compreensão da realidade, a objetividade (verdade) e o observador
(sujeito). Estas três concepções básicas são revistas, desmistificadas e
desconstruídas pela media art e pelas noções que se desenvolvem
paralelamente ao uso de determinadas tecnologias, processo manifestado
na emergência de novos paradigmas: plurimedialidade,
interdisciplinaridade, ubiqüidade, temporalidade, interatividade,
virtualidade, artificialidade, desmaterialização, multiplicidade, simulação,
variabilidade, indeterminação, hipertextualidade, meta-autoria, interator,
interface, etc. Uma considerável ampliação de nossos marcos conceituais,
como supõe a media art, implica mudanças substanciais em relação à
forma de percepção provocada por esse tipo de obras, e dá lugar a um
enfraquecimento, evasão e descaracterização radicais das idéias estéticas
centradas no objeto artístico, sua existência corpórea e permanente, a
originalidade, a autonomia, a verdade, a genialidade e o observador
passivo. (GIANNETTI, 2003, p. 186)
O interessante no sistema AARON não é somente o modo como este antecipa
tendência artísticas da
media arte
, mas também a sua longevidade, ou seja os paradigmas
nos quais ele se fundamenta são corrente até os nossos dias. Contando com quase 40 anos
de existência, AARON se aproxima hoje da idade que tinha o seu criador no final dos anos
60, quando iniciou sua construção. Nesse período, o programa assimilou quase todas as
transformações tecnológicas pertinentes que foram aparecendo, sensível às mudanças
qualitativas formais pelas quais passaram as tecnologias aplicadas, que nos aponta também
Claudia Gianetti, falando da estática digital:
[...] a interação com base na interface humano-máquina marca uma
mudança qualitativa das formas de comunicação mediante o
emprego dos meios tecnológicos. A estrutura aberta e contingente
da obra mina a concepção material, objetual y acabada característica
da estética ontológica, transformando o espaço físico em
imaginário. Os processos interativos somente são analisáveis e