
Estação Científica Ferreira Penna: A Pesquisa
Fazendo História
A biodiversidade amazônica é foco de interesse mundial. Estimativas indicam que
dois terços das espécies situadas entre os trópicos habitam as florestas desta zona,
significando 40% das espécies biológicas da terra. A Amazônia abriga em torno de
50 mil espécies de plantas e uma fauna com diversidade bem superior à da flora. A
complexidade e o equilíbrio desse ecossistema exige maiores esforços de pesquisa
por parte da comunidade científica, para a obtenção de respostas seguras, que
possam, a longo prazo, subsidiar o manejo sustentado desse rico bioma.
As instituições de caráter científico têm se ressentido da falta de áreas bem
representativas de florestas ainda não fisicamente fragmentadas, em locais não
muito distantes e não perturbadas pelo homem, para a realização de estudos de
longo prazo. Nesse contexto, o Museu Emílio Goeldi/CNPq/MCT logrou obter
acesso a uma das áreas mais bem representativas e preservadas da Amazônia,
situada em Caxiuanã, no Município de Melgaço, Estado do Pará, ali implantando a
Estação Científica Ferreira Penna.
Em mais de um século de existência, o Museu Goeldi empreendeu inúmeras
tentativas de estabelecer uma Estação Científica na Amazônia. No ano de 1900, o
naturalista Emílio Goeldi, então diretor do Museu, pleiteou junto ao Governador do
Pará uma área de floresta nas cercanias de Belém para tal finalidade, mas somente
em 1990 o Museu logrou alcançar seu objetivo, propondo a criação da Estação
Científica Ferreira Penna ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA, fato que se concretizou através de convênio firmado
no mesmo ano.
A base física da Estação, que compreende 3 mil m
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, foi construída com recursos da
Overseas Development Administration - ODA, oriundos de convênio firmado entre
os governos do Brasil e da Inglaterra.
A Estação abrange uma área de 33 mil hectares, da qual 80% correspondem a
floresta de terra firme e 20% a floresta de várzea e igapó, além de uma abundante
vegetação aquática. É uma região que apresenta baixa densidade demográfica,
excelente estado de conservação das florestas e rios, além de alta biodiversidade.
Está localizada no interior dos 330 mil hectares da Floresta Nacional de Caxiuanã,
distando 400 km, em linha reta, da cidade de Belém, capital do Estado do Pará.
A base abriga laboratórios, biblioteca, alojamentos com capacidade para 100
pessoas, sala de coleções, auditório, restaurante, sala de computação, além de
espaços administrativos e residências individuais. Como parte da logística da
Estação, existe uma casa na cidade de Breves, Estado do Pará, com auditório e