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estudos de Héli Chatelain
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, empenha-se na defesa
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da angolanidade na literatura e
incentiva seus compatriotas a seguir esse caminho. Com um percurso de atuação
em diversas áreas, ele escreve poesia, romance, crônicas, ensaios sobre etnografia
e filologia. É de sua autoria a antologia intitulada Delírios
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, considerada precursora
por tematizar a questão racial.
Dessa forma, além de ser o meio através do qual se acirra o debate acerca
dos problemas da comunidade, a imprensa continua a difundir a palavra literária,
ainda que para um seleto grupo, dado ao altíssimo índice de analfabetismo
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. Nessas
condições, em 1929, o jornal A Vanguarda publica, em forma de folhetim, o romance
O segredo da morta: romance de costumes angolenses, de António de Assis Júnior
(1878-1932). Para Manuel Ferreira o romance é um:
curioso testemunho da sociedade angolana na transição do século
XIX para o XX, a lenta criatividade lingüística cresce aqui com a
utilização de diálogos e certas expressões em quimbundo, larga e
intermitentemente distribuídos, no discurso do narrador, ou antes,
dos narradores (1987, p.149).
Editada em livro no ano de 1935, pela Lusitana, tipografia local, a obra de
Assis Júnior é conhecida por apresentar “forte angolanidade”
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. O contraste entre o
texto O segredo da morta e outros produzidos no período fica por conta da maneira
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No final do século XIX, o etnológo suíço Héli Chatelain realiza em Angola um trabalho pioneiro,
‘recolhendo’ textos que circulam na tradição oral; cf. FERREIRA, Manuel.
Literaturas africanas de
expressão portuguesa
. São Paulo: Ática, 1987, p. 23.
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Segundo Carlos Ervedosa, Cordeiro da Matta “no final da nota preambular do seu livro Philosophia
Popular em Provérbios Angolenses
, (...) concluía com uma exortação: Por isso, patrícios meus,
embora vos custe, embora seja com sacrifício, dedicai algumas horas de lazer para a fundação da
literatura pátria” (s/d, p.32-33).
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Há divergência em relação à data da edição do livro intitulado Delírios, pois em Ferreira consta a
data de “1857-1887” v. M e FERFMRA, data de M189” v. Mquaquer
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. São Pao o: Ática, 198. M