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A BIDIRECIONALIDADE DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Entretanto, com imaginação e criatividade, sempre podemos fazer algumas
coisas, envolvendo, inclusive, os próprios alunos na melhoria das condições de
nossas salas.
Como poderíamos dispor as carteiras, de forma a otimizar o espaço de que
dispomos? Muitas vezes, dispô-las em círculo ou em semicírculos favorece um
melhor aproveitamento do espaço, além de favorecer a exposição de todos à visão
do grupo, limitando a quantidade de estímulos sociais, irrelevantes à situação
de ensino e aprendizagem, aos quais cada um pode responder. Em outros casos,
entretanto, essa disposição se mostra mais provocativa da desatenção e
inadequada para a administração do espaço. Tais decisões devem ser tomadas
pelo professor em função da observação e da análise das características da sala,
do número de alunos e das características de funcionamento apresentadas pelo
grupo. O importante é observar, pensar, analisar, tentar a mudança, observando
seus efeitos, para implementar os ajustes que possam se fazer necessários.
Como podemos mudar aquela parede descascada e manchada? Será que
conseguiríamos tinta para pintá-la? Não? E se a usássemos para expor material
produzido pelos alunos? Ou para a exposição de cartazes, painéis, enfim,
ilustrações dos assuntos que estamos trabalhando academicamente? Que tal
discutir isto com os alunos e levantar com eles possibilidades de utilização daquele
espaço, de forma que o ambiente de trabalho se tornasse mais agradável?
Se o ruído é intenso e prejudica nosso trabalho, porque não discutir isso com a
direção, encaminhar o assunto para as instâncias administrativas adequadas,
Conselho Municipal de Educação, buscando alternativas de solução? Talvez uma
reorganização dos horários de saída para o pátio, ou a troca de sala com algum
setor que não seja por ele tão prejudicado...Ou mesmo, dada a gravidade do
problema, ampliar a sua discussão, considerando que o ruído externo interfere
no nível de atenção que podemos dedicar a atividades de sala de aula?
Como poderíamos aumentar o arejamento da sala, para torná-la mais suportável
no verão? Dá para manter as janelas e a porta sempre abertas? Se não, por que
não discutir isto seriamente com a direção ou com a Secretaria da Educação,
com a APM, com a comunidade, com o Conselho Municipal, enfim, utilizar os
caminhos de competência para tratar do problema?
A caracterização física da sala de aula pode passar desapercebida de nossa
atenção, dada a nossa familiaridade com ela, entretanto, muitas dificuldades de
atenção, de motivação e de envolvimento nas atividades escolares são produzidas,
ou pelo menos favorecidas, por essas condições. Não há regras fixas, nem
definitivas a serem aqui mencionadas. O essencial é que olhemos para o nosso