e riqueza de espécies,
às vezes maior que a encontrada em águas neríticas de alta produtividade.
A riqueza de espécies foi maior no Cabeço da Tartaruga, independente do
período de amostragem e do horário de coleta. O Cabeço da Tartaruga por ser uma
área exposta as ondas, apresenta condições mais instáveis que as encontradas na
Enseada, que se caracteriza por ser uma área interior protegida pelos rochedos.
Acreditava-se que o plâncton era uma comunidade rica em espécies por existir em
um meio altamente homogêneo, evento observado na maioria das comunidades
biológicas e denominado equilíbrio dinâmico. No entanto, Hutchinson (1961)
formulou o “Paradoxo do plâncton”, que diferencia esta comunidade das outras por
se encontrar continuamente perturbada por forças físicas e químicas cujos
gradientes são insuficientes para o estabelecimento de equilíbrio dinâmico. A
ausência de equilíbrio é o fator responsável pela manutenção de uma alta
diversidade na comunidade planctônica. Dessa forma, no ASPSP, a maior riqueza
do Cabeço da Tartaruga poderia se relacionar com a instabilidade da área externa
do arquipélago e a menor, com a estabilidade da Enseada.
O ASPSP não oferece para as comunidades biológicas nichos muito variados
que favoreçam o aumento da diversidade (PINTO-COELHO, 2000). O substrato do
arquipélago formado por rochas plutônicas e seu reduzido tamanho, permitiram o
desenvolvimento de poucas algas bentônicas, principalmente Caulerpa racemosa,
algumas fanerógamas introduzidas pelos pescadores (VASKE-JR., 2006) e
reduzidos ambientes recifais (AMARAL et al., 2002). Embora a diversidade de
habitats seja uma das principais explicações da diversidade dos ecossistemas, foi
observada uma alta diversidade da comunidade zooplanctônica nos dois períodos
de amostragem. Um sistema é diverso se compreende um alto número de espécies,
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
62
se as espécies no sistema são muito diferentes umas das outras e se os indivíduos
das diferentes espécies encontradas estão equitativamente distribuídas
(BAUMAGÄRTER, 2004). Em ambientes caracterizados por uma coluna de água
estratificada com uma termoclina definida, como é o caso do ASPSP, a pressâo por
predação pode ser uma das principais causas de altas diversidades (MCGOWAN e
WALKER, 1985; LONGHURST,1985). A diversidade no ASPSP foi encontrada
predominantemente entre valores médios e altos. Da mesma forma, se observou
que as espécies identificadas foram predominantemente eqüitativas nas coletas
realizadas (>0,6). Baixas Equitabilidades (< 0,5) e diversidades (< 2 bits · ind
-1
)
foram encontradas no período chuvoso (A2CT) como resultado da dominância de
Clausocalanus furcatus representando 86% dos indivíduos coletados e durante o
período seco (B6ET-B7ET) pela dominância de larvas vitelinas de Teleostei
representando mais do 80% dos indivíduos coletados.
Na zona tropical do Atlântico as espécies de Copepoda compreendem entre
60 e 90% da abundância do mesozooplâncton e entre elas, Clausocalanus furcatus
é considerada uma das mais abundantes (PIONTKOVSKI et al., 2006; NEUMANN
LEITÃO et al., 1999). Neste estudo foi uma espécie muito abundante e com alta
freqüência tanto no Cabeço da Tartaruga como na Enseada.
O aumento representativo de larvas vitelinas de Teleostei pode indicar uma
época de desova durante o período seco, principalmente observado no horário da
tarde, com densidades que superaram os 12000 ind·10m
-3
na Enseada. Montes
submarinhos e ilhas oceânicas têm um papel importante na produção pesqueira por
serem importantes concentradores de espécies de alto valor comercial
(FONTENEAU, 1991) com fins alimentares ou reprodutivos.
As biomassas encontradas neste estudo apresentaram um máximo de 5,5
g·m
-3
, com valores predominantemente inferiores a 2 g·m
-3
, o que é característico de
águas oceânicas. Esses valores foram altos se comparados com as biomassas
zooplanctônica registradas em águas do nordeste brasileiro com valores geralmente
entre 10 e 120 mg·m
-3
(NEUMANN-LEITÃO et al., 1999; EKAU e KNOPPERS,
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
63
1999), mas baixos se comparados com aguas de alta produtividade no Atlântico sul
ocidental que se caracterizam por apresentar valores superiores a 200 g·m
-3
(BOLTOVSKOY, 1999). Com poucas exceções, a biomassa foi maior na Enseada do
que no Cabeço da Tartaruga. Nas coletas realizadas na Enseada foram encontrados
organismos bentônicos como macroalgas e colônias de Hidrozoa e mudas de alguns
crustáceos como Cirripedia e Decapoda e crustáceos das classes Isopoda e
Amphipoda (Gammaridae), todos organismos bentônicos que foram resuspendidos
provavelmente por movimentos turbulentos na coluna de agua no momento da
coleta. Este fator incrementou os valores de biomassa encontrados na Enseada nos
dois períodos de amostragem.
A comunidade zooplanctônica se caracteriza por uma distribuição em
manchas e a distribuição das freqüências das espécies em qualquer mancha é
imprevisível, porém se estabiliza sobre toda a comunidade quando todas as
manchas são somadas (UGLAND E GRAY, 1982). De acordo com essa teoria,
foram estabelecidos três grupos de freqüências para a comunidade zooplanctônica:
os raros (65%), intermediários (25%) e comuns (10%). No presente estudo, os
organismos esporádicos somaram 66,4% (raros), os pouco freqüentes o 26%
(intermediários), os freqüentes (3,4%) e os muito freqüentes (4,4%), a soma destes
dois últimos formando o grupo dos comuns. Os resultados obtidos concordam com
o modelo estabelecido por Ugland e Gray (1982), podendo determinar as espécies
que foram freqüentes e muito freqüentes como as que realizam o maior papel na
comunidade e que podem ser denominadas espécies “chave” (NEW, 1995).
De acordo com as freqüências de ocorrência registradas, no ASPSP foram
encontradas 15 organismos chave,. O grupo Copepoda foi dominante representado
por Clausocalanus furcatus, Undinula vulgaris, Scolecithrix danae, Euchaeta marina,
Nannocalanus minor, Oithona plumifera, Oncaea venusta, Oncaea media,
Corycaeus speciosus e Farranulla gracilis. O domínio de espécies holoplanctônicas
é uma das características dos ecossistemas oceânicos, sendo Copepoda o grupo
mais representativo (BOLTOVSKOY, 1999). Esses Copepoda são todos
epiplanctônicos de águas oceânicas e a maioria encontram-se amplamente
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
64
distribuídos no Atlântico equatorial (BJÖRNBERG, 1981; BRADFORD-GRIEVE et
al., 1999). Altas abundâncias de machos e femeas de Undinula vulgaris foram
registradas neste estudo, sendo este o único Copepoda não considerado oceânico,
e pelo contrario, definido como uma espécie típica de águas quentes de plataforma e
da corrente do Brasil (BJÖRNBERG, 1981). Scolecithrix danae é epipelágico de
águas subsuperficiais de dia e superficiais à noite, oceânica, com ampla distribuição
na região tropical e subtropical (BJÖRNBERG, 1981; BRADFORD-GRIEVE et al.,
1999). Euchaeta marina é comum em águas quentes, de plataforma e oceânicas,
concentrada entre os 25-100 m subindo a superfície à noite (BJÖRNBERG, 1981).
Nannocalanus minor é indicador de oligotrofia, epipelágico, oceânico, geralmente
encontrado em uma profundidade de 200 m (BJÖRNBERG, 1981).
Além dos copepoda, os outros grupos chave para este ecossistema foram
cypris de Cirripedia, larvas zoeas de Brachyura, Euphausiacea (Outros),
Serratosagitta serratodentata, Oikopleura longicauda e larvas vitelinas e ovos de
Teleostei. A larva cypris de Cirripedia tem a capacidade de nadar e se deslocar
sobre o substrato a procura do tipo de sustrato mais adequado para a fixação,
comportamento único que tem favorecido a colonização destes organismos em
diversos habitats desde rochas até tecidos moles de animais (HOEG e MOLLER,
2006). Os crustáceos Brachyura do ASPSP estão representados pelos caranguejos
Grapsus grapsus, Plagusia depressa, Mitrhaculus forceps, Euryozius sanguineus,
Xanthodius denticulatus e Pachygrapsus corrugatus, sendo Grapsus grapsus o
caranguejo mais abundante no arquipélago (VASKE-JR., 2006) e que de acordo
com os registros é uma espécie que só ocorre em ilhas oceânicas, também sendo
encontrado no arquipélago de Fernando de Noronha e Atol das Rocas.
Euphausiacea é um grupo freqüentemente dominante dentre os crustáceos
holoplanctônicos e distribuído principalmente em regiões de alta produtividade
ambiental (GIBBONS, et al., 1999). Serratosagitta serratodentata é uma espécie
epipelágica e estenohalina típica do Atlântico, tropical-subtropical (CASANOVA,
1999). Oikopleura longicauda é um dos apendiculários de mais ampla distribuição,
caracterizado por se encontrar em águas tropicais e subtropicais de todos os
oceanos (ESNAL, 1999).
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
65
As altas abundâncias de larvas e ovos de Teleostei na Enseada durante
setembro-outubro de 2005 indicaram a importante função que cumpre o arquipélago
como área reprodutiva de espécies nectônicas do oceano aberto. O estágio de
desenvolvimento das larvas (vitelinas) não permitiu a identificação da espécie
dominante. Segundo Lessa et al. (1999) o peixe voador Cypselurus cyanopterus
(Familia Exocoetidae) é a espécie mais abundante no ASPSP, e foi evidenciada uma
época de desova entre janeiro e fevreiro pelo registro de altas densidades de larvas
desta espécie alredor do rochedo. O ASPSP é considerado pouco diverso quanto a
espécies de peixes em comparação a outros arquipélagos similares de regiões
equatoriais, principalmente porque a área rasa ao redor dos rochedos é restrita e
ocorre isolamento geográfico, o que força a pouca diversidade de habitats e diminui
o assentamento de espécies (VASKE-JR. et al., 2006). Na região do banco de
Abrolhos as larvas de peixes foram classificadas como mesopelágicas e recifais com
uma alta diversidade devido à proximidade ao continente e a posição geográfica
(NONAKA et al., 2000). O arquipélago de Fenando de Noronha e Atol das Rocas
recebem um fluxo de larvas tanto neritico como oceânico, pelo qual a diversidade é
maior que a encontrada no ASPSP (LESSA et al., 1999). A relação entre o
arquipélago e à reprodução de Cypselurus cyanopterus está ligada à característica
demersal dos ovos desta espécie, precisando de um substrato de fixação (LESSA et
al., 1999). Adicionalmente, a morfologia do arquipélago permite que a Enseada
apresente uma área protegida, que diminui a força das correntes e fornece uma
maior disponibilidade alimentar para garantir a sobrevivência das larvas depois da
total degradação do vitelo.
As espécies chave previamente mencionadas foram as que caracterizaram a
comunidade zooplanctônica do ASPSP. No entanto, foram observadas diferenças
entre os dois períodos de amostragens refletidas na estrutura e composição da
comunidade. Durante o período de maio-junho, além das espécies chave, foram
freqüentes Calocalanus pavo, Candacia pachydactyla, Corycaeus clausi, Corycaeus
latus, Macrosetella gracilis, Microsetella rosea, Miracia efferata, Neocalanus gracilis,
Oithona spp. Paracalanus aculeatus; Creseis virgula forma conica e outros
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
66
Gastropoda não identificados; Globigerinoides ruber forma alba, G. ruber forma
rosacea, Globigerinoides trilobus; Lestrigonus macrophthalmus, as larvas de
Euphausiacea (Mastigopus) e Caridea; Flaccisagitta enflata, Thalia cicar e Thalia
democratica. Enquanto no período setembro-outubro foram freqüentes somente
Pterosagitta draco, as larvas de Alphaeidae, zoeas de Euphausiacea, e Ostracoda.
Embora o período maio-junho tenha apresentado uma maior quantidade de espécies
freqüentes e muito freqüentes (26%) a riqueza foi maior no período setembro-
outubro com o incremento do número de espécies raras. Mas outros atributos da
comunidade como densidade e abundância relativa do holoplâncton foram maiores
no período maio-junho.
A análise MDS separou nitidamente a coleta realizada no segundo dia de
manhã do período chuvoso no Cabeço da Tartaruga (A2CM). Em termos de
composição esta coleta se caracterizou por um aumento nas densidades das
espécies Neocalanus gracilis, Paraecalanus aculeatus, Calocalanus pavo, Euchaeta
acuta, Corycaeus speciosus, Farranulla gracilis, Microsetella rosea, Copilia mirabilis,
Pleuromamma piseki, P. borealis, P. xiphias, Lucicutia gaussae, e Heterorhabdus
papilliger. Dentre essas espécies, as pertencentes aos gêneros Pleurommama,
Lucicutia e Heterorhabdus são oceânicas sub-superficiais ou de águas profundas,
que tipicamente realizam migrações diárias á zona epipelágica à noite
(BJÖRNBERG, 1981; BRADFORD-GRIEVE et al., 1999).
Pleurommama piseki foi encontrada pela manhã no período chuvoso e á tarde
no período seco, se caracteriza por ser muito abundante em regiões tropicais e
subtropicais e apresentar uma distribuição sub-superficial encontrada a
profundidades entre 100 e 300 m (BJÖRNBERG, 1981). Pleurommama borealis foi
uma das espécies mais abundantes durante todo o período de estudo e na coleta
A2CM alcançou as maiores abundâncias; é oceânica sub-superficial no dia e
epiplanctônica á noite, encontra-se distribuída desde regiões tropicais até antárticas
mais favorecida pelas águas frias (BJÖRNBERG, 1981). Pleurommama xiphias foi
encontrada exclusivamente nessa coleta, segundo BJÖRNBERG (1981) é uma
espécie muito freqüente em regiões tropicais e subtropicais caracterizada por
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
67
realizar migrações nictemerais. Todas as espécies da família Heterorhabdidae são
de águas profundas, e algumas como Heterorhabdus papilliger se caracterizam por
ascender na coluna de água nas horas da noite (BJÖRNBERG, 1981), sendo que no
presente estudo as maiores abundâncias foram registradas na coleta A2CM.
Lucicutia gaussae é uma espécie mesoplanctônica de águas oceânicas com uma
maior distribuição em águas subtropicais (BRADFORD-GRIEVE et al., 1999).
Algumas espécies do gênero Pleurommama como P. abdominalis e P. gracilis
realizam migrações verticais ontogenéticas (ANDERSON et al., 2001) e outras
sobem à noite até a camada onde encontrarem maior abundância de fitoplâncton
(YAMAGUCHI E IKEDA, 2000). Em contraste com Pleurommama, as espécies de
Heterorhabdus são tipicamente carnívoras e entram na zona epipelágica à noite
principalmente para a captura de presas (NISHIDA E OHTSUKA, 1996;
BRADFORD-GRIEVE et al., 1999). Dentre os registros existentes das migrações das
espécies dos gêneros Pleurommama e Heterorhabdus, os seus deslocamentos
nunca chegam a atingir águas superficiais. Na região Norte do Oceano Pacífico
(YAMAGUCHI e IKEDA, 2000) Pleurommama scutullata foi registrada no horário
diurno entre 250 e 500 m e no noturno entre 20-249 m. No mesmo estudo
Heterorhabdus tanneri foi encontrada de dia entre 400 e 1000 m e à noite perto da
superfície sem chegar a atingir os 0 m.
Não tem sido realizados estudos sobre migrações verticais destas espécies
em águas tropicais, existindo a possibilidade de que nas baixas latitudes elas
atinjam águas superficiais durante seus deslocamentos diários. No entanto, essas
ascensões na coluna de água são tipicamente noturnas, contrário ao observado
neste estudo, no qual foi encontrada alta abundância destas espécies em uma
coleta diurna (8h23’). Além de altas abundâncias resultantes do comportamento
próprio dos organismos, os mecanismos que geram agregação de zooplâncton em
lugares com topografias abruptas, podem ser de caráter hidrológico e topográfico.
Embora a maioria das regiões tropicais se caracterizem por um mínimo de circulação
vertical, são observadas algumas áreas de mistura promovidas por mecanismos
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
68
como divergência de correntes, estresse causado pelo vento e interação entre as
correntes e o relêvo submarinho (ROGERS, 1994; RODEN, 1987).
No estudo termohalino de Travassos et al. (1999) não foram encontradas
evidências claras de ressurgência topográfica no ASPSP, no entanto, foram
registradas extensões termohalinas dentro da camada eufótica, sugerindo como
causa o atrito entre os fluxos opostos da Corrente Sul Equatorial superficial e a
Corrente Sub-superficial Equatorial.
Vários trabalhos relatam a influência dos ventos sobre a distribuição vertical
do zooplâncton. Os resultados de Mackas et al. (1993) concernentes às espécies de
Neocalanus e Eucalanus sugerem que o zooplâncton escolhe ativamente a camada
de profundidade da sua preferência usando a intensidade da turbulência para
favorecer seus deslocamentos. Haury et al. (1990) menciona o impedimento de
organismos nadadores como Oithona spp., para se opor a mistura causada pelos
ventos, mas dependendo da intensidade de turbulência encontrada. Lagadeuc et al.
(1997) e Anderson et al., (2001) observaram em náuplios de copepoda e adultos de
Oithona similis e Microsetella norvegica a mesma distribuição vertical tanto na
coluna estratificada como na não estratificada.
Embora Copepoda tenha sido o grupo que representou o enriquecimento de
espécies na superfície durante o período maio-junho de 2005, outros grupos
apresentaram um incremento na abundância e número de espécies durante esse
período. O MDS mostrou um aumento significativo na densidade dos grupos
Protista, Siphonophora e Urochordata.
Protista foi um grupo pouco freqüente e com densidades predominantes entre
médias e baixas, com exceção de Globigerinoides trilobus que apresentou altas
densidades, principalmente, na coleta A2CM. As outras espécies que mostraram um
incremento de densidade nessa coleta foram Globigerinoides ruber forma alba e G.
ruber forma rosacea, Globigerina rubescens e Globorotalia sp., sendo as
responsáveis pela diferença significativa da comunidade de Protista entre os
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
69
períodos maio-junho e setembro-outubro (Mann Witnney U-test, p < 0,05). Embora
os indivíduos do filo Foraminiferea se encontrem geralmente entre os 50 e 80 m de
profundidade onde a temperatura, luz e alimento são apropriados para este grupo,
estes organismos realizam migrações verticais ontogenéticas ascendendo à
superfície para se reproduzir (MÜCKE e HEMLEBEM, 1999). A maioria dos
Foraminifera fazem parte do microzooplâncton (20 e 200 µm) e só alguns deles são
considerados macrozooplâncton (200 e 2000 µm), podendo ser sua captura com
rede de 300 µm causada pela adesão dos espinhos das suas carapaças a
organismos gelatinosos ou de maior porte. Porém, o aumento desta comunidade na
superfície pode estar ligado a processos reprodutivos ou de transporte por outros
organismos, mas a ascensão de água à zona fótica continua sendo uma explicação
válida para a presença deste grupo com altas abundâncias na superfície, se levar
em conta os outros taxa agregados.
Os Siphonophora encontrados na superfície com altas abundâncias foram
Eudoxoides spiralis, Chelophyes appendiculata, Abylopsis sp. e Bassia sp. Estas
espécies são registradas basicamente na faixa tropico-equatorial dos oceanos,
principalmente nos primeiros 100 m de profundidade (LUČIĆ et al., 2005). Os
Siphonophora têm uma capacidade natatória alta, realizando deslocamentos de
grandes distâncias com pouca influência das correntes (ALVARIÑO, 1981), sendo
sua distribuição relacionada com zonas de alta produtividade, alta disponibilidade
trófica e bem oxigenadas (LUČIĆ et al., 2005). Dentro da dieta dos Siphonophora se
encontram Copepoda e larvas de peixes (ALVARIÑO, 1981), razão pela qual nas
coletas onde foram encontradas as maiores abundâncias de Copepoda (A4ET-
A2CM-B6CT-B5CT-B6CT-B7CT- B8CT-B9CT), tamm foram encontradas altas
abundâncias de Siphonophora principalmente no Cabeço da Tartaruga.
Os Apendicularia apresentaram diferenças sazonais, espaciais e nictemerais
(Mann Witnney U-test, p < 0,05), encontrando suas maiores abundâncias,
principalmente, durante o período maio-junho, no Cabeço da Tartaruga à tarde.
Oikopleura longicauda foi a espécie responsável pelo incremento em abundância
deste grupo. Os Appendicularia geralmente não representam altas abundâncias e
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
70
biomassas dentro do zooplâncton, no entanto, cumprem um papel trófico importante
na cadeia alimentar, sendo uns dos poucos organismos que se alimentam
eficientemente de partículas pico e nanoplanctônicas (DEIBEL e LEE, 1992). Estes
organismos se alimentam mediante estruturas mucosas complexas secretadas pela
epiderme denominadas “casas”, que funcionam como um filtro concentrador de
partículas e que permitem altas taxas de filtração, podendo exercer um significativo
efeito de “pastagem” nos ambientes pelágicos (ESNAL, 1999). A relação direta entre
a densidade de Protista e Appendicularia pode ser de caráter trófico, indicando uma
boa disponibilidade de partículas em suspensão que podem ser alimento para estes
dois grupos. As “casas” são descartadas e renovadas aproximadamente 16 vezes ao
dia (FENAUX, 1985), tendo uma importante função de agregação de neve marinha e
fornecimento de um substrato para um diverso número de espécies (STEINBERG et
al., 1994).
Os resultados obtidos neste trabalho sugerem a ocorrência de uma ascensão
de águas profundas na zona eufótica causado pelas condições hidrológicas e
atmosfericas presentes durante maio-junho de 2005. Processos de ressurgência
implicam que as águas afloradas devem permanecer na zona fótica por um período
de tempo prolongado (em ordem de semanas); no entanto tamm é comum
encontrar pulsos de ressurgência locais e de curta duração dependendo da força
com a qual a corrente atinge o obstáculo (Ilha oceânica ou monte submarinho),
gerando manchas locais de zooplâncton (GENIN, 2004). Um período de amostragem
mais amplo que compare o estudo da comunidade planctônica com parâmetros
hidrológicos como correntes, poderia mostrar com maior clareza a ocorrência de
processos de ressurgência locais durante este período do ano e conduzir a uma
compreensão integrada do ecossistema.
Embora as características ambientais nos dois períodos de estudo tenham
sido muito homogêneas no Atlântico equatorial se observaram diferenças
importantes entre os dois períodos. Durante maio-junho de 2005, o registro da
velocidade de ventos foi menos intenso, mas com direções variáveis de um dia para
o outro; o deslocamento da corrente superficial foi em direção oeste, ou seja,
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
71
paralela ao equador em direção ao continente americano; e a profundidade da
termoclina mostrou que a camada de águas superficias apresentou menores
temperaturas e foi menos profunda do que no segundo período. Entre dezembro e
abril na região equatorial do Atlântico, são observadas altas precipitações e
deslocamento dos ventos correspondentes aos alísios do sudeste, caracterizados
por ser fracos (4 a 6 m·s
-1
) e só ultrapassar a linha do equador na altura do Golfo da
Guiné (VASKE-JR. et al., 2006). O período maio-junho pode corresponder ao
término deste período em 2005, refletido tamm nas baixas pluviosidades
registradas. Durante o período setembro-outubro, os ventos predominantes foram do
nordeste o que fez que a corrente superficial se deslocasse em direção sul-
sudoeste. Segundo Vaske-Jr. (2006) no período entre maio e novembro, o
anticiclone de Santa Helena se desloca para noroeste fazendo que os ventos alísios
se intensifiquem para mais de 8 m·s
-1
.
A interação entre ação eólica, a ação das correntes e a topografia do
arquipélago pode ser responsável pelo movimento ascendente de águas observado
durante maio-junho, refletido na comunidade mesoplanctônica encontrada na
superfície. Em montes submarinhos é observada a formação de eddies
anticiclônicos que geram afloramentos dependendo da estratificação da coluna de
água e a velocidade da corrente (GENIN, 2004). No caso dos montes submarinos,
esses afloramentos ocorrem na coluna de água acima do obstaculo, mas no caso de
ilhas oceânicas podem se encontrar em locais adjacentes. O fluxo da corrente em
direção oeste ao fazer contato com o ASPSP, tem que rodear o rochedo o que
possivelmente gera uma ascenção de água na região da convergência dos fluxos do
lado oposto do arquipelago. Pelo contrário, durante o período de setembro-outubro
de 2005, de acordo com o fluxo superficial registrado, possíveis ascensões puderam
estar localizadas ao sul do ASPSP, mantendo condições mais estratificadas na
estação do Cabeço da Tartaruga sem evidências de misturas verticais da água.
Compreender os mecanismos que dirigem as flutuações da comunidade
zooplanctônica no espaço e no tempo requer uma maior investigação cientifica que
permita desenvolver ações eficazes enfocadas à conservação do Arquipélago de
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
72
São Pedro e São Paulo em longo prazo. O conhecimeto de épocas reprodutivas das
espécies nectônicas de interesse econômico pode reduzir o esforço pesqueiro na
região, e contribuir no melhor manejo da APA.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
73
7. CONCLUSÕES
A riqueza da comunidade zooplanctônica encontrada no ASPSP no peodo
de estudo foi alta (183 espécies) característica típica de ecossistemas equatoriais e
oceânicos. A maior riqueza encontrada na área externa oeste do arquipélago
(Cabeço da Tartaruga) com relação à Enseada, foi reflexo da ausência de equilíbrio
dinâmico mantido pelas contínuas forças ambientais nessa área.
A diversidade no ASPSP no período de estudo foi predominantemente entre
média e alta, observando simultaneamente uma alta eqüitabilidade das espécies
encontradas. As poucas coletas nas quais foram encontradas baixas eqüitabilidades
e baixas diversidades resultaram da dominância de Clausocalanus furcatus durante
o período maio-junho de 2005 e das larvas vitelinas de Teleostei durante o período
setembro-outubro de 2005.
As biomassas encontradas neste estudo foram muito baixas (2 - 5,5 g·m
-3
)
com relação às registradas em ecossistemas costeiros, mantendo o padrão de
ambientes oligotróficos. As maiores biomassas registradas na Enseada foram
resultado do incremento da abundância de zoeas de Brachyura e larvas de Teleostei
no período setembro-outubro de 2005.
Dentro da comunidade zooplanctônica o 66,4% dos organismos foram raros,
o 26% foram intermediários (pouco freqüentes) e o 7,8% foram comuns (freqüentes
e muito freqüentes), sendo este último o grupo de organismos chave do ecossitema
e que caracterizam a comunidade zooplanctônica do ASPSP.
Os organismos chave que dominaram no período de estudo e que são
constantes na comunidade zooplactônica do arquipélago de São Pedro e São Paulo
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
74
são os Copepoda Clausocalanus furcatus, Undinula vulgaris, Scolecithrix danae,
Euchaeta marina, Nannocalanus minor; Oithona plumifera, Oncaea venusta, Oncaea
media, Corycaeus speciosus e Farranulla gracilis; o Chaetognatha Serratosagitta
serratodentata; o appendicularia Oikopleura longicauda, Euphausiacea e as larvas
cypris de Cirripedia, larvas zoeas de Brachyura e larvas vitelinas e ovos de
Teleostei.
As altas abundâncias de larvas e ovos de Teleostei durante o período
setembro-outubro de 2005, indicam a importante função que cumpre o arquipélago
de São Pedro e São Paulo como área de reprodução de espécies nectônicas do
oceano aberto.
Embora o período maio-junho tenha apresentado uma maior quantidade de
espécies freqüentes e muito freqüentes (26%) a riqueza foi maior no período
setembro-outubro com o incremento do número de espécies raras. Mas, outros
atributos da comunidade como densidade e abundância relativa do holoplâncton
foram significativamente maiores no período maio-junho.
A presença dos Copepoda Pleuromamma piseki, P. borealis, P. xiphias,
Lucicutia gaussae e Heterorhabdus papilliger, espécies oceânicas mesopelágicas
que tipicamente realizam migrações diárias à zona epipelágica à noite, numa coleta
realizada no dia durante maio-junho de 2005, pode indicar condições de ascensão
de água causada pela interação entre os fluxos de vento e correntes e a topografia
da área.
O aumento representativo nas densidades dos Foraminifera Globigerinoides
trilobus, Globigerinoides ruber forma alba e G. ruber forma rosacea, Globigerina
rubescens e Globorotalia sp.; os Siphonophora Eudoxoides spiralis, Chelophyes
appendiculata, Abylopsis sp. e Bassia sp. e o Urochordata Oikopleura longicauda,
somado ao do enriquecimento causado por Copepoda nas águas superficiais
durante maio-junho de 2005, refletem uma possível ascensão de água no ASPSP.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
75
As condições atmosféricas e oceanográficas do Atlântico equatorial
mostraram o período maio-junho de 2005 com as condições típicas da finalização de
uma época chuvosa, caracterizada pela influência dos ventos fracos do sudeste e o
deslocamento da Corrente Equatorial Superficial em direção oeste. Durante
setembro-outubro de 2005 a velocidade da corrente e os ventos foram maiores
exibindo as características típicas de uma época seca nesta latitude.
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
76
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ANDICE 1
Dados atmosféricos e oceanográficos obtidos de duas bóias do projeto TAO (Tropical
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(Leste do ASPSP) e correspondentes aos dias das coletas de plâncton.( - ) Dados inexistentes.
BOIA 0°N 23°W
PLUVIOSIDADE
TSM
PROFUNDIDADE
ISOTERMA
20°C
SALINIDADE
VENTO
CORREMTE
SUPERFICIAL
PERÍODO DIA DATA
(mm·hora
-1
) (°C) (m) UPS
Direção
(°)
Velocidade
(m·s
-1
)
Direção
(°)
Velocidade
(m·s
-1
)
1 30 / 05 / 2005 0 25,85 -73,27 35,878 296,6 6,4 99.2 0.50
2 01 / 06 / 2005
0 25,51 -73,85 35,801 280,5 5,3 89.5 0.35
3 02 / 06 / 2005
0 25,24 -77,47 35,728 283,9 4,8 84.1 0.40
4 03 / 06 / 2005
0 25,27 -81,2 35,701 279,1 3,6 86.8 0.39
CHUVOSO - A
5 04 / 06 / 2005
0 25,03 -83,47 35,738 263 4,8 92.9 0.38
1 23 / 09 / 2005 0 26,3 -119,87 36,056 313,1 5,8 359.8 0.23
2 24 / 09 / 2005
0 26,38 -112,41 36,109 304,9 3,7 314.8 0.53
3 25 / 09 / 2005
0 26,4 -106,03 36,104 310,2 4,9 15.1 0.36
4 26 / 09 / 2005
0 26,41 -99,89 36,126 328 6 30.2 0.75
5 27 / 09 / 2005
0 26,38 -108,09 36,158 333,6 6,6 17.1 0.84
6 28 / 09 / 2005
0 26,52 -113,8 36,17 330 5,2 7.2 0.68
7 29 / 09 / 2005
0 26,5 -115,8 36,175 317,2 6,2 347.9 0.36
8 30 / 09 / 2005
0 26,59 -112,23 36,17 326,8 5,8 335.4 0.32
SECO - B
9 01 / 10 / 2005
0 26,62 -113,27 36,177 346,9 6 358.8 0.60
BOIA 0°N 35°W
PLUVIOSIDADE
TSM
PROFUNDIDADE
ISOTERMA
20°C
SALINIDADE
VENTO
CORREMTE
SUPERFICIAL
PERÍODO DIA DATA
(mm·hora
-1
) (°C) (m) UPS
Direção
(°)
Velocidade
(m·s
-1
)
Direção
(°)
Velocidade
(m·s
-1
)
1 30 / 05 / 2005
0,16 - -100,68 36,086 4 288,7
- -
2 01 / 06 / 2005
0,81 - -93,11 36,087 1,6 118
- -
3 02 / 06 / 2005
0,49 - -103,68 36,063 2,2 60,7
- -
4 03 / 06 / 2005
-0,01 - -101,5 - 2,7 287,9
- -
CHUVOSO - A
5 04 / 06 / 2005
0,05 - -94,76 36,089 3,6 252,2
- -
1 23 / 09 / 2005
-0,01 28,1 -125,08 35,823 6,4 294,2
- -
2 24 / 09 / 2005
-0,01 28,15 -132,88 35,719 6,4 307,6
- -
3 25 / 09 / 2005
-0,01 28,09 -128,16 35,601 6,7 308,8
- -
4 26 / 09 / 2005
-0,01 28,04 -125,55 35,685 7,5 311
- -
5 27 / 09 / 2005
-0,01 27,91 -126,99 35,842 7,6 310,8
- -
6 28 / 09 / 2005
-0,01 27,48 -120,07 35,947 7,9 317,8
- -
7 29 / 09 / 2005
0 27,21 -119,47 36,009 6,6 313,3
- -
8 30 / 09 / 2005
0 26,59 -112,23 36,17 5,8 326,8
- -
SECO - B
9 01 / 10 / 2005
0 26,62 -113,27 36,177 6 346,9
- -
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
83
ANDICE 2
Correação de Spearman entre as densidades por coleta dos grupos zooplanctônicos identificados e a biomassa
úmida calculada. Um coeficiente de Spearman (rs) > 0,5 e um valor p < 0,05 indicam existência de correlação entre os pares
de dados comparados.
DEN. TOTAL COEF. SPEARMAN
Grupos Zooplanctônicos
Ind·10m
-3
(rs)
t Valor p
PROTISTA 1774.987 -0.0554 -0.4075 0.6852
CNIDARIA (Siphonophora) 2061.115 -0.0234 -0.172 0.8641
CNIDARIA (Hydromedusae) 66.26893 0.0241 0.1772 0.86
CNIDARIA (Antozoa larva) 5.291656 0.0626 0.4607 0.6469
MOLLUSCA (Heteropoda) 269.0838 0.1825 1.3641 0.1781
MOLLUSCA (Pteropoda) 1759.004 -0.0026 -0.0192 0.9847
MOLLUSCA (Outros) 2478.561 0.2619 1.9944 0.0511
ANELLIDA (Outros) 18.80287 0.2267 1.7101 0.0929
CRUSTACEA (Copepoda) 241155.9 0.2267 1.7101 0.0929
CRUSTACEA (Larvas Decapoda) 46518.24 0.514 4.4031 0
CRUSTACEA (Amphipoda) 1380.642 0.0331 0.2433 0.8087
CRUSTACEA (Euphausiacea) 3689.077 0.0971 0.7168 0.4765
CRUSTACEA (Mysidacea) 219.2196 0.0553 0.4071 0.6855
CRUSTACEA (Ostracoda) 2407.514 0.2215 1.6689 0.1008
CRUSTACEA (Cladocera) 12.49014 -0.105 -0.776 0.4411
CRUSTACEA (Lucifer)
36.06086 -0.0634 -0.4668 0.6425
CHAETOGNATHA 7738.486 0.2389 1.8078 0.0761
ECHINODERMATA 51.56152 -0.0419 -0.3082 0.7591
CHORDATA (Appendicularia) 5658.159 0.0044 0.0324 0.9742
CHORDATA (Thaliacea) 2154.764 -0.2656 -2.0247 0.0478
CHORDATA (Teleostei) 58288.16 0.6682 6.5994 0
García-Díaz, X.F. Zooplâncton do ASPSP.
84
ANDICE 3
Valores U, Z e p do Teste Mann Whitney, mostrando grupos zooplanctônicas com diferençãs
espaciais, sazonais e nictemerais, estatisticamente significativas (p < 0.05).
ESPACIAL SAZONAL NICTEMERAL
GRUPOS
ZOOPLANCTÔNICOS
U
Z
ajustado
Valor p U
Z
ajustado
Valor p U
Z
ajustado
Valor p
PROTISTA
350 -0.72102 0.470893 191 3.027476 0.002466 352 0.686692 0.492277
CNIDARIA
(Siphonophora)
178 -3.60288 0.000315 346 -0.24595 0.805717 315 -1.29636 0.194852
CNIDARIA
(Hydromedusae)
376 -0.53002 0.596095 357 0.103702 0.917406 322 -2.31886 0.020403
CNIDARIA
(Antozoa larva)
378 1.000000 0.317311 350 -0.74535 0.456057 378 -1.00000 0.317311
MOLLUSCA
(Heteropoda)
337 -1.36208 0.173173 289 1.818279 0.069022 313 -1.93882 0.052524
MOLLUSCA
(Pteropoda)
255 -2.35192 0.018677 299 1.092758 0.274501 333 -1.01287 0.311122
MOLLUSCA
(Outros)
304 -1.47098 0.141297 285 -1.30821 0.190803 270 -2.03932 0.041419
ANNELIDA
323 -1.30044 0.193453 290 -1.37667 0.168615 239 -2.88357 0.003932
CRUSTACEA
(Copepoda)
226 -2.72022 0.006524 279 1.385071 0.166032 139 -4.14587 0.000034
CRUSTACEA
(Larvas Decapoda)
351 0.671872 0.501666 346 0.239399 0.810796 37 -5.81743 0.000000
CRUSTACEA
(Amphipoda)
253 -2.33976 0.019297 - - 237 -2.59973 0.009330
CRUSTACEA
(Euphausiacea)
193 -3.32469 0.000885 265 -1.66075 0.096765 292 -1.67484 0.093966
CRUSTACEA
(Mysidacea)
323 -1.96785 0.049086 290 -2.08321 0.037233 346 -1.31190 0.189554
CRUSTACEA
(Ostracoda)
213 -3.01066 0.002607 194 -2.91409 0.003568 272 -2.01270 0.044147
CRUSTACEA
(Cladocera)
378 -0.587879 0.556614 306 2.366166 0.017974 377 -0.629870 0.528780
CRUSTACEA
(Lucifer)
391 0.045781 0.963485 308 1.656094 0.097704 389 -0.106821 0.914931
CHAETOGNATHA
207 -3.04158 0.002354 226 -2.30128 0.021377 278 -1.87742 0.060462
ECHINODERMATA
366 -0.71358 0.475486 280 -2.24791 0.024582 371 0.578944 0.562628
CHORDATA
(Appendicularia)
264 -2.09953 0.035771 201 2.721448 0.006500 211 -2.96886 0.002989
CHORDATA
(Thaliacea)
338 -1.07697 0.281494 79 5.794362 0.000000 369 -0.46438 0.642374
CHORDATA
(Teleostei)
282 1.810777 0.070176 276 -1.44494 0.148475 105 -4.70310 0.000003
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