![](bg13.jpg)
1.1 MOTIVAÇÃO 2
O investimento em desenvolvimento tecnológico apresenta retorno certo à indústria,
através do aumento no valor dos seus produtos e também na melhoria da imagem da empresa.
Com a crescente competição de mercado, é essencial a busca por alternativas de processos
que apresentem melhor eficiência, com o mínimo desperdício de matérias-primas e baixo
impacto ambiental, sem comprometer a qualidade do produto. O crescimento da China na
produção de couros e produtos manufaturados obriga os fabricantes brasileiros a procurarem
novos nichos de mercado, como por exemplo, estofamentos para móveis e automóveis, que
requerem maior tecnologia na fabricação.
Assim, para manter-se no mercado e atingir os requisitos para exportação, a indústria
do couro tem aumentado a ênfase na qualidade e produtividade. Uma das características de
qualidade mais importante aos couros é a maciez, já que esta é rapidamente avaliada no
controle de qualidade e é um item exigido no desempenho do couro como material de
revestimento em diversos produtos manufaturados.
A fim de proporcionar maciez ao couro, é efetuada uma etapa de engraxe durante o
acabamento molhado. A adição de produtos de engraxe, além de garantir maciez ao couro,
influencia as suas propriedades mecânicas.
A produção de couros no mundo, segundo Taeger (2003), é assim destinada: 55% para
calçados, 20% para vestuário, 15% para estofamento (automóveis e móveis) e 10% para
artigos de couro. De acordo com o autor, o mercado potencial mundial de alguns importantes
produtos químicos para couro em 10
3
toneladas/ano é: tensoativo (120), sulfeto de sódio
(200), hidróxido de cálcio (300), cloreto de sódio (270), óxido de cromo III (400), taninos
sintéticos (300), engraxantes (400), corantes (90) e ligantes (200). Os produtos químicos
utilizados nas etapas de fabricação do couro, de acordo com seus valores comerciais
envolvidos, estão assim distribuídos: 15% nas etapas de ribeira, 40% no curtimento,
recurtimento, engraxe e tingimento, 30% no acabamento e 15% em commodities. Assim, pode
ser verificada a forte contribuição dos produtos de engraxe, de 400.000 toneladas/ano tanto na
sua comercialização, para a indústria química, como na forma de insumo, indispensável em
curtumes.
Nesse sentido, é importante analisar o grau de absorção de óleos nos couros. Plapper
(1964) demostrou que a quantidade de óleos absorvidos diminui quando se aumenta a oferta
de óleos. Segundo o autor, no engraxe de couros curtidos ao cromo, com ofertas de 5% de
diferentes óleos, a absorção varia de 49,0 a 78,6% e para ofertas de 10% desses óleos a
absorção varia de 34,0 a 53,3%. Há, portanto, uma grande quantidade de óleos que, ao não ser
absorvida pela pele, é perdida na forma de efluente, gerando uma grande carga a ser tratada.
Devido à importância do engraxe na qualidade dos couros, surge a necessidade de um
estudo aprofundado desta etapa do processo de acabamento molhado. Neste trabalho, foram
analisadas as quantidades de óleo presente no couro e nos banhos residuais, para diferentes
condições (variáveis) de processo. Além da estimativa da eficiência do processo, foram feitas
medidas de parâmetros de qualidade, como maciez e resistência físico-mecânica. Assim, o