
LANCET, 7 MAIO DE 1983 – 1:1031-4
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
Em: 22/08/2002
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grupo associado a DTP foram criptogênicos comparados com apenas um terço do
grupo associado a DT. A maioria dos casos sintomáticos em ambos os grupos
vacinais teve fatores antecedentes perinatais adversos; esses incluíram 6 dos 16
casos de tuberose esclerótica. Como os espasmos infantis estiveram freqüentemente
apresentando sintomas de esclerose tuberosa esses pacientes não tiveram contra-
indicação identificada para a vacinação contra coqueluche e foram assim
encontrados em ambos os grupos de DTP e DT.
DISCUSSÃO
As dificuldades de avaliação da possível participação da vacinação contra
coqueluche como uma causa de doença neurológica aguda vem sendo revisada.
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Vários tipos de evidências necessitam ser examinados antes que qualquer conclusão
firme possa ser alcançada. A vacinação contra coqueluche tem sido citada como
uma causa de espasmos infantis em muitos relatórios publicados.
5,7,8,10-20
Na
maioria dos 71 casos desse relatório, o tempo entre a vacinação e os espasmos foi
menos que 7 dias. Na maioria dos casos citados a vacina usada incluiu os toxóides
tetânico e diftérico como também o antígeno pertussis. O componente pertussis foi
considerado como a causa dos espasmos infantis por causa de sua associação com
outros tipos de doenças neurológicas,
11,15,18
que não foram registradas após a
injeção de toxóides diftérico e tetânicos isolados. O organismo da Bordetella
pertussis contém muitos fatores tóxicos
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e sob condições excepcionais a vacina
contra coqueluche parece ser neurotóxica em alguns animais.
30,31
A principal característica epidemiológica que leva a sugerir uma relação causal
entre a vacina contra coqueluche e os espasmos infantis foi o aparente
agrupamento de casos nos poucos dias após a imunização. Entretanto, os
espasmos infantis iniciando vários meses após a vacinação contra coqueluche têm
também sido atribuídos a vacina.
14,32
A idade mais comum do início dos espasmos,
sem consideração da imunização, está dentro do período quando a maioria das
crianças recebem os procedimentos primários das vacinações infantis (3-12 meses),
como é mostrado pelos casos do NCES (figura). Assim, uma coincidência temporal
seria esperada em um certo número de casos. A incidência de casos de espasmos
infantis associados a vacina e sua distribuição etária antes e após a redução da
idade da vacinação na Dinamarca e Japão não alterou, sugerindo que uma
associação causal foi improvável e que a relação na maioria dos casos foi
eventualidade cronológica.
21,33-35
A análise dos casos de espasmos infantis do NCES mostra, distinto de outras
encefalopatias estudadas pelo NCES,
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nenhuma associação significativa entre os
espasmos e a administração de vacina contra coqueluche nos 7 dias anteriores.
Como a data exata do início dos espasmos pode ser difícil de determinar, a
comparação caso-controle foi extensiva a 28 dias antes do início e, novamente,
nenhuma associação significativa foi demonstrada. Entretanto, o pequeno excesso
no número de casos sobre o esperado pela comparação com os controles em 7
dias após a vacinação com as vacinas DTP e DT seguido por um déficit
correspondente nas próximas 3 semanas sugere que, em alguns casos, a vacinação
pode desencadear o início do espasmo ou atrair a atenção para os sintomas em
crianças destinadas a mostrar a condição abertamente dentro de um curto tempo.
Essa idéia apóia a visºao de Millichap et al.
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e Melchior.
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Considerando que este