
Archives of Disease in Childhood, 1977; 52: 134-137
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 23/08/2002
4
De especial interesse é a ocorrência de espasmos infantis em 7 crianças,
desenvolvidos dentro de 2 semanas da imunização contra difteria-tétano-pólio. Isto
parece confirmar a opinião que estamos lidando principalmente com a coincidência
temporal e sugere que qualquer imunização que administrarmos nos grupos etários
entre 1 e 2 meses e 9 e 10 meses, que são tipicamente associadas com esses
grupos etários. Com certeza isto não resolve o problema colocado por Kulenkampff
et al. (1974) a respeito das complicações neurológicas mais gerais, porém os
problemas atuais apresentados naquele estudo em adição aos espasmos infantis
foram convulsões que ocorreram logo após a vacinação, principalmente entre 0 e
24 horas.
É muito difícil avaliar os dados neste relatório das 36 histórias de caso durante um
período de 11 anos porque esses dados dão pouca indicação da extensão do dano
que poderia ter ocorrido sem a vacinação. As recomendações daquele papel estão
em concordância com as sugestões colocadas alguns anos atrás pelo Instituto
Statens Serum em suas instruções incluídas com a vacina contra coqueluche. Elas
também concordam com os relatos de outros locais a respeito de uma possível
coincidência ou conexão entre a inoculação da vacina contra coqueluche e
complicações neurológicas (Prensky, 1974).
Não temos relatos dinamarqueses a respeito de convulsões precoces em conexão
com a vacinação contra coqueluche como no relatório britânico (Kulenkampff et al.,
1974). Qualquer ocorrência poderia provavelmente ser bem conhecida como
quase toda criança com convulsões pela primeira vez, particularmente após
procedimento médico como a imunização, poderia ser admitido no hospital e
relatado ao departamento de saúde e ao Instituto Statens Serum. Nenhum desses
casos tem sido relatado. Um outro problema que tem sido discutido previamente é a
ocorrência de morte inesperada em crianças onde o fator tempo tem sido vinculado
com a imunização. Este problema ainda está sem solução.
O presente estudo uma vez novamente sugere que uma conexão causal entre a
imunização contra coqueluche e espasmos infantis é muito improvável exceto em
poucos casos e que a coincidência temporal é o fator mais provável, porém ainda
não temos estudos prospectivos a respeito de todas as crianças imunizadas, como
sugerido por Prensky (1974). Como projeto, é extremamente difícil de
desenvolvimento. Até o presente temos examinado alguns dos problemas em
conexão com a imunização contra coqueluche, porém este estudo está em estágio
inicial. Mais discussões sobre a conexão entre a vacinação e dano cerebral,
espasmos infantis em particular, podem parecer supérfluas. É, entretanto, de
importância na manutenção a confidência do público geral nos programas de
vacinação (British Medical Journal, 1975). Um inquérito dinamarquês (Holm et al,
1974) mostrou apenas um rápido decréscimo no número de vacinações contra
pertussis, principalmente com respeito a segunda e terceira doses. Isto poderia ser
devido ao fato de que os doutores foram mantendo um rigorosa vigilância para a
ocorrência de efeitos colaterais menores que foi a causa no momento da primeira
vacinação. A vacinação em massa é ainda muito necessária para as crianças,
especialmente para lactentes menores de 12 meses. Este fato tem novamente sido
mostrado durante uma recente epidemia de coqueluche na Dinamarca (Lautrop,
1976; Melchior e Jassen, 1976).