
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 15/10/2002
Os antígenos polissacarídicos meningocócicos dos grupos A, C, Y e W135 não
fornecem qualquer proteção contra o meningococo do grupo B, o qual em alguns
países são líderes em causar a doença meningocócica endêmica.
No futuro, o uso ampliado de vacinas combinadas melhorada para os grupos A, B,
C, Y e W135 em programas infantis de rotina pode enfim eliminar a necessidade
para a imunização emergencial em massa contra a doença meningocócica.
Existe uma considerável necessidade para a vigilância bacteriológica melhorada,
incluindo a incidência pelo sorogrupo, da doença meningocócica, particularmente
em países de baixa renda.
RetroinformaçãoRetroinformação
Aspectos da saúde públicaAspectos da saúde pública
A Neisseria meningitidis (o meningococo) é o líder causador da meningite e
septicemia fulminante e um problema significativo de saúde pública na maioria dos
países. Embora a doença meningocócica freqüentemente ocorra de forma dispersa,
aparentemente não relacionada, em casos ou em pequenos surtos, em algumas
regiões essa situação endêmica pode alternar com epidemias não prognosticáveis,
devastadoras. Assim, durante as epidemias explosivas no Sub-Saara africano, taxas
de incidência de até 1000 casos por 100.000 habitantes têm sido notificadas. Em
1996, uma epidemia envolvendo vários países africanos ocidentais causou
aproximadamente 250.000 óbitos. Uma outra epidemia maior nessa região ocorreu
em 2000-2001. Globalmente, cerca de 500.000 casos e 50.000 óbitos são
causados por esse patógeno a cada ano.
Como regra, a doença endêmica ocorre primariamente em crianças e adolescentes,
com taxas de ataque mais altas em lactentes de 3-12 meses, enquanto que em
epidemias meningocócicas, as taxas podem subir nas crianças maiores e adultos
jovens. No sub-Saara africano, a doença endêmica e epidêmica atinge
principalmente crianças e adolescentes.
A maioria dos casos não tratados de meningite meningocócica e/ou septicemia é
fatal. Nos países industrializados, a mortalidade geral devido à meningite
meningocócica é usualmente 5%-10%; na África, próximo a 10%. A taxa de
letalidade na septicemia fulminante pode exceder 15%-20%. Cerca de 10%-15%
daqueles que sobrevivem à meningite meningocócica sofrerão de seqüela
neurológica significativa, incluindo distúrbios mentais, surdez, paralisia e
convulsões. A necrose tissular extensa, algumas vezes resultando em amputações,
também pode ocorrrer.
Os sorogrupos A, B e C de meningococos são responsáveis pela ampla maioria da
morbidade e mortalidade. O sorogrupo A é a causa da maioria das principais
epidemias: surtos em explosivos do grupo A em ciclos de 7-14 anos tipicamente
ocorrem em países do assim chamado cinturão das meningites, que se estende
através da África, do Senegal a Etiópia. Essas epidemias pelo grupo A são
usualmente devido a uma única cepa do patógeno. Desde 1988, as cepas
relacionadas do clone III-1 têm causado os principais surtos na África e partes da
Ásia. Em outras áreas do mundo, as infecções do grupo A são menos comuns, e os
grupos B e C causam a maioria das doenças meningocócicas. Nas décadas de 80