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ESTUDO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
IE/UNICAMP - IEI/UFRJ - FDC - FUNCEX
alimentícia). Como esses impostos tributam proporcionalmente
menos as exportações, os bens de capital, as produções
localizadas em áreas incentivadas (caso de Manaus) e o setor
terciário, ficam para baixo no ranking os segmentos da mecânica,
mineração, máquinas e equipamentos, siderurgia, eletroeletrônica,
bem como os segmentos do comércio, os serviços de transportes, a
agropecuária e a construção.
Segundo, evidencia-se que as empresas industriais são as
maiores responsáveis pelos impostos pagos no painel e,
principalmente, as mais tributadas proporcionalmente às suas
vendas. A mera leitura do ranking da Tabela 17 evidencia entre as
razões impostos/pagos mais elevadas grande parte dos ramos da
indústria de transformação (mesmo serviços públicos, terceiro
lugar, cabe qualificar que se trata das empresas de energia
elétrica e comunicações). No extremo oposto, encontram-se a
agropecuária, a construção e grande parte das empresas de
comércio e serviços
20
. Pode-se dizer que o sistema tributário
vigente não consegue captar adequadamente a extensão e o
dinamismo do setor terciário, bem como do primário que, nos anos
recentes, chegou a apresentar uma evolução relativamente melhor
que a da indústria de transformação (Dain, 1991:26).
A diferenciação na razão impostos/receita por grandes
setores também é expressa na Tabela 19. Por classe de atividade,
destaca-se que, acima da média geral do painel, encontram-se
apenas a indústria de transformação (24%) e os serviços de
utilidade pública, computados aí também os de comunicações
(27%)
21
.
20
Os dados extraídos da pesquisa da Exame referente ao exercício de 1990 também revelavam essas
características: no alto do ranking, bebida mais fumo e automóveis mais peças com relações
impostos/receita da ordem de 56,6% e 41,0%, respectivamente; no extremo oposto, o comércio
atacadista e a construção civil, com índices de 5,9% e 5,8% - ver Dain & Afonso (1991).
Entre 1990 e 1991, as mudanças mais significativas no ranking de impostos sobre receitas
correspondem à hotelaria, que saltou do décimo oitavo posto em 1990, para oitavo lugar em 1991,
e à informática, no sentido inverso, que caiu do terceiro lugar para o décimo segundo.
21
Em comparação aos mesmos indicadores referentes a 1990 - ver Dain & Afonso (1991) - nota-se que
as discrepâncias pouco se alteraram, uma vez que, em 1990, relação impostos/receita na
agropecuária era de 8,4%; na indústria, 21,8%; e no setor terciário, 18,1%.