Andou bem a PUCC de Campinas nessa sabia dosagem de parti-
cipacionismo, ao preservar o esssencial da instituição, e impedir que o
direito de opinar de todos desqualifique um pleito que ê, por natu
reza, qualificado quanto ao eleitor. Atendeu a massa, sem massificar,
Satisfez as aspirações do momento, sem abalar os fundamentos estrutu
rais da organização. Não fez a opção do verso de Manuel Bandeira, pois
não trocou a eternidade pela modernidade, antes modernizou-se,
preservando a eternidade, entendida esta como a permanência do esseri
ciai no jogo do circunstancial. Isto porque, como afirmou no citado
Parecer, o mesmo Cons. Caio Tácito:"A universidade, em sua ontologia.
deve ser - e não pode deixar de ser - uma instituição de elite, no
sentido da valorização do mérito sobre o numero. Democratizar a uni
versidade significa abri-la para o relacionamento com a comunidade,
adequã-la às perspectivas e necessidades sociais, mobiliza-la para o
conhecimento científico aplicado, atribuir-lhe, em suma, papel de re
levo, senão mesmo de liderança, nas reformas estruturais da sociedade .
Serã um equívoco grave - que vira a minar sua qualidade e
eficiência - pretender, a título de uma igualdade, pretensamente de_
mocrãtica, colocar em pl$no de equivalência, "inF
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''"'[ VTl" '" professores, alunos e servidores, cada qual com
seu papel próprio e relevante no universo que (ate etimologicamente)
caracteriza a universidade."
Para confirmar as cautelas com que se houve a Universidade, ha
que levar em conta o fato de que, tanto na escolha do Reitor e seu
Vice, quanto dos Diretores de unidades e seus vices, persiste a
exigência de que os integrantes das listas sêxtuplas sejam Professc_
res Titulares, com exercício efetivo e ininterrupto na universidade ha
mais de três anos, o que não torna acessível o poder a todos os
docentes, mas somente aqueles que podem exerce-lo. Abre-se uma exce_
ção, no caso das Faculdades, para que dessas listas possam participar
Professores Adjuntos. Trata-se de consagrar a hierarquia do sa ber e
do poder, agrupando as comunidades em dois grandes conjuntos: a que
vota e pode ser votada: a dos professores, em que todos votam, mas só
alguns podem ser votados; e a dos alunos e funcionários: em que todos
votam nos nomes das listas sêxtuplas, ninguém pode ser vo tado e o
próprio voto não vale mais que 2/5 do quociente eleitoral.
Fica assim instituído um processe eleitoral
com dois critérios distintos: um, para eleição, nas Unidades,
de seu Diretor e Vice, através do voto de todos os professores,
alunos e funcionários, para a constituição de listas tríplices,
submetidas â escolha do Reitor; outro, para eleição do Reitor e