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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA
Amplificador de Instrumentação em Modo Corrente
com Entrada e Saída Rail-to-Rail
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Filipe Costa Beber Vieira
Santa Maria, RS, Brasil
2009
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Amplificador de Instrumentação em Modo Corrente
com Entrada e Saída Rail-to-Rail
por
Filipe Costa Beber Vieira
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação
em Informática,
Área de Concentração em Microeletrônica e Processamento de Sinais, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Computação.
Orientador: Prof. Dr. Cesar Ramos Rodrigues
Santa Maria, RS, Brasil
2009
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Informática
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
Amplificador de Instrumentação em Modo Corrente
com Entrada e Saída Rail-to-Rail
elaborada por
Filipe Costa Beber Vieira
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Computação
COMISSÃO EXAMINADORA:
Prof. Dr. Cesar Ramos Rodrigues
(Presidente/Orientador)
Prof. Dr. Jorge Manuel Ribeiro Fernandes, (IST/Portugal)
Prof. Dr. Giovani Baratto, (UFSM)
Prof. Dr. João Baptista dos Santos Martins, (UFSM)
Santa Maria, 5 de janeiro de 2009
Aos meus pais,
Roque e Deli
AGRADECIMENTOS
Reservo este espaço do meu trabalho para lembrar que tudo o que alcançamos é
resultado da combinação do nosso esforço e do ambiente em que vivemos, formado por
pessoas. Gostaria de agradecer a algumas das várias pessoas que foram essenciais para a
conquista deste trabalho:
Ao meu amigo e orientador Professor Cesar Ramos Rodrigues, pela orientação,
confiança, apoio e dedicação.
Ao meu amigo e Professor João Baptista dos Santos Martins, pelo incentivo, apoio e
confiança depositados.
Ao meu amigo e colega Cesar Augusto Prior, pela amizade e pela grande parceria nos
circuitos analógicos.
Ao grupo de microeletrônica (GMICRO), pelo ambiente de amizade e de coleguismo
vivenciados durante os cinco anos em que ali permaneci.
Ao Programa de Pós-Graduação em Informática, pelo apoio e pela oportunidade.
À Universidade Federal de Santa Maria, que juntamente com a cidade de Santa Maria,
me acolheram durante meu ensino médio, graduação e mestrado, em quase 10 anos da minha
vida. Aos inúmeros amigos que fiz nesta cidade.
Ao CNPq, que através do Programa Nacional de Microeletrônica fomentou
parcialmente este trabalho.
À minha amada Aline, por todo o amor, carinho, incentivo, apoio, paciência e
compreensão durante toda esta jornada.
À minha família, Roque e Deli, Frederico e Patrícia, Renan e Camille, por todo
estímulo, esforço, sacrifício, exemplo, ensinamentos, paciência, compreensão, dedicação,
educação, oportunidades, incentivo e carinho. Pelo amor e apoio incondicional.
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Informática
Universidade Federal de Santa Maria
Amplificador de Instrumentação em Modo Corrente com entrada e saída
Rail-to-Rail
AUTOR: Filipe Costa Beber Vieira
ORIENTADOR: Cesar Ramos Rodrigues
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 5 de janeiro de 2009
Esta dissertação tem como objetivo o desenvolvimento de um amplificador de
instrumentação em modo corrente com uma ampla faixa de entrada em modo comum. Esta
característica é obtida graças ao emprego de estágios de amplificação rail-to-rail na entrada e
a geração do sinal de saída através do espelhamento da corrente diretamente dos gates dos
transistores do estágio ao invés da alternativa clássica, onde espelhos são ligados em série e
degradam a excursão do sinal de saída. Com esta proposta, é possível a implementação de
ampops com entrada e saída rail-to-rail. A principal contribuição deste trabalho é analisar as
vantagens e desvantagens da utilização destas soluções na implementação de um amplificador
de instrumentação com entrada rail-to-rail. A funcionalidade da topologia proposta é
demonstrada através dos resultados medidos de um circuito integrado fabricado. Este primeiro
protótipo, apesar do bom funcionamento em toda a faixa de entrada em modo comum,
apresentou valores insatisfatórios de CMRR (Common Mode Rejection Ratio) e de V
OS
(Tensão de offset), o que levou a um aprofundamento no estudo e modelagem destas
características. A partir disto, o circuito foi re-projetado e os resultados de simulação
demonstram melhorias bastante significativas em suas características.
Palavras-chave: Circuitos integrados analógicos, Amplificador de instrumentação em modo
corrente, Faixa de entrada em modo comum, Taxa de rejeição em modo comum,
Amplificador rail-to-rail.
ABSTRACT
Master Dissertation
Programa de Pós-Graduação em Informática
Universidade Federal de Santa Maria
Current Mode Instrumentation Amplifier with Rail-to-Rail Input and
Output
AUTHOR: Filipe Costa Beber Vieira
ADVISER: Cesar Ramos Rodrigues
Date and Place of the Examination: Santa Maria, January 5
th
, 2009
This dissertation is aimed at the development of a current mode instrumentation
amplifier (CMIA) with a high common mode input range. This characteristic is obtained due
to the rail-to-rail operational amplifiers (opamps). These opamps are built with rail-to-rail
differential amplifiers as input stages, and with cascode-based output stages, which are able to
copy its current by adding identical branches and connecting their gates without the voltage
degradation as the known CMIA topologies. The main contribution of this work is the
development of a rail-to-rail current mode instrumentation amplifier, analyzing the pros and
cons of this topology. The functionality of the proposed topology is shown through measured
results of a manufactured integrated circuit. This first prototype, although it was operated in a
large input common mode range, presented insufficient values of CMRR (Common Mode
Rejection Ratio) and V
OS
(Offset voltage). These two characteristics were studied and
modeled, the instrumentation amplifier was re-designed, and simulated results demonstrate
important improvements.
Keywords: Analog integrated circuits, Current mode instrumentation amplifier, Common
mode input range, Common mode rejection ration, Rail-to-rail amplifier.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2.1 – Topologias de espelhos de corrente de baixa tensão............................................20
Figura 2.2 – Estágio de entrada rail-to-rail com pares diferenciais complementares, (a)
circuito básico, (b) gm vs. V
i,cm
, e (c) faixa de modo comum de um par diferencial n e p (V
CMN
e V
CMP
)......................................................................................................................................21
Figura 2.3 - Princípio de funcionamento de um estágio de entrada rail-to-rail.......................22
Figura 2.4 – Princípio de operação do circuito de controle de gm (DUQUE-CARRILO, 2002).
..................................................................................................................................................23
Figura 2.5 - Circuito de Controle de gm...................................................................................24
Figura 2.6 - Circuito do Amplificador Diferencial de entrada. ................................................26
Figura 3.1 - Ampop com espelho de corrente em série (PRIOR, 2004)...................................29
Figura 3.2 – Estágio de saída dos ampop e seu espelhamento de corrente. .............................30
Figura 3.3 - Estrutura do ampop...............................................................................................31
Figura 3.4 - Amplificador de Instrumentação. .........................................................................31
Figura 3.5 - Layout do Amplificador de Instrumentação. ........................................................34
Figura 3.6 - Foto do chip do AI fabricado................................................................................34
Figura 3.7 – (a) gm
N
, gm
P
, gm
T
, e (b) V
BN
vs. V
i,cm
. ................................................................35
Figura 3.8 – Resposta em freqüência dos ampops....................................................................35
Figura 3.9 – Ganho DC do AI vs. V
i,cm
. ...................................................................................36
Figura 3.10 - V
OS
simulado do AI. ...........................................................................................37
Figura 3.11 – CMRR simulado do AI. .....................................................................................37
Figura 3.12 – Resposta em freqüência do AI (medido)............................................................38
Figura 3.13 – Ganho vs. V
i,cm
(medido)....................................................................................38
Figura 3.14 – V
OS
medido de três chips do AI. ........................................................................39
Figura 3.15 – CMRR medido de três chips do AI. ...................................................................39
Figura 3.16 – Comparação da V
OS
medida com a simulada.....................................................40
Figura 3.17 – Comparação do CMRR medido com o simulado. .............................................40
Figura 4.1 – Amplificador Operacional....................................................................................42
Figura 4.2 – Ampop em configuração seguidor de tensão. ......................................................43
Figura 4.3 – CMIA analisado em Su (1995). ...........................................................................45
Figura 4.4 – CMIA analisado neste trabalho............................................................................46
Figura 4.5 – Estágio transcondutor de saída do AI...................................................................48
Figura 4.6 - Análise de V
OS
de um estágio diferencial de entrada simplificado. .....................52
Figura 4.7 - Análise de CMRR de um estágio diferencial de entrada simplificado. ................53
Figura 5.1 – Fluxo de projeto de circuitos integrados analógicos (ALLEN, 2002)(CORTES
2004).........................................................................................................................................55
Figura 5.2 – Dimensionamento dos componentes no projeto de circuitos analógicos.............56
Figura 5.3 - Fluxo de projeto apresentado por Palmisiano (2001). ..........................................56
Figura 5.4 – Fluxo de projeto clássico de Allen (2002). ..........................................................57
Figura 5.5 - Fluxo de projeto do AI..........................................................................................58
Figura 5.6 – Fluxo de projeto para dimensionamento do AI....................................................59
Figura 5.7 – Estágio de entrada folded-cascode otimizado para o par diferencial p................63
Figura 5.8 – Estágio de entrada dos ampops. ...........................................................................65
Figura 5.9 – Circuito de Controle de gm..................................................................................66
Figura 5.10 – Ampop buffer de saída. ......................................................................................68
Figura 5.11 – Amplificador de Instrumentação........................................................................69
Figura 5.12 – Amplificador de Instrumentação e sua conexão com os pads. ..........................70
Figura 5.13 – Layout de um par diferencial n de um ampop....................................................72
Figura 5.14 – Layout Final do AI. ............................................................................................73
Figura 5.15 – Layout com Pads do AI......................................................................................73
Figura 6.1 – Circuito de teste de transcondutância do estágio de entrada dos ampops............75
Figura 6.2 - gm e V
BN
vs. V
i,cm
do estágio de entrada dos ampops...........................................75
Figura 6.3 – Circuito de teste de ganho de malha aberta do estágio de entrada dos ampops...75
Figura 6.4 – Circuito de teste de CMRR e V
OS
do estágio de entrada dos ampops. ................76
Figura 6.5 – gm do estágio de entrada dos ampops @ V
i,cm
=0V..............................................76
Figura 6.6 – Ganho diferencial do estágio de entrada dos ampops @ V
i,cm
=0V......................77
Figura 6.7 – CMRR do estágio de entrada dos ampops @ V
i,cm
=0V.......................................77
Figura 6.8 – V
OS
do estágio de entrada dos ampops @ V
i,cm
=0V. ...........................................78
Figura 6.9 – Variação do ganho vs. V
i,cm
do estágio de entrada dos ampops...........................78
Figura 6.10 – Variação de CMRR vs. V
i,cm
do estágio de entrada dos ampops........................79
Figura 6.11 – Variação de V
OS
vs. V
i,cm
do estágio de entrada dos ampops. ...........................79
Figura 6.12 – Circuito de teste de λ do estágio de saída dos ampops e espelhos de corrente..80
Figura 6.13 – Variação de λ
1
vs. V
i,cm
do ampop. ....................................................................80
Figura 6.14 – Variação de λ
2
vs. V
i,cm
do ampop. ....................................................................81
Figura 6.15 – Circuito de teste de CMIR, ganho DC e resposta em freqüência do ampop......81
Figura 6.16 – Faixa de entrada em modo comum do ampop. ..................................................82
Figura 6.17 – Resposta em freqüência do ampop @V
i,cm
=0V. ................................................82
Figura 6.18 – Circuito de teste de CMRR e V
OS
do ampop. ....................................................83
Figura 6.19 – Ganho diferencial do ampop @ V
i,cm
=0V..........................................................83
Figura 6.20 – CMRR do ampop @ V
i,cm
=0V...........................................................................84
Figura 6.21 – V
OS
do ampop @ V
i,cm
=0V. ...............................................................................84
Figura 6.22 – CMRR dos ampops. ...........................................................................................85
Figura 6.23 – Variação do ganho diferencial vs. V
i,cm
do ampop.............................................85
Figura 6.24 – Variação de CMRR vs. V
i,cm
do ampop. ............................................................86
Figura 6.25 – Variação de V
OS
vs. V
i,cm
do ampop. .................................................................86
Figura 6.26 – Variação de α vs. V
i,cm
do ampop. .....................................................................87
Figura 6.27 - Teste de ganho de malha aberta do ampop buffer de saída. ...............................87
Figura 6.28 – Resposta em freqüência do estágio buffer de saída @ V
i,cm
=0V. ......................88
Figura 6.29 – Configuração do AI para testar ganho diferencial, resposta em freqüência,
excursão de saída, consumo de potência, THD e ruído............................................................89
Figura 6.30 - Análise Transiente do AI @ V
i,cm
=0V................................................................89
Figura 6.31 – Excursão de Saída do AI @ V
i,cm
=0V................................................................90
Figura 6.32 – Resposta em freqüência do AI @V
i,cm
=0V........................................................90
Figura 6.33 – Ganho do AI vs. V
i,cm
.........................................................................................91
Figura 6.34 – Configuração para obter o CMRR e a V
OS
do AI. .............................................91
Figura 6.35 – CMRR do AI @ V
i,cm
=0V..................................................................................92
Figura 6.36 – V
OS
do AI @ V
i,cm
=0V.......................................................................................92
Figura 6.37 – Resposta em freqüência do CMRR do AI..........................................................93
Figura 6.38 - Variação de CMRR vs. V
i,cm
do AI.....................................................................93
Figura 6.39 - Variação de V
OS
vs. V
i,cm
do AI..........................................................................94
Figura 6.40 – Circuito de Teste para obter o PSRR do AI. ......................................................94
Figura 6.41 – Resposta em freqüência do PSRR do AI............................................................95
Figura 6.42 – PSRR do AI @ V
i,cm
=0V. ..................................................................................95
Figura 6.43 – gm, V
BN
e gds da fonte de corrente do par diferencial p vs. V
i,cm
......................99
Figura 6.44 – Slew rate do ampop de entrada do AI. .............................................................100
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Dimensões dos transistores do circuito de controle de gm..................................32
Tabela 3.2 – Dimensões dos transistores do amplificador diferencial rail-to-rail...................32
Tabela 3.3 – Dimensões dos transistores do estágio de saída e espelhos de corrente. .............32
Tabela 3.4 – Tensões e correntes de Polarização. ....................................................................33
Tabela 3.5 – Resultados do amplificador de instrumentação. ..................................................41
Tabela 5.1 – Dimensões dos transistores do amplificador diferencial rail-to-rail...................65
Tabela 5.2 – Dimensões dos transistores do circuito de controle de gm..................................66
Tabela 5.3 – Dimensões do ampop buffer de saída. .................................................................68
Tabela 5.4 – Dimensões do estágio de saída e espelhos de corrente........................................69
Tabela 5.5 – Tensões e correntes de Polarização. ....................................................................70
Tabela 6.1 – Resumo das Características do ampop. ...............................................................96
Tabela 6.2 – Resumo das Características do ampop buffer de saída........................................96
Tabela 6.3 – Resumo das Características do AI. ......................................................................97
Tabela 6.4 – Consumo de potência de cada bloco....................................................................97
Tabela 6.5 – Comparação entre algumas características de amplificadores de instrumentação.
................................................................................................................................................101
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
σ Desvio Padrão da medida
α Função de transferência do ampop
λ Função de transferência do espelho de corrente
µ Valor médio da medida
A
c
Ganho de modo comum do ampop
A
d
Ganho de modo diferencial do ampop
AI Amplificador de Instrumentação
Ampop Amplificador operacional
CI Circuito Integrado
CMIA Current Mode Instrumentation Amplifier (Amplificador de Instrumentação
em modo corrente)
CMIR Common mode input range (Faixa de entrada em modo comum)
CMRR Common Mode Rejection Ratio (Taxa de Rejeição em Modo Comum)
CMRR
AO
CMRR de um ampop
GBW Produto ganho-banda
G
C
Ganho de modo comum do AI
g
cc
Transcondutância de modo comum
g
cd
Transcondutância de modo diferencial para modo-comum
G
D
Ganho de modo diferencial do AI
g
dc
Transcondutância de modo-comum para diferencial
g
dd
Transcondutância de modo diferencial
gds Condutância Dreno-Fonte
gm Transcondutância
gm
IN
Transcondutância do estágio de entrada do ampop
gm
OUT
Transcondutância do estágio de saída do ampop
I-V Conversão de Corrente para Tensão.
MF Margem de Fase
PSRR Power Supply Rejection Ratio (Razão de rejeição da fonte)
SR Slew-Rate (Razão de subida/descida)
THD Total Harmonic Distortion (Distorção Harmônica Total)
V
c
Tensão de entrada em modo comum do ampop
V
d
Tensão de entrada em modo diferencial do ampop
V
DS
Tensão dreno-fonte
V
DS,SAT
Mínima tensão V
DS
para atingir a saturação
V
GS
Tensão porta-fonte
V-I Conversão de Tensão para Corrente
V
i,cm
Tensão de entrada em modo comum
V
ic
Tensão de entrada em modo comum do AI
V
id
Tensão de entrada diferencial do AI
V
OS,RTI
Tensão de offset referida à entrada (referred to input)
V
OS,RTI,AO
Tensão de offset referida à entrada de um ampop
V
OS,RTO
Tensão de offset referida à saída (referred to output)
V
OS,RTO,AO
Tensão de offset referida à saída de um ampop
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................16
1.1. Organização da dissertação ......................................................................................17
2. TÉCNICAS DE CIRCUITOS DE BAIXA TENSÃO .....................................................18
2.1. Topologias de espelhos de corrente de baixa tensão ................................................18
2.2. Estágios de entrada rail-to-rail.................................................................................20
2.2.1. Circuito de controle de gm................................................................................22
2.2.2. Estágio de entrada do amplificador rail-to-rail................................................25
3. AMPLIFICADOR DE INSTRUMENTAÇÃO EM MODO CORRENTE .....................27
3.1. Descrição do circuito................................................................................................29
3.1.1. Estágio de saída dos ampops ............................................................................30
3.1.2. Ampop ..............................................................................................................30
3.1.3. Amplificador de instrumentação ......................................................................31
3.2. Resultados obtidos....................................................................................................35
4. ANÁLISE E MODELAGEM DO AI...............................................................................42
4.1. Ampop em configuração de ganho unitário .............................................................42
4.2. CMRR do AI ............................................................................................................44
4.3. Tensão de offset do AI..............................................................................................50
4.4. Análise do CMRR e da V
OS
em um estágio diferencial de entrada..........................51
5. METODOLOGIA DE PROJETO ....................................................................................54
5.1. Fluxo de projeto clássico de ampops de dois estágios..............................................54
5.2. Fluxo de projeto do AI..............................................................................................57
5.3. Projeto do AI ............................................................................................................62
5.3.1. Projeto do espelho de corrente..........................................................................67
5.3.2. Projeto do ampop buffer de saída .....................................................................67
5.3.3. Amplificador de instrumentação ......................................................................68
5.4. Layout.......................................................................................................................71
6. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÕES .................................................................74
6.1. Estágio de entrada dos ampops.................................................................................74
6.2. Estágio de saída dos ampops e espelhos de corrente................................................79
6.3. Amplificador operacional.........................................................................................81
6.4. Ampop de saída ........................................................................................................87
6.5. Amplificador de instrumentação ..............................................................................88
6.6. Discussões ................................................................................................................96
7. CONCLUSÕES..............................................................................................................102
7.1. Trabalhos futuros....................................................................................................103
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................105
ANEXOS................................................................................................................................108
Anexo A: Netlist do amplificador de instrumentação ........................................................108
Anexo B: Ponto de operação dos transistores do AI para V
i,cm
=0V...................................111
1. INTRODUÇÃO
Amplificadores de instrumentação (AI) são topologias de amplificação que buscam
atingir algumas características melhores do que um único amplificador operacional (ampop)
pode apresentar. Sua utilização se dá em ambientes onde se deseja amplificar um sinal
diferencial de baixa amplitude atenuando o sinal de modo comum presente, o que requer do
AI boas características de impedância de entrada, taxa de rejeição de modo comum (CMRR –
Common Mode Rejection Ratio), tensão de offset (V
OS
) e ruído.
Dentre uma vasta gama de aplicações, AIs são blocos bastante utilizados, por exemplo,
em sistema de aquisição de sinais, instrumentação médica, condicionamento de sinais de alta
e baixa velocidade, aplicações de vídeo, sinais automotivos e controle de motores.
Implementações clássicas de amplificadores de instrumentação usualmente empregam
associações de ampops utilizando uma rede de resistores. Para garantir o bom casamento
desta rede, do qual dependem as características de CMRR e tensão de offset do AI, os
resistores são implementados em um filme sobre o silício e, posteriormente ajustados
utilizando corte a laser, incrementando os custos de fabricação do chip.
Para contornar os altos custos destes componentes e adequar-se à evolução da
tecnologia CMOS, novas topologias para amplificadores de instrumentação são apresentadas
(Toumazou, 1989). São circuitos que permitem a programação do ganho de forma
independente do casamento entre resistores e tiram proveito das características da tecnologia
MOS padrão. Nesta abordagem utilizam-se técnicas de espelhamento de corrente, onde uma
tensão diferencial de entrada é convertida em corrente e transferida à saída (por
espelhamento), quando então é novamente convertida em tensão no circuito de saída. Estes
são chamados amplificadores de instrumentação em modo corrente (CMIA – Current Mode
Instrumentation Amplifier)
Entretanto, com a crescente redução da tensão de alimentação dos circuitos CMOS, a
maximização de excursão de tensão dos sinais na entrada e na saída dos amplificadores
tornou-se indispensável. Em ampops, uma ampla excursão de saída pode facilmente ser
alcançada através da utilização de estágios de classe AB, enquanto que uma ampla faixa de
entrada em modo comum (CMIR – Common Mode Input Range) pode ser alcançada
utilizando-se estágios de entrada rail-to-rail.
17
Em implementações de CMIAs conhecidas na literatura, os espelhos de corrente são
conectados em série com os ampops, que possuem apenas um par diferencial de entrada. Estes
dois fatores fazem com que a entrada em modo comum seja bastante degradada.
Diante destes fatos, esta dissertação tem por objetivo estudar e abordar técnicas de
baixa tensão aplicáveis em amplificadores de instrumentação em modo corrente, de modo a
maximizar a faixa de tensão admissível de entrada em modo comum.
A contribuição deste trabalho consiste em alcançar este objetivo, através da utilização
de amplificadores diferenciais de entrada rail-to-rail, associados a espelhos de corrente
baseados em circuitos cascode conectados aos gates dos transistores de saída, em opção à
conexão série.
1.1. Organização da dissertação
Esta dissertação está organizada da seguinte forma: O capítulo 1 apresenta a
contextualização e os objetivos deste trabalho. Como um dos objetivos deste trabalho é obter
um amplificador de instrumentação com ampla faixa de entrada em modo comum, algumas
técnicas de baixa tensão, que incluem estágios de amplificação rail-to-rail e espelhos de
corrente, são apresentadas e analisadas no capítulo 2. No capítulo 3 implementa-se um
amplificador de instrumentação com entrada e saída rail-to-rail. Um circuito integrado é
projetado e prototipado, apresentando um baixo CMRR e uma alta V
OS
. Tal resultado faz com
que estas duas características do AI sejam estudadas e modeladas no capítulo 4. Baseado nisto
apresenta-se no capítulo 5 a metodologia de projeto adequada para esta topologia, assim como
o re-projeto do AI. O capítulo 6 apresenta os resultados finais e as discussões, e o capítulo 7
apresenta as conclusões desta dissertação.
2. TÉCNICAS DE CIRCUITOS DE BAIXA TENSÃO
A crescente demanda por circuitos de baixa tensão (LV – Low Voltage), acarretada
pela crescente necessidade de circuitos com baixo consumo de potência (LP – Low Power),
tem sido uma necessidade cada vez maior do mercado de circuitos integrados (CI),
principalmente em equipamentos portáteis.
Ao diminuir o consumo de potência de um circuito analógico qualquer, aborda-se
principalmente a sua tensão de alimentação e a sua corrente de polarização. Entretanto, a
diminuição destas duas grandezas tem um forte impacto no desempenho de todas as
características do circuito. No caso de amplificadores, por exemplo, a corrente de polarização
tem influência direta na sua faixa de freqüência e no seu ruído. Já o efeito da diminuição da
tensão de alimentação implica principalmente na excursão de tensão dos sinais e afeta de
maneira mais drástica a faixa de entrada em modo comum. Para minimizar estas restrições é
necessário ampliar a faixa de excursão dos sinais relativa aos rails (V
DD
e V
SS
), tanto na
entrada como na saída. As topologias estudadas para minimizar esse comportamento são
chamadas na literatura como circuitos com faixa de excursão rail-to-rail.
Neste trabalho desenvolve-se a implementação de um CMIA de baixa tensão,
objetivando-se uma ampla faixa de entrada em modo comum. Tais características tornam
indispensáveis os estudos de espelhos de corrente de baixa tensão, assim como os estágios
diferenciais de entrada rail-to-rail, os quais são abordados a seguir.
2.1. Topologias de espelhos de corrente de baixa tensão
No projeto de um amplificador de instrumentação em modo corrente, a escolha da
topologia do espelho corrente é um fator muito importante. Sua topologia, assim como seu
dimensionamento afetam diretamente o desempenho do AI, já que ele será conectado em série
com o estágio de saída de cada ampop. Os principais requisitos necessários para a escolha do
espelho de corrente em um CMIA são: baixa impedância de entrada, alta impedância de saída
e queda de tensão mínima na entrada do espelho de corrente (V
IN,MIN
). Considerando que a
demanda atual de circuitos exige uma robustez em baixas tensões de alimentação e, sendo os
espelhos de corrente blocos tão importantes no condicionamento de sinais analógicos, projetá-
los em baixas tensões tem sido uma preocupação muito grande (RAJPUT, 2002) (RAMIRES-
ÂNGULO, 2004).
19
Na Figura 2.1 são apresentados alguns dos espelhos de corrente mais conhecidos na
literatura. Na análise que segue, considera-se que os transistores dos espelhos de corrente
operam na região de saturação, onde V
DS,SAT
é a mínima tensão dreno-fonte (V
DS
) necessária
para o transistor operar em saturação, e V
TH
é a tensão de threshold dos transistores.
A Figura 2.1 (a) mostra o mais simples e rudimentar espelho de corrente. Esta
topologia possui uma alta impedância de entrada e tensão mínima de operação dada por
V
IN,MIN
=V
DS,SAT
+V
TH
, sendo pouco adequada para AIs.
A Figura 2.1 (b) é um espelho de corrente do tipo cascode (BRUNN, 1995), o qual
apresenta boas características de impedância de entrada e saída, porém apresentando uma alta
queda de tensão (V
IN.MIN
= 2.V
DS,SAT
+ V
TH
).
No circuito da Figura 2.1 (c) as tensões de dreno-fonte dos transistores do espelho são
comparadas e forçadas a serem iguais, aumentando desta forma, a precisão da cópia da
corrente (YOU, 1997). Em Ramirez-Angulo (2004), este circuito é analisado e comparado
com outros espelhos de corrente de baixa tensão, onde todos são considerados bons
candidatos na implementação de um CMIA, em termos de impedância de entrada e saída. Sua
queda de tensão é baixa, V
IN,MIN
=V
DS,SAT.
O circuito extra, necessário para controlar o espelho,
pode ser considerado como uma pequena desvantagem desta topologia.
A Figura 2.1 (d) apresenta um espelho de corrente bulk-driven (BLALOCK, 1995), o
qual apresenta boa impedância de entrada e saída. Entretanto, a transcondutância do substrato
dos transistores (gm
b
) é muito menor que a transcondutância padrão (gm), sendo este mais
efetivo em sinas DC.
A Figura 2.1 (e) apresenta um espelho de corrente de baixa tensão (RAMIREZ-
ANGULO, 1994) que utiliza um level-shifter entre a porta e o dreno do transistor de entrada,
resultando em V
IN,MIN
=V
DS,SAT
. Neste caso, o level shifter é implementado utilizado um
estágio seguidor de fonte.
O espelho de corrente da Figura 2.1 (b) foi utilizado em implementações de CMIA
apresentadas em Harb (1999), Harb (2004) e Prior (2008). A conexão série entre o espelho de
corrente com um estágio de saída commom-source (RAZAVI, 2001) causa uma redução na
excursão da tensão do estágio de saída, e desta forma limitando a CMIR.
A implementação de AI descrita em Douglas (2004) utiliza um espelho de corrente de
baixa tensão como mostrado na Figura 2.1 (e). O espelho é ligado em série com o estágio de
saída, um seguidor de tensão implementado com transistores FETs “naturais” ou “nativos”.
Um transistor FET “natural” ou “nativo” é um transistor obtido através de uma etapa
20
adicional no processo de fabricação para o aumento da dopagem no canal destes transistores.
O objetivo é a redução das suas tensões de threshold.
Considerando os espelhos de corrente analisados na Figura 2.1, pode-se concluir,
baseado principalmente na queda de tensão do espelho, que as topologias mais adequadas na
implementação de um AI são os espelhos da Figura 2.1 (c) e da Figura 2.1 (e). Além disto, os
espelhos analisados em Ramirez-Angulo (2004), os quais têm o mesmo princípio de
funcionamento da Figura 2.1 (c), também podem ser considerados bons candidatos.
(a) (b) (c)
(d) (e)
Figura 2.1 – Topologias de espelhos de corrente de baixa tensão.
2.2. Estágios de entrada rail-to-rail
A crescente redução da tensão de alimentação dos circuitos CMOS faz com que a
faixa admissível de tensão de entrada em modo comum seja também diminuída, o que tem
suscitado o desenvolvimento de topologias com estágios de entrada rail-to-rail. No projeto de
amplificadores em baixa tensão, existem soluções satisfatórias de estágios de saída que
suprem com facilidade um bom aproveitamento da faixa de excursão do sinal. Entretanto, o
desenvolvimento de ampops capazes de manter um funcionamento robusto para uma ampla
faixa de tensão em modo comum tem demandado diferentes tipos de soluções entre
pesquisadores e projetistas, como Ahmadi (2003), Duque-Carrilo (2003) e Yan (2005).
O funcionamento do estágio de entrada para tensões de modo comum abrangendo toda
a faixa compreendida entre os limites da alimentação (rail-to-rail) é obtido com a ligação em
21
paralelo de dois pares diferenciais: um com transistores de canal n e outro com transistores de
canal p. Enquanto o par diferencial de canal n funciona para uma faixa de tensões em modo
comum de um patamar mínimo (V
CM,MIN,N
) até o limite superior da alimentação (V
DD
), o par
diferencial de canal p funciona adequadamente desde o limite inferior da alimentação (V
SS
)
até o limite superior de modo comum máximo do sinal de entrada(V
CM,MAX,P
).
O principal problema da ligação dos dois pares diferenciais em paralelo decorre
principalmente das variações do ganho do estágio (YAN, 2005). A Figura 2.2 (a) apresenta
um estágio de entrada simples com dois pares diferenciais complementares, um de canal n e
outro de canal p. Na região II da Figura 2.2 (b), correspondente à faixa intermediária da
entrada em modo comum, a transcondutância total é aproximadamente igual a duas vezes o
valor de um único par na região I ou III, pois existe sobreposição entre a faixa de modo
comum do par diferencial n e do par diferencial p, como ilustrado na Figura 2.2 (c). Este fato
resulta na variação de algumas características do estágio: ganho DC, largura de banda de
freqüência unitária, slew-rate, e compensação de freqüência não-ótima (YAN, 2005).
(a) (b) (c)
Figura 2.2 – Estágio de entrada rail-to-rail com pares diferenciais complementares, (a) circuito básico, (b)
gm vs. V
i,cm
, e (c) faixa de modo comum de um par diferencial n e p (V
CMN
e V
CMP
).
Algumas das mais conhecidas técnicas de controle de gm utilizadas em estágios
diferenciais de entrada rail-to-rail são analisadas e comparadas em Yan (2000) e Yan (2005).
A técnica reportada por Duque-Carrilo (2002), a qual foi utilizada neste trabalho, é descrita a
seguir e é composta pelo estágio diferencial de entrada rail-to-rail e o seu respectivo circuito
de controle de gm.
22
2.2.1. Circuito de controle de gm
Para manter o ganho do estágio constante ao longo da faixa de tensão de entrada em
modo comum (V
i,cm
), algumas soluções são propostas (AHMADI, 2003) (DUQUE-
CARRILO, 2002) (YAN, 2005). Mantendo-se inalterada a fonte de corrente de um dos pares
diferenciais e monitorando-se a entrada em modo comum do circuito, controla-se a fonte de
corrente do outro par diferencial. Desta forma, a soma das transcondutâncias dos dois pares
diferenciais será mantida praticamente constante.
A Figura 2.3 ilustra o princípio de funcionamento de um estágio de entrada rail-to-rail,
onde os pares diferenciais de canal p e de canal n são dispostos em paralelo e conectados por
um circuito somador de correntes.
Figura 2.3 - Princípio de funcionamento de um estágio de entrada rail-to-rail.
O controle do ganho total do estágio mostrado na Figura 2.4 é baseado no laço de
realimentação negativa imposta por:
NPREF
gmgmgm
+
=
(2.1)
Onde
gm
REF
é a transcondutância de um par diferencial operando sob polarização
constante (T
P,REF
), independente da entrada em modo comum, e gm
P
e gm
N
são as
transcondutâncias dos pares diferenciais p e n da entrada (T
P
e T
N
).
O princípio de realimentação negativa é ilustrado na Figura 2.4. O par diferencial
T
P,REF
e T
P
são idênticos ao par diferencial de entrada de canal p, enquanto que T
N
é idêntico
ao par de entrada de canal n. Todos estes pares são desbalanceados pela tensão V, pequena o
suficiente para assegurar a operação dos transistores na região linear.
23
Figura 2.4 – Princípio de operação do circuito de controle de gm (DUQUE-CARRILO, 2002).
O par diferencial T
P
é polarizado com uma réplica da corrente de polarização (I
BP
) do
par diferencial de canal p, os quais têm sua operação dependente da tensão de entrada em
modo comum. T
P,REF
é polarizado com uma réplica da corrente nominal de polarização(I
B
) do
par de canal p, e portanto a entrada em modo comum não afeta seu
gm. Com as polarizações
mostradas na Figura 2.4, as correntes dos pares diferenciais são somadas, gerando uma tensão
no nó da soma, a qual irá controlar a corrente (I
BN
), como indicado na linha tracejada. Desta
forma, a soma (i
N
e i
P
) é sempre constante (i
REF
), pois i
N
é manipulada pelo circuito somador,
conforme a variação da corrente i
P
.
Utilizando uma réplica da corrente I
BN
para polarizar o par diferencial de canal n do
estágio de entrada consegue-se manter a transcondutância
gm
REF
constante.
Na Figura 2.5, apresenta-se o circuito de controle de
gm proposto por Duque-Carrilo
(2002). Pode-se observar o par diferencial T
P,REF
composto pelos transistores M9 e M10, o par
diferencial T
P
composto pelos transistores M12 e M13, e o par diferencial T
N
composto pelos
transistores M24 e M25. A entrada em modo comum do circuito é sentida pelo par diferencial
de canal p, formados pelos transistores M3 e M4.
Neste trabalho, uma pequena modificação foi feita, inserindo-se uma fonte de corrente
flutuante, composta pelos transistores M18 e M19, para uma maior estabilidade da
polarização (AHMADI, 2003).
24
Figura 2.5 - Circuito de Controle de gm.
A operação do circuito de controle de gm apresentado na Figura 2.5 pode ser mais
facilmente compreendida da maneira que segue: este circuito é naturalmente um circuito
amplificador, onde o sinal de saída é a tensão V
BN
, que irá controlar a fonte de corrente de um
par diferencial do estágio de entrada do ampop. Como qualquer outro amplificador, a sua
tensão de saída (V
BN
) é igual ao produto de uma tensão de entrada diferencial (V), da
transcondutância do par diferencial (
gm
PAR
) e de um fator de ganho, o qual pode ser
representado por uma resistência equivalente do circuito (R
EQ
):
EQPARBN
RgmVV ..
=
(2.2)
Aplicando o princípio da superposição, pode-se observar a influência em V
BN
devido a
cada par diferencial, ou seja:
EQPPBN
RgmVV ..
,
=
(2.3)
EQREFREFBN
RgmVV ..
,
=
(2.4)
EQNNBN
RgmVV ..
,
=
(2.5)
Observa-se que a tensão V para o par diferencial N é invertida com relação aos outros
dois.
Calculando a soma dos três termos de V
BN
, tem-se que:
).(.
PNREFEQBN
gmgmgmRVV
=
(2.6)
A relação entre a transcondutância gm
N
do transistor com a tensão de polarização V
BN
(RAZAVI, 2001) pode ser aproximada por:
).().(..
THBNTHBNoxN
VVVV
L
W
Cgm ==
βμ
(2.7)
Para valores V
BN
acima de V
TH
, gm
N
é proporcional à V
BN
:
25
BNN
Vgm .
β
(2.8)
Substituindo a equação (2.8) em (2.6) tem-se que:
).(.
PNREFEQ
N
gmgmgmRV
gm
=
β
(2.9)
).(..
PNREFEQN
gmgmgmRVgm
=
β
(2.10)
).(
..1
..
PREF
EQ
EQ
N
gmgm
RV
RV
gm
+
=
β
β
(2.11)
Considerando V.R
EQ
.β >> 1, conclui-se de uma maneira mais simples, o que
apresentou a equação (2.1), reportada por Duque-Carrilo (2002):
PREFN
gmgmgm
=
(2.12)
2.2.2.
Estágio de entrada do amplificador rail-to-rail
A Figura 2.6 apresenta o amplificador diferencial rail-to-rail usado como estágio de
entrada de amplificadores operacionais. Trata-se de um estágio amplificador
folded-cascode
largamente conhecido na literatura (RAZAVI, 2001), dotado de dois pares diferenciais de
entrada (M33 a M36). Estes pares diferenciais são conectados a um somador de corrente
(M38 a M41, M44 a M47), com uma fonte de corrente flutuante (M42 e M43). Esta fonte de
corrente flutuante, de acordo com Ahmadi (2003), reduz a variação do ponto de polarização
dos transistores do estágio
folded-cascode
,
minimizando as variações dos pólos e dos zeros do
circuito.
Por inspeção da Figura 2.6 pode-se perceber que a fonte de corrente do par diferencial
de canal p (M32) sai naturalmente da região de saturação com o aumento da entrada em modo
comum. Neste ponto, o circuito de controle de
gm começa a atuar, polarizando a fonte de
corrente do par diferencial de canal n (M37) e mantendo a soma das transcondutâncias dos
pares diferenciais constante.
26
Figura 2.6 - Circuito do Amplificador Diferencial de entrada.
3. AMPLIFICADOR DE INSTRUMENTAÇÃO EM MODO CORRENTE
Um amplificador de instrumentação é um bloco com ganho em malha fechada que
possui uma entrada diferencial, balanceada e com alta impedância. Diferentemente de um
ampop, onde o ganho de malha fechada é determinando por resistores externos conectados
entre suas entradas e sua saída, um AI emprega um mecanismo de realimentação interno.
Com o sinal de entrada aplicado nas duas entradas diferenciais, o ganho pode ser configurado
interna ou externamente através de um resistor de ganho, o qual é isolado dos sinais de
entrada (KITCHIN, 2006).
Em sua função mais importante, um AI tem uma alta rejeição a sinais de modo comum,
amplificando apenas o sinal diferencial aplicado, ao longo da banda de interesse. Esta é a
principal razão pela qual se utilizam AIs ao invés de simples ampops. Devido a esta
característica, mesmo os melhores ampops ficam longe de serem efetivos na extração de
sinais fracos (KITCHIN, 2006). Assim, o termo Razão de Rejeição de Modo Comum ou
simplesmente CMRR (
Commom Mode Rejection Ratio), descreve quantitativamente esta
característica do amplificador. O CMRR é normalmente expresso em decibels (dB) e é dado
pela razão entre o ganho do amplificador para sinais diferenciais (
A
D
) e o ganho para sinais de
modo comum (
A
C
), como expresso a seguir:
C
D
A
A
CMRR =
(3.1)
=
C
D
dB
A
A
CMRR
log.20
(3.2)
O mecanismo de realimentação interno dos AIs podem ser realizado de duas formas: a
primeira e mais difundida emprega uma rede de resistores e a segunda emprega circuitos que
operam em modo corrente.
No caso da utilização de uma rede de resistores para a construção de um AI, um bom
CMRR depende diretamente do casamento entre os resistores utilizados, o que torna este tipo
de amplificador pouco atrativo para uma implementação monolítica, pois os ajustes
necessários (ajustes a laser em filmes finos) aumentam os custos de fabricação. Além disso,
em processos CMOS comumente utilizados, estes mecanismos eficientes de ajuste de
resistores são raramente disponíveis.
Com o objetivo da adequação aos processos CMOS e com o intuito da redução do
custo de ajuste de resistores, uma segunda classe de AIs foi apresentada, onde os circuitos
28
operam em modo corrente. O fato de se utilizar circuitos que operam em modo corrente ao
invés da rede resistiva como a outra topologia, faz com que o casamento entre partes
simétricas seja atingido sem a exigência de ajustes após a fabricação (KITCHIN, 2006).
No âmbito dos AIs que operam em modo corrente, vários trabalhos foram
apresentados ao longo dos últimos anos. Duas técnicas foram propostas inicialmente por
Toumazou (1989), utilizando a técnica de
current-sensing, e por Wilson (1989), utilizando
current conveyors de segunda geração. Esta última topologia, por se tratar de circuitos
simples, alcança bons resultados de CMRR com uma boa faixa de freqüência relativamente ao
seu consumo de potência.
Entretanto, a diminuição de tensão de alimentação dos últimos tempos tornou
indispensável à excursão
rail-to-rail de sinais de entrada e saída em algumas aplicações de AI
(KITCHIN, 2006). Neste requisito, a técnica baseada em
current-sensing (TOUMAZOU,
1989) é bastante adequada, pois é baseada em ampops, nos quais podem ser aplicadas técnicas
bastante difundidas para aumentar sua CMIR.
Os CMIAs baseados em Toumazou (1989) usualmente utilizam dois ampops
configurados como seguidores de tensão como estágio de entrada. Se os ampops são
construídos com apenas um par diferencial, evidencia-se sua operação limitada em termos de
CMIR. Além disto, a utilização de espelhos de corrente em série com os ampops degrada
ainda mais o CMIR (HARB, 1999) (HARB, 2004) (PRIOR, 2008).
A Figura 3.1 apresenta o circuito implementado em Prior (2004) e Prior (2008) na
implementação de um AI. Trata-se de um ampop formado pelos transistores MX0 à MX7 e de
um espelho de corrente
cascode formado por MX8 e MX9. Observa-se que a limitação
superior da entrada em modo comum do ampop, devido à limitação do par diferencial de par p
é dada por V
GS,MX2
+V
DS,MX5
. Já a limitação inferior da excursão de saída do ampop é devido
ao estágio de saída do ampop em série com o espelho de corrente e é dada por
V
DS,MX7
+V
GS,MX9
. Considerando tensões médias de V
GS
iguais a 0.6V, e V
DS
=0.15V, temos
que o limite superior da entrada em modo comum do ampop resulta em 0.6+0.15=0.75V. Já a
limitação inferior da excursão de saída se dá por 0.15+0.6=0.75V. Como os ampops do AI
devem ser ligados como configuração de ganho unitário, considerando que o circuito seja
alimentado por V
DD
=1.5V e V
SS
=-1.5V, a faixa de entrada em modo comum fica restrita a
V
DD
-0.75V a V
SS
+0.75V, ou seja, 0.75 a -0.75V, o que representa apenas 50% da tensão de
alimentação (3V).
29
Figura 3.1 - Ampop com espelho de corrente em série (PRIOR, 2004).
Abaixo é propõe-se uma solução para aumentar a faixa de entrada em modo comum
de um CMIA.
3.1. Descrição do circuito
Objetivando uma maior CMIR, os esforços devem se concentrar em dois pontos
principais: aumentar a entrada em modo comum dos ampops e diminuir a queda de tensão de
entrada dos espelhos de corrente.
Um ampop tem sua entrada em modo comum melhorada através da utilização de dois
pares diferenciais complementares conectados em paralelo. Estes estágios são utilizados com
circuitos que mantém constante o
gm total do estágio, a fim de diminuir problemas dinâmicos
do ampop. A topologia de estágio de entrada
rail-to-rail descrita no capítulo anterior será
utilizada no desenvolvimento deste AI.
Na implementação de CMIAs, os espelhos de corrente são utilizados em série com os
ampops. Espelhos de corrente largamente conhecidos como o espelho
cascode (BRUNN,
1995) são utilizados nestes casos, pela simplicidade, bom desempenho e boa linearidade na
cópia da corrente. Entretanto, a queda de tensão na entrada dos espelhos degrada a entrada em
modo comum dos AIs.
Desta forma, em Prior (2006) propôs-se uma nova abordagem em termos de
amplificadores de instrumentação em modo corrente. A idéia principal é diminuir ao máximo
a queda de tensão do espelho de corrente, associado ao aumento da entrada em modo comum
30
dos ampops. Surgiu então, a proposta de utilizar como estágio de saída dos ampops um
estágio de saída baseado em circuitos
cascode, que naturalmente pode operar como um bom
espelho de corrente.
3.1.1.
Estágio de saída dos ampops
Como a corrente de saída dos ampops deve ser copiada e o estágio de saída deve ter
uma excursão
rail-to-rail, o estágio de saída baseado em espelhos cascode foi adotado e é
apresentado na Figura 3.2. Conectando-se M51 e M52 à M61 e M62 respectivamente, a
corrente I
A
é copiada do estágio de saída sem a queda de tensão observada quando há um
espelho de corrente em série com o ampop (HARB, 1999) (HARB, 2004) (PRIOR, 2008). A
excursão de saída limitada deste estágio, a qual é igual a 2.V
DS,SAT
irá determinar a CMIR do
AI.
Figura 3.2 – Estágio de saída dos ampop e seu espelhamento de corrente.
3.1.2. Ampop
O ampop utilizado na implementação do CMIA é apresentado na Figura 3.3. O estágio
de entrada é formado por dois pares diferenciais complementares, onde o par diferencial n é
polarizado por um circuito de controle de
gm. As topologias de estágio diferencial de entrada
rail-to-rail e circuito de controle de gm utilizadas nesta dissertação são as descritas nas seções
2.2.1 e 2.2.2. Após o estágio de entrada, utiliza-se o estágio de saída baseado em circuitos
cascode apresentado na seção 3.1.1. Na compensação do ampop é adotada a abordagem
clássica de Miller para amplificadores de dois estágios, através da adição de um capacitor
entre o nó de saída e o nó da entrada do estágio de saída (ALLEN, 2002).
31
Figura 3.3 - Estrutura do ampop.
3.1.3. Amplificador de instrumentação
O amplificador de instrumentação é apresentado na Figura 3.4 e é implementado
conectando-se os estágios de saída dos dois ampops de entrada do AI a um somador de
corrente. A corrente resultante desta operação irá fluir através do resistor R
G
, convertendo
corrente em tensão no nó de saída do AI.
Figura 3.4 - Amplificador de Instrumentação.
32
Para solucionar o problema da excursão de saída limitada do AI reportado por Prior
(2004) e Prior (2006), devido a baixa capacidade dos espelhos de corrente em excursionar
tensões, o ampop 3 foi configurado como amplificador de transcondutância. Desta forma, um
nó de “terra virtual” é criado na saída dos dois espelhos de corrente.
O ganho de tensão do amplificador de instrumentação é dado pela razão de dois
resistores que podem ser externos ou internos ao AI:
1
R
R
A
G
v
=
(3.3)
O circuito apresentado na Figura 3.4 e descrito acima foi projetado e prototipado a fim
de comprovar a teoria desenvolvida. O seu projeto objetivou alcançar uma ampla CMIR, para
um ganho de 2000 vezes (66dB), e para um consumo inferior a 200µW. A tecnologia
utilizada foi a XC06 da XFAB com tamanho mínimo de transistor de 0.6µm. As dimensões
dos transistores encontram-se nas tabelas 3.1 a 3.4.
Tabela 3.1 – Dimensões dos transistores do circuito de controle de gm.
Transistor W(µm)/L(µm)
M1, M2, M7, M8, M11 5/40
M3, M4, M9, M10, M12, M13 20/2
M5, M6 5/30
M14-M23 20/2
M24, M25 20/2
M26 5/40
Tabela 3.2 – Dimensões dos transistores do amplificador diferencial rail-to-rail.
Transistor W(µm)/L(µm)
M31, M32 5/40
M33, M34, M35, M36 20/2
M37 5/40
M38-M41 20/2
M42, M43 4/30
M44-M47 20/2
Tabela 3.3 – Dimensões dos transistores do estágio de saída e espelhos de corrente.
Transistor W(µm)/L(µm)
M51, M52 30/5
M53, M54 20/30
M61-M64 30/5
M71-M74 30/2
M51, M52 30/5
M53, M54 20/30
33
Tabela 3.4 – Tensões e correntes de Polarização.
Fonte de Polarização W(µm)/L(µm)
VB1 0.966V
VB2 0.419V
VB3, VB4 0V
IB1 1.5µA
IB2 2.5 µA
VB1 0.966V
A partir das dimensões projetadas para os transistores, foi realizada a etapa de
layout,
o qual é apresentado na Figura 3.5. O circuito foi prototipado e a Figura 3.6 apresenta uma
foto do
chip obtida com o auxílio de um microscópio eletrônico. A área ocupada pelo chip,
desconsiderando a área dos
pads, é de 590µm x 320µm, o que representa 0.188mm
2
. Técnicas
de
layout como centróide comum e interdigitamento de transistores foram utilizadas nos pares
diferenciais e espelhos de corrente, além de uma constante preocupação com a simetria do
circuito.
34
Figura 3.5 - Layout do Amplificador de Instrumentação.
Figura 3.6 - Foto do chip do AI fabricado.
35
3.2. Resultados obtidos
O circuito foi submetido aos testes padrões necessários para se obter as características
de desempenho de um amplificador qualquer. As simulações foram realizadas em nível de
estágio de entrada do ampop, ampop e AI.
A Figura 3.7 apresenta uma análise do
gm do estágio de entrada do ampop. Observa-se
ainda, a tensão V
BN
, operando no controle da soma das transcondutâncias dos dois pares
diferenciais e mantendo-a constante.
Figura 3.7 – (a) gm
N
, gm
P
, gm
T
, e (b) V
BN
vs. V
i,cm
.
Na Figura 3.8 observa-se a resposta em freqüência do ampop. O ganho DC é de 166dB,
e o produto ganho-banda é de 625kHz, com margem de fase de 61º.
Figura 3.8 – Resposta em freqüência dos ampops.
36
O amplificador de instrumentação foi simulado com uma configuração de resistores de
R
1
=10kΏ e R
2
=10MΏ, o que de acordo com a equação (3.3), representa um ganho de tensão
de 2000 vezes ou 66dB. Nestas condições, o consumo de potência AI foi de 149 µW, a
excursão de saída de V
SS
+50mV a V
DD
-50mV, a freqüência a -3dB de 70kHz, o ruído referido
a entrada de 478nV/
Hz e o PSRR (Power Supply Rejection RatioRazão de rejeição da
fonte) maior que 100dB.
Assim como mostrado na Figura 3.9, o ganho DC configurado para 66dB permanece
constante na faixa de entrada em modo comum de -1.3 a 1.3V e denota a funcionalidade da
topologia apresentada. Tal fato foi interpretado como sendo a faixa de entrada em modo
comum do AI e servirá como métrica comparativa com outros AIs.
Figura 3.9 – Ganho DC do AI vs. V
i,cm
.
A Figura 3.10 e a Figura 3.11 apresentam, respectivamente, os resultados de tensão de
offset e CMRR do AI. Tais resultados foram obtidos utilizando simulações de Monte Carlo
com 100 rodadas, incluindo variação de processo e de descasamento. A fim de uma
visualização melhor, apresentam-se três curvas: o valor médio da medida (µ), a soma do valor
médio com o desvio padrão da medida (µ+
σ) e o valor da medida subtraído do desvio padrão
(µ-
σ). Para V
i,cm
=0V, temos uma V
OS
de -0.83mV com desvio padrão de 8.39mV e um
CMRR médio de 50.62dB com um desvio padrão de 9.96dB.
37
-15.0
-10.0
-5.0
0.0
5.0
10.0
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
Vos(mV)
μ μ+σ μ−σ
Figura 3.10 - V
OS
simulado do AI.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
CMRR(dB)
μ μ+σ μ−σ
Figura 3.11 – CMRR simulado do AI.
Abaixo são apresentados alguns resultados medidos do AI. Devido a algumas
dificuldades nas medições, como o nível de ruído e a tensão de
offset, algumas medições
foram realizadas com um ganho de 200 vezes.
A resposta em freqüência de um dos protótipos do AI é apresentada na Figura 3.12,
onde se observam a resposta em freqüência para um ganho de 200 e 2000 vezes (46 e 66dB).
38
Para a configuração de 2000 vezes, onde havia sido encontrada uma freqüência a -3dB de
70kHz em simulação, obteve-se o resultado medido de 4kHz. Tal diferença se deve ao fato do
chip possuir uma corrente de referência interna que não é robusta com variações de processo,
tensão de alimentação e temperatura, o que pode ser visto na diferença do consumo simulado
(149µW) para o consumo medido (117µW). Logo, se o consumo de potência medido foi
inferior ao simulado, conclui-se que a corrente de referência sofreu uma diminuição,
ocasionando uma banda de freqüência inferior a simulada.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Frequencia(Hz)
ganho(dB)
ganho=46dB
ganho=66dB
Figura 3.12 – Resposta em freqüência do AI (medido).
A Figura 3.13 apresenta o resultado medido do ganho programável do AI ao longo da
faixa de entrada em modo comum, fato que demonstra a funcionalidade da topologia
apresentada aqui.
0
10
20
30
40
50
60
70
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
Ganho(dB)
chip #1
Figura 3.13 – Ganho vs. V
i,cm
(medido).
39
Na Figura 3.14 e na Figura 3.15 apresentam-se os resultados medidos de tensão de
offset e CMRR de três protótipos ao longo da entrada em modo comum.
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
Vos(mV)
chip #1
chip #2
chip #3
Figura 3.14 – V
OS
medido de três chips do AI.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
CMRR(dB)
chip #1
chip #2
chip #3
Figura 3.15 – CMRR medido de três chips do AI.
A fim de demonstrar a compatibilidade das simulações realizadas com os resultados
medidos, a Figura 3.16 e a Figura 3.17 apresentam, ao longo da entrada em modo comum, as
curvas simuladas de valor médio acrescido/decrescido de um desvio padrão e o resultados
medidos de três
chips.
40
Figura 3.16 – Comparação da V
OS
medida com a simulada.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
CMRR(dB)
chip #1 chip #3
chip #2
μ+σ
μ−σ
Figura 3.17 – Comparação do CMRR medido com o simulado.
-15
-10
-5
0
5
10
-1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5
Vi,cm(V)
Vos(mV)
chip #3 chip #2
chip #1
μ+σ
μ−σ
41
Na Tabela 3.5 apresenta-se os resultados finais do amplificador de instrumentação.
Tabela 3.5 – Resultados do amplificador de instrumentação.
Característica Valor Médio
simulado
Desvio Padrão
simulado
Valor Medido Unidade
Ganho DC 66 66.8 dB
Largura de Banda
(-3dB) @ 66dB
70 4
kHz
CMIR
V
SS
+200m a
V
DD
-200m
V
SS
+100m a
V
DD
- 100m
V
V
OS
@ V
i,cm
=0V
-0.83 8.39 -0.18
1.48
5.61
mV
CMRR @ V
i,cm
=0V
50.62 9.96 48.49
58.95
49.96
dB
PSRR @ V
i,cm
=0V 100 - dB
Output swing
V
SS
+9mV a
V
DD
-3mV
-
V
Ruído @ 1kHz 478 - nV/Hz
Consumo de Potência 150 117 µW
Os resultados apresentados acima podem ser considerados satisfatórios. O primeiro
protótipo do AI foi construído a fim de demonstrar sua funcionalidade, a qual é averiguada
através da curva de ganho ao longo da entrada em modo comum (Figura 3.13).
Entretanto, características essenciais a um amplificador de instrumentação como
tensão de
offset e CMRR foram considerados resultados insatisfatórios. A necessidade de se
projetar um AI visando um alto CMRR e um baixo V
OS
torna-se indispensável, assim como
uma modelagem de tais características. Este é o tema que será abordado no próximo capítulo.
4. ANÁLISE E MODELAGEM DO AI
Amplificadores de Instrumentação tem sua utilização necessária no tratamento de
sinais em ambientes ruidosos e que exigem uma alta rejeição aos sinais de modo comum.
Além disto, sinais de baixa amplitude exigem altos ganhos diferenciais e baixas tensões de
offset.
O primeiro projeto do amplificador de instrumentação utilizando a topologia com
ampops
rail-to-rail apresentou resultados insatisfatórios de CMRR e de tensão de offset, tanto
em resultados de simulação com descasamento, como em resultados medidos em silício.
O objetivo deste capítulo é modelar duas das principais características de um AI: o
CMRR e a tensão de
offset. Esta modelagem é necessária para o próximo capítulo, onde o AI
será re-projetado.
Inicia-se a modelagem analisando-se a função de transferência e a tensão de
offset de
um ampop em configuração de ganho unitário. Após, utilizam-se estes parâmetros para
modelar o CMRR e a tensão de
offset do AI. Por fim, faz-se uma análise dos principais fatores
que causam degradação de
offset e de CMRR em um estágio par diferencial.
4.1. Ampop em configuração de ganho unitário
O que se objetiva nesta seção é a modelagem da função de transferência (α) e da
tensão de
offset referida à saída (V
OS,RTO,AO
) de um amplificador operacional em configuração
de ganho unitário. Estas duas características serão posteriormente utilizadas na modelagem do
CMRR e na tensão de
offset do AI.
A Figura 4.1 representa um amplificador operacional. Considera-se na análise que
segue que a tensão V
1
está conectada na entrada não-inversora (+) do ampop e a tensão V
2
está conectada em sua entrada inversora (-).
Figura 4.1 – Amplificador Operacional.
43
Convencionalmente, a tensão de entrada em modo diferencial (V
d
)
é a diferença de
tensão entre as duas entradas do ampop e a tensão de entrada em modo comum (V
c
) é igual ao
valor médio das duas entradas (ALLEN, 2002), ou seja:
21
VVV
d
=
(4.1)
e
2
21
VV
V
c
+
=
(4.2)
Para um amplificador qualquer, tem-se que a tensão de saída (V
o
) é dada por:
ccddo
VAVAV ..
+
=
(4.3)
Onde A
d
é o ganho de modo diferencial do ampop e A
c
é o ganho de modo comum do
ampop.
A Figura 4.2 apresenta um amplificador operacional em configuração “seguidor de
tensão” ou também chamado de buffer de ganho unitário.
Figura 4.2 – Ampop em configuração seguidor de tensão.
Analisando-o, a partir da equação (4.3), substituindo-se a equação (4.1) e (4.2), e
sendo V
1
=V
i
e V
2
=V
O
, têm-se que:
()
+
+=
2
..
oi
coido
VV
AVVAV
(4.4)
+
+=
d
c
o
c
dio
A
A
V
A
AVV
2
.
2
.
(4.5)
+=
2
.
2
.
c
did
c
oo
A
AVA
A
VV
(4.6)
+=
+
2
.
2
1.
c
did
c
o
A
AVA
A
V
(4.7)
44
d
c
c
d
i
o
A
A
A
A
V
V
+
+
=
2
1
2
.
(4.8)
O CMRR do ampop, chamado aqui de CMRR
ao
é dado pela razão do ganho
diferencial pelo ganho de modo comum:
c
d
ao
A
A
CMRR =
(4.9)
Isolando o termo A
c
temos:
ao
d
c
CMRR
A
A =
(4.10)
Substituindo (4.10) em (4.8), temos a função de transferência não-ideal de um ampop
em configuração ganho unitário, considerando A
d
e CMRR
ao
finitos, denotada neste trabalho
por α:
+
+
==
ao
d
ao
d
i
o
CMRR
A
CMRR
A
V
V
.2
1
1.1
.2
1
1.
α
(4.11)
Outro parâmetro que nos interessa neste modelamento é a tensão de offset referida à
saída (V
OS,RTO,AO
) do ampop em configuração de ganho unitário. Sendo que a tensão de offset
referida a entrada é modelada como uma fonte de tensão em série com a tensão aplicada na
entrada do ampop, temos que:
).(
,, AORTIOSIO
VVV
+
=
α
(4.12)
Portanto, a tensão de offset referida a saída é dada por:
AORTIOSAORTOOS
VV
,,,,
.
α
=
(4.13)
Como α é praticamente igual a unidade, a V
OS,RTO,AO
torna-se igual a V
OS,RTI,AO
.
4.2. CMRR do AI
O trabalho reportado por Su (1995) apresenta uma análise do CMRR de um
amplificador de instrumentação em modo corrente (CMIA) e trata-se de uma modelagem do
CMRR não detalhada em nenhuma outra referência encontrada.
Entende-se o CMRR como sendo uma das principais características de um AI.
Portanto, faz-se necessário o desdobramento do equacionamento apresentado por Su (1995),
45
bem como a sua adaptação para a topologia de CMIA adotada neste trabalho, sendo este o
objetivo desta seção.
O circuito analisado em Su (1995) é apresentado na Figura 4.3. Trata-se de um estágio
de entrada que converte tensão em corrente (V
2
e V
1
nas correntes I
O2
e I
O1
), utilizando a
técnica de current sensing (TOUMAZOU, 1989). Esta conversão é realizada através de um
espelhamento das correntes de consumos dos rails positivo e negativo dos dois ampop de
entrada (ampop 1 e ampop 2), configurados como buffers de ganho unitário. Após, as
correntes I
O2
e I
O1
são novamente transformadas em tensão, através do ampop 3 e dos
resistores R
22
e R
2
.
Figura 4.3 – CMIA analisado em Su (1995).
A topologia de CMIA analisada neste trabalho é apresentada na Figura 4.4 e baseia-se
na mesma técnica de current sensing. Comparando-o com a topologia analisada por Su (1995)
e mostrada na Figura 4.3, observam-se duas diferenças significativas. Na Figura 4.3 o
espelhamento das correntes dos ampops se dá em seus rails positivo e negativo. Além disto, o
estágio de conversão I-V de saída (ampop 3 e resistores R
22
e R
2
), por se tratar de um estágio
diferencial com entrada em corrente para tensão single-ended, causa influência no ganho de
modo comum do AI. Já na Figura 4.4, a cópia das correntes dos ampops se dá apenas em um
46
rail (positivo) e o estágio de conversão I-V, por não ser diferencial, não influencia o ganho de
modo comum do AI.
Figura 4.4 – CMIA analisado neste trabalho.
O equacionamento que segue analisa a topologia apresentada na Figura 4.4.
As tensões de entrada V
1
e V
2
, e as correntes I
O1
e I
O2
de cada estágio de entrada
podem ser separadas em componentes de modo comum e de modo diferencial e podem ser
expressas como:
icdcidddOOod
VgVgIII ..
21
+
=
=
(4.14)
icccidcd
OO
oc
VgVg
II
I ..
2
21
+=
+
=
(4.15)
Onde V
id
e V
ic
representam a tensão de entrada diferencial e a entrada em modo
comum, respectivamente, g
dd
e g
cc
são a transcondutância de modo diferencial e de modo
comum, respectivamente, g
cd
é a transcondutância de modo diferencial para modo-comum, e
g
dc
é a transcondutância de modo-comum para diferencial. Utilizam-se transcondutâncias
nestas análises, pois representam uma conversão tensão-corrente (V-I).
A transcondutância de modo diferencial g
dd
é definida como:
0
21
0 ==
==
icic
V
id
OO
V
id
od
dd
V
II
V
I
g
(4.16)
47
Para V
ic
=0, I
O1
é igual a -I
O2
, e igual à corrente que flui no resistor R
1
entre os ampops,
chamada I
R1.
id
R
id
RR
dd
V
I
V
II
g
1
.2
=
+
=
(4.17)
Substituindo I
R
por V
id
/R
1
=(V
O1
-V
O2
)/R
1
id
OO
dd
VR
VV
g
2
.
1
21
=
(4.18)
Substituindo V
O1
e V
O2
por α
1
.V
1
e α
2
.V
2
, onde α é a função de transferência dos
ampops em configuração ganho unitário da eq. (4.11), têm-se que:
id
dd
VR
VV
g
2
.
..
1
2211
αα
=
(4.19)
Como V
id
=V
1
-V
2
, e para V
2
=-V
1
, têm-se que V
id
=2.V
1
11
1211
.2
2
.
..
VR
VV
g
dd
αα
+
=
(4.20)
Simplificando:
1
21
R
g
dd
α
α
+
=
(4.21)
Na análise de g
dc
assume-se uma entrada somente de modo comum, ou seja:
0
21
0 ==
==
idid
V
ic
OO
V
ic
od
dc
V
II
V
I
g
(4.22)
As correntes de saída I
O1
e I
O2
são compostas de duas componentes. A primeira é I
OC
,
a qual surge devido ao descasamento entre os dois ampops e é aproximadamente igual à
corrente que flui no resistor R
1
1
2211
1
21
..
R
VV
R
VV
I
OO
OC
αα
=
=
(4.23)
A outra componente se refere a I
S1
e I
S2
. Estas componentes são devido a resistência
finita das fontes de corrente dos ampops:
1
11
1
.
r
V
I
S
α
=
(4.24)
2
22
2
.
r
V
I
S
α
=
(4.25)
Onde r
1
e r
2
são as resistências das fontes de correntes dos ampops ao
1
e ao
2
.
Se as correntes I
O1
e I
O2
são dadas por:
48
111
.
SOCO
III
λ
+
=
(4.26)
221
.
SOCO
III
λ
+
=
(4.27)
Onde
λ
1
e λ
2
representam, respectivamente, as funções de transferência dos espelhos
de corrente 1 e 2.
Podemos substituí-las na equação (4.22), obtendo:
ic
SSOC
ic
OO
dc
V
III
V
II
g
2211121
...2
λ
λ
+
=
=
(4.28)
ic
dc
V
r
V
r
V
R
VV
g
+
=
2
22
2
1
11
1
1
2211
.
.
.
.
..
.2
α
λ
α
λ
αα
(4.29)
Considerando V
2
=V
1
1
2
12
2
1
11
1
1
1211
.
.
.
.
..
.2
V
r
V
r
V
R
VV
g
dc
+
=
α
λ
α
λ
αα
(4.30)
Obm se a transcondutância de modo comum g
dc
:
2
2
2
1
1
1
1
21
...2
rrR
g
dc
α
λ
α
λ
αα
+
=
(4.31)
Analisando-se agora apenas o estágio transcondutor de saída da Figura 4.5:
Figura 4.5 – Estágio transcondutor de saída do AI.
O equacionamento do ampop é dado por:
dO
AVVV ).(
12
=
(4.32)
A entrada não inversora do ampop está aterrada e, portanto V
2
=0V. Substituindo V
1
por V
o
+I
R2
.R
2
, tem-se:
49
)..(
22 ORdO
VRIAV
+
=
(4.33)
1
..
22
+
=
d
d
RO
A
A
RIV
(4.34)
Considerando o ganho diferencial A
d
muito elevado, resulta que a tensão de saída V
O
é
dada por:
22
.RIV
RO
=
(4.35)
Como I
R2
=I
od
=I
O1
-I
O2
, então:
221
).( RIIV
OOO
=
(4.36)
Analisando novamente a equação de I
od ,
dada em (4.14):
icdcidddOOod
VgVgIII ..
21
+
=
=
(4.37)
Isolando I
O1
:
21
..
OicdcidddO
IVgVgI
+
+
=
(4.38)
Substituindo em (4.15)
icccidcd
OOicdciddd
VgVg
IIVgVg
..
2
..
21
+=
+
+
+
(4.39)
Isolando I
O1
e I
O2
temos:
2
.
2
.
..
1
icdciddd
icccidcdO
VgVg
VgVgI +=
(4.40)
e
2
.
2
.
..
2
icdciddd
icccidcdO
VgVg
VgVgI +++=
(4.41)
Substituindo (4.40) e (4.41) em (4.36) tem-se que:
)...(
2 icdcidddO
VgVgRV
+
=
(4.42)
Observa-se que as componentes g
cc
e g
cd
são anuladas para a topologia da Figura 4.4.
Restam ainda as componentes g
dd
e g
dc
, que multiplicadas por R
2
representam o ganho
diferencial e comum do AI. Portanto, o CMRR é dado por:
dc
dd
g
g
CMRR =
(4.43)
Substituindo (4.21) e (4.31) em (4.43) obtêm-se o modelamento do CMRR do AI, em
função de características dos ampops e dos espelhos de corrente:
50
2
2
2
1
1
1
1
21
1
21
...2
rrR
R
CMRR
α
λ
α
λ
αα
α
α
+
+
=
(4.44)
4.3. Tensão de offset do AI
Considerando os espelhos com ganhos idênticos, a corrente I
R1
gerada no estágio de
conversão V-I é dada por:
1
12
1
R
VV
I
OO
R
=
(4.45)
Substituindo a equação (4.12), relacionando a tensão de offset do ampop:
1
1,,112,,22
1
).().(
R
VVVV
I
AORTIOSAORTIOS
R
++
=
αα
(4.46)
Sendo
21
VVV
d
=
(4.47)
E
2
21
VV
V
c
+
=
(4.48)
Então
2
1
d
c
V
VV =
(4.49)
E
2
2
d
c
V
VV +=
(4.50)
Logo
1
1,,12,,2
1
2
.
2
.
R
V
V
VV
V
V
I
AORTOOS
d
cAORTOOS
d
c
R
+
++
=
αα
(4.51)
Substituindo a equação (4.51) em (4.35), e sabendo que I
R2
=I
R1
+++=
1,,12,,21212
1
..).(
2
).(
2
.
AORTOOSAORTOOS
cdG
o
VV
VV
R
R
V
αααααα
(4.52)
Podemos escrever a equação (4.52) como:
AIRTOOSccddo
VGVGVV
,,
..
+
+
=
(4.53)
Onde
51
).(
12
1
αα
+=
R
R
G
G
d
(4.54)
).(
12
1
αα
=
R
R
G
G
c
(4.55)
)..(
1,,12,,2
1
,, AORTOOSAORTOOS
G
AIRTOOS
VV
R
R
V
αα
=
(4.56)
G
d
e G
c
representam o ganho de modo diferencial e de modo comum, respectivamente,
e V
OS,RTO,AI
representa a tensão de offset do AI referida à saída.
Portanto, a tensão de offset do AI referida à entrada é dada por:
G
AIRTOOS
V
AIRTOOS
AIRTIOS
R
RV
A
V
V
1,,,,
,,
.
==
(4.57)
1,,12,,2,,
..
AORTIOSAORTIOSAIRTIOS
VVV
α
α
=
(4.58)
Como α
1
e α
2
serão praticamente iguais ao ganho unitário, pode-se dizer que a tensão
de offset do AI referida a entrada será dada por:
1,,2,,,, AORTIOSAORTIOSAIRTIOS
VVV
=
(4.59)
4.4. Análise do CMRR e da V
OS
em um estágio diferencial de entrada
Conforme foi demonstrado no equacionamento anterior, o descasamento entre os
ampops e entre os espelhos de corrente do AI geram degradação do CMRR e da V
OS
do AI.
No caso do descasamento entre os ampops, representados na análise anterior por α, leva-se
em consideração dois parâmetros não ideais dos ampops: o CMRR e o A
d
. A variação do A
d
será demonstrada posteriormente que não resulta em grandes problemas de descasamento.
Portanto, o principal fator a casar é o CMRR dos ampops. Já na análise de V
OS
do AI,
observou-se que este é gerado diretamente pelo descasamento entre as tensões de offset dos
ampops.
Diante disto, esta seção não objetiva modelar, mas sim compreender qual a origem da
variação de CMRR e V
OS
em ampops, para que se possa modificar o dimensionamento dos
transistores no projeto buscando-se melhorar estas características.
O CMRR e a Vos efetivas de um ampop são gerados a partir da soma de duas
componentes: uma componente sistemática (CMRR
sist
e V
os,sist
) e uma componente randômica
(CMRR
rand
e V
os,rand
). A componente sistemática é aquela que pode ser estimada e corrigida
durante a etapa de projeto, sendo de fácil obtenção através de simulação. Já a componente
randômica existe devido às variações do processo de fabricação do chip e embora simulações
52
incluindo análise estatística de variação de processos possam estimar a faixa de variação da
componente randômica, esta só será realmente obtida após a fabricação já ter sido concluída.
O resultado é que cada chip terá um valor distinto de CMRR e Vos.
Para simplificar a análise do CMRR e da V
OS
, restringindo-se às contribuições dos
elementos essenciais incluídos no estágio diferencial simples, analisam-se os circuitos da
Figura 4.6 e Figura 4.7. O circuito é composto por uma fonte de corrente, um par diferencial
de entrada e uma carga resistiva simétrica. A análise deste circuito pode ser interpretada como
uma aproximação genérica para qualquer circuito com par diferencial como entrada
polarizado por uma fonte de corrente, com uma carga qualquer (normalmente um espelho de
corrente). Esta análise pode representar inclusive o estágio diferencial de entrada folded-
cascode utilizado neste projeto.
A tensão de offset de um ampop é composta de duas componentes: a sistemática e a
randômica. A tensão de offset sistemática de um ampop é resultado da topologia do
amplificador e, se tratada com a devida atenção não apresenta problemas tão significativos. Já
a tensão de offset randômica (V
OSR
) é sempre uma característica crítica no projeto de qualquer
amplificador e é resultado das variações de processo entre dispositivos simétricos, que são
afetados de forma diferente no processo de fabricação e por isto já não são mais iguais.
Na Figura 4.6 a tensão de offset é influenciada pelo descasamento no par diferencial,
representada pela variação do tamanho dos transistores (ΔW/L), variação das tensões de
threshold (ΔV
TH
) e pelas variações do fator K (ΔK’), onde K=µ
0
.Cox. Além disto, o
descasamento das resistências de carga R
L
também influencia no aumento da V
OSR
.
Figura 4.6 - Análise de V
OS
de um estágio diferencial de entrada simplificado.
De acordo com Sansen (2005), a tensão de offset do circuito da Figura 4.6 é dada na
equação (4.60).
53
Δ
+
Δ
+
Δ
+Δ=
LW
LW
K
K
R
R
VV
VV
L
L
THGS
THOSR
/
/
'
'
.
2
(4.60)
Observando a equação acima nota-se uma dependência forte da tensão de offset
relativa à variação da tensão de Threshold (V
TH
). Além disto, o fator V
GS
-V
TH
multiplica as
variações relativas de R
L
, K’e W/L.
De forma bastante semelhante ao comportamento da tensão de offset, as variações de
processo se apresentam no CMRR randômico do ampop. Na Figura 4.7 analisa-se o CMRR
de um estágio diferencial de entrada. Leva-se em consideração nesta análise o descasamento
no par diferencial, representado por ΔW/L, ΔV
TH
, e ΔK’, o descasamento na carga,
representado por ΔR, além da impedância da fonte de corrente R
B
, que polariza o par
diferencial.
Figura 4.7 - Análise de CMRR de um estágio diferencial de entrada simplificado.
Matematicamente, de acordo com Sansen (2005), o CMRR do circuito da Figura 4.7 é
dado na equação (4.61).
LW
LW
K
K
R
R
VV
V
Rg
CMRR
L
L
TGS
T
Bm
r
/
/
'
'.2
..2
Δ
+
Δ
+
Δ
+
Δ
=
(4.61)
Observando-se a equação anterior, percebe-se uma dependência grande do CMRR
com relação à transcondutância do par diferencial (g
m
) e da resistência da fonte de corrente
(R
B
).
Tanto no caso do CMRR quanto da V
OS
de um ampop, os valores reais são dominados
pelas componentes randômicas, resultado das variações de processo ocorridas, que se
manifestam majoritariamente no estágio diferencial de entrada do ampop.
5. METODOLOGIA DE PROJETO
Uma topologia de amplificador de instrumentação em modo corrente com
modificações para ampliação da faixa de modo comum da entrada é apresentada e descrita no
capítulo 3. Os resultados de testes com protótipos do circuito comprovaram seu
funcionamento.
O primeiro projeto do circuito foi dimensionado de maneira bastante objetiva, sendo
que a intenção era apenas demonstrar a característica principal da topologia proposta: a
ampliação da faixa de modo comum na entrada. A partir deste parâmetro, chegou-se ao
dimensionamento dos circuitos de controle de gm, amplificador rail-to-rail e estágio de saída
cascode.
Entretanto, medições de circuitos integrados prototipados mostraram resultados
insatisfatórios referentes ao CMRR e a V
OS
do circuito, que são consideradas as
características principais dos AIs. Por isto, um novo estudo e um aprofundamento na
modelagem do circuito é apresentado no capítulo 4.
Neste capítulo, o circuito é re-projetado buscando-se aperfeiçoamentos para o CMRR
e V
OS
e mantendo os avanços obtidos na excursão do modo comum de entrada alcançados no
projeto anterior.
Tal fato torna necessário um fluxo de projeto adequado a estes requisitos. No fluxo
proposto, o objetivo é dividir o AI em blocos, pois através da modelagem desenvolvida,
avalia-se o efeito de algumas características de cada bloco, estimando-se as características
finais de CMRR e V
OS
do AI.
Como se utilizam no AI dois ampops compostos de dois estágios de amplificação,
apresenta-se a seguir a metodologia clássica de projeto de ampops de dois estágios (ALLEN,
2002). Baseada nela, propõe-se posteriormente uma metodologia de projeto para esta
topologia de AI. Por fim, apresenta-se o projeto do circuito, até a etapa de layout do mesmo.
5.1. Fluxo de projeto clássico de ampops de dois estágios
O objetivo de projetar um circuito analógico é transformar especificações em circuitos
que satisfazem estas especificações (topologias, esquemático, netlist e layout). O projetista
deve conhecer profundamente o processo de circuitos integrados para modelar, projetar,
realizar o layout e testar os chips, considerando fatores como confiabilidade da metodologia
de projeto, bom modelamento e caracterização da tecnologia.
55
A Figura 5.1 ilustra os passos realizados no processo de um projeto genérico de
qualquer circuito integrado analógico, conforme Allen (2002) e Cortes (2004). A partir da
concepção da idéia, onde se traçam os objetivos do circuito, efetua-se a definição do projeto.
Uma topologia de circuito é escolhida, e parte-se para a implementação do mesmo. A
implementação se constitui no dimensionamento dos componentes do circuito. Utilizando-se
simulações, a partir de modelos e parâmetros previamente obtidos, estima-se com certo grau
de certeza o desempenho do circuito. Após, parte-se para a descrição geométrica do circuito,
chamada de layout. Simulações incluindo componentes parasitas que surgem na etapa de
layout são necessárias. O circuito parte então para a fabricação, sendo que posteriormente é
testado, até se tornar um produto.
Concepção da Idéia
Implementação
Definão do Projeto
Simulação
Definição Física
Verificação Física
Extração de Parasitas
Fabricação
Teste e Verificação
Produto
Comparação com
as especificações
do projeto
Comparação com
as especificações
do projeto
Figura 5.1 – Fluxo de projeto de circuitos integrados analógicos (ALLEN, 2002)(CORTES 2004).
Na etapa de implementação do circuito, o dimensionamento dos transistores demanda
bastante tempo na concepção de um circuito integrado, e se realiza de maneira diferente para
cada topologia e tipo de circuito. A etapa de dimensionamento pode ser resumida como
mostrada na Figura 5.2 (PALMISIANO, 2001). A partir de parâmetros de desempenho (ruído,
ganho, faixa de freqüência, tensão de offset...), obtêm-se os parâmetros de projeto do circuito
56
(transcondutâncias, correntes, V
GS
, V
DS
, capacitâncias, resistências...), e a partir disto, faz-se o
dimensionamento dos componentes (W e L dos transistores, capacitores, resistores...).
Figura 5.2 – Dimensionamento dos componentes no projeto de circuitos analógicos.
Um exemplo clássico de metodologia de projeto de dimensionamento de transistores é
dado na Figura 5.3, reportada por Palmisiano (2001). Assim como cada fluxo de projeto
objetiva aperfeiçoar determinada característica do circuito, o fluxo reportado por Palmisiano
(2001) objetiva principalmente adequar-se as restrições de ruído.
Ruído g
m1,2
SR
INT
I
D1,2
f
GBW
C
C
SR
EXT
I
D8
V
OS
V
GS3
=V
DS4
=V
GS5
MP g
m5
CMIR V
DSsat8
Excursão de Saída V
DSsat7
(W/L)
1,2
I
D5
I
D7
(W/L)
5
(W/L)
7
(W/L)
3,4
IB/ (W/L)
6
(W/L)
8
Figura 5.3 - Fluxo de projeto apresentado por Palmisiano (2001).
Uma outra metodologia de projeto bastante difundida para ampops de dois estágios é
apresentada na Figura 5.4 (ALLEN, 2002), e utilizada em Cortes (2004) e Prior (2004). Trata-
se de uma metodologia que objetiva atender requisitos de consumo de potência e largura de
banda de freqüência para uma margem de fase de 60º (o que conduz a características
dinâmicas ótimas, como Slew Rate e settling time).
Através de especificações iniciais de produto ganho-bando (GBW), Slew Rate (SR)
capacitor de carga (C
L
) estimam-se alguns parâmetros do ampop como corrente de
polarização do primeiro estágio (I
B1
), capacitor de compensação (C
c
), e transcondutâncias do
estágio de entrada (gm
in
) e de saída (gm
out
). A margem de fase de 60º é alcançada na relação
entre C
c
e C
L
, e entre gm
in
e gm
out
. A partir disto, faz-se o dimensionamento dos transistores
utilizando, por exemplo, equações de primeira ordem.
Parâmetros de
desempenho
Parâmetros
de projeto
Dimensionamento
dos transistores
57
Figura 5.4 – Fluxo de projeto clássico de Allen (2002).
5.2. Fluxo de projeto do AI
Em Prior (2004) apresenta-se o projeto de um amplificador de instrumentação em
modo corrente, baseado na topologia de Toumazou (1989). Os ampops utilizados no AI são
dotados de um par diferencial do tipo p, seguido de um estágio de saída common-source
(fonte-comum). Nesta implementação, o fluxo de projeto objetiva requisitos dinâmicos ótimos,
baseado em Allen (2002), e ainda considera a região de operação dos transistores, numa
metodologia baseada na relação gm/I
D
(SILVEIRA, 1996).
No caso da topologia desta dissertação, objetiva-se a característica de ampla faixa de
entrada em modo comum. Isto torna necessário ampops com estágio de entrada que possuem
pares diferenciais complementares, seguidos por um circuito estágio de saída cascode, assim
como descrito no capítulo 3. Além disto, o CMRR e a V
OS
são características de suma
importância ao AI, e requererem prioridade neste projeto. Propõe-se então, uma metodologia
de projeto adequada para esta topologia de CMIA.
O CMIA projetado aqui é composto de dois ampops configurados em ganho unitário
na entrada do AI, um circuito formado por espelhos de corrente, e um amplificador de saída
em configuração de transcondutor. O ponto mais crítico neste contexto é o projeto do estágio
de entrada dos ampops de entrada do AI, o qual irá determinar diretamente o desempenho de
CMRR e da V
OS
do AI, e portanto, uma atenção maior se dará nesta parte do projeto.
O ampop utilizado como estágio de entrada do AI, por ser composto de um estágio de
entrada folded-cascode e um estágio de saída cascode, será tratado em seu projeto como um
ampop de dois estágios.
O fluxo de projeto proposto neste trabalho é apresentado na Figura 5.5, e mescla a
otimização de consumo de potência pela banda de freqüência, baseado em Allen (2002),
Cortes (2004) e Prior (2004), porém priorizando as características de CMRR e V
OS
, utilizando
gm
in
I
B1
SR
C
c
C
L
GBW
gm
out
Transistores do
par diferencial
Transistores do
estágio de sáída
58
o equacionamento apresentado no capítulo 4 deste trabalho, e parcialmente baseado em Su
(1995).
A
V
, V
OS,RTO,,
, CMRR, GBW, MF, C
L
, R
1
e R
G
Simulação + Estimativa de CMRR e V
OS
Projeto do Estágio de Saída e Espelhos
de corrente
Projeto do Estágio de entrada
Simulação + Estimativa de CMRR e V
OS
Simulação
Ampops
AI
Layout
CMRR e V
OS
CMRR e V
OS
CMRR e V
OS
Figura 5.5 - Fluxo de projeto do AI.
A idéia principal desta metodologia é dividir o AI em blocos, de forma a simplificar o
seu projeto como um todo. Após cada bloco ser projetado, simulações de Monte Carlo são
efetuadas nos mesmo, e algumas importantes características são obtidas, como por exemplo, o
desvio padrão do ganho e do CMRR do ampop. Estes parâmetros são utilizados com os
modelos obtidos no capítulo 4, para avaliar o comportamento de CMRR e V
OS
do AI,
permitindo uma estimativa de seus mínimos teóricos. Se estes valores estimados são
59
considerados insatisfatórios, o bloco é re-projetado, e novamente simulado, até que a
estimativa satisfaça às especificações prosseguindo-se então para o projeto do próximo bloco,
até chegar ao AI completo.
Para o projeto do estágio de entrada e de saída do ampop, utilizou-se a metodologia de
projeto de Allen (2002), objetivando requisitos dinâmicos ótimos através de uma margem de
fase de 60º e otimizando o consumo de potência. Porém, uma modificação foi introduzida,
sendo que o par diferencial de entrada é estimado a partir do parâmetro da tensão de offset. O
fluxo de projeto mostrado na Figura 5.6.
V
OS,RTO
Av
W e L do par
diferencial
V
OS,RTI
I
B,in
gm
out
I
B,out
gm
in
GBW
C
c
Restante do
Estágio de
Saída
Restante do
Estágio de
entrada (ctrl
+ amp R2R)
C
L
MF
V
OS,AMPOP
Figura 5.6 – Fluxo de projeto para dimensionamento do AI.
As requisições do projeto, chamadas de pametros de desempenho do AI são: ganho
de tensão (A
V
), produto ganho-banda (GBW), CMRR, V
OS
, margem de fase (MF) e capacitor
de carga dos ampops (C
L
).
Inicialmente, a partir de uma V
OS,RTO
máxima do AI, calcula-se sua V
OS,RTI
a partir do
seu ganho de tensão DC.
V
RTOOS
RTIOS
A
V
V
,
,
=
(5.1)
Como as grandezas que representam a variação da tensão de offset e a variação do
CMRR são grandezas analisadas estatisticamente, os valores considerados satisfatórios neste
trabalho serão os valores que compreendem o intervalo [µ+σ, µ-σ], sendo que µ é o valor
60
médio da medida, e σ é o desvio padrão da medida. Estatisticamente, dentro deste intervalo
encontram-se 68,3% das amostras, e este foi considerado o rendimento de produção do chip,
chamado yield. Portanto, todas as medidas de variação serão estimadas como desvio padrão
da medida:
V
RTOOS
RTIOS
A
V
V
)(
)(
,
,
σ
σ
=
(5.2)
O motivo pelo qual o fluxo de projeto inicia-se a partir de V
OS
é que num amplificador
de instrumentação que opera em malha aberta possuindo um alto ganho (neste caso será de
200 vezes), um pequeno descasamento referido a entrada do circuito (V
OS,RTI
) facilmente
satura a saída (V
OS,RTO
>V
DD
ou V
OS,RTO
<V
SS
). Ou seja, adota-se um valor de V
OS,RTO
máxima,
fazendo com que não seja necessário um circuito de compensação de offset para atingir seu
ponto de operação.
Assim como apresentado na equação (4.56), a V
OS,RTI
depende do casamento entre os
dois ampops.
)..(
1,,12,,2
1
, AORTOOSAORTOOS
G
RTOOS
VV
R
R
V
αα
=
(5.3)
Portanto, a V
OS,RTI
do AI deverá ser, no mínimo, igual à diferença entre as tensões de
offset dos ampops, que como demonstrado na seção 4.4, é influenciada principalmente pelo
par diferencial de entrada e pela sua carga, e pela fonte de corrente que polariza o par.
Uma estimativa inicial da V
OS,RTI
pode ser dada pela variação da tensão de threshold
(ΔV
TH
) dos transistores do par diferencial. Através do equacionamento desenvolvido por
Pelgrom (1998), utilizando os parâmetros de casamento provenientes da fábrica, temos que:
LW
AVTO
VTH
.
)( =Δ
σ
(5.4)
Sendo AVTO definido como o parâmetro de descasamento da tensão de Threshold
relativo a área.
A partir desta primeira estimativa, obtêm-se os valores mínimos de transistores do par
diferencial de entrada. Após, o fluxo de projeto parte para a interatividade do processo, onde
os circuitos são dimensionados, simulados, e analisados, até que, se o circuito não alcançar os
parâmetros de desempenho esperados, o projeto é modificado.
Para que o ampop tenha uma margem de fase de 60º, é preciso que o pólo de saída seja
posicionado 2.2 vezes o GBW, resultando na relação entre o capacitor de carga (C
L
) e o
capacitor de compensação (C
C
) de (ALLEN, 2002):
61
LC
CC .22,0>
(5.5)
A transcondutância do estágio de entrada (gm
in
)é dada pela relação entre GBW e C
C
:
Cin
CGBWgm ..2.
π
=
(5.6)
Com o valor de gm
in
e das dimensões W e L dos transistores do par diferencial de
entrada, calcula-se a corrente de polarização do primeiro estágio através da equação de
primeira ordem abaixo (RAZAVI, 2005).
Dox
I
L
W
Cgm ....2
μ
=
(5.7)
Até aqui temos as dimensões mínimas estimadas para o par diferencial, sua corrente, e
sua transcondutância. Com isto, dimensiona-se o estágio diferencial rail-to-rail de entrada do
ampop. O estágio de entrada é então submetido a simulações com descasamento, utilizando
simulação de Monte Carlo. A partir disto, são obtidos os valores médios e desvios padrões
para as grandezas de A
d
, V
OS
e CMRR do ampop.
Como demonstrado no capítulo 4, através da variação de CMRR e de A
d
, e
consequentemente da variação do CMRR e A
d
do seu estágio de entrada, pode ser estimado o
CMRR do AI. Da mesma forma, através da V
OS
do ampop, ou da V
OS
do estágio de entrada
pode ser estimado a V
OS
do AI.
Se os valores estimados de CMRR e V
OS
do AI são considerados satisfatórios, parte-se
para o dimensionamento do restante do circuito. Porém, se os resultados estimados de CMRR
e V
OS
forem inferiores aos desejados, ajustes serão necessários no estágio de entrada dos
ampops.
Sabe-se, da seção 4.4, que os fatores que mais influenciam a variação de CMRR e V
OS
dos ampops são: o par diferencial de entrada, sua carga e sua fonte de corrente. Portanto, um
re-dimensionamento do estágio diferencial de entrada dos ampops consiste diretamente em
incrementar as dimensões do par diferencial, aumentar a impedância da fonte de corrente, e
aumentar a impedância da carga do par diferencial. Consequentemente, isto gera aumento da
área efetiva de silício.
Após o redimensionamento, simula-se novamente o estágio de entrada, extrai-se
σ(V
OS
), σ(CMRR) e σ(A
d
) dos ampops, e estima-se o σ(CMRR) e o σ(V
OS
) do AI. Após os
valores terem sido atingidos, o estágio de saída dos ampops é projetado.
A relação entre as transcondutâncias do estágio de entrada e saída dos ampops é outra
condição necessária para assegurar uma margem de fase de 60º, conforme Allen (2002), e é
dada por:
62
INOUT
gmgm .10
=
(5.8)
A partir de gm
OUT
, projeta-se o estágio de saída dos ampops. Para isto, tem-se uma
relação de W/L do transistor ativo de saída e a sua corrente de polarização, conforme equação
(5.7).
Após o dimensionamento do estágio de saída dos ampops, simula-se o ampop
completo, e estima-se novamente o CMRR e a V
OS
do AI. Se os valores não são satisfatórios
redimensiona-se o circuito de maneira a aperfeiçoar os parâmetros apresentados nas equações
(4.60) e (4.61). Caso contrário, parte-se para a implementação do AI completo, adicionando
os espelhos de corrente e estágio transcondutor de saída. Com o circuito completo do AI,
efetuam-se simulações e obtêm-se os valores de todas as características desejadas.
5.3. Projeto do AI
Apresentado o fluxo de projeto proposto, parte-se para a sua aplicação prática no
dimensionamento do AI. Algumas pequenas modificações na estrutura do circuito
apresentados no capítulo 3 foram realizadas neste re-projeto, e serão apresentadas nesta seção.
Atribui-se neste momento as especificações de projeto, e deseja-se atingir os seguintes
requisitos: ganho DC de 200 vezes ou 46dB, tensões de alimentação de ±1.5V, banda de
freqüência de 1MHz, desvio padrão da V
OS,RTO
de 1V, e um CMRR maior que 80dB.
Para esta configuração de ganho de 200 vezes, os resistores R
1
e R
2
utilizados serão de
10kΩ e 1MΩ, e serão conectados externamente ao chip.
Para σ(V
OS,RTO
)=1V, estando o AI com um ganho programado de 46dB, ou seja, 200
vezes, calcula-se a tensão de offset referida a entrada:
V
RTOOS
RTIOS
A
V
V
)(
)(
,
,
σ
σ
=
(5.9)
mV
V
V
RTIOS
5
200
1
)(
,
==
σ
(5.10)
A partir da tensão de offset do AI faz-se uma estimativa da tensão de offset dos
ampops, sendo:
)(.2)(
,,, AORTIOSRTIOS
VV
σ
σ
=
(5.11)
Ou seja:
mVV
AORTIOS
5.2)(
,,
=
σ
(5.12)
O estágio de entrada dos ampops constitui-se de um amplificador diferencial rail-to-
rail, sendo a fonte de corrente do par diferencial n polarizada por um circuito de controle de
63
gm. Para simplificar o projeto, considera-se uma tensão de entrada em modo comum igual a
0V, e com isso tem-se apenas o par diferencial de canal p operando. Desta forma, realiza-se
primeiramente a otimização do circuito apresentado na Figura 5.7.
Figura 5.7 – Estágio de entrada folded-cascode otimizado para o par diferencial p.
O dimensionamento inicial do par diferencial de entrada é realizado a partir da V
OS,RTI
calculada. Em uma primeira estimativa, considera-se apenas o efeito da variação da tensão de
threshold σ(ΔV
TH
) no par diferencial de entrada, utilizando o equacionamento de Pelgrom
(1989) e os parâmetros de descasamento provenientes da foundry (XFAB, 2005).
LW
AVTO
VTH
.
)( =Δ
σ
(5.13)
O parâmetro de casamento AVTO é de 13,5mVµm para um transistor de canal p (e
12,9mVµm para um transistor de canal n). Desta forma:
LW
mmV
mV
.
4,13
5,2
μ
=
(5.14)
Assumindo um comprimento mínimo de canal de transistor (L) igual a 2µm, o que
representa cerca de 3 vezes o comprimento mínimo da tecnologia, calcula-se a largura do
transistor (W), considerando apenas a variação da tensão de Threshold como V
OS
resultante:
()
()
(
)
()
m
mmV
mmV
LmV
mmV
W
μ
μ
μμ
29
2.5,2
4,13
.5,2
4,13
2
2
2
2
===
(5.15)
A partir desta dimensão mínima dos transistores, efetuou-se o projeto do restante do
circuito. Entretanto, sucessivos resultados obtidos em simulação de Monte Carlo levaram a
um tamanho de transistor para os pares diferenciais de entrada de W/L=160µm/2µm.
Observa-se uma discrepância bastante grande do valor estimado (29µm/2µm) do valor
64
calculado, devido ao fato de ter sido considerado na estimativa da V
OS
apenas o efeito da
variação da tensão de Threshold.
O resistor R
1
do AI, conectado entre a saída de dois ampops, será utilizado
externamente ao chip neste projeto. Eventualmente, com o objetivo de medição de sinal,
pode-se conectar uma ponteira do osciloscópio (10pF//1MΩ) neste nó. Além disto, por
utilizar um pino externo, há uma adição de capacitâncias parasitas do encapsulamento, da
placa de circuito impresso, do resistor conectado e do pad utilizado. Portanto, projeta-se o
ampop para uma capacitância de carga de 15pF. A fim de atingir critérios dinâmicos, temos
que:
pFpFCC
LC
3,315.22,0.22,0
=
=
=
(5.16)
A partir do produto ganho-banda requerido dos ampops e do capacitor de
compensação calcula-se a transcondutância do par diferencial de entrada (gm
in
):
VApFMHzCGBWgm
Cin
/7,203,3..2.1..2.
μ
π
π
=
=
=
(5.17)
A fonte de corrente do par diferencial é um fator que influencia diretamente o CMRR
do ampop. Da mesma maneira que as dimensões do par diferencial foram obtidas após
sucessivos resultados em simulações de Monte Carlo, optou-se por um L da fonte de corrente
de 10µm, o que representa um valor de 16,6 vezes o comprimento mínimo aceito na
tecnologia. Com L=10µm, tem-se uma modulação do comprimento de canal de 0.010748.V
-1
,
e para uma corrente de 2.5µA, temos uma resistência de 26.87MΩ em saturação.
Para calcular a corrente de polarização do par diferencial temos que:
A
m
m
C
VA
L
W
C
gm
I
oxox
B
μ
μ
μ
μ
μ
μ
76,0
2
200
...2
/7,20
...2
22
1
===
(5.18)
A polarização dos transistores M38 e M39 do circuito folded-cascode é realizada
conforme a abordagem clássica de Sansen (2005), onde a corrente destes transistores é 1,3 a 2
vezes a corrente de polarização dos pares diferenciais. Neste caso optou-se pelo valor de 1,5
vezes a corrente I
B1
.
A partir do circuito amplificador de entrada folded-cascode, parte-se para o projeto do
circuito de controle de gm, pois este é formado por estruturas idênticas ao amplificador de
entrada.
A Figura 5.8 apresenta o estágio de entrada rail-to-rail, e as dimensões dos
transistores são apresentados na Tabela 5.1.
65
Figura 5.8 – Estágio de entrada dos ampops.
Tabela 5.1 – Dimensões dos transistores do amplificador diferencial rail-to-rail.
Transistor Multiplicidade (M) W(µm)/L(µm)
Parcial
W(µm)/L(µm)
Equivalente
M31, 32 3 20/10 60/10
M33, 34, 35, 36 8 20/2 160/2
M37 6 25/10 150/10
M38.39 6 15/3 90/3
M40, 41, 44, 45 3 8/2 24/2
M46, 47 6 15/3 90/3
M48 6 15/3 60/3
M49 4 20/10 80/10
As tensões V
+
e V
-
do circuito de controle foram projetadas a partir de simulações de
Monte Carlo, levando em consideração a variação do gm controlado. Observou-se uma
dependência grande do controle do gm com a tensão V+ e V-, e obteve-se um valor ótimo de
V
+
=-(V
-
)=50mV. A Figura 5.9 apresenta o circuito de controle de gm
,
, e a Tabela 5.2
apresenta as dimensões dos seus transistores.
66
Figura 5.9 – Circuito de Controle de gm.
Tabela 5.2 – Dimensões dos transistores do circuito de controle de gm.
Transistor Multiplicidade (M) W(µm)/L(µm)
Parcial
W(µm)/L(µm)
Equivalente
M1, 2 3 20/10 60/10
M3, 4 8 20/2 160/2
M5, 6 2 25/10 50/10
M7, 8 3 20/10 60/10
M9, 10 8 20/2 160/2
M11 3 20/10 60/10
M12, 13 8 20/2 160/2
M14, 15 6 15/3 90/3
M16, 17, 20, 21 3 8/2 24/3
M22, 23 6 15/3 90/3
M24, 25 8 20/2 160/2
M26 6 25/10 150/10
M27 6 15/3 90/3
M28 4 20/10 80/10
Após o estágio de entrada e o circuito de controle de gm ter sido projetado, parte-se
para o projeto do estágio de saída. A transcondutância o estágio de saída do ampop é
calculada através da relação entre gm
IN
e gm
OUT,
objetivando atingir uma margem de fase de
60
o
:
VAVAgmgm
INOUT
/207/7,20.10.10
μ
μ
=
=
=
(5.19)
Para o projeto do estágio de saída dos ampops, devemos considerar que um ramo
idêntico a ele será conectado através de seus gates, para o espelhamento da corrente dos
ampops. Como requisitos necessários a este circuito, devemos ter uma área de gate grande a
fim de ter um bom casamento, e um L grande, pois trata-se de um espelho de corrente. Optou-
se então, por um W/L de 120µm/5µm. A fonte de corrente do estágio de saída é de 10µA.
67
5.3.1.
Projeto do espelho de corrente
O espelhamento da corrente de consumo dos ampops é realizado apenas inserindo-se
um ramo idêntico ao estágio de saída dos ampops sem a fonte de corrente, e conectando-se os
seus gates. O dimensionamento destes transistores já foi realizado na etapa do estágio de saída
dos ampops. Resta ainda, uma segunda parte do espelho de corrente, responsável pela
conexão entre os espelhos de corrente dos dois estágios de saída dos ampops. Da mesma
forma que no estágio de saída, o dimensionamento deste espelho se dá na escolha de área de
transistores grandes, a fim de evitar descasamentos, e um L grande, objetivando tornar alta a
impedância de saída do espelho.
5.3.2.
Projeto do ampop buffer de saída
O amplificador buffer de saída utilizado juntamente com o resistor R
2
forma um
estágio de saída transcondutor. Os requisitos necessários para o projeto deste ampop são
bastante simples, visto que ele não tem influência alguma no CMRR do AI (pois é um estágio
de entrada single-ended), e uma influência considerada desprezível na V
OS
do AI.
A faixa de entrada em modo comum também não é crítica, visto que a excursão dos
sinais na saída dos espelhos de corrente não se dá em tensão, e sim em corrente. Por isto, o
ampop pode ser construído utilizando apenas um par diferencial de entrada. Já a excursão de
saída do ampop determina a excursão de saída do AI, e faz-se a opção pelo estágio de saída
common-source.
Com estes requisitos, opta-se por um amplificador de dois estágios, conhecidos na
literatura como amplificador Miller (ALLEN, 2002).
Como requisitos necessários ao ampop têm-se uma banda de freqüência condizente
com o AI (1MHz), além de um baixo consumo, e uma margem de fase de 60º, e uma carga de
saída de 15pF. O fluxo de projeto clássico de ampops de dois estágios apresentado na seção
5.1 será utilizado neste projeto.
A margem de fase de 60º nos leva ao dimensionamento do capacitor de compensação:
pFpFCC
LC
3,315.22,0.22,0
=
=
=
(5.20)
A transcondutância do par diferencial de entrada é dada por:
VAMHzpFGBWCgm
Cin
/7,201.3,3..2...2
μ
π
π
=
=
=
(5.21)
Também pelo critério da margem de fase calcula-se a transcondutância do estágio de
saída:
VAVAgmgm
INOUT
/207/7,20.10.10
μ
μ
=
=
=
(5.22)
68
A partir destes parâmetros chega-se ao dimensionamento dos transistores deste ampop.
A Figura 5.10 apresenta o ampop buffer de saída, e a Tabela 5.3 apresenta as
dimensões dos seus transistores.
Figura 5.10 – Ampop buffer de saída.
Tabela 5.3 – Dimensões do ampop buffer de saída.
Transistor Multiplicidade (M) W(µm)/L(µm)
Parcial
W(µm)/L(µm)
Equivalente
M80, 81 2 10/5 20/5
M82 12 10/5 120/5
M83, 84 6 10/2 60/2
M85,86 3 10/2 30/2
M87 10 22/2 220/2
5.3.3.
Amplificador de instrumentação
A construção do AI é obtida através da conexão entre os blocos projetados. A Figura
5.11 apresenta a topologia implementada. Observam-se algumas modificações relativas ao
primeiro projeto apresentado no capítulo 3:
Os estágios de entrada dos ampops de entrada (Figura 5.8) possuem apenas um
circuito de controle de gm (Figura 5.9), diminuindo o consumo de potência e a área ocupada
do AI, e assegurando um casamento maior entre os dois ampops, pois agora são polarizados
de forma igual.
Outra diferença encontra-se no estágio transcondutor de saída (Figura 5.10). No
projeto do capítulo 3, o ampop de saída era idêntico aos ampops de entrada. Entretanto,
analisou-se o circuito e concluiu-se que seus requisitos eram mínimos, e foi implementado um
ampop simples de dois estágios. Isto também reduz o consumo de potência e a área ocupada.
69
Figura 5.11 – Amplificador de Instrumentação.
A Tabela 5.4 apresenta as dimensões do estágio de saída dos ampops e dos espelhos
de corrente, e a Tabela 5.5 apresenta as correntes e as tensões de polarização utilizadas em
todo o AI. O netlist contendo o circuito final é apresentado no anexo A.
Tabela 5.4 – Dimensões do estágio de saída e espelhos de corrente.
Transistor Multiplicidade (M) W(µm)/L(µm)
Parcial
W(µm)/L(µm)
Equivalente
M51, 52 6 20/5 120/5
M53, 54 3 10/5 30/5
M61, 62 6 20/5 120/5
M63, 64 3 10/5 30/5
M71, 72 3 30/5 90/5
M73, 74 6 20/5 120/5
M75, 76, 77 6 15/5 90/5
70
Tabela 5.5 – Tensões e correntes de Polarização.
Fonte de Polarização W(µm)/L(µm)
IB1 1uA
IB2 10uA
IB3 2uA
VB1, VB2 0V
A Figura 5.12 mostra o diagrama de pads utilizado para a conexão do amplificador de
instrumentação com o encapsulamento. Os pads utilizados são do tipo pad limited (onde o
tamanho do die é dependente da quantidade de pads), e são utilizados pads analógicos, de
alimentação, e de clamp.
Os pads dos pinos IIN e IIN_V são utilizados, respectivamente, para fornecer a
corrente dos blocos utilizados e fornecer a corrente que irá gerar as tensões de referencia V+ e
V- de ±50mV.
Figura 5.12 – Amplificador de Instrumentação e sua conexão com os pads.
71
5.4. Layout
A etapa de layout compreende a disposição geométrica dos dispositivos do circuito a
ser fabricado. Um arquivo contendo todas as informações destas geometrias (arquivo em
formato GDS – Graphic Data System) em diferentes camadas de materiais é enviado para a
fabricação.
Neste projeto, as características que dependem do casamento de partes simétricas no
AI (CMRR e V
OS
) foram abordadas, e seu desempenho foi avaliado utilizando simulações de
Monte Carlo. Estas simulações utilizam parâmetros provindos da fábrica, de acordo com a
tecnologia utilizada, baseado em análise estatística de medições de chips já fabricados. Estas
medições foram realizadas, conforme a fábrica, utilizando estruturas de teste com layout
desenhado perfeitamente, o que significa que estes parâmetros podem ser alcançados somente
com uma otimização especial do layout (XFAB, 2005). Diante disto, o projetista tem a
obrigação de realizar um bom layout a fim de conseguir no máximo o desempenho reportado
nas simulações de Monte Carlo.
As técnicas de layout comumente conhecidas (SAINT, 2002) são padrões que a
literatura sugere para diminuição das variações do processo e de descasamento. Uma técnica
bastante difundida é a técnica do centróide comum, onde os dispositivos a serem casados são
intercalados em uma estrutura planar simétrica, e desta forma supõe-se que serão afetados
simetricamente pelas variações de processo. Outra técnica bastante utilizada consiste em
adicionar estruturas chamadas dummies, a fim de evitar o efeito de borda. Além destes,
sugere-se ainda que os dispositivos tenham a mesma orientação, tenham seus elementos
parasitas casados, assim como suas interconexões (roteamento), e que sejam simétricos.
A Figura 5.13 apresenta o layout de um dos pares diferenciais do circuito, chamados
aqui de transistores A e B, de dimensões iguais. Os transistores possuem uma multiplicidade
de 8, o que facilita propositalmente o layout dos transistores. O layout possui uma estrutura de
centróide comum, com interdigitamentos, além da inserção de transistores dummies
(representados pela letra D) nas extremidades do layout.
72
Figura 5.13 – Layout de um par diferencial n de um ampop.
Na Figura 5.14 apresenta-se o layout do amplificador de instrumentação completo,
cuja área ocupada é de 515µm x 386µm, ou 0.198mm
2
. Na Figura 5.15 apresenta-se o layout
do chip enviado para a fabricação juntamente com outros circuitos, incluindo os anéis de pads.
73
Figura 5.14 – Layout Final do AI.
Figura 5.15 – Layout com Pads do AI.
Controle
de gm
Estágio de entrada
do ampop
Estágio de entrada
do ampop
Circuito de
polarização
Estágio buffer de
saída
Estágios de saída e
espelhos de corrente
6. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo os resultados finais deste projeto serão apresentados, assim como as
discussões dos resultados.
Como as características finais do circuito dependem das características dos blocos que
o compõe, também são apresentados os resultados dos blocos. A apresentação dos resultados
subdivide-se da mesma forma pelo qual o sistema foi projetado: estágio de entrada, estágio de
saída e espelhos de corrente, amplificador operacional, amplificador buffer de saída e
amplificador de instrumentação.
Todo o fluxo de projeto apresentado, assim como as simulações, foi realizado
utilizando as ferramentas de projeto da Mentor Graphics (MENTOR, 2008). Todas as
simulações foram feitas utilizando o modelo BSIM3V3 no simulador Eldo.
A alimentação dos circuitos são todas realizadas com fontes simétricas, sendo V
DD
=
1.5V e V
SS
= -1.5V.
Em todas as simulações de Monte Carlo apresentadas foram realizadas 100 rodadas, as
quais incluem variação de processo entre os dispositivos e variação de processo entre
diferentes lotes, representando desta maneira o pior caso.
Como neste trabalho exploram-se a característica de CMRR e V
OS
do AI ao longo de
uma ampla faixa de entrada em modo comum, estes serão enfatizados nos resultados de
simulação.
6.1. Estágio de entrada dos ampops
O estágio de entrada dos ampops deve ter uma transcondutância constante ao longo da
faixa de entrada em modo comum, onde a fonte de corrente do par diferencial n é polarizada
por um circuito de controle de gm. Além disto, o casamento entre os dois estágios de entrada
dos ampops do AI determina as características de CMRR e V
OS
do AI. Desta forma, o teste do
estágio de entrada dos ampops explora estas características.
A Figura 6.1 apresenta o circuito de teste para verificar a transcondutância deste
estágio ao longo da entrada em modo comum. Para uma simulação com parâmetros típicos
m-se um valor mínimo e máximo de gm ao longo de V
i,cm
, respectivamente, de 24.96 e
26.29µA/V, sendo para V
i,cm
=0V tem-se o valor nominal de 25.04µA/V.
75
Figura 6.1 – Circuito de teste de transcondutância do estágio de entrada dos ampops.
Figura 6.2 - gm e V
BN
vs. V
i,cm
do estágio de entrada dos ampops.
Para simular o ganho de malha aberta do estágio de entrada dos ampops, utilizou-se a
configuração apresentada na Figura 6.3. Já a configuração para testar CMRR e V
OS
é
apresenta na Figura 6.4
Figura 6.3 – Circuito de teste de ganho de malha aberta do estágio de entrada dos ampops.
76
Figura 6.4 – Circuito de teste de CMRR e V
OS
do estágio de entrada dos ampops.
Através de simulações de Monte Carlo obtém-se, para V
i,cm
=0V, a distribuição
gaussiana da transcondutância (Figura 6.5), ganho diferencial (Figura 6.6), CMRR (Figura 6.7)
e V
OS
(Figura 6.8) do estágio de entrada dos ampops.
Figura 6.5 – gm do estágio de entrada dos ampops @ V
i,cm
=0V.
77
Figura 6.6 – Ganho diferencial do estágio de entrada dos ampops @ V
i,cm
=0V.
Figura 6.7 – CMRR do estágio de entrada dos ampops @ V
i,cm
=0V.
78
Figura 6.8 – V
OS
do estágio de entrada dos ampops @ V
i,cm
=0V.
Fazendo uma análise variando a faixa de entrada de modo comum, obtemos a variação
de ganho diferencial (Figura 6.9), CMRR (Figura 6.10) e V
OS
(Figura 2.1) do estágio de
entrada.
0
20
40
60
80
100
120
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
ganho(dB)
μ μ+σ μ−σ
Figura 6.9 – Variação do ganho vs. V
i,cm
do estágio de entrada dos ampops.
79
0
20
40
60
80
100
120
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
CMRR(dB
)
μ
μ+σ
μ−σ
Figura 6.10 – Variação de CMRR vs. V
i,cm
do estágio de entrada dos ampops.
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
Vos(mV)
μ μ+σ μ−σ
Figura 6.11 – Variação de V
OS
vs. V
i,cm
do estágio de entrada dos ampops.
6.2. Estágio de saída dos ampops e espelhos de corrente
Como principal característica do estágio de saída dos ampops e dos espelhos de
corrente tem-se o parâmetro de ganho dos espelhos de corrente (λ). Este parâmetro é testado
utilizando o esquema da Figura 6.12 (onde testa-se λ
1
). Como o espelho de corrente não é
80
totalmente simétrico, estimulou-se separadamente os espelhos a fim de obter os resultados. O
resultado estatístico é apresentado na Figura 6.13 (λ
1
) e Figura 6.14 (λ
2
).
Figura 6.12 – Circuito de teste de λ do estágio de saída dos ampops e espelhos de corrente.
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
lambda(dB)
μ
μ+σ
μ−σ
Figura 6.13 – Variação de λ
1
vs. V
i,cm
do ampop.
81
0
1
2
3
4
5
6
7
8
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
lambda(dB)
μ
μ+σ
μ−σ
Figura 6.14 – Variação de λ
2
vs. V
i,cm
do ampop.
6.3. Amplificador operacional
Da mesma forma que seu estágio de entrada, o ampop será explorado principalmente
no quesito de casamento, além da resposta em freqüência e entrada em modo comum.
O circuito de teste apresentado na Figura 6.15 é utilizado para simular a faixa de
entrada em modo comum do ampop, assim como sua resposta em freqüência e ganho
diferencial DC.
Figura 6.15 – Circuito de teste de CMIR, ganho DC e resposta em freqüência do ampop.
A faixa de entrada em modo comum do ampop, que corresponde a faixa de V
SS
a V
DD
-
70mV, é apresentada na Figura 6.16, enquanto que a sua resposta em freqüência é apresentada
na Figura 6.17. A largura de banda corresponde a 995MHz com uma margem de fase de 71.4º
e um ganho DC de 159.62dB.
82
Figura 6.16 – Faixa de entrada em modo comum do ampop.
Figura 6.17 – Resposta em freqüência do ampop @V
i,cm
=0V.
Para simular o CMRR e a V
OS
do ampop, utiliza-se a configuração apresentada na
Figura 6.18.
83
Figura 6.18 – Circuito de teste de CMRR e V
OS
do ampop.
Para V
i,cm
=0V, obteve-se a variação de ganho diferencial (Figura 6.19), CMRR
(Figura 6.20) e V
OS
(Figura 6.21) do ampop.
Figura 6.19 – Ganho diferencial do ampop @ V
i,cm
=0V.
84
Figura 6.20 – CMRR do ampop @ V
i,cm
=0V.
Figura 6.21 – V
OS
do ampop @ V
i,cm
=0V.
A resposta em freqüência do CMRR para V
i,cm
=0V dos ampops é apresentada na
Figura 6.22. Este gráfico é um caso intermediário dentre as 100 rodadas de simulação de
Monte Carlo.
85
Figura 6.22 – CMRR dos ampops.
Ao longo da entrada em modo comum, apresenta-se a variação do ganho diferencial
(Figura 6.23), CMRR (Figura 6.24) e V
OS
(Figura 6.25) do ampop.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
ganho(dB)
μ
μ+σ
μ
−σ
Figura 6.23 – Variação do ganho diferencial vs. V
i,cm
do ampop.
86
0
20
40
60
80
100
120
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
CMRR(dB)
μ
μ+σ
μ
−σ
Figura 6.24 – Variação de CMRR vs. V
i,cm
do ampop.
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
Vos(mV)
μ μ+σ μ−σ
Figura 6.25 – Variação de V
OS
vs. V
i,cm
do ampop.
Na Figura 6.26 apresenta-se o resultado do ampop na configuração de ganho unitário
(α) ao longo da entrada em modo comum.
87
-0.15
-0.10
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm
alfa(dB)
μ μ+σ
μ
σ
Figura 6.26 – Variação de α vs. V
i,cm
do ampop.
6.4. Ampop de saída
O ampop que compõe o estágio buffer de saída, por não ser considerado um bloco
crítico no projeto do AI, tem requisitos mínimos de casamento. A configuração de teste do
ganho de malha aberta do ampop é apresentada na Figura 6.28. Na Figura 6.28 apresenta-se a
resposta em freqüência obtida, onde o ganho DC é de 100.3dB, a margem de fase de 63.4º e
uma largura de banda de 951kHz.
Figura 6.27 - Teste de ganho de malha aberta do ampop buffer de saída.
88
Figura 6.28 – Resposta em freqüência do estágio buffer de saída @ V
i,cm
=0V.
6.5. Amplificador de instrumentação
Os resultados de simulação do amplificador de instrumentação que seguem são todos
relativos ao circuito completo, incluindo os pads, sendo simulado com netlist extraído pós-
layout, incluindo os componentes parasitas (resistência e capacitância parasitas e capacitância
de cross-over).
A Figura 6.29 apresenta uma configuração típica de operação do AI, utilizado para
testar o ganho diferencial, excursão de saída, consumo de potência, THD (Total harmonic
distortion) e ruído.
89
Figura 6.29 – Configuração do AI para testar ganho diferencial, resposta em freqüência, excursão de
saída, consumo de potência, THD e ruído.
A Figura 6.30 apresenta uma resposta transiente do AI, onde um sinal senoidal de
5mV de pico, com freqüência de 1kHz é aplicado na entrada, e amplificado em 200 vezes.
Nesta situação, consideramos o consumo nominal do AI, sendo igual a 273.93µW. Ainda,
para estas condições, temos uma distorção harmônica total (THD) de -96.4dB (simulação com
parâmetros típicos).
Figura 6.30 - Análise Transiente do AI @ V
i,cm
=0V.
A Figura 6.31 apresenta a excursão de saída do AI, sendo rail-to-rail.
90
Figura 6.31 – Excursão de Saída do AI @ V
i,cm
=0V.
A Figura 6.32 apresenta a resposta em freqüência do AI, para uma carga de 15pF.
Ainda nestas condições, faz-se análise de ruído, resultando em 85nV/Hz em 10kHz.
Figura 6.32 – Resposta em freqüência do AI @V
i,cm
=0V.
Uma análise do ganho de tensão do AI ao longo da entrada em modo comum é
apresentada na Figura 6.33. A fim de definir a faixa de entrada em modo comum do AI,
considerou-se uma variação de ±10% no ganho ao longo de V
i,cm
. Para esta figura, temos uma
faixa entre -1.38V e 1.16V (ou V
SS
+120mV e V
DD
-340mV).
91
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
-1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5
Vi,cm(V)
ganho(dB)
Figura 6.33 – Ganho do AI vs. V
i,cm
.
A Figura 6.34 apresenta o diagrama de teste para obtenção das características de
CMRR e V
OS
do AI.
Figura 6.34 – Configuração para obter o CMRR e a V
OS
do AI.
Para V
i,cm
=0V, obtém-se as características de CMRR (Figura 6.35) e V
OS
(Figura 6.36)
do AI.
92
Figura 6.35 – CMRR do AI @ V
i,cm
=0V.
Figura 6.36 – V
OS
do AI @ V
i,cm
=0V.
A Figura 6.37 apresenta a resposta em freqüência do CMRR do AI para um dos casos
obtidos nas 100 simulações com descasamento, para V
i,cm
=0V.
93
Figura 6.37 – Resposta em freqüência do CMRR do AI.
A resposta do CMRR e da V
OS
do AI ao longo de V
i,cm
são apresentados,
respectivamente, na Figura 6.38 e na Figura 6.39.
0
20
40
60
80
100
120
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
CMRR(dB)
μ μ+σ μ−σ
Figura 6.38 - Variação de CMRR vs. V
i,cm
do AI.
94
-15
-10
-5
0
5
10
15
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Vi,cm(V)
Vos(mV)
μ μ+σ μ−σ
Figura 6.39 - Variação de V
OS
vs. V
i,cm
do AI.
A Figura 6.40 apresenta o esquema de teste para obtenção da característica de PSRR
do AI. A Figura 6.41 apresenta a resposta em freqüência, enquanto a Figura 6.42 apresenta a
variação de PSRR para V
i,cm
=0V.
Figura 6.40 – Circuito de Teste para obter o PSRR do AI.
95
Figura 6.41 – Resposta em freqüência do PSRR do AI.
Figura 6.42 – PSRR do AI @ V
i,cm
=0V.
96
6.6. Discussões
Os resultados finais do AI são apresentados abaixo. São apresentados os resultados
dos ampops de entrada do AI (Tabela 6.1), ampop utilizado como buffer de saída (Tabela 6.2)
e amplificador de instrumentação (Tabela 6.3).
Tabela 6.1 – Resumo das Características do ampop.
Característica Condições Valor Nominal Valor
médio
Desvio
Padrão
Unidade
Ganho DC 159.62 159.52 0.552 dB
GBW 995 kHz
CMIR V
SS
a V
DD
-70m V
V
OS
0.415 -0.002 2.672 mV
CMRR 150.96 96.61 10.12 dB
PSRR 118.00 82.40 8.89 dB
Margem de Fase 71.4
o
gm
in
25.03 25.87 1.31 µA/V
Consumo de Potência 15.39 µW
Slew Rate + 0.8V em 1.92µs 0.416 V/µs
Slew Rate - 0.8V em 1.50µs 0.533 V/µs
Setling Time + 0.1% 3.70 µs
Setling Time - 0.1% 3.33 µs
Tabela 6.2 – Resumo das Características do ampop buffer de saída.
Característica Condições Valor Nominal Valor
médio
Desvio
Padrão
Unidade
Ganho DC 100.33 dB
GBW 951 kHz
Margem de Fase 63.4
o
PSRR 96.70 83.54 9.31 dB
Consumo de Potência 14.41 µW
Slew Rate + 0.8V/1.33µs 0.601 V/µs
Slew Rate - 0.8V/1.44µs 0.555 V/µs
Setling Time + 0.1% 1.72us µs
Setling Time - 0.1% 2.30us µs
97
Tabela 6.3 – Resumo das Características do AI.
Característica Condições Valor Nominal Valor
Médio
Desvio
Padrão
Unidade
Ganho DC 46 dB
Largura de Banda (-dB) 805 kHz
CMIR
V
SS
+120m a
V
DD
-340m
V
V
OS
0.003 0.161 4.544 mV
CMRR 139.92 93.24 9.68 dB
PSRR+ 86.58 72.05 12.47 dB
PSRR- 106.46 75.11 9.38 dB
PSRR 87.51 69.09 11.88 dB
Output swing
V
SS
+9mV a
V
DD
-3mV
V
Ruído 10kHz 85 nV/Hz
THD V
out,pico
=1V@1kHz -96.4 dB
Consumo de Potência
Incluindo 18.39µW
do circuito de
polarização
274
µW
Slew Rate + 0.8V/1.33µs 0.601 V/µs
Slew Rate - 0.8V/1.36µs 0.588 V/µs
Setling Time + 0.1% 4.39 µs
Setling Time - 0.1% 4.52 µs
Os resultados referentes ao consumo de potência de cada bloco são apresentados na
Tabela 6.4.
Tabela 6.4 – Consumo de potência de cada bloco.
Bloco Consumo (µW) Quantidade Consumo(µW)
Estágio de entrada do ampop 15.24 2 30.48
Estágio de saída do ampop 30.93 2 61.86
Circuito de controle de gm 21.33 1 21.33
Espelhos de corrente 61.86 1 61.86
Opamp buffer 43.23 1 43.23
Correntes de referência 55.17 1 55.17
Total 273.93
A análise dos resultados apresentados acima leva-nos a algumas conclusões que
seguem:
Analisando-se o amplificador de instrumentação para V
i,cm
=0V, pode-se considerar
que este possui um bom desempenho em termos de ganho programável, banda de freqüência,
consumo de potência, CMRR, V
OS
, ruído, THD, e PSRR. Da mesma forma, o ampop de
entrada e o ampop de saída do AI alcançaram os requisitos necessários ao bom desempenho
do AI.
98
O resultado de CMRR para V
i,cm
=0V pode ser considerado bastante interessante,
sendo o seu valor médio igual a 93.24dB com desvio padrão de 9.78dB. Isto significa,
estatisticamente, que um processo de fabricação deverá ter 84.1% dos CIs com CMRR acima
de 83.46dB e 95% acima de 77.15dB.
A Figura 6.33 mostra claramente que o objetivo de estender a faixa de entrada em
modo comum foi atingido. Utilizou-se como métrica para o CMIR uma variação de ganho de
±10%, e obtiveram-se os valores de V
SS
+120mV a V
DD
-340mV, resultando em 84.6% da
tensão de alimentação. Observa-se que a tecnologia XC06 utilizada (XFAB, 2005) tem como
tensão nominal de alimentação ±2.5V, e que se esta fosse utilizada, poderíamos estimar uma
CMIR de 90.8% (-2.5V+120mV a 2.5V-320mV). Esta estimativa percentual seria o valor
esperado se esta topologia fosse utilizada em outras tecnologias.
Observa-se na resposta em freqüência do AI que foi apresentado apenas o seu ganho,
sendo que a fase não foi apresentada. Isto ocorre porque este projeto foi realizado objetivando
uma ampla faixa de freqüência, considerando a operação sem realimentação, e por isto, sem a
preocupação com a margem de fase. Também se observa na resposta em freqüência do ganho
do AI uma não conformidade na freqüência em torno de 600kHz, o qual caracteriza
claramente um zero do sistema, gerado a partir da associação da resistência R
2
(1MΩ) com
capacitâncias do AI (a freqüência de 600kHz associada a um resistor de 1MΩ leva a uma
capacitância de 0.26pF).
Observando as características de CMRR e V
OS
ao longo de V
i,cm
, observa-se uma
degradação bastante significativa na região de transição dos dois pares diferenciais dos
ampops de entrada. Tal fato verifica-se também no CMRR e na V
OS
dos ampops, assim como
no desempenho do seu estágio de entrada. Portanto, evidencia-se com muita clareza, que o
principal fator que degrada o CMRR do AI é a variação de CMRR dos dois estágios de
entrada dos ampops do AI.
Visto que estágios de entrada rail-to-rail com controle de gm são amplamente
utilizados na literatura, devido ao seu comportamento de ganho constante ao longo de V
i,cm
,
encarou-se como surpresa o fato do CMRR do ampop sofrer tamanha degradação na faixa de
transição dos pares diferenciais. Após uma procura na literatura a respeito deste problema
encontraram-se alguns poucos trabalhos relatando o problema e a dificuldade de se obter bons
resultados de CMRR na faixa de transição dos pares diferenciais (YOU 1996) (YOU 1997b)
(FISHER 2005).
Observando novamente a equação (4.61), apresentada no capítulo 4, observa-se que o
CMRR do ampop é diretamente proporcional a resistência da fonte que polariza o par
99
diferencial. Tal fato foi explorado no projeto, incrementando-se sua resistência (através do
aumento do L do transistor), até atingir o CMRR desejado. Pecou-se neste ponto, ao otimizar
todo o projeto para V
i,cm
=0V, e desconhecendo-se a degradação do CMRR na região de
transição dos pares diferenciais. A Figura 6.43 apresenta o gds (condutância dreno-fonte) do
transistor da fonte de corrente do par diferencial p em uma análise DC do estágio de entrada
dos ampops, sendo que a resistência da fonte de corrente é dada por 1/gds. Observa-se que,
pelo fato da fonte de corrente deixar de operar na região de saturação e começar a operar na
região de corte, o seu gds aumenta drasticamente. Como na região de transição (entre V
i,cm
igual 0.5 a 0.8V) os dois pares diferenciais estão operando, o CMRR sofre uma forte
degradação.
Quantitativamente, o CMRR é diretamente proporcional a R
B
. Para V
i,cm
=0V e
V
i,cm
=0.6V tem-se respectivamente, um gds de 14nA/V e 8.6µA/V, o que representa um
decréscimo de R
B
de 618 vezes, ou 55dB. Verificando o valor médio de CMRR do ampop
para estes valores de V
i,cm
, temos 96.6dB e 45.8dB, resultando numa diferença de 50.8dB, o
que explica a variação.
Figura 6.43 – gm, V
BN
e gds da fonte de corrente do par diferencial p vs. V
i,cm
.
100
Um detalhe importante a ser acrescentado é com respeito ao slew rate dos ampops de
entrada do AI (os resultados apresentados anteriormente são para uma amplitude de 0.5V
pico
,
onde apenas o par diferencial p está operando). A Figura 6.44 apresenta uma resposta a um
degrau unitário de 2.4V
pico-a-pico
utilizando a configuração para medição de slew rate.
Observando-se a tensão de saída dos ampops no ponto em torno de 0.7V, onde ocorre a
transição dos pares diferenciais de entrada, nota-se uma taxa de subida não linear, provocada
pela resposta lenta da tensão V
BN
que polariza o par diferencial n. Ou seja, para que um
determinado valor de slew rate seja alcançado, deveria ter sido tomado o cuidado de avaliar o
slew rate do circuito de controle de gm.
Figura 6.44 – Slew rate do ampop de entrada do AI.
Ao fim desta discussão acerca dos resultados desta dissertação, apresenta-se na Tabela
6.5 uma análise comparativa com outros AIs.
As referências Harb (2004) e Prior (2008) são implementações monolíticas baseadas
em Toumazou (1989), e não visam o funcionamento rail-to-rail. A referência Ghallab (2005)
aborda uma topologia baseada em transferidores de corrente (current-conveyors),
implementada com componentes discretos, e não apresenta a característica de CMIR. A
referência INA326 (2004) é a folha de dados (datasheet) de um CMIA comercial que utiliza
101
um circuito de charge pump para gerar uma tensão interna maior que a alimentação do CI,
possibilitando ampliar a faixa de excursão de sinais.
Na tabela são resumidas as principais características dos dois projetos desenvolvidos
neste trabalho. O primeiro protótipo apresenta um acréscimo significativo de CMIR, porém
apresentando um CMRR baixo. No segundo projeto foram priorizadas as características de
V
OS
e CMRR no fluxo de projeto. Os resultados simulados alcançam um melhor desempenho
ao longo da CMIR, com melhorias na relação consumo de potência por banda de freqüência.
Tabela 6.5 – Comparação entre algumas características de amplificadores de instrumentação.
V
S
(V)
P
C
(W)
CMRR
(dB)
V
i,cm
Output Swing
(V)
F
T
(Hz
)
A
V
Harb (2004) 2.2 160µ 72 - - 150kHz 120
Prior (2008) ±2.5 102µ 120 - -2 to 1.2 105 2000
Ghallab (2005) - - 76 - Rail-to-rail 1.2M 10
INA326 (2004) 2.7 6.5m 100 Acima dos Rails Acima dos Rails 1k 2000
Este Trabalho
a
3.0 117µ 58.9 86% Rail-to-rail 4k 2000
Este trabalho
b
3.0 274µ 93.2 84% Rail-to-rail 805k 200
a
Resultados medidos do primeiro projeto
b
Simulação de Monte Carlo do re-projeto objetivando melhorar o CMRR
7. CONCLUSÕES
Uma nova topologia de amplificador de instrumentação em modo corrente foi
desenvolvida nesta dissertação. A abordagem adotada objetiva uma ampla faixa de entrada em
modo comum, utilizando para isto topologias de circuitos de baixa tensão. Assim, propôs-se
uma nova topologia de amplificador operacional, formada por um estágio de entrada rail-to-
rail, composto por dois pares diferenciais complementares, associado a um estágio de saída
cascode. O fato de existir um estágio cascode na saída do ampop torna possível a cópia da sua
corrente de maneira simples e sem uma queda de tensão significativa, sendo este um requisito
necessário a um amplificador de instrumentação em modo corrente que opera em baixa tensão.
Para avaliar a topologia proposta dois CIs foram projetados. O primeiro protótipo
demonstrou que a topologia apresentada é funcional, obtendo resultados medidos bastante
próximos dos resultados simulados. Salientam-se aqui alguns resultados medidos de três
amostras de CIs, como o CMRR de 48.5, 58.9 e 50.0dB e a V
OS
de -0.18, 1.48 e 5.61mV.
Como foram obtidos resultados de CMRR e V
OS
considerados insatisfatórios para um
amplificador de instrumentação, o circuito foi re-projetado.
O segundo protótipo foi projetado objetivando uma ampla faixa de entrada em modo
comum com bons valores de CMRR e de V
OS
. Para alcançar o objetivo, uma modelagem foi
necessária, onde chegou-se a conclusão que o CMRR e a V
OS
do AI, assim como em qualquer
bloco analógico, é resultado do bom casamento entre duas partes simétricas. Especificamente
para o projeto de amplificadores de instrumentação em modo corrente como a topologia
apresentada nesta dissertação, estas características dependem da variação do CMRR e da V
OS
dos estágios de entrada dos ampops do AI. Os resultados obtidos em simulação do re-projeto
do AI podem ser considerados bons, para uma determinada faixa de entrada em modo comum,
em termos de ganho programável, banda de freqüência, consumo de potência, CMRR, V
OS
,
ruído, THD e PSRR. Dentre os resultados mais significativos, podem ser citados para
V
i,cm
=0V o CMRR médio de 93.2dB, o desvio padrão da V
OS
de 4.54mV, o consumo de
potência de 274µW, a banda de freqüência de 805kHz e uma faixa de entrada em modo
comum de 84%.
Entretanto, na faixa de transição entre os dois pares diferenciais de entrada dos
ampops encontraram-se valores bastante insatisfatórios com relação ao CMRR do AI. Tais
fatos foram demonstrados serem provenientes da variação do CMRR entre os estágios
diferenciais de entrada dos ampops, o que valida a modelagem realizada destes parâmetros.
103
7.1. Trabalhos futuros
Como trabalhos futuros, sugerem-se:
A otimização da topologia de amplificação rail-to-rail utilizada, a fim de
melhorar a característica de CMRR do mesmo e consequentemente melhorar o
CMRR do AI. Esta otimização se daria no dimensionamento dos transistores,
além da substituição do transistor simples da fonte de corrente por um espelho
de alta impedância, como por exemplo, um espelho cascode.
O estudo de outras topologias de amplificação rail-to-rail, visando uma menor
variação da característica de CMRR vs. V
i,cm
desta topologia, a fim de
melhorar o CMRR do AI.
A implementação de um amplificador com topologia clássica folded-cascode
no estágio buffer de saída do AI. A topologia de buffer utilizada (OTA de dois
estágios com estágio de saída common-source) torna-se instável com a adição
de capacitâncias na saída do mesmo, fato que não ocorre com a topologia
folded-cascode.
A implementação dos resistores do AI no chip, objetivando desta forma, a
programabilidade do ganho do AI de maneira simples e integrada. Para isto,
pode-se utilizar, por exemplo, resistores de polisilício, de alta resistividade,
acionados por chaves CMOS. Mesmo podendo apresentar variações de
processo de ±30%, eles terão um bom casamento e um ganho fixo do AI
assegurado.
A implementação de uma saída de tensão fully differential, a fim de torná-lo
adequado a uma entrada de conversor A/D (a utilização de entrada diferencial
no conversor A/D incrementa naturalmente a característica da faixa dinâmica
em 6dB).
A implementação monolítica do estágio de entrada do AI apresentado, por se
tratar de um conversor V-I, com um conversor A/D ΣΔ que opera no modo
switched-current. Através da união destes dois blocos, obter-se-ia um módulo
front-end analógico de baixo custo e de baixa tensão, com ampla faixa de
entrada em modo comum;
104
A implementação de espelhos de corrente programáveis digitalmente a fim de
ter o ganho do AI controlado por eles.
Estudar e abordar técnicas de correção da tensão de offset através de técnicas
conhecidas (chopper, por exemplo).
Um estudo aprofundado no amplificador de instrumentação considerando a
característica de ruído.
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ANEXOS
Anexo A: Netlist do amplificador de instrumentação
* Component pathname : $MGC_WD/AI/AMP
*
.subckt AMP OUT GND IN+ IN- VB_AMP_FN VB_AMP_FP VB_CS_P VDD VN VSS
X_MD3 N01 VDD VDD VDD PMOS4 w=20u l=2u m=4
X_MD2 VSS VSS N06 VSS NMOS4 w=20u l=2u m=4
X_M31 VB_CS_P VB_CS_P VDD VDD PMOS4 w=20u l=10u m=3
X_M33 N02 IN- N01 VDD PMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M46 N03 N12 VSS VSS NMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M44 OUT VB_AMP_FN N03 VSS NMOS4 w=8u l=2u m=3
X_M49 N12 VB_CS_P VDD VDD PMOS4 w=20u l=10u m=4
X_M47 N02 N12 VSS VSS NMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M45 N07 VB_AMP_FN N02 VSS NMOS4 w=8u l=2u m=3
X_M38 N05 N07 VDD VDD PMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M40 OUT VB_AMP_FP N05 VDD PMOS4 w=8u l=2u m=3
X_M41 N07 VB_AMP_FP N04 VDD PMOS4 w=8u l=2u m=3
X_M39 N04 N07 VDD VDD PMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M37 N06 VN VSS VSS NMOS4 w=25u l=10u m=6
X_M48 N12 N12 VSS VSS NMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M32 N01 VB_CS_P VDD VDD PMOS4 w=20u l=10u m=3
X_M34 N03 IN+ N01 VDD PMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M36 N05 IN+ N06 VSS NMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M35 N04 IN- N06 VSS NMOS4 w=20u l=2u m=8
.ends AMP
*
* Component pathname : $MGC_WD/AI/BUFFER
*
.subckt BUFFER OUT IB_BUF IN+ IN- VDD VSS
X_C2 N02 OUT CPOLY area=1.75n peri=167.4u m=1
X_M80 IB_BUF IB_BUF VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=2
X_M87 OUT N02 VDD VDD PMOS4 w=22u l=2u m=10
X_M82 OUT IB_BUF VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=12
X_M84 N02 IN+ N03 VSS NMOS4 w=10u l=2u m=6
X_M83 N01 IN- N03 VSS NMOS4 w=10u l=2u m=6
X_M85 N01 N01 VDD VDD PMOS4 w=10u l=2u m=3
X_M86 N02 N01 VDD VDD PMOS4 w=10u l=2u m=3
X_M81 N03 IB_BUF VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=2
.ends BUFFER
*
* Component pathname : $MGC_WD/AI/CTRL
*
.subckt CTRL VN GND IN+ IN- V+ V- VB_AMP_FN VB_AMP_FP VB_CS_P VDD VSS
X_M16 N10 VB_AMP_FP N08 VDD PMOS4 w=8u l=2u m=3
X_M3 N02 IN+ N01 VDD PMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M13 N07 V- N05 VDD PMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M12 N06 V+ N05 VDD PMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M11 N05 VB_CS_P VDD VDD PMOS4 w=20u l=10u m=3
109
X_M17 VN VB_AMP_FP N09 VDD PMOS4 w=8u l=2u m=3
X_M20 N10 VB_AMP_FN N06 VSS NMOS4 w=8u l=2u m=3
X_M10 N07 V+ N04 VDD PMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M9 N06 V- N04 VDD PMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M8 N04 N03 VDD VDD PMOS4 w=20u l=10u m=3
X_M4 N02 IN- N01 VDD PMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M21 VN VB_AMP_FN N07 VSS NMOS4 w=8u l=2u m=3
X_M24 N08 V- N11 VSS NMOS4 w=20u l=2u m=8
X_M22 N06 N12 VSS VSS NMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M23 N07 N12 VSS VSS NMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M15 N09 N10 VDD VDD PMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M2 N01 VB_CS_P VDD VDD PMOS4 w=20u l=10u m=3
X_M14 N08 N10 VDD VDD PMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M7 N03 N03 VDD VDD PMOS4 w=20u l=10u m=3
X_M5 N02 N02 VSS VSS NMOS4 w=25u l=10u m=2
X_M6 N03 N02 VSS VSS NMOS4 w=25u l=10u m=2
X_M26 N11 VN VSS VSS NMOS4 w=25u l=10u m=6
X_M27 N12 N12 VSS VSS NMOS4 w=15u l=3u m=6
X_M1 VB_CS_P VB_CS_P VDD VDD PMOS4 w=20u l=10u m=3
X_M28 N12 VB_CS_P VDD VDD PMOS4 w=20u l=10u m=4
X_M25 N09 V+ N11 VSS NMOS4 w=20u l=2u m=8
.ends CTRL
*
* Component pathname : $MGC_WD/AI/OUT
*
.subckt OUT OUT IN VB_OUT_1 VB_OUT_2 VDD VSS
X_C2 IN OUT CPOLY area=1.06n peri=130.2u m=1
X_M54 OUT VB_OUT_2 VSS VSS NMOS4 w=15u l=5u m=6
X_M52 OUT VB_OUT_1 N01 VDD PMOS4 w=10u l=5u m=3
X_M51 N01 IN VDD VDD PMOS4 w=20u l=5u m=6
.ends OUT
*
* Component pathname : $MGC_WD/AI/CM
*
.subckt CM OUT1 OUT2 RG IB_CM IN1 IN2 N05 VB_CM_1 VB_OUT_1 VDD VSS
X_MD4 VSS VSS VSS VSS NMOS4 w=20u l=5u m=2
X_MD3 VSS VSS VSS VSS NMOS4 w=15u l=5u m=2
X_MD1 VDD VDD VDD VDD PMOS4 w=20u l=5u m=4
X_M64 RG VB_OUT_1 N04 VDD PMOS4 w=10u l=5u m=3
X_M63 N04 IN2 VDD VDD PMOS4 w=20u l=5u m=6
X_M62 N05 VB_OUT_1 N03 VDD PMOS4 w=10u l=5u m=3
X_M61 N03 IN1 VDD VDD PMOS4 w=20u l=5u m=6
X_M72 RG VB_CM_1 N07 VSS NMOS4 w=30u l=5u m=3
X_OUT2 OUT2 IN2 VB_OUT_1 IB_CM VDD VSS OUT
X_M74 N07 N05 VSS VSS NMOS4 w=20u l=5u m=6
X_M73 N06 N05 VSS VSS NMOS4 w=20u l=5u m=6
X_M71 N05 VB_CM_1 N06 VSS NMOS4 w=30u l=5u m=3
X_M53 IB_CM IB_CM VSS VSS NMOS4 w=15u l=5u m=6
X_OUT1 OUT1 IN1 VB_OUT_1 IB_CM VDD VSS OUT
.ends CM
* Component pathname : $MGC_WD/AI/IREF
*
.subckt IREF IB_BUF IB_CM IB_CTRL IB_IN1 IB_IN2 V+ V- GND IIN IIN_V VDD
+ VSS
110
X_MN_V V- IIN_V VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=3
X_M8 N01 N01 VDD VDD PMOS4 w=10u l=5u m=2
X_MP_V V+ N$5927 VDD VDD PMOS4 w=10u l=5u m=3
X_R6 N$7764 GND RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_M4 N$5927 N$5927 VDD VDD PMOS4 w=10u l=5u m=3
X_R3 VSS VSS RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_R1 VSS VSS RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_R10 N$7769 GND RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_R9 N$7768 N$7769 RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_R8 N$7767 N$7768 RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_R5 N$7763 N$7764 RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_C1 IIN VSS CPOLY area=1.06n peri=130.2u m=1
X_R4 N$7762 N$7763 RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_R2 V+ N$7762 RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_M9 IB_CM N01 VDD VDD PMOS4 w=10u l=5u m=10
X_M2 IIN IIN VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=10
X_M1 N01 IIN VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=10
X_M3 N$5927 IIN_V VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=3
X_R7 V- N$7767 RPOLY0 W=3u L=29.2u m=1
X_M11 IIN_V IIN_V VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=3
X_M5 IB_IN1 IIN VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=5
X_M10 IB_BUF N01 VDD VDD PMOS4 w=10u l=5u m=2
X_M6 IB_IN2 IIN VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=5
X_M7 IB_CTRL IIN VSS VSS NMOS4 w=10u l=5u m=5
.ends IREF
*
* Component pathname : $MGC_WD/AI/AI
*
.subckt AI N5 OUT RG GND IB_BUF IB_CM IB_IN1 IB_IN2 IIN IIN_V IN+ IN- R1_1
+ R1_2 V+ V- VDD VN VSS
X_IREF1 IB_BUF IB_CM IB_CTRL IB_IN1 IB_IN2 V+ V- GND IIN IIN_V VDD
+ VSS IREF
X_AMP1 N01 N$647 IN+ R1_1 GND GND IB_IN2 VDD VN VSS AMP
X_AMP2 N02 N$7885 IN- R1_2 GND GND IB_IN1 VDD VN VSS AMP
X_BUFFER1 OUT IB_BUF GND RG VDD VSS BUFFER
X_CTRL1 VN N$6853 IN+ IN- V+ V- GND GND IB_CTRL VDD VSS CTRL
X_CM1 R1_1 R1_2 RG IB_CM N01 N02 N5 GND GND VDD VSS CM
.ends AI
111
Anexo B: Ponto de operação dos transistores do AI para V
i,cm
=0V
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
ID 2.0099U 2.0000U 2.0269U 2.0191U 2.0000U 1.0145U 1.0145U 1.0145U
IG 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
IS -2.0099U -2.0000U -2.0269U -2.0191U -2.0000U -1.0145U -1.0145U -1.0145U
IB 4.3723P 8.9192P 21.6158P 8.5015P 2.8890P 12.3368P 12.3368P 12.3368P
VGS 961.2014M 890.1060M 890.1060M 961.2014M 961.2014M 890.1060M 890.1060M 890.1060M
VDS 1.4498 890.1060M 1.9086 1.9417 961.2014M 1.9943 1.9943 1.9943
VBS 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
VTH 916.9818M 916.9807M 916.9807M 916.9818M 916.9818M 916.9807M 916.9807M 916.9807M
VDSAT 77.3602M 52.7002M 52.7002M 77.3602M 77.3602M 52.7002M 52.7002M 52.7002M
GM 30.6993U 36.7888U 37.1814U 30.7984U 30.5866U 18.6061U 18.6061U 18.6061U
GDS 19.1720N 29.1755N 25.1350N 18.2379N 22.0807N 12.5249N 12.5249N 12.5249N
GMB 15.4153U 18.6564U 18.8544U 15.4644U 15.3593U 9.4350U 9.4350U 9.4350U
Cdd 29.7263F 113.0939F 92.6819F 27.7380F 33.5821F 45.8898F 45.8898F 45.8898F
Cdg -8.0813F -33.0412F -25.1231F -7.5743F -9.9776F -12.4884F -12.4884F -12.4884F
Cds 70.9464A 238.6033A 54.6501A 39.7865A 159.4102A 25.0754A 25.0754A 25.0754A
Cdb -21.7159F -80.2913F -67.6134F -20.2035F -23.7640F -33.4264F -33.4264F -33.4264F
Cgd -8.0336F -32.8814F -25.0869F -7.5477F -9.8690F -12.4719F -12.4719F -12.4719F
Cgg 248.8893F 635.1499F 627.3056F 248.3949F 250.7483F 313.5805F 313.5805F 313.5805F
Cgs -166.0204F -242.2688F -242.1899F -166.0071F -166.0582F -121.0940F -121.0940F -121.0940F
Cgb -74.8353F -359.9998F -360.0287F -74.8401F -74.8211F -180.0147F -180.0147F -180.0147F
Csd -1.5017A -5.2849A -0.5576A -0.6254A -5.1461A -0.2447A -0.2447A -0.2447A
Csg -178.0905F -263.2562F -263.2994F -178.0979F -178.0687F -131.6502F -131.6502F -131.6502F
Css 296.3994F 488.0250F 488.0862F 296.4098F 296.3700F 244.0439F 244.0439F 244.0439F
Csb -118.3074F -224.7636F -224.7863F -118.3112F -118.2961F -112.3934F -112.3934F -112.3934F
Cbd -21.6912F -80.2073F -67.5944F -20.1897F -23.7080F -33.4177F -33.4177F -33.4177F
Cbg -62.7175F -338.8525F -338.8831F -62.7227F -62.7020F -169.4419F -169.4419F -169.4419F
Cbs -130.4499F -245.9949F -245.9510F -130.4425F -130.4712F -122.9750F -122.9750F -122.9750F
Cbb 214.8586F 665.0547F 652.4285F 213.3548F 216.8812F 325.8346F 325.8346F 325.8346F
PHI 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M
VBI 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095
Region saturation subthreshold subthreshold saturation saturation subthreshold subthreshold subthreshold
VTH_D 44.2196M -26.8747M -26.8747M 44.2196M 44.2196M -26.8747M -26.8747M -26.8747M
MOS: 1 X_AI1.X_IREF1.X_MN_V.M1
MOS: 2 X_AI1.X_IREF1.X_M2.M1
MOS: 3 X_AI1.X_IREF1.X_M1.M1
MOS: 4 X_AI1.X_IREF1.X_M3.M1
MOS: 5 X_AI1.X_IREF1.X_M11.M1
MOS: 6 X_AI1.X_IREF1.X_M5.M1
MOS: 7 X_AI1.X_IREF1.X_M6.M1
MOS: 8 X_AI1.X_IREF1.X_M7.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
ID -2.0269U -2.0320U -2.0191U -10.2667U -2.0534U -2.2168P -1.0145U -504.4804N
IG 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
IS 2.0269U 2.0320U 2.0191U 10.2666U 2.0534U 0.1454A 1.0145U 504.4554N
IB -2.1848P -4.3508P -3.1781P -20.2063P -4.0433P -2.2168P -3.0227P -24.9920P
VGS -1.0914 -1.0583 -1.0583 -1.0914 -1.0914 0.0000 -1.0057 -947.6994M
VDS -1.0914 -1.4492 -1.0583 -2.0082 -2.0092 -552.3031M -1.0057 -2.0134
VBS 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 552.3031M
VTH -958.1226M -958.1220M -958.1220M -958.1227M -958.1227M -960.0362M -952.4900M -1.0560
VDSAT -164.2609M -138.4063M -138.4063M -164.2608M -164.2608M -46.2273M -104.5445M -52.4787M
GM 23.1917U 27.1036U 26.9416U 117.3616U 23.4726U 4.9566A 16.7662U 12.4920U
GDS 35.1303N 30.3668N 36.1193N 122.4372N 24.4811N 0.0096A 11.3403N 17.5520N
GMB 4.6935U 5.4912U 5.4581U 23.7536U 4.7508U 1.0759A 3.3848U 1.9365U
Cdd 22.3736F 30.5771F 33.7238F 93.5745F 18.7126F 91.8244F 66.3580F 137.7829F
Cdg -5.3703F -6.6281F -8.0462F -19.9953F -3.9986F -17.1605F -16.6370F -32.0716F
Cds 94.4548A 72.8024A 137.6961A 134.8595A 26.9456A -0.0000A 487.8751A 1.4652A
Cdb -17.0977F -24.0218F -25.8153F -73.7140F -14.7409F -74.6639F -50.2088F -105.7128F
112
Cgd -5.2867F -6.5654F -7.9261F -19.8795F -3.9755F -17.1605F -16.2178F -32.0691F
Cgg 166.5091F 238.3930F 239.7836F 825.8365F 165.1669F 270.6352F 816.4621F 179.9451F
Cgs -151.3973F -214.7463F -214.7837F -756.7927F -151.3585F -21.5835F -708.6812F -55.1138F
Cgb -9.8251F -17.0812F -17.0739F -49.1643F -9.8329F -231.8912F -91.5632F -92.7622F
Csd -6.4720A -2.8062A -7.3949A -4.8296A -0.9645A -0.0000A -17.4856A -1.5963A
Csg -150.0009F -214.6363F -214.6145F -750.1210F -150.0242F -21.5835F -718.2280F -55.9275F
Css 203.0695F 292.1612F 292.1396F 1.0155P 203.0920F 113.3435F 929.1005F 206.6555F
Csb -53.0621F -77.5221F -77.5177F -265.3339F -53.0668F -91.7600F -210.8550F -150.7264F
Cbd -17.0804F -24.0089F -25.7903F -73.6902F -14.7362F -74.6639F -50.1227F -105.7122F
Cbg -11.1380F -17.1286F -17.1229F -55.7201F -11.1440F -231.8912F -81.5971F -91.9459F
Cbs -51.7667F -77.4877F -77.4936F -258.8019F -51.7604F -91.7600F -220.9072F -151.5432F
Cbb 79.9850F 118.6251F 120.4068F 388.2122F 77.6406F 398.3151F 352.6270F 349.2014F
PHI 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M
VBI 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M
Region saturation saturation saturation saturation saturation subthreshold saturation subthreshold
VTH_D 133.2696M 100.2175M 100.2175M 133.2695M 133.2695M -960.0362M 53.1913M -108.3216M
MOS: 1 X_AI1.X_IREF1.X_M8.M1
MOS: 2 X_AI1.X_IREF1.X_MP_V.M1
MOS: 3 X_AI1.X_IREF1.X_M4.M1
MOS: 4 X_AI1.X_IREF1.X_M9.M1
MOS: 5 X_AI1.X_IREF1.X_M10.M1
MOS: 6 X_AI1.X_AMP1.X_MD3.M1
MOS: 7 X_AI1.X_AMP1.X_M31.M1
MOS: 8 X_AI1.X_AMP1.X_M33.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
ID -644.7028A 1.3519U 847.4747N 1.3519U 847.4590N 22.1817P 1.3683U 39.4251P
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VGS -786.5510M 840.9325M 1.0659 840.9325M 1.0657 412.6910M 840.9325M 713.4490M
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VTH 909.0573M 911.7254M 1.1185 911.7254M 1.1186 907.3969M 911.7254M 1.2380
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PHI 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M
VBI 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095
Region subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold
VTH_D -1.6956 -70.7929M -52.6059M -70.7929M -52.9077M -494.7059M -70.7929M -524.5826M
MOS: 1 X_AI1.X_AMP1.X_MD2.M1
MOS: 2 X_AI1.X_AMP1.X_M46.M1
MOS: 3 X_AI1.X_AMP1.X_M44.M1
MOS: 4 X_AI1.X_AMP1.X_M47.M1
MOS: 5 X_AI1.X_AMP1.X_M45.M1
MOS: 6 X_AI1.X_AMP1.X_M37.M1
MOS: 7 X_AI1.X_AMP1.X_M48.M1
MOS: 8 X_AI1.X_AMP1.X_M36.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
113
MODEL PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
ID -1.3683U -847.5096N -847.4747N -847.4590N -847.4943N -1.0089U -504.4530N -2.2168P
IG 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
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IB -8.6998P -2.7018P -4.5724P -4.1059P -2.6993P -1.6626P -24.9938P -2.2168P
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VTH -952.4900M -958.3919M -1.0459 -1.0459 -958.3919M -952.4900M -1.0560 -960.0362M
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VBI 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M
Region saturation subthreshold saturation saturation subthreshold saturation subthreshold subthreshold
VTH_D 53.1913M -39.8801M 5.2406M 5.6948M -39.8801M 53.1913M -108.3240M -960.0362M
MOS: 1 X_AI1.X_AMP1.X_M49.M1
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MOS: 5 X_AI1.X_AMP1.X_M39.M1
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MOS: 7 X_AI1.X_AMP1.X_M34.M1
MOS: 8 X_AI1.X_AMP2.X_MD3.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
ID -1.0145U -504.4804N -1.3683U -847.5096N -847.4747N -847.4590N -847.4943N -1.0089U
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IB -3.0227P -24.9920P -8.6998P -2.7018P -4.5724P -4.1059P -2.6993P -1.6626P
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114
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PHI 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M
VBI 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M
Region saturation subthreshold saturation subthreshold saturation saturation subthreshold saturation
VTH_D 53.1913M -108.3216M 53.1913M -39.8801M 5.2406M 5.6948M -39.8801M 53.1913M
MOS: 1 X_AI1.X_AMP2.X_M31.M1
MOS: 2 X_AI1.X_AMP2.X_M33.M1
MOS: 3 X_AI1.X_AMP2.X_M49.M1
MOS: 4 X_AI1.X_AMP2.X_M38.M1
MOS: 5 X_AI1.X_AMP2.X_M40.M1
MOS: 6 X_AI1.X_AMP2.X_M41.M1
MOS: 7 X_AI1.X_AMP2.X_M39.M1
MOS: 8 X_AI1.X_AMP2.X_M32.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
ID 39.4274P -644.7028A 1.3519U 847.4747N 1.3519U 847.4590N 22.1817P 1.3683U
IG 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
IS -12.6703P 3.1599P -1.3519U -847.4676N -1.3519U -847.4513N -17.4386P -1.3683U
IB 26.7571P 3.1592P 2.6198P 7.1102P 2.6211P 7.6689P 4.7431P 5.0608P
VGS 713.4465M -786.5510M 840.9325M 1.0659 840.9325M 1.0657 412.6910M 840.9325M
VDS 1.7650 -786.5510M 434.1099M 1.4923 434.3243M 1.6472 786.5510M 840.9325M
VBS -786.5510M -786.5510M 0.0000 -434.1099M 0.0000 -434.3243M 0.0000 0.0000
VTH 1.2380 909.0573M 911.7254M 1.1185 911.7254M 1.1186 907.3969M 911.7254M
VDSAT 39.5761M 35.1061M 44.2939M 51.6053M 44.2939M 51.5410M 33.2159M 44.2939M
GM 560.6745P 17.5392F 27.0099U 16.6515U 27.0101U 16.6441U 471.9465P 27.3061U
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GMB 212.2568P 11.2189F 13.7339U 6.7800U 13.7340U 6.7765U 267.4668P 13.8840U
Cdd 134.0151F 105.6160F 110.0211F 23.1922F 110.0158F 22.6590F 155.7235F 99.7622F
Cdg -41.1368F -27.0160F -32.8481F -6.4349F -32.8476F -6.2314F -42.6938F -30.1600F
Cds 0.0000A -0.0000A 183.3637A 3.8927A 183.2028A 3.1912A 0.0044A 54.4717A
Cdb -92.8783F -78.6000F -77.3564F -16.7613F -77.3514F -16.4308F -113.0297F -69.6567F
Cgd -41.1368F -26.9733F -32.7236F -6.4321F -32.7233F -6.2291F -42.6938F -30.1237F
Cgg 330.6111F 223.8181F 324.3574F 55.4442F 324.3570F 55.1914F 1.6344P 321.7232F
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Csg -59.0469F -21.0351F -80.0463F -19.3847F -80.0463F -19.3063F -55.3254F -80.0785F
Css 181.4011F 82.2122F 195.5731F 46.2243F 195.5731F 46.1116F 200.6773F 195.6160F
Csb -122.3542F -61.1771F -115.5192F -26.8396F -115.5192F -26.8052F -145.3519F -115.5364F
Cbd -92.8783F -78.6427F -77.2899F -16.7601F -77.2850F -16.4299F -113.0297F -69.6373F
Cbg -230.4274F -175.7670F -211.4630F -29.6246F -211.4630F -29.6537F -1.5364P -211.4847F
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Cbb 446.4238F 315.5868F 410.2425F 74.5986F 410.2376F 74.2545F 1.7979P 402.5824F
PHI 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M
VBI 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095
Region subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold
VTH_D -524.5851M -1.6956 -70.7929M -52.6059M -70.7929M -52.9077M -494.7059M -70.7929M
MOS: 1 X_AI1.X_AMP1.X_M35.M1
MOS: 2 X_AI1.X_AMP2.X_MD2.M1
MOS: 3 X_AI1.X_AMP2.X_M46.M1
MOS: 4 X_AI1.X_AMP2.X_M44.M1
MOS: 5 X_AI1.X_AMP2.X_M47.M1
MOS: 6 X_AI1.X_AMP2.X_M45.M1
MOS: 7 X_AI1.X_AMP2.X_M37.M1
MOS: 8 X_AI1.X_AMP2.X_M48.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
ID -504.4530N -12.3772U -1.0189U -1.0199U -340.4182N -504.4573N -942.9150N -66.3077N
IG 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
IS 504.4280N 12.3772U 1.0189U 1.0199U 340.4141N 504.4362N 942.8896N 66.2828N
IB -24.9938P -15.0162P -2.8972P -2.9582P -4.0996P -21.0801P -25.4161P -24.8896P
VGS -947.6969M -985.0270M -964.6945M -964.6945M -1.0134 -948.3200M -976.9099M -875.8622M
VDS -2.0136 -1.4993 -964.6945M -985.0270M -391.6243M -1.5278 -2.0222 -1.9605
VBS 552.3031M 0.0000 0.0000 0.0000 486.6090M 551.6800M 573.3382M 573.3382M
VTH -1.0560 -959.5968M -963.5493M -963.5466M -1.0520 -1.0560 -1.0592 -1.0592
VDSAT -52.4785M -91.7494M -79.2088M -79.2100M -65.9586M -52.5464M -56.0553M -48.5156M
115
GM 12.4914U 223.3434U 19.8757U 19.8931U 7.3258U 12.4793U 22.0927U 1.9403U
GDS 17.5504N 416.1605N 45.5240N 45.0287N 23.3270N 19.5787N 31.8650N 2.4491N
GMB 1.9364U 45.1607U 4.0349U 4.0385U 1.1727U 1.9350U 3.3994U 298.4066N
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Cdg -32.0710F -47.8009F -7.9378F -7.8579F -6.8275F -34.1332F -32.1288F -32.0201F
Cds 1.4647A 129.4595A 27.6764A 26.5903A 42.1361A 2.5556A 3.4360A 0.1199A
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Css 206.6547F 818.1836F 90.6799F 90.6826F 44.7694F 206.9079F 220.0172F 196.1216F
Csb -150.7263F -335.8448F -43.5025F -43.5029F -26.0591F -150.7837F -151.7200F -148.5483F
Cbd -105.7097F -167.0311F -26.2945F -26.1812F -21.8512F -112.0547F -105.3641F -106.0874F
Cbg -91.9461F -71.4544F -13.2145F -13.2142F -11.8335F -91.9069F -88.1132F -95.1706F
Cbs -151.5431F -356.9600F -45.9548F -45.9552F -26.8499F -151.6154F -153.4287F -148.6889F
Cbb 349.1989F 595.4455F 85.4639F 85.3506F 60.5347F 355.5771F 346.9060F 349.9469F
PHI 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M
VBI 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M
Region subthreshold saturation saturation saturation subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold
VTH_D -108.3240M 25.4302M 1.1452M 1.1479M -38.5990M -107.6700M -82.3265M -183.3824M
MOS: 1 X_AI1.X_AMP2.X_M34.M1
MOS: 2 X_AI1.X_BUFFER1.X_M87.M1
MOS: 3 X_AI1.X_BUFFER1.X_M85.M1
MOS: 4 X_AI1.X_BUFFER1.X_M86.M1
MOS: 5 X_AI1.X_CTRL1.X_M16.M1
MOS: 6 X_AI1.X_CTRL1.X_M3.M1
MOS: 7 X_AI1.X_CTRL1.X_M13.M1
MOS: 8 X_AI1.X_CTRL1.X_M12.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
ID 39.4251P 39.4274P 2.0534U 12.3764U 1.0199U 1.0189U 2.0388U 340.4182N
IG 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
IS -12.6713P -12.6703P -2.0534U -12.3764U -1.0198U -1.0189U -2.0388U -340.4104N
IB 26.7538P 26.7571P 1.9853P 18.2094P 14.9423P 15.0775P 930.1091F 7.8258P
VGS 713.4490M 713.4465M 990.8411M 990.8411M 1.0368 1.0367 990.8411M 1.0339
VDS 1.7646 1.7650 990.8411M 1.5007 1.5517 1.5721 463.2418M 1.6556
VBS -786.5510M -786.5510M 0.0000 0.0000 -463.2418M -463.2418M 0.0000 -466.1467M
VTH 1.2380 1.2380 916.9826M 916.9826M 1.1259 1.1259 916.9826M 1.1315
VDSAT 39.5761M 39.5761M 91.0276M 91.0276M 45.4029M 45.3914M 91.0276M 44.2948M
GM 560.7050P 560.6745P 28.3810U 170.8543U 21.3674U 21.3491U 28.2005U 7.2080U
GDS 898.1477F 898.0724F 20.2268N 103.3107N 43.0567N 42.9502N 46.2247N 14.4879N
GMB 212.2682P 212.2568P 14.1833U 85.3798U 8.5966U 8.5893U 14.0941U 2.9063U
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Cdg -41.1379F -41.1368F -6.6636F -32.2083F -15.9787F -15.9156F -7.6209F -6.1899F
Cds 0.0000A 0.0000A 119.9007A 314.1839A 3.5425A 3.4466A 540.9640A 0.9798A
Cdb -92.8825F -92.8783F -15.7532F -86.1738F -39.9952F -39.8910F -18.0563F -16.3484F
Cgd -41.1379F -41.1368F -6.5811F -31.9954F -15.9761F -15.9132F -7.2299F -6.1892F
Cgg 330.6121F 330.6111F 178.7047F 1.0646P 129.1538F 129.0769F 179.4543F 50.4823F
Cgs -58.2830F -58.2830F -128.5403F -771.0693F -30.6737F -30.6522F -128.7193F -11.3390F
Cgb -231.1912F -231.1913F -43.5833F -261.5659F -82.5039F -82.5115F -43.5051F -32.9542F
Csd -0.0000A -0.0000A -4.8053A -8.1927A -0.0396A -0.0381A -48.7903A -0.0102A
Csg -59.0469F -59.0469F -136.8305F -821.0857F -32.3256F -32.3014F -136.7087F -11.8853F
Css 181.4011F 181.4011F 224.8483F 1.3492P 90.2588F 90.2246F 224.7080F 35.3731F
Csb -122.3542F -122.3542F -88.0130F -528.1307F -57.9332F -57.9232F -87.9505F -23.4877F
Cbd -92.8825F -92.8783F -15.7109F -86.0644F -39.9942F -39.8900F -17.8575F -16.3481F
Cbg -230.4273F -230.4274F -35.2107F -211.3367F -80.8495F -80.8598F -35.1247F -32.4071F
Cbs -123.1181F -123.1181F -96.4279F -578.4695F -59.5886F -59.5758F -96.5296F -24.0351F
Cbb 446.4278F 446.4238F 147.3495F 875.8705F 180.4323F 180.3256F 149.5118F 72.7903F
PHI 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M
VBI 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095
Region subthreshold subthreshold saturation saturation subthreshold subthreshold saturation subthreshold
VTH_D -524.5826M -524.5851M 73.8585M 73.8585M -89.1599M -89.2439M 73.8586M -97.6138M
MOS: 1 X_AI1.X_AMP2.X_M36.M1
MOS: 2 X_AI1.X_AMP2.X_M35.M1
MOS: 3 X_AI1.X_BUFFER1.X_M80.M1
MOS: 4 X_AI1.X_BUFFER1.X_M82.M1
MOS: 5 X_AI1.X_BUFFER1.X_M84.M1
116
MOS: 6 X_AI1.X_BUFFER1.X_M83.M1
MOS: 7 X_AI1.X_BUFFER1.X_M81.M1
MOS: 8 X_AI1.X_CTRL1.X_M20.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
ID -1.0092U -340.4341N -66.9768N -946.8091N -1.0137U -504.4573N -340.4786N -1.0089U
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VBI 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M
Region saturation subthreshold subthreshold subthreshold saturation subthreshold subthreshold saturation
VTH_D 53.1913M -41.7676M -183.1093M -82.0699M 53.4646M -107.6700M -80.1582M 53.1913M
MOS: 1 X_AI1.X_CTRL1.X_M11.M1
MOS: 2 X_AI1.X_CTRL1.X_M17.M1
MOS: 3 X_AI1.X_CTRL1.X_M10.M1
MOS: 4 X_AI1.X_CTRL1.X_M9.M1
MOS: 5 X_AI1.X_CTRL1.X_M8.M1
MOS: 6 X_AI1.X_CTRL1.X_M4.M1
MOS: 7 X_AI1.X_CTRL1.X_M15.M1
MOS: 8 X_AI1.X_CTRL1.X_M2.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
ID 340.4341N 21.8247P 1.3535U 1.3503U 1.0089U 1.0191U 22.3249P 1.3683U
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IS -340.4317N 4.8092P -1.3535U -1.3503U -1.0089U -1.0191U -17.4451P -1.3683U
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117
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VBI 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095
Region subthreshold subthreshold subthreshold subthreshold saturation saturation subthreshold subthreshold
VTH_D -10.7350M -605.5955M -70.7929M -70.7929M 13.1097M 13.1097M -494.7059M -70.7929M
MOS: 1 X_AI1.X_CTRL1.X_M21.M1
MOS: 2 X_AI1.X_CTRL1.X_M24.M1
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MOS: 4 X_AI1.X_CTRL1.X_M23.M1
MOS: 5 X_AI1.X_CTRL1.X_M5.M1
MOS: 6 X_AI1.X_CTRL1.X_M6.M1
MOS: 7 X_AI1.X_CTRL1.X_M26.M1
MOS: 8 X_AI1.X_CTRL1.X_M27.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
ID -340.4359N -1.0191U -1.0145U -1.3683U -10.3124U -10.3123U -10.3130U -10.3130U
IG 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
IS 340.4330N 1.0191U 1.0145U 1.3683U 10.3123U 10.3123U 10.3130U 10.3130U
IB -2.9284P -3.0236P -3.0227P -8.6998P -5.1784P -1.3554P -6.7796P -1.3609P
VGS -878.2334M -1.0060 -1.0057 -1.0057 -1.2760 -1.0736 -1.2751 -1.0736
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PHI 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M 720.2287M
VBI 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M
Region subthreshold saturation saturation saturation saturation saturation saturation saturation
VTH_D -80.1582M 53.4646M 53.1913M 53.1913M 275.2573M 119.0256M 274.1801M 119.0256M
MOS: 1 X_AI1.X_CTRL1.X_M14.M1
MOS: 2 X_AI1.X_CTRL1.X_M7.M1
MOS: 3 X_AI1.X_CTRL1.X_M1.M1
MOS: 4 X_AI1.X_CTRL1.X_M28.M1
MOS: 5 X_AI1.X_CM1.X_M64.M1
MOS: 6 X_AI1.X_CM1.X_M63.M1
MOS: 7 X_AI1.X_CM1.X_M62.M1
MOS: 8 X_AI1.X_CM1.X_M61.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4 MOS 5 MOS 6 MOS 7 MOS 8
MODEL NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
NMOS4.NMOS4M NMOS4.NMOS4M
ID 53.7444P 10.3131U 10.3124U 10.3131U 10.3130U 10.3130U 10.2667U 10.3124U
118
IG 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
IS -27.1340P -10.3131U -10.3123U -10.3131U -10.3130U -10.3130U -10.2667U -10.3123U
IB 26.6104P 5.5929P 9.1567P 2.1490P 2.1472P 3.9990P 5.9660P 9.1567P
VGS 741.4716M 1.1451 991.7999M 968.9936M 968.9936M 1.1454 991.7999M 991.7999M
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Css 180.7737F 982.0579F 1.0427P 1.3027P 1.3027P 983.0274F 1.0426P 1.0427P
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Cbb 444.0261F 575.6965F 658.8245F 892.8999F 892.9108F 581.9108F 664.7546F 658.8245F
PHI 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M 847.1145M
VBI 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095 1.0095
Region subthreshold saturation saturation saturation saturation saturation saturation saturation
VTH_D -504.5478M 75.4486M 80.0899M 59.9646M 59.9646M 75.8736M 80.0899M 80.0899M
MOS: 1 X_AI1.X_CTRL1.X_M25.M1
MOS: 2 X_AI1.X_CM1.X_M72.M1
MOS: 3 X_AI1.X_CM1.X_OUT2.X_M54.M1
MOS: 4 X_AI1.X_CM1.X_M74.M1
MOS: 5 X_AI1.X_CM1.X_M73.M1
MOS: 6 X_AI1.X_CM1.X_M71.M1
MOS: 7 X_AI1.X_CM1.X_M53.M1
MOS: 8 X_AI1.X_CM1.X_OUT1.X_M54.M1
MOS 1 MOS 2 MOS 3 MOS 4
MODEL PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M PMOS4.PMOS4M
ID -10.3124U -10.3123U -10.3124U -10.3123U
IG 0.0000 0.0000 0.0000 0.0000
IS 10.3123U 10.3123U 10.3123U 10.3123U
IB -5.1782P -1.3554P -5.1782P -1.3554P
VGS -1.2760 -1.0736 -1.2760 -1.0736
VDS -1.2760 -224.0000M -1.2760 -224.0000M
VBS 224.0000M 0.0000 224.0000M 0.0000
VTH -1.0007 -954.5614M -1.0007 -954.5614M
VDSAT -290.0099M -153.3052M -290.0099M -153.3052M
GM 66.6647U 125.6973U 66.6647U 125.6973U
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GMB 12.0098U 25.3630U 12.0098U 25.3630U
Cdd 31.7740F 177.9872F 31.7740F 177.9872F
Cdg -8.0671F -62.0332F -8.0671F -62.0332F
Cds 128.8749A 14.1730F 128.8749A 14.1730F
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Cgd -7.9439F -45.6314F -7.9439F -45.6314F
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Csg -241.6572F -896.5290F -241.6572F -896.5290F
Css 315.6366F 1.2145P 315.6366F 1.2145P
Csb -73.9622F -311.9371F -73.9622F -311.9371F
Cbd -23.8129F -126.3464F -23.8129F -126.3464F
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VBI 946.0491M 946.0491M 946.0491M 946.0491M
Region saturation saturation saturation saturation
119
VTH_D 275.2575M 119.0256M 275.2575M 119.0256M
MOS: 1 X_AI1.X_CM1.X_OUT2.X_M52.M1
MOS: 2 X_AI1.X_CM1.X_OUT2.X_M51.M1
MOS: 3 X_AI1.X_CM1.X_OUT1.X_M52.M1
MOS: 4 X_AI1.X_CM1.X_OUT1.X_M51.M1
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