
31
ESTUDO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
IE/UNICAMP - IEI/UFRJ - FDC - FUNCEX
TABELA 1
INDÚSTRIA QUÍMICA - FLUXOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO
(1989)
(em US$ bilhões)
EXPORTADORES
MUNDO EUA CANADÁ JAPÃO CEE ALEMA
NHA
FRANÇA REINO
UNIDO
NICS AMÉRICA
LATINA
OUTROS
IMPORTADORES
MUNDO 246,8 36,4 6,5 14,6 144,1 43,9 24,0 20,2 6,1 3,6 35,5
EUA 20,9 - 4,1 2,5 8,8 2,7 1,4 1,8 0,8 1,8 2,9
CANADÁ 5,9 4,2 - 0,1 1,1 0,4 0,1 0,3 0,1 0,1 0,3
JAPÃO 13,7 4,7 0,3 - 4,1 1,8 0,7 0,6 1,3 0,3 3,0
CEE 16,2 9,7 0,7 2,4 83,6 23,4 14,3 10,7 0,5 1,0 18,3
ALEMANHA 23,2 1,5 0,0 0,7 15,9 - 3,8 2,3 0,1 0,2 4,8
FRANÇA 19,4 0,9 0,2 0,3 14,4 5,2 - 2,1 0,0 0,2 3,3
REINO UNIDO 15,4 1,5 0,2 0,3 10,9 3,4 2,4 - 0,1 0,1 2,3
NICS 18,4 4,7 0,4 5,2 3,8 1,4 0,6 0,7 1,7 0,3 2,2
AM. LATINA 10,8 5,9 0,2 0,3 3,6 1,2 0,8 0,5 0,1 - 0,8
OUTROS 61,0 7,2 0,8 4,1 39,1 13,1 6,2 5,6 1,6 0,1 8,1
Fonte: CMA (1991).
Mesmo com uma grande participação no comércio internacional, a indústria química, na
maioria dos países, é construída para servir aos mercados domésticos. O mercado internacional é
visto como um escoadouro da produção residual, inclusive nos países que possuem grandes
superavits comerciais de químicos. Por esse motivo, o mecanismo de formação de preços dos
produtos de grande tonelagem (commodities e pseudocommodities) no mercado internacional tem
como parâmetro os custos marginais de produção. Isso quer dizer que, para obter vantagens de
escala, os produtores podem vender a fatia da sua produção destinada ao mercado externo por um
preço inferior aos seus custos totais, desde que igual ou superior aos custos variáveis. Esse
diferencial entre preços internos e externos pode ser diretamente proporcional à proteção tarifária
e não-tarifária de cada país. Essa lógica, no entanto, não se aplica aos países produtores de
petróleo que não possuem mercados internos significativos (caso dos países árabes, por exemplo).
Não se aplica, também, aos produtos da química fina e especialidades. Por serem produtos
técnicos, com a produção extremamente oligopolizada, as vendas externas e internas desses
últimos produtos tentam cobrir não apenas os custos totais de produção, mas também os altos
investimentos e riscos inerentes à atividade de P&D.
Vale salientar, ainda, que o comércio internacional é afetado pelo comportamento cíclico
dos negócios químicos (principalmente nos dois primeiros segmentos). Pelo lado da oferta, os
períodos de alta utilização da capacidade e altos lucros motivam investimentos em novas plantas,
em uma dimensão tal que termina por adicionar capacidade acima do crescimento da demanda. Os
planos de investimentos podem regredir quando a fase de baixa do ciclo se anuncia. Porém, como
os novos investimentos levam alguns anos (2 a 5) para entrar em operação, não é possível haver
um controle sobre o excesso de oferta. Essa situação pode piorar se a economia dos países
industrializados estiver em recessão.