Download PDF
ads:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Bioquímica Médica
Estudos da fosforilação por CK2 da proteína HMGB1 de
Schistosoma mansoni (SmHMGB1)
Isabel Caetano de Abreu da Silva
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Química
Biológica, Instituto de Bioquímica Médica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Mestre em Química Biológica.
Orientador: Marcelo Rosado Fantappié
Rio de Janeiro
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
DA SILVA, Isabel Caetano de Abreu
Estudos da fosforilão por CK2 da proteína HMGB1 de Schistosoma mansoni
(SmHMGB1)/ Isabel Caetano de Abreu da Silva. 2008.
111 fl.
Dissertação (Mestrado em Química Biológica) – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Instituto de Bioquímica Médica, Rio de Janeiro, 2008.
Orientador: Marcelo Rosado Fantappié
1.High Mobility Group B1. 2. Fosforilação. 3.
Schistosoma mansoni. 4. Metabolismo
de DNA. Dissertações.
I. Fantappié, Marcelo Rosado (Orient.). II. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Instituto de Bioquímica Médica, Programa de Pós-Graduação em Química Biológica.
III. Título.
ads:
iii
O seguinte trabalho foi realizado no Instituto de Bioquímica Médica, nos laboratórios
de Bioquímica e Biologia Molecular de
Schistosoma mansoni e Bioquímica e Biologia
Molecular de Helmintos e Artrópodes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, sob
orientação do professor Marcelo Rosado Fantappié e financiado pelo CNPq, FAPERJ,
SONDA-FUJB e OMS/TDR.
iv
Estudos da fosforilação por CK2 da proteína HMGB1 de Schistosoma mansoni (SmHMGB1)
Isabel Caetano de Abreu da Silva
Orientador: Marcelo Rosado Fantapp
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química Biológica,
Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Química Biológica.
Aprovada em 29 de Setembro de 2008 por:
Orientador: Dr. Marcelo Rosado Fantappié
Prof. Adjunto do Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro IBqM/UFRJ
Dr. Ronaldo da Silva Mohana-Borges
Prof. Adjunto do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, Universidade Federal do Rio de
Janeiro – IBiof/UFRJ
Dr
a
. Teca Calcagno Galvão
Pesquisadora Visitante do Instituto Oswaldo Cruz – IOC
Dr. Mário Alberto Cardoso da Silva Neto
Prof. Adjunto do Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro IBqM/UFRJ
Suplente externo: Yraima Moura Lopes Cordeiro
Profa. Adjunta do Depto de Fármacos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio
de Janeiro – UFRJ
Revisor/Suplente interno: Dr
a
.Gabriela de Oliveira Paiva e Silva
Profa. Adjunta do Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro IBqM/UFRJ
v
AGRADECIMENTOS
À Deus, por todas as oportunidades.
Ao meu Orientador, Marcelo Fantappié, por todo o incentivo e orientação cheios de energia e
também por toda confiança em mim depositada.
Ao Doutor Francisco de Oliveira, por seu olhar crítico, ter me ensinado muito do que eu sei e
por toda ajuda no desenvolvimento deste trabalho.
Ao Professor Franklin Rumjanek, por ter me recebido em seu laboratório, logo no início da
minha experiência profissional, durante o meu estágio curricular da Escola Técnica Federal de
Química e pela confiança depositada ao longo dos anos.
A professora Gabriela Oliveira, pela atenção na revisão da tese e por todo incentivo
demonstrado ao longo das discussões durante o acompanhamento do trabalho.
Aos membros e suplentes da banca de defesa da dissertação, pela disponibilidade de
participar deste importante passo em minha vida profissional.
À amiga Vanessa Sandim, que em meio as suas indas e vindas entre praticamente todas as
Universidades e Institutos de Pesquisa destaca-se sempre pela simpatia, boa companhia e
generosidade infinitas. Obrigada!!
Ao amigo de laboratório Vitor Coutinho, pelo bom humor, discussões de resultados e
gentilezas divididas ao longo dos anos de convivência.
À Amanda Vicentino e Fábio Schineider que recentemente entraram para o grupo e vieram
acrescentar muito, tanto com a amizade e carinho quanto cientificamente.
À Doutora Renata Maciel, pelo apoio e amizade, principalmente nos últimos anos.
vi
À Doutoranda Nívea Amoêdo, com o seu jeito sempre tranqüilo de ser, agradeço por todo o
convívio agradável e amizade construída ao longo dos anos.
À Mestranda Paula Pezzuto, pelos momentos de descontração via email e pela amizade
construída durante a convivência.
À professora Ana Lúcia Giannini, por ser a pessoa mais gentil e prestativa que eu conheço.
Obrigada pelas sugestões construtivas durante as discussões do grupo.
À Técnica Marta Freire, pela sua ajuda, amizade e apoio no bom funcionamento do
laboratório.
Aos meus pais e irmãos, por todo amor, carinho e paciência. Obrigada por estarem ao meu
lado e apoiarem a decisão que tomei sobre o rumo da minha vida profissional.
Ao meu companheiro, Marcelo Nunes, por todo apoio, amor e paciência ao longo dos anos
compartilhados.
A todos os colegas de laboratório, atuais e passados, obrigada pelos ensinamentos, discussões
e sugestões construtivas e também pela boa companhia.
A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a
concretização deste trabalho.
Às agências de fomento CNPq, FAPERJ, SONDA-FUJB e OMS/CDT.
RESUMO
DA SILVA, Isabel Caetano de Abreu. Estudos da fosforilação por CK2 da proteína HMGB1
de
Schistosoma mansoni (SmHMGB1). Dissertação (Mestrado em Química Biológica)
Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2008.
O
Schistosoma mansoni é um parasita multicelular causador da esquistossomose.
Apesar da existência de programas de controle, cerca de 200 milhões de pessoas no mundo
ainda são afetadas por esta doença. Como o ciclo do parasita é complexo, envolvendo estágios
de vida livre e dois hospedeiros diferentes, a caracterização de proteínas envolvidas na
regulação da expressão gênica ao longo do desenvolvimento é de grande importância. Essa
abordagem pode também revelar potenciais alvos para interferência quimioterápica. As
proteínas do tipo “High Mobility Group” (HMGs) estão entre as mais abundantes e ubíquas
em eucariotos. Essas proteínas estão envolvidas em processos de transcrição, replicação,
recombinação e reparo de DNA, sendo desta forma alvo de nosso interesse. A HMGB contém
dois domínios homólogos de ligação ao DNA, os HMG
boxes A e B, e uma região C-
terminal, rica em resíduos de aminoácidos ácidos. Elas são capazes de reconhecer e ligar-se
preferencialmente a moléculas de DNA distorcidas ou dobradas, e de promover o super-
enovelamento e a dobra de moléculas de DNA, causando mudanças estruturais em seus
padrões. Neste trabalho, a proteína HMGB1 de
Schistosoma mansoni (SmHMGB1), isolada
pelo nosso grupo, teve a sua fosforilação mediada pela proteína cinase CK2 investigada.
Inicialmente, foi realizada uma análise computacional da seqüência primária da
SmHMGB1, o
que nos sugeriu a existência de quatro sítios putativos de fosforilação para ação da proteína
CK2 (S-167, T-169, S-172 e S-174). De fato, foi possível demonstrarmos que a proteína
SmHMGB1 é fosforilada, especificamente, in vitro, pela CK2. Além disso, foram mapeados
os resíduos que estavam sendo fosforilados na
SmHMGB1: dois resíduos de serina nas
posições 172 e 174. Estudos funcionais comparando as formas não fosforiladas e fosforiladas
da proteína demonstraram que a fosforilação mediada pela CK2 não é capaz de regular a
capacidade da
SmHMGB1 de promover o super-enovelamento do DNA, assim como a
promoção de dobras no mesmo. Finalmente, demonstrar através de ensaios de fosforilação
in
vitro
e utilizando extratos totais do parasita como fonte de proteínas cinases, que o mesmo
possui proteínas cinases endógenas capazes de fosforilar a
SmHMGB1 e, ainda, que a CK2
engena estava mediando majoritariamente este processo. Juntos, estes resultados nos
permitem sugerir que a fosforilação da
SmHMGB1 por CK2 pode estar ocorrendo
endogenamente e levanta uma discussão a respeito de outros possíveis efeitos desta
fosforilação em outras ões celulares envolvendo a proteína, como por exemplo, a sua
distribuição núcleo-citoplasma. Estudos posteriores envolvendo este exemplo e outros mais,
ainda serão necessários para um melhor esclarecimento dos efeitos da fosforilação mediada
por CK2.
viii
ABSTRACT
DA SILVA, Isabel Caetano de Abreu. CK2 Phosphorylation studies about Schistosoma
mansoni
HMGB1 protein (SmHMGB1). Dissertation (Master in Biological Chemistry).
Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2008.
Schistosoma mansoni is a multicellular parasite with a complex life cycle including
human and snail hosts. About 200 million people in the world are affected by this disease
despite available control programs. Because of its complex life-cycle, characterization of
proteins involved in the regulation of the parasite gene expression is important for a better
understanding of the mechanisms that regulate the parasite life cycle, development and
maturation. In addition these studies may reveal strategies for chemotherapy interference.
High mobility group (HMGs) proteins are among the most abundant and ubiquitous proteins
in eukaryotes. HMGBs are involved in DNA transcription, replication, recombination and
repair. HMGB protein contains two homologous DNA binding domains, the HMG boxes A
and B, and an acidic C-terminal tail. The HMG boxes recognize and preferentially bind to
bent or distorted DNA. They can cause structural changes in the DNA molecule by promoting
DNA supercoiling and bending. The present work characterized the phosphorylation of
Schistosoma mansoni HMGB1 protein (SmHMGB1) by CK2. A preliminary in silico
prediction of SmHMGB1 phosphorylation sites showed four putative sites for protein kinase
CK2 (S-167, T-169, S-172 and S-174). We confirmed that
SmHMGB1 was specifically
phosphorylated
in vitro by CK2. In addition, we mapped the residues that were
phosphorylated by CK2, the serine residues 172 and 174. Functional studies showed that
phosphorylation by CK2 did not regulate the ability of
SmHMGB1 to supercoil or bend DNA.
Using
S. mansoni total extract as a source of protein kinases, as well as specific inhibitors, we
demonstrated that
SmHMGB1 was mainly phosphorylated by an endogenous CK2. This
results suggests that phosphorylation of
SmHMGB1 by CK2 might happen endogenously and
raises a discussion about other possible effects of CK2 phosphorylation, such as
SmHMGB1
nucleocytoplasmic shuttling. Further studies involving this possibility and another ones, will
still be needed for a better explanation of the effects of phosphorylation mediated by CK2
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Micrografia eletrônica de varredura de um casal de vermes adultos de S.
mansoni
------------------------------------------------------------------------------------------- 20
Figura 2 Distribuição geográfica da esquistossomose mannica --------------------- 21
Figura 3 Casos confirmados de Esquistossomose. Brasil e Grandes Regiões, 1995-
2006 ----------------------------------------------------------------------------------------------- 22
Figura 4 Ciclo de vida do S. mansoni ----------------------------------------------------- 24
Figura 5 Hospedeiro invertebrado do S. mansoni, caramujo da espécie
Biomphalaria glabrata ------------------------------------------------------------------------- 24
Figura 6 Estágios do ciclo de vida do S. mansoni ----------------------------------------- 25
Figura 7 Patologia da Esquistossomose -------------------------------------------------- 26
Figura 8 Promotores eucarióticos e proteínas regulatórias interagindo mediante
dobra do DNA pelas HMGs ------------------------------------------------------------------- 37
Figura 9 Diagrama representativo das HMGAs de mamíferos ------------------------ 38
Figura 10 Diagrama representando as HMGNs de mamíferos ------------------------ 40
Figura 11 Diagrama representando as HMGBs de mamíferos ------------------------ 41
Figura 12 Representações esquemáticas das proteínas HMGB1de mamíferos e de
plantas -------------------------------------------------------------------------------------------- 41
Figura 13 Estrutura do domínio HMG box da HMGB1 de rato ----------------------- 42
Figura 14 Mecanismos de controle da expressão gênica por proteínas HMGB ----- 44
Figura 15 Alinhamento das sequências de aminoácidos das proteínas HMGB ----- 46
Figura 16 Estrutura e sítios de algumas modificações pós-traducionais da proteína
HMGB1 humana -------------------------------------------------------------------------------- 49
x
Figura 17 Diagrama esquemático das construções da proteína recombinante
SmHMGB1 utilizada nos ensaios ------------------------------------------------------------- 53
Figura 18 Análise da SmHMGB1 no programa NetPhosK 1.0 Server ---------------- 62
Figura 19 Eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida das construções da
SmHMGB1 --------------------------------------------------------------------------------------- 63
Figura 20 Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pela enzima CK2 ------ 64
Figura 21 Fosforilação das construções da proteína SmHMGB1 pela enzima CK2 65
Figura 22 Seência dos aminoácidos finais da proteína SmHMGB1 ---------------- 66
Figura 23 Eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida da SmHMGB1 com
mutações sítio dirigidas ------------------------------------------------------------------------ 67
Figura 24 Fosforilação das proteínas recombinantes da SmHMGB1 com mutações
sítio dirigidas pela enzima CK2 --------------------------------------------------------------- 68
Figura 25 Ensaio de super-enovelamento do DNA com a SmHMGB1 fosforilada
pela CK2 ------------------------------------------------------------------------------------------ 70
Figura 26 Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase da SmHMGB1
fosforilada pela CK2 ---------------------------------------------------------------------------- 71
Figura 27 Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de
vermes adultos de
S. mansoni ----------------------------------------------------------------- 73
Figura 28 Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de
vermes macho e fêmea maduros e imaturos de
S. mansoni ------------------------------- 74
Figura 29 Fosforilação da proteína SmHMGB1 com o extrato total de vermes
adultos de
S. mansoni na presença de inibidor de CK2 ------------------------------------ 75
Figura 30 Fosforilão das construções da proteína SmHMGB1 pelo extrato total
de vermes adultos de
S. mansoni na presença de inibidor de CK2 ----------------------- 77
Figura 31 Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase da SmHMGB1
fosforilada pelo extrato total de
S. mansoni ------------------------------------------------- 78
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Detecção imunológica da CK2 -------------------------------------------------- 35
Tabela 2 Repertório de proteínas fosforiladas por CK2 --------------------------------- 36
Tabela 3 Seqüência dos oligonucleotídeos para introdução de mutações sítio
dirigidas ------------------------------------------------------------------------------------------ 56
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A Alanina
aa Aminoácido (s)
α Alfa
ADP Adenosina di-fosfato
ATP Adenosina tri-fosfato
β Beta
bp
Base pairs
O
C Graus Celsius
CBP
CREB binding protein
cdk7 Cyclin-dependent kinase 7
cDNA Ácido desoxiribonucléico complementar
CK2 Caseína cinase 2
cm Centímetro (s)
cols Colaboradores
C-terminal Carboxi-terminal
D Ácido Aspártico
dCTP Desoxicitidina trifosfato
DMSO Dimetil sulfóxido
DNA Ácido desoxirribonucléico
dNTP Desoxinucleotídeo trifosfato
D.O. Densidade ótica
DTT Ditiotreitol
E Ácido Glutâmico
EDTA Ácido Etileno Diamino Tetra-Acético
ESTs
Expressed Sequence Tags
ExoIII Exonuclease III
γ Gama
G Glicina
Glyt1
Glycine Transporter 1
x g Gravidade
hHMGB
Human High Mobility Group Box
xiii
HSFI1 Heat Shock factor 1
IL Interleucina
IRF
Interferon Regulatory Factor
IPTG Isopropil-tio-beta-D-galactosideo
JAK Janus cinase
K Lisina
KAPα1 Karyopherin alpha 1
kDa Quilodálton (s)
L Litro (s)
LB Lauria Bertani
M Molar
MAP
Mitogen Activated protein
mg Miligrama (s)
min Minuto (s)
mL Mililitro (s)
mm Milímetro (s)
mM Milimolar
Ci
Microcurie
g
Micrograma (s)
m
Micrômetro (s)
ng Nanograma (s)
NFκB Nuclear Factor-kappa B
nm Nanômetro (s)
N-terminal Amino-terminal
PBS
Phosphate Buffered Saline
PCR Polymerase Chain Reaction
PDB Protein Data Bank
PKA Proteína cinase A
PKC Proteína cinase C
PMSF Fenilmetilsulfonil fluoride
RAGE
Receptor for Advanced Glycation Endproducts
RMN Ressonância Magnética Nuclear
RNA Ácido ribonucléico
xiv
RT-PCR Reverse Transcription Polymerase Chain Reaction
s Segundo (s)
S Serina
SDS Dodecil Sulfato de Sódio
SmHMGB1 HMGB1 de S. mansoni
Sm
PKC1 Proteína Cinase C 1 de S. mansoni
T Treonina
TBB 4,5,6,7-Tetrabromobenzotriazol
TBE Tampão Tris-Ácido Bórico-EDTA
TBP
TATA-binding protein
TDR Tropical Disease Control
TE Tampão Tris-EDTA
TFIIH
General Transcription Factor IIH
TLR Toll Like Receptor
TNFα Tumor Necrosis Factor α
Topo I Topoisomerase I
Tris 2-Amino-2-Hidroximetilpropano-1,3-diol
U Unidade
V Volt (s)
V/cm Volts por centímetro
WHO
World Health Organization
X-gal 5-bromo-4-chloro-3-indolyl-beta-D-galactopyranoside
XPB
Xeroderma Pigmentosum B
xv
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ------------------------------------------------------------------------
v
RESUMO ----------------------------------------------------------------------------------------
vii
ABSTRACT -------------------------------------------------------------------------------------
viii
LISTA DE FIGURAS -------------------------------------------------------------------------
ix
LISTA DE TABELAS ------------------------------------------------------------------------ xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ------------------------------------------------
xii
SUMÁRIO --------------------------------------------------------------------------------------
xv
1 INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------
18
1.1 Aspectos Gerais da Esquistossomose --------------------------------------------------
18
1.2 Família Schistosomatidae ----------------------------------------------------------------
20
1.2.1 O Gênero
Schistosoma e a sua Distribuição Geográfica ---------------------------- 20
1.2.2 Ciclo de Vida do
Schistosoma mansoni ----------------------------------------------- 22
1.2.3 Patologia da Esquistossomose ---------------------------------------------------------- 25
1.3 Fosforilação de proteínas ---------------------------------------------------------------- 27
1.3.1 Breve histórico ---------------------------------------------------------------------------- 27
1.3.2 Fosforilação e Metabolismo do DNA ------------------------------------------------- 30
1.3.3 A proteína cinase CK2 ----------------------------------------------------------------- 33
1.4 As proteínas do tipo High Mobility Group -------------------------------------------
37
1.4.1 As proteínas do tipo High Mobility Group A (HMGAs) ----------------------------
38
1.4.2 As proteínas do tipo High Mobility Group N (HMGNs) ----------------------------
39
1.4.3 As proteínas do tipo High Mobility Group Box (HMGBs) ------------------------- 40
1.5 Modificações pós-traducionais das proteínas do tipo High Mobility Group --
47
1.5.1 Proteínas HMGB ------------------------------------------------------------------------- 47
xvi
2 OBJETIVOS ----------------------------------------------------------------------------------
52
2.1 Objetivos Específicos ---------------------------------------------------------------------- 52
3 MATERIAL E MÉTODOS ---------------------------------------------------------------
53
3.1 Expressão e purificação das proteínas recombinantes ----------------------------
53
3.2 Dosagem de proteínas -------------------------------------------------------------------- 54
3.3 Análises computacionais -----------------------------------------------------------------
54
3.4 Manutenção do Ciclo de Vida do S. mansoni e Obtenção de Vermes Adultos
por Perfusão ------------------------------------------------------------------------------------
54
3.5 Infecções Unissexuais de S. mansoni ---------------------------------------------------
55
3.6 Extração de RNA e síntese de cDNA --------------------------------------------------
55
3.7 Reação em cadeia da polimerase (PCR) ----------------------------------------------
56
3.8 Marcação Radioativa de Sondas de DNA --------------------------------------------
57
3.9 Preparação de extratos totais de vermes adultos de S. mansoni -----------------
57
3.10 Ensaio de fosforilação in vitro da SmHMGB1 utilizando CK2 -----------------
58
3.11 Ensaio de fosforilação da SmHMGB1 utilizando extrato total de vermes
adultos de
S. mansoni -------------------------------------------------------------------------
59
3.12 Ensaio de super-enovelamento do DNA ---------------------------------------------
59
3.13 Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase -----------------------
60
4 RESULTADOS ------------------------------------------------------------------------------
62
4.1 Análises Computacionais ----------------------------------------------------------------
62
4.2 Expressão das construções da proteína SmHMGB1 recombinante -------------
63
4.3 Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pela CK2 ----------------------
64
4.4 Fosforilação das construções da proteína SmHMGB1 pela CK2 ----------------
65
xvii
4.5 Proteína SmHMGB1 com mutações sítio dirigidas (S-A) -------------------------
66
4.6 Expressão da proteína SmHMGB1 com mutações sítio dirigidas --------------
66
4.7 Fosforilação da proteína SmHMGB1 com mutações sítio dirigidas (S-A) ----
67
4.8 Ensaio de super-enovelamento do DNA com a SmHMGB1 fosforilada pela
CK2 -----------------------------------------------------------------------------------------------
68
4.9 Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase da SmHMGB1
fosforilada pela CK2 --------------------------------------------------------------------------
71
4.10 Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de
vermes adultos de
S. mansoni ---------------------------------------------------------------
73
4.11 Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de
vermes macho e fêmea maduros e imaturos de
S. mansoni ---------------------------
74
4.12 Fosforilação da proteína SmHMGB1 com o extrato total de vermes adultos
de S. mansoni na presença de inibidor de CK2 (TBB) ---------------------------------
75
4.13 Fosforilação das construções da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de
vermes adultos de
S. mansoni na presença de TBB -------------------------------------
76
4.14 Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase da SmHMGB1
fosforilada pelo extrato total de
S. mansoni ----------------------------------------------
77
5 DISCUSSÃO ----------------------------------------------------------------------------------
79
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS --------------------------------------------------
84
ANEXO TRABALHO RELACIONADO À TESE PUBLICADO EM
PERIÓDICO DE CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL -------------------------------
98
18
1 INTRODUÇÃO
1.1 Aspectos Gerais da Esquistossomose
A esquistossomose é uma doença que atinge a espécie humana desde a antiguidade.
Exames de múmias do Egito revelaram lesões produzidas pela doença. Em 1851, o
pesquisador alemão Theodor Bilharz descobriu o seu verme causador, ao qual mais tarde foi
atribuído o nome de Schistosoma (ROSS e cols., 2002). No Brasil ela é popularmente
conhecida como barriga-d´água.
Segundo a organização mundial de saúde (WHO, Geneva, 2002), nas áreas tropicais e
subtropicais do globo, a esquistossomose é superada pela malária em termos de
importância cio-econômica e de saúde pública. É estimado que cerca de 200 milhões de
pessoas, em 74 países, tenham esquistossomose, 85% das quais vivem na áfrica sub-Saariana,
onde o
Schistosoma mansoni é endêmico (CHITSULO e cols., 2000; SAVIOLI e cols., 2004).
O principal fator da patogênese da doença é a resposta imune do hospedeiro contra
antígenos da casca do ovo, formando granulomas ao redor dos ovos que são depositados no
fígado (ROSS e cols., 2002). A contínua deposição de ovos e formação de granulomas leva a
instalação de extensas áreas cicatriciais que, pouco a pouco, vão alterando a arquitetura e o
funcionamento do tecido onde se encontram (REY, 2002).
O tratamento medicamentoso da esquistossomose sempre foi limitado devido à
dificuldade de serem encontrados quimioterápicos que exibissem alta eficácia e grande
tolerância (ANDREWS e cols., 1983; SEUBERT e cols
., 1977). Atualmente, utiliza-se no
tratamento o fármaco praziquantel. No entanto, estudos epidemiológicos recentes chamam a
atenção para o surgimento de focos de parasitas resistentes ao praziquantel no Senegal e no
Egito (CIOLI e cols., 1993; FALLON & DOENHOFF, 1994; HAGAN e cols
., 2004;
19
BOTROS e cols., 2005). Estes relatos de resistência a drogas geram uma discussão a respeito
da eficácia desse tipo de tratamento quando utilizado de forma generalizada. No entanto, não
descarta a possibilidade de se tratar do resultado da intensa reinfecção e transmissão
observada nestas regiões (GRYSSELS e cols., 2001). O estudo de vacinas é outra abordagem
para a tentativa de erradicação da doença, no entanto, ainda é inconclusivo e incerto.
Com o avanço das chamadas tecnologias do DNA recombinante e ainda a publicação
do transcriptoma de
S. mansoni, por Verjovski-Almeida e colaboradores (Verjovski-Almeida
e cols., 2003) e mais recentemente do genoma completo do parasita
(<http://www.sanger.ac.uk/Projects/S_mansoni/
>), uma série de “estratégias genômicas”
alternativas passaram a interessar vários grupos de pesquisa. Estas estratégias seriam, de uma
forma geral, tentativas de se compreender melhor a biologia do parasita através da
disponibilidade das seqüências genômicas e com isso estabelecer possíveis alvos para o
desenvolvimento de fármacos e até mesmo de vacinas.
20
1.2 Família Schistosomatidae
Os esquistossomos são parasitas acelomados multicelulares cujo ciclo de vida inclui
hospedeiros humanos e caramujos. Os esquistossomos pertencem ao filo Platyhelminthes,
classe Trematoda, subclasse Digenea e família Schistosomatidae. Membros desta família
parasitam o sistema vascular de vertebrados. Uma característica comum desta família é que as
fêmeas maduras são menores e mais alongadas que os machos, e normalmente se alojam em
um sulco ventral do macho, o canal ginecóforo (ROLLINSON e SOUTHGATE, 1987)
(Figura 1).
Figura 1. Micrografia eletrônica de varredura de um casal de vermes adultos de S. mansoni.
Casal em cópula com a fêmea alojada no canal ginecóforo do macho. Adaptado de:
<http://www.weichtiere.at/Mollusks/Schnecken/parasitismus/schistosoma.html
>. Acesso em: Junho
2008.
1.2.1 O Gênero Schistosoma e a sua Distribuição Geográfica
Vermes adultos do gênero Schistosoma são brancos ou acinzentados, apresentando um
corpo cilíndrico de aproximadamente 7-20 mm de comprimento com duas ventosas terminais,
tegumento, trato digestivo cego e órgãos reprodutores. Contrariamente à generalidade dos
trematódeos, o gênero é dióico, exibindo sexos separados (GRYSEELS e cols., 2006).
21
Dentre os parasitas que habitam a corrente sanguínea de mamíferos, o gênero
Schistosoma possui a maior distribuição geográfica e diversificação em termos de número de
espécies. As principais espécies de
Schistosoma capazes de infectar o homem são: S. mansoni,
que é transmitido por caramujos do gênero
Biomphalaria e causa esquistossomose intestinal e
hepática na África, Península Arábica e América do Sul
(Figura 2); S. hematobium,
transmitido pelo caramujo do gênero
Bulinus e causador da esquistossomose urinária na
África e na Penínssula Arábica; e o
S. japonicum, transmitido pelo caramujo anfíbio
Oncomelania e causador da esquistossomose hepatoesplênica na China, Filipinas e Indonésia.
O
S. intercalatum e o S. mekongi são apenas de importância local (GRYSEELS e col., 2006).
Figura 2. Distribuição geográfica da esquistossomose mansônica. Retirado de:
<http://www.path.cam. ac.uk/~schisto/Background/Distribution.html
>. Acesso em: Junho 2008.
No Brasil, as áreas de maior concentração da esquistossomose mansônica estão nas
regiões Nordeste e Sudeste
(Figura 3). Três espécies de moluscos do gênero Biomphalaria,
glabrata, tenagophila e straminea são hospedeiros intermediários do S. mansoni no Brasil
(PESSOA & MARTINS, 1982).
22
Figura 3. Casos confirmados de Esquistossomose. Brasil e Grandes Regiões, 1995-2006.
Adaptado de: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/gif/casos_esquistossomose.gif
>. Acesso em:
Setembro 2008.
1.2.2 Ciclo de Vida do Schistosoma mansoni
O Schistosoma mansoni possui dois hospedeiros para completar seu ciclo de vida
(Figura 4). No hospedeiro intermediário, o caramujo do gênero Biomphalaria (Figura 5), o
S. mansoni se desenvolve de miracídio a cercária. O hospedeiro definitivo, o homem, é
infectado pela cercária, e esta se desenvolve até o estágio de verme adulto.
As fêmeas adultas
(Figura 6d) do S. mansoni produzem centenas de ovos (Figura 6a)
por dia. Cada ovo contém uma larva ciliada denominada de miracídio (Figura 6b), capaz de
secretar enzimas proteolíticas que auxiliam os ovos durante a sua migração para o men do
intestino. Atingindo este órgão, os ovos são excretados nas fezes do hospedeiro definitivo e
podem permanecer viáveis por até sete dias. Em contato com a água, os ovos eclodem e
liberam o miracídio, que representa um dos estágios larvais no ciclo de vida do
S. mansoni.
Os miracídios, em função de estímulos químicos e luminosos, deslocam-se através de
batimentos ciliares a procura de seus hospedeiros intermediários, os caramujos do gênero
Biomphalaria (Figura 5). Após penetrar no caramujo, o miracídio se multiplica
23
assexuadamente em esporocistos multicelulares e mais tarde em cercárias
(Figuras 4 e 6c),
que o as formas infectantes para o hospedeiro humano. As cercárias começam a ser
liberadas pelo caramujo de quatro a seis semanas após a infeão e o capazes de nadar
ativamente por até 72 horas a procura do hospedeiro definitivo. A liberação das cercárias é
estimulada pela luz , ocorrendo majoritariamente durante o dia. Um caramujo, infectado por
um miracídio, pode liberar milhares de cercárias todos os dias por meses. Encontrando o
hospedeiro, as cercárias penetram ativamente a sua pele e após cerca de três horas atravessam
o epitélio e transformam-se em esquistossômulos, após perder a cauda e seu revestimento de
células ciliadas. Os esquistossômulos penetram nos vasos sanguíneos e atingem os pulmões
via artéria pulmonar. Pela veia pulmonar eles chegam ao sistema porta-hepático. Durante a
migração até o fígado os esquistossômulos se desenvolvem em vermes adultos. Do fígado, a
maioria dos vermes migra para as veias do intestino onde residem se alimentando de
hemácias, e se reproduzem com a ovoposição da mea. O tempo total de maturação vai de
quatro a seis semanas. (JOURDANE & THERON, 1987; WILSON, 1987; GRYSEELS e
cols., 2006).
24
Figura 4. Ciclo de vida do S. mansoni. Retirado de:
<http://rgmg.cpqrr.fiocruz.br/modules/edito/edito.php?idedito=26
>. Acesso em: Junho 2008.
Figura 5. Hospedeiro invertebrado do S. mansoni, caramujo da espécie Biomphalaria glabrata.
Retirado de: <http://www.weichtiere.at/Mollusks/Schnecken/parasitismus/ schistosoma.html
>. Acesso
em: Junho 2008.
25
a. b. c.
d.
Figura 6. Estágios do ciclo de vida do S. mansoni. a. Microscopia de um ovo. A seta indica a
espícula lateral característica da espécie. Retirado de: <http://www.path.cam.ac.uk/%7
Eschisto/SchistoLife/S.mansoni.egg.html>. Acesso em: Junho 2008. b. Microscopia eletrônica de
varredura de um miracídio (seta vermelha) recém eclodido do ovo (seta azul). Adaptado de:
<http://www.path.cam.ac.uk/~schisto/SchistoLife/Miracidium.html>. Acesso em: Junho 2008. c.
Microscopia de uma cercaria. Adaptado de: <http://www.weichtiere.at/Mollusks/Schnecken
/parasitismus/schistosoma.html>. Acesso em: Junho 2008. d. Vermes adultos. Adaptado de:
<http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2938>. Acesso em: Setembro 2008.
1.2.3 Patologia da Esquistossomose
As principais lesões que levam ao estabelecimento da infecção crônica não ocorrem
devido à presença dos vermes adultos, mas sim, como dito anteriormente, de seus ovos. Isto
se dá porque nem todos os ovos produzidos pelos vermes adultos ficam retidos na mucosa
intestinal e capilares do sistema porta-hepático do hospedeiro vertebrado, sendo alvo de
26
reações imunológicas em outros órgãos como bo, pulmão ou sistema nervoso central
(GRYSEELS e cols., 2006). O ovo secreta enzimas proteolíticas capazes de provocar reações
inflamatórias granulomatosas e tipicamente de natureza eosinofílica que são progressivamente
substituídas por depósitos fibróticos
(Figura 7) (CHEEVER e cols., 2000).
a. b.
Figura 7. Patologia da Esquistossomose. a. Granuloma agudo formado ao redor do ovo de S.
mansoni
no fígado de um camundongo infectado experimentalmente e contendo inúmeros linfócitos e
eosinófilos, assim como alguns macrófagos. As células maiores avermelhadas são hepatócitos intactos.
b. Granuloma crônico ao redor dos restos de ovo de S. mansoni em um fígado de camundongo com
um tecido fibroso dominante (cor azulada). Adaptado de: GRYSEELS e cols., 2006.
A severidade dos sintomas está diretamente relacionada à intensidade da infecção e a
resposta imune individual (GRYSEELS e cols., 2006). Os doentes crônicos, onde se observa
uma obstrução por fibrose do sistema porta-hepático, podem desenvolver
hepatoesplenomegalia, lesões vasculares, hipertensão do sistema porta e ascite, ou seja,
acúmulo de líquido no abdômen, razão pela qual a doença também é conhecida como barriga
d’água. Em casos mais graves, a hipertensão chega a matar o hospedeiro devido ao
sangramento de varizes gastroesofágicas formadas na tentativa de compensar o
comprometimento da circulação intra-hepática (CHEEVER e cols., 2000).
A média de vida de um verme adulto é de aproximadamente três a cinco anos, mas em
alguns casos, podem alcançar até 30 anos, sendo que a capacidade reprodutiva teórica de um
par de vermes adultos ao longo de sua vida pode chegar a mais de 600 bilhões de novos
parasitas (GRYSEELS, 2006).
27
1.3 Fosforilação de proteínas
Todas as células em um ambiente fisiológico recebem um grande número de estímulos
que devem ser processados e integrados para determinar alterações no comportamento celular,
tais quais, migração, proliferação, apoptose e diferenciação. As modificações protéicas
reversíveis são um dos mecanismos que governam este tipo de processamento de informações
pela célula. Em particular, a fosforilação de proteínas tem se mostrado ser uma das forças
diretórias primárias na propagação de sinais celulares. Através da sua habilidade de controlar
interações proteína-proteína, proteína-DNA, proteína-fosfolipídeos, reorganização estrutural
alostérica, degradação e translocação, a fosforilação de proteínas tem impacto em todo
aspecto da biologia celular (JORGENSEN & LINDING, 2008). Atualmente, o número de
citações bibliográficas envolvendo a fosforilação de proteínas e os seus efeitos é tão grande,
que verificamos que praticamente todo evento fisiológico passa por algum tipo de modulação
dos seus componentes através da fosforilação dos mesmos.
1.3.1 Breve histórico
Entre os primeiros relatos da atividade de proteínas cinases, eso trabalho publicado
em 1954 por Kennedy e Burnett. Os autores descreveram uma enzima do fígado capaz de
catalisar a fosforilação da caseína. Mais tarde, Fischer e Krebs (FISCHER & KREBS, 1955;
KREBS & FISCHER e 1956) e Sutherland e Wosilait (1955) demonstraram que a
interconversão da proteína fosforilase
b a fosforilase a envolvia um processo de fosforilação/
defosforilação. Em particular, Fischer e Krebs mostraram que a conversão da forma
b para a
forma
a ocorria na presença de Mg
+2
-ATP, e de uma proteína denominada por eles de
fosforilase cinase. Posteriormente foi mostrado que esta cinase catalisava a transferência do
28
grupamento fosfato gama da molécula de ATP para um resíduo de serina específico na
fosforilase
b (FISCHER e cols., 1959). Em 1968, Walsh e colaboradores, descreveram uma
proteína cinase dependente de AMP cíclico, a proteína cinase A (PKA) e ainda mostraram que
a mesma era capaz de ativar a proteína fosforilase cinase. Este foi um dos primeiros exemplos
de uma cascata, na qual uma proteína cinase ativava a outra. Nesta mesma época, também se
verificou que a PKA inibia a enzima glicogênio sintase, um dos primeiros exemplos de
inibição de atividade protéica através da fosforilação (BISHOP & LARNER, 1969;
SODERLING e cols., 1970). Com o decorrer das décadas, a fosforilação foi ganhando
importância com a descoberta de que reações extremamente importantes estavam sob intensa
regulação através da fosforilação de suas proteínas constituintes. Como exemplo, podemos
citar o trabalho onde foi demonstrado que o complexo da piruvato desidrogenase mitocondrial
era inativada pela fosforilação (LINN e cols., 1969) e outro, onde descreveu-se que a proteína
piruvato cinase era inibida pela ação da PKA (LJUNGSTROM e cols., 1974). Além disso, a
demonstração de que as proteínas cinases estavam distribuídas em diversos tecidos e
organismos sugeriam uma função cada vez mais abrangente para esta classe de proteínas
(KUO & GREENGARD, 1969). Em 1980, Kishimoto e colaboradores publicaram um
trabalho envolvendo a proteína cinase C e a sua ativação pelo segundo mensageiro
diacilglicerol, trazendo à tona o conceito de proteínas cinases dependentes de segundos
mensageiros.
Concomitante ao surgimento de trabalhos envolvendo as proteínas cinases, algumas
das principais fosfatases específicas para resíduos de serina e treonina foram classificadas
durante o final da década de 70 e início da década de 80 (INGEBRITSEN & COHEN, 1983),
e os mecanismos pelos quais estas proteínas eram reguladas começaram a ser identificados
(COHEN, 2002).
29
Em 1975, foi descrito que a PKA era capaz de fosforilar alguns peptídeos obtidos da
digestão de mielina (DAILE e cols., 1975) e isto levou a conclusão de que PKA e
possivelmente outras cinases fosforilavam os seus substratos em resíduos específicos em uma
seqüência também específica. Estes estudos fundamentaram as técnicas modernas que
utilizam peptídeos sintéticos e foram de extrema importância para o estudo da fosforilação de
proteínas (COHEN, 2002).
Estando entre as primeiras proteínas cinases descritas na literatura, a PKA foi também
a primeira proteína cinase a ter a sua sequência de aminoácidos determinada, no início dos
anos 80 (SHOJI, 1981). Ainda nesta década, ficou demonstrado que as proteínas cinases e
fosfatases não encontravam seus substratos simplesmente por difusão, mas que com bastante
freência elas eram direcionadas para regiões específicas da célula por proteínas alvo, com
as quais elas interagiam (COHEN, 2002). As proteínas que interagem com a subunidade
regulatória RII
β da PKA (BREGMAN e cols., 1989) e a subunidade da proteína fosfatase-1
alvo de glicogênio (STRALFORS e cols., 1985) o alguns dos primeiros exemplos deste
fenômeno importante.
Em 1980, Hunter e Sefton descreveram a primeira tirosina cinase, a proteína v-Src, de
um sarcoma vírus. Logo em seguida o receptor de crescimento epidermal também foi descrito
como uma tirosina cinase (USHIRO & COHEN, 1980). Na mesma década, as tirosinas
fosfatases começavam a ser citadas na literatura (TONKS e cols., 1988), o que gerou um
enorme interesse nesta nova família de enzimas e cerca de 100 membros foram identificados
posteriormente, incluindo uma série de receptores tirosina fosfatase (COHEN, 2002). No final
da década de 80 e começo de 90 foi realizada a clonagem das JAK cinases (WILKS e cols.,
1991), intensamente estudadas atualmente e envolvidas em um grande número de vias de
sinalização celular.
30
A ação de proteínas cinases em cascata, primeiramente mencionada por Walsh e
colaboradores, em 1968, aguardou mais de 20 anos até que exemplos posteriores deste
fenômeno fossem identificados (COHEN, 2002). Uma proteína cinase estimulada por
insulina, que atuava sobre outra proteína, denominada na época de proteína 2 associada aos
microtúbulos (atualmente denominada de proteína ativada por mitógeno) (MAP2) foi
identificada no final dos anos 80 e denominada de MAP cinase (RAY & STURGILL, 1987).
Esta enzima foi descrita como sendo ativada pela fosforilação de uma treonina e uma tirosina
(ANDERSON e cols., 1990) catalisadas por uma MAP cinase cinase (AHN e cols., 1991;
GOMEZ & COHEN, 1991). Estes trabalhos foram seguidos por vários outros que envolviam
outras cascatas de MAP cinase importantes para a preservação da célula contra estresse,
agentes danosos e infecções por organismos patogênicos (COHEN, 2002). Destes trabalhos
até os dias atuais, a nossa compreensão a respeito de fosforilação protéica atingiu o estágio
onde a sua importância em praticamente todo evento fisiológico está claramente reconhecida.
Dentro do contexto da regulação transcricional e levando-se em conta a função nuclear
desempenhada pelas proteínas HMGB, será dada ao longo da próxima seção uma maior
atenção aos eventos de fosforilação relacionados ao metabolismo de DNA, tais como
replicação, transcrição e reparo de DNA.
1.3.2 Fosforilação e metabolismo do DNA
O genoma eucariótico encontra-se organizado na forma de uma estrutura compacta,
denominada cromatina. Esta, por sua vez, é constituída de unidades repetitivas nomeadas de
nucleossomos, formados por uma associação entre o DNA e proteínas histonas (H2A, H2B,
H3 e H4) (MARMORSTEIN, 2001). É nessa estrutura onde ocorrem os processos nucleares
fundamentais de transcrição, replicação e reparo de DNA. Uma das maneiras de se afetar o
31
nível de compactação do material genético, e conseqüentemente a exposição de regiões alvo
para a ligação de proteínas é modificando as proteínas histona (HANS & DIMITROV, 2001).
Embora a acetilação seja a principal modificação envolvida nesse processo, as histonas
constituintes dos nucleossomos já foram descritas como sendo alvos de fosforilações
(IIKUKA & SMITH, 2003; NOWAK & CORCES, 2004; PETERSON & COTE, 2004).
Como conseqüência dessas modificações pode-se observar, no exemplo da fosforilação da
serina 10 da histona H3, uma maior condensação dos cromossomos e subsequente segregação
durante a mitose/ meiose (NOWAK & CORCES, 2004).
Além das histonas, os fatores de transcrição e as proteínas que irão compor os
chamados complexos remodeladores da cromatina também podem ter as suas atividades de
ligação ao DNA e interações com outras proteínas reguladas por fosforilação. Como exemplo
de um fator transcricional regulado por fosforilação podemos citar a proteína p53. Esta
proteína atua como uma molécula anti-apoptótica ao ser mobilizada em situações de estresse
na célula tais como hipoxia e dano no DNA. Neste último caso, a expressão da proteína
aumenta e a mesma é fosforilada e acetilada (DOHONEY e cols., 2004). Logo após o dano no
DNA ter ocorrido, a proteína é fosforilada nos resíduos de serina 15, 20, 33 e 37, localizados
no domínio N-terminal. Acredita-se que estas fosforilações tenham um papel importante na
estabilidade e atividade da molécula (LAMBERT e cols., 1998; ASHCROFT & VOUSDEN,
1999). Um outro exemplo de fator de transcrição regulado por fosforilação a se mencionar é o
fator de choque térmico 1 (
heat shock factor 1 HSF1). Sob condições normais de
crescimento esta proteína existe na célula como um monômero fosforilado no qual a atividade
de ligação ao DNA está reprimida. Em resposta a situações envolvendo um choque térmico,
assim como outras situações de estresse como os ambientais ou fisiológicos, a proteína HSF1
forma um trímero, ligando-se a regiões promotoras específicas e ativando genes relacionados
à resposta associadas ao estímulo evocado no início do processo (HOLMBERG e cols., 2001).
32
Mais uma vez, a fosforilação de proteínas envolvidas nas vias de sinalização desses processos
irá atuar como um mecanismo regulatório importante. A proteína p300, um co-regulador
transcricional com atividade de histona acetil transferase, e conseqüentemente sendo capaz de
acetilar as histonas e atuar sobre a acessibilidade da cromatina, tem a sua atividade regulada
pela fosforilação do seu domínio C-terminal (SCHWARTZ e cols., 2003). Proteínas
envolvidas no reparo de DNA, como é o caso do fator de transcrição e reparo TFIIH também
o alvos de fosforilação. Esta proteína compõe-se de várias subunidades com diferentes
atividades enzimáticas, incluindo helicases XPB e proteína cinase cdk7 (ZURITA &
MERINO, 2003). A fosforilação irá atuar deslocando uma atividade em relação à outra.
(HOLMBERG e cols., 2001). Durante a mitose, a atividade transcricional da TFIIH é inibida
através da fosforilação das suas subunidades cdk7 e p62 (AKOULITCHEV & REINBERG,
1998; LONG ecols., 1998). De forma oposta, a fosforilação da subunidade XPB, envolvida no
processo de reparo do DNA, quando ocorrida na serina 751, inibe a atividade de reparo de
DNA da proteína TFIIH, mas não atua sobre a sua função transcricional (COIN e cols., 2004).
A fosforilação também foi descrita como sendo capaz de regular a atividade de proteínas
envolvidas no
splicing de RNA (STAMM, 2002). Neste caso, a fosforilação altera a interação
entre proteínas regulatórias individuais envolvidas no processo e também entre algumas
destas proteínas e o RNA alvo. Uma das conseqüências da fosforilação é a modificação na
composição celular das proteínas reguladoras do
splicing, o que altera a seleção de sítios de
splicing. A outra conseqüência é que as proteínas regulatórias modificam a sua localização
celular e alteram as suas concentrações em regiões onde o
splicing esteja ocorrendo, o que
novamente resulta em uma modificação na seleção dos sítios de
splicing (STAMM, 2008).
33
1.3.3 A proteína cinase CK2
A fosforilação de proteínas, como discutido nas seções anteriores, é um ponto crítico
no controle de eventos celulares fundamentais, incluindo a proliferação celular e a
sobrevivência da célula de uma maneira geral. A fosforilação reversível de proteínas,
envolvida nesse processo, está sobre o controle de vias regulatórias envolvendo cinases e
fosfatases. A proteína CK2 é um componente vital deste processo (OLSTEN e cols., 2005).
Apesar de ter sido descrita mais de 50 anos (BURNETT & KENNEDY, 1954), esta
serina/treonina proteína cinase extremamente conservada ainda permanece como uma
molécula surpreendente no que se refere às suas características funcionais (BIBBY &
LITCHFIELD, 2005) e continua sendo alvo de intensos estudos.
A proteína CK2 é expressa de forma ubíqua em células eucarióticas e é extremamente
conservada ao longo das espécies. Diferentemente das subunidades catalíticas de outras
proteínas cinases, que permanecem quiescentes até que a sua atividade seja ativada em
resposta a um estímulo e efetores específicos, a CK2 é constitutivamente ativa e independente
de segundos mensageiros e eventos de fosforilação (MEGGIO & PINNA, 2003).
Em vários organismos, a proteína cinase CK2 aparece como um heterotetrâmero
composto de duas subunidades α e duas subunidades regulatórias β (FAUST &
MONTENARH, 2000). Primeiramente, duas formas diferentes de subunidades catalíticas
(designadas CK2α ou CK´), foram caracterizadas em humanos (LOZEMAN e cols., 1990).
Estas são codificadas por genes distintos e são bastante similares entre si, com cerca de 90%
de identidade. Mais recentemente uma terceira isoforma (designada CK2α´´) foi identificada
(SHI e cols., 2001). Esta difere da isoform
a CK2α, principalmente em seu domínio C-terminal
(BIBBY & LITCHFIELD, 2005).
34
Uma série de trabalhos tem demonstrado que as diferentes isoformas são
extremamente relacionadas e exibem uma sobreposição considerável de suas funções. No
entanto, evidências sugerindo uma especialização funcional para as isoformas individuais em
modelos de leveduras, camundongos e mamíferos têm sido descritas (LITCHFIELD, 2003).
Em contraste às três isoformas catalíticas descritas para a CK2, apenas uma
subunidade regulatória (designada CK2
β) foi identificada em mamíferos (ALLENDE &
ALLENDE, 1995). A sua homologia também é bastante elevada entre as espécies, assim
como observado na subunidade catalítica (ALLENDE & ALLENDE, 1995; LITCHFIELD &
LUSCHER, 1993).
Em geral, o tetrâmero da enzima apresenta-se constitutivamente ativo, atividade esta
podendo ser facilmente detectável na grande maioria das células ou extratos de tecidos na
ausência de qualquer estímulo. Embora as subunidades catalíticas da CK2 estejam ativas na
ausência de CK2
β, a subunidade regulatória tem um papel relevante na regulação de uma
variedade de ações distintas. Assim, se demonstrou
que CK2β é capaz de estimular a
atividade de CK2 sobre determinados substratos tais quais topoisomerase II e p53, e inibir a
sua atividade sobre outros como, por exemplo, a calmodulina (BIBBY & LITCHFIELD,
2005; MARIN e cols., 1999).
Faust e Montenarh, em 2002, em uma revisão sobre a localização subcelular de CK2,
documentaram que a proteína cinase CK2 está presente em praticamente todos os
compartimentos da célula
(Tabela 1). Foram reunidos trabalhos anteriores, onde a presença
de CK2 foi verificada através da sua atividade de proteína cinase, e trabalhos mais recentes,
que analisaram as subunidades, individualmente. Os estudos envolveram ensaios
imunológicos e bioquímicos, utilizando-se de anticorpos específicos para cada subunidade.
Com isto foi possível combinar os dois tipos de análise e verificar-se que uma atividade
35
elevada de proteína cinase da CK2 esteve sempre acompanhada de um nível elevado de CK2,
e vice-versa, corroborando ambos os resultados (FAUST & MONTENARH, 2000).
Tabela 1. Detecção imunológica da CK2. Adaptado de: FAUST & MONTENARH, 2000.
Em relação aos seus substratos, a CK2 já teve mais de 300 deles descritos na literatura.
Estes incluem principalmente fatores de transcrição, proteínas que afetam a estrutura de
DNA/RNA, e proteínas envolvidas em sinalização. Esta extensiva lista reflete o envolvimento
da proteína CK2 em uma gama de processos globais, tais como expressão gênica,
sobrevivência, apoptose e transformação celular (ALLENDE-VEGA e cols., 2005).
Entre os substratos descritos para a proteína CK2 estão as proteínas do tipo HMG
(Tabela 2) (MEGGIO & PINNA, 2003), descritas nas seções seguintes.
36
Tabela 2. Repertório de proteínas fosforiladas por CK2. Destacadas em vermelho as proteínas do
tipo HMG. Adaptado de: MEGGIO & PINNA, 2003.
37
1.4 As proteínas do tipo High Mobility Group
As proteínas do tipo High Mobility Group (HMGs) foram descritas há cerca de 30
anos como componentes da cromatina capazes de serem extraídos com ácidos e apresentando
uma alta mobilidade eletroforética em géis de uréia (GOODWIN e cols., 1973), o que lhes
rendeu a sua denominação. Elas são proteínas ubíquas em eucariotos e praticamente ausentes
em eubactéria e archaea (ZIMMERMANN e cols., 2004).
As HMGs pertencem a três famílias (HMGA, HMGB e HMGN), estruturalmente
diferentes, mas funcionalmente similares. Elas atuam com freqüência no estabelecimento de
domínios ativos ou inativos da cromatina e aparentemente em um número limitado de genes
específicos (BIANCHI e AGRESTI, 2005). Na literatura, as HMGs são comumente
denominadas de proteínas de “arquitetura”, pois são capazes de distorcer, dobrar ou modificar
a estrutura do DNA complexado com fatores de transcrição ou histonas (AGRESTI e
BIANCHI, 2003)
(Figura 8).
Figura 8. Promotores eucarióticos e proteínas regulatórias interagindo mediante dobra do DNA
pelas HMGs
. Adaptado de: Principles of Biochemistry, Lehninger, 4ª Edição, p.1105, 2004.
38
1.4.1 As proteínas do tipo High Mobility Group A (HMGAs)
As HMGAs são as menores proteínas da família das HMGs, tendo por volta de 10
kDa. Elas foram assim denominadas por conterem em sua estrutura os chamados domínios
AT-
hooks (Figura 9), segmentos constituídos por nove aminoácidos, que se ligam a regiões
do DNA ricas em repetições A/T
in vitro e in vivo (ZHANG e cols., 2007). A falia se
subdivide em duas proteínas, a HMGA1 e HMGA2, codificadas por dois genes distintos
(REEVES e cols., 2001). Assim como as outras HMGs, estas proteínas exercem a sua função
geral, na regulação da cromatina, e ainda estão diretamente envolvidas no controle
transcricional de genes específicos. Nesse último caso, participam dos chamados
enhanceosomes, complexos multiprotéicos compostos por fatores transcricionais e co-fatores.
Em um dos
enhanceosomes mais bem caracterizados na literatura, localizado na região
pr
omotora do gene interferon β, a HMGA1 atua distorcendo o DNA levemente, desta forma
aumentando a afinidade de outras proteínas por seus sítios de ligação e, ainda estabelecendo
interações com os fatores de transcrição NF-
ĸB e IRF (fator de resposta a interferon) (YIE e
cols., 1999).
Figura 9. Diagrama representando as HMGAs de mamíferos. O número de aminoácidos em cada
proteína está indicado. As caixas azuis representam os domínios de ligação ao DNA A-T
hook.
Adaptado de: BIANCHI e AGRESTI, 2005.
39
A concentração celular da proteína HMGA varia bastante durante o desenvolvimento.
No início da embriogênese, ela é abundante, e, na grande maioria das células, é expressa
apenas de modo basal (SGARRA e cols
., 2004). Isso poderia ser explicado pelo fato das
HMGAs participarem da regulação gênica de modo diferencial, dependendo do contexto
celular. Assim, o seu papel irá sofrer uma série de mudanças durante os estágios embrionários
e na fase adulta (MARTINEZ-HOYOS e cols., 2004). Esta família de proteínas também está
freentemente envolvida no desenvolvimento de tumores (TAKAHA e cols., 2004; FEDELE
e cols., 2002, 2005), estando comumente super expressas nos mesmos, particularmente em
aqueles de origem mesenquimal (REEVES e cols., 2001).
1.4.2 As proteínas do tipo High Mobility Group N (HMGNs)
As HMGNs são as proteínas que possuem peso molecular intermediário dentro da
família das HMGs, entre 10 e 20 kDa. Elas foram nomeadas de acordo com os seus domínios
e o seu modo de ação. Em sua estrutura estão presentes um domínio de ligação a
nucleossomos e um domínio C-terminal ácido denominado
chromatin-unfolding domain
(Figura 10) (BIANCHI e AGRESTI, 2005). Elas são capazes de ligar-se no interior dos
nucleossomos, mais especificamente entre as espirais de DNA e o octâmero de histonas
(AGRESTI e BIANCHI, 2003). Através dessa ligação elas afetam a habilidade da histona H1
ligar-se aos nucleossomos, causando uma redução no tempo de residência da histona H1 no
DNA, o que acaba facilitando o acesso à cromatina e com isso permitindo que fatores
regulatórios atinjam seus alvos no DNA (CATEZ e cols., 2002). São descritos quatro
membros desta subfamília, HMGN1 e HMGN2, que foram intensamente estudadas por
mais de 30 anos e HMGN3 e HMGN4, descritas mais recentemente (BIRGER e cols., 2001;
WEST e cols., 2001).
40
Figura 10. Diagrama representando as HMGNs de mamíferos. O número de aminoácidos em cada
proteína está indicado. As caixas vermelhas representam os domínios de ligação aos nucleossomos e
em laranja o
chromatin-unfolding domain. Adaptado de: BIANCHI e AGRESTI, 2005.
Assim como as outras HMGs, as HMGNs interagem com o DNA de forma bem
dinâmica: mais de 99% das moléculas desta proteína estão ligadas a cromatina quase que a
todo momento, porém o tempo que elas permanecem ligadas varia de 4 a 25 segundos
(PHAIR e cols
., 2004). Atualmente, foram descritos alguns genes específicos regulados
positivamente pelas HMGNs, como o Glyt 1, que codifica uma proteína transportadora
transmembranar que regula a concentração de glicina nas junções sinápticas (WEST e cols.,
2004).
1.4.3 As proteínas do tipo High Mobility Group Box (HMGBs)
A família das HMGBs de vertebrados compreende três proteínas: HMGB1, HMGB2 e
HMGB3
(Figura 11). Elas possuem alta conservação na sua seqüência de aminoácidos (80%)
e propriedades bioquímicas indistinguíveis (BUSTIN, 2001b). Em vertebrados existem dois
domínios homólogos de ligação ao DNA na estrutura das HMGBs, sendo estes denominados
HMG
boxes A e B. Além deles, uma porção C-terminal carregada negativamente é bastante
característica (BUSTIN, 1999)
(Figura 12a). Em plantas as HMGBs são compostas por
41
apenas um domínio HMG box, flanqueado por um domínio C-terminal ácido e um N-terminal
básico (Figura 12b) (THOMSEN e cols., 2004).
Figura 11. Diagrama representando as HMGBs de mamíferos. O número de aminoácidos em cada
proteína está indicado. As caixas verdes representam os domínios de ligação ao DNA (boxes A e B).
As barras cinzas representam a região que conecta os domínios de ligação ao DNA e a porção C-
terminal rica em resíduos de aminoácidos ácidos, respectivamente. Adaptado de: BIANCHI e
AGRESTI, 2005.
Figura 12. Representações esquemáticas das proteínas HMGB1 de mamíferos e de plantas. a.
HMGB1 humana. As duas caixas brancas representam os domínios de ligação ao DNA e a caixa preta
destaca a cauda ácida, composta de uma sequência de 30 reduos de ácido glutâmico e ácido
aspártico. Adaptado de: YANG e TRACEY, 2005. b. HMGB1 de milho. O domínio central de ligação
ao DNA está indicado como uma caixa branca, enquanto o domínio C-terminal está indicado como
uma caixa preta. As posições dos aminoácidos delimitando o início e o fim dos domínios estão
indicadas. Adaptado de: THOMSEN e cols., 2004.
Os domínios HMG box não são exclusivos das HMGBs, eles estão presentes em uma
rie de proteínas, incluindo inúmeros fatores de transcrição, assim como fatores envolvidos
no controle do desenvolvimento e diferenciação celular (JANTSEN e cols., 1990; AGRESTI
a.
b.
42
e BIANCHI, 2003; HOCK e cols., 2007). A estrutura dos domínios
Box A e B em solução
foi determinada por espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN) (WEIR e cols.,
1993; READ e cols., 1993; HARDMAN e cols., 1995). Esta, constitui-se de três
α-hélices em
formato de L (THOMAS e TRAVERS., 2001), exemplificada na figura 13.
Figura 13. Estrutura do segundo domínio HMG box da HMGB1 de rato. A estrutura (Protein
Data Bank, PDB: 1HME) foi resolvida por ressonância magnética nuclear. As três
α-hélices que
compreendem o domínio estão indicadas (
α1α3). Adaptado de WEIR e cols., 1993.
Os domínios HMG boxes das HMGBs se ligam ao DNA sem especificidade à
seqüência de nucleotídeos e tem alta afinidade por estruturas distorcidas de DNA, como, por
exemplo, DNA super-enovelado e cruciforme (STROS & MUSELÍKOVA, 2000; AGRESTI
& BIANCHI, 2003)
. A função mais característica destes HMG boxes é a sua capacidade de
promover a dobra do DNA, uma estrutura transitória capaz de facilitar a ligação de outras
proteínas (BIANCHI & AGRESTI, 2005), possivelmente envolvidas na regulação da
transcrição gênica. Acredita-se que a energia necessária para esse processo seja proveniente
do intenso contato dos HMG boxes com o sulco menor do DNA (AGRESTI & BIANCHI,
2003).
Dentro da estrutura das HMGBs, a porção C-terminal, rica em resíduos ácidos é
considerada uma região reguladora na interação DNA-proteína, pois quando retirada em
43
experimentos
in vitro observa-se um favorecimento na ligação ao DNA (YAMAMOTO e
cols., 1997; YOSHIOKA e cols., 1999; LEE & THOMAS, 2000; SHEFLIN e cols., 1993;
STROS e cols., 1994). É também nesta porção da proteína onde geralmente estão localizadas
as maiores diferenças entre as HMGBs dos diversos organismos.
foram desvendados alguns mecanismos pelos quais as HMGBs de mamíferos
podem promover a transcrição de uma série de genes. Entre eles a interação direta da proteína
com nucleossomos
(Figura 14a), facilitando o acesso de complexos remodeladores de
cromatina; interagindo ou ainda facilitando a ligação de fatores de transcrição, como o TATA
box binding protein (TBP) (Figura 14b) e expondo regiões do DNA para que outras proteínas
regulatórias possam se ligar
(Figura 14c) (BIANCHI & AGRESTI, 2005).
44
Figura 14. Mecanismos de controle da expressão gênica por proteínas HMGB. a. HMGB1
interage com nucleossomas: o DNA é um sítio de ligação para HMGB1 e histona H1. A ligação das
duas exerce efeitos opostos: H1 bloqueia o deslizamento do nucleossoma e induz a compactação da
cromatina. a HMGB1 torna a cromatina mais fluida, facilitando o remodelamento do nucleossoma.
b. HMGB1 promove a dobra do DNA promotor aumentando a afinidade do fator de transcrição TBP
pelo seu motivo de ligação TATA box. O recrutamento de outros fatores de transcrição e da RNA
polimerase II se segue com uma maior eficiência. c. HMGB1 pode dobrar o DNA e com isso tornar
acessíveis seqüências do mesmo, permitindo a ligação de fatores de transcrição, estabilizando a
ligação deste fator no seu alvo, promovendo o recrutamento de outras proteínas ou uma combinação
destas ações. GR: receptor de glicocorticóide. TAFs: fatores associados a TBP. Adaptado de:
AGRESTI & BIANCHI, 2005.
a.
b.
c.
45
As HMGBs também estão envolvidas no reconhecimento de estruturas danificadas de
DNA, na manutenção da integridade do genoma, no reparo do DNA, transposição (BIANCHI
& AGRESTI, 2005) e recombinão V(D)J (YOSHIDA e cols., 2000).
As HMGBs de mamíferos são expressas de maneira diferencial. Em adultos a HMGB1
é expressa em todas as células, com exceção de neurônios cerebrais enquanto a HMGB2 e
HMGB3 são apenas expressas nos testículos e órgãos linfóides. Embriões expressam altos
níveis das três proteínas (AGRESTI & BIANCHI, 2003).
Dentre as HMGBs, a HMGB1 destaca-se pela sua abundância, pois a grande maioria
das células de mamíferos contém aproximadamente um milhão de moléculas desta proteína, e
importância no desenvolvimento, que camundongos knockout para o gene hmgb1 morrem
24 horas as o nascimento (AGRESTI & BIANCHI, 2003; CALOGERO e cols., 1999).
Além do seu papel clássico de ligação ao DNA, a HMGB1 foi descrita recentemente
como apresentando um papel importante como mediador da inflamação. Uma rie de grupos
de pesquisadores demonstraram que a HMGB1 pode ser liberada, de forma ativa, a partir de
uma grande variedade de células, incluindo macrófagos (WANG e cols., 1999) e células
mononucleares de sangue periférico (ANDERSSON e cols., 2000). Além disso, sua liberação
pode ocorrer de forma passiva, por células danificadas ou sofrendo o processo de necrose
(SCAFFIDI e cols
., 2002). Uma vez liberada, a HMGB1 pode ligar-se a receptores de
superfície celular como o TLR2 e 4 e RAGE e mediar várias respostas celulares tais quais
movimentos celulares quimiotáticos e liberação de citocinas pró-inflamatórias, incluindo o
fator de necrose tumoral-alfa (TNF-
α) e a interleucina 1 (IL-1) (ANDERSSON e cols., 2000;
STERN e cols., 2002; YU e cols., 2006; PARK e cols., 2004; DEGRYSE e cols., 2001;
RAUVALA & ROUHIAINEN, 2007).
A HMGB1 de
Schistosoma mansoni (SmHMGB1), recentemente caracterizada em
nosso laboratório (DE OLIVEIRA e cols., 2006), destaca-se entre as HMGBs de outros
46
organismos por apresentar uma região C-terminal ácida curta, com apenas 5 resíduos de
aminoácidos ácidos. Em mamíferos, esta região é constituída de 30 resíduos de aminoácidos
ácidos (glutamato e aspartato). Apesar desta diferença, foi demonstrado em nosso laboratório
que a proteína SmHMGB1 é capaz de reconhecer e ligar-se preferencialmente ao DNA no
estado superenovelado e que a mesma promove o super-enovelamento de DNA tratado com
Topoisomerase I e a dobra de fragmentos de DNA dupla fita de 123 e 66 pares de bases. O
gene da SmHMGB1 é organizado na forma de 3 éxons e 2 íntrons, enquanto o gene humano
apresenta 4 éxons e 3 íntrons. Além disso, o alinhamento da SmHMGB1 com suas ortólogas,
demonstrou um alto grau de similaridade na porção que compreende os dois domínios HMG
box. (Figura 15)
.
Também foi demonstrada a presença de uma única cópia do gene hmgb1 no
genoma do S. mansoni, através da técnica de Southern blot, e que a SmHMGB1 é
constitutivamente expressa em vermes adultos de ambos os sexos, através da técnica de
Northern blot.
Figura 15. Alinhamento das sequências de aminoácidos das proteínas HMGB. hHMGB1:
HMGB1 de Homo sapiens (n
o
de acesso no GenBank NP_002119); SmHMGB1 e SmHMGB2:
HMGB1 e HMGB2 de S. mansoni (n
o
de acesso no GenBank: DQ005529 e BN000821,
respectivamente) e SmHMGB3 (não publicado). A caixa vermelha, azul e verde representa,
respectivamente, os boxes A e B e a cauda ácida. As porcentagens de similaridade entre as seqüências
alinhadas estão realçadas em preto (100%), cinza escuro (80%) e cinza claro (60%). Alinhamento
realizado no programa Omiga 2.0.
47
1.5 Modificações pós-traducionais das proteínas do tipo High Mobility Group (HMGs)
As modificações pós-traducionais de uma proteína determinam e/ou modulam a sua
estabilidade, conformação tridimensional, distribuição, localização, meia-vida e interação
com o DNA e outras proteínas. Assim como as histonas, as HMGs tem as suas atividades
reguladas através de modificações s-traducionais, incluindo a acetilação (BONALDI e
cols., 2003), metilação (ITO e cols., 2007), fosforilação (EINCK & BUSTIN, 1985; VAN
HOLDE, 1989; WISNIEWSKI e cols., 1994; YOUN & SHIN., 2006; SAKAMOTO e cols.,
2001) e ADP-ribosilação (DITSWORTH e cols., 2007). Estes tipos de modificações são
dinâmicas e rapidamente responsivas a eventos de sinalização intra e extracelulares (ZHANG
& WANG, 2008).
1.5.1 Proteínas HMGB
Embora as proteínas HMGBs não tenham as suas modificações s-traducionais tão
bem estudadas como as outras proteínas da família das HMGs, elas foram descritas como
substrato para uma série de modificações pós-traducionais como acetilação (BONALDI e
cols., 2003), metilação (ITO e cols., 2007), ADP-ribosilação (DITSWORTH e cols., 2007),
glicosilação e fosforilação (EINCK & BUSTIN, 1985; VAN HOLDE, 1989; WISNIEWSKI e
cols., 1994; YOUN e SHIN., 2006; SAKAMOTO e cols., 2001)
(Figura 16). Algumas destas
modificações foram relacionadas a alterações nas propriedades funcionais (ALAMI-
OUAHABI e cols., 1996; WISNIEWSKI e cols., 1994, 1999) e distribuição núcleo-
citoplasma (BONALDI e cols
., 2003; WISNIEWSKI e cols., 1994; YOUN & SHIN, 2006) da
proteína, mas muitas delas ainda carecem de investigação mais detalhada. Entre as enzimas
envolvidas nestas modificações estão a proteína cinase C, a histona acetil transferase CBP
(PASHEVA e cols
., 2004) e, com bastante freqüência, a CK2 (WISNIEWSKI e cols. 1994;
48
WISNIEWSKI e cols
., 1999; STEMMER e cols., 2002). Entre os trabalhos mais recentes,
podemos destacar o artigo de Youn e Shin, 2006, onde foi verificado que a HMGB1 é
fosforilada em macrófagos murinos e monócitos humanos após o tratamento das células com
TNF-
α ou ácido okadáico (um inibidor de fosfatase). Essa fosforilação resultava na saída da
proteína do núcleo para o citoplasma e eventualmente na sua liberação. Proteínas de
importação do tipo KAP
α1 foram descritas como participantes do processo, de forma que a
fosforilação da HMGB1 parece enfraquecer a sua ligação com KAP
α1. Embora os sítios de
fosforilação não tenham sido localizados neste estudo, os possíveis sítios foram propostos
como sendo as serinas 34, 38, 41, 45, 52 e 180, localizadas proximamente nas duas regiões
sinais para localização nuclear (YOUN & SHIN, 2006). Somente quando os sítios exatos de
fosforilação, assim como as cinases envolvidas forem identificados será possível uma melhor
compreensão do controle exercido pela fosforilação na distribuição núcleo-citoplasma da
proteína.
49
a.
b.
Figura 16. Estrutura e sítios de algumas modificações pós-traducionais da proteína HMGB1
humana a.
Diagrama ilustrando a estrutura dos domínios da HMGB1 humana. Os dois domínio de
ligação ao DNA estão representados por caixas pretas (Box A e Box B) e a região C-terminal ácida
está representada como uma caixa pontilhada.
b. Seqüência da HMGB1 humana evidenciando os
resíduos modificados pós-traducionalmente (em negrito). A fosforilação, metilação e acetilação estão
representadas como círculos sombreados, retângulos e círculos não sombreados, respectivamente. A
primeira metionina é removida pós-traducionalmente e desta forma não foi incluída na seqüência.
Adaptado de: ZHANG & WANG, 2008.
A fosforilação mediada pela CK2 na HMGB1 de outros organismos mostrou-se capaz
de regular as propriedades de ligação ao DNA das proteínas. Entre as poucas descritas na
literatura es o efeito da fosforilação por CK2 na HMGB de milho (STEMMER e cols.,
2003). Neste artigo, foi demonstrado que HMGB1, 2 e 3 eram fosforiladas
in vivo e in vitro
pela CK2 na região C-terminal ácida e que esta fosforilação aumentava a estabilidade das
proteínas frente a alterações de temperatura. Foi verificado também, por dicroísmo circular,
que as proteínas fosforiladas apresentavam uma elevação em suas temperaturas de
desnaturação, em especial a HMGB1. Ainda no mesmo artigo e comparando as formas não
fosforiladas e fosforiladas
in vitro pela CK2, o autor descreve uma redução na afinidade de
50
ligação a um fragmento linear de DNA de 98 bp, mas não de minicírculos de DNA da
HMGB1 fosforilada.
Em outro trabalho, desta vez utilizando como modelo a HMGB1 do inseto
Chironomus (WISNIEWSKI e cols., 1999), verificou-se mais uma vez que a proteína era um
substrato para a ação de CK2 e que esta fosforilação estabilizava a proteína na presença de
algumas proteases. Também foi verificado que a proteína nativa, quando submetida a um
tratamento com fosfatase, aumenta a sua afinidade de ligação a DNA do tipo
four way
junction
. No entanto, embora existam indicativos de que a CK2 esteja fosforilando a proteína
do inseto endogenamente, não se pode afirmar que os grupamentos fosfatos que foram
retirados no tratamento com fosfatase eram exclusivamente provenientes da ação da proteína
CK2, e conseqüentemente que o efeito observado relaciona-se diretamente com a fosforilação
por CK2. Ainda utilizando o inseto
Chironomus como modelo, WISNIEWSKI e
colaboradores, em 1994, demonstraram que proteínas HMGB do inseto eram intensamente
fosforiladas
in vivo, e que a presença de inibidores específicos da proteína cinase C (PKC)
reduzia este fenômeno. Isto sugeriu para os autores que as proteínas estariam sendo
fosforiladas pela própria PKC ou por uma cinase ativada pela mesma. Estudos anteriores já
haviam sugerido que a proteína HMGB2 seria um substrato para ação da PKC
(RAMACHANDRAN e cols., 1984), mas apenas no trabalho de WISNIEWSKI e
colaboradores foram mapeados os sítios de fosforilação pela PKC, as serinas 81 e 98 da
HMB1 e serina 96 na HMGB2. Também foi demonstrado que essa fosforilação reduzia a
ligação ao DNA das proteínas e a sua translocação para o núcleo.
Ito e colaboradores, 2007, em uma das poucas menções a metilação de HMGBs,
descreveram a metilação de HMGB1 em neutrófilos. O sítio de metilação foi determinado
como sendo a lisina 42, e esta modificação levou a alterações conformacionais na proteína.
Outras análises, ainda no mesmo trabalho, demonstraram que a grande parte da proteína
51
metilada residia no citoplasma destes neutrófilos, enquanto a forma não metilada permanecia
no núcleo. O que os autores discutem é que a metilação poderia estar enfraquecendo a
capacidade de ligação ao DNA da proteína, facilitando a sua saída do núcleo. Um mecanismo
parecido com este é proposto para a saída da HMGB1 do núcleo para o citoplasma de células
tratadas com inibidores de histonas desacetilases (BONALDI e cols., 2003).
Tendo em vista a série de eventos de diferenciação ocorridos no curso do complexo
ciclo de vida do
S. mansoni e o envolvimento da HMGB1, descrito em uma série de
processos regulatórios da transcrição gênica, nos interessamos por investigar a fosforilação da
proteína HMGB1 do parasita e as possíveis implicações na atividade da mesma.
52
2 OBJETIVOS
Considerando o papel importante da proteína HMGB1 na modulação da conformação
do DNA e conseqüentemente na regulação da expressão gênica, o presente trabalho tem por
objetivo geral caracterizar a fosforilação da HMGB1 de
S. mansoni pela CK2 e as suas
possíveis implicações na atividade da proteína.
2.1 Objetivos Específicos
Testar a capacidade de uma CK2 heteróloga de fosforilar a proteína SmHMGB1 in
vitro
;
Mapear o(s) sítio(s) de fosforilação da CK2 na proteína SmHMGB1 recombinante;
Através de ensaios de super-enovelamento de DNA e de circularização de DNA
mediado por T4 DNA ligase, verificar se a fosforilação da proteína
SmHMGB1 é
capaz de modular sua atividade;
Investigar a atividade de proteínas cinases presentes no extrato total de vermes adultos
de
S. mansoni, utilizando como substrato a SmHMGB1 recombinante.
53
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Expressão e purificação das proteínas recombinantes
As lulas transformadas (BL21-DE3 Novagen) com o plasmídio pQE80L
(QIAGEN) contendo o cDNA que codifica as construções da proteína
SmHMGB1 (Figura
17)
foram inoculadas e crescidas em meio LB contendo ampicilina 100 µg/mL a 37
o
C até que
atingissem a D.O.
600nm
de 0,6. Em seguida, adicionou-se IPTG 0,5 mM e manteve-se a
cultura a 20
o
C por 5 horas. A suspensão de células foi centrifugada a 7700 x g por 10 minutos
a 4
o
C. O precipitado de células resultante foi ressuspenso em tampão de lise (50 mM
NaH
2
PO
4
, 300 mM NaCl, 10 mM Imidazol, pH 8,0) e sonicado (5 vezes, 20s cada, com
intervalos de 20s em gelo). Seguiu-se uma nova centrifugação a 20.000 x g por 10 minutos a
4ºC. O sobrenadante foi coletado, filtrado através de uma membrana de 0.45 µm (MFS) e
purificado em uma coluna de quel (Pro Bond Invitrogen) pré-equilibrada com tampão de
lavagem (50 mM NaH
2
PO
4
, 300 mM NaCl, 20 mM Imidazol, pH 8,0). As proteínas foram
eluídas em tampão de eluição (50 mM NaH
2
PO
4
, 300 mM NaCl, 250 mM Imidazol, pH 8,0),
dialisadas em tampão de diálise (10 mM Tris-HCl pH 7,6, 50 mM KCl, 0,1 mM EDTA e 0,5
mM DTT), dosadas e armazenadas a -70
o
C.
Figura 17. Diagrama esquemático das construções da proteína recombinante SmHMGB1
utilizada nos ensaios
. Os números indicam a posição dos aminoácidos. Full length (FL): SmHMGB1
íntegra;
ΔC: SmHMGB1 sem os 7 amincidos da porção C-terminal; Box A: Domínio de ligação ao
DNA A e Box B: Domínio de ligação ao DNA B.
SmHMGB1
Box A (1-83aa)
Box B (84-169aa)
1
83
161
170
176
93
ΔC (1-169aa)
Full length (1-176aa)
54
3.2 Dosagem de proteínas
A concentração das proteínas recombinantes foi determinada segundo método de
Bradford (BRADFORD, 1976), com reagente comercial (Bio-Rad Protein Assay). A curva
padrão foi construída utilizando-se lisozima 0,1 mg/mL.
3.3 Análises computacionais
Para fazer as predições dos resíduos de aminoácidos que poderiam ser fosforilados foi
utilizado o programa NetPhos 2.0 server (Disponível em:
<http://www.cbs.dtu.dk/services/NetPhos/
>). Este programa prediz sítios de fosforilação nos
resíduos de serina, treonina e tirosina de proteínas eucarióticas. Em seguida foi utilizado o
programa NetPhosK 1.0 Server (Disponível em:
<http://www.cbs.dtu.dk/services/NetPhosK/
>), que além do resíduo de aminoácido, sugere
proteínas cinases possivelmente envolvidas na modificação indicada. O programa fornece um
score entre 0 e 1, indicando uma maior ou menor probabilidade da modificação ocorrer
devido a uma maior ou menor semelhança ao sítio consenso de reconhecimento da enzima.
3.4 Manutenção do Ciclo de Vida do S. mansoni e Obtenção de Vermes Adultos por
perfusão
O ciclo de vida do parasita é mantido em nosso laboratório através de infeão dos
hospedeiros intermediários, o gastrópode
Biomphalaria glabrata, e dos hospedeiros
definitivos, camundongos da estirpe BALB/c. As cercárias liberadas, transformadas em
esquistossômulos através de estímulos mecânicos, são injetadas subcutaneamente nos
roedores. Após 45 dias, os vermes adultos são recuperados pela perfusão do sistema porta
55
hepático das cobaias. Os ovos são extraídos das fezes e do fígado dos roedores e expostos a
condições ideais de luminosidade e osmolaridade para a liberação dos miracídios,
possibilitando, dessa forma, a infecção dos caramujos e o conseqüente re-início do ciclo.
3.5 Infecções Unissexuais de S. mansoni
Infecções unissexuais o aquelas em que o hospedeiro definitivo possui uma
população de parasitas do mesmo sexo. Como o sexo do
S. mansoni é determinado de forma
heterogamética, os parasitas, ao eclodirem dos ovos como miracídios, possuem sexo
definido. Desta forma, os caramujos são infectados com um único miracídio e este, ao
reproduzir-se assexuadamente, gera uma população clonal de cercárias. Estas cercárias, todas
do mesmo sexo, são utilizadas na infecção dos hamsters ou camundongos. Após o período de
desenvolvimento dos parasitas, os mesmos são recuperados através da perfuo do sistema
porta-hepático dos roedores para a determinação do sexo.
3.6 Extração de RNA e síntese de cDNA
O RNA total de machos e fêmeas de S. mansoni foi preparado de acordo com o
protocolo descrito pelo sistema de purificação de RNA por Trizol (Invitrogen). A
concentração de RNA obtida foi determinada através de leitura em espectrofotômetro
(Ultrospec 300, Pharmacia Biotech). O cDNA foi sintetizado a partir de 1µg de RNA total
obtido, segundo protocolo do fabricante do kit SuperScript
TM
First-Strand Synthesis for RT-
PCR (Invitrogen).
56
3.7 Reação em cadeia da polimerase (PCR)
Com o objetivo de mapear o resíduo de aminoácido modificado pela CK2 e baseando-
se na análise computacional citada na seção 3.3, foram desenhados oligonucleotídeos
específicos com mutações que geravam uma proteína com uma substituição, do aminoácido
serina para alanina. Esta alteração ocorria nos resíduos de serina 172 ou 174 ou ainda nestes
dois resíduos
(Tabela 3).
Tabela 3. Seqüência dos oligonucleotídeos com mutações sítio dirigidas. Em negrito estão
indicadas as mutões e sublinhadas as seqüências de clivagem das enzimas de restrição BamHI e
HindIII, respectivamente. FL S172A:
SmHMGB1 com uma substituição da serina 172 por uma
alanina; FL S174A:
SmHMGB1 com uma substituição da serina 174 por uma alanina e FL
S174/S172A:
SmHMGB1 com duas substituições nas serina 172 e 174 por duas alaninas.
Oligonucleotídeos
mutados
Seqüência de nucleotídeos
Proteína
gerada
SmHMGB1 Nterm 5´ 5´ GGATCCATGGCTGAAGACAAGGGTAAG 3´
FL S172A
SmHMGB1S172A 5´AAGCTTCTAATCGTCAGACTCTGCATCTTC3´
SmHMGB1 Nterm 5´ 5´ GGATCCATGGCTGAAGACAAGGGTAAG 3´
FL S174A
SmHMGB1S174A 5´AAGCTTCTAATCGTCTGCCTCTGAATCTTC3´
SmHMGB1 Nterm 5´ 5´ GGATCCATGGCTGAAGACAAGGGTAAG 3´
FL
S172A/S174A
SmHMGB1S172A/S174A 3´ 5´AAGCTTCTAATCGTCTGCCTCTGCATCTTC3´
Um microlitro da reação de síntese de cDNA foi utilizado como molde para a PCR.
Cada reação continha também: tampão da Taq Polimerase 1X (Phoneutria), deoxi-
ribonucleodeos trifosfato (dNTPs), 200 µM (Invitrogen), oligonucleotídeos 0,25 µM cada e
Taq Polimerase 1U (Phoneutria) em 20 µL de reação. O programa de ciclagem da PCR desta
reação foi de 5 minutos a 94
o
C; 35 ciclos de: 1 minuto a 94
o
C, hibridização por 1 minuto a
55
o
C, extensão por 1 minuto a 72
o
C e extensão final de 15 minutos a 72
o
C. Após o término do
programa, as reações foram mantidas a 4
o
C até serem analisadas em gel de agarose 1%.
Para que fossem gerados os fragmentos de 66 e 123 bp posteriormente marcados
radioativamente e utilizados no ensaio de circularização de DNA mediado por T4 ligase
realizou-se uma reação de PCR de forma a gerar os seguintes fragmentos (fita sense): 66 bp -
57
GATCCGAAGAAAAAGCTGAAGATGATGTAAAGGAAAATACGAATGGGAAT
TCATCGGTCGCATCGGGATC e 123 bp GATCCTCCAGTCAAAAGGTAACC
AACGGAACGTCTGAGAATGGAAACAGTTCCGACCAACCAGAAGAAAAAGCTGAA
GATGATGTAAAGGAAAATACGAATGGGAATTCATCGGTCGCATCGGGATC . Os
oligonucleotídeos utilizados foram: (1) Sense 66 bp CGCGGATCCGAAGAAAA
AGCTGAAGATG 3´, (2) Sense 123 bp – CGCGGATCCTCCAGTCAAAAGGTAACCA
AC 3´ e (3) Antisense 66 bp e 123 bp 5´ CGCGGATCCCGATGCGACCGATGAATTC 3´.
As condições de reação foram as mesmas descritas acima, com as seguintes modificações: O
programa de ciclagem da PCR desta reação foi de 5 minutos a 94
o
C; 35 ciclos de: 20
segundos a 94
o
C, hibridização por 20 segundos a 55
o
C, extensão por 20 segundos a 72
o
C e
extensão final de 5 minutos a 72
o
C.
3.8 Marcação Radioativa de Sondas de DNA
Os fragmentos de 123 e 66 pb foram gerados a partir de reações de PCR descritas na
seção 3.7, digeridos com BamHI (Promega) e tratados com fosfatase alcalina (New England
Biolabs) segundo manuais dos fabricantes. A marcação radioativa dos fragmentos de DNA de
66 e 123 pb foi realizada utilizando-se a enzima T4 polinucleotídeo cinase (Promega) e 30
μCi de [γ-
32
P]-dATP (Applied Biosystems), segundo instruções do manual do fabricante.
3.9 Preparação de extratos totais de vermes adultos de S. mansoni
50 machos e 50 fêmeas de vermes adultos recém perfundidos e lavados em NaCl 0.88
% foram macerados em um
potter na presença do seguinte tampão (PBS 1X, 0,5 mM
Benzamidina, 1 mM PMSF, 3 mM NaF, 0,1 mM Vanadato de sódio e 1 µM Ácido Okadáico).
58
O macerado resultante foi centifugado a 16.000 x g a 4º C por 20 minutos. O sobrenadante foi
coletado, dosado como descrito na seção 3.2 e armazenado a -70º C.
3.10 Ensaio de fosforilação in vitro da SmHMGB1 utilizando CK2
A reação de fosforilação da proteína SmHMGB1 recombinante, assim como de suas
formas truncadas, foi realizada em tampão de reação contendo 25 mM Tris-HCl pH 7,4, 200
mM NaCl, 10 mM MgCl
2
, 1 µCi
32
P]ATP (Applied Biosystems) e 0,1 mM ATP em um
volume final de 10 µL. Foram utilizados no experimento 1 µg de proteína recombinante. As
reações foram iniciadas com a adição de 1 U de CK2 (Promega) seguida por uma incubação a
37
o
C. As reações foram encerradas com a adição de tampão de amostra de SDS-PAGE (50
mM Tris-
HCl pH 6,8, 2% SDS, 0,1% azul de bromofenol, 10 % glicerol e 100 mM de β-
mercaptoetanol ou DTT). As reações foram eno fervidas por 5 minutos e resolvidas por
eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida (SDS-PAGE) 12-15%. Após o término da
corrida, as proteínas foram coradas com Coomassie Blue R-250 (0,25% em 45% Álcool
Metílico e 10% ácido Acético), descorado em solução descorante (50% Álcool Metílico, 10%
ácido Acético), desidratado e exposto em uma tela do tipo storage phosphor screen
(Molecular Dynamics) ou filmes de Raios-x (Kodak). A imagem foi obtida utilizando o
“Storm 860 Gel and Blot Image System” (GE Healthcare) ou através de sistema de revelação
fotográfica (GBX Kodak). A Heparina foi utilizada como um controle de especificidade na
concentração de 30 µg/mL.
59
3.11 Ensaio de fosforilação da SmHMGB1 utilizando extrato total de vermes adultos de
S. mansoni
A reação de fosforilação da proteína SmHMGB1 recombinante, assim como de suas
formas truncadas, foi realizada utilizando-se 4 µg de extrato total e segundo as mesmas
condições descritas na seção 3.10. O inibidor específico de CK2, TBB, foi utilizado na
concentração final de 2Ki/µL.
3.12 Ensaio de super-enovelamento do DNA
As proteínas utilizadas neste experimento foram previamente submetidas a uma reação
de fosforilação como descrito nas seções 3.10 e 3.11 e expostas em filmes de raios-x como
controle de fosforilação. Em seguida as proteínas foram purificadas em colunas Microcon 10
(Amicon), segundo o manual do fabricante. As amostras foram então dosadas pelo método de
Bradford e 1µg da proteína
SmHMGB1 foi utilizado no ensaio de super-enovelamento.
Primeiramente incubou-se um plasmídio super-enovelado (pTZ19R - Fermentas)
purificado na presença de Topoisomerase I (Topo I) (Promega). Cada reação continha:
tampão de reação (50 mM NaCl, 50 mM Tris-HCl, pH7,5, 20% glicerol, 1 mM DTT e 1 mM
EDTA), plasmídio pTZ19R (0,6µg) e Topo I (1U). A mistura foi deixada a 37ºC por 90
minutos. Ao DNA relaxado foi então adicionado uma nova alíquota de Topo I (1U), tampão
de reação, 20 mM DTT, 20% glicerol, assim como a proteína
SmHMGB1 (0,5 -1 g). A
mistura foi então incubada a 37ºC por 60 minutos. As reações foram terminadas com a adição
de 460µL de uma solução contendo 1% SDS e 1 M NaCl, 700 µL de clorofórmio/álcool
isoamílico (24:1) e 0,02% poliacrilamida linear, seguida de uma centrifugação a 16.000 x g,
4
o
C por 10 minutos. Ao DNA obtido da fase aquosa adicionou-se 2,5 volumes de Etanol
60
100% gelado. As amostras foram então colocadas em nitrogênio líquido por 1 minuto e
centrifugadas por 30 minutos a 16.000 x g, 4ºC. Ao precipitado obtido foi adicionado 1 mL de
etanol 70%, centrifugado como acima, seco à temperatura ambiente e ressuspendido em 25
L TE (10 mM Tris-Cl pH 7,5, 1 mM EDTA). As reações foram então analisadas por
eletroforese em gel de agarose 1% em TBE 1X (para 1L:10,8 g de Tris, 11 g de Ácido Bórico
e 4mL EDTA 0,5 M pH 8) por 17 h a 3V/cm. O gel foi então corado com Brometo de Etídio
0,5 mg/mL (Merck), descorado com água e fotografado através de um filtro vermelho em um
transiluminador com luz ultravioleta (254nm) no sistema ImaGo (L&B Systems).
3.13 Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase
O ensaio de circularização foi baseado em protocolos prévios de Štros, 1998 e 2001.
Fragmentos de DNA de 123 pb e 66 pb (~1 nM) com extremidades coesivas foram pré-
incubados em gelo por 20 minutos com 20 ng da proteína recombinante em tampão de T4
ligase 1 X (30 mM Tris-HCl pH 7,8, 10 mM MgCl
2, 10 mM DTT e 0,5 mM ATP; Promega)
em um volume final de 20 μl. O DNA foi incubado na presença de 0.6 U de T4 ligase
(Promega) a 30° C por 20 minutos e a reação, encerrada, através da incubação das amostras a
65° C por 15 minutos. Como controle, algumas das reações foram incubadas na presença de
50 U de exonuclease III (Promega) a 37° C por 30 minutos. As reações foram terminadas com
a adição de 460µL de uma solução contendo 1% SDS e 1 M NaCl, 700 µL de
clorofórmio/álcool isoamílico (24:1) e 0,02% poliacrilamida linear seguida de uma
centrifugação a 16.000 x g, 4
o
C por 10 minutos. Ao DNA obtido da fase aquosa adicionou-se
2,5 volumes de Etanol 100% gelado. As amostras foram então deixadas a -20ºC por 2 horas e
centrifugadas por 30 minutos a 16.000 x g, 4ºC. Ao precipitado obtido foi adicionado 1 mL de
etanol 70%, centrifugado como acima, seco a temperatura ambiente e ressuspendido em 15
61
L TE (10 mM Tris-Cl pH 7,5, 1 mM EDTA). A amostra foi fracionada em gel de
poliacrilamida não desnaturante a 6% (DNA 123 pb) e a 8% (DNA 66 pb) em 0.5 X TBE a
200 V por 2–3 h a 4° C. Depois de fracionado, o gel foi desidratado e visualizado através do
“Storm 860 Gel and Blot Image System” (GE Healthcare) ou filmes de raios-x (Kodak).
62
4 RESULTADOS
4.1 Análises Computacionais
Como uma abordagem inicial do estudo da fosforilação da SmHMGB1, realizamos
uma análise computacional da seqüência primária da proteína nos programas NetPhos 2.0
server (Disponível em: <http://www.cbs.dtu.dk/services/NetPhos/
>) e NetPhosK 1.0 Server
(Disponível em: <http://www.cbs.dtu.dk/services/NetPhosK/
>). O que se pôde verificar foi
que a CK2 e a proteína cinase C (PKC) apresentavam o maior número de sítios putativos, e os
mais altos
scores, o que nos indicava uma maior similaridades dos sítios de ação descritos
na literatura dessas enzimas e dos sítios detectados na
SmHMGB1.
Todos os ensaios posteriores foram feitos com enfoque na CK2, comumente citada na
literatura como envolvida na fosforilação das proteínas HMG.
Method: NetPhosK without ESS filtering:
Query: SmHMGB1
Site Kinase Score
---------------------
S-21
PKC 0.84
T-34
PKC 0.69
S-52
PKC 0.83
S-86
PKC 0.84
S-101 PKA 0.57
S-145 PKA 0.64
Y-154 EGFR 0.61
Y-154 INSR 0.54
S-167
CKII 0.58
S-167 PKA 0.59
S-167 PKG 0.60
T-169
CKII 0.59
S-172
CKII 0.60
S-174
CKII 0.71
---------------------
Figura 18. Análise da SmHMGB1 no programa NetPhosK 1.0 Server. Em negrito estão destacadas
a proteína cinase CK2 e a proteína cinase C.
63
4.2 Expressão das construções da proteína SmHMGB1 recombinante
As proteínas recombinantes expressas em um sistema heterólogo foram dosadas pelo
método de Bradford (BRADFORD, 1976) e resolvidas por eletroforese em gel desnaturante
de poliacrilamida 15% (SDS-PAGE), de acordo com a descrição na seção Material e
Métodos, para que pudéssemos visualizar o seu grau de pureza.
Como pode ser observado na figura 19, as proteínas apresentaram um alto grau de
pureza, sem o aparecimento de bandas inespecíficas. O tamanho teórico é de 20,6 kDa para a
proteína inteira (FL), 19,8 kDa para a proteína sem a cauda ácida (ΔC), 9,7 kDa para o
domínio A (Box A) da proteína e 10,1 kDa para o domínio B (Box B) da proteína
(<http://www.expasy.ch/tools/peptide-mass.html>).
Figura 19. Eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida das construções da SmHMGB1. 1
µg das proteínas recombinantes expressas resolvidas por eletroforese em gel desnaturante de
poliacrilamida 15% (SDS-PAGE) e coradas com Coomassie Blue. P: padrão de baixa massa
molecular; SmHMGB1: proteína inteira, SmHMGB1ΔC: SmHMGB1 sem a cauda ácida, Box A:
Domínio A e Box B: Domínio B.
64
4.3 Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pela CK2
Com o objetivo de verificar se a SmHMGB1 seria um substrato para ação da enzima
CK2, foram realizados ensaios de fosforilação in vitro utilizando fosfato radioativo
32
P[ATP]). O primeiro ensaio realizado tratou-se de uma cinética de fosforilação com a
proteína inteira variando-se o tempo de incubação de 0 a 120 minutos.
Como pode ser visualizado na figura 20, através da incorporação do fosfato radioativo,
somos capazes de afirmar que a SmHMGB1 é fosforilada in vitro pela CK2. Este experimento
também nos permitiu definir o tempo de reação ideal, correspondente a 60 minutos. Isto
porque em tempos superiores de incubação o foi possível observar-se um acréscimo
significativo na intensidade da banda radioativa. Desta forma, todos os experimentos
posteriores, com exceção aos experimentos de atividade (incubação de 180 min), foram
realizados com um tempo de incubação igual a 60 minutos.
A heparina, um inibidor específico da CK2, foi utilizada como um controle da
especificidade da reação. Como pode ser observado na canaleta 6 da figura 24, quando
adicionamos heparina na reação de fosforilação, a enzima perde a capacidade de fosforilar a
proteína, e conseqüentemente não ocorre incorporação de fosfato radioativo, não aparecendo a
banda radioativa. Com isto podemos afirmar que a fosforilação da SmHMGB1 está sendo
mediada especificamente por ação da CK2.
Figura 20. Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pela enzima CK2. As canaletas 1 a 6
representam 1µg da proteína SmHMGB1 fracionada por eletroforese em gel desnaturante de
poliacrilamida 15% (SDS-PAGE) e corada por Coomassie Blue (painel superior), assim como a sua
autoradiografia correspondente (painel inferior).
65
4.4 Fosforilação das construções da proteína SmHMGB1 pela CK2
Após verificarmos que a SmHMGB1 era de fato um substrato para ação da CK2 in
vitro, realizamos um ensaio de fosforilação com as construções contendo deleções da
proteína. O objetivo era mapear qual domínio continha os resíduos que estavam sendo
modificados.
Como pode ser observado na figura 21, através da ausência de sinal radioativo,
nenhuma das construções atuou como substrato para a CK2 in vitro. Isto nos sugeriu que os
resíduos que estariam sendo modificados por ação da CK2 deveriam estar presentes na porção
C-terminal da proteína (resíduos 170-176), ausente nas construções onde não foi constatada a
fosforilação; (FL sem cauda ácida (1-169aa), Domínio A (1-83aa) e Domínio B (84-169aa)).
Esta suposição esde acordo com a análise computacional realizada, onde dois dos quatro
resíduos propostos se localizavam nesta porção C-terminal da proteína (S172 e S174) (Figura
21). Sendo assim, estes dois resíduos foram alvo de mutações sítio dirigidas.
Figura 21. Fosforilação das construções da proteína SmHMGB1 pela enzima CK2. As canaletas 1
a 4 representam respectivamente 1µg das proteínas, inteira (1-176aa), sem a cauda ácida (1-169aa),
Domínio A (1-83aa) e Domínio B (84-169aa) resolvidas por eletroforese em gel desnaturante de
poliacrilamida 15% (SDS-PAGE) corado por Coomassie Blue (painel superior) e a sua autoradiografia
correspondente (painel inferior).
66
4.5 Proteína SmHMGB1 com mutações sítio dirigidas (S-A)
Após verificarmos que apenas a proteína SmHMGB1 inteira era um substrato para a
ação da CK2
in vitro, foram geradas proteínas com mutações sítio dirigidas em dois dos
quatro sítios propostos para ação da CK2 surgidos durante a análise computacional (S172 e
S174). Estes resíduos estão localizados na região C-terminal da proteína (aa 170-176) e foram
substituídos por resíduos de alanina, de maneira isolada, FL S172A e FL S174A ou em
conjunto, FL S174A/S172A
(Figura 22). De posse destas proteínas mutantes fomos capazes
de mapear que resíduos estavam de fato sendo modificados.
FL (162) KAGKKSKTEDSESDD (176)
FL S172A
(162) KAGKKSKTEDAESDD (176)
FL S174A
(162) KAGKKSKTEDSEADD (176)
FL S172A/S174A
(162) KAGKKSKTEDAEADD (176)
Figura 22. Seqüência dos aminoácidos finais da proteína SmHMGB1. Os asteriscos vermelhos
indicam o aminoácido que foi substituído. FL:
SmHMGB1 inteira; FL S172A: SmHMGB1 com
substituição da serina 172 por uma alanina; FL S174A:
SmHMGB1 com substituição da serina 174 por
uma alanina e FL S172A/S174A:
SmHMGB1 com substituições das serinas 172 e 174 por duas
alaninas.
4.6 Expressão da proteína SmHMGB1 com mutações sítio dirigidas
As proteínas com mutações sítio-dirigidas expressas em um sistema heterólogo foram
dosadas pelo método de Bradford (BRADFORD, 1976) e resolvidas por eletroforese em gel
desnaturante de poliacrilamida 15% (SDS-PAGE) de acordo com a descrição em métodos
para que pudéssemos visualizar o seu grau de pureza.
Como pode ser visualizado na figura 23, as proteínas apresentaram um bom grau de
pureza, sem o aparecimento de bandas inespecíficas.
*
*
67
Figura 23. Eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida da SmHMGB1 com mutações
sítio dirigidas. 1µg das proteínas recombinantes expressas foram resolvidas em eletroforese em gel
desnaturante de poliacrilamida 15% (SDS-PAGE) e coradas com Coomassie Blue. P: padrão de massa
molecular. 1. FL S172A: SmHMGB1 com substituição da serina 172 por uma alanina; 2. FL S174A:
SmHMGB1 com substituição da serina 174 por uma alanina e 3. FL S172A/S174A: SmHMGB1 com
substituições nas serinas 172 e 174 por duas alaninas.
4.7 Fosforilação da proteína SmHMGB1 com mutações sítio dirigidas (S-A)
Com o objetivo de determinar qual ou quais aminoácidos estariam sendo modificados
por ação da CK2, realizou-se o ensaio de fosforilação utilizando as proteínas com mutações
sítio dirigidas nos sítios propostos para ação da CK2. A figura 24 demonstra, mais uma vez,
que a SmHMGB1 é um substrato para ação da CK2 e que a SmHMGB1 sem a cauda ácida
não é capaz de ser fosforilada. E ainda, que os resíduos de serina nas posições 172 e 174 eram
os resíduos que, de fato, estavam sendo modificados, pela adição de um grupamento fosfato,
por ação da CK2. Isto porque quando os resíduos eram mutados isoladamente pela
substituição do resíduo de serina por alanina na posição 172 ou 174 da proteína, ainda
observava-se a fosforilação, sendo esta inviabilizada quando as mutações ocorriam em
conjunto nas duas posições citadas. Esses resultados permitem afirmar que a proteína
SmHMGB1 é di-fosforilada pela CK2 in vitro. Além disso, também observamos uma menor
intensidade na banda radioativa correspondente ao mutante S172A em dois experimentos
68
independentes. O que podemos especular é que a troca da serina 172 por uma alanina reduziu
a afinidade da CK2 pelo sítio de fosforilação localizado na serina 174.
Figura 24. Fosforilação das proteínas recombinantes da SmHMGB1 com mutações tio
dirigidas pela enzima CK2. As canaletas 1 a 5 representam respectivamente 1µg das proteínas. FL:
SmHMGB1 inteira (1-176aa); ∆C: SmHMGB1 sem a cauda ácida (1-169aa);. FL S174A: SmHMGB1
com substituição da serina 174 por uma alanina; FL S172A: SmHMGB1 com substituição da serina
172 por uma alanina e FL S174A/S172A: SmHMGB1 com substituições nas serinas 174 e 172 por
duas alaninas. Eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida 15% (SDS-PAGE) corado por
Coomassie Blue (painel superior) e a sua autoradiografia correspondente (painel inferior).
4.8 Ensaio de super-enovelamento do DNA com a SmHMGB1 fosforilada pela CK2
Neste ensaio analisamos a capacidade da SmHMGB1 de induzir o super-enovelamento
do DNA. O ensaio constitui-se basicamente de duas etapas. Na primeira etapa, um plasmídio
super-enovelado purificado é colocado na presença de Topoisomerase I (Topo I), uma
proteína capaz de desfazer as torções do plasmídio, tornando o mesmo relaxado. Na segunda
etapa do experimento, o plasmídio relaxado é colocado na presença da SmHMGB1, ainda na
presença de Topo I, de forma que a SmHMGB1 e a Topo I irão atuar sobre o DNA, a primeira
super-enovelando e a segunda relaxando. Ao final do ensaio o que se obtém são formas
intermediárias de super-enovelamento do DNA, que quando separadas em um gel de agarose
corado com brometo de etídio, apresentam um padrão de bandeamento seqüencial,
caracterizando a promoção do super-enovelamento pela proteína estudada. havia sido
descrito em nosso trabalho (DE OLIVEIRA e cols., 2006) que a SmHMGB1 apresenta esta
69
propriedade. Decidiu-se então verificar se a fosforilação da
SmHMGB1 seria capaz de
modular esta atividade. A figura 25a representa a reação de fosforilação das proteínas
utilizadas no experimento de super-enovelamento (controle positivo de fosforilação). A figura
25 b representa um desenho esquemático do que foi descrito acima. Na figura 25c observamos
o resultado do experimento de super-enovelamento (gel representativo de três experimentos
independentes). Na canaleta 1 verifica-se o plasmídio super-enovelado purificado e na
canaleta 2 o plasmídio após a primeira etapa do experimento, na forma relaxada. As canaletas
seguintes correspondem as diferentes situações estudadas: 3-5:
SmHMGB1 não fosforilada; 6-
8:
SmHMGB1 fosforilada e 9-11: SmHMGB1 S174A/S172A. O padrão de bandeamento
seqüencial apresentou-se muito semelhante em todas as condições avaliadas, de forma que
concluímos que a di-fosforilação nos resíduos de serina nas posições 174 e 172 não é capaz de
alterar a capacidade da
SmHMGB1 de promover o super-enovelamento do DNA in vitro.
70
a. b.
c.
Figura 25. Ensaio de super-enovelamento do DNA com a SmHMGB1 fosforilada pela CK2. a.
E
letroforese em gel desnaturante de poliacrilamida 15% (SDS-PAGE)
com 1 µg das proteínas
utilizadas no ensaio visualizado na letra c (3h de incubação na reação de fosforilação). P: padrão de
massa molecular; 1. SmHMGB1 proveniente da reação de fosforilação com CK2; 2: SmHMGB1
proveniente da reação de fosforilação com CK2 na ausência da mesma 3. SmHMGB1S174A/S172A
proveniente da reação de fosforilação com CK2. b. Desenho esquemático ilustrando o ensaio de super-
enovelamento. c. Ensaio de super-enovelamento do DNA pela proteína SmHMGB1. Gel de Agarose
1% corado com Brometo de Etídio e fotografado com o sistema de registro de imagem ImaGo (B&L
Systems). 1. 0,6µg Plasmídio pTZ19R super-enovelado; 2. 0,6µg Plasmídio pTZ19R na forma
relaxada; 3-5: SmHMGB1 fosforilada ; 6-8: SmHMGB1 não fosforilada e 9-11: SmHMGB1
S174A/S172A. As letras I e II referem-se ao desenho esquemático na letra b.
71
4.9 Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase da SmHMGB1 fosforilada
pela CK2
Este ensaio baseia-se na capacidade da SmHMGB1 em promover a dobra de
fragmentos lineares de DNA, favorecendo a ligação intramolecular de suas extremidades
coesivas mediante a ação de T4 DNA ligase. A formação de mini-círculos de DNA
decorrentes de ligações intramoleculares pode ser comprovada através da sua resistência à
enzima exonuclease III, capaz de digerir, apenas moléculas de DNA lineares.
Os ensaios de circularização com fragmentos de DNA de 66 pb e 123 pb utilizando a
SmHMGB1 fosforilada e o fosforilada demonstraram capacidade muito semelhante em
promover a circularização do DNA linear (Figura 26b e c). Isto nos permite dizer que a
fosforilação por CK2 não é capaz de regular a capacidade da proteína promover a dobra de
fragmentos de DNA de 66 bp e 123 bp.
a.
Figura 26. Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase da SmHMGB1 fosforilada
pela CK2. a. E
letroforese em gel desnaturante de poliacrilamida 12% (SDS-PAGE)
com 1 µg
das proteínas utilizadas nos ensaios visualizados nas letras b e c. P: padrão de massa molecular; 1:
SmHMGB1 proveniente da reação de fosforilação com CK2; 2: SmHMGB1 proveniente da reação de
fosforilação na ausência de CK2; 3: SmHMGB1 proveniente da reação de fosforilação com CK2 na
ausência de ATP e 4: SmHMGB1 proveniente da reação de fosforilação com CK2 na ausência de
tampão de reação. As sondas radioativas de DNA linear de e 123 pb (b) e 66 pb (c) foram incubadas
com 20 ng da proteína recombinante e em seguida, submetidas à T4 ligase. C: SmHMGB1 controle; 1-
4: SmHMGB1 como descrito em a. A canaleta 3 corresponde ao controle positivo dos mini-círculos
obtidos através da incubação na presença de 20 ng da SmHMGB1 submetidos, posteriormente, à
exonuclease III (ExoII).
72
b.
c.
73
4.10 Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de vermes
adultos de S. mansoni
Com o objetivo de verificar se a SmHMGB1 seria um substrato para a ação de
proteínas cinases presentes no extrato total dos parasitas, realizamos uma cinética de
fosforilação utilizando com única fonte de proteínas cinases, 4 g de um extrato total de
vermes adultos machos e fêmeas.
O que pudemos observar (Figura 27) foi uma intensa atividade do extrato, com o
surgimento de um forte sinal de incorporação nos 5 primeiros minutos de incubação com a
proteína recombinante. Esses dados nos sugerem que a SmHMGB1 é substrato para proteínas
cinases endógenas do S. mansoni in vitro.
Figura 27.
Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de
vermes
adultos de
S. mansoni
. As canaletas 1 a 4 representam 1µg da proteína SmHMGB1 resultante da
fosforilação com 4 g de extrato total a 37ºC e fracionadas em eletroforese em gel desnaturante de
poliacrilamida 12% (SDS-PAGE) coradas por Coomassie Blue (painel superior) e a sua
autoradiografia correspondente (painel inferior). P: padrão de massa molecular.
74
4.11 Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de vermes macho
e fêmea maduros e imaturos de S. mansoni
Após observarmos uma intensa atividade de proteínas cinases no extrato total de
vermes adultos maduros tendo como substrato a SmHMGB1 recombinante, verificamos se
extratos totais de vermes adultos provenientes de infecções unisexuais apresentariam um
perfil cinético semelhante. Como pode ser visualizado na figura 28, o fomos capazes de
observar nenhuma diferença clara entre os perfis de fosforilação. Isto se manteve tanto para
uma comparação entre os sexos quanto dentro do mesmo sexo.
Figura 28.
Cinética de fosforilação da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de vermes
macho e fêmea maduros e imaturos de S. mansoni
. Canaletas 1-5 SmHMGB1 fosforilada com
extrato total de fêmeas unisexuais; canaletas 6-10: SmHMGB1 fosforilada com extrato total de fêmeas
bissexuais; canaletas 11-15: SmHMGB1 fosforilada com extrato total de machos unisexuais e
canaletas 16-20: SmHMGB1 fosforilada com extrato total de machos bissexuais. Todas as reações
foram realizadas com 1 µg de SmHMGB1, 4 g de extrato total e incubação a 37ºC por 0, 5, 15, 30 e
60 min. As reações foram fracionadas por eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida 12%
(SDS-PAGE), coradas por Coomassie Blue (painel superior) e a sua autoradiografia correspondente
(painel inferior). P: padrão de massa molecular.
75
4.12 Fosforilação da proteína SmHMGB1 com o extrato total de vermes adultos de S.
mansoni na presença de inibidor de CK2 (TBB)
Tendo verificado a intensa atividade de proteínas cinases fosforilando SmHMGB1 in
vitro, nos interessamos em averiguar se a CK2 engena estaria participando desta
fosforilação. Foi realizada então uma reação de fosforilação com o extrato total na presença
de um inibidor específico de CK2, o TBB. O que observamos na figura 29 (canaleta 1
comparada com as canaletas 2-3) foi que, na presença do inibidor, o sinal de fosforilação teve
uma significativa redução, o que nos sugere uma grande participação da CK2 na fosforilação
observada com o extrato total e também esde acordo com os resultados obtidos com a CK2
purificada. O controle com o diluente do inibidor (Figura 29, canaleta 4) não apresentou
nenhum efeito na atividade enzimática do extrato, validando a redução do sinal como
proveniente apenas da inibição da atividade de CK2.
Figura 29.
Fosforilação da proteína SmHMGB1 com o extrato total de vermes adultos de
S. mansoni na presença de inibidor de CK2.
As canaletas 1 a 4 representam 1µg da proteína
SmHMGB1 resultante da reação de fosforilação com 4 g de extrato total a 37ºC por 1 hora e
fracionada por eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida 12% (SDS-PAGE) corado por
Coomassie Blue (painel inferior) e a sua autoradiografia correspondente (painel superior). TBB:
inibidor específico da atividade de CK2 nas concentrações de 2Ki/µL e 4Ki/µL. DMSO: solvente do
TBB.
76
4.13 Fosforilação das construções da proteína SmHMGB1 pelo extrato total de vermes
adultos de
S. mansoni na presença de TBB
Após verificarmos que o extrato total de vermes adultos apresentava intensa atividade
de proteínas cinases tendo como substrato a
SmHMGB1 in vitro, realizamos os mesmos
ensaios, que desta vez com as construções da proteína (Figura 30, canaletas 1, 4, 6 e 8). O
que verificamos foi que assim como a
SmHMGB1 inteira é um substrato para as enzimas
presentes no extrato, as construções também o são, com destaque para o domínio B, com uma
marcação bastante intensa (Figura 30, canaleta 8). Neste mesmo ensaio também testamos a
influência do inibidor específico de CK2 na fosforilação das construções. O que constatamos
foi que o inibidor não teve efeito evidente na fosforilação das construções mediada pelas
enzimas do extrato total. Estes resultados corroboram os resultados dos ensaios
in vitro com a
CK2 purificada, que tem como substrato apenas a proteína inteira. O controle do diluente do
inibidor (Figura 30, canaleta 3) mais uma vez não teve efeito na fosforilação mediada pelo
extrato, validando os resultados de inibição como específicos para a atividade de CK2.
77
Figura 30.
Fosforilação das construções da proteína SmHMGB1 pelo extrato total
de
vermes adultos de
S. mansoni
na presença de inibidor de CK2. 1 g das construções da
SmHMGB1 resultantes da reação de fosforilação com 4 g de extrato total a 37ºC por 1hora e
fracionada por eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida 12% (SDS-PAGE) corado por
Coomassie Blue (painel superior) e a sua autoradiografia correspondente (painel inferior). ∆C:
SmHMGB1 sem a cauda ácida (1-169aa); Box A: Domínio A (1-83aa) e Box B: domínio B (84-
169aa). TBB: inibidor específico da atividade de CK2 na concentração de 2Ki/µL. DMSO: solvente do
TBB.
4.14 Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase da SmHMGB1 fosforilada
pelo extrato total de S. mansoni
Após verificar que a SmHMGB1 era um substrato para ação das proteínas cinases
endógenas in vitro, decidimos verificar se essa fosforilação seria capaz de regular a
capacidade da proteína promover a dobra de fragmentos lineares de DNA. A figura 31a
demonstra a integridade das proteínas que foram utilizadas no ensaio de atividade, assim
78
como as suas respectivas fosforilações. Como pode ser visualizado pela figura 31b tanto a
proteína inteira quanto a proteína sem a cauda ácida não apresentaram alterações em sua
atividade quando fosforiladas.
a. b.
Figura 31. Ensaio de circularização do DNA mediado por T4 ligase da SmHMGB1 fosforilada
pelo extrato total de S. mansoni. a. Eletroforese em gel de poliacrilamida desnaturante 12% (SDS-
PAGE) com 1 μg das proteínas utilizadas no ensaio visualizado em b. Canaletas 1-2: SmHMGB1 não
fosforilada e fosforilada, respectivamente; canaletas 3-4: SmHMG B1 sem a cauda ácida não
fosforilada e fosforilada, respectivamente. Painel superior: coloração com Coomassie Blue. Painel
inferior: autoradiografia correspondente. b. Ensaio de circularização do DNA comparando as
atividades das proteínas fosforiladas e não fosforiladas. A sonda radioativa de DNA linear de 123 pb
foi incubada com 20 ng da proteína recombinante e em seguida, submetidas à T4 ligase. Canaletas 1-2:
controle de auto-circularização mostrando apenas a sonda linear. Canaleta 3: controle positivo dos
mini-círculos obtidos através da incubação na presença de 20 ng da SmHMGB1 submetidos,
posteriormente, à exonuclease III (Exo III). FL: SmHMGB1 inteira; pFL: SmHMGB1 inteira
fosforilada; ΔC: SmHMGB1 sem a cauda ácida e pΔC: SmHMGB1 sem a cauda ácida fosforilada.
79
5 DISCUSSÃO
A caracterização de proteínas envolvidas na regulação da expressão nica é essencial
para uma melhor compreensão do complexo ciclo de vida do
Schistosoma mansoni, bem
como de seu desenvolvimento. A proteína HMGB1, envolvida na modulação da conformação
do DNA através de uma série de eventos é parte integrante desse processo. Na literatura são
descritas várias modificações pós-traducionais sofridas pela HMGB1, tanto em mamíferos
quanto em plantas e insetos. Entre elas estão a fosforilação, acetilação e ADP-ribosilação.
Algumas destas modificações foram relacionadas a alterações na atividade da proteína.
Desta forma nos interessamos por investigar se a HMGB1 de
S. mansoni (SmHMGB1),
recentemente caracterizada pelo nosso grupo, também poderia sofrer modificações s-
traducionais. Dentre as modificações citadas acima, optamos por investigar a fosforilação
sofrida pela proteína. A fosforilação, ou seja, a adição de um ou mais grupamentos fosfato,
com conseqüente adição de cargas negativas à proteína é um mecanismo regulatório pós-
traducional muito comum em sistemas biológicos. Sendo assim, foram feitos ensaios
in vitro
utilizando a enzima CK2, sugerida em uma análise computacional utilizando os programas
NetPhosK 1.0 e NetPhos server 2.0 feita em nosso laboratório.
A CK2 é uma proteína ubíqua em eucariotos, altamente conservada em sua seqüência
de aminoácidos e composta por duas subunidades catalíticas (CK2
e/ou CK2´) e duas
subunidades regulatórias (CK2
). Ela está envolvida na regulação de uma série de eventos
celulares importantes como a replicação e transcrição do DNA ou ainda a sinalização celular
para a apoptose (DAVID e cols., 2005). Durante estes eventos esta enzima fosforila resíduos
de serina e treonina em uma grande variedade de substratos. Estes incluem fatores
transcricionais, proteínas capazes de afetar a estrutura do DNA e RNA e também aquelas
envolvidas na síntese e tradução de RNA. Toda essa gama de substratos e uma outra
80
infinidade deles (MEGGIO & PINNA, 2003) fazem desta proteína um elemento importante
na regulação da expressão gênica. Assim, nos interessamos em investigar o seu papel na
fosforilação da
SmHMGB1. Como a CK2 ainda o foi caracterizada em S. mansoni,
utilizamos uma CK2 comercial, obtida a partir de fígado de rato.
Em nossos experimentos constatamos que, de fato, a
SmHMGB1 era um substrato para
ação da CK2
in vitro, e mapeamos quais resíduos estavam recebendo o grupamento fosfato,
duas serinas na posição 172 e 174 da proteína. Estes resíduos se localizavam na porção C-
terminal rica em resíduos de aminoácidos ácidos da proteína, a região que mais sofre variação
entre as espécies e que em
S. mansoni constitui-se de apenas 7 aminoácidos. A natureza ácida
dos aminoácidos presentes nesta região da proteína (
KTEDS
172
ES
174
DD) também foi
observada na HMGB1 de milho (
DEEGS
149
EEDEDDDE). De fato, a CK2 parece ter uma
maior afinidade por resíduos de serina e treonina cercados por aminoácidos ácidos (MEGGIO
e PINNA, 2003).
Através de ensaios de super-enovelamento do DNA verificamos que a di-fosforilação
da
SmHMGB1 não foi capaz de influenciar na capacidade de a proteína promover o super-
enovelamento do DNA em relação a proteína não modificada. O mesmo foi constatado
quando investigamos uma outra atividade da proteína, a promoção da dobra em fragmentos de
DNA (66 bp e 123 bp) e circularização dos mesmos na presença de T4 ligase.
Apesar de termos utilizado uma enzima heteróloga ao
S. mansoni, alguns dados na
literatura nos sugerem a presença de uma enzima semelhante no parasita em questão. Entre
elas está a recente caracterização da subunidade regulatória
β da CK2 em S. japonicum
(PENG e cols., 2004), um parasita do mesmo gênero e desta forma com grande possibilidade
de apresentar as mesmas proteínas em seu organismo em se tratando de uma enzima tão
conservada entre as espécies. Um outro dado também reforça a possibilidade do
S. mansoni
possuir uma CK2, o fato de no banco de dados do Projeto Genoma funcional do S. mansoni
81
(<http://verjo18.iq.usp.br/schisto/
>) aparecerem ESTs (SmAE número 605597.1)
apresentando similaridade com a CK2 de outros organismos. Além disso, esta enzima e outras
cinases foram caracterizadas em uma série de organismos mais ou tão primitivos quanto o
S. mansoni. Como exemplo podemos citar as subunidades catalíticas α e α´ da CK2 de
Leishmania chagasi (BHATIA e cols., 1998) e Trypanosoma brucei (PARK e cols., 2002) e a
subunidade α da CK2 do protozoário Theileria parva (OLE-MOIYOI e cols., 1992).
Finalmente, o próprio
S. mansoni teve recentemente caracterizada uma proteína cinase C
(
SmPKC1) (BAHIA e cols., 2006). Além disso, fomos capazes de verificar intensa atividade
de proteínas cinases endógenas tendo como substrato
in vitro a SmHMGB1 recombinante, e
posteriormente que parte desta atividade era proveniente da ação de CK2 do parasita, que
na presença de um inibidor específico da CK2, o TBB, a fosforilação mediante atividade das
proteínas cinases foi claramente reduzida. Juntos, estes dados nos sugerem de que a regulação
transcricional via fosforilação da
SmHMGB1 pela CK2 é um processo que pode estar
ocorrendo em
S. mansoni.
A fosforilação mediada pela CK2 na HMGB1 de outros organismos mostrou-se capaz
de regular as propriedades de ligação ao DNA das proteínas. Entre as mais semelhantes ao
nosso trabalho descritas na literatura está o efeito da fosforilação por CK2 na HMGB de
milho (STEMMER e cols., 2003). Neste artigo, foi demonstrado que HMGB1, 2 e 3 eram
fosforiladas
in vivo e in vitro pela CK2 na região C-terminal ácida e que esta fosforilação
aumentava a estabilidade das proteínas frente a alterações de temperatura. Foi verificado
também, por dicroísmo circular, que as proteínas fosforiladas apresentavam uma elevação em
suas temperaturas de desnaturação, em especial a HMGB1. Ainda no mesmo artigo e
comparando as formas não fosforiladas e fosforiladas
in vitro pela CK2 o autor descreve uma
redução na afinidade de ligação a um fragmento linear de DNA de 98 bp, mas não de
minicírculos de DNA da HMGB1 fosforilada. Apesar destes resultados não estarem em total
82
concordância com os resultados observados nesta dissertação, onde o fomos capazes de
verificar efeito regulatório da fosforilação por CK2 da
SmHMGB1, vale ressaltar que a
HMGB1 de plantas apresenta em sua estrutura apenas um domínio de ligação ao DNA, e que
os ensaios de ligação ao DNA
in vitro adotados não eram próximos o bastante dos ensaios de
atividade realizados na dissertação para que pudéssemos realizar uma comparação mais
precisa. Além disso, o ensaio de atividade onde se empregou minicírculos de DNA, uma
estrutura pela qual a HMGB1 tem alta afinidade (BUSTIN, 1999; BUSTIN, 2001a; THOMAS
& TRAVERS, 2001), não demonstrou nenhuma diferença na ligação ao DNA entre as formas
não fosforiladas e fosforiladas.
Em outro trabalho, desta vez utilizando como modelo a HMGB1 do inseto
Chironomus (WISNIEWSKI e cols., 1999), verificou-se mais uma vez que a proteína era um
substrato para a ação de CK2 e que esta fosforilação estabilizava a proteína na presença de
determinadas proteases. Também foi verificado que a proteína nativa, quando submetida a um
tratamento com fosfatase, aumenta a sua afinidade de ligação a DNA do tipo
four way
junction
. No entanto, embora existam indicativos de que a CK2 esteja fosforilando a proteína
do inseto endogenamente, não se pode afirmar que os grupamentos fosfatos que foram
retirados no tratamento com fosfatase eram exclusivamente provenientes da ação da proteína
CK2, e conseqüentemente que o efeito observado relaciona-se diretamente com a fosforilação
por CK2.
Verificando as publicações que vem sendo produzidas desde a descrição das HMGs,
há mais de trinta anos (GOODWIN e cols., 1973), a CK2 parece ser, se o a principal, uma
das principais proteínas cinases capazes de fosforilar a proteína HMGB1 de diversos
organismos, quer estes possuam apenas um ou dois domínios de ligação ao DNA. Esta
fosforilação pode estar atuando na regulação da proteína HMGB1 no que se refere as suas
propriedades de ligação ao DNA e em uma gama de outros efeitos, como por exemplo, a
83
interação com outras proteínas (KROHN e cols., 2002) e conformação tridimensional
(WISNIEWSKI e cols., 1999). Em segundo lugar poderíamos citar a PKC, com bastante
freência descrita como sendo capaz de fosforilar a HMGB1 (WISNIEWSKI e cols., 1994) e
outras HMGs (XIAO e cols., 2000; STEMMER e cols.,2003).
Ao ser realizada uma busca de trabalhos relacionados a fosforilação de proteínas
HMGB1 verifica-se um volume pequeno de trabalhos mais detalhados. Isto chama a atenção
para a necessidade de se investigar mais criteriosamente as HMGBs e os efeitos regulatórios
da fosforilação em suas atividades como um regulador geral da transcrição e uma citocina
pró-inflamatória. Embora cada vez mais surjam trabalhos relacionando a fosforilão da
HMGB1 de mamíferos, e não mais apenas a acetilação da mesma, e o seu papel como citocina
pró-inflamatória, ainda não se sabe exatamente qual ou quais proteínas cinases estão
majoritariamente envolvidas neste processo.
Toda esta gama de possibilidades é alvo de interesse do nosso grupo, sendo nossa
pretensão dar continuidade aos trabalhos de modificações s traducionais da HMGB1, mais
especificamente em
S. mansoni, parasita modelo de nosso estudo.
Futuramente pretendemos complementar o trabalho com ensaios de transfecção de
células de mamíferos com o objetivo de verificar se a fosforilação da
SmHMGB1 pode estar
modulando outras atividades dentro da célula, como a distribuição núcleo-citoplasma, assim
como foi descrito para a fosforilação da HMGB1 de mamíferos (YOUN & SHIN, 2006).
Experimentos in vivo com o objetivo de demonstrar a presença da proteína nativa fosforilada
também estão incluídos em nossos planos. Além disso, a interação com outras proteínas
também pode estar sofrendo alguma influência mediante fosforilação nos resíduos descritos,
assim como a sua estabilidade frente a proteases, já descrita em trabalhos anteriores
(WISNIEWSKI e cols., 1999).
84
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGRESTI, A.; BIANCHI, M. E. (2003). HMG proteins and gene expression. Curr Opin
Genet Dev
13(2): 170-178.
AHN, N. G.; SEGER, R.; BRATLIEN, R. L.; DILTZ, C. D.; TONKS, N. K.; KREBS, E. G.
(1991).
Multiple components in an epidermal growth factor-stimulated protein kinase
cascade.
In vitro activation of a myelin basic protein/microtubule-associated protein 2
kinase
. J Biol Chem 266(7): 4220-4227.
AKOULITCHEV, S.; REINBERG, D. (1998).
The molecular mechanism of mitotic
inhibition of TFIIH is mediated by phosphorylaton of CDK7
. Genes Dev 12: 3541-3550.
ALAMIN-OUAHABI, N.; VEILLEUX, S.; MEISTRICH, M. L.; BOISSONNEAULT, G.
(1996).
The testis-specific high-mobility-group protein, a phosphorylation-dependent
DNA-packaging factor of elongating and condensing spermatids
. Mol Cell Biol 16(7):
3720-3729.
ALLENDE-VEGA, N.; DIAS, S.; MILNE, D.; MEEK, D. (2005
). Phosphorylation of the
acidic domain of Mdm2 by protein kinase CK2
. Mol Cell Biochem 274(1-2):85-90.
ALLENDE, J. E.; ALLENDE, C. C. (1995).
Protein kinase CK2: an enzyme with multiple
substrates and a puzzling regulation
. Faseb J 9(5): 313-323.
ANDERSON, N.; MALLER, J. L.; TONKS, N. K.; STURGILL, T. W. (1990).
Requirement
for integration of signals from two distinct phosphorylation pathways for activation of
MAP kinase
. Nature 343(6259): 651-653.
ANDERSSON, U.; WANG, H.; PALMBLAD, K.; AVEBERGER, A. C.; BLOOM, O.;
ERLANDSSON-HARRIS, H.; JANSON, A.; KOKKOLA, R.; ZHANG, M.; YANG, H.;
TRACEY, K. J. (2000).
HMG-1 stimulates proinflammatory cytokine synthesis in human
monocytes
. J Exp Med 192(4): 565–570.
ANDREWS P, THOMAS H, POHLKE R & SEUBERT J (1983).
Praziquantel. Med Res
Rev
3(2): 147-200.
BAHIA, D.; AVELAR, L.; MORTARA, R. A.; KHAYATH, N.; YAN, Y.; NOEL, C.;
CAPRON, M.; DISSOUS, C.; PIERCE, R. J.; OLIVEIRA, G. (2006).
SmPKC1, a new
protein kinase C identified in the platyhelminth parasite
Schistosoma mansoni. Biochem
Biophys Res Commun
345(3): 1138-1148.
85
BHATIA, A.; SANYAL, R.; PARAMCHUK, W.; GEDAMU, L. (1998).
Isolation,
characterization and disruption of the casein kinase II alpha subunit gene of
Leishmania
chagasi
. Mol Biochem Parasital 92(2): 195–206.
BIANCHI, M. E.; AGRESTI, A. (2005)
. HMG proteins: dynamic players in gene
regulation and differentiation
. Curr Opin Genet Dev 15(5): 496-506.
BIBBY, A. C.; LITCHFIELD, D. W. (2005).
The multiple personalities of the regulatory
subunit of protein kinase CK2: CK2 dependent and CK2 independent roles reveal a
secret identity for CK2beta
. Int J Biol Sci 1(2): 67-79.
BIRGER, Y.; ITO, Y.; WEST, K. L.; LANDSMAN, D.; BUSTIN, M. (2001).
HMGN4, a
newly discovered nucleosome-binding protein encoded by an intronless gene
. DNA Cell
Biol
20(5): 257–264.
BISHOP, J. S.; LARNER, J. (1969).
Presence in liver of a 3':5'-cyclic AMP stimulated
kinase for the I form of UDPG-glycogen glucosyltransferase
. Biochim Biophys Acta
171(2): 374-377.
BONALDI, T.; TALAMO, F.; SCAFFIDI, P.; FERRERA, D.; PORTO, A.; BACHI, A.;
RUBARTELLI, A.; AGRESTI, A.; BIANCHI, M. E. (2003).
Monocytic cells
hyperacetylate chromatin protein HMGB1 to redirect it towards secretion
. EMBO J.
22(20): 5551-5560.
BOTROS, S.; SAYED, H.; AMER, N.; EL GHANNAM, M.; BENNETT, J. L.; DAY, T. A.
(2005).
Current status of sensitivity to praziquantel in a focus of potential drug
resistance in Egypt.
Int J Parasital 35: 787-791.
BRADFORD, M. M. (1976)
. A rapid and sensitive method for the quantification of
micrograms quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding
. Anal
Biochem
72: 248-254.
BREGMAN, D. B.; BHATTACHARYYA, N.; RUBIN, C. S. (1989).
High affinity binding
protein for the regulatory subunit of cAMP-dependent protein kinase II-B. Cloning,
characterization, and expression of cDNAs for rat brain P150
. J Biol Chem 264(8): 4648-
4656.
BURNETT, G. ; KENNEDY, E. P. (1954).
The enzymatic phosphorylation of proteins. J
Biol Chem
211: 969–980.
86
BUSTIN, M. (1999).
Regulation of DNA-dependent activities by the functional motifs of
the high-mobility-group chromosomal proteins
. Mol Cell Biol 19(8): 5237-5246.
BUSTIN, M. (2001a). Chromatin unfolding and activation by HMGN chromosomal
proteins
. Trends Biochem Sci 26(7): 431-437.
BUSTIN, M. (2001b).
Revised nomenclature for high mobility group (HMG)
chromosomal proteins
. Trends Biochem Sci 26 (3): 152-153.
CALOGERO, S.; GRASSI, F.; AGUZZI, A.; VOIGTLANDER, T.; FERRIER, P.;
FERRARI, S; BIANCHI, M. E. (1999).
The lack of chromosomal protein Hmg1 does not
disrupt cell growth but causes lethal hypoglycaemia in newborn mice.
Nat Genet 22: 276-
280.
CATEZ, F.; BROWN, D. T.; MISTELI, T.; BUSTIN, M. (2002).
Competition between
histone H1 and HMGN proteins for chromatin binding sites
. EMBO Rep 3(8): 760-766.
CHEEVER, A. W.; HOFFMANN, K. F.; WYNN, T. A. (2000).
Immunopathology of
schistosomiasis mansoni in mice and man
. Immunol Today 21(9): 456-466.
CHITSULO, L.; ENGELS, D.; MONTRESOR, A.; SAVIOLI, L. (2000).
The global status
of schistosomiasis and its control
. Acta Tropica 77(1): 41-51.
CIOLI, D.; PICA-MATTOCCIA, I.; ARCHER, S. (1993).
Drug resistance in schistosomes.
Parasital Today 9: 162-166.
COHEN, P. (2002).
The origins of protein phosphorylation. Nat Cell Biol 4(5):E127-30.
COIN, F.; AURIOL, J.; TAPIAS, A.; CLIVIO, P.; VERMEULEN, W.; EGLY, J-M. (2004).
Phosphorylation of XPB helicase regulates TFIIH nucleotide excision repair activity.
EMBO J 23: 4835-4846.
DAILE, P.; CARNEGIE, P. R.; YOUNG, J. D. (1975).
Synthetic substrate for cyclic AMP-
dependent protein kinase.
Nature 257(5525): 416-418.
DAVID C. SELDIN, ESTHER LANDESMAN-BOLLAG, MARGANIT FARAGO,
NICOLAS CURRIER, DAVID LOU AND ISABEL DOMINGUEZ (2005).
CK2 as a
positive regulator of Wnt signalling and tumourigenesis.
Mol Cell Biochem 274: 63-67.
87
DEGRYSE, B.; BONALDI, T.; SCAFFIDI, P.; MULLER, S.; RESNATI, M.; SANVITO, F.;
ARRIGONI, G.; BIANCHI, M. E. (2001).
The high mobility group (HMG) boxes of the
nuclear protein HMG1 induce chemotaxis and cytoskeleton reorganization in rat
smooth muscle cells
. J Cell Biol 152(6): 1197-1206.
DE OLIVEIRA, F. M. B; DA SILVA, I. C. A; RUMJANEK, F. D.; DIAS-NETO, E.;
GUIMARÃES; P. E. M.; VERJOVSKI-ALMEIDA, S.; ŠTROS, M.; FANTAPPIÉ, M. R.
(2006).
Cloning the genes and DNA binding properties of High Mobility Group B1
(HMGB1) proteins from the human blood flukes
Schistosoma mansoni and Schistosoma
japonicum
. Gene 377: 33-45.
DITSWORTH, D.; ZONG, WX.; THOMPSON, C. B. (2007).
Activation of poly(ADP)-
ribose polymerase (PARP-1) induces release of the pro-inflammatory mediator HMGB1
from the nucleus
. J Biol Chem 282(24): 17845-17854.
DOHONEY, K. M.; GUILLERM, C.; WHITEFORD, C.; ELBI, C.; LAMBERT, P. F.;
HAGER, G. L.; BRADY, J. N. (2004).
Phosphorylation of p53 at serine 37 is important
for transcriptional activity and regulation in response to DNA damage
. Oncogene 23: 49-
57.
EINCK, L.; BUSTIN, M. (1985).
The intracellular distribution and function of the high
mobility group chromosomal proteins
. Exp Cell Res 156(2): 295-310.
FALLON, P. G.; DOENHOFF, M. J. (1994).
Drug-resistant schistosomiasis: resistance to
praziquantel and oxaminiquine induced in
Schistosoma mansoni in mice is drug specific.
Am J Trop Med Hyq 51: 83-88.
FAUST, M.; MONTENAR, M. (2000).
Subcellular localization of protein kinase CK2. A
key to its function?
Cell Tissue Res 301: 329-340.
FEDELE, M.; BATTISTA, S.; KENYON, L.; BALDASSARRE, G.; FIDANZA, V.; KLEIN-
SZANTO, A. J.; PARLOW, A. F.; VISONE, R.; PIERANTONI, G. M.; OUTWATER, E. e
cols. (2002).
Overexpression of the HMGA2 gene in transgenic mice leads to the onset of
pituitary adenomas
. Oncogene 21(20): 3190–3198.
FEDELE, M.; PENTIMALLI, F.; BALDASSARRE, G.; BATTISTA, S., KLEIN-SZANTO,
A. J.; KENYON, L.; VISONE, R.; DE MARTINO, I.; CIARMIELLO, A.; ARRA, C. E cols.
(2005).
Transgenic mice overexpressing the wild-type form of the HMGA1 gene develop
mixed growth hormone/prolactin cell pituitary adenomas and natural killer cell
lymphomas
. Oncogene 24(21): 3427–3435.
88
FISCHER, E. H.; KREBS, E. G. (1955).
Conversion of phosphorylase b to phosphorylase
a in muscle extracts
. J Biol Chem 216(1): 121-132.
FISCHER, E. H; GRAVES, D. J.; CRITTENDEN, E. R. S.; KREBS, E. G. (1959).
Structure
of the site phosphorylated in the phosphorylase b to a reaction
. J Biol Chem 234(7): 1698-
1704.
GOMEZ, N.; COHEN, P. (1991).
Dissection of the protein kinase cascade by which nerve
growth factor activates MAP kinases
. Nature 353(6340): 170-173.
GOODWIN, G. H.; SANDERS, C.; JOHNS, E. W. (1973).
A new group of chromatin
associated proteins with a high content of acidic and basic amino acids
. Eur J Biochem
38(1): 14-19.
GRYSEELS, B.; MBAYE, A.; DE VLASS S. J. e cols. (2001).
Are poor responses to
praziquantel for the treatment of
Schistosoma mansoni infections in Senegal due to
resistance? An overview of the evidence.
Trop Med Int Health 6: 864-873.
GRYSEELS, B.; POLMAN, K.; CLERINX, J.; KESTENS, L. (2006).
Human
schistosomiasis
. Lancet 368(9541): 1106-1118.
HAGAN, P.; APPLETON, C. C.; COLES, G. C.; KUSEL, J. R.; TCHUEM-TCHUENTÉ, L.
A.(2004).
Schistosomiasis control: keep taking the tablets. Trends Parasital 20(2): 92-97.
HANS, F.; DIMITROV, S. (2001).
Histone H3 phosphorylation and cell division.
Oncogene 20: 3021-3027.
HARDMAN, C. H.; BROADHURST, R. W.; RAINE, A. R.; GRASSER, K. D.; THOMAS,
J. O.; LAUE, E. D. (1995).
Structure of the A-domain of HMG1 and its interaction with
DNA as studied by heteronuclear three- and four-dimensional NMR spectroscopy.
Biochemistry 34(51): 16596-16607.
HOCK, R.; FURUSAWA, T.; UEDA, T.; BUSTIN, M. (2007).
HMG chromosomal
proteins in development and disease.
Trends Cell Biol 17(2): 72-79.
HUNTER, T.; SEFTON, B. M. (1980).
Transforming gene product of Rous sarcoma virus
phosphorylates tyrosine
. Proc Natl Acad Sci U S A 77(3): 1311-1315.
89
INGEBRITSEN, T. S.; COHEN, P. (1983).
The protein phosphatases involved in cellular
regulation. 1. Classification and substrate specificities
. Eur J Biochem 132(2): 255-261.
IIZUKA, M.; SMITH, M. M.(2003).
Functional consequences of histone modifications.
Curr Opin Genet Dev 13: 154-160.
ITO, I.; FUKAZAWA, J.; YOSHIDA, M. (2007).
Post-translational methylation of high
mobility group box 1 (HMGB1) causes its cytoplasmic localization in neutrophils
. J Biol
Chem
282(22): 16336-16344.
JANTSEN, H. M.; ADMON, A.; BELL, S. P.; TJIAN, R. (1990).
Nucleolar transcription
factor hUBF contains a DNA-binding motif with homology to HMG proteins.
Nature
344(269): 830-836.
JORGENSEN, C.; LINDING, R. (2008).
Directional and quantitative phosphorylation
networks.
Brief Funct Genomic Proteomic 7(1): 17-26.
JOURDANE, J.; THÉRON, A. (1987).
The biology of schistosomes. From gene to latrines.
Ed. By Rollinson D & Simpson AJG. Academic Press, cap. 3.
KISHIMOTO, A.; TAKAI, Y.; MORI, T.; KIKKAWA, U.; NISDHIZUKA, Y. (1980).
Activation of calcium and phospholipid-dependent protein kinase by diacylglycerol, its
possible relation to phosphatidylinositol turnover
. J Biol Chem 255(6): 2273-2276.
KREBS, E. G.; FISCHER, E. H. (1956).
The phosphorylase b to a converting enzyme of
rabbit skeletal muscle
. Biochim Biophys Acta 20(1): 150-157.
KROHN, N. M.; YANAGISAWA, S.; GRASSER, K. D. (2002
). Specificity of the
stimulatory interaction between chromosomal HMGB proteins and the transcription
factor Dof2 and its negative regulation by protein kinase CK2-mediated
phosphorylation
. J Biol Chem 277(36):32438-32444.
KUO, J. F.; GREENGARD, P. (1969).
Cyclic nucleotide-dependent protein kinases. IV.
Widespread occurrence of adenosine 3',5'-monophosphate-dependent protein kinase in
various tissues and phyla of the animal kingdom
. Proc Natl Acad Sci U S A 64(4): 1349-
1355.
LEE, K. B.; THOMAS, J. O. (2000).
The effect of the acidic tail on the DNA-binding
properties of the HMG1, two classes of proteins: insights from tail switching and tail
removal
. J Mol Biol 304(2): 135-149.
90
LEHNINGER, DAVID L. NELSON; MICHAEL, M. COX (2005).
Principles of
Biochemistry
. 4
a
edição, cap. 28, p. 1105.
LINN, T. C; PETTIT, F. H.; REED, L. (1969).
Alpha-keto acid dehydrogenase Complexes.
X. Regulation of the activity of the pyruvate dehydrogenase complex from beef kidney
mitochondria by phosphorylation and dephosphorylation
. Proc Natl Acad Sci U S A
62(1): 234-241.
LITCHFIELD, D. W.; LUSCHER, B. (1993).
Casein kinase II in signal transduction and
cell cycle regulation.
Mol Cell Biochem 127-128: 187-199.
LITCHFIELD, D. W. (2003).
Protein kinase CK2: structure, regulation and role in
cellular decisions of life and death
. Biochem J 369(1): 1-15.
LJUNGSTROM, O.; HJELMQVIST, G.; ENGSTROM, L. (1974).
Phosphorylation of
purified rat liver pyruvate kinase by cyclic 3’, 5’-AMP-stimulated protein kinase
.
Biochim Biophys Acta 358, 289-298.
LONG, J. J.; LERESCHE, A.; KRIWACKI, R. W.; GOTTESFELD, J. M. (1998).
Repression of TFIIH transcriptional activity and TFIIH-associated cdk7 kinase activity
at mitosis
. Mol Cell Biol 18: 1467-1476.
LOZEMAN, F. J.; LITCHFIELD, D. W.; PIENING, C.; TAKIO, K.; WALSH, K. A.;
KREBS, E. G. (1990).
Isolation and characterization of human cDNA clones encoding the
alpha and the alpha’ subunits of casein kinase II.
Biochemistry 29(36): 8436-8447.
MARIN, O.; MEGGIO, F.; PINNA, L. A. (1999).
Structural features underlying the
unusual mode of calmodulin phosphorylation by protein kinase CK2: a study with
synthetic calmodulin fragments.
Biochem Biophys Res Commun 256(2): 442-446.
MARTINEZ-HOYOS, J.; FEDELE, M.; BATTISTA, S.; PENTIMALLI, F.; KRUHOFFER,
M.; ARRA, C.; ORNTOFT, T. F.; CROCE, C. M.; FUSCO, A. (2004).
Identification of the
genes up- and down-regulated by the high mobility group A1 (HMGA1) proteins: tissue
specificity of the HMGA1-dependent gene regulation.
Cancer Res 64(16): 5728-5735.
MEGGIO, F.; PINNA, L. A. (2003).
One-thousand-and-one substrates of protein kinase
CK2?
FASEB J. 17(3): 349-368.
91
NOWAK, S. J.; CORCES, V. G. (2004).
Phosphorylation of histone H3: a balancing act
between chromosome condensation and transcriptional activation
. Trends Genet 20:214-
220.
OLE-MOIYOI, O. K.; SUGIMOTO, C.; CONRAD, P. A.; MACKLIN, M. D. (1992).
Cloning and characterization of the casein kinase II alpha subunit gene from the
lymphocyte-transforming intracellular protozoan parasite
Theileria parva. Biochemistry
31(27): 6193-6202.
OLSTEN, M-E. K.; WEBER, J. E.; LITCHFIELD, D. W. (2005).
CK2 Interacting proteins:
Emerging paradigms for CK2 regulation?
Mol Cell Biochem 274(1-2): 115-124.
PARK, J. S.; SVETKAUSKAITE, D.; HE, H.; KIM, J.; STRASSHEIM, D.; ISHIZAKA, A.;
ABRAHAM, E. (2004).
Involvement of TLR2 and TLR4 in cellular activation by high
mobility group box 1 protein (HMGB1)
. J Biol Chem 279(9): 7370–7377.
PASHEVA, E.; SAROV, M.; BIDJEKOV, K. (2004).
In Vitro Acetylation of HMGB-1 and
-2 Proteins by CBP: the Role of the Acidic Tail
. Biochemistry 43(10): 2935-2940.
PENG, ZY.; YU, XB.; WU, ZD.; XU, J.; WU, D.; LI, Z. (2004).
Cloning and expression in
Escherichia coli of a new gene of Schistosoma japonicum encoding casein kinase beta
subunit
. Chinese Medical J 117(9): 1321-1325.
PESSOA, S. B. & MARTINS, A. V. (1982).
Parasitalogia Médica. 11 ed. Rio de Janeiro,
Guanabara.
PETERSON, C. L.; COTE, J. (2004).
Cellular machineries for chromosomal DNA repair.
Genes Dev 18: 602-616.
PHAIR, R. D.; SCAFFIDI. P.; ELBI, C.; VECEROVA, J.; DEY, A.; OZATO, K.; BROWN,
D. T.; HAGER, G.; BUSTIN, M.; MISTELI, T. (2004).
Global nature of dynamic protein
chromatin interactions in vivo: three-dimensional genome scanning and dynamic
interaction networks of chromatin proteins
. Mol Cell Biol 24(14): 6393-6402.
RAMACHANDRAN, C.; YAU, P.; BRADBURY, E. M.; SHYAMALA, G. H.; YASUDA,
H.; WALSH, D. A. (1984).
Phosphorylation of high-moblility group proteins by calcium-
phospholipid-dependent protein kinase and the cyclic AMP-dependent protein kinase
. J
Biol Chem 259
: 13495-13503.
RAUVALA, H; ROUHIAINEN, A. (2007).
RAGE as a receptor of HMGB1
(Amphoterin): roles in health and disease
. Curr Mol Med 7(8): 725-734.
92
RAY, L. B.; STURGILL, T. W. (1987).
Rapid stimulation by insulin of a serine/threonine
kinase in 3T3-L1 adipocytes that phosphorylates microtubule-associated protein 2 in
vitro
. Proc Natl Acad Sci U S A 84(6): 1502-1506.
READ, C. M.; CARY, P. D.; CRANE-ROBINSON,C.; DRISCOLL, P. C.; NORMAN, D. G.
(1993).
Solution structure of a DNA-binding domain from HMG1. Nucleic Acid Res
21(15): 3427-3436.
REEVES, R.; EDBERG, D. D.; LI, Y. (2001).
Architectural transcription factor HMGI(Y)
promotes tumor progression and mesenchymal transitionof human epithelial cells
. Mol
Cell Biol
21(2): 575–594.
REY L (2002).
Bases da Parasitalogia Médica. 2ª Edição. Editora Guanabara Koogan.
Capítulo 17, pg 163.
ROLLINSON, D.; SOUTHGATE, V. R. (1987).
The biology of schistosomes. From gene to
latrines
. Ed. By Rollinson D & Simpson AJG., Academic Press, cap. 1.
ROSS, A. G. P.; BARTLEY, P. B.; SLEIGH, A. C.; OLDS, G. R.; LI, Y.; WILLIAMS, G.
M.; MCMANUS, D. P. (2002).
Current concepts: schistosomiasis. The New Eng J Med
346(16): 1212-1220.
SAKAMOTO, R.; OKANO, M.; TAKENA, H.; OHTSUKI, K. (2001).
Inhibitory effect of
Glycyrrhizin on the phosphorylation and DNA binding abilities of High Mobility Group
Proteins 1 and 2
in vitro. Biol. Pharm. Bull 24(8): 906-911.
SAMBROOK, J.; RUSSEL, D. W. (2001).
Molecular cloning-laboratory manual. Cold
Spring Harbor Laboratory Press, Cold Spring Harbor, New York, USA.
SAVIOLI, L.; ALBONICO, M.; ENGELS D.; MONTRESOR, A. (2004).
Progress in the
prevention and control of schistosomiasis and soil-transmitted helminthiasis.
Parasital
Int
53(2): 103-113.
SCAFFIDI, P.; MISTELI, T.; BIANCHI, M. E. (2002).
Release of chromatin protein
HMGB1 by necrotic cells triggers inflammation
. Nature 418(6894): 191–195.
93
SCHWARTZ, C.; BECK, K.; MINK, S.; SCHMOLKE, M.; BUDDE, B.; WENNING, D.;
KLEMPNAUER, K-H. (2003).
Recruitment of p300 by C/EBPβ triggers phosphorylation
of p300 and modulates coativator activity. EMBO J 22(4): 882-892.
SEUBERT, J.; POHLKE, R.; LOEBICH, F. (1977).
Synthesis and properties of
Praziquantel, a novel broad spectrum anthelmintic with excellent activity against
Schistosomes and Cestodes
. Experientia 33(8): 1036-1037.
SGARRA, R.; RUSTIGHI, A.; TESSARI, M. A.; DI BERNARDO, J.; ALTAMURA, S.;
FUSCO, A.; MANFIOLETTI, G.; GIANCOTTI, V (2004).
HMGA and their relationship
with chromatin structure and cancer
. FEBS Lett 574(1-3): 1-8.
SHEFLIN, L. G.; FUCILE, N. W.; SPAULDING, S. W. (1993).
The specific interactions of
HMG1 and HMG2 with negatively supercoiled DNA are modulated by their acidic C-
terminal domains and involve cysteine residues in their HMG1/2 boxes
. Biochemistry
31(13): 3238-3248.
SHI, X.; POTVIN, B.; HUANG, T.; HILGARD, P.; SPRAY, D. C; SUADICANI, S. O.;
WOLKOFF, A. W.; STANLEY, P.; STOCKERT, R. J.(2001).
A novel casein kinase 2
alpha-subunit regulates membrane protein traffic in the human hepatoma cell line
HuH-7
. J Biol Chem 276(3): 2075-82.
SHOJI, S.; PARMELEE, D. C.; WADE, R. D.; KUMAR, S.; ERICSSON, L. H.; WALSH, K.
A.; NEURATH, H.; LONG, G. L.; DEMAILLE, J. G.; FISCHER, E. H.; TITANI, K. (1981).
Complete amino acid sequence of the catalytic subunit of bovine cardiac muscle cyclic
AMP-dependent protein kinase
. Proc Natl Acad Sci U S A 78(2): 848-851.
SODERLING, T. R.; HICKENBOTTOM, J. P.; REIMANN, E. M.; HUNKELER, F. L.;
WALSH, D. A.; KREBS, E. G. (1970).
Inactivation of glycogen synthetase and activation
of phosphorylase kinase by muscle adenosine 3',5'-monophosphate-dependent protein
kinases
. J Biol Chem 245(23): 6317-6328.
STAMM, S. (2002).
Signals and their transduction pathways regulating alternative
splicing: a new dimension of the human genome
. Hum Mol Genet 11: 2409–2416.
STEMMER, C.; SCHWANDER, A.; BAUW, G.; FOJAN, P.; GRASSER, K. D. (2002).
Protein Kinase CK2 Differentially Phosphorylates Maize Chromosomal High Mobility
Group B (HMGB) Proteins Modulating Their Stability and DNA Interactions
. J Biol
Chem
277(2): 1092-1098.
94
STEMMER, C.; LEEMING, D. J.; FRANSSEN, L.; GRIMM, R.; GRASSER, K.D. (2003).
Phosphorylation of Maize and Arabidopsis HMGB Proteins by Protein Kinase CK2α.
Biochemistry 42: 3503-3508.
STERN, D.; YAN, S. D.; YAN, S. F.; SCHMIDT, A.M. (2002).
Receptor for advanced
glycation endproducts: a multiligand receptor magnifying cell stress in diverse
pathologic settings
. Adv Drug Deliv Rev 54(12): 1615–1625.
STRALFORS, P.; HIRAGA, A.; COHEN, P. (1985).
The protein phosphatases involved in
cellular regulation. Purification and characterisation of the glycogen-bound form of
protein phosphatase-1 from rabbit skeletal muscle
. Eur J Biochem 149(2): 295-303.
STROS, M.; STOKROVA, J.; THOMAS, J. O. (1994).
DNA looping by the HMG-box
domains of HMG1 and modulation of DNA binding by the acidic C-terminal domain
.
Nucleic Acids Res 22(6): 1044-1051.
STROS, M. (1998).
DNA bending by the chromosomal protein HMG1 and its high
mobility group box domains. Effect of flanking sequences
. J Biol Chem 273(17): 10355-
10361.
STROS, M.; MUSELÍKOVÁ, E. (2000).
A role of basic residues and the putative
intercalating phenylalanine of the HMG-1 box B in DNA supercoiling and binding to
four-way DNA junctions
. J Biol Chem 275(46):35699-35707.
STROS, M. (2001).
Two mutations of basic residues within the N-terminus of HMG-1 B
domain with different effects on DNA supercoiling and binding to bent DNA
.
Biochemistry 40(15): 4769-4779.
SUTHERLAND, E. W.; WOSILAIT, W. D. (1955).
Inactivation and activation of liver
phosphorylase
. Nature 175(4447): 169-170.
TAKAHA, N.; RESAR, L. M.; VINDIVICH, D.; ; COFFEY, D.S. (2004).
High mobility
group protein HMGI(Y) enhances tumor cell growth, invasion, and matrix
metalloproteinase-2 expression in prostate cancer cells
. Prostate 60(2): 160–167.
THOMAS, J. O.; TRAVERS, A. A. (2001).
HMG1 and 2, and related architectural DNA-
binding proteins.
Trends Biochem Sci 26(3): 167-174.
THOMSEN, M. S.; FRANSSEN, L.; LAUNHOLT, D.; FOJAN, P.; GRASSER, K.D. (2004).
Interactions of the basic N-terminal and the acidic C-terminal domains of the maize
chromosomal HMGB1 protein.
Biochemistry 43(25): 8029-8037.
95
TONKS, N. K.; DILTZ, C. D.; FISCHER, E. H. (1988).
Purification of the major protein-
tyrosine-phosphatases of human placenta
. J Biol Chem 15;263(14): 6722-30.
USHIRO, H.; COHEN, S. (1980).
Identification of phosphotyrosine as a product of
epidermal growth factor-activated protein kinase in A-431 cell membranes
. J Biol Chem
255(18): 8363-8365.
VAN HOLDE, K. E. (1989) in Chromatin, Springer Heidelberg.
VERJOVSKI-ALMEIDA, S.; DEMARCO, R.; MARTINS, E. A.; GUIMARÃES, P. E.;
OJOPI, E. P.; PAQUOLA, A. C.; PIAZZA, J. P.; NISHIYAMA, M. Y. JR; KITAJIMA, J. P.;
ADAMSON, R. E.; ASHTON, P. D.; BONALDO, M. F.; COULSON, P. S.; DILLON, G. P.;
FARIAS, L. P.; GREGORIO, S. P.; HO, P. L.; LEITE, R. A.; MALAQUIAS, L. C.;
MARQUES, R. C.; MIYASATO, P. A.; NASCIMENTO, A. L.; OHLWEILER, F. P.; REIS,
E. M; RIBEIRO, M. A.; SÁ, R. G.; STUKART, G. C.; SOARES, M. B.; GARGIONI, C.;
KAWANO, T.; RODRIGUES, V.; MADEIRA, A. M.; WILSON, R. A.; MENCK, C. F.;
SETUBAL, J. C.; LEITE, L. C.; DIAS-NETO, E. (2003).
Transcriptome analysis of the
acoelomate human parasite
Schistosoma mansoni. Nat Genet 35(2): 148-157.
WALSH, D. A.; PERKINS, J. P.; KREBS, E. G. (1968).
An adenosine 3',5'-
monophosphate-dependant protein kinase from rabbit skeletal muscle
. J Biol Chem
243(13): 3763-3765.
WANG, H.; BLOOM, O.; ZHANG, M.; VISHNUBHAKAT, J. M.; OMBRELLINO, M.;
CHE, J.; FRAZIER, A.; YANG, H.; IVANOVA, S.; BOROVIKOVA, L.; MANOGUE, K.
R.; FAIST, E.; ABRAHAM, E.; ANDERSSON, J.; ANDERSSON, U.; MOLINA, P. E.;
ABUMRAD, N. N.; SAMA, A.; TRACEY, K. J. (1999).
HMG-1 as a late mediator of
endotoxin lethality in mice
. Science 285(5425): 248-251.
WEIR, H. M.; KRAULIS, P. J.; HILL, C. S.; RAINE, A. R.; LAUE, E. D.; THOMAS, J. O.
(1993).
Structure of the HMG box motif in the B-domain of HMG-1. EMBO J 12(4):
1311-1319.
WEST, K.L.; ITO, Y.; BIRGER, Y.; POSTNIKOV, Y.; SHIRAKAWA, H.; BUSTIN, M.
(2001).
HMGN3a and HMGN3b, two protein isoforms with a tissue-specific expression
pattern, expand the cellular repertoire of nucleosome-binding proteins
. J Biol Chem
276(28): 25959–25969.
WEST, K. L.; CASTELLINI, M. A.; DUNCAN, M. K.; BUSTIN, M. (2004).
Chromosomal
proteins HMGN3a and HMGN3b regulate the expression of glycine transporter 1
. Mol
Cell Biol
24(9): 3747-3756.
96
WHO Technical Report Series 912:
prevention and control of schistosomiasis and soil
transmitted helminthiasis
(2002). WHO, Geneva.
WILKS, A. F.; HARPUR, A. G.; KURBAN, R. R.; RALPH, S. J.; ZURKER, G.;
ZIEMIECKI, A. (1991).
Two novel protein-tyrosine kinases, each with a second
phosphotransferase-related catalytic domain, define a new class of protein kinase.
Mol
Cell Biol
11(4): 2057-2065.
WILSON, R. A. (1987).
The biology of schistosomes. From gene to latrines. Ed. By
Rollinson D & Simpson AJG.,
Academic Press, cap. 4.
WISNIEWSKI, J. R. ; SCHULZE, E.; SAPELTO, B. (1994).
DNA binding and nuclear
translocation of insect high-mobility-group- protein-1 (HMG1) proteins are inhibited by
phosphorylation
. Eur J Biochem 225(2): 687-693.
WISNIEWSKI, J. R.; SZEWEZUK, Z.; PETRY, I.; SCHWANBECK, R; RENNER, U.
(1999).
Constitutive phosphorylation of the acidic tails of the high mobility group 1
proteins by casein kinase II alters their conformation, stability, and DNA binding
specificity
. J Bio. Chem 274(29): 20116-20122.
XIAO, D. M.; PAK, J. H.; WANG, X.; SATO, T.; HUANG. F. L.; CHEN, H. C.; HUANG,
K. P.(2000).
Phosphorylation of HMG-I by protein kinase C attenuates its binding
affinity to the promoter regions of protein kinase C gamma and neurogranin/RC3 genes
.
J Neurochem 74(1): 392-399.
YAMAMOTO, A.; ANDO, Y.; YOSHIOKA, K.; SAITO, K.; TANABE, T.; SHIRAKAWA,
H.; YOSHIDA, M. (1997).
Difference in affinity for DNA between HMG proteins 1 and 2
determined by surface plasmon resonance measurements
. J Biochem 122(3): 586-594.
YANG, H. e TRACEY, K. J.
(2005). High mobility group box 1 (HMGB1). Crit Care Med.
33(12 Suppl): S472-S474.
YIE, J.; MERIKA, M.; MUNSHI, N.; CHEN, G.; THANOS, D. (1999).
The role of HMG
I(Y) in the assembly and function of the IFN-beta enhanceosome
. EMBO J 18(11): 3074-
3089.
YOSHIDA, T.; TSUBOI, A.; ISHIGURO, KI.; NAGAWA, F.; SAKANO, H. (2000).
The
DNA-bending protein, HMG1, is required for correct cleavage of 23 bp recombination
signal sequences by recombination activating gene proteins
in vitro. Int Immunol 12(5):
721-729.
97
YOSHIOKA, K.; SAITO, K.; TANABE, T.; YAMAMOTO, A.; ANDO, Y.; NAKAMURA,
Y.; SHIRAKAWA, H.; YOSHIDA, M. (1999).
Differences in DNA recognition and
conformation change activity between boxes A and B in HMG2 protein
. Biochemistry 38:
589-595.
YOUN, J. H.; SHIN, J. S. (2006).
Nucleocytoplasmic shuttling of HMGB1 is Regulated by
phosphorylation that redirects it toward secretion
. J Immunol 177 (11): 7889-7897.
YU, M.; LI, J. H.; YANG, L. H.; OBAR, R.; NEWMAN, W.; MASON, J.; GOLENBOCK,
D. T.; LATZ, E.; WANG, H.; CZURA, C. J.; FENTON, M. J., TRACEY, K. J.; YANG, H.
(2006).
HMGB1 signals through toll-like receptor (TLR) 4 and TLR2. Shock 26(2):174-
179.
ZHANG, Q.; WANG, Y. (2007).
Homeodomain-interacting protein kinase-2 (HIPK2)
phosphorylates HMGA1a at Ser-35, Thr-52, and Thr-77 and modulates its DNA binding
affinity
. J. Proteome Res 6 (12): 4711–4719.
ZHANG, Q.; ZHANG, K.; ZOU, Y.; PERNA, A.; WANG, Y. (2007).
A quantitative study
on the
in vitro and in vivo acetylation of high mobility group A1 proteins. J Am Soc Mass
Spectrom
18(9): 1569-1578.
ZHANG, Q.; WANG, Y. (2008).
High mobility group proteins and their post-
translational modifications
. Biochim Biophys Acta 1784(9): 1159-1166.
ZIMMERMANN, K.; VÖLKEL, D.; PABLE, S.; LINDNER, T.; KRAMBERGER, F.;
BAHRAMI, S.; SCHEIFLINGER, F. (2004).
Native versus recombinant High-Mobility
Group B1 proteins: functional activity i
n vitro. Inflammation 28(4); 221-229.
ZURITA, M.; MERINO, C. (2003).
The transcriptional complexity of the TFIIH complex.
Trends Genet 19:578-584.
98
ANEXO – TRABALHO RELACIONADO À TESE PUBLICADO EM PERIÓDICO DE
CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
DE OLIVEIRA, F. M. B.; DA SILVA, I. C. A.; RUMJANEK, F. D.; DIAS-NETO, E.;
GUIMARÃES; P. E. M.; VERJOVSKI-ALMEIDA, S.; ŠTROS, M.; FANTAPPIÉ, M. R.
Cloning the genes and DNA binding properties of High Mobility Group B1 (HMGB1)
proteins from the human blood flukes
Schistosoma mansoni and Schistosoma japonicum.
Gene, v. 377, p. 33-45, Mar. 3, 2006.
Cloning the genes and DNA binding properties of High Mobility Group B1
(HMGB1) proteins from the human blood flukes Schistosoma mansoni
and Schistosoma japonicum
Francisco Meirelles Bastos de Oliveira
a
, Isabel Caetano de Abreu da Silva
a
,
Franklin David Rumjanek
a
, Emmanuel Dias-Neto
b
, Pedro Edson Moreira Guimarães
b
,
Sergio Verjovski-Almeida
c
, Michal Štros
d,
, Marcelo Rosado Fantappié
a,
a
Instituto de Bioquímica Médica, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, 21941-590, Brazil
b
Instituto de Psiquiatria, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 05403-010, São Paulo, Brazil
c
Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, 05508-900 São Paulo, SP, Brazil
d
Laboratory of Analysis of Chromosomal Proteins, Academy of Sciences of the Czech Republic, Institute of Biophysics,
Královopolská 135, 61265 Brno, Czech Republic
Received 19 September 2005; received in revised form 2 March 2006; accepted 3 March 2006
Availble online 27 April 2006
Received by F. Salvatore
Abstract
The parasitic helminth Schistosoma mansoni contains three HMGB proteins, HMGB1, HMGB2 and HMGB3, of primary amino acid
sequences highly similar to vertebrate proteins. In this report we describe the characterization of the HMGB1 proteins and their genes from S.
mansoni and Schistosoma japonicum. The deduced amino acid sequences of HMGB1 proteins from both schistosome species are identical, and
comprise 176 residues. The proteins contain the two evolutionarily highly conserved HMG-box domains, A and B, exhibiting 60% similarity to
mammalian HMGB1. Unlike the human HMGB1 which contains an unbroken run of 30 glutamic or aspartic residues, the SmHMGB1 or
SjHMGB1 proteins possess unusually short acidic C-terminal tails (5 acidic residues interrupted by 2 serines). Southern hybridization and DNA
sequencing revealed a single copy HMGB1 gene, composed of 3 exons and two introns, in S. mansoni. The exon/intron boundaries are identical to
those of the human HMGB1 gene, with the exception that the second exon of the SmHMGB1 gene which is not split into two exons as in the
human HMGB1 gene. RNA blot analysis revealed that the SmHMGB1 gene is constitutively expressed in similar levels both in male and female
worms. The single-sized mRNA for SmHMGB1 is consistent with the size derived from the cDNA. Although DNA binding properties of
SmHMGB1 (or SjHMGB1) protein seem to be similar to those previously reported with human HMGB1, i.e., preferential binding to supercoiled
DNA over linear DNA, specific recognition of DNA four-way junctions, DNA-induced supercoiling in the presence of topoisomerase I, and DNA
bending, we have observed two important differences relative to those observed with the human HMGB1: (i) the inability of the isolated
SmHMGB1 domain A to bend DNA (as revealed by T4 ligase-mediated circularization assay), and (ii) higher DNA supercoiling and bending
potential of the SmHMGB1 protein as compared to its human counterpart. The latter finding may indicate that the long acidic C-tail of human
HMGB1 has much stronger repressive role on DNA bending or DNA supercoiling by topoisomerase I at physiological ionic strength than the
short C-tail of the SmHMGB1 protein. Considering the important role of HMGB1 in DNA replication, transcription, recombination, and in
Gene 377 (2006) 33 45
www.elsevier.com/locate/gene
Abbreviations: SmHMGB1, S. mansoni high mobility group B1; SjHMGB1, S. japonicum high mobility group B1, EST, expressed sequence tag; SmGAPDH, S.
mansoni glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase; PMSF, phenylmethylsulphonylfluoride; GST, glutathione S-transferase; RT-PCR, reverse transcriptase
polymerase chain reaction; DTT, dithiothreitol.
Corresponding authors. Fantappié is to be contacted at Instituto de Bioquímica Médica, CCS, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ilha do Fundão, Rio de
Janeiro, 21941-590, Brazil. Tel.: +55 21 2562 6759; fax: +55 21 2270 8647. Štros, Institute of Biophysics, Academy of Sciences of the Czech Republic,
Královopolská, 135, 61265 Brno, Czech Republic. Tel.: +420 5 41517183; fax: +420 5 41211293.
E-mail addresses: [email protected] (M. Š tros), [email protected] (M.R. Fantappié).
0378-1119/$ - see front matter © 2006 Elsevier B.V. All rights reserved.
doi:10.1016/j.gene.2006.03.001
particularly, the mediation of inflammation responses in mammalian cells, further studies on schistosome HMGB proteins may provide valuable
information related to schistosomiasis, where inflammation plays a critical role in this disease.
© 2006 Elsevier B.V. All rights reserved.
Keywords: S. japonicum HMGB1 protein; S. mansoni HMGB1 protein; DNA binding; DNA bending; DNA supercoiling; Genomic structure
1. Introduction
Schistosoma mansoni and Schistosoma japonicum are the
causative agents of schistosomiasis in Brazil and Africa, and in
Asia, respectively. There is a continued transmission of
schistosomiasis in these countries despite effective control
programs that focus on the application of the drug praziquantel
(PZQ). Although there is not yet clear-cut evidence for the
existence of PZQ-resistant schistoso me strains , decreas ed
susceptibility to the drug has been observed in several countries
(McManus and Bartley, 2004). In addition, efforts on vaccine
development against either S. mansoni or S . japonicum have
proved to be frustrating until now (McManus et al., 2004). In
this regard, the knowledge of the molecular biology of S.
mansoni and S. japonicum, by manipulating gene expression
and understanding gene function, should point to alternative
strategies for the control of schistosomiasis.
Studies conducted with many eukaryotic organisms have
shown that regulation of DNA metabolism such as transcrip-
tion, replication, recombination and DNA repair involves the
interplay of a number of nuclear proteins interacting with DNA
and/or other proteins.
The high mobility group (HMG) B1 protein is a highly
abundant protein in the nuclei of mammalian cells. It is estimated
that there is about one molecule per 1020 nucleosomes (Thomas
and Travers, 2001). The protein contains two copies of
homologous DNA binding motifs known as the HMG-boxes, A
and B, which are found in a large number of proteins collectively
referred to as the HMG-box family of proteins (Thomas and
Travers, 2001). The HMG-box family includes many transcrip-
tion factors and factors involved in the control of development or
differentiation (Agresti and Bianchi, 2003). HMGB1 can facili-
tate the assembly of complexes involved in recombination and
transcription, as well as nucleosome remodeling (Bustin, 1999;
Bonaldi et al., 2002; Travers, 2003). HMGB1 were shown to
interact with a number of biologically important proteins, in-
cluding transcription factors and the B-form DNA, albeit with low
affinity. Interestingly, HMGB1 exhibits a remarkably high affinity
for distorted DNA conformations such as supercoiled DNA, four-
way DNA junction, DNA minicircles, cisplatin-modified DNA
and DNA bulges (reviewed by Travers, 2000; Thomas and
Travers, 2001; Grasser, 2003), but it can also actively distort DNA
by bending or looping and changing of DNA-topology (Paull et
al., 1993; Pil et al., 1993; Štros et al., 1994; Teo et al., 1995; Štros,
1998; Sheflin and Spaulding, 1989; Murphy et al., 1999). In
addition to the intracellular role of HMGB1 in association with
chromatin structure, the protein seems to have an important ex-
tracellular role as a mediator of inflammatory mechanisms (Wang
et al., 1999; Taguchi et al., 2000; Lotze and Tracey, 2005). In this
context the participation of schistosome HMGB1 during infection
might also provide valuable information related to the disease,
where inflammation plays a critical role in the pathology of
schistosomiasis and in particular to granuloma. While this paper
was submitted, a report has appeared (Gnanasekar et al., 2006)
describing cloning of the SmHMGB1 gene and characterization of
SmHMGB1 protein with emphasis on its putative role in granu-
loma mediated inflammation.
Although HMGB1 from several organisms (including plants,
yeast, protozoans, invertebrates, and vertebrates; see (Baxevanis
and Landsman, 1995) for classification and comparison of 121
primary amino acid sequenc es) have been identified, only few of
them have been characterized (reviewed by Grasser, 2003).
Preliminary studies have determined the occurrence of HMGB1
proteins in schistosomes (Rabelo et al., 1992; Fantappié and
Rumjanek, 1994), but data corres ponding to cDNA and genes
have been lacking so far. Here we describe the cloning, genomic
structure and DNA binding properties of HMGB1 proteins in the
parasitic helminths S. mansoni and S. japonicum, and discuss the
putative biological roles of these proteins.
2. Materials and methods
2.1. Cloning of SmHMGB1 and SjHMGB1 cDNAs and genes
The available genomic sequences of S. mansoni and S.
japonicum
and that of putative HMG sequences (SmAE number
701186.1 for S. mansoni putative HMGB and GenBank accession
no. AY914896 for S. japonicum putative HMGB) allowed us to
isolate both genes and cDNAs. Total cDNA from S. japonicum
was kindly provided by Dr. Karl Hoffmann (University of
Cambridge) and the genomic DNA from S. japonicum was a
generous gift of Dr. Matty Knight (Biomedical Research Institute,
Maryland). In order to isolate the entire coding region of
SmHMGB1, the
32
P-labeled EST clone was used as a probe to
screen the S. mansoni adult worm cDNA library (DeMarco et al.,
2005; Verjovski-Almeida et al., 2003).The bacteriophage harbor-
ing the full-length SmHMGB1 was excised with helper
phage ExAssist (Stratagene) into recombinant phagemid
pSmHMGB1-BlueScript®-SK (Stratagene).
2.2. Plasmids
The S. mansoni cDNAs encoding recombinant SmHMGB1
full-length (aa residues 1176), SmHMGB1 box A (aa residues
183), SmHMGB1 box B (residues 84169) and SmHMGB1
lacking the acidic tail (residues 1169) were amplified by RT-
PCR using sense primer F1 (5-GGATCC
ATGGCTGAAGA-
CAAGGGTAAG-3)(BamHI restriction site is in bold and
initiation codon is underlined) and anti-sense primers F2 (5-
AAGCTT
CTAATCGTCAGACTCTGAAATC-3)forthe
34 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
SmHMGB1 full-length, A1 (5-AAGCTTCTATTCGTCGG-
CAGGGGGTTC-3) for the SmHMGB1 box A and C1 (5-
AAGCTT
CTATGTCTTGGGCTTTTTGCC-3)forthe
SmHMGB1 lacking the acidic tail (HindIII restriction site is in
bold, and the termination codon is underlined). The SmHMGB1
Box B was amplifi ed by using sense primer B1 (5-
GGATCCGGCCGCAGCAAGAAAAGGAAA-3 ) and anti-
sense primer C1 (BamHI restriction site is in bold). The S.
japonicum cDNAs corresponding to the SjHMGB1 full-length
(residues 1176), SjHMGB1 box A (aa residues 183),
SjHMGB1 box B (aa residues 84169) and SjHMGB1 lacking
the acidic tail (residues 1169) were amplified by RT-PCR using
sense primer F3 (5-GGATCC
ATGGCTGAAGAGAAAGG-
TAAG-3)(BamHI restriction site is in bold and initiation
codon is underlined) and anti-sense primers F4 (5-AAGCTT
C-
TAATCGTCGGATTCTGAGTC-3) for the SjHMGB1 full-
length, A2 (5 -AAGCTT
CTATTCATCTGCAGGCTC-3)
for the SjHMGB1 boxAandC2(5 -AAGCTT-
CTATGTCTTGGGCTTTTTGCC-3) for the SjHMGB1 lacking
the acidic tail (HindIII restriction site is in bold, and the ter-
mination codon is underlined). The SjHMGB1 Box B was
amplified by using sense primer B2 (5-GGATCCGGCCG-
CAGCAAGAAAAG GAAA-3 ) and anti-sense primer C2
(BamHI restriction site is in bold). RT-PCR was performed on
S. mansoni and S. japonicum adult worm cDNAs, sub-cloned
into pCR2.1 TOPO plasmid (Invitrogen), and dideoxy-se-
quenced on both strands (Macrogen Inc., Korea). In order to
generate recombinant his-tag proteins, plasmids were digested
with the appropriate enzymes (Promega) and cloned into the
pQE-80L expression vector (Qiagen), according to the manu-
facturer's instructions.
2.3. Southern hybridization s
DNA from S. mansoni was digested with several restriction
enzymes (described in Fig. 2D) to completion, and resolved on
a 0.8% agarose gels in 0.5× TBE buffer. DNA was denaturated
by soaking the gel in the denatu ration buffer containing 0.4 M
NaOH and 1 M NaCl for 30 min, transferred to a Nylon
membrane (Hybond-N+, Amersham Biosciences) by capillary
action, and hybridized with
32
P-labeled probe derived from the
SmHMGB1 cDNA. The membrane was washed twice in
SSC/0.1 SDS at room temperature for 15 min, followed by a
final wash in 0.1× SSC/0.1 SDS at 68 °C for 30 min (high
stringency). The DNA was visualized in a Storm 860
PhosphorImager (Molecular Dynamics). DNA marker con-
sisted of
32
P-labeled λ DNA digested with HindIII.
2.4. Northern blot analysis of SmHMGB1 transcripts
Total RNAs from sexually immature male, sexually immature
female, adult mature male and adult mature female worms were
extracted using the TRIzol® Reagent (Invitrogen). The
SmHMGB1 531 bp cDNA was used as a probe for the Northern
blots, essentially as previously described (Fantappié et al., 1999).
The SmGAPDH 795 bp fragment was used as a constitutive
control and was obtained by RT-PCR using gene-specific primers
5-GGCTTGTGCCATCAGCGAAGTC-3 (GAPDH_
Frw
) and
5-TGGTTGTTGGGACGCGGAAAG-3 (GAPDH1_
Rev
).
2.5. Expression and purification of recombinant proteins
HMGB1 proteins and domains used throughout the paper
were expressed as fusion prote ins with (His)
6
-tag at their N-
termini. BL21(DE3) cells (Novagen) harboring the pQE-80L
constructs (Qiagen) encoding SmHMGB1, SjHMGB1, or rat
(human) HMGB1 were grown in the presence of ampicillin
(100 μg/ml) to OD
600
values of 0.6 at 37 °C. Cell cultures were
then cooled to 25 °C, then isopropyl-1-thio-β-
D-galactopyrano-
side (IPTG) was added to final 1 mM, and the cells were grown
for 5 h. After centrifugation at 7700 ×g for 20 min, the cell pellets
were re-suspended in ice-cold lysis buffer (50 mM NaH
2
PO
4
,
pH 8.0, 300 mM NaCl, 10 mM imidazole and 1 mM PMSF),
briefly sonicated and centrifuged at 20.000 ×g for 30 min. The
supernatants were then filtered through 0.45 μm filters, and
loaded onto Ni
2+
agarose columns (Pro-Bond, Invitrogen).
Unbound proteins were eluted with lysis buffer containing
20 mM imidazol, and His-tagged HMGB1 proteins or peptides
were eluted in the same buffer but containing 250 mM
imidazole. The isolated proteins or peptides were finally
dialysed against buffer D (10 mM TrisHCl, pH 7.6, 50 mM
KCl, 0.1 mM EDTA and 0.5 mM dithiothreitol), and the
concentration of proteins was determined by the Bio-Rad
Protein Assay (Bio-Rad). The purity and amounts of the
HMGB1 proteins were also checked by resolution of the
samples on 15% SDS-PAGE, followed by Coomassie Blue R-
250 staining. Some of the DNA binding experiments were
carried out with both His-tagged SmHMGB1 and Sm HMGB1
fused with GST (cloning and protein expression were as in Štros,
1998) with similar results, indicating that the GST moiety had
very little, if any, effect on the DNA binding properties of the
SmHMGB1 protein. The full-length rat HMGB1 (aa residues 1
215), HMGB1-ΔC (aa residues 1162), domain A (aa residues
188) and domain B (aa residues 85180) were expressed with
(His)
6
-tag at their N-termini as previously described (Štros et al.,
2004). As the primary amino acid sequences of rat and human
HMGB1 are absolutely identical, and as the genomic structure of
schistosome HMGB1 gene was compared with the human
counterpart (notice that genomic structure of the rat HMGB1
gene is so far not available), all figures showing DNA binding
experiments with recombinant rat HMGB1 are indicated in the
paper as human HMGB1 for better clarity.
2.6. Gel retardation assay with supercoiled DNA
Gel retardation experiments were carried out as using an
equimolar mixture of highly-purified negatively superc oiled
plasmid pTZ19R and the HindIII-linearized pl asmid, as
previously described (Štros and Reich, 1998). Briefly, 0.5 μg
of plasmid DNAs was mixed with increasing amounts of
SmHMGB1 in buffer A (0.14 M NaCl, 20 mM Tris/HCl, pH 7.5,
0.2 mM EDTA, 5 mM DTT) in a final volume of 20 μ l and pre-
incubated on ice for 30 min. The DNAprotein complexes were
resolved by electrophoresis on 1% agarose gels in 0.5× TBE
35F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
buffer at 3 V/cm for 1518 h at 4 °C. The gels were stained with
0.5 μg/ml ethidium bromide, distained in water and photo-
graphed through a red filter in an UV-transilluminator (254 nm)
using 100 T-MAX black and white negative film (Kodak).
2.7. DNA supercoiling assay
DNA supercoiling assays were carried out as previously
described (Štros and Muselíková, 2000). Briefly, CsCl-purified
negatively supercoiled plasmid pTZ19R was relaxed at a DNA
concentration 170 μg/ml in Topo I relaxation buffer (50 mM
NaCl, 50 mM TrisHCl, pH 7.5, 1 mM EDTA, 20% glycerol
and 1 mM dithiothreitol) with wheat germ topoisomerase I
(2 units/μg DNA; Promega) at 37 °C for 90 min. The relaxed
DNA (0.5 μg DNA) was then diluted to final 40 or 140 mM
NaCl, then the same amount of the topoisomerase I was added,
followed by the addition of recombinant HMGB1 proteins or
peptides (as indicated in the Legends to Figures). The 20 μl
reactions were allowed to proceed at 37 °C for 60 min after
which they were terminated by addition of SDS and NaCl to
final 1% and 1 M, respectively. DNA was deproteinized by
chloroform/isoamyl alcohol (24:1) extraction in the presence of
0.02% linear acrylamide instead of carrier DN A. Deproteinized
DNA was then precipitated with 2.5 volume of ethanol, washed
with 70% ethanol, air-dried and finally dissolved in 0.1× TE
buffer. Distribution of DNA topoisomers was analyzed by
electrophoresis in 1% agarose gels in TBE buffer at 3 V/cm
for 17 h. The gels were stained with 0.5 μg/ml ethidium
bromide, distained in water and photographed through a red
filter in an UV-transilluminator (254 nm) using 100 T-MAX
black and white negative film (Kodak).
2.8. Determination of sign of DNA supercoiling
To determine the sign of DNA supercoiling, the gels were
soaked after the first dimension electrophoresis (see Analysis of
DNA supercoiling) in chloroquine (2.5 μg/ml) for 1 h, turned
horizontally by 90° and resolved in the second dimension in
0.5× TBE buffer containing chloroquine at 5 V/cm for 10 h as
previously described (Štros and Muselíková, 2000). DNA was
then visualized by staining with 0.5 μg/ml ethidium bromide,
and the destained gels were photographed through a red filter in
an UV-transilluminator (254 nm) using 100 T-MAX black and
white negative film (Kodak).
2.9. T4 DNA ligase-mediated circularization assay
The circularization assay used was based on previous pro-
tocols (Štros, 1998, 2001; Štros et al., 2004). Briefly, the
32
P-
labeled 123-bp or 66-bp DNA fragments ( 1 nM) with
cohesive ends were pre-incubated on ice for 20 min with ap-
propriate amounts of recombinant proteins (typically 0.02
5 μM) in T4 DNA ligase buffer (30 mM TrisHCl, pH 7.8,
10 mM MgCl
2
, 10 mM dithiothreitol, and 0.5 mM ATP;
Promega) in a final volume of 20 μl. The DNA was then ligated
with T4 DNA ligase (0.05 unit/reaction; Promega) at 30 °C for
20 min, and the ligation reactions were terminated by incubation
of samples at 65 °C for 20 min. Some of the ligation mixtures
were digested after termination of ligations with 20 units of
exonuclease III (Promega) at 37 °C for 30 min. Before elec-
trophoresis, all DNA samples were deproteinized as described
in the DNA supercoiling assay. The protein-free DNAs were
loaded on pre-run 6% (123-bp DNA) or 8% (66-bp DNA)
polyacrylamide slab gels in 0.5× TBE buffer, and finally
resolved at 250 V for 23 h at 4 °C. After electrophoresis, the
gels were vacuum-dried and visualized by autoradiography or
PhosphorImager STORM 860 (Molecular Dynamics) using
Image Quant 5.2 software.
2.10. Gel retardation with synthetic four-way junctions or
plasmid DNA
Synthetic DNA four-way junctions (4WJs) were constructed
as indicated earlier (Štros and Muselíková, 2000). Briefly, the
DNA binding experiments were carried out in t he Mg
2+
-free
DNA binding buffer (25 mM NaCl, 5 mM KC l, 10 mM Hepes-
KOH, pH 8.0, 0.1 mM EDTA, 1 mM spermidine, 1 mM DTT
and 3.5% Ficoll) with 1.5 nM
32
P-labeled 4WJs and
increasing amounts of GSTSmHMGB1 or GST alone (as in-
dicated in the legends to figures) in the absence or presence of
competitor linear DNA (of the length and sequences identical
to those of the 4WJs). The complexes were resolved on 5.8%
non-denaturing polyacryla mide gels in 0.5× TBE at 10 V/cm
for 45 h and visualized by PhosphorIma ging (Štros and
Muselíková, 2000).
3. Results and discussion
3.1. Isolation of cDNAs and genomic organization of
schistosome HMGB1 genes
We cloned two 531-bp open reading frames of S. mansoni
HMGB1 (SmHMGB1)andS. japo ni cum HMGB1 (SjHMGB1)
cDNAs. In both cases the lengths of the HMGB1 sequences
consisted of 531-b p which are transl ated into p rote in s of
176 amino acids with esti mated masses of about 18 kDa.
Like th e verteb rate HMGB1 prot ein s, the SmHMGB1 and
SjHMGB1 proteins contained two HMG-box domains, A and
B, and the acidic C-tail (Fig. 1A). Comparison o f th e de du ced
amino acid seq uenc e of SmHMGB1 with the S. manson i tran-
scriptome database (Verjovski-Almeida et al., 2004) revea led
thatacontighadbeenassembledwith76ESTsderivedfrom
all developmental stages (eggs, miracidia, cercariae, germ-
balls, schist osomula and male/fem ale adults) and was an-
notated as coding for an unnamed protein (SmAE 607928.1). It
has 100% identity and full-len gth cove rag e of SmHMGB1.
Further analy se s rev eale d that two other isoforms of Sm-
HMGB1 a re expressed in S. mansoni. Thus, we identi fied
contig SmAE 604202.1, assembled from 15 EST reads again
derived from all stages except cercaria, which codes for a
226 amino acids protein that has 56% identity and 74% s im-
ilarity with SmHMGB1 over 164 amino acids. Thus, we named
it SmHMGB2 (GenBank accession no. BN000821). Also,
contig SmAE 60 898 2.1 was identified (derived from 12 EST
36 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
from all stages except cercaria and miracidium) which codes
for a 246 amino acids protein that has 48% identity and 68%
similarity w ith SmHMGB1 ove r 178 am in o acids. We named it
SmHMGB3 (GenBank ac cessio n no . BN0 00822 ). I n addi tion,
this two other variant genes of the HMGB-box family, Sm -
HMGB2 and SmHMGB3 have no significant similarity with
SmHMGB1 at the DNA level. In this paper, we analyzed in
details only the HMGB1 cDNAs and the corresponding pro-
teins from S. mansoni and S. japonicum.
Comparison of the deduced amino acid sequences of the
SmHMGB1 and SjHMGB1 proteins with HMGB1 proteins from
tick, trout, frog, chicken and human revealed 60% similarity to
Fig. 1. (A) Alignment of deduced amino acid sequences of HMGB1, HMGB2 and HMGB3 from Schistosoma mansoni (GenBank accession nos. DQ005529,
BN000821 and BN000822, respectively) and HMGB1 from Schistosoma japonicum (GenBank accession no. DQ005528) with HMGB1 proteins from Homo sapiens
(human), GenBank accession no. NP_002119; Gallus gallus (chicken), GenBank accession no. CAA76978; Xenopus tropicalis (frog), GenBank accession no.
AAH61601; Salmo specie (trout), GenBank accession no. S48708; and Dermacentor variabilis (tick), GenBank accession no. AA092280. Please notice that primary
amino acid sequences of human and rat HMGB1 proteins are identical. Sequences in boxes represent, respectively, the HMGB1 A domain (184), B domain (93161)
and the acidic C-terminus (170176). Percentages of similarities among all aligned sequences are shaded as black (100%), dark grey (80%) and light grey (60%).
(B) Comparison of amino acid sequences of the acidic C-tails from S. mansoni and S. japonicum with those from different species: Danio rerio (zebrafish), GenBank
accession no. AAQ97791; Naegleria fowleri (amoeba), GenBank accession no. AAL13284. Other aligned sequences are indicated in panel A. The accurate
positioning and lengths of the acidic C-tails within each of the compared sequences are indicated by numbers. Asterisk depicts a number of acidic residues (shaded as
grey) within each of the aligned C-tails (notice that the indicated numbers do not necessarily correspond to the size of the full-length acidic C-tail).
37F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
the A + B di-domain (designated as HMGB1-ΔC) of human
HMGB1, mainly displaying conservative substitutions among
schistosome and human HMGB1 domains A and B (Fig. 1A).
On the other hand, the most striking differences between schis-
tosome and rat HMGB1 prote ins occurred within their C-
terminal flanking regions of domains B and the acidic C-tails
(only 17% similarity). The most obvious difference between
the human HMGB1 and the SmHMGB1 and SjHMGB1 proteins
is the presence of an unusually short acidic C-terminal tail (5
acidic residues interrupted by 2 serines) within the schistosome
HMGB1 proteins, as compared to an unbroken run of 30 glu-
tamic or aspartic residues found in rat HMGB1 (Fig. 1). From
Fig. 1B, it is suggestive that the length of the acidic C-tail within
the HMGB1 decreases with the complexity of the organism. In
other words, the acquisition of the acidic C-tail in HMGB1
proteins seems to have been a relatively recent evolutionarily
event.
Consistently, RNA blot analysis revealed that the
SmHMGB1 gene is constitutively expressed in similar levels
both in mal e and female worms Fig. 2C), and a single-sized
SmHMGB1 mRNA was consistent with the size derived from its
cDNA (Fig. 2A).
Digestion of genomic S. mansoni DNA with restriction
enzymes not cleaving within the SmHMGB1 cDNA (BamHI,
EcoRI or EcoRV) revealed one band in each lane when probed
with
32
P-labeled full-length SmHMGB1 cDNA at high strin-
gency. This result indicated the existence of only one copy of the
HMGB1 gene in the S. mansoni genome (Fig. 2D).
PCR amplification of genomic sch istosome DNA with
primers annealing to 5- and 3-ends of the SmHMGB1 and
SjHMGB1 cDNAs (513-bp) revealed DNA duplexes of 603-bp
(SmHMGB1) and 602-bp (SjHMGB1), suggesting the existence
of intron(s) within the SmHMGB1 and SjHMGB1 ge nes.
Sequencing of the 603/602-bp PCR products indicated that
both SmHMGB1 and SjHMGB1 genes are organized into 3
exons two introns (Fig. 3).
The splice donor and acceptor sites of all SmHMGB 1 and
SjHMGB1 exons conformed to the established consensus GT at
5-end of the intron and AG at the 3-end (Table 1). The exon/
intron boundaries of the schistosome HMGB1 genes were
Fig. 2. (A) Northern blot analysis of SmHMGB1 mRNA. Total RNA from mature and immature male and female worms was probed with a random primed
32
P-labeled
SmHMGB1 (top panel) and SmGAPDH (bottom panel) cDNA probes. (B) Quantitative analysis by phosphorimaging. The intensity indicates divided relative volumes
of SmHMGB1 and SmGAPDH bands. (C) Amplification of the open reading frames using the HMGB1 cDNA or genomic DNA from S. mansoni and S. japonicum by
RT-PCR and PCR, respectively. Lane 1, λ DNA digested with PstI DNA; lanes 23, genomic sequences of SmHMGB1 and SjHMGB1; lanes 45, cDNA sequences of
SmHMGB1 SjHMGB1 (open reading frame). (D) Southern blot analysis. S. mansoni DNA was digested with restriction endonucleases not cutting (BamHI, EcoRI and
EcoRV) or having one cutting site within the SmHMGB1 cDNA (TaqI), transferred by capillary blotting to the Hybond-N+ membrane and hybridized with
32
P-labeled
full-length SmHMGB1 cDNA. The membrane was then washed at high stringency and subjected to PhosphorImaging. The arrow indicates one of the two bands
obtained upon digestion with TaqI.
38 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
identical to those of the human HMGB1 gene, with the exception
that the exon E2 of the SmHMGB1 (or SjHMGB1) gene is not
split into two exons (EII and EIII) as in the human HMGB1 gene
(Fig. 3).
3.2. Structure and purification of recombinant SmHMGB1 and
SjHMGB1 proteins
For the purpose of DNA binding studies, S. mansoni and S.
japonicum HMGB1 proteins and domains were expressed in E.
coli with His-tag (or in some cases also with GST-tag) at their
N-termini and purified by affinity chromatography. The purity
of the HMGB1 proteins was checked by electrophoresis on a
SDS/15%-polyacrylamide gel (Fig. 4).
3.3. Preferential binding of SmHMGB1 to DNA four-way
junctions and supercoiled DNA
Reports of Bianchi et al. (1989, 1992) indicated that HMGB1
could bind strongly and selectively to cruciform structures and
synthetic four-way junctions (4WJs). A clear preference in
HMGB1 binding to 4WJs was observed for the open, planar
conformation of 4WJs with maximal separation of the strands
which occurs in the absence of divalent cations (Pöhler et al.,
1998). Here we confirmed that schistosome HMGB1 binds to
the 4WJs (Fig. 5A), resulting in up to three retarded bands (I
III). Competition experiments with line ar DNA derived from
the 4WJs arms indicated that SmHMGB1, like human HMGB1,
preferentially and specifically binds to the DNA cross-over of
the 4WJs (band I).
Although 4WJs are unlikely to represent the binding targets
of HM GB1 in the cell, structures similar to 4WJs such as DNA
cross-overs generated in plasmid DNA by supercoiling may be
one of the natural, albeit not yet identified, DNA binding sites
of this protein in the chromatin. In this context mammalian
HMGB1 proteins were previously shown to exhibit a pre-
ferential affinity to supercoiled DNA over nicked-circular or
linear double-stranded DNA (Sheflin and Spaulding, 1989;
Štros and Reich, 1998; Štros, 2001). In order to determine
whether schistosome HMGB1 proteins also bind preferentially
to supercoiled DNA, we have performed gel retardation assays
with complexes prepared by pre-incubation of SmHMGB1 with
a mixture of negatively supercoiled ( 45%), linearized
( 45%) and relaxed closed-circular ( 10%) plasmid
pTZ19R. As shown in Fig. 5B, SmHMGB1 protein exhibited
a clear preference for binding to supercoiled DNA over linear or
Table 1
Intron and exon boundaries, splice acceptor and splice donor sites in the gene encoding S. mansoni and S. japonicum HMGB1
Organism Exon Exon length (bp) Donor Intron Intron size (bp) Acceptor
Exon Intron Intron Exon
S. mansoni 1 147 TGGAGG gtatgttgt 1 37 atttctcag AATCTA
Trp Lys Asn Leu
S. mansoni 2 321 GAGAAA gtaggtttg 2 35 actttctag GCGATG
Glu Lys Ala Met
S. mansoni 360
S. japonicum 1 147 TGGAAG gtaagttat 1 31 atttttcag AATCTT
Trp Lys Asn Leu
S. japonicum 2 321 GAAAAA gtaagttcc 2 40 cttgtctag GCGATG
Glu Lys Ala Met
S. japonicum 360
Fig. 3. Genomic structure of S. mansoni HMGB1 gene as determined by PCR of genomic DNA from S. mansoni, and its comparison with published genomic
organization of human HMGB1 gene (Ferrari et al., 1996; GenBank accession no. U51677). A schematic of positions and relative sizes of the 3 exons (E1E3) and 2
introns (arrowed) of the S. mansoni HMGB1 gene is indicated, and compared with positions and relative sizes of the 4 exons and 3 introns of the human HMGB1 gene
(the human exons EII and EIII correspond to the schistosome exon E2). Alignment of HMGB1-boxes and the acidic C-tail with exon/intron boundaries of the S.
mansoni and human HMGB1 genes is presented. Genomic structure and exon/intron boundaries of S. japonicum HMGB1 gene were identical (not shown).
39F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
relaxed closed-circular DNAs (similar results were obtained
with SjHMGB1, not shown).
3.4. DNA supercoiling by schistosome HMGB1 proteins
Vertebrate HMGB1 and its isolated HMG-box domains can
unwind and distort DNA by insertion of negative supercoils (in
the presence of topoisomerase I) in topologically closed domains
of DNA (Sheflin and Spaulding, 1989; Štros et al., 1994). Here we
have analyzed the ability of the full-length SmHMGB1 and its
truncated forms to induce DNA supercoiling, and compared the
results with those obtained under the same conditions with rat
HMGB1 which has the amino acid sequence identical to the
human HMGB1. The supercoiling results are presented mainly
with SmHMGB. However, indistinguishable results were also
obtained with the SjHMGB1 protein.
As DNA supercoiling of rat HMGB1 strongly depends on
ionic strength (Štros et al., 1994), all supercoiling experiments
were therefore carried out at low (50 mM) or high (150 mM)
ionic strengths (I.S). At 50 mM I.S., SmHMGB1 (Fig. 6A),
like human HMGB1 (Fig. 6C), can supercoil DNA in the
presence of topoisomerase I. While removal of the acidic C-tail
from human HMGB1 had at 50 mM I.S. no effect on the ability
of the trunc ated HMGB1 protein (designated as HMGB1-ΔCor
ΔC) to supercoil DNA (Fig. 6C), DNA supercoiling was
significantly decreased at higher amounts of SmHMGB1-ΔC
(Fig. 6A and C). Simi larly, DNA supercoiling by SmHMGB1
domain B was signifi cantly decreased at higher amounts of the
peptide but not by human HMGB1 domain B (Fig. 6A and C). In
contrast, HMGB1 domains A from both human and S. mansoni
could supercoil DNA to a similar extent at 50 mM I.S.
To determine the sign of DNA supercoiling by schistosome
HMGB1 proteins, the first dimension electrophoresis gels were
turned by 90° and further resolved in the secon d dimension in the
presence of the intercalative drug chloroquine. Chloroquine inter-
calation into DNA results in decreased mobility of negative super-
coils and inc reased mobility of positive supercoils. The results in
Fig. 7, show clearly that the sign of DNA supercoiling induced by
both SmHMGB1 an d SjHMGB1 protei ns was negative.
The impact of the acidic C-tail on the ability of HMGB1 to
supercoil DNA, as well as the differences between the full-length
proteins, was far more apparent when the DNA supercoiling by
schistosome HMGB1 and human HMGB1 were a ssessed at
150 mM I.S. (Fig. 6B and D). Whereas SmHMGB1 could fully
supercoil DNA, DNA supercoiling by the full-length human
HMGB1 was suppressed (Fig. 6D). On the other hand, the extent of
DNA supercoiling by both human and SmHMGB1 lacking the
Fig. 5. Preferential binding of schistosome HMGB1 protein to DNA four-way
junctions and supercoiled DNA. (A) Gel retardation experiments were carried
with 1.5 nM
32
P-labeled 4WJs and increasing amounts of GST-fused HMGB1
from S. japonicum (0.5, 1, 1.5 and 2 μM, left to right) in the absence or presence
of 5, 25 and 100-fold mass excess of competitor linear DNA (corresponding to
the size and sequences of the 4WJs arms) over 4WJs. The concentration of GST
was 1 μM. The DNAprotein complexes were resolved on 5.8% non-denaturing
polyacrylamid e gels and v isua lize d b y a utor adiog raphy. The proposed
compositions of each of the retarded bands are depicted on the right site of
the panel. (B) An equimolar mixture of supercoiled and linearized plasmid
pTZ19R ( 10 nM) was pre-incubated with increasing amounts of HMGB1
from S. mansoni (0.55 μM, from left to right) and the DNAprotein complexes
were resolved on an 1% agarose gel, followed by staining of the gel with
ethidium bromide. Form I, supercoiled DNA; L, linear DNA; form II, relaxed
open circular DNA.
Fig. 4. (A) Schematic structure of S. mansoni and S. japonicum HMGB1
proteins and the truncated HMGB1 proteins. (B) Purity of recombinant His-
tagged HMGB1 proteins and truncated HMGB1 proteins. The HMGB1 proteins
and peptides were expressed in E. coli, purified by affinity chromatography, and
resolved by electrophoresis on a SDS/15%-polyacrylamide gel. Proteins were
visualized by staining with Coomassie Blue R-250. Lanes 1 and 2: (wt), wild-
type HMGB; lanes 3 and 4: (ΔC), HMGB1 lacking the acidic C-tail; lanes 5 and
6: (A), domain A; lanes 7 and 8: (B), domain B. Sm and Sj stand for Schistosoma
mansoni and Schistosoma japonicum, respectively.
40 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
acidic C-tail (Fig. 6B and D) was very similar. Collectively these
results indicate that while the long acidic C-tail of human HMGB1
has a strong repressive role on the DNA supercoiling (possibly by
masking or destabilizing of the two DNA binding HMG-box
domains, as also reported earlier by Štros et al., 1994), the short C-
tail of SmHMGB1, on the other hand, exhibited very little, if any,
inhibitory effect on DNA supercoiling by this protein.
The acidic C-tails could clearly fine-tune the DNA binding
properties of two HMG-box domains of different HMGB1
proteins as a function of their length and perhaps also the in-
dividual sequences. It is not known whether in vivo the DNA
binding properties of HMGB1 are modulated by proteolytic
removal of the acidic C-tail, despite the frequently reported
cleavage of the acidic C-tail from HMGB1 in the course of the
Fig. 6. DNA supercoiling by schistosome and human HMGB1 proteins. Circular relaxed plasmid pTZ19R DNA ( 10 nM) was incubated in the presence of
topoisomerase I with HMGB1 (17 and 35 μM, left to right) and truncated forms at 50 or 150 mM ionic strength (I.S.). Deproteinized DNA topoisomers were
resolved on 1% agarose gels, followed by staining of the gels with ethidium bromide. Form I, supercoiled DNA; form II, relaxed circular DNA. FL, full-length
HMGB1; ΔC, HMGB1 lacking the acidic C-tail; A, domain A; B, domain B.
Fig. 7. Determination of sign of DNA supercoiling. Circular relaxed plasmid pTZ19R DNA ( 10 nM) was incubated in the presence of topoisomerase I with 35 μMof
human HMGB1, SmHMGB1 and SjHMGB1 at 50 mM I.S. After separation of the deproteinized DNA in the first dimension on a 1% agarose gel (1× TBE buffer),
the gel was soak in chloroquine, turned by 90°, and the DNA topoisomers resolved in the second dimension to determine the sign of DNA supercoiling. The presence
of chloroquine during electrophoresis in the second dimension will increase the mobility of positive DNA topoisomers, whereas the mobility of the negative DNA
topoisomers will be decreased as depicted in the right part of the panel. Upon completion of the electrophoresis in the second dimension, the gels were stained with
ethidium bromide.
41F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
protein isolation from tissues (Goodwin and Johns, 1977)or
recombinant E. coli cultures (M.Š., unpublished). However,
interaction of the acidic C-tail of HMGB1 with a host of cellular
factors such as divalent cations (Štros et al., 1990) and other
nuclear proteins including histones H1 (Carballo et al., 1983;
Štros and Vorlíčková, 1990; Kohlstaedt and Cole, 1994; Hill et
al., 1999; Sheflin et al., 1993; Štros et al., 1994; Knapp et al.,
2004) may result in changes of the DNA binding properties of
HMGB1 similar to those observed in vitro upon remo val of the
C-tail (Figs. 6 and 8).
Fig. 8. Comparison of DNA bending by schistosome and human HMGB1 proteins and truncated forms. The
32
P-labeled 66-bp (panels A and B) or 123-bp (panels C, D
and E) DNA fragments ( 1 nM) were pre-incubated with increasing amounts of recombinant proteins (as indicated), followed by ligation with T4 DNA ligase as
detailed in the Materials and methods. Exonuclease III was used to verify the identity of DNA minicircles. The deproteinized DNA ligation products were subjected to
electrophoresis on 5.8% non-denaturing polyacrylamide gels and visualized by autoradiography and/or PhosphorImaging. FL, full-length HMGB1; ΔC, HMGB1
lacking the acidic C-tail; A, isolated domain A; B, isolated domain B. L1, linear monomers; L2, linear dimers. Exo III, exonuclease III.
42 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
3.5. DNA bending by schistosome HMGB1
An intriguing property of proteins containing the HMG-box
domain, including HMGB1, is that these proteins not only bind
with high-affinity to non-B type DNA conformat ions (such as
supercoiled DNA, four-way DNA junction and DNA mini-
circles), but they also actively distort DNA by bending/lo oping
and unwinding but it can also actively distort DNA by bending
or looping and changing of DNA-topology (Travers, 2000;
Thomas and Travers, 2001; Grasser, 2003; Paull et al., 1993; Pil
et al., 1993; Štros et al., 1994; Teo et al., 1995; Štros, 1998;
Sheflin and Spaulding, 1989; Murphy et al., 1999).
HMGB1 from several species, including rat and human, has
previously been shown to bend DNA using the ligase-mediated
circularization assay (the DNA ring closure assay) (Paull et al.,
1993; Pil et al., 1993; Teo et al., 1995; Štros, 1998). This assay
measures the efficiency with which T4 DNA ligase forms circles
from DNA fragments shorter than the persistency length ( 150-
bp). In the absence of internal curvature, the stiffness of a short
DNA fragment prevents intramolecular alignments so that
minicircles are detected only by a protein that bends DNA.
Using the above assay it was previously shown that the efficien-
cy to form mini-circles is decreasing in the order: HMGB1-
ΔC HMGB1N domain B domain A (Štros, 1998).
The T4 ligase-mediated cyclization assay was performed with
increasing amounts of schistosome or human HMGB1 and 66-bp
or 123-bp DNA fragments bearing sticky ends at low DNA
concentrations (1 nM) to promote intramolecular alignments at
the expense of intermolecular associations. The identity of DNA
minicircles was verified by their resistance to exonuclease III,
which digests only linear DNA molecules. Initial circularization
assays were carried out with a 66-bp DNA fragment. As shown in
Fig. 8A (FL), ligation of the 66-bp DNA by T4 DNA ligase in the
presence of SmHMGB1 (designated as FL) resulted in the
formation of DNA minicircles, the proportion of which 23-folds
were decreased when the cyclization experiments were carried out
with SmHMGB1 lacking the acidic C-tail, SmHMGB1-ΔC(Fig.
8A, ΔC). These results indicate that even the very short acidic C-
tail (5 acidic residues interrupted by 2 serines) could modulate the
ability of the DNA binding HMG-box domains of the
schistosome HMGB1 protein to promote DNA flexure of the
66-bp DNA duplex.
The formation of 66-bp minicircles obviously requires a
greater amount of DNA bending per bound HMGB1 than the
closure of larger DNA duplexes into minicircles (see also Yen et
al., 1998). In agreement with this assumption, the importance of
the short acidic C-tail of SmHMGB1 was diminished when the
size of the DNA duplex to be circularized had been 2-fold
increased, as evidenced by formation of similar percentage of
minicircles from 123-bp DNA duplexes by both SmHMGB1 and
SmHMGB1-ΔC(Fig. 8C). This contrasted to earlier observations
(Štros, 1998; Grasser et al., 1998) demonstrating that removal of
the long acidic C-tail (an unbroken run of 30 glutamic or aspartic
residues) from rat (human) HMGB1 protein resulted in a
significant decrease of the amount of DNA circularized (87-bp
or 123-bp DNA duplexes) as a function of protein input. The latter
observation was a possible consequence of excessive binding of
the A + B di-domain (SmHMGB1-ΔC) to DNA resulting in more
compact, higher-order, structures (Štros et al., 1994, 2000)with
reduced flexibility which had prevented alignment of the two
DNA ends and/or reduced accessibility of the ligase.
While DNA bending (and partially also supercoiling)
properties of isolated domains B from human or schistosome
HMGB1 were very similar, significant differences were obtained
between the isolated A domains. As shown in Fig. 8B, the human
HMGB1 domain A could bend 66-bp DNA only at 10-fold
higher protein/DNA input relative to the domain B. The efficiency
of the human domain A to form minicircles was higher when a
longer DNA duplex was used for the circularization assay, 123-bp
(Fig. 8D). On the other hand, no DNA bending was observed with
schistosome HMGB1 domain A, irrespective of the length of
DNAduplexused(Fig. 8B and D). The inability of the schis-
tosome domain A to bend DNA (Fig. 8AD) parallels to certain
extent with its inability to supercoil DNA (Fig. 6B) at 150 mM I.
S. similar to that used for DNA bending. The observed differences
in DNA bending properties between human and schistosome
HMGB1 domains A may be partially related to small changes
within their N-termini, in particularly due to two more basic
residues in human (and slightly longer sequence) and the presence
of phenylalanine at position 18 in human domain A relative to the
alanine in the schistosome domain A (Fig. 1A). However, the
most likely explanation is that while the recombinant human
HMGB1 domain A contained the C-terminal flanking sequence
85
TKKK
88
, the recombinant schistosome HMGB1 domain A used
for DNA binding studies did not possess the corresponding
natural C-terminal flanking sequence
85
RSKKR
89
.The
85
TKKK
88
sequence seems to be also a prerequisite for efficient DNA flexure
by this domain (M.Š., unpublished; see also Štros, 1998, 2001).
Similarly, lower DNA supercoiling by human HMGB1-ΔCat
150 mM I.S. (Fig. 6D) than that previously reported at similar
conditions (Štros et al., 1994) is also very likely related to the
absence of the C-terminal flanking sequence in the truncated
HMGB1 protein used in the present paper.
Direct comparisons of DNA bending properties of the human
and S. mansoni HMGB1 proteins revealed that the schistosome
HMGB1 was more efficient in circularization of the 123-bp
DNA than its human counterpart (Fig. 8E) . These data might
suggest that the shorter acidic C-tail of the schistosome HMGB1
exhibited much weaker repressive effect on DNA bending than
the longer C-tail of the human HMGB1. However, definitive
conclusions are to be reached from the DNA circularization
experiments using schistosome A + B di-domain with attached
human or schistosome C-tails (the switch-tail) or vice versa.
Results presented in this report show for the first time that
parasitic helminths S. mansoni and S. japonicum contain HMGB1
proteins with primary amino acid sequences and DNA binding
properties related to the homologous vertebrate proteins. Our
study indicated higher DNA supercoiling and bending potentials
of these proteins as compared to their human counterpart.
Considering the high conservation of the HMGB-box domains
between human and schistosome HMGB1 proteins, the latter
differences are most likely to be explained by the presence of a
very short acidic C-tail in the schistosome HMGB1 proteins. This
is consistent with previous work of Lee and Thomas (2000) using
43F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
chimeric rat (human) HMGB1 and HMGB2 with switched acidic
C-tails. These authors have demonstrated that HMGB1 with the
longest acidic tail was less effective than HMGB2a and 2b with
shorter C-tails (at a given molar input ratio) in DNA supercoiling
and in inducing T4 ligase-mediated circularization of an 88-bp
DNA fragment. While removal of the acidic tails increased the
affinity of the HMG-boxes for DNA, it completely abolished the
differences between the three HMGB species (Lee and Thomas,
2000). Thus, the length and very likely also the sequence (Fig. 1B,
see also Payet and Travers, 1997; Ueda et al., 2004) of the acidic
tail appears to be the dominant factor in mediating the differences
in DNA binding properties among evolutionarily distinct
HMGB1 proteins to fulfill their different cellular roles. The
ability of HMGB1 protein to bend (and untwist) DNA, and to
physically interact with plethora of transcription factors and other
sequence-specific proteins, is the most plausible explanation of
functioning of HMGB1 in facilitation of DNA recombination and
transcription by promoting binding of these factors to their
cognate sites, and enabling communications of distant regulatory
elements by DNA looping (reviewed by Thomas and Travers,
2001; Agresti and Bianchi, 2003).
After this paper was submitted for publication, a report on
cloning and characterization of HMGB1 from S. mansoni and S.
haematobium was published (Gnanasekar et al., 2006). The
authors concluded that SmHMGB1 is a stage-specific protein,
being abundantly expressed in eggs and adult female stages, and
at moderate levels in skin-stage schistosomula. Whereas the main
focus of our paper is DNA binding properties of the SmHMGB1
protein, the paper of Gnanasekar et al. (2006) describes possible
pro-inflammatory functions of the parasite derived HMGB1
protein. SmHMGB1 was shown to be a potent inducer of a
number of pro-inflammatory cytokines such as TNFα,IL-1Rα,
IL-13 and MIP-1α from mouse peritoneal macrophages. Release
of pro-inflammatory cytokines by SmHMGB1 seemed to be
associated with the domain B of the protein, and anti-SmHMGB1
antibodies blocked the SmHMGB1-induced TNFα secretion from
mouse macrophages. As both TNFα and IL-13 represent critical
molecules in the development of egg-induced pathology of
schistosomias (e.g. Haseeb et al., 2001), it is likely that egg-
derived SmHMGB1 may have an important immunomodulatory
role in the development of egg-induced pathology and granuloma
responses in schistosomias.
The (nuc lear and extracellular) role of SmHMGB1 or
SjHMGB1 proteins (as well as other, not yet identified, proteins
of the HMGB-box family) remains to be established in the
complex cellular processes of the helminths S. mansoni and S.
japonicum. Knowledge about these processes would signifi-
cantly strengthen the ongoing efforts associated to functional
genomics with data derived from whole genome projects of S.
mansoni and S. japonicum which are near completion (El-Sayed
et al., 2004; Lukeš et al., 2005).
Acknowledgements
We would like to thank Dr. Jennifer Fitzpatrick (University of
Cambridge) for preparing S. japonicum cDNA. The technical
assistance of Maria Marta Freire is also acknowledged. M.R.F. is a
recipient of CNPq fellowship. This research received financial
support from UNDP/World bank/World Health Organization/
TDR, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec-
nológico, CNPq-PROFIX No. 540002/01-1 (CAPES Coor-
denação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), by
the international collaboration program between Brazilian
Academy of Sciences and the Academy of Sciences of the
Czech Republic, and by grants to M.Š. from the Academy of
Sciences of the Czech Republic (AVOZ50040507: Biophysics of
dynamic structures of biological systems) and the Grant Agency
of the Czech Republic (204/05/2031). Finally, we would like to
thank an anonymous reviewer for his critical comments which
helped improve the quality of the final version of the manuscript.
References
Agresti, A., Bianchi, M.E., 2003. HMGB proteins and gene expression. Curr.
Opin. Genet. Dev. 13, 170178.
Baxevanis, A.D., Landsman, D., 1995. The HMG-1box protein fa mily:
classification and functional relationships. Nucleic Acids Res. 23, 16041613.
Bianchi, M.E., Beltrame, M., Paonessa, G., 1989. Specific recognition of
cruciform DNA by nuclear protein HMG1. Science 243, 10561059.
Bianchi, M.E., Falciola, F., Ferrari, S., Lilley, D.M., 1992. EMBO J. 11,
10551063.
Bonaldi, Q.T., Langst, G., Strohner, R., Becker, P.B., Bianchi, M.E., 2002. The
DNA chaperone HMGB1 facilitates ACF/CHRAC-dependent nucleosome
sliding. EMBO J. 21, 68656873.
Bustin, P.M., 1999. Regulation of DNA-dependent activities by the functional
motifs of the high-mobility-group chromosomal proteins. Mol. Cell. Biol.
19, 52375246.
Carballo, M., Puigdomenech, P., Palau, J., 1983. DNA and histone H1 interact
with different domains of HMG 1 and 2 proteins. EMBO J. 2, 17591764.
DeMarco, R., Machado, A.A., Bisson-Filho, A.W., Verjovski-Almeida, S.,
2005. Identification of 18 new transcribed retrotransposons in Schistosoma
mansoni. Biochem. Biophys. Res. Commun. 333, 230240.
El-Sayed, N.M., Bartholomeu, D., Ivens, A., Johnston, D.A., LoVerde, P.T.,
2004. Advances in schistosome genomics. Trends Parasitol. 20, 154157.
Fantappié, M.R., Rumjanek, F.D., 1994. Characterization of a HMG2-like
protein from Schistosoma mansoni. Parasitology 108, 4350.
Fantappié, M.R., Correo-Oliviera, R., Caride, E.C., Geraldo, E.A., Agnew, A.,
Rumjanek, F.D., 1999. Comparison between site-specific DNA binding
proteins of male and female Schistosoma mansoni. Comp. Biochem.
Physiol. Biochem. Mol. Biol. 124, 3340.
Ferrari, S., Finelli, P., Rocchi, M., Bianchi, M.E., 1996. The active gene that
encodes human high mobility group 1 protein (HMG1) contains introns and
maps to chromosome 13. Genomics 35, 367371.
Gnanasekar, M., Velusamy, R., He, Y.-X., Ramaswamy, K., 2006. Cloning and
characterization of a high mobility group box 1 (HMGB1) homologue
protein from Schistosoma mansoni. Mol. Biochem. Parasitol. 145, 137146.
Goodwin, G.H., Johns, E.W., 1977. The isolation and purification of the high
mobility group (HMG) nonhistone chromosomal proteins. Methods Cell
Biol. 16, 257267.
Grasser, K.D., 2003. Chromati n-associated HMGA and HMGB proteins:
versatile co-regulators of DNA-dependent processes. Plant Mol. Biol. 53,
281295.
Grasser, K.D., et al., 1998. DNA-binding properties of the tandem HMG boxes of
high-mobility-group protein 1 (HMG1). Eur. J. Biochem. 253, 787795.
Haseeb, M.A., Shirazian, D.J., Preis, J., 2001. Elevated serum levels of TNF-alpha,
sTNF-RI and sTNF-RII in murine schistosomias correlate with schistosome
oviposition and circumoval granuloma formation. Cytokine 15, 266269.
Hill, D.A., Pedulla, M.L., Reeves, R., 1999. Directional binding of HMG-I(Y)
on four-way junction DNA and the molecular basis for competitive binding
with HMG-1 and histone H1. Nucleic Acids Res. 27, 21352144.
Knapp, S., Muller, S., Digilio, G., Bonaldi, T., Bianchi, M.E., Musco, G., 2004.
The long acidic tail of high mobility group box 1 (HMGB1) protein forms an
44 F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
extended and flexible structure that interacts with specific residues within
and between the HMG boxes. Biochemistry 43, 1199211997.
Kohlstaedt, L.A., Cole, R.D., 1994. Specific interaction between H1 histone and
high mobility protein HMG1. Biochemistry 33, 570775.
Lee, K.B., Thomas, J.O., 2000. The effect of the acidic tail on the DNA-binding
properties of the HMG1,2 class of proteins: insights from tail switching and
tail removal. J. Mol. Biol. 30, 135149.
Lotze, M.T., Tracey, K.J., 2005. High-mobility group box 1 protein (HMGB1):
nuclear weapon in the immune arsenal. Nat. Rev., Immunol. 5, 331342.
Lukeš, J., Horák, A., Scholz, T., 2005. Helminth genome projects: all or nothing.
Trends Parasitol. 21, 265266.
McManus, D.P., Bartley, P.B., 2004. A vaccine against Asian schistosomiasis.
Parasitol. Int. 53, 163173.
McManus, D.P., Le, T.H., Blair, D., 2004. Genomics of parasitic flatworms. Int.
J. Parasitol. 34, 153158.
Murphy IV, F.V., Sweet, R.M., Churchill, M.E., 1999. The structure of a
chromosomal high mobility group proteinDNA complex reveals sequence-
neutral mechanisms important for non-sequence-specific DNA recognition.
EMBO J. 18, 66106618.
Paull, T.T., Haykinson, M.J., Johnson, R.C., 1993. The nonspecific DNA
binding and bending proteins HMG1 and HMG2 promote the assembly
of complex nucleoprotein structures. Genes Dev. 7, 15211534.
Payet, D., Travers, A., 1997. The acidic tail of the high mobility group protein
HMG-D modulates the structural selectivity of DNA binding. J. Mol. Biol.
266, 6675.
Pil, P.M., Chow, C.S., Lippard, S.J., 1993. High-mobility-group 1 protein
mediates DNA bending as determined by ring closures. Proc. Natl. Acad.
Sci. U. S. A. 90, 94659469.
Pöhler, J.R., Norman, D.G., Bramham, J., Bianchi, M.E., Lilley, D.M., 1998.
HMG box proteins bind to four-way DNA junctions in their open
conformation. EMBO J. 17, 817826.
Rabelo, E.M., Campos, E .G., Fantappié, M.R., Rumjanek, F.D., 1992.
Extraction and partial characterization of non-histone nuclear proteins of
Schistosoma mansoni. J. Cell. Biochem. 49, 172180.
Sheflin, L.G., Spaulding, S.W., 1989. High mobility group protein 1
preferentially conserves torsion in negatively supercoiled DNA. Biochem-
istry 28, 56585664.
Sheflin, L.G., Fucile, N.W., Spaulding, S.W., 1993. The specific interactions of
HMG 1 and 2 with negatively supercoiled DNA are modulated by their
acidic C-terminal domains and involve cysteine residues in their HMG 1/2
boxes. Biochemistry 32, 32383248.
Štros, M., 1998. DNA bending by the chromosomal protein HMG1 and its high
mobility group box domains. Effect of flanking sequences. J. Biol. Chem.
273, 1035510361.
Štros, M., 2001. Two mutations of basic residues within the N-terminus of
HMG1-B domain with different effects on DNA supercoiling and binding to
bent DNA. Biochemistry 40, 47694779.
Štros, M., Muselíková, E., 2000. A role of basic residues and the putative
intercalating phenylalanine of the HMG-1 box B in DNA supercoiling and
binding to four-way DNA junctions. J. Biol. Chem. 275, 3569935707.
Štros, M., Reich, J., 1998. Formation of large nucleoprotein complexes upon
binding of the high-mobility-group (HMG) box B-domain of HMG1 protein
to supercoiled DNA. Eur. J. Biochem. 251, 427434.
Štros, M., Vorlíčková, M., 1990. Non-histone chromosomal protein HMG1
reduces the histone H5-induced changes in c.d. spectra of DNA: the acidic
C-terminus of HMG1 is necessary for binding to H5. Int. J. Biol. Macromol.
12, 282288.
Štros, M., Bernuès, J., Querol, E., 1990. Calcium modulates the binding of high-
mobility-group protein 1 to DNA. Biochem. Int. 21, 891899.
Štros, M., Štokrová, J., Thomas, J.O., 1994. DNA looping by the HMG-box
domains of HMG1 and modulation of DNA binding by the acidic C-terminal
domain. Nucleic Acids Res. 22, 10441051.
Štros, M., Cherny, D., Jovin, T.M., 2000. HMG1 protein stimulates DNA end
joining by promoting association of DNA molecules via their ends. Eur. J.
Biochem. 267, 40884097.
Štros, M., Muselíková-Polanská, E., Pospíšilová, Š., Strauss, F., 2004. High-
affinity binding of tumor-suppr essor pr otein p53 and HMGB1 to
hemicatenated DNA loops. Biochemistry 43, 72157225.
Taguchi, A., et al., 2000. Blockade of RAGE-amphoterin signalling suppresses
tumour growth and metastases. Nature 405, 354360.
Teo, S.H., Grasser, K.D., Thomas, J.O., 1995. Differences in the DNA-binding
properties of the HMG-box domains of HMG1 and the sex-determining
factor SRY. Eur. J. Biochem. 230, 943950.
Thomas, J.O., Travers, A.A., 2001. HMG1 and 2, and related architectural
DNA-binding proteins. Trends Biochem. Sci. 26, 167174.
Travers, A., 2000. Recognition of distorted DNA structures by HMG domains.
Curr. Opin. Struct. Biol. 10, 102109.
Travers, R.A.A., 2003. Priming the nucleosome: a role for HMGB proteins?
EMBO Rep. 4, 131136.
Ueda, T., Chou, H., Kawase, T., Shirakawa, H., Yoshida, M., 2004. Acidic C-tail
of HMGB1 is required for its target binding to nucleosome linker DNA and
transcription stimulation. Biochemistry 43, 99019908.
Verjovski-Almeida, S., et al., 2003. Transcriptome analysis of the acoelomate
human parasite Schistosoma mansoni. Nat. Genet. 35 (2), 148157.
Verjovski-Almeida, S., Leite, L.C., Dias-Neto, E., Menck, C.F., Wilson, R.A.,
2004. Schistosome transcriptome: insights and perspectives for functional
genomics. Trends Parasitol. 20, 304308.
Wang, H., et al., 1999. HMG-1 as a late mediator of endotoxin lethality in mice.
Science 285, 248251.
Yen, Y.M., Wong, B., Johnson, R.C., 1998. Determinants of DNA binding and
bending by the Saccharomyces cerevisiae high mobility group protein
NHP6A that are important for its biological activities. Role of the unique N
terminus an d putative intercalating methionine. J. Biol. Chem. 273,
44244435.
45F.M.B. de Oliveira et al. / Gene 377 (2006) 3345
CURRICULUM VITAE
Nome: Isabel Caetano de Abreu da Silva
Nascimento: 13/02/1983
Naturalidade : Rio de Janeiro
Formação Acadêmica
Universidade Federal Fluminense – Bacharelado em Biologia do Desenvolvimento, agosto
de 2002 a julho 2006.
Mestrado em Química Biológica no Instituto de Bioquímica Médica Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Orientação de Estudante
1. Maria Luiza Medaglia – iniciação científica de julho/2007 a novembro/2007.
Comunicação em Congresso
10 comunicações em congressos nacionais
2 comunicações em congressos internacionais
Publicações
Fantappié, M. R.; Oliveira, F. M. B.; Maciel, R. M., Mansure, J. J.; Furtado, D. R., Silva I. C.
A.
e Rumjanek, F. D. Control of transcription in Schistosoma mansoni: Chromatin remodeling
and other regulatory elements.
Acta Tropica, 2008, in press.
Oliveira, F. M. B.;
Silva, I. C. A.; Rumjanek, F. D.; Dias-Neto, E., Guimarães, P.
E., Verjovski-Almeida, S., Štros, M., Fantappié, M. R. Cloning the genes and DNA binding
properties of High Mobility Group B1 (HMGB1) proteins from the human blood flukes
Schistosoma mansoni and Schistosoma japonicum. Gene, Estados Unidos, v.377, p. 33-45,
2006.
Oliveira, F. M. B.;
Silva, I. C. A.; Rumjanek, F. D.; Valadão, A. F.; Franco, G. R.; Mesquita
R. D.; Silva-Neto, M. A. C. e Fantappié, M. R. functional properties of Schistosoma mansoni
single-stranded DNA binding protein SmPUR-alpha. Description of the interaction between
SmPUR-alpha and SmYB1.
Molecular and Biochemical Parasitology, Estados Unidos, v.
135, p. 21-30, 2004.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo