
Caderno de Referência para elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades
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Pesquisa realizada pelo DER/SP – março/2000, em rodovia de acesso à cidade de Lorena – SP, constatou que entre 5h e 9h o número de bicicletas
circulando na SP-62 foi 1,3 vez maior do que o número de automóveis. Ou seja, foram observadas 264 bicicletas contra 203 automóveis particulares.
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Um caso paradigmático é Limoeiro do Norte – CE, no Vale do Jaguaribe, que chama a atenção devido à utilização generalizada de bicicletas pela
população de ambos os sexos, envolvendo todas as idades e condições sociais, assemelhando-se, por este aspecto, às cidades holandesas. No final
da década de 90, cresceu muito o uso dos biciclos motorizados, como reflexo do crescimento da renda. Tal fato gerou aumento preocupante no número
de acidentes.
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No Rio, o número de viagens diárias por bicicleta é da ordem de 170 mil, representando 1,3% dos 13 milhões de viagens diárias na Região Metropolitana
(dados de 1994). Para se ter uma idéia da importância desse número, ele representa mais da metade dos deslocamentos em metrô e o dobro das
viagens através de barcas e aero-barcos na Baía de Guanabara. Na atualização da Pesquisa O.D. realizada pelo Metrô SP a atualização de 2002
apontou um acréscimo de 100% nas viagens de bicicleta nos últimos cinco anos na RMSP, passando de 0,3% para 0,6% do total de viagens.
4
É o caso da Zona Oeste do Rio de Janeiro (Bangu, Campo Grande, Santíssimo e Santa Cruz), onde se estima que 20% dos moradores utilizam a
bicicleta como meio de transporte.
5
ABRADIBI – Associação Brasileira dos Fabricantes, Distribuidores, Exportadores e Importadores de Bicicletas, Peças e Acessórios; ABRACICLO –
Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas – O Mercado de Bicicletas no Brasil, dez. 2005.
6
Jornal de Santa Catarina – Agência RBS. Encarte “Sobre Rodas”, Duas Rodas. Pedalando Mais, Brasil é o Terceiro Fabricante Mundial de Bicicletas.
Blumenau, 3/2/2005, Brasil, p. 1.
7
Miranda, A. C. M. e Barbosa, F. – Projeto Cicloviário de Pomerode, pesquisa básica ao lançamento do projeto com 5,1 km de extensão. Pomerode –
SC, 1º
Semestre de 2005.
8
MINISTÉRIO DAS CIDADES, Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana – SEMOB. Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento – PNUD. Oficina Engenheiros Consultores Associados. Guia PlanMob para elaboração dos Planos Diretores de Transporte e da
Mobilidade, p. 26.
9
o. citada.
10
o. citada, p. 27.
11
www.abraciclo.com.br
12
O PlanMob é um instrumento de orientação da política urbana, integrada ao Plano Diretor do Município, da região metropolitana ou da região integrada
de desenvolvimento, contendo diretrizes, instrumentos e projetos voltados à organização dos espaços de circulação e dos serviços de trânsito e
transporte públicos com objetivo de propiciar condições adequadas de mobilidade, facilitando a acessibilidade da população e a logística de distribuição
de mercadorias.
13
o. citada, p. 11-12.
14
IPPUB – Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Blumenau. Pesquisa Cicloviária para Comerciantes na Rua Francisco Vahldieck,
Blumenau – SC, 21 p., ago., 2003.
15
Prefeitura de Pomerode e Riffel Peças e Acessórios. Projeto de Ciclovia na Avenida XV de Novembro e Luiz Abry. Pomerode, ago., 2004.
16
Essas sugestões foram desenvolvidas a partir do acervo do Plano Cicloviário do Governo do Distrito Federal – GDF, cujos documentos foram
elaborados nos anos 2005/2006.
17
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – GDF. Procedimentos e Normas para Realização de Projetos Cicloviários no Distrito Federal. 52 p.,
Brasília, ago., 2006.
18
Para uma mesma distância a percorrer, um ciclista consome cinco vezes menos energia que um pedestre, e cinqüenta vezes menos que um
automóvel pequeno. Embora o automóvel tenha uma eficiência energética semelhante à do homem, a carga que ele arrasta corresponde a mais de 10
vezes o peso do seu motorista.
19
Segundo Mikko Ojajärvi, em artigo de 1992, intitulado Cycling in a Northern Country (Finlândia), a fabricação de uma bicicleta requer somente o
equivalente a 1/70 dos recursos naturais necessários à produção de um automóvel.
20
Posição Oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde. Revista Brasileira de Medicina Esportiva, vol. 2, n. 4, out/dez 1996.
21
Paffenbarger Jr., R. S. et ali Physical Activity, All-Cause Mortality, and Longevity of College Alumni. The New England Journal of Medicine, vol. 314, n.10, 1986.
22
Em seu famoso livro Energia e Eqüidade, Ivan Illich faz a seguinte comparação: para que 40 mil pessoas possam cruzar uma ponte, no tempo de uma
hora, é necessário que ela tenha 138 m de largura, se tais pessoas viajam em automóvel com velocidade de 25 km/h; 38 m, se viajam de ônibus; 20 m,
se estiverem a pé; em contrapartida, a largura será de apenas 10 m, caso este mesmo número de pessoas viajem de bicicleta. Em outro momento do
seu livro, ele afirma “para sair do estacionamento de um estádio, 10 mil pessoas em bicicleta necessitam de um terço do tempo que precisa o mesmo
número de pessoas utilizando ônibus”.
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A título de exemplo e segundo o Ministério dos Transporte da Dinamarca, as viagens pendulares de ciclistas “a trabalho”, naquele país, têm uma
extensão média de 3,4 km, correspondendo a 16min de duração, enquanto que para o motivo “compras”, a extensão fica em 2,1 km, com uma duração
de 11min de trajeto.
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Na pesquisa que fundamentou o documento Processo de Estruturação dos Transportes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, este foi o principal
motivo apontado, seguido pelo receio de ser assaltado e perder o veículo. Todavia, segundo o Conselho Nacional de Segurança dos EUA, o ciclismo,
enquanto esporte, é mais seguro do que o basquete e o futebol americano, sendo o número de acidentes equivalente a apenas 1,2% dos que o praticam.
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Collection of Cycle Concepts – Soren Underlien Jensen, Road Directorate (correspondente ao DNER brasileiro), Danish Cyclists Federation e
outros – 184 p., 2000, Copenhagen – Dinamarca.
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Dados extraídos do documento “Bicycle parking in the Netherlands”, CROW, Amsterdam, 1997.
27
Hook, Walter, (Institute for Transportation and Development Policy - ITDP), by Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ) GmbH,
Preserving and Expanding the Role of Non-motorised Transport, Alemanha, 2003.
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O Dia sem meu carro é um movimento internacional que começou, oficialmente, em 2000 com a adesão de vários países da União Européia. Seu objetivo é
concretiza e ampliar o debate sobre a mobilidade, através da sensibilização dos cidadãos e do estímulo à utilização de modos de transporte mais sustentáveis e
eficientes. O centro desse projeto está no desafio de reconstruir cidades saudáveis, considerando todas as formas de deslocamento, não ponderando apenas as
formas alternativas ou de lazer, mas enfocando-as como modos de transporte das pessoas visando à realização de seus interesses, seja a pé, de bicicleta ou de
transporte coletivo. No Brasil o movimento começou em 2001 com a adesão de 11 municípios que realizaram atividades diversas sob o tema da sustentabilidade
nos transportes. Em 2003, com o apoio do Ministério das Cidades, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Cultura, o número de municípios subiu para 23 e
todos eles foram certificados pelo Governo Federal como cidades que desenvolveram ações em prol da mobilidade sustentável e da qualidade de vida. Também
nessa data foi oficializada a participação continuada do Ministério das Cidades no “Dia sem Meu Carro” e foi lançado o Programa Bicicleta Brasil.
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Miranda, Antonio C. M., Acervo pessoal de fotos tiradas em diversas viagens, de 2000 a 2006.