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Secretaria de Inspeção do Trabalho
das taxas e salários e a composição dos ternos, com a concordância do CSTM, feitas
pela Comissão de Marinha Mercante (CMM), criada em 1941.
Nas décadas de 60 e 70, com a instauração do novo regime, a área do porto
organizado foi reputada de segurança nacional e a regulamentação estatal intensifi-
cou-se, tendo havido, inclusive, a designação de interventores para os sindicatos. Foi
o auge do poder das DTMs, que, nessa época, podiam solicitar apoio da Capitania
dos Portos nas fiscalizações. Ainda nesse período, a Guarda Portuária era vinculada
ao Capitão dos Portos (Delegado da DTM). É ainda dessa época a instituição dos
atos atentatórios à Segurança Nacional, com a possibilidade de afastamento dos
trabalhadores envolvidos para investigação. De outro lado, conquistas dos trabalha-
dores com vínculo empregatício foram asseguradas aos trabalhadores avulsos como
férias remuneradas (1966), décimo terceiro salário (1968) e repouso semanal remune-
rado (1976); além de conquistas específicas como a obrigação dos vigias portuários
em navios de longo curso (1968) e a regulamentação do trabalho de bloco (1968).
Em 1966, pelo Decreto-Lei nº 5, houve tentativa de unificar as atividades de
estiva e capatazia, sendo criada a categoria dos operadores de carga e descarga, em-
brião da multifuncionalidade, mas nunca implementada.
Em 1969, é criada a Superintendência Nacional de Marinha Mercante
(SUNAMAM), sendo-lhe atribuídas as funções da extinta CMM. Em 1984, a
SUNAMAM edita a Resolução nº 8.179, que regulamenta a remuneração e a com-
posição das equipes de trabalho. Tal dispositivo continua sendo aplicado em alguns
portos como norma costumeira até os dias atuais, ainda que aquele órgão tenha sido
extinto.
Naquela época, as funções de direção e chefia das equipes eram de livre esco-
lha da entidade estivadora, mediante rodízio específico: conferente-chefe, conferen-
te-ajudante, consertador-chefe, conferente-geral, contramestre de porão (Decreto nº
59.832/66, que regulamentou o Decreto-Lei nº 5/66, posteriormente pela Lei nº
6.914, de 2 de julho de 1981, revogado pela Lei nº 8.630/93).
Em 1975, é criada a PORTOBRÁS, sendo extinto o Departamento Nacional
de Portos e Vias Navegáveis (Ministério dos Transportes, antigo Ministério da Viação
e Obras Públicas), com a missão de administrar e explorar os portos, sendo tal medida
coerente com a política de descentralização administrativa, iniciada com o Decreto-
Lei nº 200/67, que autorizava a PORTOBRÁS constituir subsidiárias (as CIAs Docas
em todos os portos brasileiros).
Em 1985, pelo Decreto nº 90.927, o poder público, por meio da DTM, passa
a controlar a assiduidade no rodízio dos trabalhadores portuários avulsos, exigindo-
se freqüência para permanecer no sistema.