oriundo de seu crescimento acelerado. No caso de Torres, só nos anos 90 é que a cidade
percebeu efetivamente os seus problemas.
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Nos anos 70, diferentemente de Torres que despertava para a realização de um primeiro
conjunto de obras de adequação urbana, Porto Alegre se configurava como uma cidade
plenamente verticalizada.
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Obviamente que neste estudo, a referencia à cidade de Porto
Alegre cabe na medida em que esta como capital do Estado possuía uma função exemplar
quanto às suas representações de modernidade urbana e mesmo que de forma elucidativa esta
indicava o caminho que outras cidades posteriormente poderiam querer desenvolver frente o
seu próprio crescimento.
Apesar de Porto Alegre e Torres estarem demograficamente muito distantes,
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a Capital
exercia uma importância cabal frente às representatividades que determinados grupos atuantes
exerciam na cidade.
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Assim, o reflexo das transformações urbanas da capital do Estado
poderiam ser focalizadas dentro das esferas administrativas de Torres, mesmo que de formas
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Não foi considerada como parâmetro analógico, cidades litorâneas do Rio Grande do Sul, como Tramandaí e
Capão da Canoa, pois, estas não apresentaram nesta época um processo de expansão urbano tão rápido quanto ao
que ocorreu em Torres.
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A
verticalização observada em Porto Alegre era causa e conseqüência da forte expectativa de um novo ciclo de
desenvolvimento econômico gerado a partir da II Guerra Mundial, somada ao êxodo rural e ao fascínio da vida
urbana, da esperança de uma vida melhor na metrópole. As obras realizadas por Thompson Flores (1969 a 1975),
foram para a cidade inovadoras e necessárias realizações urbanísticas, como a construção dos viadutos Açorianos
e Leopoldina, o túnel da Conceição, entre outras, que representavam para a cidade a manutenção de uma vida
urbana mais funcional. Cf.MONTEIRO, Charles. Porto Alegre e suas escritas_ História e memórias. São Paulo,
2001.p.406. Tese (Doutorado em História Social). Programa de Estudos Pós-Graduados em História. Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo.
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Torres possuía em 1970 cerca de 30 mil habitantes, enquanto Porto Alegre possuía mais de 700 mil. Anuário
Estatístico IBGE. Rio Grande do Sul, V 3. 1970. p. 56.
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Isto porque os membros das elites dirigentes, atuantes no processo de urbanização da cidade como o
Engenheiro Ivo Rizzo, por exemplo, residia em Porto Alegre e já havia na década de 70, construído cerca de 21
prédios na capital, 4 sedes de empresas entre elas da Gerdau e cerca de 28 residências, demonstrando a sua
atuação tanto em Torres como na capital do Estrado. Portifólio da Construtora e Incorporadora Ivo Rizzo, 2001.
s/p.