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feita, o Clube Agrícola deveria provocar na criança a necessidade de conhecimentos
aritméticos, como por exemplo: área, perímetro, porcentagem, formas geométricas,
problemas fracionários e, principalmente, as quatro operações fundamentais.
(CLUBE
AGRÍCOLA – pasta-relatório
).
Dessa forma, o que evidentemente a professoranda deveria
aprender na Escola Normal especializada em ruralismo era aproveitar as oportunidades
oferecidas pelo Clube, para concretizar nas atividades do mesmo suas aulas de aritmética.
Destacava-se, na proposição que a professora deveria desenvolver, a “noção de
número até dezena; depois, até 50 e chegar a 100. “Para isso, ela deveria considerar como
referência, como apontou o documento, os “canteiros” nos quais as crianças contariam o
“número de ferramentas, o número de regadores, número de aves, produção de ovos, número
de caixotes, de abelhas, número de pés de hortaliças em cada canteiro”. Poderia a professora
sugerir que se inventariasse “o número de árvores frutíferas e tudo o mais que se pudesse
relacionar ao objetivo do ensino de aritmética na 1ª série”. “Tamanho, distância e forma”
também eram conceitos a serem desenvolvidos na 1ª série. A esse respeito deveria a
professora
aproveitar, principalmente, os canteiros, para a noção de tamanho – largo, estreito,
grande, pequeno, comprido, curto. As ferramentas e outros materiais, bem como
instalações, poderão dar também estas noções e mais as de: grosso, fino, etc.
Relacionar as distâncias existentes entre as diversas instalações do Clube, dando
noções de: perto longe, etc. Focalizar os canteiros e instalações, entre as diversas do
Clube, dando noções de disposição: em frente, atrás, em cima, em baixo, à direita, à
esquerda, entre, etc. (CLUBE AGRÍCOLA – pasta-relatório).
A verdade é que, segundo a imaginação dos propositores do Clube Agrícola, esse
constituía um valioso recurso de “ação pedagógica”. Isso justificava sua “inclusão no
currículo escolar”. Entre as razões que justificavam sua existência na escola, destacava-se a
alegação de que ele atenderia ao “desenvolvimento do aluno nos aspectos físico, social e
intelectual”. Segundo Daura Estelita Marques Rodrigues, citada na “pasta-relatório”, não era
difícil apontar o que o Clube Agrícola oferecia em termos de desenvolvimento do educando.
Para ela, dentre outras possibilidades, destacam-se:
o exercício de atividades motoras, a vida ao ar livre e contato com a natureza; a
socialização no convívio, na participação e na responsabilidade de planejar e
executar cooperativamente as atividades, de trocar idéias e experiências trabalhando
em grupo e em colaboração com a comunidade; a vivência de situações concretas que
envolvam a aquisição de conhecimentos diversos e habilidades variadas, requerem
espírito de observação e de análise e resolução de problemas. Promover a melhoria
da assistência alimentar dada pela escola, contribuindo com os produtos cultivados
para o enriquecimento da merenda escolar; desenvolver o hábito de cultivar,
intensivamente e deliberadamente, recursos necessários à subsistência do homem;