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A partir de 1920, no Instituto Benjamin Constant, professores ce-
gos que tinham criado símbolos abreviativos braille para uso particu-
lar ensinavam-nos a seus alunos, como meio de facilitar a escrita e a
leitura. Somente em 1942 surgiu um código de abreviaturas realmente
estruturado, de autoria do professor do IBC, José Espínola Veiga. Este
código foi regulamentado quando entrou em vigor no país a Portaria
Ministerial nº. 552, de 13/11/1945, que disciplinava o uso do Braille,
denominando-o “Braille Ofi cial para a Língua Portuguesa”. Continha
226 abreviaturas, sendo que mais da metade delas diferenciava-se radi-
calmente das utilizadas em Portugal.
O segundo centro de produção de textos em braille, a Fundação
para o Livro do Cego no Brasil (hoje, Fundação Dorina Nowill para
Cegos), fundado em 1946, introduziu gradativamente em sua revista
Relevo as abreviaturas que vinham sendo usadas em Portugal.
Até então, os sistemas de abreviaturas não obedeciam a nenhuma
coordenação universal; criavam-se codifi cações que diferiam de país
para país, conforme as necessidades de cada língua ou dialeto.
A UNESCO, reconhecendo a importância do Braille para os
cegos de todo o mundo, e considerando o fato de que a unifi cação
do Sistema Braille em determinadas áreas lingüísticas possibilitaria
maior intercâmbio literário e desenvolvimento das técnicas e equi-
pamentos para o uso dos defi cientes visuais, iniciou, a partir do dia
1º de julho de 1949, uma série de conferências sobre o “Sistema
Braille no Mundo”, coordenadas por Sir Clutha Mackenzie e encer-
radas em 31 de dezembro de 1951.
Assim, a UNESCO, convocando especialistas em Braille de di-
versas zonas lingüísticas, especialistas na educação de cegos e dirigen-
tes de imprensas braille, realizou, em 1950, uma conferência interna-
cional sobre a unifi cação do Braille, celebrada em Paris e na qual fi cou
estabelecida, entre outras, a seguinte recomendação:
“Recomenda-se insistentemente a realização de consultas en-
tre braillistas das diferentes partes do mundo que possuam o mesmo
idioma para formular e adotar um sistema uniforme de braille abre-
viado para cada língua e que, com o mesmo objetivo, se faça um