
18
Agir cedo para evitar o SIDA
ocasionais entre pessoas com menos de 25 anos tinha a tendência de durar cerca de
6 meses para as mulheres e metade para os homens.
Entre os casados, relações sexuais ocasionais são muito mais raras
do que nos não casados. Cerca de 99 por cento das mulheres casadas e 88 por
cento dos homens casados afirmaram, num estudo realizado em Dakar em 1997,
que não tinham mantido relações sexuais com qualquer outra pessoa senão os
esposos nos 12 meses precedentes. Das pessoas que tinham parceiros extra-
conjugais, a maior parte quer dos homens quer das mulheres só tinham tido um.
Infelizmente, não é possível saber até que ponto as campanhas de
prevenção de SIDA afectaram os relativamente baixos níveis de actividade sexual
fora de casamento recentemente registados no Senegal. Parece provável que rela-
ções sexuais fora do casamento nunca tenham sido frequentes nesta sociedade
coesa e activa em termos religiosos. Contudo, é possível que as campanhas de
prevenção do SIDA tenham reforçado estes padrões tradicionais de comporta-
mento, impedindo o aumento do volume de relações sexuais fora do casamento
em idades mais jovens que, de outro modo, poderia resultar de uma crescente
urbanização e mobilidade social e, talvez, das mudanças económicas que possi-
bilitam o acesso ao dinheiro por parte dos jovens.
Uso do preservativo
O
principal canal para a propagação do SIDA no Senegal,
assim como em muitos países da África Sub-Sahariana são as
relações sexuais não protegidas entre homens e mulheres, dos quais pelo menos
um tem outro parceiro não fiel. Apesar de a maior parte das campanhas de pre-
venção do SIDA terem como objectivo desencorajar relações sexuais com múl-
tiplos parceiros, elas também têm o objectivo de aumentar a utilização do pre-
servativo em parcerias que podem ser de risco.
Antes da epidemia do HIV, a utilização do preservativo no Senegal era
extremamente baixa: menos de um por cento. E, de facto, continua baixa como
um método de contracepção ou entre os esposos. Contudo, em relações sexuais
ocasionais – exactamente as que são alvo da campanha de prevenção do SIDA – a
utilização do preservativo aumentou drasticamente. Num inquérito feito na popu-
lação em 1997, em Dakar, mais de dois terços dos homens e cerca de metade das
mulheres que tinham tido relações ocasionais nos últimos 12 meses haviam usado
preservativo com os seus últimos parceiros de ocasião. Em estudos de grupos
populacionais específicos, um ano mais tarde, a taxa era ainda mais alta. Cerca de
81 por cento de trabalhadores e 67 por cento de rapazes estudantes disseram ter
usado preservativo na última vez que mantiveram uma relação sexual ocasional
(apesar de o número total dos rapazes sexualmente activos ser pequeno). E parece
que a utilização do preservativo é significativamente consistente. Perto de três
terços de estudantes do sexo masculino com parceiras não regulares afirmaram
que tinham usado o preservativo sempre que mantiveram relações sexuais com
uma parceira não regular no último ano. Somente um em cada dez disseram que
nunca tinham utilizado o preservativo em encontros ocasionais.
A informação e a promoção do preservativo dirigidas a trabalha-
doras do sexo parecem ter sido mais eficientes. Num estudo entre prostitutas