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por casais com mais de 41 anos de idade e sem o re-
gistro da presença permanente de jovens em seu inte-
rior, segundo pesquisa realizada pela Epagri (1999)
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em dez municípios da região e na qual se apoiam os
dados do presente trabalho. Isso significa que a conti-
nuidade profissional de 9,2 mil dos 77 mil estabeleci-
mentos familiares da região – considerando que os
dez municípios estudados são bastante representati-
vos - encontra-se ameaçada. Uma vez que além des-
tas unidades sem sucessores, em outras 17% existe ape-
nas um filho (rapaz ou moça) residindo com os pais, a
proporção de 12% de imóveis sem sucessores pode
estar subestimada.
Mas por que razão e em que sentido é possível fa-
lar de um problema sucessório? Sob o ângulo econô-
mico, a ausência de sucessores
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significa o encontro,
por parte dos filhos que deixaram o negócio familiar,
de oportunidades mais promissoras de geração de ren-
da, na esmagadora maioria dos casos fora do meio
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Trata-se de um Censo Agropecuário realizado numa parceria entre a Epagri
(Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) e
o Icepa (Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina),
em 17 municípios do oeste catarinense onde foram levantadas informações
econômicas, sociais e dos sistemas de produção de 15.293 estabelecimentos
agropecuários, sobre cuja base calculou-se a amostra desta pesquisa.
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Claro que existe a possibilidade de volta para a propriedade de indivíduos
que saíram em busca de outras oportunidades de organização de suas
vidas. Além disso, é possível que, em alguns casos, a migração temporária
tenha sido tomada por ausência permanente do jovem na propriedade.
Somente um estudo mais detalhado das informações do Censo Demográfico
de 2000 permitirá saber qual a importância da migração de retorno especi-
ficamente para o meio rural. Mas as informações de campo não parecem
mostrar que se trate de um fenômeno de grandes proporções, que sirva de
contrapeso para a tendência aqui exposta.