realizado com extrações de quatro pré-molares, pode-se detectar as alterações
advindas de mudanças e ajustes fisiológicos ou ainda algum grau de recidiva, os
quais contribuirão na manutenção da harmonia dentofacial, ou em sua
desorganização, e conseqüente colapso das estruturas envolvidas na oclusão
dentária. Portanto, um dos mais importantes objetivos do tratamento ortodôntico é a
estabilidade desses resultados. Estes, entretanto, podem se perder em graus
variados após a remoção do aparelho ativo. Esta perda (recidiva) inclui o
espaçamento ou apinhamento dos dentes, o retorno do trespasse horizontal e
vertical, e a instabilidade das correções da relação molar de Classe II e Classe III de
Angle (MORO, 2001)
15
.
Quando interferências existentes não forem eliminadas durante a terapêutica
ortodôntica, deve-se considerar o emprego do ajuste oclusal ao término tratamento
ativo, como relatam ROTHNER
21
(1952) e SIRNA
27
(1968). A Ortodontia atual
destaca imenso valor à oclusão dentária estimulando pesquisas e alertando a
respeito da importância da análise funcional durante o tratamento ortodôntico, assim
como o de realizar ajustes oclusais ao final do período de contenção
(SILVERMAN,1968)
26
, uma vez que contatos oclusais prematuros, quando
associados a um certo nível de tensão emocional, podem provocar uma
hiperatividade muscular. Quando as forças produzidas por esta hiperatividade
muscular forem maiores do que a tolerância estrutural, a estrutura com o menor nível
de tolerância sofrerá um colapso. Se os dentes apresentarem um menor nível,
podemos verificar desgaste oclusal ou pericementite. Caso o periodonto seja a
estrutura mais fraca, os dentes irão apresentar-se com mobilidade, perda óssea e
retração gengival. Caso a musculatura seja a estrutura predominantemente
envolvida, o paciente apresentará sintomatologia dolorosa nos músculos, mas
quando a articulação têmporo-mandibular (ATM) é a principal estrutura, esta pode
apresentar uma ampla gama de distúrbios, dependendo da gravidade dos contatos
prematuros, bem como do período de tempo em que estão se apresentando
(JANSON et al. 1999)
13
. Sendo assim, o objetivo deste estudo é fazer, por meio da
variação no número de contatos oclusais, uma análise da estabilidade dos
resultados obtidos ao final da fase de contenção, e após um período médio de 5
anos em pacientes que se submeteram a tratamento ortodôntico, de má-oclusão
Classe II, divisão1 de Angle, realizado com extrações de quatro pré-molares ao final
da fase de contenção, e após um período médio de 5.2 anos.