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Foram participantes nesta pesquisa 60 adultos de ambos os sexos (44 mulheres e 16
homens), com idade média de 39 anos (20-55 anos). A participação foi voluntária e
consentida com a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO C).
Considerando limitações práticas envolvidas na realização deste projeto, a seleção dos
voluntários foi baseada tão somente na capacidade de leitura correta das palavras CADA,
NUNCA, HOJE e TUDO, utilizadas no segundo cartão do TCPS. Assim, os participantes que
conseguiram ler corretamente as palavras do TCPS foram considerados no grupo de controle e
aqueles que não conseguiram ler corretamente as mesmas palavras foram considerados no
grupo experimental. Indivíduos com comprometimento mental, conforme referido, informado
pela escola ou observado durante a sessão, assim como aqueles com história pregressa de
comprometimento neurológico foram excluídos do experimento. Apenas duas voluntárias não
estavam, no momento da pesquisa, empregadas formalmente.
Na tentativa de minimizar a influência de fatores sócio-econômicos, culturais e
educacionais não controlados, todos os participantes foram recrutados em empresas
terceirizadas de limpeza e em projetos de alfabetização para jovens e adultos do ciclo
fundamental, na cidade de São Paulo, e todos os voluntários do grupo de controle cursaram
apenas até a 4ª série do ensino fundamental. Todos apresentaram visão normal ou corrigida e
não tiveram problemas para discriminar as cores.
Material
O teste de Cores e Palavras de Stroop (TCPS), versão Vitória, é um teste
cronometrado que compreende três cartões, 1 (cores), 2 (palavras coloridas) e 3 (nomes de
cores), cada um contendo 24 estímulos dispostos em seis fileiras com quatro itens em cada
uma delas (ANEXO B). O primeiro cartão, 1 (cores), contém retângulos coloridos com as
cores rosa, verde, azul e marrom, que devem ser rapidamente nomeadas. O segundo cartão, 2
(palavras coloridas), contém as palavras CADA, HOJE, NUNCA e TUDO impressas nessas
mesmas cores, mas somente as cores devem ser nomeadas. No terceiro cartão, 3 (nomes de
cores), os nomes dessas quatro cores estão impressos em cores incongruentes (por exemplo, a
palavra AZUL aparece impressa na cor rosa). Novamente aqui, a leitura dos nomes deve ser
evitada e as cores impressas devem ser rapidamente nomeadas. No presente experimento,
entretanto, também incluímos um quarto cartão, 4 (leitura), contendo as mesmas palavras do
segundo cartão, mas agora com impressão em tinta preta, para averiguarmos a eficiência da
leitura. A avaliação do teste reflete o tempo gasto pelo indivíduo em cada cartão e o número
de erros cometidos, não autocorrigidos. Erros corrigidos espontaneamente são considerados
acertos. Tipicamente, os pesquisadores têm se baseado num escore de interferência definido
como a diferença entre o tempo gasto no cartão de interferência e no cartão neutro (3-1),
apesar de ainda ser controversa a questão sobre qual a forma mais adequada para a
determinação desse escore (MACLEOD,1991; SPREEN, 1998).
A tarefa proposta com números e cores também é cronometrada e utiliza quatro
cartões, 1, 2, 3 e 4, cada um com 24 estímulos (numéricos e coloridos) randomicamente
ordenados e dispostos com organização espacial semelhante àquela do TCPS (ANEXO A).
Selecionamos apenas números pronunciados com duas sílabas (assim como os nomes das
cores utilizadas). O primeiro cartão, 1 (cores), consiste de retângulos coloridos nas cores azul,
verde, rosa e preto, que devem ser rapidamente nomeadas. O segundo cartão, 2 (cores e
números, e utilizado neste estudo como o cartão controle), alterna as duas classes de
estímulos, os números, impressos em preto, e as cores, em retângulos separados, seguindo a
mesma disposição espacial de seis linhas e quatro colunas. O voluntário deve nomear
rapidamente ambos os estímulos, conforme a sua disposição alternada no cartão. O terceiro