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Craig (2004) ainda descreve o fenômeno da degradação dos padrões nas
inspeções. Este fenômeno ocorre, pois as inspeções não são 100% precisas. Por
exemplo, uma inspeção 100% é 80% precisa, com isto 1 em cada 5 defeitos será
enviado ao cliente, isto se agrava em inspeções por amostragem. Assim, como o
defeito não é detectado, a produção continua a produzir produtos com falhas, pois se o
Departamento da Qualidade não reprovou o produto deve ser bom. O ciclo continua até
que acha um gatilho que quebre o ciclo, este pode ser uma reclamação de cliente ou
do Departamento da Qualidade.
A inspeção ao final do processo gera altos custos, pois quanto mais tarde um
defeito é detectado, maior será o valor agregado em cada operação a este produto.
Com isto, o primeiro passo para migrar de um sistema baseado em inspeção para um
sistema preventivo é passar a responsabilidade pela inspeção e pela qualidade para
cada um dos operadores, fazendo com que a inspeção seja descentralizada e
tenhamos cada operador inspecionando sua própria produção. Isto pode ser um
avanço do ponto de vista de custos e da qualidade no cliente final, porém continua-se
com um sistema baseado em inspeção e com o mesmo número de defeitos que no
sistema anterior, porém agora mais deles são detectados. Posteriormente a este passo
deve-se aplicar uma técnica preventiva para reduzir-se o número de defeitos.
Em geral, verifica-se ainda que a inspeção tem diversas desvantagens: tem alto
custo, é pouco precisa e para o caso de amostragens não é eficaz para falhas
aleatórias. Todavia quando tratamos de altos índices de defeitos ainda é o método
mais simples, rápido e fácil para se ter um resultado imediato de melhoria da qualidade
no cliente a um alto custo.
Para tornar a inspeção mais eficaz e com foco preventivo foi criado por Shewhart
o controle estatístico do processo CEP, o qual pode aumentar a precisão da inspeção,
mas a mesma ainda continua tendo os problemas já citados.
Quando a organização tem exigências próximas a zero defeito, torna-se
impossível confiar na precisão da inspeção para garantir a qualidade. É necessário o
foco na prevenção do defeito, o que é uma tarefa muito mais complexa e necessita de
um Sistema de Gestão da Qualidade mais robusto e eficaz.
As auditorias de produto diferem-se das inspeções pelo fato das inspeções
condicionarem a liberação do lote para o fornecimento ao resultado destas e pelo fato
das auditorias não fazerem parte da cadeia produtiva. No caso das auditorias, o
resultado é somente utilizado como um indicador para tomada de ação corretivas no