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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENHO INDUSTRIAL
BENJAMIM SHIRO YAGI
ESTUDO DA INTERFACE E APLICAÇÃO DOS MATERIAIS MIMÉTICOS AO
DESIGN DE PRODUTO E SEGURANÇA DO TRABALHO
BAURU – SP
2006
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUISTA FILHO”
FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENHO INDUSTRIAL
BENJAMIM SHIRO YAGI
ESTUDO DA INTERFACE E APLICAÇÃO DOS MATERIAIS MIMÉTICOS AO
DESIGN DE PRODUTO E SEGURANÇA DO TRABALHO
BAURU – SP
2006
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-
graduação em Desenho
Industrial
área de concentração:
Ergonomia, da Faculdade de
Arquitetura, Artes e Comunicação da
Univers
idade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho”
campus de
Bauru, para obtenção do título de
Mestre em Desenho Industrial,
orientado pelo Prof. Dr. Abílio Garcia
dos Santos Filho.
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Ficha catalográfica elaborada por
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
UNESP - BAURU
Yagi, Benjamim Shiro
Estudo da interface e aplicação dos materiais
miméticos ao design de produto e segurança do trabalho /
Benjamim Shiro Yagi. - - Bauru : [s.n.], 2006.
155 f.
Orientador: Abílio Garcia dos Santos Filho.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual
Paulista. Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação,
Bauru, 2006.
1. Ergonomia. 2. Conforto ergonômico. 3. Materiais –
Medidas de segurança. Prevenção de acidentes. 5.
Equipamento de proteção individual. I – Universidade
Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Bauru. II -
Título.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E
COMUNICAÇÃO – CÂMPUS DE BAURU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
DESENHO INDUSTRIAL
ESTUDO DA INTERFACE E APLICAÇÃO DOS MATERIAIS MIMÉTICOS AO
DESIGN DE PRODUTO E SEGURANÇA DO TRABALHO
Banca Examinadora:
___________________________________________
Prof. Dr. Abílio Garcia dos Santos Filho
ORIENTADOR
___________________________________________
Prof. Dr. João Cândido Fernandes
___________________________________________
Prof. Dr. César Antunes de Freitas
BAURU, 31 de Março de 2006
Dedico esta dissertação à todos os estudantes, profissionais e pesquisadores da
área de design, que buscam um projeto mais “suave” e mais humano.
Agradecimentos
Primeiramente gostaria de agradecer ao orientador Professor Abílio pela orientação,
pelo otimismo e pela paciência que tanto fizeram diferença no andamento deste
trabalho;
Aos membros da Secretaria da Pós-graduação, pela “força dos bastidores”;
Aos professores do programa de pós-graduação da Unesp Bauru;
Às atenciosas funcionárias da biblioteca, sempre dispostas a ajudar com um sorriso;
Aos Professores Maurízio Ferrante, da Universidade Federal de S. Carlos, pela
ajuda e pelos conselhos; professor José Eduardo Zago, professor Fábio Alexandre
Moizés, professor Ivaldo deDomenico Valarelli e professor Manoel Henrique
Salgado pela inestimável colaboração durante os testes, sem eles este trabalho não
poderia ser realizado;
Aos companheiros de classe, uma turma que dificilmente se reunirá novamente;
Aos novos amigos dessa nova jornada, novos e antigos moradores da república,
colegas do Kendo Bauru, Sensei Dalton Yamamoto e Sensei Reinaldo Mori;
E aos meus Pais, pelo amor e pela fé que depositam em mim.
Se nada dentro de você for rígido, as coisas exteriores se revelarão. Ao se
mover, seja como a água. Quando ficar parado, seja como um espelho.
Responda como um eco.
Bruce Lee
Resumo
O desenvolvimento de produtos de uso pessoal que seguem o design
antropomórfico nem sempre podem ser planejados em detalhes mínimos para
adaptação em sujeitos que representam as extremidades estatísticas da
antropometria. Atento a esse obstáculo, o projeto do produto necessita de recursos
que permitam contornar essa limitação.
O uso de materiais que possuem capacidade de deformação elástica /
moldabilidade se torna viável no sentido de adaptar o produto ao usuário, de forma a
otimizar seu desempenho, obtendo maiores índices de segurança, conforto e
preferência subjetiva sem modificar sua estrutura básica em função de detalhes
antropométricos.
A aplicação de forma planejada em locais estratégicos onde exista
maior contato com o corpo, sob pressão via peso ou força aplicada faz com que o
material se molde aos contornos locais do corpo, proporcionando conforto, firmeza e
segurança. São elementos primordiais para a ideal funcionalidade de um produto e
que agregam valores preferenciais no poder de decisão do usuário.
Dessa forma, é compilado o conceito dos Materiais Miméticos, cujo
foco do presente estudo é a análise de preferência subjetiva de sujeitos por
equipamentos de proteção individuais que possuem esses materiais moldáveis ao
corpo como parte fundamental de sua estrutura; a constatação que a preferência
está ligada às sensações produzidas através do material; os fatores decisivos para a
escolha definitiva do usuário; análise de interface; e elementos secundários de
design para contribuição referencial.
Foram testados dois equipamentos de proteção individuais (EPIs): dois
modelos de óculos de segurança que visam proteção contra impacto, poeira e
partículas de tamanho mediano (modelo A: Future-710, fabricante Íris Safety;
modelo B: V-MAXX VM-810, fabricante Willson/Bacou-Dalloz).
Os resultados dos 84 sujeitos testados indicaram que o óculos de
segurança B V-MAXX VM-810 obteve alto índice de preferência em praticamente
todos os quesitos do questionário aplicado nos sujeitos. O fator mais expressivo
identificado foi a moldabilidade do material, responsável pela atribuição das
características de conforto e segurança do equipamento; seguido pelo formato,
disposição e translucidez da lente, possuindo um design que permite melhor
visibilidade periférica e o sistema de ventilação indireto, que contribuiu para o
conforto e funcionalidade, mais eficiente que no modelo A - Future-710.
Palavras-Chave: ergonomia, equipamento de proteção individual,
conforto, segurança do trabalho, óculos de segurança.
Abstract
Development of products for personal use that follows the
anthropomorphic design can not ordinarily be planned with meticulous details for the
adjustment to subjects who represent the statistical extremes of anthropometry.
Considering this obstacle, the product´s project demands resources that
make it possible to hurdle this limitation.
The use of material with flexible deforming capacity / capacity of
shaping becomes something viable in a sense of adjusting product to user in order to
enhance their performance, obtaining higher rates of safety, comfort and personal
preference without modifying the basic structure in assignation of anthropometric
details.
The previously planned application in strategic areas where there is a
greater contact with the body, under pressure by weight or employed strength, makes
the material adapt to local contours of the body providing comfort, firmness and
security. These are primal elements for the ideal functioning of a product and they
aggregate preferential values to the user´s power of choice.
This way, it is formulated the concept of Mimetic Materials, related to
the aim of this study which are the analysis of subjects´ personal preference for
personal protection equipments that have this kind of material adaptable to the body
as a fundamental part of their structure; the verification that preference is related to
sensations produced by the material; decisive factors for user´s final choice; analysis
of the interface; and secondary elements of design for referential contribuition.
Intending to study the interface and subject´s preference for products
which have deforming material in their structure two distinct personal protection
equipments (PPEs) were tested: two models of security goggles that aim to protect
from impact, dust and medium size particles (model A: Future-710, manufacturer
Iris Safety; modelo B: V-MAXX VM-810, manufacturer Willson/Bacou-Dalloz).
Results from the 84 tested subjects showed that security goggles B V-
MAXX VM-810 obtained a high level of preference among almost all questions from
the query applied to the subjects. The most expressive factor indentified was the
material´s capacity of shaping, that is responsible for the assignment of comfort and
security equipment features, followed by format, arrangement, and lens translucency,
having a design which allows a better peripheral visibility, and also by the indirect
ventilation system what has contributed to comfort and performance, more effective
than in the model A Future-710.
Key-words: ergonomy, personal protection equipment, comfort, work
safety, safety goggles.
Sumário
página
Resumo........................................................................................................ vi
Lista de Figuras ........................................................................................... xiv
Lista de Tabelas........................................................................................... xvii
Lista de Apêndices....................................................................................... xviii
Lista de Anexos............................................................................................ xix
Introdução.................................................................................................... 20
Objetivos.......................................................................................................
20
1 Revisão Bibliográfica.................................................................................... 22
1.1 Ergonomia.................................................................................................... 22
1.2 Antropometria............................................................................................... 26
1.3 Conforto........................................................................................................
28
1.4 Seleção de materiais.................................................................................... 32
1.5 Metodologia do Projeto................................................................................ 36
1.6 Mimetismo.................................................................................................... 42
1.7 Materiais Miméticos......................................................................................
45
1.8 Segurança do Trabalho................................................................................
49
1.8.1
Equipamento de Proteção Individual............................................................
51
1.8.2
Óculos de Segurança................................................................................... 53
2 Materiais e Métodos..................................................................................... 58
2.1 Ensaio preliminar..........................................................................................
61
2.2 Elaboração do ensaio definitivo................................................................... 69
2.3 Comentários do ensaio definitivo................................................................. 73
3 Resultados e discussão............................................................................... 76
3.1 Cruzamentos dos dados.............................................................................. 110
Conclusão.....................................................................................................
128
Referências.................................................................................................. 128
Referências consultadas.............................................................................. 135
Bases de dados sugeridas........................................................................... 140
Glossário...................................................................................................... 141
Apêndices.....................................................................................................
142
Anexos..........................................................................................................
145
Lista de Figuras
página
Figura 01 - Ferramentas pré-históricas.......................................................... 22
Figura 02 - Controladores do caça P-40......................................................... 23
Figura 03 - Tela de radar.................................................................................
24
Figura 04 - Controles de avião a jato.............................................................. 25
Figura 05 - Coleta de medidas antropométricas............................................. 26
Figura 06 - Coleta de medidas antropométricas............................................. 27
Figura 07 - Coleta de medidas antropométricas............................................. 27
Figura 08 - Estudo postural............................................................................. 29
Figura 09 - Escalas de conforto de Cardello, Shultz e Winterhalter................
31
Figura 10 - Materiais diversos......................................................................... 32
Figura 11 - Processos simultâneos do projeto................................................ 33
Figura 12 - Modelagem virtual.........................................................................
34
Figura 13 - Tela do CES..................................................................................
35
Figura 14 - Tela do CES..................................................................................
35
Figura 15
- Funil de decisões.......................................................................... 37
Figura 16 - Exemplo de camuflagem.............................................................. 42
Figura 17 - Exemplo de mimetismo.................................................................
42
Figura 18 - Maleabilidade do material............................................................. 43
Figura 19 - Estofamento de poltrona...............................................................
47
Figura 20 - Luvas cirúrgicas............................................................................ 47
Figura 21 - Material como revestimento.......................................................... 47
Figura 22 - Material como produto.................................................................. 47
Figura 23 - Óculos de proteção contra impacto.............................................. 55
Figura 24 - Óculos de proteção contra respingos e poeira............................. 55
Figura 25 - Óculos de proteção de lentes inteiriças........................................ 55
Figura 26 - Óculos de proteção contra brilho excessivo................................. 55
Figura 27 - Protetor facial................................................................................
55
Figura 28 - Variação de design do óculos tipo 1............................................. 56
Figura 29 - Óculos de proteção Future-710.................................................... 59
Figura 30 - Vista do modelo A.........................................................................
59
Figura 31 - Vista do modelo A.........................................................................
59
Figura 32 - Vista do modelo A.........................................................................
59
Figura 33 - Vista do modelo A.........................................................................
59
Figura 34 - Uso do modelo A.......................................................................... 59
Figura 35 - Uso do modelo A.......................................................................... 59
Figura 36 - Óculos de proteção V-MAXX VM 801...........................................
60
Figura 37 - Vista do modelo B.........................................................................
60
Figura 38 - Vista do modelo B.........................................................................
60
Figura 39 - Óculos de grau sob modelo B.......................................................
60
Figura 40 - Uso do modelo B.......................................................................... 60
Figura 41 - Vista do modelo B.........................................................................
60
Figura 42 - Vista do modelo B.........................................................................
60
Figura 43 - Encaixe imperfeito no nariz...........................................................
64
Figura 44 - Encaixe e vedação pela maleabilidade do material......................
65
Figura 45 - Oficina de madeira – campus da Unesp de Bauru....................... 69
Figura 46 - Aluno em trabalho.........................................................................
71
Figura 47 - Aluno em trabalho.........................................................................
71
Figura 48 - Aluna em trabalho.........................................................................
72
Figura 49 - Aluno em trabalho.........................................................................
72
Figura 50 - Aluno em trabalho na oficina de metal..........................................
73
Figura 51 - Óculos de grau sob óculos de segurança.....................................
74
Figura 52 - Detalhe do elástico do modelo A.................................................. 75
Figura 53 - Detalhe do elástico do modelo B.................................................. 75
Figura 54 - Gráfico de porcentagem da questão 01........................................
77
Figura 55 - Gráfico de porcentagem da questão 02........................................
80
Figura 56 - Gráfico de porcentagem da questão 03........................................
82
Figura 57 - Gráfico de avaliação por comparação.......................................... 84
Figura 58 - Gráfico de porcentagem da questão 05........................................
86
Figura 59 - Gráfico de porcentagem da questão 06........................................
89
Figura 60 - Gráfico de porcentagem da questão 07........................................
91
Figura 61 - Gráfico de porcentagem da questão 08........................................
93
Figura 62 - Gráfico de porcentagem da questão 09........................................
95
Figura 63 - Gráfico de avaliação por comparação.......................................... 97
Figura 64 - Gráfico de porcentagem da questão 11........................................
98
Figura 65 - Gráfico de porcentagem da questão 12........................................
100
Figura 66 - Gráfico de porcentagem da questão 13........................................
102
Figura 67 - Gráfico de avaliação por comparação.......................................... 104
Figura 68 - Gráfico de porcentagem da questão 15........................................
106
Figura 69 - Gráfico de porcentagem da questão 16........................................
108
Lista de Tabelas
página
Tabela 01
- Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 02..............
111
Tabela 02
- Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 09.............
112
Tabela 03
- Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 03..............
113
Tabela 04
- Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 7................
114
Tabela 05
- Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 13..............
115
Tabela 06
- Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 15..............
117
Tabela 07
- Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 03..............
118
Tabela 08
- Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 05..............
119
Tabela 09
- Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 7................
120
Tabela 10
- Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 08..............
122
Tabela 11
- Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 13..............
123
Tabela 12
- Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 15..............
125
Tabela 13
- Cruzamento estatístico: questão n° 05 x questão n° 09..............
126
Lista de Apêndices
página
Apêndice A
- Questionário aplicado.................................................................. 142
Lista de Anexos
página
Anexo A
- NR – 06........................................................................................
146
Anexo B
- Certificado de Aprovação do modelo Future-710........................ 153
Anexo C
- Certificado de Aprovação do modelo V-MAXX VM-810............. 155
Introdução
A seleção de materiais desempenha um papel fundamental no design
do produto. A funcionalidade depende diretamente da escolha apropriada do
material para juntar requisitos técnicos, segurança, desempenho e torná-lo
economicamente viável. É através do material em si que o usuário encontra a
interface para utilizar o produto. Estética, associações e percepção do produto o
fortemente influenciadas pela escolha do material, agregando ao produto
personalidade, que em maior ou menor grau, é um reflexo do material em si.
As características antropomórficas que adequam o produto ao corpo
humano muitas vezes não são suficientemente planejadas devido a variações
antropométricas e anatômicas de certas partes do corpo humano; devido a essa
deficiência morfológica, o conceito dos materiais miméticos visa cobrir essas
deficiências através da seleção e aplicação de materiais possuidores de
características moldáveis ao contato e portanto, morfoadequadores.
Objetivos
O objeto de estudo para aplicação dos materiais miméticos é a
segurança do trabalho, área de notável importância para estudos ergonômicos que
visa a proteção e integridade física dos trabalhadores. O propósito é criar uma
metodologia prático-técnica que foca o estudo e aplicação desses materiais, dentro
de conteúdos específicos aos produtos, ferramentas ou equipamentos, visando
melhor adaptação ao corpo humano nos locais de pressão e conseqüentemente
melhorias da qualidade do trabalho e da vida do trabalhador.
No presente estudo, a conceitualização dos materiais miméticos é feita
através da análise comparativa e preferencial das características dos materiais de
dois óculos de proteção, realizando-se um teste em oficinas e laboratórios da Unesp
campus de Bauru; em hipótese, o conforto oferecido pelo material maleável pode
ser fator positivo e determinante na escolha de determinado produto, uma vez que
seja possível que tais materiais estimulem psicologicamente os sujeitos e agreguem
sensações de conforto e segurança ao produto.
1 Revisão Bibliográfica
A revisão bibliográfica sobre o conceito materiais miméticos engloba
diversas áreas do conhecimento científico, sendo necessária uma abordagem
multilateral aos temas tangentes ao design de produto e engenharia de materiais
formando um cenário coerente e complementar ao panorama do tema.
1.1 Ergonomia
É comum do ser humano adequar as
ferramentas às suas tarefas. Isso implica numa
mudança morfológica do objeto que deriva de sua
linguagem de uso. milhares de anos o homem
realizava adaptações em ferramentas primitivas
(figura 1), melhorando empunhaduras para que se
ajustassem melhor e que se adequasse à configuração e aos movimentos das mãos
e assim causar menos desconforto e melhorar a qualidade de trabalho (IIDA, 1990).
De acordo com Laville (1977), “o termo Ergonomia é relativamente
recente: criado e utilizado pela primeira vez pelo inglês Murrel, passa a ser adotado
oficialmente em 1949, quando da criação da primeira sociedade de ergonomia, A
Ergonomic Research Society, que congregava psicólogos, fisiologistas e
engenheiros ingleses, interessados nos problemas da adaptação do trabalho ao
homem”.
A etmologia do vocábulo ergonomia (ergo trabalho e nomos
normas) não especifica bem o objeto dessa “nova” disciplina. Mas pode-se defini-la,
Figura 01 – Ferramentas pré-históricas
em síntese, como sendo o conjunto de conhecimentos a respeito do desempenho do
homem em atividade, a fim de aplicá-los à concepção das tarefas, das ferramentas,
das máquinas e dos sistemas de produção.
Engana-se quem pensa que ergonomia limita-se ao mero desenho
antropomorfo de ferramentas e objetos. Trata-se de uma ciência nova,
fundamentada em conhecimentos de diversas áreas como antropometria,
biomecânica, fisiologia, psicologia, toxicologia, engenharia mecânica, design,
informática e medicina, visando melhoria das condições de trabalho, otimização da
produção, diminuição de acidentes e doenças crônicas relativas ao trabalho.
Mas a ergonomia como objeto de estudo se revelou no período das
guerras mundiais. De acordo com Dul e Weerdmeester (1991), a
interdisciplinaridade das áreas tecnológica e de ciências humanas, durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), convergiu em esforços para a solução de
problemas vindos da operacionalização de equipamentos bélicos complexos. As
pesquisas foram intensificadas no sentido de adaptar os instrumentos de guerra às
características e capacidade dos operadores (figura 02).
Figura 02 – Controladores do caça P-40
O desenvolvimento tecnológico, novas armas e sistemas abriram as
portas para o estudo do desempenho dos operadores (usuários) e da interação que
tinham com as novas tecnologias (armas). A urgência na eficiência dos sistemas
elevou os estudos ergonômicos à categoria de prioridade nos projetos, que em
muitos casos, se tratavam de inovações como submarinos, radares (figura 03), com
pouco ou nenhum estudo realizado anteriormente, além de exigir muitas habilidades
do operador, em condições ambientais bastante tensas e desfavoráveis, como no
campo de batalha e portanto, extremamente propícias ao erro humano.
Figura 03 – Complexidade operacional da tela de radar
O erro humano causa diretamente perdas econômicas e oferece risco,
em diversos graus, ao trabalhador. Sempre foi mais simples apontar o erro humano
como fator problemático de um sistema, mas efetivamente não resolve os
problemas. Segundo Iida (1990), foi necessária a união de profissionais como
engenheiros e psicólogos para adequar operacionalmente equipamentos
(organização da interface), ambientes (temperatura, luminosidade) e aspectos
sensoriais (memória, atenção e características cognitivas) buscando “suavizar” a
interatividade do operador com seu posto de trabalho e assim oferecer um ambiente
o mais favorável possível para que a falha humana seja evitada e a integridade física
do trabalhador seja protegida
Com a introdução da informática e automação de processos que gera
um distanciamento entre o ser humano e o objeto de trabalho. Este fator, leva a uma
necessária elaboração de mapas mentais do trabalho. Se por um lado, temos um
suposto alívio do corpo, certamente aumenta-se a exigência cognitiva (CORRÊA,
2002), como mostra a figura 04, no interior de um moderno avião:
Figura 04 – Interior de avião a jato moderno
Na opinião de Montmollin (1990), a ergonomia disponibiliza múltiplas
possibilidades para sua aplicação estando relacionada a todos aqueles que
pretendem organizar um trabalho, criar uma máquina ou uma instalação, realizar,
aprender e ensinar; com essa perspectiva, Couto (1995), acrescenta ser importante
a existência de uma base concreta de ergonomia onde existam pessoas, para tornar
a integração do homem com os objetos e o meio ambiente o mais ajustado possível.
1.2 Antropometria
A antropometria estuda as variáveis
das proporções humanas em suas diversas
etnias. Parece relativamente simples coletar
medidas corpóreas das pessoas, bastando para
isso uma régua ou fita métrica (figura 05). Mas
na realidade, é uma tarefa árdua coletar medidas
confiáveis de uma grande amostra da população composta por indivíduos das mais
variadas etnias e morfologias.
Segundo Talmasky (1993), os dados antropométricos são elementos
determinantes na carga física do trabalho do indivíduo e no aspecto dimensional do
posto/espaço de trabalho, das ferramentas e máquinas que o compõe. Para Pollack
(1996), uma vez que as pessoas atingem diferentes formas e medidas, os projetistas
se valem dos estudos antropométricos para desenvolver produtos ajustados a todos
os tamanhos.
Elemento fundamental para o projeto do produto, a antropometria pode
ser dividida em dois ramos: estática e dinâmica (IIDA, 1992).
A antropometria estática (figura 06) estuda as dimensões corpóreas do
indivíduo em estados fixos: deitado, em pé e sentado, com os membros superiores
esticados ou recolhidos, com variáveis como uso de calçado e roupas. Já a
antropometria dinâmica (figura 07) visa coletar medidas do corpo em seu posto de
trabalho, buscando medidas de alcance mínimo e máximo dos membros executando
suas tarefas, utilizando fitas métricas, réguas e em alguns casos, equipamentos de
precisão em laboratórios especializados, como câmeras fotográficas em cenários de
Figura 05 – Coleta de medidas
fundo quadriculado para análises métricas tanto para antropometria estática quanto
para dinâmica, em pessoas de diversas morfologias: obesos, magros, de porte
atlético, idosos, crianças, altas, baixas, dentre outras.
Figuras 06 e 07 – Antropometria estática e dinâmica: coleta de medidas
No Brasil, o panorama da antropometria é altamente complexo, devido
basicamente à composição étnica do brasileiro, perfil este que não possui modelos
internacionais para servirem como padrão de estudo; a comparação entre
dimensões ideais e as dos atuais modelos mostra que a maioria dos produtos atuais
precisa ser melhor projetada em função das medidas antropométricas das
populações (HWA e HYUNG-SHIK, 2003).
A antropometria, portanto, é um fator importante e relevante. O respeito
aos dados antropométricos, no entanto, por si não é tudo. É preciso que estes
sejam considerados dentro do contexto onde o trabalhador está inserido, e que
venham a colaborar com outros aspectos igualmente importantes no processo.
(URIARTE NETO et al., 1997).
1.3 Conforto
Grande parte dos estudos de conforto são derivados de estudos
posturais onde se busca posições que não causem fadiga e podem ser mantidas por
longos períodos; e da arquitetura, onde o conforto térmico é primordial em seus
projetos. Assim sendo, diversos autores buscam compreender a noção de conforto,
através de dados e respostas fisiológicas dos indivíduos. Por exemplo, Bezinger
(1979), definiu o conforto térmico mais objetivamente, como sendo: “a falta de
impulsos punitivos de ambos os campos receptores, cutâneo e hipotalámico”; ou
ainda, em estudos realizados em câmaras climatizadas, Fanger (1970), define
conforto térmico como sendo: “uma condição da mente que expressa satisfação com
o ambiente térmico”.
Com uma visão crítica com relação ao caráter psicológico dessa
definição “condição da mente”, Rohles (1980) argumenta que os estudos
convencionais não levam em consideração apenas a condição da mente, mas
também a condição do corpo de uma maneira bem mais acentuada. Seguindo esse
raciocínio, pode-se concluir que conforto poderia ser definido como “resposta
humana ao estado psicológico que reflete a ausência de fatores agressivos ou
considerados desagradáveis ao corpo ou à mente”.
Invariavelmente, sabe-se que o corpo movimenta-se constantemente
em busca de posições mais cômodas e menos fatigantes, mesmo quando
aparentemente está parado. Troca de apoio de perna, inclina-se o tórax para frente
ou para trás. Estando sentado, inclina o quadril mais para frente para que maior área
das costas mantenha contato com a cadeira. Muda-se constantemente a posição
dos pés, hora juntos, hora separados.
Figura 08 – Estudo postural e variáveis principais identificadas
Fisiologicamente falando, o que faz o corpo tomar tais mudanças
posturais que às vezes as pessoas não percebem é, geralmente, a compressão e
tensão local de vasos e tecidos, através da gravidade e da postura assumida (IIDA,
1990). Por exemplo: ao sentar-se por longos períodos, a pessoa percebe que suas
costas podem vir a doer ou a parte inferior das coxas está levemente adormecida.
Isto ocorre devido à compressão nas áreas, que limitam a circulação de sangue na
região, causando deficiência na nutrição e oxigenação dos tecidos locais, resultando
em sensação de desconforto e fadiga. Daí o corpo simplesmente altera sua posição,
buscando alívio para a região. Caso semelhante é o das costas: a coluna vertebral é
um sistema altamente complexo, composto por 33 vértebras por onde passam
nervos, artérias e a medula espinhal, protegidos por uma resistente armadura óssea
(IIDA, 1990). Existe um tecido cartilaginoso e gelatinoso que separa e protege as
vértebras mas que não possui sistema vascular, fazendo suas trocas nutritivas
através de osmose. Quando existe alguma tensão externa comprimindo os discos
(geralmente uma postura, muito inclinada) ocorre problema nos processos
nutritivos, podendo levar a conseqüências como dores nas costas e até hérnia de
disco.
O mesmo exemplo pode ser aplicado a diversas áreas do campo do
trabalho, onde postura de execução da tarefa pode causar dores e males
diversos em longo prazo.
Apesar da noção de conforto ser altamente subjetiva e sem métodos
ou critérios universais para medi-lo (METHA e TEWARI, 2001), é possível que
através da opinião das pessoas (sujeitos) que são focos de estudo sobre conforto,
ao responderem a questionários subjetivos, como a de “escalas de conforto”,
desenvolvida por Cardello, Shultz e Winterhalter (2002), para mensuração de
conforto de vestuário (figura 09), ilustrem de forma mais racional a mensuração
subjetiva para o conforto.
De maneira basicamente conclusiva, Brandimiller (1999) diz que não
existe postura correta, o que existe é postura neutra, onde músculos ficam menos
contraídos e precisam fazer menos esforços para sustentar o corpo. Quando o corpo
está relaxado, a pessoa pensa melhor, percebe melhor os problemas e erra menos,
resultando em produtividade e qualidade de vida.
Figura 09 - Escalas de conforto de Cardello, Shultz e Winterhalter (2002)
1.4 Seleção de Materiais
O sucesso comercial dos produtos
industrializados vem de uma combinação geralmente
conflitante entre necessidades e custos que impõem
aos projetistas metodologias técnicas para a solução
desses dilemas. Segundo Prasad apud White (1997), os
materiais são os elementos comuns que enumeram as
partes no processo de produção do produto (figura 10).
A escolha do material, por exemplo, é também muito influenciada pelo
uso do produto, em dadas condições e ambientes favoráveis ou não. Ao mesmo
tempo em que a seleção de materiais contribui para estabelecer a interface da
pessoa com o produto (geralmente, sendo a base do corpo do objeto), ela atua de
maneira técnica e científica, ao contrário do modo arbitrário, subjetivista, geralmente
tendencioso e ligado apenas ao custo que o projetista normalmente tem de utilizar
para tomar decisões dessa categoria. Para Back (1983), com uma seleção
adequada de materiais (propriedades mecânicas e físicas, processos de fabricação,
suprimentos, custos, certificações, acabamentos e reciclagem), nota-se que, aliado a
um bom trabalho de pesquisa, é possível obter-se uma lista extensa de materiais
que apresentarão características suficientes para o produto que está sendo
projetado.
É importante lembrar que o designer não lida somente com a
funcionalidade ou método de produção dos produtos, mas também com elementos
subjetivos como atrativos estéticos, desejos dos consumidores e suas necessidades
psicológicas (ASHBY, 2003), mostradas no seguinte gráfico (figura 11), onde é
Figura 10 – Materiais diversos
exemplificado o espírito do trabalho simultâneo do processo projetual utilizado pelo
designer:
Figura 11 – Processos simultâneos do projeto
O conceito do produto é imediatamente alinhado com a percepção
técnica e emocional, parâmetros estes implícitos na metodologia do desenho
industrial. Observa-se a imensa quantidade de materiais existentes dos quais se
dispõe para a produção do produto; na etapa preliminar de briefing, existem infinitas
possibilidades de materiais e suas combinações, mas o interessante é pensar que
tal gama possibilita liberdade imaginativa e em muitos casos, experimental (ASHBY,
2003). Manzini (1993), quando afirma que, para um produto, não apenas um
material que se mostra como uma escolha óbvia, quase obrigatória; existem agora
muitos materiais diferentes que podem atender as necessidades esperadas.
As delimitações técnico-funcionais irão naturalmente excluir a grande
maioria de materiais inaptos à concepção do produto e ligados à formação estética,
em particular. Durante o desenvolvimento, as opções se reduzem drasticamente e
se torna possível especular com certa margem de certeza sobre os materiais e
capacidade do produto, através de técnicas de modelagem tradicionais, como
construção de modelos e mock-ups, além da modelagem virtual (figura 12), que
economiza tempo e investimento, permitindo a visualização plena do produto e em
alguns casos até mesmo a simulação de seus componentes mecânicos em
funcionamento.
White (1997) enfatizou a
importância de seleção de materiais por
computador porque os livros têm diversos
inconvenientes, como a constante
desatualização e classificação de dados sem
padrão. Um sistema computadorizado, que
forneça o acesso aos dados dos materiais, não é necessariamente um sistema de
seleção de materiais, embora o acesso aos dados seja essencial para facilitar a
seleção.
Informações e dados computadorizados sobre materiais são
disponíveis em duas formas, segundo Ashby (2003). Primeiro, o sistemas on-line
onde um assinante pode contatar o computador central que disponibiliza o serviço
através da Internet (sites especializados). Segundo, o assinante recebe os dados
através de disquetes ou CD-ROM contendo os programas devidamente licenciados,
para utilizar em seu computador pessoal, com serviços de suporte técnico.
O CES (Cambridge Engineering Selector), desenvolvido por Ashby e
Cebon (figura 13) é um sistema de seleção de materiais que usa cartas, que são um
meio de indicar dados sobre as propriedades do material de modo otimizado
(desenvolvidas para apresentar os materiais e seus índices de desempenho,
nomenclaturas técnicas e comerciais, propriedades físico-químicas, de forma
ordenada e estruturada), através de uma interface gráfica (figura 14).
Figura 12 – Modelagem virtual
Figura 13 e 14 – Tela do CES e opções de materiais indicados pelo programa
O processo de seleção depende das variáveis técnicas inseridas, uma
combinação de propriedades dos materiais que se maximizada, otimiza a
performance do programa.
Os programas de computador para seleção de materiais geralmente
fornecem suporte para decisões de acordo com as exigências e demandas do
projeto, além de gerenciamento de informações relativos aos materiais, processos
de fabricação e bases de dados.
Mesmo com o advento de tecnologias como os programas de seleção
de materiais, o homem ainda é o responsável final pela seleção, pois essas novas
ferramentas apenas apontam para possíveis soluções otimizadas baseadas em
dados inseridos; todos os atributos subjetivos e psicológicos relacionados ao
material passam necessariamente por seu julgamento e diversos motivos logísticos
podem levar a rejeição dos materiais propostos.
1.5 Metodologia do Projeto
Entende-se por metodologia do projeto o conjunto de etapas cognitivas
e criativas para o designer realizar a criação de um produto. O processo em si é
complexo e por questões mercadológicas busca-se melhores soluções em menor
tempo possível.
Antes mesmo de se conceber os produtos industrializados, equipes de
profissionais especializados debatem sobre possibilidades de produção, design e
mercado.
Ao perceberem a possibilidade de lançar um novo produto no mercado,
executivos, designers e engenheiros de produção reúnem-se para debater as
possíveis características do produto em questão e traçam metas e etapas para a sua
realização. Tais etapas são munidas de ferramentas clássicas de criatividade e
geração de idéias para suplementar as propostas iniciais do produto.
Etapas não criativas e de decisões mercadológicas não serão
comentadas, por não tratar do foco desta dissertação.
Segundo Bornia (1997), é importante definir quais o as atividades
que agregam valor a um produto, minimizar aquelas que não agregam-lhe valor, e
eliminar as perdas. A princípio, busca-se sempre a inovação, característica marcante
do “bom design” mas muitas vezes, de acordo com as estratégias definidas pelas
empresas, apenas um redesenho do produto é considerado suficiente e assume-se
o risco de lançar um produto paralelo com diferencial cosmético, também conhecido
como styling. (Baxter, 1998)
Constantes análises de mercado, entrevistas com voluntários e testes
com protótipos compõe o cenário da metodologia do projeto na prática, numa
espécie de “funil” de etapas, sempre possibilitando o feed-back entre elas.
Figura 15 – Funil de decisões
O funil de decisões (figura 15) permite uma abordagem sistemática e
ordenada da produção de um novo produto para minimizar as chances de fracasso
(Dualibi e Simonsen, 2000). Desde a identificação das necessidades, baseado em
pesquisas de mercado até o lançamento comercial; seguindo etapas hierarquizadas
que facilitam o controle de qualidade do desenvolvimento.
Ao lado do funil encontrar-se uma coluna que aponta para as etapas
mais custosas do desenvolvimento; no início é exigido pouco investimento,
geralmente aplicada em pesquisas de viabilidade para o lançamento do novo
produto; ao ser aprovado, os recursos o destinados ao início do projeto do
produto, abordando técnicas de criatividade e geração de idéias para torná-lo um
diferencial no mercado. Seguindo então para a construção de um protótipo, onde a
demanda de investimento em equipamentos, peças e processos aumenta; e
finalmente ao lançamento do produto no mercado, envolvendo mais investimento de
marketing, logística e distribuição.
É importante observar que é desejável cometer erros nas etapas
iniciais do projeto, onde o investimento ainda é consideravelmente menor. O custo
do fracasso do produto em sua etapa de lançamento, além de substancialmente
maior, pode comprometer a imagem da empresa. Segundo Attwater apud Baxter
(1988), o segredo é fracassar com pouco dinheiro.
Através da análise do funil de decisões, seguem-se a seguir algumas
etapas de criatividade clássicas que visam a compreensão das necessidades do
usuário e possibilidades criativas para concepção do novo produto:
Etapas criativas: o desenvolvimento do processo criativo pode ser
colocado, segundo Young (1967), baseado em Wallas (1927) no livro de Baxter
(1998), de maneira sistematizada em sete etapas funcionais:
1 - Identificação: inicialmente a mais óbvia, esta etapa visa identificar realmente
qual o problema a ser resolvido. Essencialmente, um problema bem delimitado e
observado pode trazer 50% da solução (Dualibi e Simolsen, 2000). Após a
identificação correta do problema, pode-se passar para a etapa seguinte.
2 - Preparação: fase em que se buscam informações a cerca do problema e que
pode ser dividida em duas partes: direta e indireta.
Direta: é quando se reúne cientificamente informações objetivas sobre
determinado problema em prol de sua resolução. Pode-se citar a famosa frase de
Thomas Edson (gênio é composto de 1% inspiração e 99% de transpiração) como
exemplo de preparação.
Indireta: dá-se quando se reúne toda sorte de informações paralelas sobre o
assunto, mesmo que aparentemente possa não ter relacionamento com o tema.
Eventualmente, pode ser um processo inconsciente, onde a busca de informações
paralelas pode ser intensificada apesar da solução não surgir; mas a contínua
alimentação de informações cria um processo de acúmulo de dados e o cérebro se
torna capaz de associar as informações obtidas em busca de uma solução.
3 - Incubação: seguindo outra frase de Thomas Edson, “o trabalho inconsciente
não é possível, se não for precedido pelo trabalho consciente”. A fase de incubação
acontece naturalmente após a alimentação caótica de informações, através da fase
de preparação. Assim sendo, novamente contando com o inconsciente, a incubação
é a reação natural da mente ao estresse e pressão, através do relaxamento e do
“esquecimento” momentâneo do problema. É o caso clássico de que uma pessoa
pode ir dormir com um problema em mente e no dia seguinte, a solução lhe vem
naturalmente, atingida pelo trabalho inconsciente da mente.
4 - Aquecimento: é a fase de retorno ao problema. Novamente, o inconsciente
tem grande importância, quando através de flashes, a mente retorna
constantemente ao problema e as idéias atravessam a barreira do consciente e
inconsciente de maneira desordenada e tende a se caminhar para uma solução, que
geralmente parece estar ao alcance das mãos, apesar de ainda não puder ser vista
ou compreendida de forma plena.
5 - Iluminação: esta é a fase na qual os esforços da incubação e aquecimento
convergem em resultado. A contínua associação de informações e conceitos feita
pelo inconsciente chega ao resultado esperado. Isto é chamado tecnicamente de
insight, quando a solução se apresenta pela primeira vez, geralmente de modo
súbito e sem esforço físico ou mental aparente. É possível criar condições favoráveis
para o insight, alguns dizem que basta seguir rituais pessoais e subjetivos, como
passeio em determinados lugares, refletir sobre o problema (após as etapas
anteriores).
6 - Elaboração: nesta etapa, o esforço consciente é bastante exigido. Após
julgar adequada a solução encontrada pela iluminação, é hora de trabalhar em cima
da proposta. Alguns autores citam o constante aperfeiçoamento da solução final
através de técnicas como o MESCRAI (sigla para Modifique, Elimine, Substitua,
Combine, Rearranje, Adapte, Inverta) no caso de produtos industriais; alguns
autores de livros dizem que reescrevem trechos importantes muitas vezes até
sentirem que está de acordo com o que desejam; alguns cineastas filmam mais de
cinco vezes uma mesma cena para se chegar ao ideal. Enfim, é uma etapa em que
as possibilidades são trabalhadas para que se atinja um grau de excelência
considerado ótimo.
7 - Verificação: pode levar um tempo considerável entre a fase de iluminação,
elaboração e verificação. Os métodos industriais e tecnológicos diminuíram
drasticamente esse tempo de espera entre a idéia/invenção e sua aplicabilidade.
Cientistas como Newton ou Darwin necessitaram de anos para poder comprovar
suas teorias. No caso dos produtos industriais, os gráficos de vendas o os
termômetros necessários para avaliação do sucesso ou fracasso do lançamento do
produto.
As grandes possibilidades dos materiais miméticos estão divididas em dois
campos de observação bastante distintos: a metodologia do projeto original, isto é,
quando se cria um produto a partir do zero, visando o lançamento no mercado de um
novo produto; ou simplesmente na releitura do objeto, induzindo novas
especulações dentro do campo ergonômico, estético e produtivo (processo
conhecido por redesign), isto é, buscando a evolução das características positivas
do produto, sem desconfigurar sua linguagem original enquanto objeto já
estabelecido. Neste sentido, a releitura do objeto visa alteração básica dentro dos
limites do material imposto como corpo do objeto, ou melhor, visa à melhoria da
interface do objeto nos sentidos táctil, de conforto e de usabilidade.
Observando as etapas metodológicas estabelecidas, a análise
ergonômica está situada antes de qualquer forma de conceito, uma vez que ela é
estabelecida como parâmetro projetual e não etapa do projeto. Ou seja, antes
mesmo de conceber qualquer idéia, é assumida uma postura para o
projeto/design ergonômico. A mesma mentalidade é solicitada para adequar o
conceito dos materiais miméticos junto a metodologia do projeto do produto, sendo
que ao estar atrelado naturalmente ao processo de planejamento ergonômico, se
consolida como conceito prático e aplicável.
1.6 Mimetismo
Segundo o dicionário Aurélio, mimetismo é o fenômeno de vários
animais tomarem a cor e a configuração dos objetos em cujo meio vivem ou de
outros animais de grupos diferentes. Particularmente, este é um recurso eficaz de
sobrevivência, na tentativa de simular cores e formas que não pertenciam ao animal
originalmente (figura 16).
Figura 16 e 17 – Exemplos de camuflagem e mimetismo
De acordo com Costa (2004), em termos ópticos, coloração críptica ou
camuflagem ocorre quando o aspecto geral do corpo de um organismo se confunde
com algum elemento do fundo (figura 17), quer o fundo seja ou não um outro ser
vivo, Ao contrário da camuflagem, no mimetismo as espécies envolvidas interagem,
havendo benefícios mútuos.
A característica de adaptação do material em função do seu ambiente
pode ser descrita como “mimetismo” daí a expressão materiais miméticos,
aplicados ao contexto projetual dos produtos, pois se trata de criar fatores orientados
pelo projeto e materiais, para a ideal funcionalidade de um produto e que agregam
valores preferenciais no poder de decisão do usuário (FELLOWS e FREIVALDS,
1991).
A capacidade adaptadora do material, sob pressão, visa adequar-se à
parte do corpo onde se encontram em contato, espelhando e tomando as formas
corporais (figura 18).
Figura 18 – Deformação elástica do material
Especificamente, em produtos cujo planejamento ergonômico não é suficiente para
cobrir uma ampla gama de usuários, devido suas diferenças antropométricas,
materiais de alta maleabilidade, deformidade e capacidade de adaptação são
desejáveis no sentido de compensarem as próprias deficiências ergonômicas do
material original do produto e ainda interagir com seu próprio design.
De um modo simples, o conceito dos materiais miméticos visa
desenvolver uma metodologia projetual paralela, onde o design de produto é
intimamente influenciado pela seleção de determinados materiais, que procuram
melhorar a interface produto-usuário através da sua aplicação em certos pontos do
projeto, definidos por observação ergonômica. A própria natureza do produto se
dispõe como meio analítico para critérios de aplicação dos materiais miméticos;
como exemplos de pesquisas mais difundidos estão estudos de empunhaduras para
ferramentas manuais (BJÖRING, JOHANSON e HÄGG, 1999) em que o uso dos
materiais adequados maximiza o desempenho, o conforto e principalmente a
segurança. Espera-se com isso, estimular os efeitos psicológicos, através da
linguagem de uso, interface com o produto, análise de julgamentos subjetivos,
preferências, melhoria de performance, segurança, contando atrativos de apelo
comercial e científico.
1.7 Materiais Miméticos
Os materiais miméticos o basicamente um conceito de aplicação
específico, visando abranger certas características positivas e desejáveis dentro da
seleção de materiais, para que o design do produto tenha elementos maximizados
em da sua esfera de usabilidade. As principais áreas a serem influenciadas o
conforto e segurança, através do planejamento ergonômico e aplicação do material
em função de seu próprio conceito, ao mesmo tempo em que se tenta preservar
capacidades desejáveis, otimizando o equilíbrio entre proteção e performance
(MURALIDHAR, BISHU, e HALLBECK, 1998).
Assim sendo, busca-se os materiais, sintéticos ou o, que possuem
características como maleabilidade, deformidade, elasticidade, maciez; e por
conseqüência de sua aplicação voltada ao contato direto com o corpo humano,
serem antialérgicos, inodoros, termodinamicamente eficientes e atóxicos. E a
interação mimética que esses materiais adquirem ao estarem em contato com o
corpo, de acordo com a utilização franca de cada produto, é a chave para um melhor
desempenho.
Os materiais miméticos são uma realidade décadas, porém seu
uso ainda é restrito e limitado à percepção de que utilizando materiais mais macios
em certas situações haverá ganhos em conforto, como por exemplo, foi
recomendado que a superfície da empunhadura de ferramentas sejam macias e
levemente compressíveis (KONZ, 1990 apud Björing et al 1999; MITAL e KILBOM,
1992), pois acreditava-se que, sendo dessa forma, haveria facilidade de empunhar a
ferramenta, porque distribui-se a pressão mais uniformemente na palma da o,
além de poder reduzir vibração, comparado com um material o compressível. Em
seus estudos, Fellows e Freivalds (1989) mediram a distribuição da força de pega
usando sensores e avaliação subjetiva e constataram que durante a pega, a força é
distribuída muito irregularmente; também constataram que cabos emborrachados
causam um aumento da uniformidade de distribuição de forças, afetando
positivamente a performance e satisfação do usuário (FELLOWS e FREIVALDS,
1991).
Em termos de segurança do trabalho, mudanças simples em um
equipamento podem contribuir para a melhoria de todo um posto de trabalho, que
normalmente, o uso de força e más posturas estão relacionados com as ferramentas
utilizadas. Trabalhar ergonomicamente essas ferramentas pode trazer benefícios
aos usuários (GUIMARÃES, ALBANO e VAN DER LINDEN, 2003).
A utilização dos materiais miméticos encontra-se na necessidade da
adaptação mais íntima entre um produto e seu usuário. Devido sua natureza, certos
projetos demandam o uso de materiais maleáveis não por questões morfológicas,
mas funcionais (figura 19), como por exemplo estofamento de assentos (o material
de amortecimento do assento desempenha um papel dominante em auxiliar, apoiar
e sustentar a postura do operador, isolando a vibração e melhorando a qualidade de
assento, segundo MEHTA e TEWARI, 2001), lentes de contato, preservativos, luvas
cirúrgicas, toucas para natação, etc, onde necessariamente o próprio produto ou seu
“corpo”, é majoritariamente composto pelo material mimético e nele estão inseridas
todas as características de design e funcionalidade (figura 20).
Figuras 19 e 20 – Estofamento do assento e luvas cirúrgicas
Infelizmente, algumas características indesejáveis podem surgir nesse
tipo de aplicação, pois existe uma parcela significativa de pessoas alérgicas a
determinadas substâncias, como por exemplo no caso do preservativo, normalmente
feito de látex, que segundo dados do US Food and Drug Administration e do
American Academy of Allergy and Immunology, no início da década de 1990, mais
de 3% da população sexualmente ativa dos Estados Unidos apresentava alguma
reação alérgica ao referido material.
Neste sentido, busca-se a diferenciação entre o material aplicado,
meramente como revestimento de um produto tido como base (figura 21) e o
material que é essencialmente o próprio produto (figura 22). Mas em ambos os
casos, independente dos processos de produção, o fator convergente é o mimetismo
do material para com o usuário, atendendo as expectativas sobre ele lançadas.
Figuras 21 e 22 – Material como revestimento e material como produto
Esta dissertação não se trata de citar listas ou criar mais uma
classificação para materiais, apenas de contribuir com um dos pontos fundamentais
para metodologia, incutindo uma mentalidade projetual, onde o uso destes materiais
é focado para projetos do mesmo modo que o planejamento ergonômico é
naturalmente considerado durante todo o processo do projeto.
1.8 Segurança do Trabalho
A segurança do trabalho é a área que delimita o processo de proteção
ao trabalhador, para ampará-lo através de procedimentos, informações e legislação
específica.
O grande fator de análise na segurança do trabalho é o acidente.
Considerado como um custo social, ele ocorre através do exercício do trabalho a
serviço de um órgão empregador, na qual é provocado lesão ou perturbação
funcional que possa levar à morte, redução ou perda, seja temporária ou
permanente da capacidade para o trabalho.
Segundo Machado e Gómez (1994), em relação à freqüência de casos
de acidentes de trabalho, a construção civil é apontada, na maior parte desses
estudos, como a atividade mais crítica. Apontam-se como causas o
desconhecimento sobre segurança, o método de trabalho incorreto e o choque
mecânico anterior, ou seja, um incidente ou um acidente leve precede o acidente
letal.
Os acidentes de trabalho podem ser divididos em duas vertentes,
segundo o Ministério do Trabalho: de natureza ambiental ou do indivíduo.
Os acidentes de natureza ambiental envolvem desde o planejamento
do posto de trabalho e condições em que o trabalho é realizado. Considera-se
basicamente higiene, organização, iluminação, ventilação, ruído, instalações
elétricas e afins. Os de natureza do indivíduo apontam diretamente para o grau de
experiência, qualificação, escolaridade, além de condições diversas de saúde física
e psicológica. Engloba também imprevistos, desatenção e fadiga. Ou ainda, de um
modo mais abrangente, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego:
“Define-se como Acidente do Trabalho aquele que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.”
A compreensão e a visualização dos cenários típicos possibilita o
planejamento de medidas gerais e específicas na prevenção dos acidentes. A
constatação de que determinado tipo de acidente ocorre mais em certos setores da
indústria, ou está envolvido a certo tipo de equipamento ou máquina, auxilia o
desenvolvimento de ações pontuais e diretas no ambiente do trabalho e ações com
o trabalhador (SOUZA e BLANK, 2002).
1.8.1 Equipamento de Proteção Individual
Os equipamentos de proteção individual são desenvolvidos para
assegurar a integridade física dos trabalhadores, de acordo com as necessidades de
proteção exigidas pelo tipo de trabalho. Segundo Zago (1998), podem ser divididos
em: proteção para cabeça (óculos e visores diversos, capacetes e máscaras),
membros superiores (luvas e mangas longas), membros inferiores (calçados,
perneiras especiais), contra quedas (cintos, cadeiras suspensas, travas), proteção
auditiva, respiratória (máscaras e respiradores), de tronco (aventais, jaquetas), para
o corpo inteiro (roupas especiais de isolamento) e pele (cremes).
O uso do EPI requer uma atenção especial para mantê-lo nas
condições de proteção originalmente estabelecidas. A maior parte dos EPIs não
dispõem de prazo de validade fixo. Normalmente os fabricantes estabelecem prazo
limite de utilização e condicionam a manutenção das características originais a
utilização correta desses equipamentos. Com isso, de acordo com a NR-06 (anexo
A), cabe ao responsável legal pelo fornecimento do EPI (empregador) monitorar o
correto uso, guarda, higienização e conservação do equipamento de proteção que
mantenha suas características de proteção. A verificação da obediência legal está
atrelada à apresentação por parte do empregador de documentos que respaldem as
providências adotadas.
É possível afirmar que o uso do EPI ainda é negligenciado em muitas
áreas do país, onde altas estatísticas de acidentes de trabalho denunciam o baixo
nível de treinamento para segurança, conscientização do uso do equipamento de
proteção e a visão do empresariado de que segurança é custo e não investimento.
Em relação à freqüência de casos de acidentes de trabalho, a construção civil é
apontada, na maior parte desses estudos, como a atividade mais crítica (MACHADO
e GOMEZ, 1994).
Segundo pesquisa de Faria et al. (2004) sobre trabalho rural e
intoxicação por agrotóxico, o uso de EPI foi mais freqüente entre os homens e entre
as pessoas com escolaridade média de 5 a 8 anos. O grupo sem escolaridade era o
que menos usava estes equipamentos. Verificou-se também que o uso destas
medidas de proteção eram reduzidas entre os agricultores mais idosos. O acesso a
orientações técnicas para práticas agrícolas mostrou-se relacionado a maior uso de
EPI específico para proteção química. O uso de EPI era menor entre os
empregados. Os trabalhadores rurais que usavam mais EPI trabalhavam nos
estabelecimentos com maior renda bruta de produção, maior nível de mecanização e
tinham jornada de trabalho agrícola mais extensa.
Uma outra pesquisa, do SindusCon-SP e do Ministério do Trabalho e
Emprego, com base em, informações coletadas pela Fundacentro (Fundação Jorge
Duprat de Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) em 1997 estimou-se
em 4098 o número de acidentes fatais na construção civil no Brasil, uma média de
342 por mês. A média nacional de acidentes fatais é de 0,259 por mil trabalhadores
e está acima da média internacional, estimada em 0,201 mortes por mil empregados.
Infelizmente diversas fontes confirmam que o uso obrigatório do EPI
muitas vezes é negligenciado pelo próprio trabalhador, que considera os
equipamentos desconfortáveis ou dificultam demais a execução do serviço (Netto e
Barreto, 1997), apesar de que incidência de acidentes de trabalho no Brasil tem
declinado de forma significativa nas últimas décadas, e a sonegação da notificação
por parte das empresas, decorrente de vários fatores, entre os quais as freqüentes
mudanças de legislação, tem sido o principal argumento sustentado para explanar
tal fato. (WÜNCH FILHO, 1999).
Com o objetivo de unir os elementos da segurança do trabalho, design
de produto e a área de materiais miméticos numa mesma esfera de pesquisa, surge
a necessidade de uma análise conjunta que possa beneficiar todos os campos de
maneira que seja possível abordá-los teórica e cientificamente.
Dessa forma, é requerido um teste-padrão que envolva a análise
ergonômica de algum tipo de equipamento de proteção e suas abordagens, ao
mesmo tempo em que possam ser feitas especulações projetuais desse
equipamento dentro do círculo dos materiais miméticos.
Uma vez que o trabalho é focado na definição e uso para tais materiais
de alta maleabilidade, é uma conseqüência natural da pesquisa que um elemento da
área da segurança do trabalho que possua ou possa facilmente ser remodelado com
esses materiais seja analisado, em termos de ergonomia, conforto e design, com o
objetivo de contribuir para o crescimento dessas três áreas.
1.8.2 Óculos de segurança e a visão
Certas situações de trabalho exigem proteção de acordo com o risco
oferecido ao órgão/membro mais utilizado ou potencialmente mais afetável. Como
forma de justificativa da escolha do óculos de proteção para análise, estão
argumentos como importância da visão como sentido mais primordial, sendo os
olhos órgãos de grande sensibilidade e passíveis de traumas gerados por partículas
sólidas, respingos químicos, biológicos, luminosidade intensa, radiações e gases
nocivos; segundo dados da Health Latin America de 2000, são realizados por ano
35.000 transplantes de córnea por ano nos Estados Unidos, sendo que no Brasil
esse número se próxima dos 3000 casos/ano.
É possível considerar a visão como o mais importante sentido humano,
sendo que a maior parte da comunicação com o meio exterior aproximadamente
85% – se dá através dela (CAMARGO, CHIES e NETO, 2000) e que lesões oculares
geram defeitos visuais permanentes, o que justifica toda e qualquer ação no sentido
de prevenção de acidentes. As lesões mais encontradas são corpos estranhos,
úlceras traumáticas, queimaduras, contusões e lacerações, em profissionais de
áreas como metalurgia, construção civil, marcenaria, mecânica, têxtil, cerâmica,
indústria química, industria de produtos alimentícios, transporte, pesca, artes
gráficas e mineração.
A própria estrutura física dos óculos, que juntamente com máscaras de
proteção para gases e roupas anti-radiação, estão dentre os EPIs que podem estar
submetidos a maiores especulações projetuais dentro da área do design de produto,
buscando inovação, eficiência em proteção e principalmente conforto.
Segundo Zago (1998), existem quatro tipos básicos de óculos de
proteção: contra impactos (figura 23), contra respingos e poeiras (figura 24), de
lentes inteiriças (figura 25) e contra brilho excessivo (figura 26), além de protetores
faciais (figura 27).
Figura 23
Tipo 1: óculos de proteção contra impacto
Figura 24
Tipo 2: óculos de proteção contra respingos e poeira
Figura 25
Tipo 3: óculos de proteção de lentes inteiriças
Figura 26
Tipo 4: óculos de proteção contra brilho excessivo
Figura 27
Protetor facial
O tipo 1 de óculos de proteção visa proteger os olhos de partículas
sólidas propelidas em direção aos olhos. Constitui-se basicamente de armação com
hastes com reforço de metal não ferroso, flexível ou não, ou de material plástico
resistente ao teste de flamabilidade, lentes de vidro ótico ou resina sintética
resistente a altos impactos, como policarbonato e proteção lateral contra partículas
multidirecionadas, incorporado à armação ou como extensão da lente.
O tipo 2 é um modelo que visa a proteção dos
olhos contra partículas suspensas de tamanho mediano,
como poeiras de terra trazidas pelo vento ou serragem.
Existe tolerância para vedação, não sendo necessária a vedação total, desde que se
mantenha atrelado ao uso em locais onde não haja exposição a elementos tóxicos.
Eventualmente, segue a linha de design dos óculos tipo 3 (ampla-visão) mas
também é encontrado em modelos similares aos de nadadores (figura 28).
Geralmente possuem orifícios, canaletas ou válvulas de ventilação indiretas.
O tipo 3 é conhecido comercialmente como “ampla-visão” ou de lentes
inteiriças, seguindo o design dos modelos que oferecem proteção contra gases e
vapores (porém estes não devem possuir sistema de ventilação). Tais óculos
oferecem proteção indicada contra partículas sólidas ou quidas de tamanho
bastante reduzido (abaixo de 100 mícrons, sendo 1 mícron = 0,001mm) em
suspensão no ar por longos períodos, como poeiras, fumos, fumaças, névoas e
neblinas (Zago, 1998).
Caracterizam-se pela constituição inteiriça da lente (de vidro ótico ou
material sintético), incolor ou em tonalidades especiais (verde ou azul, de acordo
com a necessidade), possuindo armação de material flexível e macio, que permita
ajuste perfeito e não irrite a pele; elástico resistente para retenção à cabeça que
mantenha uma pressão ideal de ajuste da armação junto ao rosto; dependendo da
utilização, poderá possuir sistema de ventilação indireta de válvulas de transpiração
ou pequenas perfurações. Tais características se aplicam ao tipo 4 também, porém
Figura 28 – Variação do design
este possui lentes especialmente desenvolvidas para proteger os olhos contra
luminosidade excessiva e determinadas radiações (ultra-violeta ou infra-vermelha),
muito indicado para profissionais que trabalham com soldas.
Mas uma vez que as soldas o procedimentos de risco não somente
aos olhos mas como diversas partes do rosto e do corpo, outros equipamentos ou
combinações de equipamentos podem ser mais indicados, de acordo com o tipo de
serviço à ser executado, como máscaras, protetores faciais (figura 24), grossas
luvas e aventais.
Apesar da constituição heterogênea dos óculos de proteção, a
metodologia dos materiais miméticos visa o estudo inicial dos elementos do produto
que tocam diretamente a pele do usuário, fornecendo subsídios para estudos de
conforto e eficiência.
De acordo com as conclusões de experimentos de pesquisadores
como Björing, Johansson e Hägg (1999), Fellows e Freivalds (1991) e Guimarães,
Albano e Van der Linden (2003), o elemento subjetivo que agrega valor à sensação
de conforto é conclusivo nas análises feitas através de preferências por
determinados materiais que buscam minimizar o desconforto provocado pela
execução contínua de uma determinada tarefa, durante a jornada de trabalho.
2 Materiais e Métodos
No intuito de conceituar os materiais miméticos, optou-se pela seleção
de um equipamento de proteção individual que representasse uma série de
características interessantes dentro do campo do design e segurança, além de ser
passível de novas especulações projetuais no que diz respeito à aplicação de
materiais diferenciados. Apesar das estatísticas apontarem que os membros
superiores (mãos) representam aproximadamente 1/4 da totalidade de acidentes
(INPS, 1990), traumas que atinjam os olhos podem ser considerados de maior
gravidade em termos de perda de qualidade de vida, tornando a vítima dependente
de cuidados de terceiros e incapacitada para grande maioria postos de trabalho,
dependendo do grau da lesão.
Assim sendo, optou-se por dois modelos de óculos de proteção, do tipo
ampla-visão, mas com disparidade em alguns elementos de design: o Future-710
(figura 29) considerado como modelo A; e o V-MAXX VM-810 (figura 36)
considerado como modelo B.
Figura 29: FUTURE - 710
Fabricante: Íris Safety (Brasil)
Descrição: Óculos de segurança, modelo ampla-visão, constituído de armação
confeccionada em uma única peça em PVC flexível transparente, com ventilação
indireta composta de duas válvulas localizadas na parte superior e inferior da armação, e visor de
policarbonato incolor. O ajuste à face do usuário é feito através de um tirante de elástico.
Aprovado e testado pela Norma ANSI Z.87. 1/1989.
Figuras 30 e 31 – vistas do modelo A
Figuras 32 e 33 – vistas do modelo A
Figuras 34 e 35 – uso do modelo A
Figura 36: V-MAXX - VM 810
Fabricante: UVEX (Estados Unidos)
Descrição: Óculos de proteção contra impactos, tipo AMPLA VISÃO. Estrutura
da armação em PVC maleável, com VENTILAÇÃO INDIRETA. Fixação na
cabeça através de elásticos em neoprene na cor preta, fixados nas laterais da
armação. Lente única incolor em policarbonato com tratamento anti-embaçante.
Aprovado e testado pela Norma ANSI Z.87.1/1989.
Figuras 37 e 38 – Vistas do modelo B
Figuras 39 e 40 – Óculos de grau sob modelo B e uso
Figuras 41 e 42 – vistas do modelo B
Logo em seguida, um ensaio preliminar foi elaborado para servir como
parâmetro de estudos sobre as opiniões de sujeitos, verificar dados e elaborar o
teste em definitivo e o tipo de questionário a ser apresentado.
2.1 Ensaio preliminar
Com o objetivo de elaborar com mais cuidado e atenção o teste que
será aplicado em um grande número de sujeitos, é indispensável o uso do ensaio
preliminar como forma de planejar e esculpir o panorama da experiência a ser
realizada, tentado prever erros e fazendo com que o grande volume de trabalho seja
bem aproveitado para a discussão.
Como o teste deverá ser comparativo entre dois modelos similares de
óculos de proteção do tipo ampla-visão, o procedimento natural pede para solicitar
um certo número de sujeitos para utilizar o equipamento durante um certo tempo e
discursar sobre as características mais marcantes; segundo pesquisa de Gladwell
(2005), que relata que os momentos iniciais de qualquer experiência de vida são
decisivos para registrar uma impressão duradoura sobre determinada situação
(também conhecido por cognição pida envolvendo um misto de análise racional
e emocional). Desse modo, não foi necessário o uso de um tempo muito longo de
uso; os sujeitos experimentaram os equipamentos e durante o uso foram objetivos
ao descrever as sensações de conforto e desconforto, devidamente anotadas, de
acordo com o tempo que eles próprios consideraram necessário (como medida de
referência, cada um gastou em torno de 3 ou 4 minutos). Com base nas informações
disponibilizadas pelos sujeitos, foi montado um questionário de acordo com o maior
número de tópicos representativos, relativos ao conforto, materiais e design.
Todos os sujeitos envolvidos nos testes são universitários, com idades
entre 20 a 30 anos.
Em essência, busca-se compreensão das noções do que é
considerado confortável e do que não é, tendo base na criticidade do design e
principalmente dos materiais dos óculos de proteção, em especial os componentes
que entram em contato direto com a pele do sujeito, via preferência subjetiva dos
sujeitos.
A construção do questionário deverá identificar sistematicamente essas
tendências, além de verificar quais elementos são considerados prioridades para a
dissertação, em função dos materiais e conforto do EPI. Dessa forma, o questionário
deverá compor um cenário comparativo entre as características desejadas em
hipótese, justificativa de escolha e argumentações extras. Eventualmente, a escolha
de um ou outro EPI, observando as justificativas, levará ao conhecimento do
pesquisador os dados necessários para a análise de preferência e possivelmente
identificar suas origens, incorporando dados sobre os óculos de proteção que
possam contribuir com outras pesquisas.
Os fatores identificados pelos sujeitos do ensaio preliminar serão os
elementos base para construção das perguntas dirigidas aos sujeitos, de forma
absolutamente simples e direta, restringindo ao máximo interpretações equivocadas.
Os fatores apontados pelos sujeitos foram:
Modelo A (FUTURE-701):
Elementos positivos Elementos negativos
-bom nível de pressão e aperto
-material confortável e macio
-bom ajuste
-boa sensação de segurança
-material firme sobre o rosto
-boa visibilidade
-boa vedação
-elástico incômodo
-elástico machuca próximo às orelhas encaixe incômodo no nariz
-não veda completamente
-incomoda nas expressões faciais
-cheiro incomodo de plástico
-embaçamento (má ventilação)
-lateral incomoda (junção do elástico com o corpo)
-muito grande
-material de contato levemente rígido
-pouca adaptação ao contorno do rosto
-sensação de pressão sobre os olhos
-leve coceira em contato com o material no nariz
-má vedação no encaixe do nariz.
-irritação na testa (recorte do material)
-incômodo cumulativo pelo aperto
-desconfortável de um modo geral
-lente pouco transparente
-má visibilidade ao olhar para baixo
-pouca pressão no início que pode incomodar mais com o tempo
-ranhuras no elástico puxam o cabelo
-lente distorce a visão
-não veda no nariz
-não veda nos cantos do rosto
-pesado
Modelo B (V-MAXX V-M 810):
Elementos positivos Elementos negativos
-mais leve e prático pra se mover
-material mais maleável para adaptação ao rosto
-boa vedação
-material mais confortável
-excelente molde no rosto
-mais folgado
-melhor ventilado
-conforto pelo bom design
-bom tamanho
-bom elástico
-menor
-boa pressão
-transmite boa sensação de segurança
-melhor visibilidade
-lente mais translúcida
-não aperta as hastes do óculos
-melhores encaixes de montagem
-atrapalha pouco a movimentação
-melhor campo de visão ao olhar para baixo
-elástico menos incômodo
-maior campo de visão
-lente não distorce a visão
-incômodo pela vedação na base do nariz.
-pressão incômoda sobre os olhos
-dificuldade em expressões faciais
-elásticos sobrando incomodam
-esquenta um pouco
-pressão irregular ao longo do contorno do material
-ajuste mediano
-incômodo para alteração das expressões faciais
-não veda o nariz
-cheiro de plástico incômodo
A análise comparativa entre os EPIs mostrou que grande parte das
características positivas e interessantes estavam com o óculos de proteção B
(modelo V-MAXX VM-801, fabricante Willson/Bacou-Dalloz). Trata-se de um modelo
importado e mais caro que o modelo A (FUTURE-710, fabricante Íris Safety) e seus
principais atributos são o design e maleabilidade do material (PVC).
O modelo A foi tido como inicialmente desconfortável, ao longo do pré-
teste, onde as primeiras queixas eram relacionadas ao tamanho (excessivo), encaixe
sobre o nariz (onde o proporciona vedação completa e desconforto local, em
alguns casos – ver figura 43) e embaçamento provocado pelo calor e falta de
ventilação. É possível concluir que num primeiro momento o modelo A seja
considerado interessante e a quantidade de elogios ao equipamento B são oriundos
do uso primeiro do equipamento A, sendo inevitável a comparação entre os modelos
e que por esse motivo, exista a ilusão de que o modelo B seja demasiadamente
superior ao modelo A.
As características apontadas como positivas no equipamento B
refletem o antagonismo em relação ao primeiro: foi tido como mais leve, possui
melhor vedação e principalmente melhor ajuste às feições do rosto devido à
Figura 43 – Encaixe imperfeito no nariz – modelo A
maleabilidade do material que compõe o corpo do óculos (figura 44). Esses fatores,
positivos e negativos podem ser considerados uma prévia dos resultados do teste
e revelam um panorama de expectativas, porém não serão contados como parte
integrante do teste oficial e tampouco serão contabilizados.
Figura 44 – Encaixe e vedação devido à maleabilidade do material – modelo B
Compilando esses conceitos, a construção do questionário segue o
padrão do ensaio preliminar: utilização do primeiro óculos A, intervalo, utilização do
segundo óculos B e enfim responder ao questionário comparativo. Nesse sistema, é
interessante frisar a preferência do sujeito, ativada pelos fatores cognitivos e
subjetivos, por um ou outro modelo, necessariamente anexando a razão pelo qual o
sujeito prefere o modelo em questão.
Como no projeto de equipamentos de proteção o fator segurança é
prioridade, também deverão fazer parte do questionário perguntas dirigidas a esse
campo em especifico, considerando as variáveis de preferência subjetiva.
Os outros elementos a serem avaliados e estudados através do
questionário deverão ser:
-elásticos de fixação;
-visibilidade oferecida;
-conforto e preferência gerais;
-sensação de dor, incômodo e alergia;
-avaliação de elementos distintos;
-percepção do material em contato com o rosto;
-sistema de ventilação;
-sensação de segurança durante uso.
Com esses elementos claramente distintos e de acordo com as
principais opiniões do ensaio preliminar, é criado o questionário:
QUESTIONÁRIO – Pós-graduação em Desenho Industrial
1 - Qual dos óculos de proteção testados é mais confortável?
( ) A ( ) B
Por quais razões? :
2 - Qual dos óculos de proteção transmite maior sensação de segurança?
( ) A ( ) B
Por quais razões? :
3 - Sentiu dor em algum momento? S( ) N( ) Caso sim, com qual equipamento?
( ) A ( ) B
4 - Avalie ambos os óculos de proteção:
Óculos A
Óculos B
( )1 – muito desconfortável
( )2 – desconfortável
( )3 – neutro
( )4 – confortável
( )5 – muito confortável
( )1 – muito desconfortável
( )2 – desconfortável
( )3 – neutro
( )4 – confortável
( )5 – muito confortável
5 - Sentiu algum tipo de incômodo (físico) durante o uso? ( )S ( )N Caso sim, com qual ?
( )A ( )B
Que tipo de incômodo? :
6 - O que torna o uso dos óculos desconfortável, em sua opinião?
7 - Qual óculos prefere, categoricamente? A ou B ?
( ) A ( ) B
8 - Qual óculos oferece melhor campo de visão/visibilidade?
( )A ( )B
Por quais razões? :
9 - Qual material parece ser mais indicado para a armação?
( )A ( )B
Por quais razões? :
10 - Qual o nível de conforto do elástico de segurança?
Elástico do óculos A
Elástico do óculos B
( )1 – muito desconfortável
( )2 – desconfortável
( )3 – neutro
( )4 – confortável
( )5 – muito confortável
( )1 – muito desconfortável
( )2 – desconfortável
( )3 – neutro
( )4 – confortável
( )5 – muito confortável
11- Houve alguma irritabilidade do material em contato com a pele? Em qual óculos?
( )A ( )B
12 - Vc é alérgico ao material?
( )Sim ( )Não
13 – Em qual óculos o material apresenta um melhor grau de deformidade e adaptabilidade?
( )A ( )B
Por quais razões? :
14- Avalie o grau de deformidade/maleabilidade do material da armação:
Óculos A
Óculos B
( )1 – muito rígido
( )2 – bem rígido
( )3 – levemente rígido
( )4 – rígido
( )5 – pouco rígido
( )6 – pouco maleável
( )7 –maleável
( )8 – levemente maleável
( )9 – bem maleável
( )10 – muito maleável
( )1 – muito rígido
( )2 – bem rígido
( )3 – levemente rígido
( )4 – rígido
( )5 – pouco rígido
( )6 – pouco maleável
( )7 –maleável
( )8 – levemente maleável
( )9 – bem maleável
( )10 – muito maleável
15 – Com qual óculos é possível realizar as tarefas de forma mais natural?
( )A ( )B
Por quais razões? :
16 – Houve embassamento? ( )S ( )N? Se sim, em qual óculos? ( )A ( )B
Os resultados obtidos foram sujeitos a comparação de proporções
utilizando o teste qui-quadrado e, para as pontuações, o teste não-paramétrico de
Wilcoxon Os programas utilizados para efetuar os cruzamentos dos dados foram o
Microsoft Excel e o Minitab-13.
2.2 Elaboração ensaio definitivo
Através de reuniões com os responsáveis pelas oficinas e laboratórios
(figura 45), ficou acertado que qualquer teste realizado com os sujeitos deverá ser o
mais breve possível, para que não interrompa em demasiado o trabalho do
aluno/sujeito. Para o teste se tornar legítimo e efetivo de acordo com as funções
básicas do equipamento de proteção, o aluno/sujeito estará necessariamente
desempenhando alguma tarefa que possua certo grau de risco, onde se faz
necessário o uso obrigatório do EPI, pois tanto no trabalho manual quanto no
operado por máquina (lixadeiras, fresadoras), partículas de escória são projetadas
em múltiplas direções ou poeira é produzida em grande quantidade, que sem os
óculos de proteção, podem cegar momentaneamente o operador, podendo provocar
algum tipo de acidente.
Figura 45 – Panorama da Oficina de Madeira – UNESP campus de Bauru
Através de uma experiência de uso dos equipamentos de proteção sob
situação de trabalho nas oficinas de madeira, artes e metal da UNESP campus de
Bauru, foram submetidos à experiência 84 alunos dos cursos de Engenharia
Mecânica, Desenho Industrial e Artes, que consistia basicamente no uso dos EPIs
durante seu trabalho. Devido a certas limitações desse tipo de público, no caso,
durante o período de aula, foi determinado que os testes não deveriam
sobrecarregar os alunos nem distraí-los de seu ofício imediato, salvo no momento de
responder às perguntas do pesquisador, o que limitou o tempo de experiência por
aluno. Justifica-se a escolha de sujeitos universitários devido a fatores como alta
capacidade de análise, compreensão e expressão, além da presença abundante de
oficinas e laboratórios no campus da Unesp de Bauru, disponibilizando alto número
de sujeitos.
Antes de utilizarem os equipamentos, os sujeitos foram instruídos
sobre os procedimentos, tempo e a necessidade de estarem atentos às sensações
de conforto e desconforto proporcionadas pelos equipamentos, seja através do
design ou dos materiais componentes.
Utilizaram o modelo A primeiramente, o qual foi inicialmente ajustado a
cada aluno (pelos elásticos de fixação), para o uso de acordo com o conforto
pessoal de cada um. Manteve-se em uso do modelo A durante 4 (quatro) minutos e
vencendo esse prazo, houve um descanso de 2 (dois) minutos antes de utilizarem o
modelo B, que também foi previamente ajustado de acordo com o conforto
individual, e que foi utilizado durante mais 4 (quatro) minutos. Após o vencimento
desse prazo, o pesquisador entrevistou o aluno com um questionário relativo a
sensações de conforto e desconforto, elaborado para observar as opiniões
subjetivas dos subjetivos, com perguntas objetivas e espaço para os sujeitos se
manifestarem.
O processo foi documentado através de fotografias referenciais do uso
dos equipamentos nas oficinas, com câmera digital (figuras 46, 47, 48, 49 e 50).
Figura 46 – Aluno em trabalho
Figura 47 – Aluno em trabalho
Figura 48 – Aluna em trabalho
Figura 49 – Aluno em trabalho
Figura 50 – Aluno em trabalho – Oficina de metal – UNESP campus de Bauru
2.3 Comentários sobre a atuação em campo
A abordagem dos sujeitos se deu após uma pequena introdução do
professor ou responsável pelo local, onde ele instruiu os participantes da aula que
não é obrigatória a participação no teste, porém é desejável pelo espírito de
colaboração científica. Após início das atividades nas oficinas/laboratórios, a
abordagem ocorreu sempre que algum aluno estava desempenhando alguma
atividade de risco, onde se faz necessário o uso obrigatório de óculos de proteção.
Pede-se a atenção do sujeito e é perguntado se gostaria de participar do teste
(devido ao cronograma particular e andamento de suas atividades, alguns alunos se
reservaram no direito de não participar). Após resposta afirmativa, é explicado o
conteúdo, objetivo do teste, duração e que ao final, deveria responder a um
questionário. Aos alunos/sujeitos que já possuem óculos de proteção é pedido que
troquem de modelo para o teste e os que usam óculos de grau podem usar o
equipamento de proteção sobre eles (figura 51).
Figura 51 – Aluna com óculos de grau sob o óculos de segurança
Em primeira instância, os alunos recebiam cópias do questionário
padrão para responder em particular. Porém a demora para as responder o
questionário contrariava uma das diretrizes básicas do teste, pois foi combinado que
o sujeito não deve ter suas atividades interrompidas por um longo período, sendo
que eram necessários 10 (dez) minutos de teste, mais o tempo para se responder o
questionário, que ficava em torno de 4 (quatro) ou 5 (cinco) minutos. Para otimizar o
tempo de um modo geral, o próprio pesquisador passou a fazer as perguntas e
solicitar as respostas mais diretas e objetivas possível, tendo o questionário à o
com uma prancheta para anotar os dados, o que reduziu substancialmente esse
tempo para uma média de 2 (dois) minutos. Eventualmente, os sujeitos foram
fotografados em seus postos de trabalho e alguns casos, fotos mais próximas ao
rosto foram tiradas para ressaltar o ajuste do EPI no rosto dos sujeitos (figuras 52 e
53).
Um fator à parte foi a presença intrusiva do pesquisador no ambiente
de aula. Visto como inconveniente, apesar da boa vontade dos sujeitos, limitou o
acesso a cada aula para apenas uma visita para cada turma.
Figura 52 – Detalhe do ajuste do elástico (modelo A)
Figura 53 – Detalhe do elástico de fixação (modelo B)
3 Resultados e discussão
O teste foi elaborado para comparar dois modelos de óculos de
proteção tipo ampla-visão, com o objetivo de identificar as preferências dos sujeitos
e se elas tem relação com a maleabilidade dos materiais, indicando o conceito dos
materiais miméticos como aplicável, além de verificações secundárias de projeto e
design.
Foram utilizados 84 sujeitos, sendo 59 homens e 25 mulheres, todos
com idades entre 20 e 30 anos, universitários, através de um teste padronizado. O
questionário continha 16 questões, divididas em 2 grupos distintos: preferência
subjetiva (perguntas número 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 15 e 16) e avaliação de
elementos (perguntas número 4, 10 e 14).
Para a análise dos dados recolhidos, foram elaborados gráficos de
porcentagens e algumas análises de variância.
Questão n° 1
“Qual dos óculos testados é mais confortável?”
Figura 54 – Gráfico de porcentagem da questão n° 01
Observações: o objetivo desta questão é buscar uma explicação generalizada dos
motivos que levam o sujeito a acreditar que o equipamento que está usando é
confortável. Ele possui apenas 2 (duas) opções de resposta (escolha A ou escolha
B) e um campo em branco para explicar sua motivações discursivamente.
Em ambos os casos, houve preferência signifivativa pelo modelo B (p < 0,01), fato
esperado através da análise dos dados do pré-teste. Mas o número de sujeitos que
preferiram o modelo A não pode ser desprezado e suas características devem ser
melhor analisadas. As respostas escritas pelos sujeitos nos questionários são
tratadas por “parâmetros de resposta” e apenas as que possuírem maior número de
votos/citações serão consideradas.
Dentre as categorias de resposta dos sujeitos, elas foram compiladas
em termos genéricos mais exatos para quantificação. Por exemplo: um sujeito que
prefere um dos modelos por “encaixar melhor no rosto” e outro que responde
“ajustou melhor às feições” estão quantificados como “melhor ajuste”.
Assim sendo, dos 11 sujeitos (18,64% dos homens) que alegaram que
o óculos A é mais confortável, 6 (10,16%) alegaram melhor ajuste ao rosto, sendo
que dentro dessa característica, podemos situar o nível de maleabilidade do
material. Porém alguns foram incisivos em responder que o modelo A é mais
confortável pelo material ser mais maleável (3 sujeitos 5,08%). Outros 2 (3,38%)
sujeitos alegaram que o modelo A possui melhor “visibilidade”.
No caso feminino, o fator melhor ajuste é mais citado (2 sujeitos
3,38%), seguido por boa visibilidade e outros.
O conforto sugerido pelo sujeitos reside no fato do óculos A possuir um
tamanho tal que garante boa visibilidade mas o principal fator detectado é a
maleabilidade do material, que proporcionou melhor ajuste aos contornos do rosto,
sugerindo que seja então mais confortável.
Dos 48 sujeitos homens que preferiram o óculos B como mais
confortável (totalizando 81,35% do total), o parâmetro “melhor ajuste” obteve o maior
número de sujeitos (18 no total 37,5%). Seguido por “melhor ventilado” com 10
sujeitos (16,94%). 7 (11,86%) alegaram que o ”tamanho” (menor, mais compacto) é
o motivo do óculos B ser mais confortável, que também está atrelado à “leveza” (6
sujeitos – 10,16%).
Para as 19 mulheres (76% do total), o “tamanho” se revelou um fator
importante para ser considerado no projeto do EPI óculos de proteção, sendo que 6
sujeitos (24%) alegaram tal característica, seguido por “melhor ajuste” (4 sujeitos
16%) e “melhor ventilado” (3 sujeitos – 12%).
O fator “melhor ajuste” foi o principal argumento dos homens enquanto
que as mulheres preferiram o “tamanho” para considerar qual óculos de proteção
seria mais confortável. Outros elementos como a ventilação e o sistema de
dispersão de calor se mostraram fundamentais no projeto desses EPI, segundo a
crítica dos sujeitos.
Questão n° 2
“Qual dos óculos de proteção transmite maior sensação de segurança?”
Figura 55 – Gráfico de porcentagem da questão n° 02
Observações: pergunta de difícil resolução, uma vez que ambos os equipamentos
são testados e certificados pelo Ministério do Trabalho (ver apêndice B e C) e
tendem a colocar os sujeitos em dúvida sobre qual equipamento escolher. Assim
sendo, baseado na percepção do sujeito, as respostas subjetivas encontram um
forte argumento através do teste, comprovando que elementos de projeto e materiais
são fundamentais, além da percepção táctil e conforto do sujeito, que alia tais
sensações de bem estar à segurança oferecida pelo EPI. Uma vez que foi
comentado que ambos os equipamentos de proteção são testados e aprovados
pelos órgãos competentes, estava dentro da expectativa que a diferença estatística
seria menor que os resultados da questão anterior. Porém, a análise de opiniões
mostra que alguns fatores foram determinantes no projeto do óculos de proteção A,
para incutir a sensação de segurança no usuário/sujeito; dentre eles o que mais se
destacou entre os sujeitos homens foi o “tamanho”, pois sendo maior que o modelo
B, fez-se acreditar que era mais seguro, pois cobria uma maior área do rosto.
Seguido por “melhor ajuste” ao rosto e “melhor vedação” (fatores ligados às
propriedades do material) e “melhor visibilidade”, também ligado ao tamanho da
lente, maior que a do modelo B.
Dentre as mulheres, não foi diferente e os mesmo argumentos são
válidos. “Tamanho” (4 sujeitos), seguido por “melhor ajuste”.
O modelo B foi escolhido por 36 sujeitos homens como mais seguro,
devido ao parâmetro “melhor ajuste” (17 sujeitos), seguido por “melhor visibilidade”
(10 sujeitos). Tais preferências denotam que o ajuste torna o EPI bem preso ao rosto
e bem vedado, garantindo sua funcionalidade como equipamento de proteção. O
parâmetro “melhor visibilidade” está ligado ao fato dos sujeitos afirmarem que a lente
é levemente mais translúcida que a do modelo A, além do diferencial de design, que
possui “dobras” nos cantos, permitindo a visão lateral, elemento ausente no modelo
A.
As mulheres não fugiram do padrão, ao alegar que o parâmetro
“melhor ajuste” (com 6 sujeitos) é fator determinante para ser considerado mais
seguro que o modelo A, seguido também pelo parâmetro “melhor visibilidade” (2
sujeitos).
Questão n° 3
“Sentiu dor em algum momento?”
Figura 56 – Gráfico de porcentagem da questão n° 03
Observações: pergunta simples que visa detectar a presença de elementos nocivos
ao tato e à pele dos sujeitos, sejam eles referentes ao design ou aos materiais. Em
ambos os casos, a totalidade de elementos que causaram dor nos sujeitos se
concentra no design do corpo do EPI, sendo que 7 sujeitos (8,33% do total de
sujeitos) alegaram dor no encaixe do material com o nariz, 5 sujeitos (5,95%)
reclamaram do elástico, que em alguns casos prendeu na orelha e outros no couro
cabeludo, e 2 (2,38%) casos em que a pressão do ajuste comprime excessivamente
o material contra o rosto do sujeito, apesar do ajuste prévio do EPI a cada sujeito.
A porcentagem relativa dos modelos A e B entre os sujeitos que sentiram dor
não diferiram significativamente (p > 0,05).
Questão n° 4
“Avalie os óculos de proteção.”
Figura 57 – Gráfico de avaliação por comparação
Observações: nesta questão, de natureza avaliadora, o sujeito deverá dar uma
nota, de escala 1 até 5, para ambos os óculos de proteção, com a intenção de
avaliar qual dos modelos obtém melhor performance. As notas são dadas da
seguinte maneira:
- nota 1 para “muito desconfortável”;
- nota 2 para “desconfortável”;
- nota 3 para “neutro”;
- nota 4 para “confortável” e
- nota 5 para “muito confortável”
A nota mediana para o modelo A foi de 2,75 (incluindo todos os
sujeitos) e a maior incidência de votos foram os 28 sujeitos (47,45%) homens e 10
sujeitos mulheres (40%) que consideraram o modelo A como “desconfortável”.
Apesar do alto índice negativo, a segunda colocação estatística é “neutro”, com 20
sujeitos homens (33,89%) e 6 sujeitos mulheres (24%). Os extremos contam com
pequenas parcelas de aprovação completa ou rejeição total. Tal índice de rejeição
pode ser explicado analisando os resultados e argumentações obtidos através das
demais perguntas do questionário.
O óculos B obteve a média de 3,41, considerada significativamente
superior a de A (2,75, sendo p < 0,01). Além disso, os dados obtidos de 32 sujeitos
homens (54,23%) confirmam a preferência masculina pelo modelo B, considerado
“confortável”. No entanto, os dados femininos mostram outro lado: 9 sujeitos (36%)
a maioria considerou o óculos B apenas como “neutro”, sendo que em segundo
lugar elas opinaram “desconfortável” (20%, 5 sujeitos), mostrando que o EPI sofre
uma taxa de rejeição grande, apesar de qualquer dado ou característica
significantemente positiva. Esta informação em especial é um indicador que confirma
a hipótese de que os EPI de modo geral sofrem rejeição devido ao fato de serem
“corpos estranhos” conectados ao corpo e que limitam as ações dos usuários,
apesar da proteção oferecida.
Verificou-se que o modelo B, nas opiniões mais proporcionais (neutro e
confortável) proporcionou maior conforto (p < 0,01). O mesmo é válido para o público
feminino, apesar da porcentagem um pouco reduzida, a preferência pelo modelo B
permanece.
Questão n° 5
“Sentiu algum tipo de incômodo (físico) durante o uso?”
Figura 58 – Gráfico de porcentagem da questão n°05
Observações: diferente da questão anterior, esta pergunta visa detectar elementos
menores, que podem traduzir-se como fatores negativos que incitam a rejeição dos
óculos de proteção, além de contabilizar dados para pesquisas em EPI.
Dentro da estatística dos sujeitos homens que consideraram o modelo
A incômodo (58,33%), a principal queixa foi o embaçamento da lente, causado pelo
calor e transpiração do sujeito e pela falta de um mecanismo mais eficiente de
ventilação/dispersão de calor, alegado por 14 sujeitos (representando 23,72% dos
sujeitos homens). O segundo parâmetro mais comentado foi o “aperto” (4 sujeitos
6,77%), uma vez que o próprio sujeito ajusta o EPI de acordo com suas medidas,
apesar da pressão que o EPI exerce sobre o rosto para manter a vedação. Outros
elementos de destaque são o encaixe do nariz, os elásticos de ajuste, a falta de
visibilidade lateral e o “mal ajuste” causado por proporções faciais dos próprios
sujeitos e a alegada rigidez do material de contato com o rosto.
Para a mulheres, o calor foi o principal incômodo, visto que já foi
comentado que o modelo A possui um sistema de ventilação/dispersão de calor
pouco eficiente, o que também causou embaçamento da lente. Outro fator a ser
considerado pelas mulheres é o tamanho do modelo A, considerado muito grande.
Para o modelo B, os comentários dos sujeitos homens foram sobre o
elástico de ajuste, uma vez que é diferente do modelo A, possuindo pequenas
“pontas” soltas, derivadas do comprimento e do ajuste do óculos. Tais pontas soltas
foram o motivo de incômodo durante as realizações das tarefas de 6,77% (4
sujeitos). As outras queixas se referem ao embaçamento da lente e mal encaixe do
óculos na região do nariz.
Para as mulheres, o mal encaixe no nariz foi decisivo, representando
16% das queixas, sendo a mais significativa. Possivelmente, tal problema é reflexo
do planejamento antropométrico do EPI, que apesar de abranger a grande maioria
dos sujeitos e de possuir um material reconhecidamente mais maleável, não pode
conciliar essas capacidades devido a sensibilidade do local em questão, uma região
de difícil resolução ergonômica.
Nesta questão a proporção no modelo A foi significativa (p < 0,01),
determinando maior taxa de incômodo no modelo A.
Questão n° 6
“O que torna o uso dos óculos desconfortável, em sua opinião?”
Figura 59 – Gráfico de porcentagem da questão n° 06
Observações: pergunta que complementa a anterior, mas permite mais liberdade de
expressão ao sujeito, que em segunda instância pode analisar melhor alguma
característica que considera prioridade para o tema porém de forma geral, sem
iniciativas comparativas entre os modelos.
Os dados obtidos revelaram que os principais problemas para o projeto
de óculos de proteção, segundo os sujeitos homens, residem na ventilação (16,94%
- 10 sujeitos), tamanho (11,86% - 7 sujeitos), elástico de ajuste (8,47% - 5 sujeitos) e
principalmente no sentido de que é um “corpo estranho” (10,16% - 6 sujeitos) que
limita as capacidades naturais do corpo.
A análise dos sujeitos femininos revela que o tamanho excessivo (24%
- 6 sujeitos) é a principal característica negativa, seguida por calor (12% - 3 sujeitos),
embaçamento (8% - 2 sujeitos), peso excessivo (8% -2 sujeitos) e a sensação de
“corpo estranho” e falta de costume (16% - 4 sujeitos).
Questão n° 7
“Qual óculos prefere, categoricamente?”
Figura 60 – Gráfico de porcentagem da questão n° 07
Observações: esta questão tenciona avaliar a preferência imediata por um ou outro
modelo, que pode ser justificada analisando as demais características nas opiniões
nas demais questões. Tem por objetivo constatar que o subjetivismo causado pelas
impressões do uso influencia definitivamente a escolha.
A variação das porcentagens dos sujeitos homens e mulheres pode ser
atribuída ao baixo número de sujeitos mulheres, limitando o universo estatístico. Mas
no quadro geral, a preferência massiva e significativa continua com o modelo B (p <
0,01). As grandes estatísticas de preferência pelo modelo A ou B são indicadores de
que existem elementos interessantes e importantes a serem considerados no projeto
do EPI, conforme as análises de outras questões têm mostrado; esse argumento é
válido principalmente para o modelo A, que contou com aproximadamente 1/5 da
preferência dos sujeitos e que possui muitos aspectos projetuais interessantes.
Questão n° 8
“Qual óculos oferece melhor campo de visão e visibilidade?”
Figura 61 – Gráfico de porcentagem da questão n° 08
Observações: com esta questão, busca-se a compreensão de um dos parâmetros
básicos de funcionalidade do equipamento, de forma comparativa.
Os parâmetros que dividiram os óculos entre os homens são
basicamente dois: tamanho da lente e seu grau de transparência. O modelo A
obteve bons votos devido ao tamanho da lente (11,86% - 7 sujeitos), considerado
como característica superior; no modelo B o fato da lente ter sido considerada mais
translúcida foi determinante (20,33% - 12 sujeitos). Porém, um detalhe de projeto
eliminou possíveis votos de preferência ao modelo A: em muitos casos, o
embaçamento da lente fez com que diversos sujeitos optassem pelo modelo B,
alegando (15,25% - 9 sujeitos) que o fato de que o modelo B não embaçou durante
o uso foi determinante para a escolha. Outro ponto relacionado ao design do modelo
foi a presença de dobras laterais na lente, que visam cobrir a área dos cantos dos
olhos, permitindo “visão lateral” ou periférica. Esse quesito obteve 8,47% (5 sujeitos)
da preferência total de votos.
Para as mulheres, os fatos se repetem: das que escolheram o modelo
A (24% do total de sujeitos mulheres), 8% relatam o tamanho como fator
determinante. para o modelo B, além da transparência da lente (12% - 3 sujeitos)
e no fato de não ter embaçado (16% - 4 sujeitos), o tamanho da lente também foi
considerado fator fundamental por 16% dos sujeitos.
Questão n° 9
“Qual material parece ser mais indicado para a armação?”
Figura 62 – Gráfico de porcentagem da questão n° 09
Observações: esta questão visa identificar a preferência pelos materiais que
compõe o corpo dos óculos, de acordo com os parâmetros citados pelos próprios
sujeitos. Em ambos os cenários, a preferência pelo material do corpo do óculos B é
certa. Mas existem elementos importantes a serem considerados pelo óculos A, que
no caso, estão aliados única e exclusivamente ao subjetivismo particular dos
sujeitos.
Dessa forma, dos 18 sujeitos homens que preferiram o material do óculos A, 14
deles (23,72% do total de homens) consideraram o material como sendo mais
maleável. Isso inclui fatores como conforto particularmente dito e o “melhor ajuste”
comentado.
O mesmo pode ser dito para o óculos B, onde 45,76% (27 sujeitos)
declararam que o material é mais maleável no modelo B, sendo muito mais indicado
para a armação dos óculos.
Para as mulheres, o mesmo resultado para o material do modelo A,
sendo preferido por 8% dos sujeitos como mais maleável; no modelo B, 48% (12
sujeitos) relataram que o material é mais maleável. E portanto mais indicado para a
armação.
Em todos os casos, a maleabilidade do material para se ajustar ao
contorno dos traços do rosto foi a característica fundamental para a escolha do
modelo B (p < 0,01) e sua diferença percentual significativa.
Questão n° 10
“Qual o nível de conforto do tirante (elástico) de segurança?”
Figura 63 – Gráfico de avaliação por comparação
Observações: novamente uma questão avaliadora, sobre o nível de conforto do
elástico de segurança.
Os elásticos de ambos os óculos para ambos os sexos podem ser
considerados “neutros” pela totalidade estatística, pois as médias para ambos
(3,261905 para A e 3,380952 para B) são relativamente próximas. No caso
masculino, é grande o percentual de rejeição ao elástico (22,02% para o modelo A e
20,33% para o B, que consideraram o elástico como “desconfortável” ou “muito
desconfortável”), comparado com o percentual feminino. Os fatores negativos mais
indicados pelos sujeitos foram o incômodo que o elástico proporciona, pela pressão
e aperto; o fato do elástico prender” no cabelo e em alguns casos nas orelhas
também; as “estrias” da textura do elástico A e as “sobras” das pontas do elástico B,
utilizadas para ajuste.
Questão n° 11
“Houve irritabilidade da pele em contato com o material?
Figura 64 – Gráfico de porcentagem da questão n° 11
Observações: Pergunta formulada devido à preocupação com alergias e efeitos
similares através do contato dos materiais dos óculos com a pele dos sujeitos,
prevista pelo pré-teste. Em números absolutos, o percentual de sujeitos que não
relataram irritabilidade é relativamente alto, porém a natureza da irritabilidade influi
nos números de forma significante. Os grandes fatores alegados como “irritabilidade”
foram coceiras e vermelhidão da pele, ambas de natureza alérgica; e pele
marcada”, onde a pressão exercida no rosto dos sujeitos fazia com que as “bordas
de encaixe” dos óculos se fixassem com certo grau de força maior que o desejado,
causando pequenas “marcas” em relevo no rosto dos sujeitos. Secundariamente, o
fator “calor” pode ser considerado, uma vez que em muitos casos o exercício da
tarefa dos sujeitos causava em algum nível transpiração, o que causou coceiras ou
ansiedade para esfregar os olhos.
Não existe diferença significativa no percentual de sujeitos que sentiram
irritação (p > 0,05).
Questão n° 12
“Você é alérgico aos materiais dos óculos?”
Figura 65 – Gráfico de porcentagem da questão n° 12
Observações: pergunta conseqüente da anterior, porém de cunho mais sério,
visando identificar a quantidade de sujeitos possivelmente alérgicos dentro do
universo estudado.
Uma rara questão que pode ser analisada por inteiro sem diferenciação
de sexos; apenas 1 (um) sujeito, um de cada sexo e cada um com um dos óculos de
proteção tiveram uma leve reação alérgica ao material, que consistiu em
vermelhidão da região de contato no rosto e coceira. A diferença da estatística
anterior é a declaração do sujeito que se considera alérgico e que apesar da alergia,
aceitaram realizar o teste até o final, relatando o ocorrido apenas após seu término.
Dessa forma, não existe diferença percentual significativa que possa ser
considerada (p > 0,05).
Questão n° 13
“O material em contato com a pele oferece melhor grau de deformidade em
qual EPI?”
Figura 66 – Gráfico de porcentagem da questão n° 13
Observações: pergunta que visa reconhecer a capacidade de identificação dos
materiais pelos sujeitos de acordo com suas preferências particulares.
Por mais que a análise manual dos materiais dos óculos apontem para
um ou outro material considerado mais maleável, apenas através do uso do mesmo
é que fará alguma diferença significante para a interpretação subjetiva. Dos sujeitos
homens, 22,03% (13 sujeitos) alegaram que o material do modelo A é mais maleável
que o no modelo B. Uma porcentagem considerável se comparada com os 4%
femininos (apenas 1 sujeito). Um dos fatores mais importantes nesse sentido é que a
percepção de maleabilidade está intimamente ligada ao conforto proporcionado pelo
óculos, sendo estas estatísticas cruzáveis e comparáveis com as da primeira
questão.
Esmagadoramente, a preferência de ambos os sexos fica com o
modelo B (83,33% do total), divididas em 77,96% para os sujeitos homens e 96%
para as mulheres, possuindo uma preferência significativa (p < 0,01).
Os dados da próxima pergunta pode trazer esclarecimentos a respeito
da avaliação e da preferência dos sujeitos.
Questão n° 14
“Avalie o grau de deformidade dos materiais da armação”
Figura 67 – Gráfico de avaliação por comparação
Observações: novamente uma questão avaliadora de elementos, que é relacionada
com a pergunta anterior. As notas são atribuídas da mesma forma que nas questões
04 e 10. As avaliações subjetivas dos sujeitos homens para o modelo A apontaram o
material da armação como sendo “pouco rígido” (22,03% - 13 sujeitos), “pouco
maleável” (11,87% - 7 sujeitos) e “maleável” (28,81% - 17 sujeitos), respectivamente
notas 5, 6 e 7. Para os sujeitos mulheres, as respectivas notas de maior destaque
foram 3, 6 e 7, correspondendo à “levemente rígido” (20% - 5 sujeitos), pouco
maleável” (24% - 6 sujeitos) e “maleável” (20% - 5 sujeitos). Esses dados denotam a
subjetividade da preferência e de como ela pode ser relativa e difícil de ser
manuseada em termos práticos projetuais. Mas existem níveis de concordância
entre os sujeitos homens e mulheres e seguindo a previsão do pré-teste, o material
do modelo A foi considerado menos maleável que o do modelo B.
E para o material do modelo B, as notas masculinas foram 7, 8 e 9:
“maleável” (30,5% - 18 sujeitos), “levemente maleável” (16,94% - 10 sujeitos) e “bem
maleável” (28,81% - 17 sujeitos). As notas femininas também foram 7, 8 e 9:
“maleável” (44% - 11 sujeitos), “levemente maleável (20% - 5 sujeitos) e “bem
maleável” (16% - 4 sujeitos).
As médias estatísticas são altamente diferenciadas, sendo 5,75 a
média para o modelo A e 7,321429 para o modelo B, demonstrando a clara
preferência dos sujeitos pelo modelo B.
Questão n° 15
“Com qual óculos é possível realizar as tarefas de forma mais natural?”
Figura 68 – Gráfico de porcentagem da questão n° 15
Observações: pergunta que visa servir como complemento ao entendimento de
conforto e funcionalidade do equipamento.
Houve uma média percentual relativamente estável nos três pontos de
análise dos sujeitos, sendo que o modelo A é preferido por volta de 22% a 24% dos
sujeitos e o modelo B por 76%. Os fatores mais indicados para o modelo A estão
relacionados à funcionalidade do EPI, uma vez que o parâmetro mais recordado é a
“visibilidade” (53,84% - 7 sujeitos do total de 13). Para as mulheres, o modelo A
fornece melhor “ajuste” ao rosto, obtendo 33,33% de preferência (do total de 6
sujeitos).
O modelo B é tido como mais “confortável” (19,56% do total de 46
sujeitos), fator intimamente atrelado ao parâmetro “melhor ajuste” (15,21%),
“visibilidade” (19,56%) e pela “maleabilidade” do material (8,69%).
Para as mulheres, o mesmo fator “melhor ajuste” também é primordial,
representando 31,57% (do total de 19 sujeitos), seguido por “visibilidade” (10,52%) e
“melhor tamanho” (menor 10,52%). Os percentuais extremos não representam
significante mudança, pelo menos nesse tipo de teste; eles seriam importantes em
testes de redesign de produtos, onde a suavização dos percentuais extremos
seriam, em hipótese, beneficiadas.
Questão n° 16
“Houve embaçamento?”
Figura 69 – Gráfico de porcentagem da questão n° 16
Observações: esta pergunta foi formulada de acordo com previsões do pré-teste e
logo foi observado que poderia, de alguma forma influir na opinião dos sujeitos a
respeito do conforto ou funcionalidade do EPI. Visto que o alto percentual do sujeitos
que tiveram o EPI embaçado devido ao calor, diminuiria as chances de considerar o
EPI como mais indicado para sua função. Em contrapartida, revela-se como
instrumento de análise no sentido de destacar uma “falha” de projeto.
Cruzamento dos dados
Para melhor compreensão dos dados obtidos, os cruzamentos de
dados são uma interessante ferramenta de interpolação dos resultados de diferentes
perguntas do questionário, com o objetivo de traçar paralelos entre as opiniões
subjetivas e verificar contradições e particularidades nas respostas dos sujeitos,
além de co-relacionar diferentes variáveis na busca de respostas complementares.
A base para se efetuar os cruzamentos dos dados foram as perguntas
01 e 02 do questionário aplicado aos sujeitos, consideradas de maior relevância
dentro dos aspectos técnicos do EPI em si.
Cruzamento 01: “Qual dos óculos de proteção é mais confortável?” X “Qual dos
óculos de proteção transmite maior sensação de segurança?”
Tabela 01 - Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 02
------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
------------------------------------------------------------------------------
A 9 8 17
52,94 47,06 100,00
B 20 47 67
29,85 70,15 100,00
Geral 29 55 84
34,52 65,48 100,00
------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 17 sujeitos que preferiram o modelo A como “mais confortável”, 9
deles (52,94%) concordam em dizer que ele também transmite maior sensação de
segurança e 8 deles (47,06%) creditam maior transmissão de segurança ao modelo
B.
Dos 67 sujeitos que preferiram o modelo B como sendo “mais
confortável”, 47 deles (70,15%) alegaram que o modelo B também transmite maior
sensação de segurança; porém 20 (29,85%) afirmaram que o modelo A oferece
maior sensação de segurança.
As características de conforto e segurança podem estar atreladas às
capacidades físicas do equipamento de proteção dado a preferência por um ou outro
óculos, sendo que a diferença morfológica é o fator essencial na escolha dos
sujeitos, por isso a disparidade em alguns resultados. E como as perguntas têm
naturezas diferentes mas conectadas, é natural que elementos de projeto (materiais
e design) possam fazer a diferença para os sujeitos analisem diferentes
características como conforto e segurança.
Cruzamento 02: Qual dos óculos de proteção é mais confortável?” X “Qual
material parece ser mais indicado para a armação?”
Tabela 02 - Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 09
-------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
-------------------------------------------------------------------------------
A 10 7 17
58,82 41,18 100,00
B 14 53 67
20,90 79,10 100,00
Geral 24 60 84
28,57 71,43 100,00
------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 17 sujeitos que preferiram o modelo A como sendo mais
confortável, 10 deles (58,82%) também concordam que o material é mais indicado
para a armação; porém 7 (41,18%) prefeririam o material do modelo B.
Dos 67 sujeitos que preferiram o modelo B como sendo mais
confortável, 53 deles (79,1%) também concordaram que o material da armação de B
é o mais indicado; porém 14 (20,9%) prefeririam o material do modelo A.
No caso do projeto dos óculos, o material da armação é intimamente
influenciador do conforto e as estatísticas comprovaram que grandes porcentagens
de sujeitos que acreditam que o modelo é mais confortável está atrelado ao fato do
material ser considerado mais confortável, seguindo exemplo dos sujeitos que
optaram nas duas perguntas pelo modelo A 58,82% e o mesmo caso, optando
pelo modelo B nas duas questões – 79,1%.
Cruzamento n° 03: “Qual dos óculos de proteção é mais confortável?” X “Sentiu dor
em algum momento?”
Tabela 03 - Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 03
------------------------------------------------------------------------------
Não A B Geral
-------------------------------------- ---------------------------------------
A 15 0 2 17
88,24 --- 11,76 100,00
B 55 6 6 67
82,09 8,96 8,96 100,00
Geral 70 6 8 84
83,33 7,14 9,52 100,00
------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 17 sujeitos que preferiram o modelo A como sendo mais
confortável, 15 deles (88,24%) não sentiram nenhuma dor durante o uso; porém 2
(11,76%) alegaram que sentiram dores com o modelo B.
Dos 67 sujeitos que preferiram o modelo B como sendo mais
confortável, 55 deles (82,09%) não sentiram nenhuma dor durante o uso; porém 6
(8,96%) alegaram que sentiram dores com o modelo A e outros 6 (8,96%) sentiram
dores com o modelo B.
A natureza da dor sentida pelo sujeitos é variada e (vide dados
comentados) está ligada ao design do encaixe para o nariz, elásticos de ajuste ou
pressão excessiva. O conforto é o outro lado extremo da questão, pois
independentemente de sentir dor, o sujeito é obrigado a selecionar um dos modelos
como “confortável” e estatisticamente falando, a dor é elemento eliminatório para
escolha, como forma de elemento decisivo de rejeição. Assim sendo, o conforto está
diretamente influenciado pelas características de design e dos materiais oferecidos
pelo EPI.
Cruzamento 04: Qual dos óculos de proteção é mais confortável?” X “Qual
óculos prefere, categoricamente?”
Tabela 04 - Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 7
------------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
------------------------------------------------------------------------------------
A 14 3 17
82,35 17,65 100,00
B 3 64 67
4,48 95,52 100,00
Geral 17 67 84
20,24 79,76 100,00
------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 17 sujeitos que preferiram o modelo A como sendo mais
confortável, 14 deles (82,35%) também o preferem categoricamente; porém 3
(17,65%) alegaram que preferem o modelo B categoricamente.
Dos 67 sujeitos que preferiram o modelo B como sendo mais
confortável, 64 deles (95,52%) também o preferem categoricamente; porém 3
(4,48%) alegaram que preferem o modelo A categoricamente.
Este cruzamento é curioso porque coloca a par as preferências iniciais
dos sujeitos, seguidos por alguma possível mudança de opinião que os fazem optar
pelo outro modelo; tal mudança de opinião é detectada devido a uma pequena
parcela de sujeitos que se contradiziam (lembrando que o espaço entre uma
pergunta e outra no questionário é relativamente grande 6 perguntas que podem
influenciar de alguma forma a opinião dos sujeitos através de feedback). Por outro
lado, a preferência categórica, tida como definitiva, também é fortemente atrelada ao
conforto no momento de escolha, por estar ligada principalmente às características
de rejeição dos modelos oferecidos.
Cruzamento 05: Qual dos óculos de proteção é mais confortável?” X “Em qual
óculos o material apresenta um melhor grau de deformidade e adaptabilidade?”
Tabela 05 - Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 13
---------------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
--------------------------------------------------------------------------------------
A 8 9 17
47,06 52,94 100,00
B 10 57 67
14,93 85,07 100,00
Geral 18 66 84
21,43 78,57 100,00
---------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 17 sujeitos que preferiram o modelo A como sendo mais
confortável, 8 deles (47,06%) também preferiram o material do modelo A como
sendo mais adaptável; porém 9 (52,94%) alegaram que é o material do modelo B o
mais adaptável.
Dos 67 que preferiram o modelo B como sendo mais confortável, 57
deles (85,07%) também preferiram o material do modelo B como sendo mais
adaptável; porém 10 (14,93%) alegaram que é o material do modelo A o mais
adaptável.
Este é um cruzamento interessante onde é possível detectar mais
evasão de preferências, onde uma porcentagem significativa que afirma que o
modelo A tem sua preferência em termos de conforto, optou pelo material do modelo
B, não associando necessariamente o conforto à maleabilidade do material, o que
não está de acordo com a expectativa. Porém as causas da mudança de opinião
podem estar no próprio questionário, onde a observação de outras perguntas
específicas podem modificar ou complementar a opinião inicial do sujeito, ou ainda,
que existam elementos-chave de design no modelo A que o fortes o suficiente
para captar a preferência dos sujeitos em termos de conforto, e não o associando
necessariamente à maleabilidade do material em si.
Ainda assim, a maioria dos sujeitos concorda em afirmar que o modelo
B possui o material mais adaptável ao rosto, independente da situação.
Cruzamento 06: “Qual dos óculos de proteção é mais confortável?” X “Com qual
óculos é possível realizar as tarefas de forma mais natural?”
Tabela 06 - Cruzamento estatístico: questão n° 01 x questão n° 15
------------------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
------------------------------------------------------------------------------------------
A 14 3 17
82,35 17,65 100,00
B 5 62 67
7,46 92,54 100,00
Geral 19 65 84
22,62 77,38 100,00
------------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 17 sujeitos que preferiram o modelo A como sendo mais
confortável, 14 deles (82,35%) concordam em afirmar que também é possível
trabalhar mais naturalmente com ele; porém 3 (17,65%) preferiram o modelo B no
sentido de poder trabalhar mais naturalmente.
Dos 67 sujeitos que preferiram o modelo B como sendo mais
confortável, 62 deles (92,54%) concordam em afirmar que também é possível
trabalhar mais naturalmente com ele; porém 5 (7,46%) preferiram o modelo A no
sentido se poder trabalhar mais naturalmente.
Apesar de uma mudança nima de opinião detectada em
cruzamentos anteriores, a expectativa de que o sujeito define o EPI como sendo
mais confortável está fortemente ligado ao fato de pode trabalhar mais naturalmente
com ele, admitindo essa afirmação como fato, além é claro do EPI estar bem
ajustado, no sentido de pressão e vedação adequados (e não excessivos),
características muito citadas pelos sujeitos no questionário.
Cruzamento 07: “Qual dos óculos de proteção transmite maior sensação de
segurança” X “Sentiu dor em algum momento?”
Tabela 07 - Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 03
--------------------------------------------------------------------------------------
Não A B Geral
-------------------------------------------------------------------------------------
A 28 0 1 29
96,55 --- 3,45 100,00
B 42 6 7 55
76,36 10,91 12,73 100,00
Geral 70 6 8 84
83,33 7,14 9,52 100,00
--------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 29 sujeitos que afirmaram que o modelo A traz maior sensação
de segurança, 28 deles (96,55%) não sentiram dor; e 1 (3,45%) sentiu dor ao utilizar
o modelo B.
Dos 55 sujeitos que afirmaram que o modelo B traz maior sensação de
segurança, 42 deles (76,36%) não sentiram dor; 6 (10,91%) sentiram dor ao utilizar o
modelo A e 7 (12,73%) ao utilizar o modelo B.
Este cruzamento tendo como base a segunda pergunta do questionário
tem por intenção detectar as associações entre a transmissão de sensação de
segurança e possível dor durante o uso do equipamento; no caso do modelo A, onde
29 sujeitos o elegeram como “transmite mais sensação de segurança”, apenas 1
sujeito (3,45%) sentiu dor e foi ao utilizar o modelo B; fato diferente do caso do
modelo B, em que dos 55 sujeitos, 7 (12,73%) sentiram dor com o modelo B, apesar
de alegarem que “transmite maior sensação de segurança”. Existe uma diferença
percentual relativamente chamativa e que apesar de sentirem dor com o modelo B,
ainda o preferiram como mais seguro. Nota-se também que a natureza da dor tem
importância na decisão do sujeito, pois as maiores queixas, conforme foi relatado
anteriormente, foram o design do encaixe para o nariz, elásticos de ajuste ou
pressão excessiva contra a face, que podem ser relevados de acordo com a tarefa
realizada e sua duração.
Cruzamento 08: “Qual dos óculos de proteção transmite maior sensação de
segurança” X “Sentiu algum tipo de incômodo (físico) durante o uso?”
Tabela 08 - Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 05
--------------------------------------------------------------------------------------
Não A B Geral
--------------------------------------------------------------------------------------
A 5 12 12 29
17,24 41,38 41,38 100,00
B 8 37 10 55
14,55 67,27 18,18 100,00
Geral 13 49 22 84
15,48 58,33 26,19 100,00
--------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 29 sujeitos que afirmaram que o modelo A oferece maior
sensação de segurança, apenas 5 deles (17,24%) não sentiram incômodo; 12
(41,28%) declararam incômodo com o modelo A e 12 (41,38%) com o modelo B.
Dos 55 sujeitos que afirmaram que o modelo B oferece maior sensação
de segurança, apenas 8 deles (14,55%) o sentiram incômodo; 37 (67,27%)
declararam incômodo com o modelo A e 10 (18,18%) com o modelo B.
A natureza do incômodo relatado pode ou não influenciar o julgamento
do sujeito ao escolher um dos modelos, no caso, embaçamento da lente causado
pelo calor e pela transpiração foi o fator que mais foi detectado no modelo A e para o
modelo B as queixas foram relativas ao design do encaixe para o nariz, sobras do
elástico de ajuste e embaçamento da lente. Dessa forma, o embaçamento da lente
configura um perigoso problema que pode colocar em risco o sujeitos durante a
realização da tarefa, intimamente atrelado à sensação de segurança oferecida pelo
EPI e assim aumentando as estatísticas de rejeição.
Cruzamento 09: “Qual dos óculos de proteção transmite maior sensação de
segurança” X “Qual óculos prefere, categoricamente?”
Tabela 09 - Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 7
--------------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
--------------------------------------------------------------------------------------
A 12 17 29
41,38 58,62 100,00
B 5 50 55
9,09 90,91 100,00
Geral 17 67 84
20,24 79,76 100,00
--------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 29 sujeitos que afirmaram que o modelo A oferece maior
sensação de segurança, 12 deles (41,38%) também o preferem categoricamente;
porém 17 (58,62%) preferem o modelo B.
Dos 55 sujeitos que afirmaram que o modelo B oferece maior sensação
de segurança, 50 deles (90,91%) também o preferem categoricamente; porém 5
(9,09%) preferem o modelo A.
Está claro que a opção da maioria, categoricamente falando, está com
o modelo B, embora exista uma parcela percentual que afirma que o modelo A
possui características interessantes enquanto equipamento de proteção, ou seja, se
sentiram mais seguros dados alguns elementos de destaque no modelo A. Ao
avaliar as justificativas dos sujeitos, descobriu-se que o tamanho, apesar de
considerado contraditoriamente incômodo, é fator influente na segurança, pois
sendo maior, o modelo A cobre maior área do rosto, oferecendo sensação de
segurança aos sujeitos. Obviamente, apenas essa característica não representa a
totalidade da preferência; soma-se a isso outros elementos como subjetividade de
preferência e rejeição ao modelo B.
Cruzamento 10: “Qual dos óculos de proteção transmite maior sensação de
segurança” X “Qual óculos oferece melhor campo de visão/visibilidade?”
Tabela 10 - Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 08
--------------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
--------------------------------------------------------------------------------------
A 10 19 29
34,48 65,52 100,00
B 11 44 55
20,00 80,00 100,00
Geral 21 63 84
25,00 75,00 100,00
--------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 29 sujeitos que afirmaram que o modelo A oferece maior
sensação de segurança, 10 deles (34,48%) também concordam em afirmar que
possui melhor campo de visão/visibilidade; porém 19 (65,52%) preferiram o modelo
B como possuidor de melhor campo de visão/visibilidade.
Dos 55 sujeitos que afirmaram que o modelo B oferece maior sensação
de segurança, 44 deles (80%) também concordam em afirmar que possui melhor
campo de visão/visibilidade; porém 11 (20%) preferiram o modelo A como possuidor
de melhor campo de visão/visibilidade.
O objetivo de observar as preferências de segurança versus
visibilidade seria confirmar que para os sujeitos, estas características estariam
fortemente interligadas e as estatísticas apontam que o modelo B possui a
preferência de ampla maioria, mas não é dominante. Os elementos que tornam o
modelo A seguro convenceram os sujeitos de que é o modelo mais adequado em
termos de segurança (no caso, tamanho do EPI protege maior área do rosto e
tamanho da lente). Em contrapartida, os que preferiram o modelo B como mais
seguro acentuam que a transparência da lente e as dobras laterais da lente (que
permitem a “visão lateral” ou periférica) são significativas e respondem pela alta
estatísticas. Em termos projetuais, seria ideal a junção dessas características, uma
vez em posse desta informação, em prol de um equipamento com mais virtudes
agregadas em seu design. Outro fator determinante foi o mecanismo de ventilação
dos óculos, pois a visibilidade esteve atrelada ao embaçamento da lente durante o
uso e houve incidência muito maior de embaçamento da lente no modelo A,
causando sentimento de rejeição.
Cruzamento 11: “Qual dos óculos de proteção transmite maior sensação de
segurança” X “Em qual óculos o material apresenta um melhor grau de deformidade
e adaptabilidade?”
Tabela 11 - Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 13
--------------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
-------------------------------------------------------------------------------------
A 13 16 29
44,83 55,17 100,00
B 5 50 55
9,09 90,91 100,00
Geral 18 66 84
21,43 78,57 100,00
--------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 29 sujeitos que afirmaram que o modelo A oferece maior
sensação de segurança, 13 deles (44,83%) concordam em afirmar que ele também
possui o material com maior maleabilidade; porém 16 (55,17%) preferiram o material
do modelo B.
Dos 55 sujeitos que afirmaram que o modelo B oferece maior sensação
de segurança, 50 deles (90,91%) concordam em afirmar que ele também possui o
material com maior maleabilidade; porém 5 (9,09%) preferiram o material do modela
A.
Novamente, é possível observar que o modelo B tem maioria na
preferência pelo material, embora o modelo A possua sujeitos com forte preferência.
Nesse sentido, é possível concluir que realmente o modelo B possui o material mais
maleável e que ele está intimamente atrelado à sensação de segurança sentida
pelos sujeitos, dado às características de ajuste ao rosto. E embora o material do
modelo A não tenha alto percentual estatístico, possui forte preferência, indicado por
fatores alheios ao material, mas relacionados à segurança.
Cruzamento 12: “Qual dos óculos de proteção transmite maior sensação de
segurança” X “Com qual óculos é possível realizar as tarefas de forma mais
natural?”
Tabela 12 - Cruzamento estatístico: questão n° 02 x questão n° 15
--------------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
--------------------------------------------------------------------------------------
A 11 18 29
37,93 62,07 100,00
B 8 47 55
14,55 85,45 100,00
Geral 19 65 84
22,62 77,38 100,00
--------------------------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 29 sujeitos que afirmaram que o modelo A oferece maior
sensação de segurança, 11 deles (37,93%) concordam em afirmar também que é
possível realizar as tarefas de forma mais natural com ele; porém 18 (62,07%)
preferiram o modelo B como sendo mais viável de realizar as tarefas de forma mais
natural.
Dos 55 sujeitos que afirmaram que o modelo B oferece maior sensação
de segurança, 47 deles (85,45%) concordam em afirmar também que é possível
realizar as tarefas de forma mais natural com ele; porém 8 (14,55%) preferiram o
modelo A como sendo mais viável de realizar as tarefas de forma mais natural.
O modelo B é o que possui maiores características desejáveis de
design, dado a preferência dos sujeitos, pois este cruzamento aponta para a
combinação de segurança com o fator usar naturalmente”. É possível ainda atrelar
esses fatores aos dados das questões que envolvem conforto e maleabilidade dos
materiais, todos convergindo em prol do estímulo da percepção dos sujeitos. A
maleabilidade do material é o fator decisivo, segundo as opiniões dos sujeitos, pois o
melhor ajuste ao rosto faz com que o EPI se mantenha fixo sob qualquer situação de
movimento (dentro das limitações da tarefa) e conseqüentemente, agregando
sensação de segurança durante o uso.
Ainda assim, existem características que mantém o modelo A com bom
percentual estatístico, apoiado por sujeitos fiéis que não abrem mão do modelo ou
sentiram elementos de rejeição ao modelo B.
Cruzamento 13: “Sentiu algum tipo de incômodo (físico) durante o uso?” X “Qual
material parece ser mais indicado para a armação?”
Tabela 13 - Cruzamento estatístico: questão n° 05 x questão n° 09
-------------------------------------------------------------------------------------
A B Geral
-------------------------------------------------------------------------------------
Não 3 10 13
23,08 76,92 100,00
A 7 42 49
14,29 85,71 100,00
B 14 8 22
63,64 36,36 100,00
Geral 24 60 84
28,57 71,43 100,00
---------------------------------------------------------------------
Fonte: Minitab 13
Comentários: dos 13 sujeitos que afirmaram que não sentiram incômodo, 3 deles
(23,07%) escolheram o modelo A como possuindo melhor material para a armação
e 10 deles (76,92%) escolheram o material do modelo B.
Dos 49 sujeitos que sentiram incômodo com o modelo A, 7 deles
(14,29%) afirmaram que o modelo A possui o melhor material para a armação e 42
deles (85,71%) escolheram o material do modelo B.
Dos 22 sujeitos que sentiram incômodo com o modelo B, 14 (63,64%)
afirmaram que o modelo A possui o melhor material para a armação e 8 (36,36%)
escolheram o material do modelo B.
O cruzamento tem por objeto relacionar o eventual incômodo sentido
pelos sujeitos com a maleabilidade do material e detectar o quanto um fator é
influenciado pelo outro. E de acordo com as preferências dos sujeitos, a maioria dos
sujeitos que sentiram incômodo e mesmo os que não sentiram, preferiram o material
do modelo B como sendo mais maleável, característica que está intimamente ligada
ao fator “conforto” relatado. Somente no caso de rejeição dos que consideraram
que o material do modelo B menos adequado é que influencia no percentual de
preferência ao material do modelo A, seguindo a rotina dos demais cruzamentos.
Conclusão
Os dados dos testes foram diretos e conclusivos no sentido de apontar
os fatores imediatos que transmitem as sensações de conforto, segurança e
preferência dos sujeitos. Através das análises de percentual e cruzamentos
estatísticos, os fatores puderam ser melhor compreendidos e depurados.
A mescla do conceito dos materiais miméticos ao design de produto,
representado pelo EPI analisado é um exemplo de como o conceito pode ser
utilizado para estimular a percepção dos sujeitos/usuários para agregar expectativas
positivas sobre o uso do produto.
O modelo preferido pelos sujeitos em ampla maioria foi o B óculos de
segurança V-Maxx VM-810, do fabricante Willson/Bacou-Dalloz, justamente pelo fato
do material da armação/corpo ter sido considerado mais maleável pelos sujeitos
testados. Outras características detectadas que foram consideradas fundamentais,
como visibilidade proporcionada e a ventilação oferecida estão no patamar de
prioridades projetuais, dado a influência que exercem na funcionalidade do
equipamento.
A moldabilidade do material revelou-se o elemento mais importante
para o óculos de segurança de acordo com os sujeitos. O fator “ajuste ao rosto”
revelou-se intimamente ligado com a funcionalidade do equipamento e a sensação
de conforto, que por sua vez é atrelada à sensação de segurança transmitida,
permitindo ao sujeito trabalhar de forma mais natural e se sentindo menos
incomodado pelo uso do EPI. A soma desses fatores traz um conjunto de
características positivas em termos de design que favorecem a percepção e
estimulam as sensações do usuários, gerando comentários positivos a respeito do
uso e que podem contribuir também para a diminuição da rejeição ao equipamento.
Os sujeitos que preferiram fielmente o modelo A Future-710,
fabricante Iris Safety alegam que o material do corpo do óculos é mais maleável e
portanto se ajustou melhor às feições do rosto, além de considerarem o modelo
como mais seguro devido ao tamanho, protegendo maior área do rosto. Até mesmo
foram reservados comentários a respeito do elástico de segurança, com um sistema
mais simplificado de ajuste e sobras menores da tira de borracha.
Em termos de elementos de design de produto, eles foram
fundamentais para induzir a sensação de conforto, não creditando todo mérito
apenas ao material. A harmonia entre formato para o encaixe do rosto, formato e
disposição da lente, projeto do sistema de ventilação indireto, elásticos e o sistema
de ajuste foram fundamentais para construir a imagem do produto funcional e
confortável.
As estatísticas de rejeição do presente estudo, apontando os
elementos negativos dos óculos de proteção se releva um micro-cosmo da realidade
brasileira, onde o uso de EPI ainda é negligenciado pelos trabalhadores, em certa
parte, possivelmente, devido os problemas detectados nesta pesquisa.
Como conclusão, é possível afirmar que, apesar da infinidade de
materiais disponíveis pra elaboração de produtos, aqueles que inserem-se dentro do
contexto teórico dos materiais miméticos são realmente necessários no projeto de
produtos cuja suavização da tarefa a desempenhar com eles é uma meta; os
materiais miméticos cumpriram sua função como elemento de destaque nos
equipamentos de segurança testados, sendo que diversas vantagens ergonômicas
são atribuídas a eles.
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Bases de dados sugeridas
Biblioteca Central – Base de Dados Online
Disponível em:
<http://www.upf.tche.br/biblioteca/index.php?option=com_content&task=view&id=48
&Itemid=71>
Universidade de Passo Fundo
SciELO – Scientific Eletronic Library Online
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_home/lng_pt/nrm_iso>
ProBE – Programa Biblioteca Eletrônica
Disponível em: <http://probe.bvs.br/index1.php?home=true>
Portal da Pesquisa
Disponível em: <http://www.portaldapesquisa.com.br>
Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações | Busca
Disponível em: <http://www.bdtd.ufscar.br/>
Portal FUNDACENTRO – Centro Técnico Nacional
Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br (2003)>
Portal FUNDACENTRO – Biblioteca Fundacentro
Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/BIB/pesquisa.asp?D=BIB
Glossário
Briefing – espécie de “contrato”, onde existe a descrição exata de todos os
elementos, detalhadamente, que são desejados em algum tipo de projeto.
Morfoadequadores – que se adaptam/adequam à forma.
Mock-up – modelo de um produto com pouco acabamento, mas que possui
características suficientes para observação volumétrica, de proporções, etc.
Styling – tendência do design de produto que visa fazer redesenhos de produtos,
com alterações meramente estéticas, aumentando estímulo consumista nos clientes
e incrementando as vendas desses produtos, por conseqüência.
Apêndice A
QUESTIONÁRIO – Pós-graduação em Desenho Industrial
1 - Qual dos óculos de proteção testados é mais confortável?
( ) A ( ) B
Por quais razões? :
2 - Qual dos óculos de proteção transmite maior sensação de segurança?
( ) A ( ) B
Por quais razões? :
3 - Sentiu dor em algum momento? S( ) N( ) Caso sim, com qual equipamento?
( ) A ( ) B
4 - Avalie ambos os óculos de proteção:
Óculos A
Óculos B
( )1 – muito desconfortável
( )2 – desconfortável
( )3 – neutro
( )4 – confortável
( )5 – muito confortável
( )1 – muito desconfortável
( )2 – desconfortável
( )3 – neutro
( )4 – confortável
( )5 – muito confortável
5 - Sentiu algum tipo de incômodo (físico) durante o uso? ( )S ( )N Caso sim, com qual ?
( )A ( )B
Que tipo de incômodo? :
6 - O que torna o uso dos óculos desconfortável, em sua opinião?
7 - Qual óculos prefere, categoricamente? A ou B ?
( ) A ( ) B
8 - Qual óculos oferece melhor campo de visão/visibilidade?
( )A ( )B
Por quais razões? :
9 - Qual material parece ser mais indicado para a armação?
( )A ( )B
Por quais razões? :
10 - Qual o nível de conforto do elástico de segurança?
Elástico do óculos A
Elástico do óculos B
( )1 – muito desconfortável
( )2 – desconfortável
( )3 – neutro
( )4 – confortável
( )5 – muito confortável
( )1 – muito desconfortável
( )2 – desconfortável
( )3 – neutro
( )4 – confortável
( )5 – muito confortável
11- Houve alguma irritabilidade do material em contato com a pele? Em qual óculos?
( )A ( )B
12 - Vc é alérgico ao material?
( )Sim ( )Não
13 – Em qual óculos o material apresenta um melhor grau de deformidade e adaptabilidade?
( )A ( )B
Por quais razões? :
14- Avalie o grau de deformidade/maleabilidade do material da armação:
Óculos A
Óculos B
( )1 – muito rígido
( )2 – bem rígido
( )3 – levemente rígido
( )4 – rígido
( )5 – pouco rígido
( )6 – pouco maleável
( )7 –maleável
( )8 – levemente maleável
( )9 – bem maleável
( )10 – muito maleável
( )1 – muito rígido
( )2 – bem rígido
( )3 – levemente rígido
( )4 – rígido
( )5 – pouco rígido
( )6 – pouco maleável
( )7 –maleável
( )8 – levemente maleável
( )9 – bem maleável
( )10 – muito maleável
15 – Com qual óculos é possível realizar as tarefas de forma mais natural?
( )A ( )B
Por quais razões? :
16 – Houve embassamento? ( )S ( )N? Se sim, em qual óculos? ( )A ( )B
Anexos
Anexo A
NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI (1006.000-7)
6.1. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção
Individual - EPI
todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a
integridade física do
trabalhador.
6.2. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado
de
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa
proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho; (106.001-5 / I2)
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; (106.002-3 / I2)
c) para atender a situações de emergência. (106.003-1 / I2)
6.3. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional e respeitando-se o disposto no item 6.2, o
empregador deve
fornecer aos trabalhadores os seguintes EPI:
I - Proteção para a cabeça:
a) protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face contra lesões ocasionadas por partículas,
respingos, vapores de
produtos químicos e radiações luminosas intensas;
b) óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos nos olhos, provenientes de impacto de
partículas;
c) óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e outras lesões
decorrentes da
ação de líquidos agressivos e metais em fusão;
d) óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos, provenientes de poeiras;
e) óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e outras lesões decorrentes da ação
de radiações
perigosas;
f) máscaras para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arco elétrico;
g) capacetes de segurança para proteção do crânio nos trabalhos sujeitos a:
1. agentes meteorológicos (trabalhos a céu aberto);
2. impactos provenientes de quedas, projeção de objetos ou outros;
3. queimaduras ou choque elétrico.
II - Proteção para os membros superiores:
Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores devem ser usados em trabalhos em que haja perigo de
lesão provocada
por:
1. materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;
2. produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos, solventes orgânicos e derivados
de petróleo;
3. materiais ou objetos aquecidos;
4. choque elétrico;
5. radiações perigosas;
6. frio;
2
7. agentes biológicos.
III - Proteção para os membros inferiores:
a) calçados de proteção contra riscos de origem mecânica;
b) calçados impermeáveis para trabalhos realizados em lugares úmidos, lamacentos ou encharcados;
c) calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos agressivos;
d) calçados de proteção contra riscos de origem térmica;
e) calçados de proteção contra radiações perigosas;
f) calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos;
g) calçados de proteção contra riscos de origem elétrica;
h) perneiras de proteção contra riscos de origem mecânica;
i) perneiras de proteção contra riscos de origem térmica;
j) perneiras de proteção contra radiações perigosas.
IV - Proteção contra quedas com diferença de nível:
a) cinto de segurança para trabalho em altura superior a 2 (dois) metros em que haja risco de queda;
b) cadeira suspensa para trabalho em alturas em que haja necessidade de deslocamento vertical, quando a
natureza do
trabalho assim o indicar;
c) trava-queda de segurança acoplada ao cinto de segurança ligado a um cabo de segurança independente, para
os trabalhos
realizados com movimentação vertical em andaimes suspensos de qualquer tipo.
V - Proteção auditiva
Protetores auriculares para trabalhos realizados em locais em que o nível de ruído seja superior ao estabelecido
na NR 15,
Anexos I e II.
VI - Proteção respiratória, para exposições a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúde do
trabalhador, de
acordo com os limites estabelecidos na NR 15:
a) respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem produção de poeiras;
b) máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através de jateamento de areia;
c) respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos prejudiciais à saúde;
d) aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar), para locais de trabalho onde o teor de oxigênio seja
inferior a 18
(dezoito) por cento em volume.
VII - Proteção do tronco
Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em que haja perigo de lesões
provocadas
por:
1. riscos de origem térmica;
2. riscos de origem radioativa;
3
3. riscos de origem mecânica;
4. agentes químicos;
5. agentes meteorológicos;
6. umidade proveniente de operações de lixamento a água ou outras operações de lavagem.
VIII - Proteção do corpo inteiro
Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar) para locais de trabalho onde haja exposição a agentes
químicos,
absorvíveis pela pele, pelas vias respiratórias e digestivas, prejudiciais à saúde.
IX - Proteção da pele
Cremes protetores
Os cremes protetores só poderão ser postos à venda ou utilizados como equipamentos de proteção individual,
mediante o
Certificado de Aprovação - CA do Ministério do Trabalho, para o que serão enquadrados nos
seguintes grupos:
a) Grupo 1 - água-resistente - são aqueles que, quando à pele do usuário, não são facilmente removíveis
com água;
b) Grupo 2 - óleo-resistente - são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário, não são facilmente
removíveis na presença
de óleos ou substâncias apolares;
c) Grupo 3 - cremes especiais - são aqueles com indicações e usos definidos e bem especificados pelo fabricante.
Para a obtenção do Certificado de Aprovação - CA, o fabricante deverá apresentar os documentos previstos na
NR 6, além dos
seguintes procedimentos, exigências e laudos técnicos emitidos por laboratórios
qualificados:
1. Comprovante laboratorial sobre a capacidade de proteção do creme produzido, informando através do teste de
salubilidade
ou equivalente, o grupo ao qual se integra: se água-resistente; óleo-resistente ou creme especial.
2. Relatório e garantia de que o creme não causa irritação, sensibilização da pele e de que não interfere no
sistema termo -
regulador humano.
3. Cópia da publicação do registro do creme protetor no órgão de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde,
conforme previsto na Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976.
4. Laudo laboratorial comprovando que o creme não tem ação reagente ou catalisadora em contato com as
substâncias para as
quais se destina proteger.
5. Cópia da anotação de responsabilidade técnica - ART de profissional responsável pela produção e controle da
qualidade do
produto.
6. Cópia do registro no Ministério do Trabalho como Fabricante - CRF ou o de Importador - CRI.
6.3.1. O empregado deve trabalhar calçado, ficando proibido o uso de tamancos, sandálias e chinelos. (106.004-0
/ I1)
6.3.1.1. Em casos especiais, poderá a autoridade regional do MTb permitir o uso de sandálias, desde que a
atividade
desenvolvida não ofereça riscos à integridade física do trabalhador.
6.3.2. O Ministério do Trabalho - MTb poderá determinar o uso de outros EPI, quando julgar necessário.
6.3.3. Os EPI mencionados nas alíneas “e” e “f” do inciso I - Proteção para cabeça, do item 6.3, devem possuir
lentes ou placas
filtrantes para radiações visível (luz), ultravioleta e infravermelha, cujas tonalidades devem obedecer ao disposto
no Quadro I,
anexo. (103.005-8 / I2)
4
6.4. A recomendação ao empregador, quanto ao EPI adequado ao risco existente em
determinada atividade, é de competência:
a) do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT;
b) da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT.
6.4.1. Nas empresas desobrigadas de possuir CIPA, cabe ao empregador, mediante orientação técnica, fornecer e
determinar o
uso do EPI adequado à proteção da integridade física do trabalhador.
6.5. O EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser colocado à venda, comercializado ou utilizado,
quando possuir
o Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo Ministério do Trabalho e da Administração - MTA, atendido o
disposto no
subitem 6.9.3. (106.006-6 / I2)
6.6. Obrigações do empregador.
6.6.1. Obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a:
a) adquirir o tipo adequado à atividade do empregado; (106.007-4 / I2)
b) fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo MTA e de empresas cadastradas no DNSST/MTA;
(106.008-2 / I4)
c) treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado; (106.009-0 / I1)
d) tornar obrigatório o seu uso; (106.010-4 / I2)
e) substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado; (106.011-2 / I2)
f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica; (106.012-0 / I1)
g) comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no EPI. (106.013-9 / I1)
6.7. Obrigações do empregado.
6.7.1. Obriga-se o empregado, quanto ao EPI, a:
a) usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.
6.8. Obrigações do fabricante e do importador.
6.8.1. O fabricante nacional ou o importador obrigam-se, quanto ao EPI, a:
a) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA; (106.014-7 / I3)
b) renovar o CA, o Certificado de Registro de Fabricante - CRF e o Certificado de Registro de Importador - CRI
subitem 6.8.4,
quando vencido o prazo de validade estipulado pelo MTA; (106.015-5 / I4)
c) requerer novo CA, quando houver alteração das especificações do equipamento aprovado; (106.016-3 / I2)
d) responsabilizar-se pela manutenção da mesma qualidade do EPI padrão que deu origem ao Certificado de
Aprovação -
CA; (106.017-1 / I1)
e) cadastrar-se junto ao MTA, através do DNSST. (106.018-0 / I1)
5
6.8.2. Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador, devidamente cadastrados, deverão requerer ao
Ministério do
Trabalho e da Administração - MTA a aprovação e o registro do EPI.
6.8.3. O requerimento para a aprovação e registro de EPI de fabricação nacional deve ser instruído com os
seguintes
elementos:
a) cópia do Certificado de Registro de Fabricante – CRF atualizado;
b) memorial descritivo do EPI, incluindo, no mínimo, as suas características técnicas principais, os materiais
empregados na
sua fabricação e o uso a que se destina;
c) laudo de ensaio do EPI emitido por laboratório devidamente credenciado pelo DNSST;
d) cópia do alvará de localização do estabelecimento ou licença de funcionamento atualizada.
6.8.3.1. Ao DNSST fica reservado o direito de solicitar amostra do EPI, marcada com o nome do fabricante e o
número de
referência, além de outros requisitos para a sua aprovação, quando julgar necessário.
6.8.3.2. O requerimento para a aprovação e registro do EPI importado deve ser instruído com os seguintes
elementos:
a) cópia do Certificado de Registro de Importador - CRI ou Certificado de Registro de Fabricante - CRF;
b) memorial descritivo do EPI importado, em língua portuguesa, incluindo as suas características técnicas, os
materiais
empregados na sua fabricação, o uso a que se destina e suas principais restrições;
c) laudo de ensaio do EPI, emitido por laboratório devidamente credenciado pelo DNSST;
d) cópia do registro no Departamento de Comércio Exterior - DECEX;
e) cópia do alvará de localização do estabelecimento ou licença de funcionamento atualizada.
6.8.4. As empresas nacionais fabricantes de EPI, ou as pessoas jurídicas que promovam a importação de EPI de
origem
estrangeira, deverão ser cadastradas no Ministério do Trabalho e da Administração - MTA, através do
Departamento Nacional
de Segurança e Saúde do Trabalhador - DNSST, que expedirá o Certificado de Registro do Fabricante - CRF e o
Certificado
de Registro de Importador - CRI.
6.8.4.1. O cadastramento de empresa nacional e a expedição do Certificado serão procedidos mediante a
apresentação do
Anexo I, devidamente preenchido e acompanhado de requerimento dirigido ao DNSST, juntando cópias dos
documentos
abaixo relacionados:
a) contrato social em que esteja expresso ser um dos objetivos sociais da empresa a fabricação de EPI e sua
última alteração ou
consolidação;
b) Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ atualizado;
c) Inscrição Estadual – IE;
d) Inscrição Municipal atualizada – IM;
e) Certidão Negativa de Débito - CND-MPAS/INSS;
f) Certidão de Regularidade Jurídico-Fiscal - CRJF;
g) alvará de localização do estabelecimento ou licença de funcionamento atualizada.
6.8.4.2. O cadastramento de empresa que promova a importação de EPI de origem estrangeira, não-possuidora
de CRF, e a
expedição de Certificado de Registro de Importador - CRI serão procedidos mediante apresentação do Anexo II
devidamente
preenchido e acompanhado de requerimento dirigido ao DNSST, juntando cópia dos documentos abaixo
relacionados:
a) registro no Departamento de Comércio Exterior - DECEX;
b) Certidão Negativa de Débito - CND-MPS/INSS;
c) Certidão de Regularidade Jurídico-Fiscal - CRJF;
d) alvará de localização do estabelecimento ou licença de funcionamento atualizada;
e) comprovação de que está em condições de cumprir o disposto no art. 32 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de
1990 -
Código de Defesa do Consumidor, quando a natureza do EPI importado exigir.
6.8.5. O requerimento que não satisfizer as exigências dos itens 6.8.3, 6.8.3.2, 6.8.4.1 e 6.8.4.2 deverá ser
regularizado dentro
de 60 (sessenta) dias, sob pena de arquivamento do processo.
6
6.8.6. O fabricante é responsável pela manutenção da mesma qualidade do EPI padrão que deu origem ao CA.
6.9. Certificado de Aprovação - CA.
6.9.1. O CA de cada EPI, para fins de comercialização, terá validade de 5 (cinco) anos, podendo ser renovado,
obedecido o
disposto nos subitens 6.8.3 e 6.8.3.2.
6.9.2. À SSMT fica reservado o direito de estabelecer prazos inferiores ao citado no subitem 6.9.1, desde que as
características
do EPI assim o exijam.
6.9.3. Todo EPI deverá apresentar, em caracteres indeléveis bem visíveis, o nome comercial da empresa
fabricante ou
importador e o número de CA. (106.019-8 / I1)
6.10. Competência do Ministério do Trabalho - MTb.
6.10.1. Cabe ao MTb, através da SSMT:
a) receber, examinar, aprovar e registrar o EPI;
b) credenciar órgãos federais, estaduais, municipais e instituições privadas a realizar pesquisas, estudos e ensaios
necessários, a
fim de avaliar a eficiência, durabilidade e comodidade do EPI;
c) elaborar normas técnicas necessárias ao exame e aprovação do EPI;
d) emitir ou renovar o CA, CRF e o CRI;
e) cancelar o CA, CRF e o CRI;
f) fiscalizar a qualidade do EPI.
6.10.2. Compete ao MTb, através das DRT ou DTM:
a) orientar as empresas quanto ao uso do EPI, quando solicitado ou nas inspeções de rotina;
b) fiscalizar o uso adequado e a qualidade do EPI;
c) recolher amostras de EPI e encaminhar à SSMT;
d) aplicar as penalidades cabíveis pelo descumprimento desta NR.
6.10.3. O DNSST, quando julgar necessário, poderá exigir do fabricante ou importador que o EPI seja
comercializado com as
devidas instruções técnicas, orientando sua operação, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso.
6.11. Fiscalização para controle de qualidade do EPI.
6.11.1. A fiscalização para controle de qualidade de qualquer tipo de EPI deve ser feita pelos Agentes da
Inspeção do
Trabalho.
6.11.2. Por ocasião da fiscalização de que trata o subitem 6.11.1, poderão ser recolhidas amostras de EPI junto
ao fabricante ou
importador, ou aos seus representantes ou, ainda, à empresa utilizadora, e encaminhadas ao
DNSST.
6.11.3. A Fundacentro realizará os ensaios necessários nas amostras de EPI recolhidas pela fiscalização,
elaborando laudo
técnico, que deverá ser enviado à SSMT.
6.11.3.1. Se o laudo de ensaio concluir que as especificações do EPI analisado não correspondem às
características originais
com stantes do laudo de ensaio que gerou o CA, a SSMT cancelará o respectivo certificado, devendo sua
resolução ser
publicada no Diário Oficial da União.
6.12. As normas técnicas para fabricação e ensaio dos equipamentos de proteção serão
baixadas pela SSMT em portarias específicas.
Anexo B
Anexo C
Certificação de Aprovação – Óculos de proteção V-MAXX VM 810
do CA: 13373 do Processo: 46000.005187/51-90
Data de Emisão: 6/6/2003 Validade: 06/06/2008
Tipo do Equipamento: ÓCULOS DE SEGURANÇA
Natureza: Importado
Descrição do Equipamento: ÓCULOS DE SEGURANÇA, MODELO AMPLA-VISÃO, CONSTITUÍDO DE
ARMAÇÃO CONFECCIONADA EM UMA ÚNICA PEÇA DE PVC FLEXÍVEL
TRANSPARENTE COM VENTILAÇÃO INDIRETA COMPOSTA DE QUATORZE
FENDAS NA PARTE SUPERIOR E QUATORZE FUROS DE CADA LADO NA
PARTE INFERIOR DA ARMAÇÃO E VISOR DE POLICARBONATO INCOLOR.
O AJUSTE À FACE DO USUÁRIO É FEITO ATRAVÉS DE UM TIRANTE
ELÁSTICO COM FIVELA DE PLÁSTICO NA COR PRETA PARA AJUSTE. REF.:
VM 810 MODELO V-MAXX
Dados Complementares
Norma: ANSI.Z.87.1/1989
Fabricante: PROT CAP ARTIGOS PARA PROTEÇÃO INDUSTRIAL LTDA
Aprovado: PROTEÇÃO DOS OLHOS DO USUÁRIO CONTRA IMPACTOS DE PARTÍCULAS
VOLANTES MULTIDIRECIONAIS.
Observação: Não Informado.
Laudo/Atenuação
Tipo do Laudo: Laboratório
Laboratório: FUNDACENTRO / SP
Número Laudo: 042/2003-A Data do Laudo: Não Informado
Responsável: Não Informado Registro Profissional: Não Informado
Frequência(Hz): - - - - - - - - - -
Atenuacao(dB): - - - - - - - - - -
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