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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DISTÚRBIOS DA
COMUNICAÇÃO HUMANA
EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA-
ORAL NA SUCÇÃO NÃO-NUTRITIVA E NUTRITIVA
DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Raquel Coube de Carvalho Yamamoto
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA-ORAL
NA SUCÇÃO NÃO-NUTRITIVA E NUTRITIVA DE RECÉM-
NASCIDOS PRÉ-TERMO
por
Raquel Coube de Carvalho Yamamoto
Dissertação (Modelo Alternativo) apresentada ao Curso de Mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana,
Área de Concentração em Audição e Linguagem, da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para
obtenção do grau de
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana
Orientador: Profa. Dra. Márcia Keske-Soares (UFSM)
Co-orientador: Profa. Dra. Ângela Regina Maciel Weinmann (UFSM)
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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Y195e Yamamoto, Raquel Coube de Carvalho
Efeitos da estimulação sensório-motora-oral na
sucção não-nutritiva e nutritiva de recém-nascidos
pré-termo / por Raquel Coube de Carvalho Yamamoto.
– 2008.
77 f. ; 30 cm.
Orientador: Márcia Keske-Soares.
Co-orientador: Ângela Regina Maciel Weinmann.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de
Santa Maria, Centro de Ciências da Saúde, Programa de
Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana,
RS, 2008.
1. Fonoaudiologia 2. Recém-nascidos 3. Prematuros
4. Estimulação sensório-motora-oral 5. Sucção
6. Alimentação I. Keske-Soares, Márcia II. Weinmann,
Ângela Regina Maciel III. Título.
CDU 616.89-008.43
Ficha catalográfica elaborada por Maristela Eckhardt - CRB-10/737
© Todos os direitos reservados a Raquel Coube de Carvalho Yamamoto. A
reprodução de partes ou do todo deste trabalho poderá ser feita com
autorização por escrito do autor.
End.: Rua Rubem Martins Berta, 103. Camobi – Santa Maria – RS.
CEP: 97.105-350 FONE: (55) 3217-5234
End. Eletr.: [email protected]
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da
Comunicação Humana
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA-ORAL NA
SUCÇÃO NÃO-NUTRITIVA E NUTRITIVA DE RECÉM-NASCIDOS
PRÉ-TERMO
elaborada por
Raquel Coube de Carvalho Yamamoto
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana
Comissão Examinadora:
______________________________________
Márcia Keske-Soares, Dra. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
______________________________________
Leris Salete Bonfanti Häeffner, Dra. (UFSM)
_______________________________________
Flávia Cristina Brisque Neiva, Dra. (FMUSP)
Santa Maria, 01 de julho de 2008.
Dedicatória
Pelo incentivo, carinho e atenção,
e por estarem presentes em cada etapa
de minhas realizações.
Dedico essa dissertação
ao meu amado esposo André Henrique,
e aos meus queridos pais Manoel e Cândida.
Agradecimentos
À Profa. Dra. Márcia Keske-Soares, orientadora e amiga, pela disponibilidade em
todos os momentos desta etapa, sempre disposta a esclarecer dúvidas e
compartilhar seus conhecimentos. Minha sincera admiração e reconhecimento.
À Profa. Dra. Ângela Regina Maciel Weinmann, pela co-orientação neste trabalho,
disponibilidade, apoio e dedicação.
Aos médicos, enfermeiros e auxiliares que se mostraram interessados e
colaboraram de forma positiva para a realização desta pesquisa. Obrigada pela
confiança e por tudo que me ensinaram.
Aos sujeitos desta pesquisa e seus familiares, pela confiança e pelo respeito à
pesquisa.
Às colegas, alunas e amigas, que participaram com empenho na coleta de dados,
que caminharam junto comigo nesta árdua trajetória. Agradeço pelo companheirismo
e troca de conhecimentos.
Ao meu irmão Rodrigo e sua esposa Gesilene, meu futuro sobrinho (Joaquim) e a
meus afilhados Giulia e Luis Felipe, pelas alegrias e distrações agradáveis
proporcionadas.
A Deus, por estar à frente de minhas decisões, trilhando meu caminho.
“Bem aventurado é o homem que acha sabedoria,
e o homem que adquire conhecimento.”
Provérbios 3:13.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ______________________________________________ 8
2. REVISÃO DE LITERATURA ___________________________________ 11
3. EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO MOTORA ORAL SOBRE A
SUCÇÃO NÃO-NUTRITIVA DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMOS _____ 24
Resumo ........................................................................................................... 24
Abstract .......................................................................................................... 25
Introdução ...................................................................................................... 26
Método ............................................................................................................ 28
Resultados ..................................................................................................... 31
Discussão ....................................................................................................... 36
Conclusão ....................................................................................................... 39
Referências Bibliográficas ............................................................................ 40
4. EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO MOTORA ORAL NA
SUCÇÃO NUTRITIVA DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO ___________ 44
Resumo ........................................................................................................... 44
Abstract .......................................................................................................... 45
Introdução ...................................................................................................... 46
Método ............................................................................................................ 48
Resultados ..................................................................................................... 51
Discussão ....................................................................................................... 56
Conclusão ....................................................................................................... 61
Referências Bibliográficas ............................................................................ 62
ANEXOS _____________________________________________________ 65
Anexo I ............................................................................................................ 65
Anexo II ........................................................................................................... 67
Anexo III .......................................................................................................... 70
Anexo IV .......................................................................................................... 73
Anexo V ........................................................................................................... 76
1. INTRODUÇÃO
O fonoaudiólogo é o profissional habilitado a capacitar, quando possível, no
que diz respeito ao desenvolvimento sensório motor oral, os recém-nascidos que
apresentem qualquer transtorno que dificulte sua alimentação por via oral a uma
alimentação sem riscos para sua saúde.
A atuação fonoaudiológica dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal, ainda hoje, não é rotineira. Muitas vezes, essa negligência acontece
devido à ausência de um profissional especializado nessa clínica, ou até mesmo, por
falta de esclarecimento da equipe envolvida com o recém-nascido de alto risco
acerca do trabalho exercido pelo fonoaudiólogo com esse público em especial.
A estimulação sensório-motora-oral tem sido objeto de vários estudos para
determinar sua eficácia no atendimento a recém-nascidos quanto aos aspectos
nutricional, da sucção não-nutritiva e nutritiva, do estado comportamental no horário
da alimentação, entre outros (GEWOLB et al., 2001; FUCILE, GISEL & LAU, 2002;
PICKLER & REYAN, 2004; FUCILE, GISEL & LAU, 2005; ROCHA et al.,2006;
BOIRON et al., 2007). Mas, mesmo assim, nota-se dificuldade em padronizar os
resultados devido às divergências encontradas durante os estudos realizados,
denotando as diferenças particulares que cada indivíduo ou grupo apresenta.
Tanto a sucção não-nutritiva quanto à sucção nutritiva, vem, cada vez mais se
destacando nos estudos voltados à neonatologia com o intuito de se chegar a um
parâmetro a esclarecer no momento mais adequado para que a alimentação seja
administrada em recém-nascidos pré-termos. A oferta alimentar deve ocorrer no
momento em que a criança adquire maturação neuromuscular e melhor
coordenação entre a sucção, deglutição e respiração, evitando risco de aspiração,
queda de saturação, estresse, perda de peso, entre outros.
Algumas pesquisas descrevem o desempenho da sucção nutritiva em recém-
nascidos pré-termos e constatam que esta varia conforme a idade pós-concepção
aumenta (NYQVIST et al, 1999; MEDOFF-COOPER et al, 2000; LAU et al, 2003;
MIZUNO & UEDA, 2003). Este dado reforça a necessidade de se levar em conta a
maturidade neuromuscular, assim como a idade pós-concepção do recém-nascido
no momento da liberação da alimentação por via oral, para que esta aconteça de
maneira segura, eficiente e prazerosa ao bebê.
9
Ainda hoje, a literatura específica sobre os aspectos da sucção do recém-
nascido pré-termo submetido à estimulação sensório motora oral é bastante restrita,
assim como, seu aspecto no decorrer da rotina hospitalar, na liberação da
alimentação por via oral e quando o infante consegue mamar todo o conteúdo da
mamadeira em todos os horários de alimentação por 1 ou 2 dias. Com base nas
pesquisas realizadas por Fucile, Gisel e Lau (2002) e Rocha et al. (2006) fez-se,
então, uma pesquisa para analisar qual o padrão de sucção não-nutritiva e nutritiva
a ser esperado em recém-nascidos pré-termo divididos em dois grupos, sendo um
grupo de infantes que foram submetidos a um programa de estimulação oral
proposto por Beckman (1998), e outro grupo que não recebeu qualquer estimulação.
Este trabalho é importante por investigar o desempenho do recém-nascido
pré-termo quanto aos aspectos da sucção não-nutritiva e nutritiva. Busca mostrar as
diferenças encontradas na comparação entre o grupo que teve estimulação
sensório-motora oral e o que não recebeu qualquer intervenção, permitindo, assim,
um enfoque direcionado ao desenvolvimento neuromuscular e ao benefício da
estimulação sensório motora oral.
Os efeitos da estimulação sensório motora oral sobre a sucção do recém-
nascido ainda têm sido alvo de discussões. A estimulação acelera o processo de
maturação neuromuscular e favorece um melhor desempenho na função de
alimentação. Nesse intuito, este trabalho foi elaborado a fim de averiguar os
aspectos e desempenho da sucção em recém-nascidos pré-termos e observar se a
estimulação pode aprimorar o desempenho de sucção não-nutritiva e nutritiva, ou se
a melhora pode ser justificada apenas pela maturação normal esperada.
Os objetivos da realização desta pesquisa foram: analisar os efeitos da
estimulação sensório motora oral no que se refere aos aspectos e desempenho da
sucção não-nutritiva e nutritiva quanto às condições fonoaudiológicas (força e ritmo
de sucção, presença dos três reflexos adaptativos, presença de blocos de sucção e
coordenação entre sucção, deglutição e respiração) de recém-nascidos pré-termos.
Inicialmente, este trabalho é composto por este capítulo de introdução, sendo
descrita a importância da atuação do serviço de fonoaudiologia nas Unidades de
Terapia Intensiva, assim como a importância da estimulação sensório motora oral
em recém-nascidos pré-termos para favorecer uma alimentação por via oral segura
e eficiente.
10
A seguir, no segundo capítulo, consta uma breve revisão literária sobre o
recém-nascido pré-termo e as características fonoaudiológicas no que diz respeito a
aspectos da sucção não-nutritiva e sucção nutritiva.
O terceiro capítulo dispõe de um artigo com o título: Efeito da Estimulação
Sensório Motora Oral sobre a Sucção Não-Nutritiva de Recém-nascidos Pré-
Termo. O objetivo deste artigo foi observar os efeitos da estimulação sensório
motora oral no que se refere aos aspectos e desempenho da sucção não-nutritiva de
recém-nascidos pré-termo. A amostra foi dividida em um grupo que recebeu
estimulação sensório motora oral e outro que não recebeu qualquer tipo de
estimulação, e comparados os resultados entre os grupos.
O quarto capítulo deste trabalho é composto pelo artigo sob o título: Efeitos
da Estimulação Sensório Motora Oral na Sucção Nutritiva de Recém-nascidos
Pré-Termo. O artigo elaborado teve como objetivo observar os efeitos da
estimulação sensório motora oral sobre os aspectos e desempenho da sucção
nutritiva de recém-nascidos pré-termo. Para tanto, foi observado o desempenho
destes em um grupo submetido à estimulação sensório motora oral e outro que não
recebeu qualquer estímulo.
2. REVISÃO DE LITERATURA
O recém-nascido pré-termo (RNPT) pode apresentar uma imaturidade
neurológica, tônus muscular modificado, reflexos minimizados e susceptibilidade ao
estresse, que geralmente são causados pela própria rotina da unidade de terapia
intensiva neonatal, estes podem ser fatores suficientemente justificáveis para
provocar a queda das respostas motoras orais. As respostas que podem ser
apresentadas são: diminuição da mobilidade de língua, excursão exagerada de
mandíbula, vedamento labial sem pressão, diminuição ou ausência das almofadas
de gordura nas bochechas e irregularidade no seu padrão respiratório (RIOS, 2003).
Para Hernandez (1996), os recém-nascidos (RN) que caracterizam um grupo
de risco elevado são aqueles que apresentam peso inferior a 2500g ao nascer e que
nascem prematuramente. Sendo estas, segundo Hernandez (2003), mais propensas
aos distúrbios metabólicos, hemorragias periventriculares, anemia, muito baixo peso,
entre diversas patologias que constituem para os fatores de risco. Acompanhados a
esses quadros clínicos citados, podemos encontrar freqüentemente as dificuldades
alimentares e de deglutição.
O RNPT apresenta uma imaturidade global incluindo seu sistema
estomatognático, com isso, a função de sucção e a alimentação por via oral irão
ocorrer de maneira ineficiente (GLASS & WOLF, 1994; GAMBURGO, MUNHOZ &
AMSTALDEN, 2002; NEIVA, 2003, 2004; NEIVA & LEONE, 2006). Porém, essa
ineficiência não se pode denominar disfagia, sendo conceituada como um distúrbio
transitório da deglutição apresentado por esses RN, pois eles apresentam, além da
imaturidade característica, diversas condições que se apresentam junto com a
disfunção alimentar, como o peso, desconforto respiratório, hemorragia craniana,
anemia, alterações metabólicas, assim como outros fatores possíveis de
comprometer o seu sistema nervoso central e sua vitalidade geral. Portanto, o
nascimento prematuro do RN tem sido apontado como a causa da dificuldade
persistente de deglutição encontrada nesta população (QUINTELLA, SILVA &
BOTELHO, 1999; HERNANDEZ, 2001).
Ainda intra-útero, Hernandez (2001) cita que o reflexo de deglutição
desenvolve-se antes do reflexo de sucção devido ao seu papel fundamental na
alimentação. A função de sucção é de extrema importância na vida do RN. Wolff
12
(1968) descreve que ainda intra-útero a sua ocorrência pode ser observada por
volta da 15ª a 18ª semana de gestação. Em ambiente extra-útero, movimentos de
boca para sucção podem ser observados na 27ª semana de idade pós-concepção,
embora ainda ocorram de forma desorganizada. A sucção começa a organizar-se na
32ª semana de idade pós-concepção, porém, sem estabilidade rítmica, esta
ocorrendo somente por volta das 34 semanas.
O início da alimentação do RNPT deve ocorrer por volta da 34ª a a 36ª
semana de idade s-concepção, sendo liberada somente se o RN apresentar
adequada coordenação entre sucção, deglutição e respiração. Antes da 34ª semana,
a alimentação deve ser realizada através de sonda gástrica oral ou nasal (FALCÃO,
2003).
Proença (1994) destaca que a língua do RN é um conjunto de músculos
responsáveis por tarefas tão vitais como a coordenação entre sucção, deglutição e
respiração, mas é apenas no período neonatal, ou seja, após o nascimento que,
junto com a respiração, ocorrerá sincronia da coordenação entre essas três funções.
Mas os RNPT de 32 semanas geralmente apresentam dificuldades no ato de
sucção/deglutição por terem que apresentar sincronismo junto com a função da
respiração devido à imaturidade característica desta idade. Contudo, a função de
alimentação pode se complicar devido ao esforço realizado para que a alimentação
por via oral aconteça somado à necessidade de ganhar peso para a sobrevida do
recém-nascido, e esses são os fatores que dificultam a obtenção da alta hospitalar
por serem fatores preocupantes para os profissionais da unidade neonatal.
O princípio básico da sucção é a retirada de líquido por diferença de pressão
intra-oral. Esta pressão pode ser de dois tipos: a pressão positiva, que está presente
no padrão suckling, caracterizada por lambidas, estando presente nos primeiros seis
meses de vida; e a pressão negativa, presente no padrão sucking, sendo este mais
amadurecido. (HERNANDEZ, 1996, 2001).
Todas as fases da deglutição, no RN, são atos reflexos. A sucção apresenta,
inicialmente, uma fase involuntária e reflexa presente nos primeiros meses de vida
do RN. Por volta do quarto mês, a sucção passa a apresentar uma fase voluntária
(PROENÇA, 1994; ANDRADE & GARCIA, 1998; TANIGUTE, 1998).
Didaticamente é realizada uma separação entre a sucção e a deglutição,
mas estas funções são interligadas e estão associadas concomitantemente com a
13
respiração. A função de sucção deflagra a deglutição e a dificuldade é em definir
exatamente quando termina a sucção e inicia a deglutição.
Os mecanismos de sucção, deglutição e respiração são de extrema
complexidade, pois essas funções são coordenadas através dos reflexos orais, que
ocorre uma pausa respiratória de um segundo quando ocorre a deglutição, sendo
este tempo o suficiente para a ejeção do bolo alimentar pela faringe. Imediatamente
após a deglutição ocorrer, acontece uma expiração respiratória, com o intuito de
limpar a região glótica dos resíduos alimentares que ficarem em estase. Nos RNPT,
na tentativa de coordenar a sucção, a deglutição com a respiração, estes
apresentam uma dificuldade respiratória podendo apresentar situações de aspiração
ou microaspiração pulmonar até asfixia e, com isso, lesões neurológicas
(HERNANDEZ, 1996; QUINTELLA, SILVA & BOTELHO, 1999).
O RN apresenta dois estilos diferentes de sucção, sendo uma a sucção
nutritiva (SN) e a outra a sucção não-nutritiva (SNN). A SN composta por sucções
quase contínuas, enquanto que a SNN é organizada por uma série de blocos de
sucção separados por breves pausas. Conforme a freqüência de sucção vai
amadurecendo, os blocos vão ficando maiores, aumentam o número de sucções por
minuto e, além disso, observa-se um declínio da taxa de sucção devido às variações
das pausas (WOLFF, 1968; HAFSTRON & KJELLMER, 2000).
Pickler e Reyna (2004) descrevem que a SNN pode ser realizada através da
sucção de chupeta ou dedo enluvado sem a presença de líquido, geralmente
realizada dez minutos antes do horário da alimentação pela sonda gástrica para que
o RN associe a função de sucção com a saciedade gástrica. Descrevem, também,
que a SN é feita através da utilização da mamadeira com a presença de líquido
quando o RN já está apto para alimentar-se por via oral.
Para Hernandez (2001), quando ocorre uma grande discrepância entre a
SNN e a SN é importante a investigação da respiração e seus possíveis efeitos no
padrão de alimentação. Fatores indicativos da prontidão do RN para se alimentar por
via oral podem ser obtidos pela observação do número de sugadas por pausa, pela
presença ou não de pausas espontâneas, pelo tempo médio das pausas, pela
apresentação da coordenação entre a sucção, deglutição e respiração (S/D/R), bem
como pela manutenção de condições fisiológicas durante todo o período da SN.
Quando o RN apresenta grupos de SN acima de oito por grupo, estes
podem vir acompanhados de apnéia, provocando hipóxia. Por isso, a importância do
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monitoramento da saturação transcutânea do RN durante a oferta do alimento. É
interessante lembrar que alguns RN inspiram, deglutem, expiram, podendo, com
isso, manter longos períodos de sucção sem pausa aparente. Ao contrário, quando
as pausas são longas em demasia, com a presença de poucas sucções em seus
intervalos, pode-se inferir imaturidade ou cansaço, ou o RN pode estar com alguma
complicação clínica como, por exemplo, anemia ou infecção (HERNANDEZ, 2001).
Uma das alternativas encontradas para oferecer alimentação por via oral a
RNPT internados em unidade Neonatal é através da mamadeira. Geralmente esses
recém-nascidos não apresentam força adequada para retirar o leite do seio materno,
além da falta da disponibilidade da mãe em estar disponível em todos os horários de
alimentação da unidade.
Mesmo não sendo adequada a utilização da mamadeira, este é um jeito
simples de ofertar o leite ao recém-nascido pré-termo. A forma do bico da
mamadeira, o tamanho do furo desse bico, a viscosidade do líquido ofertado e a
mesmo fatores internos podem ter influência no modo de sucção dos RN
(HERNANDEZ, 1996). A mamadeira deve ser utilizada apenas se o RN não se
adaptar com outras técnicas de alimentação, sendo necessário que se utilize o bico
ortodôntico com o furo apropriado para a consistência ofertada facilitando, assim, a
alimentação por via oral do RNPT (RIOS, 2003; NEIVA, 2003). No geral, o RNPT faz
mais esforço no ato de sugar, o que facilitará, futuramente, a alimentação no seio
materno (RIOS, 2003).
O furo do bico da mamadeira quando está aumentado, intensifica o fluxo de
leite na cavidade oral, pode gerar alterações no padrão respiratório devido o esforço
realizado pelo recém-nascido pré-termo na intenção de proteger suas vias aéreas,
ocasionando assim períodos de longas pausas durante sua alimentação com a
colocação da língua no bico impedindo o fluxo de leite contínuo (NEIVA, 2003). Ross
& Browne (2002) fazem referência acerca do bico de mamadeira que apresenta uma
saída de leite com pouco fluxo, o qual permite que a criança consiga coordenar
melhor a sucção, deglutição e a respiração, em relação ao bico de fluxo não
controlado.
Durante a SN, segundo Pickler e Reyna (2004), os fluídos movimentam-se
devido à presença da pressão intra-oral que é gerada. Devido à presença de líquido
tem-se a necessidade de que ocorram deglutições, com isso, a taxa de sucção da
SN apresenta-se mais lenta que a taxa da SNN. Ao contrário da SNN, a SN
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organiza-se com padrões rítmicos contínuos com mínimas alterações nos blocos de
sucção.
O bloco de sucção ocorre quando o RN realiza rajadas de sucções durante
um período ininterrupto sucedido por uma pausa respiratória. Esta pausa respiratória
que ocorre entre os blocos de sucção pode ser considerada quando apresenta um
tempo superior a 1,5 segundos (LAU et al, 2000; FUCILE, GISEL & LAU, 2005) ou
um tempo igual ou superior 2 segundos (GEWOLB et al, 2001; LAU, SMITH &
SCHANLER, 2003).
Com a finalidade de investigar a SN e o desenvolvimento
neurocomportamental de RNPT, Medoff-Cooper et al. (2000) observaram que os
RNPT apresentam diferenças significativas quanto ao número de sucções, à
intensidade da força de sucção e à média de tempo das pausas entre os blocos
conforme sua idade pós-concepção vai aumentando da 34ª semana até a idade
considerada a termo.
Moreira (1999) defende que a melhor técnica de alimentação no recém-
nascido pré-termo é através da sucção. No entanto, quando estes apresentam uma
idade gestacional inferir a 32-34 semanas a sucção não se apresenta de maneira
eficiente ou, apesar de apresentarem boa sucção, não se mostram capazes de
coordenar a sucção, deglutição juntamente com a respiração. Outros autores
complementam que o RNPT com idade pós-concepção inferior a 34 semanas
podem apresentar uma desorganização da SN devido à falta de estímulos sensoriais
durante a alimentação por sonda gástrica afetando o desenvolvimento motor-oral
(MORRIS & KLEIN, 1987; LAU et al, 2003; MATIAS & MELO, 2003; NEIVA &
LEONE, 2006).
Assim que for conveniente, a alimentação por via oral deve ser incentivada.
Este fato ocorre porque o uso prolongado da sonda orogástrica pode desorganizar
ainda mais o recém-nascido, dificultando a sucção nutritiva quando este estiver em
condições clínicas estáveis e for liberado para ingestão de leite por via oral pela
equipe médica (RIOS, 2003). De acordo com Silva (1999), no momento da transição
da sonda orogástrica para a SN, alguns recém-nascidos pré-termos apresentam
dificuldades para coordenar a sucção, deglutição com a respiração
concomitantemente.
Os sinais de estresse no neonato podem ser observados sem a utilização de
aparelhos específicos, por serem clinicamente visíveis. Estes sinais podem ser
16
autônomos e viscerais, como por exemplo, bocejos, soluços, vômitos, espirros,
mudanças de coloração, alterações na respiração, tremores e tosses. Sendo o choro
o sinal de estresse mais observado e diretamente ligado ao sistema de organização
dos estados de consciência, sendo por vezes não levado em consideração na
prática diária. A atenção para os estados de consciência pode garantir para o
terapeuta o sucesso da estimulação, pois quando o recém-nascido apresenta-se em
estado de alerta durante a estimulação, este se encontra em condições mais
favoráveis para aprender. A persistência do estado de alerta nos recém-nascidos
pré-termos é de extrema importância durante a alimentação, pois é neste momento
que o bebê apresenta seu melhor desempenho por estar mais responsivo aos
estímulos extremos (HERNANDEZ, 1996).
Ross & Browne (2002) citam a importância do estado de consciência durante
a alimentação por via oral em RNPT. Um RN em sono profundo, por exemplo,
apresenta falta de coordenação na S/D/R e propicia uma perda de tônus muscular,
principalmente na região oral; o que aumenta a saída do fluxo de leite, resultando no
depósito de um grande volume em região orofaríngea e provocando um período
maior de apnéia, bradicardia e queda na saturação.
Proença (1994) faz uma observação de que a conduta fonoaudiológica a ser
tomada deve sempre respeitar as condições clínicas e os estados de consciência do
recém-nascido, e Jacinto (1998) complementa que a estimulação deve ser
interrompida ao primeiro sinal de estresse apresentado, pois estes sinais o os
parâmetros observáveis para se saber o limite de cada RN durante seu manuseio.
É sugerido por Hernandez (2001), como pré-requisito para a liberação da
alimentação por via oral, a estabilidade cardiopulmonar, a presença dos reflexos de
defesa e o estado de alerta calmo.
Höher (2005) realizou um estudo com o objetivo de verificar os efeitos da
estimulação sensório-motora oral no desempenho nutricional de RNPT. Este estudo
foi composto por 21 RNPT divididos em grupo estimulado (10 RNPT) e grupo
controle (11 RNPT). Quanto ao grupo controle a autora encontrou, na avaliação,
presença da SN em 100% dos RNPT, força da sucção forte em 36% dos RNPT e
fraca em 64%.
Prade (2006), ao realizar uma pesquisa com o objetivo de verificar os critérios
médicos e os critérios fonoaudiológicos para a introdução da alimentação por via
oral em RNPT, observou que na análise de uma amostra de 32 RNPT sem
17
estimulação fonoaudiológica prévia, o número de sucções no primeiro, segundo e
terceiro bloco teve uma mediana de 6; 2; e 2,5 sucções respectivamente. A autora
sugeriu que este declínio no desempenho pode ser decorrente de fadiga durante a
mamada, ou porque os RN não estavam em estado de alerta no momento da
intervenção, o que, segundo Hernandez (2003), propicia competência, saciedade e
completude. E o tempo de sucção apresentou medianas respectivas ao primeiro,
segundo e terceiro blocos, valores de 7; 4,5; e 2 segundos.
No estudo feito por Yamamoto (2006), com uma amostra de 32 RNPT que
não receberam qualquer tipo de estimulação. Estes RNPT foram avaliados no
momento da liberação da alimentação por via oral pela equipe médica e apresentou
no resultado quanto ao número de sucções uma média de 10,7 sucções 13,4) no
primeiro bloco, 5,4 sucções 6,7) no segundo bloco e 6 sucções 9,1) no terceiro
bloco. A média do tempo de sucção foi de 11,1 segundos 13,8) no primeiro bloco,
no segundo bloco de 6,3 s (± 7,5) e no terceiro bloco de 6,1 segundos (± 8,7), sendo
observado um decréscimo do tempo no decorrer dos blocos.
As pesquisas de Bauer (2006) e Yamamoto (2006) teve como objetivo
verificar as condições fonoaudiológicas e a aceitação da alimentação na liberação
para a via oral em RNPT e o objetivo de analisar o padrão da sucção nutritiva de
RNPT na liberação da via oral, apresentaram resultados quanto ao primeiro dia, o
volume prescrito médio foi de 27,2ml (±12,0), o volume ingerido de 12ml (±7,65). O
volume ingerido médio na primeira alimentação por via oral foi 6,25ml (±5,13ml),
sendo o tempo médio necessário para esta ingestão de 3,9 minutos (±2,5).
Salcedo (2003) descreve uma posição que pode ser utilizada durante a
oferta da alimentação por via oral é a semi-reclinada, mantendo o RN com a cabeça
alinhada com o corpo e com os braços em flexão. Ao término da alimentação a
posição de decúbito lateral direito ou em prono são as posições mais favoráveis ao
recém-nascido por ferem facilitadoras do trânsito gástrico.
Atualmente existem parâmetros para se observar à coordenação da
sucção/deglutição em grupos de RNPT e RNT (NYQVIST et al, 1999; LAU et al,
2003). Nesses parâmetros, Lau et al. (2003) encontraram uma taxa média de 1:1
sucção/deglutição em ambos os grupos num mesmo período de tempo. Porém, de
encontro a esse resultado pode-se notar que os dados obtidos por Nyqvist et al
(1999) em estudo com RNPT de IG igual ou inferior à 30 semanas, foi de que os
blocos de sucção na sucção nutritiva (SN) variaram de 1 à 5 sugadas; RNPT com IG
18
de 31 e 32 semanas variaram de 6 à 15 sugadas; e, no grupo que apresentavam IG
maior ou igual à 33 semanas apresentaram blocos com mais de 15 sucções.
Com o intuito de comparar o padrão de sucção, Gewolb et al (2001)
constataram que RNPT com 32 semanas de idade gestacional apresentaram falta
de coordenação e movimento arrítmico de sucção; os que nascem com 33 semanas
de idade gestacional, apresentaram progresso na sucção, apresentando um número
de sucções aproximados de 2 à 3 sucções por segundo, porém não denotando
ainda uma coordenação entre a sucção com a deglutição. O ritmo de sucção torna-
se pido e as deglutições ficam mais constantes quando os RNPT nascem com
uma idade gestacional de 34 semanas, e sua freqüência fica de 1 sucção por
segundo.
Hernandez (1996) descreve que a SN tem um padrão de freqüência perto de
1 sucção por segundo, o que difere da SNN, onde ocorrem 2 sucções por segundo,
enquanto que os RNPT podem apresentar uma freqüência de 1,5 sucção por
segundo, seguida por uma deglutição. Salcedo (2003) e Gewolb et al. (2001) fazem
uma relação da SN na amamentação natural, onde o RN tem que assumir um
padrão de sucção mais forte e lentificado, realizando assim 1 sucção/segundo; o que
difere do RNPT, que apresenta uma velocidade diminuída em relação ao RNT,
apresentando assim 1 sucção para cada 2 segundos.
Ao observar o comportamento durante período de alimentação em RNPT,
Mizuno & Ueda (2003) notaram que a duração da sucção foi de 0,32; 0,43; 0,57;
0,69 e 0,71 segundos, para as idades pós-concepção de 32, 33, 34 35 e 36
semanas, respectivamente.
Gewolb et al (2001) citam que a alimentação no período neonatal é uma
atividade complexa que demanda coordenação eficiente entre o ritmo proveniente
da sucção, deglutição e respiração. O RNPT apresenta uma dificuldade em
coordenar a respiração durante a alimentação por VO. No entanto, é desconhecido o
curso normal da maturação do ritmo de sucção durante a alimentação em RNPT.
Gewolb et al. (2001) relatam que para haver uma adequada alimentação por
via oral é necessário que o bebê apresente uma relação rítmica e coordenada entre
a S/D/R. Relatam, ainda, que a estabilidade rítmica, que decorre do crescente
equilíbrio entre o ritmo de sucção e a relação entre sucção/deglutição é um sinal de
maturidade no RN, no decorrer do processo de alimentação.
19
Para que o RN apresente uma adequada coordenação entre a sucção,
deglutição e respiração e necessário que seus órgãos fonoarticulatórios estejam
íntegros e funcionando adequadamente. Qualquer anormalidade quanto à
tonicidade, sensibilidade, mobilidade e de estrutura pode acarretar em incapacidade
de uma alimentação por via oral eficiente.
O RNPT vai apresentar uma coordenação entre a sucção e deglutição
juntamente com a respiração tão eficiente quanto a de um recém-nascido a termo
quando estiver chegando nas 37 semanas de idade pós-concepção. (BU’LOCK,
WOOLRIDGE & BAUM, 1990; SIMÃO et al, 2001) Um ciclo perfeito e coordenado da
sucção, deglutição e respiração ocorre quando encontramos uma seqüência padrão
de 1:1:1. (SIMÃO et al, 2001).
A força de sucção está presente quando a língua exerce um a pressão contra
o dedo enluvado e a papila com resistência do RN na tentativa de retirada do dedo
(NEIVA & LEONE, 2006; YAMAMOTO, 2006).
A avaliação do sistema sensório-motor oral deve acontecer dentro da rotina
da unidade, antecedendo em minutos o horário previsto para a alimentação, quando
se espera que o RN esteja faminto e, preferencialmente, com estado de consciência
alerta, o que nem sempre se consegue devido à dificuldade de mantê-lo neste
estado, principalmente quando se trata de RNPT. A observância da presença de
acúmulo de saliva nos lábios ou em cavidade oral pode ser um dado relevante para
a dificuldade de deglutição (HERNANDEZ, 2001).
A intervenção fonoaudiológica, para Hernandez (1996), tem como objetivo
adequar o sistema sensório-motor-oral e a função de alimentação. Apresenta,
também, um contexto ainda mais amplo que busca alimentar a capacidade de auto-
regulação do bebê estimulado, numa integração equilibrada de seus subsistemas.
Quanto à postura para alimentação, ao realizar uma estimulação, Proença
(1994) acrescenta que o profissional deve estar atento quanto à conduta de
posicionamento adequado para o RN. Sendo assim, deve-se observar se a cabeça
está mais elevada que o tronco, se simetria de membros superiores e realizar a
contenção, queo maneiras de proporcionar o aconchego do RN e de facilitar uma
sua auto-organização beneficiando o ganho de peso e a alta hospitalar precoce.
20
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3. EFEITOS DA ESTUMULAÇÃO SENSÓRIO MOTORA ORAL SOBRE
A SUCÇÃO NÃO-NUTRITIVA DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO
RESUMO
Objetivo: Verificar o efeito da estimulação sensório motora oral sobre a sucção não-
nutritiva, comparando os aspectos e desempenho da função da sucção não-nutritiva
de recém-nascidos pré-termo de um grupo que recebeu estimulação sensório
motora oral com outro que não recebeu qualquer tipo de estimulação.
Método: Amostra de 20 recém-nascidos pré-termos divididos em grupo controle e
estimulado. Foram pesquisados: força de sucção; ritmo das sucções; presença dos
três reflexos adaptativos; blocos de sucções (número e tempo totais das sucções,
total de pausa e freqüência de sucção).
Resultado: Grupo controle e estimulado estavam homogêneos quanto suas
características gerais e quanto aos resultados na primeira avaliação. As diferenças
foram observadas da segunda para a terceira avaliação, onde o grupo estimulado
apresentou melhores resultados quanto a força, ritmo e freqüência de sucção. Para
a maioria dos resultados não houve resultado estatisticamente significativo.
Conclusão: Os recém-nascidos pré-termos que receberam o programa de
estimulação apresentaram melhora nos aspectos de sucção e no desempenho da
função de sucção não-nutritiva.
Descritores: Recém-nascido; prematuro; alimentação; sucção.
25
ABSTRACT
Purpose: To verify the oral motor sensorial stimulation effects on the non-nutritive
sucking, by comparing the aspects and development of the non-nutritive sucking
function in preterm infants in a group which has received oral motor sensorial
stimulation towards another which has nor received any kind of stimulation.
Method: A 20 preterm infants sample randomized into control and experimental
groups. The following were considered: sucking strength; sucking rhythm; presence
of the three adaptative aspects; and sucking blocks (total sucking number and time
of, total sucking pause and frequency).
Result: Both control and experimental groups were homogeneous concerning their
general characteristics and results at the first evaluation. The differences could be
observed from the second to the third evaluations, where the experimental group has
presented better results related to strength, rhythm and sucking frequency. For most
results there was no statistically significant result.
Conclusion: The preterm infants who received the stimulation program presented an
improvement in the sucking aspects and in the non-nutritive sucking function
performance.
Descriptors: infants; preterm; feeding; sucking.
26
INTRODUÇÃO
O recém-nascido pré-termo (RNPT) tem sido objeto de estudo na avaliação
das características, maturação e desempenho da sucção não-nutritiva (SNN).
O RNPT apresenta uma imaturidade global incluindo seu sistema
estomatognático, com isso, a função de sucção e a alimentação por via oral irão
ocorrer de maneira ineficiente
1,2,3,3,5
. Estudos observam esses aspectos nas
diferentes idades gestacionais e/ou idade pós-concepção e os benefícios que a
estimulação sensório motora oral pode ou não proporcionar ao recém-
nascido
6,7,8,3,9,10,11,12,5,13
com o intuito de chegar a um padrão específico para cada
idade pós-concepção.
O recém-nascido apresenta dois estilos diferentes de sucção, sendo uma a
SN e a outra a SNN. A SNN é o comportamento de sucção apresentado pelas
crianças quando o líquido não se faz presente, como exemplo, sucção do dedo ou
chupeta
14
. A SN é feita através da utilização da mamadeira com a presença de
líquido quando o recém-nascido já está apto para alimentar-se por via oral. Devido à
ausência de líquido na SNN, esta é caracterizada por uma série de pequenos blocos
e pausas, com blocos de sucção ocorrendo com uma freqüência rápida, duas
sucções por segundo, quando comparada a SN (uma sucção por segundo)
14,15
.
O bloco de sucção ocorre quando o RN realiza rajadas de sucções durante
um período ininterrupto sucedido por uma pausa respiratória. Esta pausa respiratória
que ocorre entre os blocos de sucção pode ser considerada quando apresenta um
tempo superior a 1,5 segundos
16,11
ou um tempo igual ou superior 2 segundos
17,18
.
Um estudo
19
observou que os RNPT apresentam diferenças significativas
quanto ao número de sucções, à intensidade da força de sucção e à média de
27
tempo das pausas entre os blocos. Conforme sua idade s-concepção, estes
fatores tendem a se aproximar dos padrões de um recém-nascido nascido a termo, a
partir da 34ª semana.
Quando o RNPT apresenta uma idade gestacional inferir a 32-34 semanas a
sucção não se apresenta de maneira eficiente ou, apesar de apresentar boa sucção,
este não se mostra capaz de coordenar a sucção, deglutição e respiração (S/D/R)
20
.
Outros autores complementam que o RNPT com idade pós-concepção inferior a 34
semanas pode apresentar uma desorganização da SN devido à falta de estímulos
sensoriais durante a alimentação por sonda gástrica afetando o desenvolvimento
motor-oral
18,21,5
.
Para haver uma adequada alimentação por via oral é necessário que o bebê
apresente uma relação rítmica e coordenada entre a S/D/R. Relatam, ainda, que a
estabilidade rítmica, que decorre do crescente equilíbrio entre o ritmo de sucção e a
relação entre sucção/deglutição é um sinal de maturidade no recém-nascido, no
decorrer do processo de alimentação
17
.
Num estudo
15
realizado com 10 RNPT que receberam estimulação da SNN
antes da alimentação por via oral, observou-se que durante a SNN, os RNPT não
apresentaram presença de ritmo de sucção, apresentando uma desorganização
geral entre os blocos de sucção.
A força de sucção é caracterizada pela resistência que o avaliador encontra
ao tentar retirar o dedo enluvado da boca do recém-nascido devido à pressão intra-
oral resultante do desempenho de sucção que este apresenta
5,22,23
. Esta força é
classificada como: forte quando o avaliador encontra grande resistência na retirada
dos instrumentos usados; e fraca quando o avaliador consegue retirar com pouca ou
nenhuma resistência.
28
Esses aspectos da sucção citados (força e ritmo de sucção, reflexos
adaptativos, e os blocos de sucção) vem sendo estudados com a intenção de
descobrir se existe modificação desses aspectos no RNPT submetidos a
estimulação sensório motora oral. Neste pensamento, realizou-se o estudo que teve
como objetivo verificar o efeito da estimulação sensório motora oral sobre a SNN,
analisando os aspectos e desempenho da função da SNN em RNPT.
MÉTODO
Esta pesquisa foi realizada com aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa
sob o número 0131.0.243.000-06. Todos os responsáveis pelos participantes
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo V) antes do início
dos procedimentos. Esta pesquisa se caracteriza por ser analítica, de intervenção,
do tipo ensaio clínico controlado.
A coleta dos dados ocorreu durante o período de maio de 2007 a março de
2008. Neste período de tempo, a amostragem foi composta por 20 RNPT daqueles
internados na unidade neonatal que se encaixaram nos critérios de inclusão, sendo
estes: RNPT com idade gestacional ao nascimento de 26 a 33 semanas considerada
a partir do Método New Ballard,
24
adequado ou pequeno para a idade gestacional
conforme a classificação de crescimento intra-útero.
Foram excluídos aqueles que apresentavam malformações de cabeça e
pescoço, síndromes genéticas, hemorragia intracraniana grau III e IV
(diagnosticadas por ultra-sonografia de crânio), asfixia perinatal (definida pelo Apgar
de minuto menor ou igual a 5) e encefalopatia bilirrubínica diagnosticada pela
29
equipe médica.
Para iniciar na pesquisa, os RNPT tinham que atingir uma dieta enteral,
através da sonda orogástrica, de 80 cal/kg/dia, iniciando, assim, a coleta dos dados
com a realização da primeira Avaliação Fonoaudiológica (Anexo I). Estes eram
avaliados e distribuídos, mediante sorteio, em grupo estimulado (GE) e grupo
controle (GC). A alocação obedeceu, ainda, a uma estratificação segundo a idade
gestacional ao nascimento: 26 a 28 semanas; 28,1 a 30 semanas; e 30,1 a 33
semanas, para que a amostra se apresentasse homogênea quando do ingresso na
pesquisa.
A partir da primeira avaliação fonoaudiológica deu-se início ao programa de
estimulação oral
25
(Anexo IV) no GE. Ambos os grupos eram avaliados, também, na
liberação da alimentação por via oral pela equipe médica responsável e quando
alcançassem a alimentação plena por via oral. O GC foi composto pelos RNPT que
não receberam estimulação ou qualquer tipo de chupeta antes e durante a
participação na pesquisa.
A estimulação sensório motora oral era realizada por fonoaudiólogas
graduadas e com experiência na área, e todas sabiam a qual grupo o recém-nascido
pertencia. A estimulação era realizada todos os dias da semana na freqüência de
duas vezes ao dia, durante 15 minutos prévios à gavagem. Os profissionais, da
Unidade Neonatal, envolvidos com os RNPT não sabiam da existência da divisão
em GC e GE. Para eles todos os RNPT recebiam o programa de estimulação.
Houve uma adaptação no programa de estimulação no que se refere ao
último exercício realizado (SNN), pois foi utilizado o dedo enluvado do avaliador e
não a chupeta, conforme proposto. Esta decisão foi tomada a fim de que não
30
houvesse questionamentos por parte dos profissionais da equipe quanto à regra do
não uso de chupeta nos demais horários.
Durante a avaliação fonoaudiológica da SNN, também, foi utilizado o dedo
enluvado do avaliador para a obtenção dos dados. Esta postura foi tomada para que
o avaliador tivesse melhor percepção quanto aos aspectos e desempenho intra-oral
do RNPT no momento da avaliação.
Ambos os grupos foram submetidos à segunda avaliação fonoaudiológica
(Anexo II) no momento em que a equipe médica responsável liberava a alimentação
por via oral.
No momento em que todos os sujeitos do GE e do GC alcançavam
alimentação plena por via oral, em todos os horários de oferta alimentar
17
num
período de 24 horas, era realizada a 3ª Avaliação Fonoaudiológica (Anexo III).
A avaliação fonoaudiológica utilizada nesta pesquisa utilizou itens de
protocolo elaborado com base em outras pesquisas
23,26,27
. Na avaliação da SNN
foram pesquisados: força e ritmo de sucção; presença de dos três reflexos
adaptativos (busca, sucção e deglutição); presença de blocos de sucções. Nos
blocos de sucções, consideraram-se os cinco primeiros blocos de sucção realizados
pelo RNPT nas três avaliações realizadas, foram observados o número e tempo de
sucção e as pausas entre cada bloco de sucção, número e tempo total de sucções,
a freqüência de sucção (relação entre o número e tempo totais de sucções) e o total
das pausas entre os blocos.
A força de sucção foi caracterizada pela resistência que o avaliador
encontrava ao tentar retirar o dedo
5, 22, 23
, durante a SNN, da boca do recém-nascido.
Considera-se: forte quando existia grande resistência na retirada; e fraca quando se
conseguia retirar com pouca ou nenhuma resistência.
31
Ritmo de sucção é caracterizado por blocos de sucções alternados por
pausas. As pausas respiratórias observadas entre os blocos de sucção foram
consideradas quando o recém-nascido apresenta um tempo igual ou superior 2
segundos
4,10
.
Para este estudo foram considerados os cinco primeiros blocos de SNN
realizado pelo sujeito nas três avaliações fonoaudiológicas realizadas. O tempo do
bloco de sucção foi medido a partir da contagem de tempo, em segundos, que leva
ao iniciar a primeira sucção e ao terminar a última sucção do bloco analisado. A fim
de confirmar os achados, as avaliações foram filmadas utilizando-se uma filmadora
marca Sony, modelo DCR-SR42, e o tempo dos blocos de sucções, assim como a
pausa entre os blocos foram cronometrados utilizando-se um cronômetro manual de
marca Mondaine. As filmagens foram analisadas pela pesquisadora, por, no mínimo,
duas vezes para confirmar os valores encontrados.
Os dados obtidos foram analisados através do software estatístico STATA,
versão 10.0. Utilizou-se o Teste “t” de Student e o Teste Qui-quadrado, sendo aceito
um nível de significância de p < 0,05.
RESULTADOS
Na tabela 1 estão expostos os resultados referentes à caracterização dos
RNPT do GC e do GE quanto às variáveis: peso e idade gestacional que tinham ao
nascimento; e peso, idade pós-concepção, idade cronológica que apresentavam
quando atingiam uma dieta enteral de 80 cal/kg/dia (1ª Avaliação Fonoaudiológica),
no momento da liberação da via oral (2ª Avaliação Fonoaudiológica) e ao receber via
32
oral plena em todos os horários da mamada por um período de 24 horas (3ª
Avaliação Fonoaudiológica).
Tabela 1 – Caracterização dos grupos controle e estimulado ao nascimento quanto ao peso e a idade
gestacional, e na 1ª, 2ª e 3ª Avaliação Fonoaudiológica quanto ao peso, idade pós-concepção e idade
cronológica
Variáveis
GC
n=10
GE
n=10
p
Nascimento
Peso (gramas)* 1347 (± 306,4) 1308,5 (± 340,8) 0.40
Idade Gestacional (semanas)* 31,5 (± 1,3) 31,2 (± 1,3) 0.31
1ª Avaliação Fonoaudiológica
Peso (gramas)* 1407 (± 265,5) 1425 (± 214,5) 0.43
Idade Pós-concepção (semanas)* 33 (± 0,9) 33,8 (± 2,2) 0.16
Idade Cronológica (dias) * 13,1 (± 7,5) 18,5 (± 17,1) 1.19
2ª Avaliação Fonoaudiológica
Peso (gramas)* 1638 (± 156,8) 1673 (± 182,5) 0.33
Idade Pós-concepção (semanas)* 34,6 (± 1,1) 35 (± 1,7) 0.27
Idade Cronológica (dias) * 21,7 (± 11,8) 26,4 (± 16,5) 0.24
3ª Avaliação Fonoaudiológica
Peso (gramas)* 2029,5 (± 313,1) 2027 (± 327,5) 0.49
Idade Pós-concepção (semanas)* 36 (± 1,2) 36,4 (± 1,8) 0.28
Idade Cronológica (dias) * 32,4 (± 11,1) 36 (± 16,8) 0.29
*
Valores expressos em média e desvio padrão
Os resultados, encontrados na tabela 2,o referentes ao padrão da SNN ao
atingir dieta enteral de 80 cal/kg/dia, na liberação da via oral e na via oral plena.
Observou-se o desempenho do GC e do GE nas variáveis: grau de força e ritmo de
sucção, presença dos reflexos orais adaptativos, presença de bloco de sucção,
número total de sucções, tempo total de sucções, freqüência de sucção e o total das
pausas ocorridas entre os blocos.
Na variável referente à força de sucção observada quando o RNPT atingia as
80 cal/kg/dia de dieta enteral nota-se que, tanto o GC quanto o GE, apresentavam
maior porcentagem concentrada em fraco e ausente. Na liberação da via oral, assim
como na via oral plena o GE apresentou maior número de sujeitos com força de
sucção forte.
Quanto ao ritmo de sucção dos RNPT, no momento de ingresso na pesquisa,
ambos os grupos apresentaram-se com porcentagem elevada em ausência de ritmo.
33
No momento da liberação da alimentação por via oral, pode-se notar que ambos os
grupos aumentaram sua porcentagem quanto à presença de ritmo. Para o GC na
liberação da via oral e na via oral plena, quando comparadas, apresentou uma
queda em seu desempenho.
Quanto aos reflexos orais adaptativos pode-se observar que quando o RNPT
atingia as 80 cal/kg/dia de dieta enteral, ambos os grupos apresentavam maior
número de recém-nascidos sem a presença dos três reflexos (busca, sucção e
deglutição), na avaliação da liberação da via oral a presença dos três reflexos
apresentou melhora e teve resultados próximos no GC e no GE. Com a transição
alimentar, ambos os grupos melhoraram seus desempenhos, mas o GE apresentou
resultado de 90% de sujeitos com presença dos três reflexos para 70% do GC.
A maioria dos RNPT, tanto para o GC quanto para o GE, apresentaram
blocos de sucção presente nos três momentos de avaliação. Ao comparar os blocos
de sucção na SNN dos GC e GE nas três avaliações, conforme encontrado na
tabela 2, observa-se que os cinco primeiros blocos de sucção quanto ao número de
sucção por bloco, nota-se que os RNPT na primeira avaliação apresentavam-se
mais homogêneo. Na segunda e terceira avaliações, percebe-se que o GE manteve
o número de sucção no decorrer dos blocos efetuados enquanto que no GC
apresentaram blocos com valores diferenciados.
Na observação do tempo de sucção por bloco, ambos os grupos
apresentaram-se parecidos, mas o GE apresentou menor tempo de sucção em
relação ao GC, mantendo esta relação na segunda e terceira avaliação. Quanto as
pausas realizadas entre os blocos de sucção, nota-se que na primeira e na segunda
avaliação os RNPT do GC tiveram pausas maiores quando comparados ao GE, e,
34
quando esses RNPT atingiam a via oral plena, na terceira avaliação, os valores
apresentam-se semelhantes.
Quanto ao número total de sucções e o tempo total dessas sucções, na
segunda e terceira avaliações, os RNPT do GC apresentaram uma taxa de sucção
inferior a encontrada nos RNPT do GE, diferente do encontrado na primeira
avaliação. Na freqüência de sucção constata-se que na primeira avaliação, os RNPT
do GC apresentavam uma freqüência maior, na avaliação realizada na liberação da
via oral os RNPT do GC e do GE apresentaram suas médias das freqüências de
SNN valor semelhante. Na terceira avaliação as médias encontradas foram maior no
GE.
35
Tabela 2 – Padrão da Sucção Não-Nutritiva na 1ª, 2ª e 3ª Avaliação Fonoaudiológica
Variáveis
1ª Avaliação
GC GE
p
2ª Avaliação
GC GE
p
3ª Avaliação
GC GE
p
Força de sucção (%)
Forte 30 30
Fraco 50 40
Ausente 20 30
0.86
50 70
30 20
20 10
0.65
70 90
30 10
0 0
0.26
Ritmo de sucção (%)
Presente 30 40
Ausente 70 60
0.64
60 50
40 50
0.65
30 80
70 20
0.02
Reflexos orais
adaptativos (%)
3 reflexos presentes 40 40
< 3 reflexos
Presentes
60 60 1.00
60 70
40 30 0.64
70 90
30 10 0.26
Blocos de sucção (%)
Presente 80 70
Ausente 20 30
0.61
80 90
20 10
0.53
90 100
10 0
0.30
Blocos de sucção
Nº de sucções*
1º bloco 6,2
(± 6)
6,2
(±10,5)
1.00
5,7
(± 6,7)
6,7
(± 4,9)
0.35
13,5
(± 13,5)
10,5
(± 6,9)
0.27
2º bloco 3,3
(± 2,8)
3
(± 2,3)
0.40
3,5
(± 2,6)
8,1
(± 8,8)
0.07
5,5
(± 5,3)
9
(± 4,6)
0.07
3º bloco 4,3
(± 5)
3,1
(± 3)
0.26
3,8
(± 4)
5
(± 5)
0.28
5,3
(± 4,9)
9,2
(± 7,4)
0.09
4º bloco 3,9
(± 3,6)
2,7
(± 2,6)
0.20
3,1
(± 1,8)
5,2
(± 3,5)
0.05
6
(± 5,1)
7,2
(± 5,5)
0.31
5º bloco 4,4
(± 5)
3
(± 2,4)
0.22
4,9
(± 4,3)
6,6
(± 5,6)
0.23
6,6
(± 4,9)
6,9
(± 4,9)
0.45
Nº total de sucções 22,1
(±20,1)
18
(±17,2)
0.31
21 (±16,1) 31,6
(± 23)
0.12
36,9
(± 27,7)
42,8
(± 20,5)
0.30
Blocos de sucção
Tempo das sucções
(segundo)*
1º bloco 5,6
(± 5,8)
5,7
(±10,6)
0.49
4
(± 4,3)
5,3
(± 4,4)
0.25
8,3
(± 7,6)
6,1
(± 3,7)
0.22
2º bloco 2,1
(± 1,9)
2,6
(± 2,1)
0.29
2,3
(± 1,9)
5,7
(± 5,5)
0.04
3,7
(± 4,5)
6
(± 4)
0.13
3º bloco 3,6
(± 4,5)
2,3
(± 2,1)
0.22
2,5
(± 2,6)
3,8
(± 4,5)
0.22
3,7
(± 3,3)
5,2
(± 4,2)
0.19
4º bloco 3,5
(± 3,4)
2
(± 1,9)
0.13
2,3
(± 1,7)
3,6
(± 2,1)
0.07
4,4
(± 3,7)
4,3
(± 2,8)
0.46
5º bloco 3,9
(± 4,5)
2,6
(± 2,4)
0.22
3,5
(± 3,7)
4,5
(± 3,3)
0.28
3,7
(± 3)
3,9
(± 2,9)
0.44
Tempo total de sucções 18,7
(± 18)
15,3
(±16,7)
0.33
14,5
(± 11,7)
22,8
(±14,9)
0.09
23,8
(±17,5)
25,6
(± 9,8)
0.39
Nº / Tempo de sucção 1,1
(± 0,6)
0,9
(± 0,7)
0.29
1,2
(± 0,7)
1,2
(± 0,5)
0.44
1,3
(± 0,5)
1,6
(± 0,3)
0.08
Blocos de sucção
Pausas (segundos)*
1º e 2º blocos 11,1
(± 9,1)
7,4
(± 9,3)
0.19
5,7
(± 6)
5,2
(± 4,2)
0.42
4,7
(± 4,8)
7
(± 8,1)
0.22
2º e 3º blocos 8,4
(± 6,8)
12,3
(±21,8)
0.30
5,9
(± 4,1)
6,9
(± 5)
0.32
5,4
(± 6,4)
6,4
(± 5,4)
0.36
3º e 4º blocos 13
(±12,6)
6,7
(± 7,1)
0.09
6,2
(± 5,7)
11,1
(± 16,3)
0.19
6,4
(± 7,4)
9,6
(±14,4)
0.27
4º e 5º blocos 18,4
(± 18)
10,6
(±11,6)
0.13
15
(± 19,1)
5,6
(± 4,6)
0.08
8,6
(± 7,6)
5,4
(± 3,2)
0.12
Total das pausas 51
(±38,7)
37,1
(± 38)
0.21
32,8
(± 28,8)
28,8
(± 22,8)
0.37
25,1
(± 19)
28,4
(± 29,5)
0.38
*
Valores expressos em média e desvio padrão
36
DISCUSSÃO
Conforme o observado na tabela 1, pode-se afirmar que tanto o GC quanto o
GE apresentavam-se homogêneos quanto ao peso, idade gestacional e idade pós-
concepção, nos quatro momentos observados (ao nascimento, ao iniciar na
pesquisa, na liberação da via oral e na via oral plena). Na avaliação realizada no
ingresso à pesquisa observa-se pequena diferença nos valores das médias da idade
cronológica do RNPT, mantendo esta diferença nas próximas avaliações, realizadas
quando o RNPT recebia a primeira alimentação por via oral e na alimentação plena
por via oral por um ou dois dias consecutivos. Esses dados assemelham-se aos
encontrados em outro estudo realizado
28
, tanto o GC quanto o GE também iniciaram
a introdução da alimentação por via oral com a idade s-concepção, idade
cronológica e peso semelhantes.
Na tabela 2, o aumento da força de sucção elevou-se no GE e no GC nas
duas últimas avaliações, mas os resultados do GE mostraram-se com maior
porcentagem, denotando que este grupo obteve melhor desempenho da força de
sucção com o programa de estimulação. Porém, estes resultados não foram
estatisticamente significativos.
Os dados referentes ao ritmo de sucção demonstram que a estimulação
fonoaudiológica foi de extrema importância para que o RNPT do GE aumentasse
seus resultados quanto à presença de ritmo de sucção ao término da pesquisa. No
resultado, mostrou-se uma diferença estatisticamente significativo (p=0.02) quanto à
presença ou ausência do ritmo de sucção ao comparar o GC com o GE na avaliação
da via oral plena. Pode-se notar que a estimulação foi fundamental para que os
RNPT adquirissem presença do ritmo de sucção, podendo este ser um dado
37
relevante para avaliar a eficácia clínica da sucção nutritiva. Estudo
15
realizado com
10 RNPT que receberam apenas a estimulação da SNN antes da alimentação por
via oral, observou-se que durante a SNN, os RNPT não apresentaram presença de
ritmo de sucção, apresentando uma desorganização geral entre os blocos de
sucção, conforme encontrado no GC, concordando com o atual estudo.
Para haver uma adequada alimentação por via oral é necessário que o be
apresente uma relação rítmica e coordenada entre a S/D/R. A estabilidade rítmica,
que decorre do crescente equilíbrio entre o ritmo de sucção e a relação entre
sucção/deglutição é um sinal de maturidade no recém-nascido no decorrer do
processo de alimentação
17
. Esta afirmação certifica que os RNPT do GE ganharam
maturidade com o programa de estimulação no decorrer do processo de
alimentação, o que não ocorreu com o GC.
Quanto aos reflexos orais adaptativos (tabela 2) pode-se observar que os
resultados do GE são favoráveis mesmo que estes dados não sejam
estatisticamente significativos.
O fato da maioria dos RNPT de ambos os grupos apresentarem blocos de
sucção nas três avaliações fonoaudiológicas realizadas denota que o RNPT
apresenta-se apto a realizar a sucção, no entanto não se pode afirmar que as
condições de força de sucção, ritmo de sucção e da presença dos três reflexos
adaptativos tem influência sobre a eficiência da sucção. Pode-se dizer que a
maturidade esperada para sua idade pós-concepção acontece independente do
RNPT ser exposto ou não ao programa de estimulação.
Conforme encontrado na tabela 2, quanto aos cinco primeiros blocos de
sucção quanto ao número de sucção por bloco, nota-se que os RNPT na primeira
38
avaliação apresentavam-se mais homogêneo. Este dado acontece provavelmente
pelos RNPT não terem recebido qualquer estimulação oral até o momento.
Percebe-se que o GE manteve o número de sucção no decorrer dos blocos
efetuados, nas avaliações subseqüentes, diferente do encontrado no GC. Este
resultado demonstra que os RNPT do GE apresentam-se com blocos mais
simétricos. Dado estatisticamente significativo (p=0.05) foi encontrado no quarto
bloco de sucção na segunda avaliação.
Os resultados obtidos quanto à pausa de sucção mostra que os RNPT do GC
necessitavam de uma pausa maior por, provavelmente, apresentar cansaço no ato
de sugar, amadurecendo este ato no decorrer da oferta da via oral.
Quanto ao número total de sucções,o tempo total dessas sucções, na
segunda e terceira avaliações, os RNPT do GC apresentaram uma taxa de sucção
inferior a encontrada nos RNPT do GE, diferente do encontrado na primeira
avaliação. Na freqüência de sucção constata-se que na primeira avaliação, os RNPT
do GC apresentavam uma freqüência maior, na avaliação realizada na liberação da
via oral os RNPT do GC e do GE apresentaram suas médias das freqüências de
SNN valor semelhante. Na terceira avaliação as médias encontradas foram maior no
GE.
Quanto ao número total de sucções, o tempo total dessas sucções, e a
freqüência de sucção constata-se dias satisfatórias no GE. Ao comparar os
dados encontrados com a literatura, nota-se que os RNPT do GE, na terceira
avaliação fonoaudiológica, apresentam os resultados próximo aos esperado, sendo
este de uma freqüência rápida de 1,5 sucção por segundo nos RNPT, chegando a
uma freqüência de 2 sucções por segundo no recém-nascido a termo quando
comparada a SN
14,15,29
. Estes achados mostram que mais uma vez o programa de
39
estimulação pode melhorar o desempenho da função de sucção do RNPT no
decorrer da transição alimentar.
O total das pausas de sucção não demonstraram diferenças estatisticamente
significativas. Elas mostraram-se semelhantes na liberação da via oral e na via oral
plena demonstrando não sofrer influência da estimulação sensório motora oral para
seu desempenho.
Considera-se que um programa de estimulação com ênfase na necessidade
sensório-motora-oral do RNPT e no treino da SNN, talvez, pudesse promover
melhores resultados quanto aos aspectos mais subjetivos como a força e ritmo de
sucção e coordenação entre S/D/R. Portanto, novas pesquisas devem ser realizadas
dando maior enfoque motor-oral do RNPT e na estimulação da SNN, a fim de
averiguar o desempenho da sucção após aplicação de um programa de estimulação
direcionado as necessidades do mesmo e analisar o aspecto e desempenho da
sucção.
CONCLUSÃO
Os resultados demonstram que os recém-nascidos pré-termo que
participaram do programa de estimulação sensório motora oral foram beneficiados
quanto aos aspectos e desempenhos da sucção não-nutritiva. A estimulação
sensório motora oral favoreceu melhora na maturação do sistema sensório motor
oral, aprimorando o desempenho de sucção não-nutritiva em recém-nascidos pré-
termos.
40
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4. OS EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO MOTORA ORAL NA
SUCÇÃO NUTRITIVA DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO
RESUMO
Objetivo: verificar o desempenho da sucção nutritiva em recém-nascidos pré-termos
submetidos à estimulação sensório motora oral.
Método: 20 RNPT com idade gestacional ao nascimento de 26 a 33 semanas foram
distribuídos, mediante sorteio, em grupo estimulado (que receberam estimulação sensório
motora oral) e grupo controle quando atingiam um suporte nutricional de 80 cal/kg/dia. Estes
grupos submeteram-se a avaliação fonoaudiológica na liberação da alimentação por via oral
e alimentação plena por via oral.
Resultado: Os grupos apresentam semelhanças no peso, idade s-concepção ao
nascimento, na liberação da via oral e na via oral plena. O grupo controle e grupo
estimulado, liberados para a alimentação por via oral, apresentaram semelhanças na força
e ritmo de sucção, nos três reflexos adaptativos, na coordenação da S/D/R e blocos de
sucção. A freqüência de sucção demonstrou que o grupo estimulado estava melhor
organizado nos blocos de sucção. Na avaliação da via oral plena, a força e ritmo de sucção,
os reflexos adaptativos e a coordenação da sucção, deglutição e respiração, foram
melhores no grupo estimulado com médias estatisticamente significativos no tempo total de
sucções e na relação entre o número de sucções por tempo das sucções. As pausas por
bloco e o total de pausas tiveram resultados semelhantes entre os dois grupos.
Conclusão: Os recém-nascidos pré-termos submetidos à estimulação sensório motora oral
apresentaram melhor desempenho nas funções de sucção no momento da via oral plena,
demonstrando melhor evolução do processo de maturação neuromuscular, provavelmente
conseqüência da estimulação.
Descritores: Recém-nascido; prematuro; alimentação; sucção.
45
ABSTRACT
Purpose: To verify the nutritive performance in preterm infants undertaken to the oral-motor-
sensorial stimulation.
Method: 20 preterm infants with 26 to 33 weeks of gestational age at birth were randomized
into experimental group (which received oral-motor-sensorial stimulation) and control group,
once they have obtained a nutritional support of 80Kcal/kg/day. These groups were
undertaken to a speech-language evaluation at the oral feeding release and at full oral
feeding.
Result: Both groups presented similar weight, post-conception age at birth, at oral feeding
release and full oral feeding. The control and the experimental group, released to oral
feeding, presented similarities in strength and sucking rhythm in the three adaptative
reflexes, in the sucking, swallowing and breathing coordination and sucking blocks. The
sucking rate has showed that the experimental group was better organized in the sucking
blocks. In the full oral feeding evaluation, the adaptative reflexes and the sucking,
swallowing, breathing coordination were better in the experimental group presenting
statistically significant means at sucking full time and ate the relation between sucking
number and time.
The pauses per block and the total pauses presented similar results between both groups.
Conclusion: the preterm infants undertaken to the oral-motor-sensorial stimulation
presented better performance in the sucking functions at the oral feeding, indicating a
progression at the neuromuscular maturation process, likely been a result of the stimulation.
Descriptors: infants; preterm; feeding; sucking.
46
INTRODUÇÃO
A função de sucção é de extrema importância na vida do recém-nascido e,
intra-útero, sua ocorrência pode ser observada por volta da 15ª a 18ª semana de
gestação. Em ambiente extra-útero, movimentos de boca para sucção podem ser
observados na 27ª semana de idade pós-concepção, embora ainda ocorram de
forma desorganizada. A sucção começa a se organizar na 32ª semana de idade pós-
concepção, porém, sem estabilidade rítmica. Esta estabilidade ocorre por volta da
34ª semana
1
. A estabilidade neuromuscular ocorrerá nos RN saudáveis quando
estes estiverem com uma IGC de 36 semanas
2
.
Diante disso, a alimentação oral não deve ter início nos recém-nascidos pré-
termos (RNPT) que apresentem uma idade pós-concepção inferior a 32 semanas
1
,
por não apresentarem estabilidade neuromuscular adequada para coordenar as
funções de sucção-deglutição-respiração (S/D/R) durante a mamada. Por essas
razões, faz-se necessário que os RNPT sejam alimentados através da sonda até
estarem aptos para iniciar a alimentação exclusivamente por via oral
3
.O RNPT com
idade pós-concepção inferior a 34 semanas pode apresentar uma desorganização
da sucção nutritiva (SN) devido à falta de estímulos sensoriais durante a
alimentação por sonda gástrica. A ausência de estímulos pode afetar o
desenvolvimento motor-oral, sendo esta habilidade aprimorada com o aumento da
idade pós-concepção do recém-nascido
4,5,6,7,8,9
. A SN pode ser feita através da oferta
do seio materno ou utilizando a mamadeira com a presença de líquido quando o
recém-nascido já está apto para alimentar-se por via oral
10
.
47
Conforme a freqüência de sucção vai estabilizando, os blocos vão ficando
maiores, aumentam o número de sucções por minuto e, além disso, observa-se um
declínio da taxa de sucção devido às variações das pausas
1,11
.
Durante a SN, o líquido movimenta-se devido à presença da pressão intra-
oral que é gerada. Com a presença do líquido tem-se a necessidade de que ocorram
deglutições, com isso, a taxa de sucção da SN apresenta-se mais lenta que a taxa
da sucção não-nutritiva (sucção sem a presença de alimento). Ao contrário desta, a
SN organiza-se com padrões rítmicos contínuos com pequenas alterações nos
blocos de sucção
10
que ocorrem quando o RN realiza um conjunto de sucções
durante um período de tempo ininterrupto.
O RNPT apresenta uma dificuldade em coordenar a respiração durante a
alimentação por via oral, mas o curso normal da maturação do ritmo de sucção
durante a alimentação em RNPT ainda é desconhecido. Então, a alimentação no
período neonatal é uma atividade complexa que demanda coordenação eficiente
entre o ritmo proveniente da S/D/R
12
.
O RNPT vai apresentar uma coordenação entre a S/D/R tão eficiente
quanto à de um recém-nascido a termo quando estiver chegando na 37ª semana de
idade pós-concepção
13
. Um ciclo perfeito e coordenado da S/D/R ocorre quando
uma seqüência padrão de 1:1:1
14
.
Existem parâmetros quanto à coordenação da sucção/deglutição em RNPT e
recém-nascido a termo
15,6
. A taxa encontrada, tanto para o RNPT quanto para o a
termo apresenta uma média de 1:1 sucção/deglutição em ambos os grupos num
mesmo período de tempo
6
.
Constatou-se que com RNPT de idade gestacional igual ou inferior a 30
semanas, os blocos de sucção na SN variaram de 1 a 5 sugadas; aqueles com IG
48
de 31 e 32 semanas a variação foi de 6 a 15 sugadas; e, os que apresentavam IG
maior ou igual a 33 semanas apresentaram blocos de sucção com mais de 15
sucções
15
. Para que haja uma adequada coordenação entre as funções de S/D/R, é
necessário que os órgãos fonoarticulatórios do RN estejam íntegros e funcionando
apropriadamente.
O estudo desses parâmetros, quanto aos aspectos e desempenho de sucção,
tem sido importante para que se saiba qual o comportamento a se esperar no
momento da oferta do alimento por via oral a RNPT. A partir desses parâmetros,
este estudo teve como objetivo analisar os efeitos da estimulação sensório motora
oral sobre os aspectos e o desempenho da SN em RNPT.
MÉTODO
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o protocolo de
0131.0.243.000-06. Teve sua realização no período de maio de 2007 a março de
2008 na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um Hospital Universitário. Esta
pesquisa se caracteriza por ser analítica, de intervenção, do tipo ensaio clínico
controlado.
A amostra foi composta por 20 RNPT que cumpriram os critérios de inclusão
ao serem internados na unidade neonatal, sendo estes: idade gestacional ao
nascimento de 26 a 33 semanas, considerada a partir do Método New Ballard
16
;
adequado ou pequeno para a idade gestacional conforme a classificação de
crescimento intra-útero; e, cujos pais e/ou representantes legais tenham concordado
49
com a participação do menor através da assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (Anexo V).
Os critérios de exclusão foram: malformações de cabeça e pescoço;
síndromes genéticas; hemorragia intracraniana diagnosticada por ultra-sonografia de
crânio; asfixia perinatal definida pela presença de Apgar de 5º minuto menor ou igual
a 5; encefalopatia bilirrubínica diagnosticada pela equipe médica.
A coleta de dados (1ª Avaliação Fonoaudiológica Anexo I) era iniciada quando o
RNPT atingisse uma dieta enteral de 80 cal/kg/dia, administrada através da sonda
orogástrica, além de estar estável clinicamente. Os RNPT eram selecionados
mediante sorteio, ingressando no grupo estimulado (GE) ou controle (GC). A
alocação obedeceu, ainda, a uma estratificação segundo a idade gestacional ao
nascimento: 26 a 28 semanas; 28,1 a 30 semanas; e 30,1 a 33 semanas, para que a
amostra se apresentasse homogênea quando do ingresso na pesquisa.
O programa de estimulação
17
(Anexo IV), foi iniciado com o GE a partir da
Avaliação Fonoaudiológica. O GC foi composto pelos que não receberam
estimulação ou qualquer tipo de chupeta antes e durante a participação na pesquisa.
A estimulação sensório motora oral era realizada por fonoaudiólogas
graduadas e experientes nesta prática, e todas estavam cientes a qual grupo o
sujeito pertencia. A freqüência das estimulações eram duas vezes ao dia (uma no
período da manhã, em torno das 8 horas, e outra à tardinha, em torno das 17 horas),
durante 15 minutos, diariamente, inclusive final de semana. Os profissionais da
Unidade Neonatal envolvidos com os RNPT não sabiam da existência da divisão em
GC e GE, sendo que acreditavam que todos os RNPT recebiam estimulação.
O programa de estimulação foi adaptado quanto ao último exercício proposto
(SNN), utilizando-se o dedo enluvado do avaliador ao invés da chupeta, conforme
50
proposto originalmente. Tal modificação foi definida pela pesquisadora por dois
motivos: questionamentos que poderiam ser gerados por parte dos profissionais
envolvidos quanto à regra do não uso de chupeta nos demais horários; e para que o
avaliador tivesse melhor percepção quanto aos aspectos e desempenho intra-oral
dos RNPT no momento da estimulação/avaliação.
O GE e o GC submeteram-se à Avaliação Fonoaudiológica (Anexo II)
quando eram liberados pela equipe médica para iniciar a alimentação por via oral. A
mamadeira utilizada era da marca Fiona, e bico comum de látex para todos os
RNPT que participaram deste estudo. A equipe de auxiliares técnicos eram as que
administravam a dieta por via oral, sendo realizada a filmagem da mamada.
No momento em que todos os sujeitos do GE e do GC alcançavam
alimentação plena por via oral, em todos os horários de oferta alimentar
18
num
período de 24 horas, era realizada a 3ª Avaliação Fonoaudiológica (Anexo III).
A avaliação fonoaudiológica utilizada nesta pesquisa utilizou itens de
protocolo elaborado com base em outras pesquisas
19,20,21
, e os aspectos avaliados
referentes à SN foram: presença dos três reflexos orais adaptativos (busca, sucção
e deglutição); força e ritmo de sucção; presença de blocos de sucção; número e
tempo sucções por bloco; freqüência de sucção (relação entre o número pelo tempo
de sucção); tempo das pausas entre os blocos; e, presença de coordenação da
S/D/R durante a mamada.
A força de sucção foi caracterizada pela resistência que o avaliador
encontrava ao tentar retirar a mamadeira
21
, durante a SN, da boca do recém-
nascido. Considera-se: forte quando existia grande resistência na retirada do
instrumento usado; e fraca quando se conseguia retirar com pouca ou nenhuma
resistência.
51
Ritmo de sucção é caracterizado por blocos de sucções alternados por
pausas. As pausas respiratórias observadas entre os blocos de sucção foram
consideradas quando o recém-nascido apresenta um tempo igual ou superior 2
segundos
12,6
.
Foram considerados, para este estudo, os cinco primeiros blocos de sucção
realizados pelo RNPT nas três avaliações realizadas. O tempo do bloco de sucção
foi mensurado a partir da contagem de tempo, em segundos, que leva ao iniciar a
primeira sucção e ao terminar a última sucção do bloco analisado. A fim de confirmar
os achados, as avaliações fonoaudiológicas foram filmadas utilizando-se filmadora
da marca Sony, modelo DCR-SR42. O tempo dos blocos de sucções, assim como a
pausa entre os blocos, foram cronometrados utilizando-se um cronômetro manual de
marca Mondaine. As filmagens foram analisadas pela pesquisadora por, no mínimo,
duas vezes para confirmar os valores encontrados.
Os dados obtidos foram analisados e tabulados com a utilização do software
estatístico STATA, versão 10.0. Utilizou-se o Teste “T” de Student e o Teste Qui-
quadrado, considerando-se p < 0,05.
RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta a caracterização dos grupos controle e estimulado
quanto: ao peso e idade gestacional ao nascimento; e, peso, idade pós-concepção,
idade cronológica, na primeira, segunda e terceira avaliações fonoaudiológicas.
Nota-se que os RNPT do GC e do GE apresentam-se homogêneos ao nascimento e
nas três avaliações fonoaudiológicas realizadas.
52
Tabela 1 Caracterização dos grupos controle e estimulado ao nascimento quanto ao peso
e a idade gestacional, e na 1ª, e Avaliação Fonoaudiológica quanto ao peso, idade
pós-concepção e idade cronológica
Variáveis
GC
n=10
GE
n=10
p
Nascimento
Peso (gramas)* 1347 (± 306,4) 1308,5 (± 340,8) 0.40
Idade Gestacional (semanas)* 31,5 (± 1,3) 31,2 (± 1,3) 0.31
1ª Avaliação Fonoaudiológica
Peso (gramas)* 1407 (± 265,5) 1425 (± 214,5)
0.43
Idade Pós-concepção (semanas)* 33 (± 0,9) 33,8 (± 2,2)
0.16
Idade Cronológica (dias) * 13,1 (± 7,5) 18,5 (± 17,1)
1.19
2ª Avaliação Fonoaudiológica
Peso (gramas)* 1638 (± 156,8) 1673 (± 182,5) 0.33
Idade Pós-concepção (semanas)* 34,6 (± 1,1) 35 (± 1,7) 0.27
Idade Cronológica (dias) * 21,7 (± 11,8) 26,4 (± 16,5) 0.24
3ª Avaliação Fonoaudiológica
Peso (gramas)* 2029,5 (± 313,1) 2027 (± 327,5) 0.49
Idade Pós-concepção (semanas)* 36 (± 1,2) 36,4 (± 1,8) 0.28
Idade Cronológica (dias) * 32,4 (± 11,1) 36 (± 16,8) 0.29
*
Valores expressos em média e desvio padrão
A tabela 2 apresenta os aspectos da sucção nutritiva dos recém-
nascidos pré-termos divididos em grupo controle e grupo estimulado na avaliação da
liberação da alimentação por via oral. Pôde-se observar que tanto o GC quanto o GE
apresentavam os resultados das variáveis: força de sucção, ritmo de sucção,
presença dos três reflexos adaptativos, coordenação da S/D/R e presença de blocos
de sucção semelhanças nos resultados.
53
Tabela 2 Aspectos da sucção nutritiva na Avaliação Fonoaudiológica no grupo controle
e grupo estimulado
Variáveis GC
n=10
GE
n=10
p
Força de sucção (%)
Forte 50 40
Fraco 50 50
Ausente 0 10
0.57
Ritmo de sucção (%)
Presente 30 40
Ausente 70 60
0.64
Reflexos orais adaptativos (%)
3 reflexos presentes 60 70
< 3 reflexos presentes 40 30
0.64
Coordenação S/D/R (%)
Presente 70 60
Ausente 30 40
0.64
Blocos de sucção (%)
Presente 90 90
Ausente 10 10
1.00
Blocos de sucção
Nº de sucções*
1º bloco 12,4 (± 10,1) 12,6 (± 8,5) 0.48
2º bloco 7,6 (± 9,5) 9,8 (± 8,1) 0.29
3º bloco 4,5 (± 3,6) 12,8 (± 15,1) 0.06
4º bloco 5,6 (± 4,9) 7,9 (± 9,8) 0.26
5º bloco 7,5 (± 8) 4,6 (± 6,7) 0.20
Nº total de sucções 37,6 (± 22,7) 47,7 (± 35,8) 0.23
Blocos de sucção
Tempo das sucções (segundo)*
1º bloco 15 (± 11,9) 13,6 (± 11,9) 0.40
2º bloco 9,7 (± 14,3) 10 (± 9,3) 0.48
3º bloco 5,1 (± 4) 14,8 (± 17,1) 0.05
4º bloco 5,4 (± 4,4) 8 (± 8,4) 0.20
5º bloco 9,6 (± 10,1) 5,5 (± 10,7) 0.20
Tempo total das sucções 44,8 (± 27,3) 51,9 (± 41,3) 0.32
Freqüência de sucção (sucções/segundo) *
Nº / Tempo de sucção 0,8 (± 0,3) 0,9 (± 0,4) 0.24
Blocos de sucção
Pausas (segundo)*
1º e 2º blocos 8,4 (± 8,7) 8,5 (± 9,5) 0.49
2º e 3º blocos 8,4 (± 6,4) 12,8 (± 16,2) 0.22
3º e 4º blocos 11,8 (± 16,6) 8,5 (± 9,3) 0.30
4º e 5º blocos 5,2 (± 3,2) 5,9 (± 4,2) 0.34
Total das pausas 33,8 (± 29,6) 35,8 (± 29,2) 0.44
Volume Prescrito (ml)* 28,2 (± 7,4) 31,5 (± 3,9) 0.12
Volume Ingerido (ml)* 9,5 (± 7,1) 12,5 (± 7,9) 0.19
*
Valores expressos em média e desvio padrão
54
Os RNPT do GE apresentaram valores maiores dos que os encontrados no
GC na dia do número total de sucção, no tempo total de sucção e o no tempo
total de pausas entre os blocos. Na freqüência de sucção observa-se que os RNPT
do GE apresentaram uma média de 0,9 sucção por segundo
No que se refere ao desempenho na liberação da via oral, com a oferta do
alimento através da mamadeira, pode-se observar que os RNPT do GC ingeriram
em dia um volume de 9,5 ml, enquanto que os do GE ingeriram uma média de
12,5 ml.
A tabela 3 apresenta a análise das mesmas variáveis pesquisadas na tabela
acima, porém esses dados são referentes à terceira avaliação fonoaudiológica.
55
Tabela 3 Aspectos da sucção nutritiva na Avaliação Fonoaudiológica no grupo controle
e grupo estimulado
Variáveis GC
n=10
GE
n=10
p
Força de sucção (%)
Forte 60 90
Fraco 40 10
Ausente 0 0
0.12
Ritmo de sucção (%)
Presente 70 60
Ausente 30 40
0.64
Reflexos orais adaptativos (%)
3 reflexos presentes 70 90
< 3 reflexos presentes 30 10
0.26
Coordenação S/D/R (%)
Presente 70 90
Ausente 30 10
0.26
Blocos de sucção (%)
Presente 100 100
Ausente 0 0
Blocos de sucção
Nº de sucções*
1º bloco 18,5 (± 11,4) 11,5 (± 10,4) 0.08
2º bloco 12,9 (± 12,9) 8,9 (± 6) 0.20
3º bloco 9,6 (± 7,1) 8,5 (± 7) 0.37
4º bloco 9,5 (± 6) 7,4 (± 5,1) 0.20
5º bloco 7,1 (± 6,3) 6,6 (± 2,4) 0.41
Nº total de sucções 57,6 (± 27,2) 42,9 (± 24,9) 0.11
Blocos de sucção
Tempo das sucções (segundo)*
1º bloco 20,6 (± 12,4) 10,3 (± 9,1) 0.02
2º bloco 14,6 (± 17,9) 7,9 (± 4,8) 0.14
3º bloco 10,4 (± 7,4) 6,3 (± 4,6) 0.08
4º bloco 10,1 (± 6,3) 6,3 (± 4,1) 0.07
5º bloco 8,6 (± 8,2) 5,9 (± 3) 0.17
Tempo total das sucções 64,3 (± 31,3) 36,8 (± 20,2) 0.01
Freqüência de sucção (sucções/segundo)*
Nº / Tempo de sucção 0,9 (± 0,1) 1,2 (± 0,3) < 0.01
Blocos de sucção
Pausas (segundo)*
1º e 2º blocos 10,2 (± 8,1) 8,9 (± 6) 0.34
2º e 3º blocos 9 (± 5,3) 7,6 (± 4,4) 0.26
3º e 4º blocos 9,1 (± 3,5) 7,5 (± 5,1) 0.21
4º e 5º blocos 7,1 (± 3,7) 11,3 (± 6,6) 0.05
Total das pausas 35,4 (± 12,7) 35,3 (± 10,9) 0.49
Volume Prescrito (ml)* 38,2 (± 6,2) 36,9 (± 7) 0.33
Volume Ingerido (ml)* 38,2 (± 6,2) 36,9 (± 7) 0.33
*
Valores expressos em média e desvio padrão
56
Pode-se observar que nas variáveis: força de sucção, ritmo de sucção,
presença dos reflexos adaptativos e da coordenação da S/D/R, os RNPT do GE
apresentaram resultados mais satisfatórios quando comparados com o GC.
Na tabela 3 pode-se observar que todos os RNPT, tanto os do GC quanto os
do GE apresentaram blocos de sucção. Ao comparar o número de sucção por bloco,
pode-se observar que os RNPT do GC apresentaram maior número de sucção por
bloco quando comparado com o GE.
Quanto ao tempo total de sucções, pode-se observar que o GE apresentou
quase a metade do tempo levado para o GC. Este dado teve resultado
estatisticamente significativo (p=0.01) sendo que o GC apresentou uma média de
tempo total de sucções de 64,3 e o GE de 36,8.
Com essa diferença do tempo total de sucções, pode-se observar que na
freqüência de sucção também foi encontrado resultado estatisticamente significativo
(p<0.01). No GC a relação entre o número pelo tempo de sucções apresentou
média de 0,9, e no GE a média foi de 1,2 sucção por segundo. As pausas por bloco
e o total de pausas tiveram resultados semelhantes entre os dois grupos.
DISCUSSÃO
Na tabela 1 observa-se que os RNPT participantes desta pesquisa
apresentavam semelhanças quanto ao peso e idade gestacional ao nascimento.
Quando esses RNPT iniciaram a pesquisa, foram liberados para receber a
alimentação por via oral, assim como quando passaram a se alimentar apenas por
via oral sem o auxílio da sonda orogástrica, mantiveram-se homogêneos quanto ao
57
peso e a idade pós-concepção. Esses dados demonstram a similaridade quanto às
características gerais dos RNPT ao nascimento, no ingresso a pesquisa, na
liberação da via oral e na via oral plena. Em estudo realizado
18
, tanto o GC quanto o
GE também iniciaram a introdução da alimentação por via oral com a idade pós-
concepção, idade cronológica e peso semelhantes aos desta pesquisa.
Quando os RNPT foram liberados para a alimentação por via oral, tanto o GC
quanto o GE apresentavam os resultados semelhantes nas variáveis: força de
sucção, ritmo de sucção, presença dos três reflexos adaptativos, coordenação da
S/D/R e presença de blocos de sucção denotando que a estimulação não parece ser
tão eficiente, porém, quando observamos os blocos de sucção, notamos que os
RNPT do GE apresentaram média dos blocos mais uniforme nos quatro primeiros
blocos.
Os valores mais altos quanto ao número total de sucção, no tempo total de
sucção e o no tempo total de pausas entre os blocos, apresentados no GE, podem
justificar a maior ingestão do volume da mamadeira pelo GE na avaliação da
liberação da via oral. A freqüência de sucção encontrada nos RNPT do GE
apresenta-se mais próximo ao valor esperado para o desempenho da sucção
nutritiva, que seria de uma freqüência de 1 sucção por segundo em RNPT com uma
idade pós-concepção de 34 semanas
12
. Em RNPT com idade pós-concepção inferior
a 35 semanas, foi observado em outro estudo uma freqüência para o primeiro,
segundo e terceiro blocos de sucção de 0,85, 0,59 e 0,60 sucções por segundo. Nos
com idade pós-concepção igual ou maior que 35 semanas apresentaram freqüência
de sucção no primeiro, segundo e terceiro blocos os valores respectivos de 0,95;
0,96 e 1,08 sucções por segundo
22
. Mesmo esses RNPT não terem recebido
qualquer estimulação sensório motora oral, eles apresentaram resultados
58
semelhantes aos encontrados nos RNPT deste estudo, tanto para o GC quanto para
o GE na avaliação da liberação da via oral. Provavelmente os resultados foram
semelhantes devido aos poucos dias de estimulação prévia do GE, não sendo o
suficiente para demonstrar resultado satisfatório quanto à freqüência de sucção.
Em outro estudo
2
, ao observar o comportamento durante período de
alimentação em RNPT que não receberam estimulação, notou-se que a duração da
sucção foi de 0,32; 0,43; 0,57; 0,69 e 0,71 segundos, para as idades pós-concepção
de 32, 33, 34 35 e 36 semanas, respectivamente.
Esses valores, encontrados na tabela 2 e confrontados com a literatura,
demonstraram que os RNPT do GE apresentaram-se melhor organizados nos
blocos de sucção conforme o esperado para a idade pós-concepção apresentada.
A maior ingestão do volume da mamadeira pelo GE demonstra que os RNPT
que receberam o programa de estimulação sensório motora oral apresentaram-se
mais aptos para ingerir uma quantidade maior do volume oferecido na liberação da
via oral do que aquele que não recebeu qualquer estímulo.
Na avaliação da via oral plena, conforme resultados encontrados na tabela 3,
pode-se observar que os RNPT do GE apresentaram resultados mais satisfatórios
que o GC nas variáveis: força de sucção, ritmo de sucção, presença dos reflexos
adaptativos e da coordenação da S/D/R, denotando a eficiência da estimulação
sensório motora oral para esta população. Observou-se que o GC apresentou
pequena evolução, a qual pode estar relacionada à maturidade esperada que foi
alcançada pelos RNPT mesmo sem estimulação. Este resultado está de acordo com
resultados de uma pesquisa
23
que acredita que o programa de estimulação pode
acelerar a maturação e a coordenação dos músculos usados na sucção,
favorecendo o aprendizado para uma faixa de ação mais eficiente da língua.
59
Quanto aos aspectos referentes à força de sucção, a idade gestacional teria
maior relevância do que o peso para apresentar força de sucção forte na SN
22
. Para
que ocorra uma alimentação por via oral de maneira adequada, é necessário que o
recém-nascido apresente uma relação rítmica e coordenada entre a S/D/R, pois a
estabilidade rítmica, que decorre do crescente equilíbrio entre o ritmo de sucção e a
relação entre sucção/deglutição, é um sinal de maturidade no decorrer do processo
de alimentação
12
.
A eficiência da alimentação oral melhora com o aumento da freqüência de
sucção e deglutição, com a quantidade do bolo alimentar, e com o aumento da
amplitude de sucção. A coordenação da S/D/R é crucial para a segurança da
alimentação oral e ela aparece com a maturidade, o que não ocorre com os RNPT
por apresentar uma coordenação alterada
6
.
Na terceira avaliação fonoaudiológica observou-se que todos os RNPT, tanto
os do GC quanto os do GE apresentaram blocos de sucção, inferindo-se que todos
os RNPT estavam prontos para realizar a função de sucção. Os RNPT do GC
apresentaram maior número de sucção por bloco quando comparado com o GE,
Inferindo que os RNPT do GC necessitaram realizar um número total de sucções
maior para conseguir ingerir todo o conteúdo da mamadeira, enquanto que o GE
apresentou um número total de sucções menor, porém, com mais eficiência na
sucção conseguindo retirar todo o volume de leite da mamadeira.
Em estudo realizado
15
, constatou-se que a SN das crianças nascidas com
idade gestacional igual ou inferior a 30 semanas variou de 1 a 5 sugadas, em RNPT
nascidos de 31 e 32 semanas variou de 6 a 15 sugadas, e em três crianças com
idade gestacional maior ou igual a 33 semanas apresentaram blocos com mais de
15 sucções. Esses dados não coincidem com os resultados encontrados para o GC
60
e GE, que apresentaram média da idade s-concepção de 34,6 semanas e de 35
semanas respectivamente, e com blocos de sucção de 4,4 a 12,4 sucções para o
GC e de 4,6 a 12,8 para o GE no momento da liberação da via oral, correspondendo
aos valores encontrados nos RNPT de 31 a 32 semanas no estudo citado.
No tempo total de sucções, os RNPT do GE apresentaram quase a metade
do tempo levado para o GC. Este dado teve resultado estatisticamente significativo
(p=0.01) demonstrando que a estimulação sensório motora oral pode ter beneficiado
o desempenho de sucção dos RNPT do GE.
Quando analisado o número total de sucções e o tempo total de sucções de
ambos os grupos, observa-se que o GE necessitou de menor mero de sucções e
de quase a metade do tempo dessas sucções para ingerir todo o volume prescrito.
Este dado mostra que o GE apresentava-se mais eficiente na função de sucção
quando comparado ao GC.
Na freqüência de sucção também foi encontrado resultado estatisticamente
significativo (p<0.01), notando-se, quando observado a tabela 2 e a tabela 3, que os
RNPT do GE apresentaram-se com melhor desempenho na freqüência de sucção
na via oral plena apresentando resultado estatisticamente significativo. Outra
pesquisa
2
, sem influência da estimulação sensório motora oral, observou um
comportamento de duração da sucção de 0,57; 0,69 e 0,71 segundos, para as
idades pós-concepção de 34, 35 e 36 semanas, respectivamente, dados próximos
ao encontrado nesta pesquisa pelo GC. Esses achados mostram que a estimulação
pode ter influenciado no melhor desempenho da freqüência de sucção dos RNPT do
GE.
61
As semelhanças na pausas por bloco e o total de pausas entre os dois
grupos denota que o tempo de pausa não é um fator relevante no desempenho da
função de sucção durante a alimentação por via oral do RNPT.
Pode-se observar que o programa de estimulação sensório motora oral
apresentou influências nos aspectos mais objetivos da avaliação (tempo de sucções,
freqüência de sucções, pausas) do que nas variáveis mais subjetivas (força e ritmo
de sucção, presença dos reflexos, coordenação da S/D/R). Tal fato pode ter ocorrido
devido a dificuldades inerentes ao processo de avaliação de aspectos subjetivos,
mascarando possíveis efeitos da estimulação.
Considera-se que talvez um programa de estimulação direcionado às
necessidades sensório-motora-orias do RNPT e treino da sucção com a SNN
pudessem promover melhores resultados. Tais considerações sugerem novas
pesquisas a serem realizadas dando maior enfoque sensório-motor-oral do RNPT e
na sucção não-nutritiva.
CONCLUSÃO
Os recém-nascidos pré-termos do grupo estimulado apresentaram benefício
nos aspectos da sucção nutritiva. Com esse resultado pode-se dizer que a
estimulação sensório-motora oral favorece o processo de maturação neuromuscular,
determinando melhor desempenho nas funções de sucção em recém-nascidos pré-
termos.
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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3- MCCAIN GC, GARTSIDE PS, GREENBERG JM, LOTT JW. A Feeding Protocol
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63
orofacial: como atuam os especialistas. São José dos Campos: Pulso. 2004. p. 225-
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9- NEIVA FCB, LEONE CR. Sucção em recém-nascidos pré-termo e estimulação da
sucção. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2006;18(2):141-150.
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11- HACK M, ESTABROOK MM, ROBERTSON SS. Development of sucking rhythm
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12- GEWOLB IH, VICE FL, SCHWEITZER-KENNEY EL, TACIAK VL, BOSMA JF.
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64
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20- NEIVA FCB. Análise do Padrão de sucção em RNT e RNPT em idade
gestacional de 34 a 36 6/7 semanas. 1999. CD. Tese (Mestrado) Faculdade
Medicina da USP, São Paulo, 1999.
21- MEDEIROS AMC, OLIVEIRA KRF, BITTENCOURT AB, ALVES PCL,
ARARIPE ABS, CARDOSO MFR, HASHIMOTO OS. Caracterização da Atuação em
Berçário Neonatal: Uma visão fonoaudiológica. In: MARCHESAN IQ, ZORZI J.
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22- YAMAMOTO RCC, KESKE-SOARES M, WEINMAM ARM. Análise do padrão
da sucção nutritiva em recém-nascidos pré-termos no momento da liberação da via
oral. [Monografia]. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria; 2006.
23- FUCILE S, GISEL E, LAU C. Effect of an oral stimulation program on sucking
skill maturation of preterm infants. 2005; 47: 158-162.
ANEXOS
Anexo l: Primeira avaliação fonoaudiológica (quando o recém-nascido atinge as 80
Kcal/kg/dia)
1ª. AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA – Início da estimulação – DATA - __________
1) AVALIAÇÃO EM REPOUSO
Estado comportamental inicial:
( ) estado 1: sono profundo
( ) estado 2: sono leve
( ) estado 3: sonolento
( ) estado 4: alerta inativo
( ) estado 5: alerta ativo
( ) estado 6: agitado
( ) estado 7: chorando
Padrão corporal: ( ) extensor ( ) flexor
Tônus corporal: ( ) normal ( ) hipotonia ( ) hipertonia
Equilíbrio do tamanho dos terços da face ( ) sim ( ) não
Simetria da hemifaces – repouso ( ) sim ( ) não
Simetria das hemifaces – movimento ( ) sim ( ) não
Faces ( ) atípica ( ) típica de..................
Lábios ( ) íntegros ( ) fissurados ( ) ocluídos ( ) entreabertos
Tonicidade labial ( ) normal ( ) hipo ( ) hiper
Vedamento labial ( ) presente ( ) ausente
Freio labial ( ) normal ( ) curto
Postura da língua ( ) soalho ( ) sobre gengiva ( ) papila ( ) retraída
Mobilidade da língua ( ) normal ( ) alterada
Tônus da língua ( ) normal ( ) hipo ( ) hiper
Adequada conformação da língua ( ) sim ( ) não
Freio lingual ( ) normal ( ) curto
Mandíbula ( ) inabilidade p/ segurar o dedo ( ) retraída
Bochechas
( ) panículos adiposos ( ) tônus ( ) tônus
Palato duro ( ) normal ( ) estreito ( ) fissurado
Palato mole ( ) normal ( ) fissurado
Reflexos Presente Ausente
Gag
Busca
Mordida
Tosse
Sucção
Deglutição
1ª. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
IGC:....................
IC:...........................
Peso:.....................
Est:.................. PC:..................
66
ASPECTOS DA ALIMENTAÇÃO DURANTE A AVALIAÇÃO DA SNN
Irritabilidade com o dedo enluvado: ( ) sim ( ) não
Presença de suckling: ( ) sim ( ) não
Canolamento da língua: ( ) sim ( ) não
Postura da Língua ( ) anteriorizada ( ) posteriorizada
Vedamento labial: ( ) sim ( ) não
Movimentos de mandíbula: ( ) não ( ) adequada
( ) excursão exagerada ( ) pouca movimentação
Grau de força das sucções: ( ) forte ( ) fraco
Ritmo das sucções: ( ) presente ( ) ausente
( ) lento ( ) rápido
Bloco de sucções: ( ) sim ( ) não
Número de sucções/bloco: .........................................................................
Presença de pausas: ( ) sim ( ) não
Tempo das pausas/bloco: ..........................................................................
Coordenação da sucção/deglutição/respiração: ( ) sim ( ) não
Sinais de estresse:
( ) bocejos ( ) caretas ( )coloração ( ) espirros ( ) náuseas
( ) rejeição ( ) soluços ( ) suspiro ( ) tosse
( ) tremor de língua ( ) choro ( ) estiramento dos braços
( ) movimentação inadequada da língua
Estado comportamental após a SNN:
( ) estado 1: sono profundo
( ) estado 2: sono leve
( ) estado 3: sonolento
( ) estado 4: alerta inativo
( ) estado 5: alerta ativo
( ) estado 6: agitado
( ) estado 7: chorando
Observações: ..................................................................................................................................
PRIMEIRA AVALIAÇÃO
BIOQUÍMICA
Avaliação Bioquímica (entrada no estudo):
Proteínas totais e frações:......................
Pré-albumina:..........................
Proteína ligadora do retinol:...................
67
Anexo ll: Segunda avaliação fonoaudiológica (na liberação da via oral)
2ª. AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
Nome: _________________________________ DATA: ____________________
2) AVALIAÇÃO EM REPOUSO
Estado comportamental inicial:
( ) estado 1: sono profundo
( ) estado 2: sono leve
( ) estado 3: sonolento
( ) estado 4: alerta inativo
( ) estado 5: alerta ativo
( ) estado 6: agitado
( ) estado 7: chorando
Padrão corporal: ( ) extensor ( ) flexor
Tônus corporal: ( ) normal ( ) hipotonia ( ) hipertonia
Equilíbrio do tamanho dos terços da face ( ) sim ( ) não
Simetria da hemifaces – repouso ( ) sim ( ) não
Simetria das hemifaces – movimento ( ) sim ( ) não
Lábios ( ) íntegros ( ) fissurados ( ) ocluídos ( ) entreabertos
Tonicidade labial ( ) normal ( ) hipo ( ) hiper
Vedamento labial ( ) presente ( ) ausente
Postura da língua ( ) soalho ( ) sobre gengiva ( ) papila ( ) retraída
Mobilidade da língua ( ) normal ( ) alterada
Tônus da língua ( ) normal ( ) hipo ( ) hiper
Mandíbula (aspecto) ( ) normal ( ) alterada
Bochechas
( ) panículos adiposos ( ) tônus ( ) tônus
Palato duro ( ) normal ( ) estreito
Reflexos Presente Ausente
Gag
Busca
Mordida
Tosse
Sucção
Deglutição
ASPECTOS DA ALIMENTAÇÃO DURANTE A AVALIAÇÃO DA SNN
Irritabilidade com o dedo enluvado: ( ) sim ( ) não
Presença de suckling: ( ) sim ( ) não
Canolamento da língua: ( ) sim ( ) não
Postura da Língua ( ) anteriorizada ( ) posteriorizada
Vedamento labial: ( ) sim ( ) não
Movimentos de mandíbula: ( ) não ( ) adequada
2ª. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
Data da liberação da via oral:..............
IGC:....................
IC:...........................
Peso:.....................
Est:.................. PC:..................
68
( ) excursão exagerada ( ) pouca movimentação
Grau de força das sucções: ( ) forte ( ) fraco
Ritmo das sucções: ( ) presente ( ) ausente
( ) lento ( ) rápido
Bloco de sucções: ( ) sim ( ) não
Número de sucções/bloco: .........................................................................
Presença de pausas: ( ) sim ( ) não
Tempo das pausas/bloco: ..........................................................................
Coordenação da sucção/deglutição/respiração: ( ) sim ( ) não
Sinais de estresse:
( ) bocejos ( ) caretas ( )coloração ( ) espirros ( ) náuseas
( ) rejeição ( ) soluços ( ) suspiro ( ) tosse
( ) tremor de língua ( ) choro ( ) estiramento dos braços
( ) movimentação inadequada da língua
Estado comportamental após a SNN:
( ) estado 1: sono profundo
( ) estado 2: sono leve
( ) estado 3: sonolento
( ) estado 4: alerta inativo
( ) estado 5: alerta ativo
( ) estado 6: agitado
( ) estado 7: chorando
ASPECTOS DE ALIMENTAÇÃO DURANTE A AVALIÇÃO DA SN
Sinais clínicos antes da SN:
Saturação de O2: ......................
Cianose perioral: ( ) sim ( ) não
Cansaço: ( ) sim ( ) não
Apnéia: ( ) sim ( ) não
Freqüência cardíaca:...............
Freqüência respiratória: ..........
Irritabilidade com o bico da mamadeira: ( ) sim ( ) não
Prontidão para a mamada: ( ) sim ( ) não
Canolamento da língua: ( ) sim ( ) não
Vedamento labial: ( ) sim ( ) não
Movimentos de mandíbula: ( ) sim ( ) não
Reflexo de procura: ( ) sim ( ) não
Reação ao estímulo:
Sinais clínicos após SN:
Saturação de O2: ............................
Cianose perioral: ( ) sim ( ) não
Cansaço: ( ) sim ( ) não
Apnéia: ( ) sim ( ) não
Freqüência cardíaca: ..............................
Freqüência respiratória: ............................
69
aproximação:
( ) abre a boca ( ) veda os lábios ( ) suga
fuga:
( ) fecha os lábios ( ) trancamento de mandíbula
Grau de força das sucções: ( ) forte ( ) fraco
Ritmo das sucções: ( )presente ( ) ausente ( ) lento ( ) rápido
Bloco de sucções: ( ) sim ( ) não
Número de sucções/bloco: ........................................................................
Presença de pausas: ( ) sim ( ) não
Tempo das pausas/bloco: ....... ..................................................................
Coordenação da sucção/deglutição/respiração: ( ) sim ( ) não
Presença de resíduos na cavidade oral: ( ) sim ( ) não
Presença de:
( ) regurgitação ( ) refluxo nasal ( ) engasgos ( ) escape de leite
Sinais de estresse:
( ) bocejos ( ) caretas ( )coloração ( ) espirros ( ) náuseas
( ) rejeição ( ) soluços ( ) suspiro ( ) tosse ( ) tremor de língua
( ) choro ( ) estiramento dos braços ( ) movimentação inadequada da língua
Duração da mamada:...............................
Volume prescrito: .................................... ml
Volume ingerido por VO na 1ª mamada: ....................... ml
Estado comportamental após a sucção nutritiva:
( ) estado 1: sono profundo
( ) estado 2: sono leve
( ) estado 3: sonolento
( ) estado 4: alerta inativo
( ) estado 5: alerta ativo
( ) estado 6: agitado
( ) estado 7: chorando
Observações: ..................................................................................................................................
70
Anexo lll: Terceira avaliação fonoaudiológica (na via oral plena)
3ª. AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
Nome: _________________________________ DATA: ____________________
3) AVALIAÇÃO EM REPOUSO
Estado comportamental inicial:
( ) estado 1: sono profundo
( ) estado 2: sono leve
( ) estado 3: sonolento
( ) estado 4: alerta inativo
( ) estado 5: alerta ativo
( ) estado 6: agitado
( ) estado 7: chorando
Padrão corporal: ( ) extensor ( ) flexor
Tônus corporal: ( ) normal ( ) hipotonia ( ) hipertonia
Simetria da hemifaces – repouso ( ) sim ( ) não
Simetria das hemifaces – movimento ( ) sim ( ) não
Lábios ( ) íntegros ( ) fissurados ( ) ocluídos ( ) entreabertos
Tonicidade labial ( ) normal ( ) hipo ( ) hiper
Vedamento labial ( ) presente ( ) ausente
Postura da língua ( ) soalho ( ) sobre gengiva ( ) papila ( ) retraída
Mobilidade da língua ( ) normal ( ) alterada
Tônus da língua ( ) normal ( ) hipo ( ) hiper
Mandíbula ( ) inabilidade p/ segurar o dedo ( ) retraída
Bochechas
( ) panículos adiposos ( ) tônus ( ) tônus
Reflexos Presente Ausente
Gag
Busca
Mordida
Tosse
Sucção
Deglutição
ASPECTOS DA ALIMENTAÇÃO DURANTE A AVALIAÇÃO DA SNN
Irritabilidade com o dedo enluvado: ( ) sim ( ) não
Presença de suckling: ( ) sim ( ) não
Canolamento da língua: ( ) sim ( ) não
Postura da Língua ( ) anteriorizada ( ) posteriorizada
Vedamento labial: ( ) sim ( ) não
3ª. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
IGC:....................
IC:...........................
Peso:.....................
Est:.................. PC:..................
71
Movimentos de mandíbula: ( ) não ( ) adequada
( ) excursão exagerada ( ) pouca movimentação
Grau de força das sucções: ( ) forte ( ) fraco
Ritmo das sucções: ( ) presente ( ) ausente
( ) lento ( ) rápido
Bloco de sucções: ( ) sim ( ) não
Número de sucções/bloco: .........................................................................
Presença de pausas: ( ) sim ( ) não
Tempo das pausas/bloco: ..........................................................................
Coordenação da sucção/deglutição/respiração: ( ) sim ( ) não
Sinais de estresse:
( ) bocejos ( ) caretas ( )coloração ( ) espirros ( ) náuseas
( ) rejeição ( ) soluços ( ) suspiro ( ) tosse
( ) tremor de língua ( ) choro ( ) estiramento dos braços
( ) movimentação inadequada da língua
Estado comportamental após a SNN:
( ) estado 1: sono profundo
( ) estado 2: sono leve
( ) estado 3: sonolento
( ) estado 4: alerta inativo
( ) estado 5: alerta ativo
( ) estado 6: agitado
( ) estado 7: chorando
ASPECTOS DE ALIMENTAÇÃO DURANTE A AVALIÇÃO DA SN
Sinais clínicos antes da SN:
Saturação de O2: ......................
Cianose perioral: ( ) sim ( ) não
Cansaço: ( ) sim ( ) não
Apnéia: ( ) sim ( ) não
Freqüência cardíaca:...............
Freqüência respiratória: ..........
Irritabilidade com o bico da mamadeira: ( ) sim ( ) não
Prontidão para a mamada: ( ) sim ( ) não
Canolamento da língua: ( ) sim ( ) não
Vedamento labial: ( ) sim ( ) não
Movimentos de mandíbula: ( ) sim ( ) não
Sinais clínicos após SN:
Saturação de O2: ............................
Cianose perioral: ( ) sim ( ) não
Cansaço: ( ) sim ( ) não
Apnéia: ( ) sim ( ) não
Freqüência cardíaca: ..............................
Freqüência respiratória: ............................
72
Reflexo de procura: ( ) sim ( ) não
Reação ao estímulo:
aproximação:
( ) abre a boca ( ) veda os lábios ( ) suga
fuga:
( ) fecha os lábios ( ) trancamento de mandíbula
Grau de força das sucções: ( ) forte ( ) fraco
Ritmo das sucções: ( )presente ( ) ausente ( ) lento ( ) rápido
Bloco de sucções: ( ) sim ( ) não
Número de sucções/bloco: ........................................................................
Presença de pausas: ( ) sim ( ) não
Tempo das pausas/bloco: ....... ..................................................................
Coordenação da sucção/deglutição/respiração: ( ) sim ( ) não
Presença de resíduos na cavidade oral: ( ) sim ( ) não
Presença de:
( ) regurgitação ( ) refluxo nasal ( ) engasgos ( ) escape de leite
Sinais de estresse:
( ) bocejos ( ) caretas ( )coloração ( ) espirros ( ) náuseas
( ) rejeição ( ) soluços ( ) suspiro ( ) tosse ( ) tremor de língua
( ) choro ( ) estiramento dos braços ( ) movimentação inadequada da língua
Duração da mamada:...............................
Volume prescrito: .................................... ml
Volume ingerido por VO na 1ª mamada: ....................... ml
Estado comportamental após a sucção nutritiva:
( ) estado 1: sono profundo
( ) estado 2: sono leve
( ) estado 3: sonolento
( ) estado 4: alerta inativo
( ) estado 5: alerta ativo
( ) estado 6: agitado
( ) estado 7: chorando
Observações: ..................................................................................................................................
ÚLTIMA AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA
Proteínas totais e frações:...............
Pré-albumina:....................
Proteína ligadora do retinol:.............
73
Anexo lV: Programa de estimulação oral (BECKMAN, 1998)
Estrutura Passos da estimulação Propósito Freqüência Duração
Bochecha
1 Colocar o indicador na base do
nariz
Melhora da variedade/extensão de
movimento e força das bochechas,
e melhora do vedamento labial
4 x cada
bochecha
2 minutos
2 Comprimir o tecido, mover o dedo
em direção ao ouvido, então descer
e para o canto do lábio (ie, padrão
C)
3 Repetir para o outro lado
Lábio
superior
1 Colocar o indicador no canto do
lábio superior
Melhora da variedade/extensão
labial de movimentação e
vedamento
4 x 1 minuto
2 Comprimir o tecido
3 Mover o dedo sem parar em um
movimento circular, do canto para o
centro e para o outro canto
4 Direção inversa
Lábio
inferior
1 Colocar o indicador no canto do
lábio inferior
Melhora da variedade/extensão
labial de movimentação e
vedamento
4 x 1 minuto
2 Comprimir o tecido
3 Mover o dedo sem parar em um
movimento circular, do canto para o
centro e para o outro canto
4 Direção inversa
Ondulação
inferior e
superior do
lábio
1 Colocar o indicador no centro do
lábio
Melhora a força labial, a
variedade/extensão de
movimentação, e o vedamento
2 x cada
lábio
1 minuto
2 Aplicar pressão sustentada,
esticando para baixo pela linha
média
3 Repetir para lábio inferior aplicando
pressão sustentada, e esticando
para cima pela linha média
Gengiva
superior
1 Colocar o dedo no centro da
gengiva, com pressão sustentada
Melhora a variedade/extensão de
movimentação da língua, estimula
2 x 1 minuto
74
firme e lentamente mover para trás
da boca
a deglutição, e melhora a sucção
2 Retornar ao centro da boca
3 Repetir para o lado oposto
Gengiva
inferior
1 Colocar o dedo no centro da
gengiva, aplicando pressão
sustentada firme e lentamente
mover para trás da boca
Melhora a variedade/extensão de
movimentação da língua, estimula
a deglutição, e melhora a sucção
2 x 1 minuto
2 Retornar ao centro da boca
3 Repetir para o lado oposto
Bochecha
interna
1 Colocar o dedo no canto interno dos
lábios
Melhora a variedade/extensão de
movimentação das bochechas e
vedamento labial
2 x cada
bochecha
2 minutos
2 Comprimir o tecido, mover para trás
pelos molares e retornar para o
canto do lábio
3 Repetir para o outro lado
Bordas
laterais da
língua
1 Colocar o indicar ao nível do molar,
entre a lâmina da língua e a
bochecha interna
Melhora a variedade/extensão de
movimentação e força da língua
2 x cada
lado
1 minuto
2 Mover os dedos para a linha média,
empurrando a língua para a direção
oposta
3 Imediatamente mover o dedo todo o
caminho dentro da bochecha,
esticando-a.
Lâmina da
língua
(parte
central)
1 Colocar o indicador no centro da
boca
Melhora a variedade/extensão de
movimentação e força da língua,
estimula a deglutição e melhora a
sucção
4 x 1 minuto
2 Oferecer pressão sustentada no
palato duro por 3 segundos
3 Mover o dedo para baixo para
contatar a lâmina da língua
4 Deslocar a língua descendo com
uma pressão firme
5 Imediatamente mover o dedo para
contato o centro da boca no palato
duro
75
Eliciar uma
sucção
1 Colocar o dedo na linha média,
centro do palato, suavemente
golpear o palato para eliciar a
sucção
Melhora a sucção, e ativa o palato
mole
N/A 1minuto
Pacifier
1 Colocar o pacifier na boca Melhora a sucção e ativa o palato
mole
N/A 3 minutos
76
Anexo V: Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa
Efeitos da estimulação sensório-motora-oral no desempenho nutricional de
recém-nascidos pré-termo durante a internação em UTI-Neonatal e sua
repercussão no primeiro ano de vida
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(RES. MS nº 196/96)
As informações contidas neste documento de consentimento livre e esclarecido serão
fornecidas pelas pesquisadoras, sob coordenação das professoras responsáveis Ângela Regina
Maciel Weinmann e Márcia Keske-Soares, com o objetivo de esclarecer os pais ou
responsáveis pelo recém-nascido sobre o objetivo da pesquisa, os procedimentos que serão
utilizados e seu propósito, os desconfortos e riscos esperados e os benefícios que podem ser
obtidos com esse estudo.
O projeto intitulado: Efeitos da estimulação sensório-motora oral no
desempenho nutricional de recém-nascidos pré-termo durante a internação em
UTI Neonatal e sua repercussão no primeiro ano de vida tem como objetivo
verificar se a estimulação sensório-motora oral (região da boca e da região das
bochechas) do bebê prematuro facilita sua aceitação de leite através da boca. Isso
porque o bebê prematuro, por ter nascido antes do tempo, geralmente tem muita
dificuldade para sugar, engolir e respirar, ao mesmo tempo. Por esse motivo,
acredita-se que se forem estimulados, pelo fonoaudiólogo, poderão mais
rapidamente receber todo o alimento pela boca, não ter risco do leite ir para o
pulmão ao invés do estomago, não ter risco de parar de respirar durante a
deglutição do leite, ganhar peso mais rápido e conseqüentemente ter alta hospitalar
mais precoce. A longo prazo essa estimulação pode ainda facilitar a introdução dos
alimentos sólidos e contribuir para um melhor crescimento da criança. Os
procedimentos aos quais o bebê será submetido são os seguintes: no momento da
entrada no estudo receberão avaliação pelas fonoaudiólogas que inclui verificar as
condições do RN, os reflexos orais (os movimentos que o bebê faz sem a sua
vontade), o estado comportamental (se o bebê está acordado, sonolento ou
dormindo) e os órgãos fonoarticulatórios (lábios, língua, bochechas e céu da boca).
Para isso será usado o dedo mínimo enluvado do examinador, para observar se ele
suga, qual a força, o ritmo, o grupo de sucções e o tempo de pausa. Será também
avaliada a sucção nutritiva no momento em que sugar a mamadeira (força e ritmo
das sucções, número de sucções e tempo de pausa). Se marcado com relógio o
tempo da mamada e a quantidade de leite que o bebê mamou. A estimulação será
realizada duas vezes ao dia, antes do horário das mamadas, durante
aproximadamente 15 minutos, por no mínimo 10 dias. Esta será realizada com o
dedo enluvado através de toques ao redor da boca, estímulos nas bochechas,
toques nos lábios e na mandíbula e maxila. A estimulação será sempre interrompida
se houver alguma modificação no comportamento do bebê ou qualquer sinal de
desconforto (choro). Não existem riscos desse procedimento para o bebê. Todas as
crianças serão pesadas e medidas como é rotina no serviço. Para a pesquisa serão
consideradas as medidas obtidas na entrada do estudo, com 34 semanas de IGC e
ao final do estudo. Nesses momentos serão também determinadas as proteínas
totais e frações, pré-albumina e proteína ligadora do retinol utilizando-se material
77
(sangue) colhido para a rotina de exames da unidade. O sangue na UTI Neonatal do
HUSM é sempre colhido pelos médicos responsáveis pelo serviço. Da sobra do soro
dos exames de rotina serão determinados esses exames pelo Laboratório Central do
HUSM. Após a alta, os bebês serão acompanhados durante as avaliações mensais
no ambulatório, a fim de acompanhar seu desenvolvimento no primeiro ano de vida.
Como benefícios do estudo se espera poder demonstrar a importância da
estimulação para facilitar a transição da alimentação da sonda para a via oral, o
maior ganho de peso e conseqüentemente o menor tempo de hospitalização. A
possibilidade de favorecer o aleitamento materno e facilitar a introdução dos
alimentos sólidos na época apropriada também poderá ser observada.
Durante todo o andamento da pesquisa os pais ou responsáveis poderão
solicitar qualquer tipo de esclarecimento sobre o andamento da mesma, assim como
terão a liberdade de retirar o seu consentimento em qualquer fase da pesquisa sem
qualquer tipo de penalização ou prejuízo ao cuidado de seu filho.
Todos os procedimentos a que serão submetidos serão feitos pelas
fonoaudiólogas da pesquisa, acompanhadas e auxiliadas pelos médicos e
enfermeiros da unidade. As avaliações serão filmadas. Os dados da pesquisa
somente serão divulgados em meio científico, sem qualquer identificação dos
sujeitos envolvidos.
Mediante estes esclarecimentos recebidos, eu ____________________________
_______________________________________________________________________,
portador da carteira de identidade _______________________________, autorizo a
participação do(da) meu(minha) filho(a) _____________________________________ na
pesquisa.
Santa Maria, ___/ ___/ _____
_______________________________
Assinatura dos pais e/ou responsáveis
_______________________________
Assinatura do Coordenador do Projeto
Coordenadoras do Projeto:
Profas. Dra. Ângela Regina Maciel Weinmann e Dra. Márcia Keske-Soares
Endereço Profissional: Universidade Federal de Santa Maria UFSM Campus
Universitário – Centro de Ciências da Saúde – Prédio 26 – sala 1418 – 4º andar - Programa
de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação Humana - Telefone: (55) 32208659
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