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O turismo é uma atividade que assume,
a cada dia, um papel de maior importância no
desenvolvimento do País, colocando-se como uma
alternativa para a realização de um processo de
desenvolvimento economicamente sustentável,
ambientalmente harmônico e equilibrado, e
socialmente includente.
Se bem gerida, a atividade possibilita a efetiva
descentralização do desenvolvimento do País, e
pode contribuir de maneira significativa para a
redução das desigualdades regionais e sociais, para
a geração e distribuição de renda, para a criação de
postos de trabalhos e ocupação e também para a
entrada de divisas.
Reconhecido atualmente com um dos setores
socioeconômicos mais significativos do mundo, o
turismo pode se constituir numa importante ferramenta
para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio e principais medidas de direitos humanos
associados, particularmente com relação a erradicação
da extrema pobreza e a fome, a garantia da
sustentabilidade ambiental e ao estabelecimento de
uma parceria mundial para o desenvolvimento.
A política pública descentralizada para o turismo,
conforme preconiza o Plano Nacional de Turismo – PNT
2003 / 2007, orientou a estruturação de ambientes
de organização, a partir do núcleo estratégico, em
nível superior, constituído pelo Ministério do Turismo,
o Conselho Nacional de Turismo – CNT e as 10
Câmaras Temáticas, o Fórum Nacional de Secretários
e Dirigentes Estaduais de Turismo – FORNATUR, os
Fóruns ou Conselhos Estaduais de Turismo das 27
Unidades da Federação e Câmaras Temáticas Estaduais
e as Agências Macrorregionais de Desenvolvimento do
Turismo, constituindo o modelo de gestão institucional
e empresarial para o turismo nacional.
Diversos programas e ações vêm sendo
encaminhados, de forma articulada, no sentido de
melhorar o desempenho da atividade no País. E há
muito a ser feito para que o Brasil ocupe, efetivamente,
o papel que lhe cabe no cenário turístico mundial,
seja no desenvolvimento do turismo interno, seja no
desenvolvimento do turismo internacional.
Para isto, é cada vez maior a necessidade de
ampliar e consolidar as relações entre o Estado, o Setor
Privado e a Sociedade Civil Organizada. Neste sentido,
a elaboração deste documento referencial sobre o
Turismo no Brasil, com visão 2007 / 2010, a partir da
iniciativa de setores empresariais que compartilham
com o Governo uma dimensão institucional cooperada,
ganha relevância no exercício de um novo paradigma
de desenvolvimento para o turismo.
Deve-se buscar, por intermédio do turismo,
contribuir para o desenvolvimento do País, gerando
um amplo processo de mudanças que envolvem o
cidadão, o Estado e o setor produtivo. Isto pressupõe
a integração de soluções nos campos econômico,
social, político, cultural e ambiental, com um
comportamento e uma prática pautados por padrões
éticos concretos e obediência aos princípios gerais
contidos no Código Mundial da Ética no Turismo da
Organização Mundial do Turismo (2000).
Assim, este terceiro capítulo do documento
referencial sobre o Turismo no Brasil – 2007 / 2010
apresenta as propostas para desenvolvimento da
atividade para os próximos anos, cobrindo um
amplo leque de temas relacionados.
Os programas e ações em curso no Ministério
do Turismo devem ter garantida a sua continuidade
para a consolidação do processo que vem apresentando
bons resultados, incorporando e tendo como foco as
premissas e condicionantes referidos na construção
e análise dos cenários.
Com base nos cenários projetados e no
diagnóstico construído sobre os resultados da
atividade nos últimos anos, e por meio de um amplo
processo participativo, foi estruturado um conjunto
de propostas para orientar a ação do poder público
e da iniciativa privada nos próximos anos, ação esta
que deve se dar por meio da gestão compartilhada,
integrada e co-responsabilizada para a otimização
dos resultados do setor.
Estas propostas, apresentadas a seguir,
estão organizadas em Eixos Temáticos e Temas
Associados, conforme o quadro a seguir, que devem
ser tratados de forma integrada, tendo como
referência os pressupostos básicos e os princípios
orientadores relacionados à ética e à sustentabilidade
econômica, social, ambiental, política e cultural.