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FACULDADES INTEGRADAS DA REDE
DE ENSINO UNIVEST
ANDERSON JOSÉ MOURA DE CAMPOS
EDUCAÇÃO FÍSICA E O CONCEITO DE
CULTURA
O CORPO NO TEMPO, ESPAÇO E CIBERESPAÇO.
Brusque,
2006.
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ANDERSON JOSÉ MOURA DE CAMPOS
EDUCAÇÃO FÍSICA E O CONCEITO DE
CULTURA
O CORPO NO TEMPO, ESPAÇO E CIBERESPAÇO
Monografia apresentada à Rede de Ensino
UNIVEST como parte dos requisitos para a
obtenção do título de especialista em Gestão
de Tecnologias Aplicadas á Educação, sob a
orientação Professor Mestre Maria do
Carmo Machado de Souza.
Orientação: Profª. MSc. Maria do Carmo Machado de Souza
2
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ANDERSON JOSÉ MOURA DE CAMPOS
EDUCAÇÃO FÍSICA E O CONCEITO DE
CULTURA
O CORPO NO TEMPO, ESPAÇO E CIBERESPAÇO
Esta monografia foi apresentada à Rede de
Ensino UNIVEST foi julgada adequada
como parte dos requisitos para a obtenção
do título de especialista em Gestão de
Tecnologias Aplicadas à Educação
Orientador (a): Profª. Msc Maria do Carmo
Machado de Souza.
Brusque (SC)........../........./2006.
.....................................................................
Profª. Msc Maria do Carmo Machado de Souza
3
Brusque, 2006.
AGRADECIMENTOS
Direta ou indiretamente, muitas pessoas contribuíram nesta longa
jornada, porém, em especial gostaria de agradecer:
A todos os alunos de e série da Escola de Educação Básica
João Hassmann;
A todos os alunos de 3ª, 4ª, 6ª, série, turma A, da Escola de
Ensino Fundamental Professor José Vieira Côrte;
A todos os alunos da série da Escola de Ensino Fundamental
Professor José Vieira Côrte com quem muito aprendi e pouco
pude ensinar;
A Professora Orientadora Maria do Carmo Machado, sempre
disposta a ajudar;
A Gislaine dos Santos, Azenir Deichmann, Murilo Colzani,
Professores Motivadores do Espin
1
da Escola de Educação
Básica João Hassmann;
A Rui Alan Bernardi e Wander Kniss Dias, Professores
Motivadores do Espin da Escola de Ensino Fundamental
Professor José Vieira Côrte.
Alcino César da Silva e sua esposa Alessandra Nolli da Silva,
amigos que durante essa longa jornada estão sempre ao meu
lado. A você também Luise.
Aos companheiros do SINSEB, sem vossa colaboração essa
obra, certamente, não se realizaria.
1
Espin: Espaço Pedagógico Informatizado, Projeto de Informática aplicada à Educação,
desenvolvido no Município de Brusque/SC.
4
Dedico o presente trabalho à:
Minha esposa Luciane, que em tempos difíceis, é a única razão
para que me sinta confiante e lutando pela educação;
Meus filhos Cássio e Nathália que com paciência, admiração e
respeito, acompanharam e aguardaram este momento;
Meu Pai Arlei (em memória) que muito tempo fez de um
menino um homem e, hoje, a saudade da distância é a certeza do
amor que nos une eternamente;
Minha Mãe Lizete que com paciência e sabedoria, inerente a
toda a mulher, me ensinou a amar, ouvir e respeitar as
diferenças;
Meus irmãos Chelton e Éderson. Mesmo com nossas imensas
diferenças os amo muito e sei que sou correspondido.
5
“... A cultura escolar e a Educação Física aparecem como pontos
nevrálgicos onde se expressa o controvertido conceito de
identidade. Nesse lugar privilegiado, a identidade expressa sua
enorme intensidade no interior da escola, encarnadas nos sujeitos
que percorrem trajetórias, realizam as práticas e enunciam
discursos sociais, dotando-os, negociados, disputados pelos
protagonistas do dia-a-dia escolar, tecendo complexas tramas
vinculantes, ancoradas em um tempo e espaço específicos. Assim,
a identidade se constrói e reconstrói em meio a processos sociais
superpostos que se engendram dentro das instituições
escolares...”.
2
(VAGO/CACHORRO. 2003, p.191).
2
Na obra “A Educação Física no Brasil e na Argentina Identidade, desafios e Perspectivas” os professores
Tarcísio Mauro Vago (Brasil) e Gabriel Cachorro (Argentina) fazem um excelente ensaio a respeito da Educação
Física e a cultura escolar.
6
RESUMO
Este trabalho surgiu de muitos estudos realizados na área de
Educação Física e de minha prática pedagógica na Escola de
Educação Básica João Hassmann e Escola de Ensino
Fundamental Professor José Vieira Corte, escolas municipais
da cidade de Brusque/SC. A partir das reflexões acerca dos
elementos que constituem um projeto de pesquisa e das
possibilidades de aplicá-lo, sendo o mesmo desenvolvido nas
escolas onde exerço minha prática docente. Isto posto, o
presente estudo tem por objetivo construir criticamente uma
visão da história do corpo do indivíduo através do tempo
histórico e do espaço escolar culminando com a pós-
modernidade e o Ciberespaço. Segundo Soares: ¨...a
Educação Física no Brasil possuiu uma influência
avassaladora da cultura Européia que, em um primeiro
momento necessitava da formação de patriotas...”.
3
O Corpo
em serviço e a serviço do Capitalismo e suas várias
metamorfoses, aprisionou o corpo histórico/social e o tornou
dependente, de um sistema alienador e consumista. Gerações
de consumo estão sendo formadas. Passam pelos Bancos
Escolares e, esses, inertes, reproduzem voluntária ou
involuntariamente o modelo vigente. Foucault (1979)
questiona o poder e o corpo a serviço do mesmo sistema,
vigilante, punitivo e dominador. Sua dominação se perpetua e
transforma-se em controle do corpo histórico e cultural
4
. Com
a evolução humana, avançasse o pensamento filosófico.
...Pela primeira vez na história da humanidade, a maioria
das competências adquirida por uma pessoa no começo de
seu percurso profissional será obsoleta no fim de sua
carreira...” (LEVY, 1998). Nítido sinal de mudanças na
postura do homem e seu corpo capitalista industrial que parte
para uma nova etapa de sua evolução: o homem torna-se
tecnológico e navega pelo ciberespaço. A concepção teórico-
metodológica que norteou este trabalho foi à perspectiva
sócio-interacionista que enfatiza a necessidade de articular as
mediações no processo de ensino/aprendizagem partindo
sempre do conhecimento prévio do aluno, sua elaboração e
forma de sistematizá-los para a elaboração e (re) construção
do conhecimento novo.
Palavras chave: Educação Física; Tecnologia; Cultura.
3
Ver Carmem Soares, 2004, pp 5-6, Educação Física, Raízes Européias no Brasil.
4
Foucault faz uma análise rica e esclarecedora em seu livro A microfísica do Poder. (Graal, 1979).
7
ABSTRACT
This work appeared of many studies accomplished in the area
of Physical education and of my pedagogic practice in the
School of Basic Education João Hassmann and School of
Teaching Fundamental Teacher José Vieira Cuts, municipal
schools of the city of Brusque/SC. starting from the
reflections concerning the elements that constitute a research
project and of the possibilities to apply him/it, being the same
developed at the schools where I exercise my educational
practice. This position, the present study has for objective to
build a vision of the history of the individual's body critically
through the historical time and of the school space
culminating with the powder-modernity and the Cyberspace.
According to Soares: ¨...the Physical education in Brazil
possessed an overpowering influence of the European culture
that, in a first moment he/she needed the formation of
patriots...”. The Body in service and to service of the
Capitalism and their several metamorphoses, it arrested the
body histórico/social and it turned him/it dependent, of a
system alienator and consumerist. Consumption generations
are being formed. They go by the School Banks and, those,
inert; they reproduce volunteer or involuntarily the effective
model. Foucault (1979) it questions the power and the body to
service of the same system, vigilant, punitive and ruler.
His/her dominance is perpetuated and he/she becomes control
of the historical and cultural body. With the human evolution,
it advanced the philosophical thought. “... For the first time in
the humanity's history, most of the competences acquired by a
person at the beginning of his/her professional course will be
obsolete at the end of his/her career...”, (LEVY, 1998). Clear
sign of changes in the man's posture and his/her industrial
capitalist body that it leaves for a new stage of his/her
evolution: the man becomes technological and it navigates for
the cyberspace. The theoretical-methodological conception
that it orientated this work went to the perspective partner-
interacionista that emphasizes the need to articulate the
mediations in the ensino/aprendizagem process always
leaving in the student's previous knowledge, his/her
elaboration and way of systematizing them for the elaboration
and (reverse) construction of the new knowledge.
Words key: Physical education; Technology; Culture.
8
SUMÁRIO
LISTA DE IMAGENS
Figura 1 – Charge geração net
39
Figura 2 – Logotipo Espin
48
Figura 3 – Capa Projeto Educação Física
JOHAS
60
Figura 4 – Capa Trabalho Grupo Gregos
64
Figura 5 – PPW - Histórico
64
Figura 6 – PPW – Continuação Histórico
65
Figura 7 – PPW - Continuação Histórico
65
Figura 8 – PPW – Matriz Filosófica
65
Figura 9 – PPW – Significado Corporal
66
Figura 10 – PPW – Destaque do Grupo
66
Figura 11 – PPW - Imagens
66
Figura 12 – PPW - Conclusão
67
Figura 13 – PPW – O grupo – Quem somos
67
Figura 14 – Fórum Educação Física – Link
68
Figura 15 – Sala Virtual/Espin/Claroline
69
Figura 16 – Debate Virtual
69
Figura 17 – Fórum dos alunos JOHAS
69
Figura 18 – Trabalhos propostos via e-mail
70
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
12
CAPÍTULO I
1. História da Educação Física
14
1.1 As diferentes culturas e a história das
atividades físicas
16
1.2 A Educação Física no Brasil
22
1.2.1 Educação Física Higienista
23
1.2.2 Educação Física Militarista
24
1.2.3 Educação Física Pedagogicista
24
4
1.2 4 Educação Física Competitivista
25
1.2.5 Educação Física Popular
26
1.2.6 A (in)visibilidade da Educação Física
26
1.2.7 A necessidade de profissionalização
29
1.3 A realidade do meio social Brusquense
30
CAPÍTULO II
2. A fundamentação Teórica das novas
tecnologias. O projeto Espin
O projeto Espin
34
2.1 Uma pequena introdução
34
2.2 Pressupostos teóricos
34
2.3 Sociedade da informação e comunicação
35
2.4 A educação na sociedade da informação
39
2.5 Os programas de informação da educação
41
2.6 O programa de informática no Brasil
42
2.7 O programa de informática em Brusque/Sc 45
CAPÍTULO III
3. Da teoria a práxis, uma nova visão sobre
velhos paradigmas
52
3.1 A matriz filosófica: Materialismo
Histórico Dialético
53
3.1.1 A doutrina de Marx e Engels
53
3.1.2 A educação em Marx e Engels
53
53
4. Concepção Pedagógica Histórico-Cultural:
A educação em Vygotsky
55
5. Tecnologia e a Educação Física no caminho
do conhecimento
60
5.1 Concepção de conhecimento, o desafio
60
5.2 O trabalho proposto, apropriado e
construído
61
5.3 Concepção de ensino
63
5.4 O papel do professor
67
10
5.5 O papel do aluno
70
6. Conclusão
72
Referências Bibliográficas
75
Bibliografias disponíveis e consultadas entre
fevereiro de 2005 a março de 2006
75
Bibliografias do capítulo II, disponíveis e
consultadas entre fevereiro de 2005 a março
de 2006
77
Revistas disponíveis e consultadas entre
fevereiro de 2005 a março de 2006
84
Bibliografias on-line disponíveis e
consultadas entre fevereiro de 2005 a março
de 2006
84
11
INTRODUÇÃO
Neutralidade não é a intenção do presente trabalho. Nem serie
possível haja vista as circunstâncias e intenções políticas do
momento histórico vivido.
O presente trabalho surge, de forma ímpar, da necessidade de
pesquisar a utilização do corpo físico e social, enquanto
instrumento de domínio e dominação, através do tempo,
espaço e, hoje, no ciberespaço nos diferentes períodos da
história humana.
A proposta de trabalho que se segue tem por objetivo a
percepção e apropriação do corpo temporal e histórico e sua
atual condição na sociedade pós-industrial e tecnológica pois,
“...a busca na visão Vygotskiana em que todos nós nascemos
em um mundo social e formamos uma visão desse mundo através
da interação com adultos ou crianças mais experientes. A
construção do real é mediada pela interpessoalmente antes de sua
internalização. Sendo assim, tal fenômeno precede do social para
o individual ao longo de nosso desenvolvimento. O aluno constrói
por meio de ações efetivas (afetivas) ou mentais sobre conteúdos
de sua aprendizagem. É sim, uma construção social...”.
5
Tal percepção parte dos alunos das unidades escolares em que
leciono, enquanto agentes sociais.
Enfim, surge à necessidade de resignificar a Educação Física
epistemologicamente.
5
Rego, Teresa Cristina, Vygotsky: Uma perspectiva histórico- cultural da Educação.1995.
12
É mister a necessidade de repensar a prática pedagógica da
Educação Física, analisando, internalizando e resignificando
sua história e prática pedagógica nas unidades escolares.
Ora, a prática da educação física, nas escolas, vive momentos
de total confusão epistemológica. Nós, profissionais de
Educação Física, buscamos identidade pedagógica,
valorização profissional como educadores e não como simples
amestradores de corpos inertes e quase sem vida em bancos
escolares pelo País afora como nos lembra, com muita
propriedade, o Professor Lino Castellani Filho
6
.
A utilização das tecnologias a serviço da educação não é
exclusividade de pouco disciplinas, elencadas em uma
hierarquia social pré-determinada nas unidades escolares. Ela,
a tecnologia é conquista social, conquista de todos que nela
buscam significado e apoio pedagógico.
Associar a Educação Física às tecnologias e fazê-la tema de
debates, discussões, fóruns e outros meios é parte integrante
de um saber global e necessário a todos os alunos.
Usar as ferramentas disponíveis
7
, programas de computação,
domínio de ferramentas de trabalho e suas implicações.
Apropiar-se de nossa história, da mais remota a mais
moderna. Compreender o momento vivido e repensar o futuro
do corpo e sua associação às tecnologias no tempo/espaço
escolar muito próximo de nosso momento histórico. Analisar
6
O professor Lino Castellani Filho, em sua obra: Educação Física no Brasil: A história que não se conta, analisa
a história da Educação Física com embasamento histórico teórico de altíssimo nível, onde clama pela valorização
da classe e defende sua função pedagógica junto a Educação.
7
Com esse termo pretende-se uma associação aos softwares educacionais disponíveis, hoje, no mercado
tecnológico, associado à educação.
13
se o corpo, objeto de estudo da educação Física, passará de
um corpo rascunho para um corpo acessório como analisa
David Le Breton
8
.
O trabalho está dividido em três capítulos: I- A história da
Educação Física; II- A fundamentação teórica das Novas
Tecnologias; III Educação Física e as Novas Tecnologias:
um novo olhar sobre práxis pedagógica da disciplina, procura
relatar uma experiência vivida por este profissional com seus
alunos durante o ano letivo de 2005.
O corpo e a Educação Física, unos, se movimentam,
motivam-se, vivem e pesquisam sua própria história e
crescem conhecedores de si, de suas possibilidades, intenções
cinestésicas e culturais.
8
Em seu livro Adeus ao Corpo, David Le Breton faz uma analise consistente e apropriada do corpo e de sua
manipulação pelo sistema capitalista no atual momento histórico da humanidade.
14
CAPÍTULO I
1. A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
9
9
Fonte básica de pesquisa: www.cdof.com.br/história.
15
1.1 As diferentes culturas e a história da atividade física
Tudo começou quando o homem primitivo sentiu a
necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o
homem à luz da ciência executa os seus movimentos corporais
mais básicos e naturais desde que se colocou de pé: corre,
salta, arremessa, trepa, empurra, puxa e etc.
Avança a história, avança a necessidade da atividade corporal
como meio de subsistência, sobrevivência e controle espacial.
A seguir segue um pequeno relato da atividade física em
alguns povos através do tempo histórico e sua atividades:
a) CHINA - Como atividade física às origens mais remotas
da história fala de 3000 a.c. na China. Um certo imperador
guerreiro, Hoang Ti, pensando no progresso do seu povo
pregava os exercícios físicos com finalidades higiênicas e
terapêuticas além do caráter guerreiro.
b) ÍNDIA - No começo do primeiro milênio, os exercícios
físicos eram tidos como uma doutrina por causa das "leis de
Manu", uma espécie de código civil, político, social e
religioso. Eram indispensáveis às necessidades militares além
do caráter fisiológico. Buda atribuía aos exercícios o caminho
da energia física, pureza dos sentimentos, bondade e
conhecimento das ciências para a suprema felicidade do
Nirvana, (no budismo, estado de ausência total de
sofrimento).
16
O Yoga tem suas origens na mesma época retratando os
exercícios ginásticos no livro "Yajur Veda" que além de um
aprofundamento da Medicina, ensinava manobras
massoterápicas e técnicas de respirar.
c) JAPÃO - A história do desenvolvimento das civilizações
sempre esbarra na importância dada à atividade física, quase
sempre ligados aos fundamentos médico-higiênicos,
fisiológicos, morais, religiosos e guerreiros. A civilização
japonesa também tem sua história ligada ao mar devido à
posição geográfica além das práticas guerreiras feudais: os
samurais.
d) EGITO - Dentre os costumes egípcios estavam os
exercícios Gímmicos revelados nas pinturas das paredes das
tumbas. A ginástica egípcia valorizava o que se conhece
hoje como qualidades físicas tais como: equilíbrio, força,
flexibilidade e resistência. usavam, embora rudimentares,
materiais de apoio tais como tronco de árvores, pesos e
lanças.
e) GRÉCIA - Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou
e desenvolveu a atividade física foi à grega através da sua
cultura. Nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles, e
Hipócrates contribuíram e muito para a atividade física e a
Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação
corpo e alma através das atividades corporais e da música.
"Na música a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica
saúde ao corpo" Sócrates. É de Platão o conceito de
equilíbrio entre corpo e espírito ou mente. Os sistemas
metodizados e em grupo, assim como os termos halteres,
17
atleta, ginástica, pentatlo entre outros, são uma herança grega.
As atividades sociais e físicas era uma prática até a velhice
lotando os estádios destinados a isso.
Temos nesse período a idéia de atividade física que, segundo
o Professor Doutor Manuel Sergio, estava intimamente
ligadas ao dualismo de Platão
10
, mas não a idéia de uma
Educação Física voltada para a concepção científica como a
conhecemos hoje.
f) ROMA - A derrota militar da Grécia para Roma, não
impediu a invasão cultural grega nos romanos que combatiam
a nudez da ginástica. Sendo assim, a atividade física era
destinada às práticas militares. A célebre frase "Mens Sana in
Corpore Sano" de Juvenal vem desse período romano.
g) IDADE MÉDIA - A queda do império romano também foi
muito negativo para a atividade física e o corpo,
principalmente com a ascensão do cristianismo que perdurou
por toda a Idade Média. O culto ao corpo era um verdadeiro
pecado sendo também chamado por alguns autores, de a
“Idade das Trevas”. O dualismo de Platão, a serviço da Igreja
Católica Apostólica Romana, faz com que o corpo seja
combatido. O Mundo perfeito – Mundo das idéias onde habita
a perfeição sem pecados, onde habita o corpo perfeito; O
mundo imperfeito Mundo real é onde habita o pecado e o
corpo é o alvo preferido da referida instituição.
10
Manuel Sergio Vieira e Cunha, filósofo Português, A investigação epistemológica na ciência da motricidade
humana.
18
h) RENASCENÇA - Como o homem sempre teve interesse
no seu próprio corpo, o período da Renascença fez explodir
novamente a cultura física, as artes, a música, a ciência e a
literatura. A beleza do corpo, antes pecaminosa, é novamente
explorada surgindo grandes artistas como Leonardo da Vinci
(1452-1519), responsável pela criação utilizada até hoje das
regras proporcionais do corpo humano. Consta desse período
o estudo da anatomia e a escultura de estátuas famosas como,
por exemplo, a de Davi, esculpida por Michelângelo
Buonarroti (1475 - 1564). Considerada tão perfeita que os
músculos parecem ter movimentos. A dissecação de
cadáveres humanos deu origem à Anatomia como a obra
clássica "De Humani Corporis Fábrica" de Andrea Vesalius
(1514-1564). À volta de atividade física escolar se deve
também nesse período a Vitorio de Feltre (1378-1466) que em
1423 fundou a escola "La Casa Giocosa" onde o conteúdo
programático previa a atividade física.
i) ILUMINISMO - O movimento contra o abuso do poder no
campo social chamado de iluminismo surgido na Inglaterra no
século XVII deu origem a novas idéias. Como destaque dessa
época os alfarrábios apontam: Jean-Jaques Rousseau (1712-
1778) e Johann Pestalozzi (1746-1827). Rousseau propôs a
Educação Física como necessária à educação infantil.
Segundo ele, pensar dependia extrair energia do corpo em
movimento. Pestalozzi foi precursor da escola primária
popular e sua atenção estava focada na execução das
atividades física corretas.Surge, então, nesse período da
história a Educação Física
11
que segundo o filósofo Português
11
Nos períodos anteriores o termo Educação Física foi evitado de forma proposital. Foi usado o termo atividade
física com a intenção de datar o período da história em que a Educação Física surge como ciência da Motricidade
Humana.
19
Manuel Sérgio é “... ramo da pedagogia da ciência da
Motricidade Humana, ciência da compreensão e explicação da
conduta motora humana...”.
12
É nesse período da história que se evidência a intenção da
classe dominante em efetivar sua intenção quando ao corpo
físico e social que ingressa na nova ordem social promovida
pela dupla revolução: A revolução política Francesa e a
revolução econômica industrial Inglesa e Alemã. A Educação
Física passa a ser concebida como ciência e com uma
intenção nítida para a burguesia: controle.
j) IDADE CONTEMPORÂNEA - A influência na nossa
ginástica localizada começa a se desenvolver na Idade
Contemporânea e quatro grandes escolas foram as
responsáveis por isso: a alemã, a nórdica, à francesa, e a
inglesa. A alemã, influenciada por Rousseau e Pestalozzi, teve
como destaque Johann Cristoph Friederick Guts Muths (1759-
1839) considerado pai da ginástica pedagógica moderna. A
derrota dos alemães para Napoleão deu origem à outra
ginástica. A turnkunst, criada por Friederick Ludwig Jahn
(1788-1825) cujo fundamento era a força. "Vive Quem é
Forte", era seu lema e nada tinha a ver com a escola. Foi ele
quem inventou a barra fixa, as barras paralelas e o cavalo,
dando origem à Ginástica Olímpica. A escola voltou a ter seu
defensor com Adolph Spiess (1810-1858) introduzindo
definitivamente a Educação Física nas escolas alemãs, sendo
inclusive um dos primeiros defensores da ginástica feminina.
A escola nórdica escreve a sua história através de Nachtegall
(1777-1847) que fundou seu próprio instituto de ginástica
(1799) e o Instituto Civil de Ginástica para formação de
12
Palestra proferida no II Fórum Nacional de Educação Física, Rio de Janeiro, 2002.
20
professores de Educação Física (1808). Por mais que um
profissional de Educação Física seja desligado da história,
pelo menos algum dia ouviu falar em ginástica sueca, um
grande trampolim para o que se conhece hoje. Per Henrik
Ling (1766-1839) foi o responsável por isso levando para a
Suécia as idéias de Guts Muths após contato com o instituto
de Nachtegall. Ling dividiu sua ginástica em quatro partes: a
pedagógica - voltada para a saúde evitando vícios posturais e
doenças, a militar - incluindo o tiro e a esgrima, a médica -
baseada na pedagógica evitando também as doenças e a
estética - preocupada com a graça do corpo.
Alguns fundamentos ideológicos de Ling valem até hoje tais
como o desenvolvimento harmônico e racional, a progressão
pedagógica da ginástica e o estado de alegria que deve
imperar uma aula. Claro, isso depende do austral e o carisma
do profissional.
Um dos seguidores de Ling, o major Josef G. Thulin introduz
novamente o ritmo musical à ginástica e cria os testes
individuais e coletivos para verificação da performance.
A escola Francesa teve como elemento principal o espanhol
naturalizado Francisco Amoros Y Ondeano (1770-1848).
Inspirado em Rabelais, Guts, Jahn e pestalozzi, dividiram sua
ginástica em: Civil e Industrial, Militar, Médica e Cênica.
Outro nome francês importante foi G. Dêmey (1850-1917).
Organizou congresso, cursos (inclusive o Superior de
Educação Física), redigiu o Manual do Exército e também era
adepto à ginástica lenta, gradual, progressiva, pedagógica,
interessante e motivadora.
21
O método natural foi defendido por Georges Herbert (1875-
1957): correr, nadar, trepar, saltar, empurrar, puxar e etc.
A nossa Educação Física, a brasileira teve grande influência
na Ginástica Calistenia criada em 1829 na França por
Phoktion Heinrich Clias (1782-1854). Por sua vez, a escola
inglesa baseava-se nos jogos e nos esportes, tendo como
principal defensor Thomas Arnold (1795-1842) embora não
fosse o criador. Essa escola também ainda teve a influência de
Clias no treinamento militar.
l) A CALISTENIA - É por assim dizer, o verdadeiro marco
do desenvolvimento da ginástica moderna com fundamentos
específicos e abrangentes destinada à população mais
necessitada: os obesos, as crianças, os sedentários, os idosos e
também às mulheres. Calistenia, segundo Marinho (1980)
citado por Marcelo Costa, vem do grego Kallos (belo),
Sthenos (força) e mais o sufixo "ia". Com origem na ginástica
sueca apresenta uma divisão de oito grupos de exercícios
localizados associando música ao ritmo dos exercícios que
são feitos à mão livre usando pequenos acessórios para fins
corretivos, fisiológicos e pedagógicos.
Os responsáveis pela fixação da Calistenia foram o Dr. Dio
Lewis e a (A. C. M.) Associação Cristã de Moços com
proposta inicial de melhorar a forma física dos americanos
que mais precisavam. Por isso mesmo, deveria ser uma
ginástica simples, fundamentada na ciência e cativante. Em
função disso o Dr. Lewis era contra os métodos militares sob
alegação que as mesmas desenvolviam somente a parte
22
superior do corpo e os esportes atléticos não proporcionavam
harmonia muscular. Em 1860 a Calistenia foi introduzida nas
escolas americanas.
1.2 A Educação Física no Brasil
A Educação Física brasileira, segundo o professor Paulo
Ghiraldelli Jr.
13
passou por cinco tendências marcantes. Isso
não significa dizer que umas desapareceram quando outras se
estabeleceram, tanto as visíveis historicamente como as
invisíveis durante o processo histórico. Todas, de certa forma,
sobrevivem até os dias de hoje. Segue abaixo as tendências
marcantes na Educação Física no Brasil:
1.2.1 Educação Física Higienista (até 1930)
Com as leis abolicionistas, os negros, recém libertos, se
deslocaram para as cidades em busca de trabalho nas
primeiras indústrias que surgiram. As péssimas condições de
trabalho e a falta de saneamento básico em suas moradias
eram propícias ao surgimento de doenças. As autoridades,
preocupadas em garantir condições de saúde para a população
branca, providenciaram a vinda de médicos higienistas. Foi
dessa forma que se utilizou a escola para disseminar hábitos
de higiene e a Educação Física como a disciplina que melhor
viabiliza tal prática. Esta concepção ênfase à questão da
saúde, cabendo à Educação Física papel fundamental na
formação de homens sadios, fortes e dispostos à ação e,
13
Em sua obra: A Educação Física Progressista, o professor Paulo Ghiraldelli Jr. e seus colaboradores, analisam
com muita propriedade as fases da Educação Física em nosso País. Base dos postulados acima editados.
23
também, ser agente de saneamento público, na busca de uma
sociedade livre de doenças infecciosas e dos vícios que
deterioravam a saúde e o caráter dos homens. Os métodos
utilizados eram a Ginástica Calistênica e o Método Alemão.
1.2.2 Educação Física Militarista (1930-1945)
Período compreendido entre a Revolução de 30 e o fim da
Guerra Mundial. Foi nesse cenário que se estabeleceu essa
concepção visando impor, a toda a sociedade, padrões de
comportamento estereotipados, frutos da conduta disciplinar
própria do regime militar. Também se preocupou com a
saúde, mas o objetivo fundamental da Educação Física
militarista foi à obtenção de uma juventude capaz de suportar
o combate, a luta a guerra. Nesse período o método francês de
ginástica, que havia sido adotado pelo exército brasileiro na
década de 20, Foi adotado nas escolas. Segundo o professor
Lino Castellani Filho
14
A Educação Física Brasileira segue os
postulados Comteano e seu positivismo pragmático.
1.2.3 Educação Física Pedagogicista (1945 – 1964)
Foi à concepção do pós-guerra, que reclamou da sociedade a
necessidade de encarar a Educação Física, não somente com
uma prática capaz de promover a saúde ou de disciplinar a
juventude inserida no currículo escolar. Assim como a
Higienista, ela foi concebida sob o pensamento liberal e
buscou no modelo norte-americano (nas teorias psicológicas e
14
O professor Lino Castellani Filho em sua obra, “Educação Física no Brasil a história que não se conta.”
temos uma leitura muito feliz desse momento histórico e sua influência nos bancos escolares até hoje.
24
sociológicas da Escola Nova) sua base de sustentação teórica.
A Educação Física tornou-se o “centro vivo” da escola
pública e advogou a “educação do movimento” utilizando a
ginástica, a dança e o desporto com meio de educação do
aluno. A Educação Física Desportiva Generalizada foi o
método que se estabeleceu nesse período, destacando o valor
educativo do jogo.
1.2.4 Educação Física Competitivista (pós 64)
O processo de esportivização da Educação Física fora
iniciado anteriormente, porém a ideologia do
“desenvolvimento com segurança” e a divulgação pelos meios
de comunicação acelerou a expansão do esporte em todo país.
Neste período de ditadura militar, a Educação Física estava a
serviço da hierarquização e da elitização social, voltada para o
culto do atleta herói, aquele que, a despeito de todas as
dificuldades, chegou ao pódio. A Seleção para turmas de
treinamento era a preocupação dos professores. Passou-se a
buscar a especialização dos alunos num esporte específico,
reduzindo desta forma a Educação Física, ao “desporto de alto
nível” capaz de brindar o país com medalhas olímpicas.
Percebe-se nitidamente a preocupação biológica, por parte dos
profissionais da época. Em nenhum momento nos postulados
lidos percebe-se a inclusão de grupos no processo de
educação. Percebe-se uma elitização voluntária e deliberada.
25
1.2.5 Educação Física Popular (após II Guerra Mundial)
Sustentava-se basicamente numa “teorização”, transmitida
oralmente entre gerações de trabalhadores deste país. Não
pretendia ser disciplinador de homens e muito menos estava
voltada ao incentivo da busca de medalhas, servindo aos
interesses daquilo que os trabalhadores historicamente vêm
chamando de “solidariedade operária”.
Na década de 80 constatou-se que o modelo atual de
Educação Física não transforma o Brasil em um país
olímpico. Criou-se, então uma profunda crise de identidade,
configurando a necessidade de mudança nos rumos da
Educação Física. Brasileira. Profissionais da área,
empenhados em “práticas alternativas” questionavam seu
papel com componentes curriculares e buscavam em outras
ciências, como Psicologia, a Filosofia e Sociologia. Outros
conceitos para legitimar a Educação sica Escolar,
originando uma mudança no enfoque. Ao invés da função
técnico-deportivo passou-se a viabilizar outras possibilidades
como: a educação do movimento pelo movimento, a
psicomotricidade e os enfoques crítico-social e emancipatória.
1.2.6 A (in) visibilidade da Educação Física (O processo
histórico no Brasil)
a) Os Índios - Os primeiros habitantes, os índios, deram
pouca contribuição a não ser os movimentos rústicos
26
naturais tais como nadar, correr atrás da caça, lançar, e o
arco e flecha. Na suas tradições incluem-se as danças,
cada uma com significado diferente: homenageando o sol,
a lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos etc.
Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de
troncos entre outras que não foram absorvidas pelos
colonizadores. Sabe-se que os índios não eram muito
fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo.
b) Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o
Brasil para o trabalho escravo e as fugas para os
Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra os
capitães-do-mato, homens a mando dos senhores de
engenho que entravam mato adentro para recapturar os
escravos. Com o instinto natural, os negros descobriram
ser o próprio corpo uma arma poderosa e o elemento
surpresa. A inspiração veio da observação da briga dos
animais e das raízes culturais africanas. O nome capoeira
veio do mato onde se entrincheiravam para treinar. "Um
estranho jogo de corpo dos escravos desferindo coices e
marradas, como se fossem verdadeiros animais
indomáveis". São algumas das citações de capitães-do-
mato e comandantes de expedições descritas nos poucos
alfarrábios que restaram. Rui Barbosa mandou queimar
tudo relacionado à escravidão.
c) Brasil Império - Em 1851 a lei de N 630, inclui a
ginástica nos currículos escolares. Embora Rui Barbosa
não quisesse que o povo soubesse da história dos negros,
preconizava a obrigatoriedade da Educação Física nas
27
escolas primárias de secundárias praticadas quatro vezes
por semana durante trinta minutos.
d) Brasil República - Essa foi uma época onde começou a
profissionalização da Educação Física. As políticas
públicas foram temas de debates e desavenças no cenário
nacional, fortemente influenciada pelo positivismo
Comteano. A Educação Física ,sempre questionada pela
elite dominante brasileira, que a como uma atividade
própria para os operários da nova ordem econômica
vigente no País. Daí sua indexação as grades curriculares
escolares onde habitam a maioria dos filhos de operários.
Até os anos 60 o processo ficou limitado ao
desenvolvimento das estruturas organizacionais e
administrativas específicas tais como: Divisão de
Educação Física e o Conselho Nacional de Desportos.
Os anos 70, marcados pela ditadura militar, a Educação Física
era usada, não para fins educativos, mas de propaganda do
governo sendo todos os ramos e níveis de ensino voltado para
os esportes de alto rendimento. Frases de efeito eram
lembradas com grande fervor nos bancos escolares e pelo País
afora: “BRASIL: AME-O OU DEIXE-O”, “ESSE É UM
PAÍS QUE VAI PRA FRENTE...”, “EU TE AMO MEU
BRASIL, EU TE AMO...”.
15
Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à
procura de propósitos voltados à sociedade. No esporte de
alto rendimento a mudança nas estruturas de poder e os
15
Bordões que eram vinculados diariamente, em rádios e jornais da época, com a nítida finalidade de
condicionamento para a nova ordem que se estabelecia: O controle militar sobre o povo. A Educação Física seria
de grande valia, neste período da história, a serviço de um propósito ideológico.
28
incentivos fiscais deram origem aos patrocínios e empresas
podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma boa
geração de campeões das equipes Atlântica Boa Vista,
Bradesco, Pirelli entre outras.
Nos anos 90 o esporte passa a ser visto como meio de
promoção à saúde acessível a todos manifestada de três
formas: esporte educação, esporte participação e esporte
performance.
A Educação Física finalmente regulamentada é de fato e de
direito uma profissão a qual compete mediar e conduzir todo
o processo.
1.2.7 A necessidade de profissionalização
16
A lei de diretrizes e Bases, promulgada em 20 de dezembro de
1996, buscou transformar o caráter que a Educação Física
assumiu nos últimos anos. O artigo 26, em seu parágrafo 3º,
diz:
“...a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
componente curricular da educação básica, ajustando-se ás faixas
etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos
cursos noturnos...”. (LDB/1996).
O artigo acima não garante legalmente a Educação Física com
disciplina efetiva da Educação Nacional. Muito pelo
contrário, deixa uma laguna grande na garantia constitucional
da Educação Física enquanto segmento ligado à Educação
pois a proposta acima, deixa de forma clara e objetiva que a
16
www.pt.wikipedia.org
29
Educação Física terá sua garantia de permanência no
segmento educacional enquanto estiver garantido em grade
curricular própria das unidades escolares e aprovado pelos
Conselhos Estaduais e Municipais de Educação e a mercê das
Políticas Públicas e suas conveniências ideológicas.
1.3 A realidade do meio social Brusquense
17
A Educação Física, através da história, coma foi
demonstrado, teve a tendência de formar Patriotas, função
também atribuída a Escola. Indivíduos fortes, ágeis, aptos,
disciplinados, corpo atlético e adaptados à proposta social
dominante. Ora, em nossa realidade não há motivos para
que se siga outro caminho. (grifo do autor).
Enfocar a Educação Física com uma identidade escolar é o
nosso grande desafio para o novo milênio. Enfoca-la com uma
proposta pedagógica mediadora e significativa, definida e
sustentada pelas teorias educacionais produzidas
historicamente.
“...Conceituar Educação Física como: um termo composto por
dois elementos: Educação que vincula a um determinado conjunto
de práticas sociais e físicas que o circunscreve ao domínio daquilo
que se entende por físico...”.
18
...Ora, educação é um processo dinâmico e sendo assim,
necessidade de constante busca de (re) significação dos
conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade que
constituem o referencial teórico prático da Educação Física
Escolar...”.
19
17
Proposta Curricular da rede municipal de Educação do Município de Brusque
18
Kolyaniak, Educação Física - uma introdução, 1996.
19
Proposta Curricular do Município de Itajaí.
30
No município de Brusque, o ensino da disciplina de Educação
Física, era ministrado de acordo com a formação profissional
de cada profissional e sua busca pela formação continuada,
suas crenças e desejos de conhecimento.
Suas crenças projetaram alguns planejamentos diferenciados,
mas em sua maioria eram práticas esportivas fracionadas e
reducionistas, ministradas bimestralmente.
Sempre houve por parte dos dirigentes da área a troca de
experiência profissional, mas não houve a sistematização das
mesmas com fundamentação teórica para sua sustentação
pedagógica.
Uma proposta de Educação Física foi sistematizada para
Educação Infantil que passou a ser atendida através de um
projeto.
20
Temos garantido, em grade curricular, a disciplina de
Educação Física para o Ensino Fundamental com três aulas
semanais e com duas aulas semanais para a Educação Infantil
e o espaço destinado ao Ensino Médio não está mais
contemplado em grade própria.
A Educação Física municipal está estruturada em duas partes
que segue: Educação Física Curricular
21
e Educação Física
Extracurricular. A primeira segue buscando uma linha
ideológica para se fortalecer e permanecer viva e valorizada
no ambiente escolar. Muitas práticas desarticuladas e uma
falta maior de fundamentação teórica metodológica por parte
20
Sistematização das ações da rede municipal de ensino de Brusque, 2000. Páginas 29, 30,31,32. SEME.
21
Proposta Curricular da Rede Municipal de Ensino de Brusque/SC, SEME, 2003, pg 129 a 146.
31
dos profissionais fazem com que a Educação Física Escolar de
Brusque não possua uma identidade epistemológica. A
Segunda, através de projetos de extensão como: CAPOEIRA,
PROJETO ADEB, FESTIVAIS DE MANIFESTAÇÃO
CULTURAL
22
, que exercem função extracurricular na busca
da ocupação e estímulo ao discente mas que a meu ver
totalmente desarticulada da realidade histórica vivida. Um dos
fatores que aponto é a separação das secretarias de Educação
e Esportes na atual gestão (2001/2004-2005/2008).
22
Grifo do autor por entender que tais práticas são importantes mas não vivem isoladas do meio pedagógico
curricular, tônica que, no momento histórico vivido em nosso meio político/social/histórico, parecem ser
prioridade.
32
CAPÍTULO II
2. A FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DAS NOVAS
TECNOLOGIAS:
O projeto Espin
33
2.1 Uma pequena introdução
Neste capítulo a intenção é fundamentar a ação do projeto
ESPIN na cidade de Brusque e suas implicações pedagógicas
nas unidades escolares. Buscamos nos postulados do
Professor Rogério Santos Pedroso
23
o embasamento teórico
para a proposta de trabalho associando a disciplina de
Educação Física e o uso das Novas Tecnologias, na busca de
uma identidade epistemológica para a disciplina em questão e
a quebra de paradigmas tradicionais que tanto tempo
rotulam a área de Educação Física principalmente em sua
aplicação escolar .
2.2 Pressupostos teóricos
“...O ciberespaço, interconexão dos computadores do planeta,
tende a tornar-se a principal infra-estrutura de produção,
transação e gerenciamentos econômicos. Será em breve o principal
equipamento coletivo internacional da memória, pensamento e
comunicação. Em resumo, em algumas dezenas de anos, o
ciberespaço, suas comunidades virtuais, suas reservas de imagens,
suas simulações interativas, sua irresistível proliferação de textos e
de signos, será o mediador essencial da inteligência coletiva da
humanidade. Com esse novo suporte de informação e de
comunicação emergem gêneros de conhecimento inusitados,
critérios de avaliação inéditos para orientar o saber, novos atores
na produção e tratamento dos conhecimentos. Qualquer política de
educação terá que levar isso em conta...”.(LÉVY, 2000, p. 167).
“...O governo, nos níveis federal, estadual e municipal, tem o papel
de assegurar o acesso universal às tecnologias de informação e
comunicação e a seus benefícios, independentemente da localização
geográfica e da situação social do cidadão...”. (BRASIL, 2000, p.
11).
23
Os postulados a que se refere o texto, supra citado, constam na Monografia de Especialização em Informática
na Educação, Professor Rogério Santos Pedroso ([email protected]), Orientador Pedagógico do Projeto
Espin, Secretaria de Educação do Município de Brusque.
34
“...Na sociedade atual, em virtude da rapidez com que temos que
enfrentar situações diferentes a cada momento, cada vez
utilizamos mais o processamento multimídico...”. (MORIN,
2000, p. 20).
2.3 Sociedade da informação e comunicação
“O século XX foi marcado por um desenvolvimento acelerado da
tecnologia eletrônica, com atenção especial para a informática, o
computador e a Internet, dentro do que atualmente,
denominamos tecnologias de comunicação e informação. Todo
esse processocontinuidade à tentativa do homem de dominar e
intergerir nos mecanismos da natureza e nos modos de vida
existentes”. (CARNEIRO, 2002, p. 11).
A civilização humana, desde seus primeiros passos no planeta
Terra, vem criando tecnologias diversas, principalmente nas
áreas de informação e de comunicação para agilizar as
diferentes relações desenvolvidas pelo homem (eu/mundo, eu/
outro), superando limites de tempo e de espaço e aumentando
sua capacidade de energia e velocidade. Mcluhan (2003),
Câmara (1999, p. 25), Burke (2003) citam diferentes
tecnologias criadas pelo homem (a palavra falada e escrita, a
roda, a estrada, o papel, o número, o vestuário, a imprensa de
Gutenberg, a fotografia, a eletricidade, o telégrafo, o rádio, o
telefone, o cinema, a televisão, vídeo, a DVD, etc) que
segundo Mcluhan (2003, p. 108-109) "são extensões de nosso
sistema físico e nervoso" bem como do nosso sistema mental.
Breton (1991, p. 123) afirma que a complexidade das
organizações e a necessidade das instituições governamentais
- militares principalmente - e de empresas privadas
possibilitaram volumosos investimentos em pesquisa para
agilizar o processamento, gerenciamento e automação de
informações, fez com que na segunda metade do século XX,
quando o mundo passava por experiências traumáticas
35
(Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria), que impulsionaram
pesquisas, convergindo interesses científicos e militares para a
criação "em junho de 1948" do primeiro computador,
conforme Breton (1991, p. 109). E Mcluhan (2003, p. 63)
alerta, com muita competência e clareza, na sua reflexão que
qualquer invenção ou tecnologia "exige novas relações e
equilíbrios entre os demais órgãos e extensões do corpo."
Segundo Rangel (1996a, p.90), o ambiente de medo criado
pela disputa armamentista nuclear, a corrida para dominar o
espaço, e o lançamento do foguete Sputnik, que levou ao
espaço o primeiro satélite artificial soviético em 1957,
forçaram o governo americano, através do Departamento de
Defesa, a criar no mesmo ano a Advanced Reseach Projects
Agency (ARPA), que em 1968 apresentou a ARPANET, a
primeira rede de comutação de pacotes através de diversos
nós. um casamento entre a telecomunicação e a
informática (telemática). É a gênese da Internet que
revolucionará o mundo. O escritor Willian Gibson, em 1984,
publica o livro "Neuromance", criando novos termos para
referir-se ao novo espaço e a nova realidade, são eles
"cyberspace", e "realidade virtual" (RANGEL, 1996b, p. 30),
respectivamente. Essas transformações levaram o casal
Toffler (1996, p. 19) dizer que estão "criando uma nova
civilização", onde a vida, segundo Negroponte (2000, p. 158),
será uma "vida digital" e nascerá um novo homem, que o
historiador Hobsbawn (2000, p. 126) chama de "homo
globalizatus". Esse novo homem viverá numa nova cultura,
que Lévy (2000, p. 17) chama de "cibercultura". Essas
transformações estão trazendo e irão trazer ainda profundas
mudanças na vida econômica, política, social e cultural do
36
cidadão do século XXI, pois está nascendo uma nova
sociedade: a Sociedade da Informação.
Além desses desenvolvimentos tecnológicos, Moran (2000, p.
68) fala de um novo paradigma de ciência imposto como o
advento da física quântica, "em especial nas últimas décadas,
com o desmoronamento da proposição newtoniana-
cartesiana". A visão cartesiana que dominou todas as áreas do
conhecimento no século XIX e grande parte do século XX
não responde as exigências da comunidade científica e da
formação dos estudantes na sociedade moderna. Segundo
Moran (2000, p. 68), a "proposição mecanicista e reducionista
que levou à fragmentação - à divisão - é um procedimento
advindo do pensamento newtoniano-cartesiano, que vem
sendo superado pelo paradigma da sociedade do
conhecimento que propõe a totalidade."
A sociedade da informação está sendo levada a refletir sobre o
como o ser humano conhece, como se o conhecimento
dentro do ser humano. Sendo assim, "todos estamos
reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar;
reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico; a integrar
o individual, o grupal e o social" (MORAN, 2000, p. 61).
Diante desses novos dilemas os ambientes educacionais estão
sendo forçados a repensar seu papel num novo contexto.
Galvis (1997, p. 17) faz algumas previsões sobre os novos
ambientes educacionais apoiados nas novas tecnologias
afirmando:
Os ambientes edumáticos [educação apoiada na informática] e
teleinformáticos [telecomunicações unidas à informática]
37
multimídia estarão na ordem do dia, apoiado não somente em
ambientes multimídia interativos como os que conhecemos,
mas provavelmente em interfaces em linguagem natural, com
reconhecimento de padrões e com agentes inteligentes que
apóiem os trabalhos de pesquisa e exploração em bases
dispersas de dados, em sistemas de realidade virtual que
possibilitarão experiências insuspeitas onde e quando a gente
quiser; tudo no contexto de redes virtuais, nas quais navegar é
um modo comum de ação, e nas quais a resposta não é o
importante e sim saber obtê-la e agir a partir dela. Essa
sociedade da informação e comunicação coloca e colocará
cada vez mais informações à disposição das pessoas sem
limite de tempo ou espaço e isso criará dificuldades em:
“... conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de
acesso, com o aprofundamento da sua compreensão, em espaços
menos rígidos, menos engessados. Temos informações demais e
dificuldades em escolher quais são significativas para nós e em
conseguir integrá-las dentro da nossa mente e da nossa vida...”.
(Moran, 2000, p. 29).
No entanto, Morin (2000, p. 21) acredita que as "crianças e os
jovens estão totalmente sintonizados com a multimídia e
quando lidam com texto fazem-no mais facilmente com o
texto conectado através de links, de palavras-chaves, o
hipertexto”. Outro que reforça esta idéia é Tapscott (1999, p.
01) que afirma que esta a primeira geração a crescer
cercada pela mídia digital. Computadores podem ser
encontrados no lar, na escola, na fábrica e no escritório e
tecnologias digitais, como câmeras, videogames e CD-ROM
são lugares-comuns". Tapscott (1999, p. 3) chama esta
geração atual de "Geração-Net - Net Generation ou,
simplesmente N Gen." E essa geração do qual Don Tapscott
38
se refere são pessoas que em 1999 tinham entre 2 a 22 anos,
que apesar de nem todas terem acesso a Internet têm algum
grau de fluência no meio digital. Ela é singular porque ela está
"crescendo durante o alvorecer de um meio de comunicação
completamente interativo" (TAPSCOTT: 1999, p. 14).
Figura 1 - Charge: A Geração Net
Fonte: TAPSCOTT: 1999, p. 14
2.4 A educação na sociedade da informação
“...Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo
elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática. As
relações entre os homens, o trabalho, a própria inteligência
depende, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos
informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição,
criação, aprendizagens são capturadas por uma informática cada
vez mais avançada...”. (LÉVY, 1999. p. 7).
Na evolução da sociedade, percebemos uma relação direta
entre a complexidade social (família, clã, tribos, nação,
império), o desenvolvimento dos meios produtivos
(agricultura, pecuária, indústria, comércio, etc.) e o acesso, o
controle e o domínio tecnológico da informação. Toffler
(1980) e Lévy (1999) desenvolveram com grande
competência literário-científica estas relações. Mostrando que
as sociedades sobrevivem se tiver à capacidade de se
39
adaptarem às novas exigências que as necessidades impõem.
Atualmente a sociedade está organizada em quem tem ou não
tem o domínio e o controle da informação. Esta busca pelo
domínio e controle da informação impulsionou governo e
grandes empresas a investir no desenvolvimento de
tecnologias informacionais e comunicacionais, TIC, que
culminou com a criação do primeiro computador na
Inglaterra, em 1948, o “Manchester MARK 1” (BRETON,
1991, p.109). Estes enormes e caros engenhos eram
adquiridos por setores governamentais, principalmente o
exército, a aeronáutica, as universidades e as grandes
empresas. Na década de 70, segundo Lévy (1999, p.43) no
Silicon Valley, um grupo de jovens motivados pelo espírito da
“contra cultura”, como afirmou Carneiro (2002, p.17) criaram
longe dos ambientes universitários e das grandes empresas os
primeiro microcomputadores com objetivos de “instituir
novas bases para a informática” que estavam baseadas nos
mainframes, centralizadores e controladores da informação,
que ficavam no CPD, Centro de Processamento de Dados; e
“...como principal preocupação à democratização do acesso
à informação, [grifo do autor] mais que um desejo de
inovação...” (BRETON, 1991, p. 242).
O microcomputador, também conhecido com PC, personal
computer, nestes últimos trinta anos levou a informática para
os mais diversos setores da sociedade como as micro e
pequenas empresas, os escritórios, as escolas e finalmente
alcançou os lares. E isso foi possível com o avanço da
microeletrônica, a queda nos custos de produção baixando o
preço final e as multifunções que foram sendo incorporadas
40
ao PC: editores de texto, editores de imagens, som, vídeo, TV,
DVD, CD-ROM, jogos, etc.
Uma das últimas funções incorporadas pelo computador foi à
função de comunicação em redes de computadores
distribuídos mundialmente independente da diferença de
hardware, de plataforma, de porte e de software. A tecnologia
que permite esta proeza é chamada de Internet. Apesar de ter
nascido dentro de um contexto histórico conturbado Guerra
Fria, Corrida Armamentista Nuclear e a Corrida Espacial
em 1957 nos EUA foi criada a ARPA (Advanced Research
Projects Agency) para desenvolver tecnologia que permitisse
realizar comutação de pacotes através de diversos “nós”
(RANGEL, 1996
a
, p 90-93; 1996b, p. 70-74; Pavani, 1998, p.
25-26). Ela saiu dos restritos ambientes militares e
universitários em 1990 e chegou aos lares e empresas. Tudo
isto colocou um mundo imenso de informação na ponta do
dedo, com um clique do mouse.
2.5 Os programas de informatização da educação
Governantes de nações diferentes e com sensibilidades
diferentes sobre as grandes transformações que as NTIC estão
trazendo para os diversos setores da sociedade tomaram
providências para que ocorresse a universalização da
telemática (junção das tecnologias da telecomunicação com a
informática) na vida do cidadão. Para alcançar esta
universalização o setor educacional teria um papel
importantíssimo. Seria através das escolas nos seus diversos
níveis que ajudariam na socialização e domínio das NTIC.
41
2.6 O programa de informática no Brasil
A história da informática aplicada à educação no Brasil,
segundo Moraes (1997), teve início na década de 70, mais
especificamente 1971, no Seminário de Física onde se
discutiu o uso do computador; passando pela criação da SEI,
Secretaria Especial de Informática, que entre suas atribuições,
tinha o de "assessorar o Ministério da Educação e Cultura
(MEC) no estabelecimento de política e diretrizes para a
educação na área de Informática, com vistas à formação do
planejamento educacional na área" (CHAVES, 1999, p. 2).
Em 1982 o MEC buscou criar mecanismo que fomentasse
pesquisas para estudar o desenvolvimento de projetos nas
áreas de capacitação de recursos humanos, de
desenvolvimento de metodologia educacional apoiada nas
novas tecnologias (computador e redes) e desenvolvimento de
softwares educacionais.
O primeiro projeto brasileiro de informática na educação foi o
Projeto EDUCOM, que se propunha a fomentar a
"implantação experimental de centros-pilotos com infra-
estruturas relevantes para o desenvolvimento de pesquisas,
objetivando a capacitação nacional e coleta de subsídios para
uma futura política setorial". (MORAES, 1997, p. 23).
Em 1986, surgiu o Projeto FORMAR, que ofereceu curso de
especialização em Informática na Educação, em nível de pós-
graduação, lato sensu, realizado na UNICAMP, em 1987 e
1989.
42
Foram criados os Centro de Informática Educativa (CIED),
em 1987 para formar recursos humanos multidisciplinadores
nos estados brasileiros, para trabalhar com professores do
Ensino Fundamental e Médio (antigos I e II graus).
Em 1989, é instituído o Programa Nacional de Informática
Educativa (PRONINFE), com a finalidade de "desenvolver a
informática educativa no Brasil, através de projetos e
atividades, articulados e convergentes, apoiados em
fundamentação pedagógica sólida e atualizada ...". (Moraes,
1997, p. 27).
A Secretaria de Educação a Distância, SEED/MEC, em
novembro de 1996 lança o Programa Nacional de Informática
na Educação, PROINFO, (BRASIL ,1996, p. 7-8), com os
seguintes objetivos: Melhorar a qualidade do processo de
ensino-aprendizagem; Possibilitar a criação de uma nova
ecologia cognitiva; Propiciar uma educação voltada para o
desenvolvimento científico e tecnológico; Educar para uma
cidadania global numa sociedade tecnologicamente
desenvolvida.
Segundo as políticas de introdução da informática na
educação no Brasil, embora "...tenha sido influenciada pelos
acontecimentos de outros países, notadamente França e
Estados Unidos ..." (Valente e Almeida, 1997, p. 59) se deu
mais no sentido de evitar os erros que eles cometeram e
copiar os aspectos positivos. Como se pode observar nessa
trajetória informacional de mais de 30 anos, o Brasil não
obteve mais êxito por duas razões apontadas por Valente e
Almeida (1997, p 59).
43
São elas: a falta de um maior empenho na introdução da
informática na educação; um processo frágil e lento de
formação dos professores.
Diferença: “o programa brasileiro em relação aos outros
países, como França e Estados Unidos, é a questão da
descentralização das políticas. No Brasil as políticas de
implantação e desenvolvimento não são produtos somente de
decisões governamentais, como a França, nem conseqüência
direta do mercado como nos Estados Unidos” (VALENTE E
ALMEIDA, 1997, p. 52)
Diferença: “entre o programa brasileiro e o da França e
dos Estados Unidos é a questão da fundamentação das
políticas e propostas pedagógicas da informática na educação.
Desde o início do programa, a decisão da comunidade de
pesquisadores foi a de que as políticas a serem implantadas
deveriam ser sempre fundamentadas em pesquisas pautadas
em experiências concretas, usando a escola pública
prioritariamente,...” (VALENTE E ALMEIDA, 1997, p. 52)
Diferença: “é a proposta pedagógica e o papel que o
computador deve desempenhar no processo educacional.
Nesse aspecto o programa brasileiro de informática na
educação é bastante peculiar e diferente do que foi proposto
em outros países. No nosso programa o papel do computador
é o de provocar mudanças pedagógicas profundas ao invés de
‘automatizar o ensino’ ou preparar o aluno para ser capaz de
trabalhar com o computador.” (VALENTE E ALMEIDA,
1997, p. 52-53)
44
2.7 O programa de informática em Brusque/SC
A rede de ensino municipal de Brusque implantou e vem
implementando um projeto político pedagógico de
informática aplicada à educação deste 2001. Esse projeto se
chama Projeto ESPIN cuja nomenclatura quer dizer: ESpaço
Pedagógico Informatizado (grifo nosso) criado nas escolas
municipais de Brusque. O ESPIN é um espaço pedagógico
com recursos informacionais (PCs, impressoras, scanner,
gravadora de CD-ROM, digitalizadora de vídeo e som, TV,
vídeo, acesso à Internet e vários software) colocados à
disposição dos professores e alunos para desenvolverem suas
atividades curriculares buscando um novo paradigma
didático-pedagógico.
Esse projeto começou a ser montado no dia 08 de fevereiro de
2001, quando o recém empossado secretário municipal de
educação de Brusque, Prof. José Zancanaro, e sua equipe
formada pelo diretor de ensino Prof. Celerino Rauber, a
diretora de educação infantil profa. Marilisi F. S. de Souza e o
diretor administrativo Prof. Raul Amorin convidaram o Prof.
Rogério Santos Pedroso, então coordenador do MAPE, para
ser o Coordenador Pedagógico de Informática Aplicada à
Educação de Brusque. função até então inexistente na
estrutura pedagógica da secretaria. O convite foi feito graças à
sensibilidade para a gestão de recursos humanos manifestado
pela nova equipe que comanda a secretaria municipal de
educação (SEME), que já conhecia os resultados dos
trabalhos desenvolvidos no MAPE, e que era desejo da SEME
montar ambientes pedagógicos informatizados nas escolas
45
semelhantes ao do MAPE. Aceito o convite, foram definidas
as metas prioritárias para implantar o Projeto Pedagógico de
Informática Aplicada à Educação.
Ficaram definidas as seguintes metas prioritárias:
Criar os ESpaços Pedagógicos INformatizados
(ESPIN) nas escolas municipais e o Centro de
Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) da
Secretaria Municipal de Educação de Brusque (SEME);
Montar as Equipes de profissionais que irão trabalhar
no CTIC e nos ESPIN;
Montar a redação da fundamentação teórica do Projeto
Político Pedagógico de Informática para a rede
municipal de ensino de Brusque para ser apresentado,
discutido e aprovado pela equipe de Coordenação
Pedagógica da SEME, pelos diretores e orientadores
pedagógicos das escolas municipais e equipe ESPIN;
A coordenação do Projeto ESPIN trabalhará numa
escola e não na SEME, para estar cotidianamente
participando e acompanhando a implantação e a
implementação do projeto, permitindo assim "in loco"
realizar um "feedback" do processo. E a partir daí,
deslocar-se para as outras escolas para dar assistência e
apoio técnico e pedagógico.
Criação da função do "Professor-Motivador" para
trabalhar no ESPIN. Em cada escola municipal, serão
dois profissionais trabalhando no ESPIN, no período
matutino e no período vespertino. Esta condição
permitiu:
o Maior número de professores capacitados: criar um
número maior de profissionais capacitados para
trabalhar com as novas tecnologias;
o Segurança para a escola: dar maior segurança de
continuidade de trabalho para a escola. Caso um
profissional saia, o outro cobriria a falta até a
coordenação escolher e preparar um substituto;
46
o Continuidade das atividades: não permitindo
interrupção nas atividades de apoio informacional
para os professores e alunos que utilizam o ESPIN;
o Melhor gerenciamento humano para apoio aos
projetos pedagógicos apoiados em Multimídias
(criação de CD-ROM pedagógicos) e Hipermídia
(desenvolvimento e gerenciamento do site da
escola).
Capacitação Permanente: A equipe do ESPIN e do
CTIC terá capacitação permanente sobre: 01 - teorias
pedagógicas e NTIC; 02 - manutenção de hardware; 03
- conhecimento dos recursos dos diferentes softwares
comerciais e livres (aplicativos de apoio para projetos
multimídia e hipermídia e outros); conhecimento de
montagem de LAN e de servidor Linux de acesso e de
serviços de Internet. Estas capacitações aconteceriam
semanalmente sobre o comando do Coordenador
Pedagógico do Projeto ESPIN;
Participação em Eventos: A SEME, na medida do
possível, apoiará as equipes do ESPIN/CTIC, os
professores, os alunos, os diretores escolares e os
orientadores pedagógicos que venham a desenvolver
projetos pedagógicos apoiados nas NTIC para
participarem de eventos especiais (congressos,
seminários, jornadas e cursos) sobre as NTIC aplicadas
à Educação.
A idéia de chamar o projeto pedagógico de informática
aplicada à educação de ESPIN veio de uma discussão
pedagógica que aconteceu no final do ano 2000 na Escola de
Ensino Fundamental Oscar Maluche entre o professor
Rogério Santos Pedroso, que lecionava História nas 6ª, e
séries; e a diretora escolar Osnita Kuneski (Tita) enquanto
montavam a sala com computadores e discutiam sobre como
chamar este local.
Para evitar que mais uma tecnologia chegasse à escola e fosse
subusada, por não conhecer seu potencial multifuncional; ou
47
temida pelos professores na escola por desconhecimento, ou
por imaginar "mitologicamente" que o computador tudo pode,
tudo sabe e tudo resolve e que iria substituí-lo; foi criado o
ESPIN. Para evitar que o local onde fosse instalado se
tornasse um "templo sagrado" (tipo CPD), onde os
"sacerdotes" (técnicos ou especialistas em informática)
pudessem entrar e mexer é que foi evitado chamar de
"Laboratório de Informática", como era o costume em muitas
instituições de ensino particulares.
Figura 2 - Logotipo do ESPIN
Fonte: www.espin.com.br
Após alguns meses redigindo e corrigindo o texto com a
proposta de fundamentação teórica para o Projeto Pedagógico
de Informática Aplicada à Educação de Brusque, no dia 08 de
junho de 2001, foi apresentado à redação final do Projeto
ESPIN durante uma reunião geral entre secretário municipal
de educação, sua equipe pedagógica e todos os diretores das
escolas municipais na Escola de Ensino Fundamental Paquetá.
O Projeto ESPIN apresenta três justificativas gerais para sua
criação e implantação: justificativas legislacionais;
justificativas das políticas governamentais (níveis federal e
municipal); justificativas pedagógicas.
48
As justificativas legislacionais resgatam os artigos na
Constituição Federal do Brasil (Art. 205) e Estadual de Santa
Catarina (Art. 161), na Lei Orgânica do Município de
Brusque (Art. 199) e na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, LDB, (Art. e seu parágrafo e Art.
22) que deixam bem claro que o Estado, a família e toda a
sociedade devem oferecer uma educação que vise o "pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho".
As justificativas das políticas governamentais são um
levantamento dos documentos emitidos por diversos órgãos
de níveis federal e municipal que expressão preocupação e
definem ações na área de tecnologias informacionais
aplicadas à educação. Os documentos produzidos em nível
federal pesquisado foram:
A Sociedade da Informação no Brasil (Livro Verde),
publicado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. No
capítulo 04, Educação na Sociedade da Informação,
expressa claramente a sua preocupação com a
informatização do setor educacional, como forma
essencial para a sobrevivência da pesquisa científica no
Brasil, bem como, para manter a soberania tecnológica
do país;
O Programa Nacional de Informática na Educação,
PROINFO, lançado em 1996, no qual os governos
federal, estaduais e municipais, em parceria,
comprariam 100 mil computadores, para distribuir para
06 mil escolas públicas do território nacional, e fariam
conexão à Internet. Tiveram também preocupação com
a capacitação de 25 mil professores para que
soubessem usar as novas tecnologias da informação
como ferramenta pedagógica;
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, PCN em
1998. Esse documento fundamenta pedagogicamente a
importância da utilização das Tecnologias da
Comunicação e da Informação nas Escolas;
49
A Coleção Série de Estudos os temas Informática e
Formação de Professores e Projetos e Ambientes
Inovadores publicado pelo Ministério da Educação
(MEC), em 2000. Esses documentos fundamentam os
novos paradigmas da Educação, definindo novos
papéis pedagógicos para o professor e o aluno,
auxiliados pela tecnologia informacional.
E o documento produzido em nível municipal pesquisado foi:
O Plano de Governo (2001 - 2004), no item 4.3, do atual
governo municipal manifestou preocupação em implantar os
recursos informacionais nas escolas municipais, como
ferramenta pedagógica importante no processo de
ensino/aprendizagem. E colocar todo o Sistema Educacional
em rede utilizando a tecnologia da Internet para criar um
intranet e uma extranet, permitindo assim, a democratização
das informações educacionais (banco de dados) para qualquer
cidadão e o acesso em tempo real às informações referentes à
vida escolar.
As justificativas pedagógicas foram baseadas em diversos
autores que relacionam os pontos principais: melhorar a
qualidade do processo de ensino-aprendizagem; ampliar o
mundo da informação dos alunos e professores; ampliar o
instrumental didático-pedagógico para professores e alunos;
criar uma nova ecologia cognitiva na escola; e possibilitar a
capacitação contínua e permanente dos professores através de
cursos on-line.
50
CAPÍTULO III
3. DA TEORIA À PRÁXIS: UMA NOVA VISÃO SOBRE
VELHOS PARADIGMAS
A tecnologia e a Educação Física no caminho do
conhecimento
51
3.1 A Matriz Filosófica: Materialismo Histórico Dialético
3.1.1 A doutrina de Marx e Engels
O marxismo é o sistema das idéias e da doutrina de Karl Marx
e Friedrich Engels. Marx e Engels desenvolveram plena e
genialmente as três principais correntes ideológicas do século
XIX, nos três países mais avançados da humanidade: a
filosofia clássica alemã, a economia política clássica inglesa e
o socialismo francês, em ligação com as doutrinas
revolucionárias francesas em geral. O caráter notavelmente
coerente e integral das suas idéias, reconhecido pelos próprios
adversários - e que, no seu conjunto, constituem o
materialismo moderno e o socialismo científico moderno
como teoria e programa do movimento operário de todos os
países civilizados -, obriga-nos a fazer preceder a exposição
do conteúdo essencial do marxismo, a doutrina econômica de
Marx, de um breve resumo da sua concepção do mundo em
geral.
3.1.2 Educação em Marx e Engels
“Do sistema fabril (...) brotou o germe da educação do futuro, que
conjugará o trabalho produtivo de todos os meninos além de uma
certa idade com o ensino e a ginástica, constituindo-se em método
de elevar a produção social e no único meio de produzir seres
humanos”.
24
(Karl Marx, 1978, p. 103-125).
Uma das análises que Marx fez do sistema educacional de sua
época é de que o mesmo estava a serviço da classe dominante.
24
Caderno Pedagógico de Sociologia II, versão 2, UDESC, Curso de Pedagogia, Modalidade a Distância, 2003.
52
Ora, a educação uma vez a serviço da classe que domina
aliena e desumaniza a classe dominada. Combater a alienação
e a desumanização, é para Marx e Engels a principal função
da educação. Faz-se necessário aprender competências que
são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e
social do indivíduo.
Havia uma grande preocupação para o risco da escola ensinar
conteúdos unilaterais e a serviço de ideologias dominantes:
“...Sujeito a interpretações de partido ou de classes...”.
25
A educação deveria ser de cunho gratuito mas sem
atrelamentos às políticas de Estado. A educação deveria ser
simultaneamente intelectual, física e técnica. Tal concepção
chamada de “onilateral” diferiria da educação integral porque
esta tem uma conotação moral e afetiva que, para Marx e
Engels, não deveria ser função da escola mas sim da família
ou outros adultos.
Como não se aprofundou, em seus postulados,
especificamente à educação Marx e Engels deixaram
seguidores que fizeram tal análise.
Entre eles estão: O italiano Antonio Gramsci (1871-1937 -
Obras de Gramsci apoiadas nos fundamentos de Marx/Engels:
Conselhos de fábrica,1981; Conselhos de fábrica,
sindicatos e partidos, 1978; O Partido Comunista, 1987).
25
Revista Nova Escola, edição de dezembro de 2005, n 188, p. 32-33.
53
O ucraniano Anton Makarenko (1888 - 1939 - Obras de
Makarenko apoiadas nos fundamentos de Marx/Engels:
Poema Pedagógico, 1983; Conferências sobre Educação
Infantil, 1981).
4. Concepção pedagógica Histórico-Cultural: A educação
em Vygotsky
23
Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi
contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade
da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896, viveu na Rússia,
quando morreu, de tuberculose com trinta e sete anos de
idade. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento
do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico,
enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse
desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-
social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos
pela interação do sujeito com o meio.
As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de
conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem,
à questão cultural no processo de construção de significados
pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da
escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza
diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. Propõem
uma visão de formação das funções psíquicas superiores
como internalização mediada pela cultura.
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do
cérebro humano, colocam que o cérebro é a base biológica, e
23
www.centrorefeducacional.com.br/pensadores/vygotsky.html
54
suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o
desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam
sua idéia de que as funções psicológicas superiores (por ex.
linguagem, memória) são construídas ao longo da história
social do homem, em sua relação com o mundo. Desse modo,
as funções psicológicas superiores referem-se a processos
voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e
dependem de processos de aprendizagem:
a) Mediação: uma idéia central para a compreensão de suas
concepções sobre o desenvolvimento humano como processo
sócio-histórico é a idéia de mediação: enquanto sujeito do
conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos,
mas acesso mediado, através de recortes do real, operado
pelos sistemas simbólicos de que dispõe, portanto enfatiza a
construção do conhecimento como uma interação mediada
por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo
visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como
no construtivismo e sim, pela mediação feita por outros
sujeitos.
b) O outro social: pode apresentar-se por meio de objetos, da
organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o
indivíduo.
c) A linguagem: sistema simbólico dos grupos humanos,
representa um salto qualitativo na evolução da espécie. É ela
que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a
mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por
meio dela que as funções mentais superiores são socialmente
55
formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e
culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.
d) A cultura: fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de
representação da realidade, ou seja, o universo de
significações que permite construir a interpretação do mundo
real. Ela o local de negociações no qual seus membros
estão em constante processo de recriação e reinterpretação de
informações, conceitos e significações.
f) O processo de internalização: é fundamental para o
desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A
internalização envolve uma atividade externa que deve ser
modificada para tornar-se uma atividade interna, é
interpessoal e se torna intrapessoal. Usa o termo função
mental para referir-se aos processos de: pensamento,
memória, percepção e atenção. Coloca que o pensamento tem
origem na motivação, interesse, necessidade, impulso, afeto e
emoção.
A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos
para o desenvolvimento.
Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento
identificados por Vygotsky: um real: adquirido ou
formado, que determina o que a criança é capaz de fazer
por si própria, e um potencial: ou seja, a capacidade de
aprender com outra pessoa.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distância
entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de
56
fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para
aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja,
distância entre o nível de desenvolvimento real e o
potencial) nas quais as interações sociais são centrais, estando
então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento,
inter-relacionados; assim, um conceito que se pretenda
trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre
um grau de experiência anterior para a criança.
O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de
internalização da interação social com materiais fornecidos
pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para
dentro.
Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio
dos instrumentos de mediação, inclusive sua transformação
por uma atividade mental.
Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e
interpessoais.
É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão
internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que
permite a formação de conhecimentos e da própria
consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano
social - relações interpessoais - para o plano individual
interno - relações intrapessoais. Assim, a escola é o lugar
onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o
processo ensino-aprendizagem.
57
O professor tem o papel explícito de interferir no processo,
diferentemente de situações informais nas quais a criança
aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é
papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna
possível com sua interferência na zona proximal.
Vemos ainda como fator relevante para a educação,
decorrente das interpretações das teorias de Vygotsky, a
importância da atuação dos outros membros do grupo social
na mediação entre a cultura e o indivíduo, pois uma
intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa
perspectiva, é essencial no processo de desenvolvimento. Isso
nos mostra os processos pedagógicos como intencionais,
deliberados, sendo o objeto dessa intervenção: a construção
de conceitos.
O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas,
aquele que aprende com o outro o que o seu grupo social
produz, tal como: valores, linguagem e o próprio
conhecimento.
A formação de conceitos espontâneos ou cotidianos
desenvolvidos no decorrer das interações sociais diferenciam-
se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte de
um sistema organizado de conhecimentos.
A aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos
processos internos na interação com outras pessoas.
Ao observar a zona proximal, o educador pode orientar o
aprendizado no sentido de adiantar o desenvolvimento
potencial de uma criança, tornando-o real. Nesse ínterim, o
58
ensino deve passar do grupo para o indivíduo. Em outras
palavras, o ambiente influenciaria a internalização das
atividades cognitivas no indivíduo, de modo que, o
aprendizado gere o desenvolvimento. Portanto, o
desenvolvimento mental só pode realizar-se por intermédio do
aprendizado.
5. A Tecnologia E A Educação Física No Caminho Do
Conhecimento
5.1 Concepção de conhecimento – o desafio
O conhecimento na visão Vygotskiana, segundo Teresa
Cristina Rego (1995), a criança já nasce num mundo social e,
desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo
através da interação com adultos ou crianças mais
experientes. A construção do relacionamento é , então
mediada pela interpessoal antes de ser internalizada pela
criança. Desta formas procede-se do social para o individual,
ao longo do desenvolvimento. O aluno constrói conhecimento
por meio de ações efetivas ou mentais que realiza sobre
conteúdos de aprendizagem assim sendo construído
socialmente.
Ora, sendo exposto ao mundo cultural e aos avanços
tecnológicos que nele habitam é evidente que a capacidade
mental do aluno também se altera. O simples giz e quadro
não fazem mais sentido com tantas outras possibilidades de
avanços cognitivos, afetivos e cinestésicos, embora, ainda
hoje, sejam de grande utilidade educacional.
59
Segundo Pierre Lévy
24
pela primeira vez na história da
humanidade, a geração que nasce já estará com sua tecnologia
totalmente obsoleta ao final de sua vida. Logo nós educadores
devemos estar aptos e abertos ao uso das tecnologias como
ferramentas de trabalho muito úteis na apropriação do
conhecimento, por parte dos alunos, e mediação do mesmo,
por parte dos professores. Fugir não é mais possível, negar
não é mais a saída profissional. Logo devemos todos, unos,
nos prepararmos para um trabalho uniforme, planejado e
gratificante.
Seguindo o planejamento proposto a orientação pedagógica
da unidade escolar, todos os alunos cadastraram-se em sites
com e-mail e foram cadastrados em sala virtual própria:
AVAA: Sala 01 - Prof. Anderson Moura - Educação Física
S1PAED - Anderson Moura de Campos. (http:
//www.espin.com.br/claroline).
5.2 - O trabalho proposto, apropriado e construído
Figura nº 3
O desafio de associar conhecimento e prática
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no tempo,
espaço e ciberespaço.
24
Cibercultura, Pierre Lévy, 1999.
60
Foi lançado aos alunos o desafio de (des) construírem a
história do corpo e sua utilização histórica através da
evolução da humanidade, com todas as suas contradições e
fatos históricos oficiais e oficiosos. Verdades e mentiras em
debates francos para uma conclusão plausível ou indigesta.
Cabia ao corpo discente planejar e trilhar seu caminho
conforme suas crenças e vivências social. Está relatado o
trabalho da série A da Escola de Educação Básica João
Hassmann como forma de exemplo de todos os trabalhos que
se seguiram.
Foram elencadas as seguintes civilizações para estudo (http://
pt.wikipedia.org) :
Homem Primitivo;
Gregos;
Romanos;
Astecas;
Incas;
Índios Brasileiros;
Período Medieval;
Renascimento;
Iluminismo;
Outros povos poderiam ser elencados para fim de estudo mas
para fim de comparação histórica foram determinadas as
civilizações supra citadas.
Como critérios para o desenvolvimento metodológico da
pesquisa os alunos receberam um roteiro de trabalho o
objetivo de desenvolvimento, numa metodologia própria dos
estudos dialéticos, com características essencialmente
qualitativas através da observação direta com os instrumentos
de trabalho, usando recursos como filmagens, fotos, pesquisa
61
de campo, pesquisa na WEB, entrevistas com alunos e
professores, questionários.
A análise e interpretação dos resultados foram discutidos e
publicados nos anais disponibilizados pela Escola de
Educação Básica João Hassmann (site, Orkut) e apresentada
proposta de trabalho para discussão no grande grupo, em
ambiente tipo AVAA (Ambiente Virtual de Apoio a
Aprendizagem).
Para fins metodológicos foram elencados os seguintes
critérios para apresentação, formatação e construção do
trabalho
Capa;
Histórico;
Matriz Filosófica;
Significado Corporal;
Destaques da época;
Imagens (justificando o período e o uso corporal);
Quem somos (foto do grupo);
Conclusão;
Referência bibliográficas.
5.3 Concepção de ensino
A maior valorização do contexto sócio cultural dos alunos e
de sue níveis de elaboração de conhecimento havendo um
contato mais intenso e prazeroso com o universo da leitura e
da escrita, com busca mais intencional de contexto de
significados organizando o trabalho escolar em bases mais
coletivas, maior investimento na qualificação profissional,
maior compromisso com a superação do fracasso escolar.
62
GREGOS
GREGOS
E. E. B. João Hassmann
NOME:
Brenda Lorrany Aires
Bruno Guilherme Baron
Bruno Huber Pereira
Prof º:Anderson José
Moura de Campos
Valmir Knop Junior
Série: 6ª A
2005
HISTÓRICO DOS GREGOS
HISTÓRICO DOS GREGOS
ESPORTE
ESPORTE
O ideal esportivo dos gregos: O sistema dos gregos
interessava-se tanto pelo corpo quanto pelo espírito. A
beleza do corpo e a harmonia dos gestos eram
procurados através de exercícios diários. As provas
esportivas da Grécia antiga são ainda hoje praticados;
o lançamentos de disco, o pugilato, a luta livre, as
maratonas. Os jogos olímpicos ressuscitados no fim do
século passado empolgam em nosso tempo, quase todos
povos das terras.
Os jogos olímpicos na Grécia antiga: Partindo da
compreensão do caráter singular do espírito
competitivo, tal como os gregos o idealizaram, os jogos
olímpicos na Grécia Antiga, desde as épocas micênicas
e minóica até o
Associado a um quadro moderno de educação, todos
aprendem socializando suas experiências, comprometendo-se
com seus estudos e realizando as atividades com prazer sendo
elas em livros, computadores ou ar livre.
Abaixo segue planejamento e execução do projeto de uma das
turmas de trabalho:
Figura nº 4 - Capa
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
Figura nº 5 - Histórico
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
63
Civilização Grega
A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e
Mediterrâneo, por volta de 2000 a.C. Formou-se após a
migração de tribos nômades de origem indo-européia,
como, por exemplo, aqueus, jônios, eólios e dórios. As
pólis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida
política dos gregos, surgiram por volta do século VIII
a.C. As duas pólis mais importantes da Grécia foram:
Esparta e Atenas.
Foto do
anfiteatro
antigo de
Atenas na
Grécia
Cultura e Religião
Foi na Grécia Antiga, na cidade de Olímpia, que
surgiram os Jogos Olímpicos em homenagem aos deuses.
Os gregos também desenvolveram uma rica mitologia.
Até os dias de hoje a mitologia grega é referência para
estudos e livros. A filosofia também atingiu um
desenvolvimento surpreendente, principalmente em
Atenas, no século V ( Período Clássico da Grécia).
Platão e Sócrates são os filósofos mais conhecidos deste
período.
A dramaturgia grega também pode ser destacada.
Quase todas as cidades gregas possuíam anfiteatros,
onde os atores apresentavam peças dramáticas ou
comédias, usando máscaras.Poesia, a história , artes
plásticas e a arquitetura foram muito importantes na
cultura grega.
Matriz Filosófica
Matriz Filosófica
Preparar o seu corpo da melhor forma para a
prática do esporte favorito de cada pessoa,
fazendo com isso que os gregos treinassem de
forma adequada para a prática de cada
esporte e se aproximar melhor do ideal de
harmonia. O seu corpo precisavam ser o mais
parecido o possível com o ideal
Figura nº 6 - Histórico
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
Figura nº 7 - Histórico
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
Figura nº 8 - Matriz Filosófica
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
64
Significado Corporal
Significado Corporal
Os gregos tinham como significado corporal a
prática do esporte visando o aperfeiçoamento
físico, a beleza e a harmonia de formas, por
meio de exercício e jogos praticados nos ginásio
Destaque
Destaque
Nos pensamos como destaque do trabalho, que
os gregos praticavam esporte a fim de
aperfeiçoar sua beleza e chegar ao seu ideal, e
com isso eles criaram os jogos Olímpicos
Figura nº 9 - Significado Corporal
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
Figura nº 10 - Destaque
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
Figura nº 11 – Imagens
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
65
Conclusão do Grupo
Conclusão do Grupo
Nós concluímos que o trabalho foi interessante
de pesquisar, pois nós ficamos sabendo que os
gregos já naquela época tinha um tipo de
treinamento especificado para cada
modalidade de esporte e conseguiam se
recuperar de contusões muito rapidamente,
pois sabiam como fazer para se recuperar.
Figura nº 12 - Conclusão do Grupo
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
Figura nº 13 - Quem somos – grupo de alunos construtores do trabalho
Fonte Espin/JOHAS –Projeto: Educação Física e o conceito de cultura: O corpo no
tempo, espaço e ciberespaço.
5.4 Papel do professor
Assume o papel de mediador e equilibrador de situações de
aprendizagem e de conflitos que ocorrem em sala de aula,
instiga, estimula e procura trabalhar com temáticas e
dinâmicas significativas. Aceita que o aluno possua repertório
de conhecimento ao entrar na escola e continua nessa
construção. A história de vida do aluno e essencial para a
66
apropriação de novos conhecimentos científicos. Deve estar
sempre atento em propiciar ambiente que desenvolva
habilidades cognitivas no aluno, respeitando seu
desenvolvimento individual e ultrapassando dificuldades que
os alunos possam apresentar em determinadas situações. Está
sempre provocando novas situações que possa caminhar para
que o aluno tenha condições de gerar seus próprios
conhecimentos encorajando-os e aceitando sua autonomia e
iniciativa de trabalho. Deve sempre questionar os
entendimentos dos alunos sobre conceitos, antes de
compartilhar seus próprios entendimentos daqueles conceitos.
O professor deve sempre estar aberto a todas as possibilidades
pedagógicas, da mais simples a mais complexa. Todas podem
ser significativas e estimuladoras. O uso de ambiente tipo
AVAA pode ser desafiadores, tanto a professores como para
alunos. Ao professor mediador cabe o estimulo do uso do
ambiente e gerenciar as atividades tais como: Chat, Fórum,
Sala Virtuais entre outras possibilidades.
A continuação do trabalho proposto teve um avanço no
mundo virtual quando foi idealizada e implantada a sala
virtual, onde os alunos emitiam suas opiniões e trocavam
idéias a respeito do tema proposto.
As imagens abaixo exemplificam o avanço no uso das novas
tecnologias, também, na Educação Física:
67
Figura nº 14 - Link de acesso no site www.johas.com.br
Fonte: www.espin.com.br/ead/claroline
Figura nº 15 - Sala Virtual para debates sobre o tema trabalhado.
Fonte: www.espin.com.br/claroline
Figura nº16 - Debate virtual proposto aos alunos.
Fonte: www.espin.com.br/claroline.
68
Figura nº 17 - Fórum dos alunos ao debate proposto
Fonte: www.espin.com.br/claroline.
Figura nº 18 - Trabalhos emitidos por e-mail aos alunos.
Fonte: www.gmail.com/[email protected]
5.5 Papel do aluno
“... Não basta pensar no futuro do Brasil sem levar em conta o
momento de desenvolvimento em que estão a criança e o
adolescente. O Bom Educador tem que conhecer as experiências
já vividas por eles e fazer com que todos os momentos passados na
escola sejam significativos. Assim, ele pode semear sem pensar no
futuro. A vivência de ensinar e aprender precisa ter sentido em si
mesma, independente de tudo o mais...”.
25
(RUBEM ALVES,
Educador e Escritor).
25
Revista Novaescola, dezembro de 2005,pág. 22. Com muita propriedade Rubem Alves nos aponta um caminho
promissor para Educação. Elimina-se o reducionismo cartesiano e pensa-se em um rumo plural, complexo e
valorizando todos os momentos na educação.
69
Tendo como norte o enunciado acima citado, o aluno deve ser
um ser inquieto à procura de constantes respostas as suas
indagações, atento a informações que seu ambiente
proporciona. Pode e deve ser instigado a ampliar sua
percepção, sempre alerta às diversas características do objeto
do conhecimento resignificando e reconstruindo seu
conhecimento. Saber pensar e se expressar privilegiando a
construção do conhecimento como um todo. Com o intuito de
propor e motivar os discentes a avançarem em seus
conhecimentos e estimula-los em todas as possibilidades.
Possibilidades muita bem explanadas no item três (3) dessa
obra.
70
6. Conclusão
“...O indivíduo se submete à sociedade e essa submissão é a
condição de sua libertação. Para o homem a liberdade consiste em
não estar sujeito às forças físicas cegas; ele chega a isso lhes
opondo a grande e inteligente força da sociedade, sob cuja
proteção se abriga. Ao colocar-se sob as asas da sociedade, ele se
torna, até certo ponto, dependente dela. Mas é uma dependência
libertadora; não há nisso contradição...”.
26
(BAUMAN apud
DURKHEIM, 1972, P.115).
Analisando as propostas pedagógicas do Ambiente ESPIN e
Proposta Curricular da Rede Municipal de Ensino de Brusque,
no tocante a disciplina de Educação Física, percebo que do
mesmo modo como o professore o aluno, ao interagir no
ambiente virtual, vê-se desafiado e estimulado a contribuir no
desenvolvimento do mesmo, expressando suas idéias, dúvidas
e convidando os colegas ao diálogo, alimentando assim, a
dialética da comunicação. Liberdade e independência, sem
complacência, são meramente uma questão de ótica.
Penso ser questão de proposta pedagógica planejada, (re)
significada, buscando mudanças; buscando interagir todas as
possibilidades que a Educação nos oferece. Possibilidades que
a Educação Física Crítica/Progressista
27
nos oferece.
Entretanto para que os eventos possam ocorrer é necessário
que os alunos observem a alguns critérios:
participação nos compromissos agendados;
utilização das ferramentas disponibilizadas;
26
Zygmunt Bauman, Modernidade Líquida, p.27. Em sua manifestação Bauman deixa claro que não
contradição entre dependência e liberdade. O que existe são focos e práticas diferentes para as situações do dia a
dia. Aplicando à Educação tal pensamento justificamos uma prática pandisciplinar, sem hierarquias disciplinares
e interesses de disciplinas dominantes sobre disciplinas secundárias. Todos aprendem e todos ensinam, planejam
e avançam juntos.
27
Termo definido e trabalhado no livro: Educação Física Progressista, Paulo Ghiraldelli Júnior, 1998.
71
participação ativa nas discussões síncronas, assíncronas
e presenciais, efetivando a cooperação e colaboração;
autonomia no processo de ensino-aprendizagem;
desenvolvimento da capacidade de oratória para
explanar seu trabalho.
O aluno é o sujeito central da proposta. Pretende-se, portanto,
que o mesmo se aproprie de conteúdos propostos, ao utilizar
os diversos ambientes, que todos sejam significativos. Mas
compete ao professor ter competência e habilidade para
articular as várias ferramentas disponíveis no ESPIN no
processo de ensino-aprendizagem.
É imperativo lembrar que , embora, o tema central seja a
Educação Física, o corpo e seus avanços a serviço de classes
dominantes e suas necessidades eminentes, ainda falamos de
algo muito maior, falamos de Educação.
É necessário quebrar paradigmas, não mais hierarquizar
disciplinas escolares, apresentarmos alternativas pedagógicos
embasadas epistemologicamente, pandiscisplinares
28
,
valorizando habilidades e competências, tanto de alunos
quanto professores, múltiplas inteligências e sempre com o
foco na criança que educamos e teremos no futuro. Foco no
sujeito que estaremos estimulando para a sociedade futura.
Os Profissionais de Educação Física querem reconhecimento
intelectual. Não nos omitiremos do trabalho com a
motricidade humana, somos, também, profissionais do corpo
28
Definição do termo, segundo dicionário Houaiss 2001: Prefixo, totalidade, todo o possível, tudo possível.
72
humano. Um corpo humanizado, vivo e crítico. Não um corpo
em “ORDEM E PROGRESSO
29
”, positivista, absolutista.
Paulo Ghiraldelli Júnior nos indica um grande caminho
quando busca em Gramsci a resposta para tal questão:
“...Na verdade, todos os homens são intelectuais, pois qualquer
trabalho envolve sempre um mínimo de “atividade pensante”. A
separação entre homo faber e homo sapiens não se efetiva no
plano da realidade da vida concreta. Mesmo o trabalho mais
relacionado com o esforço físico implica sempre um mínimo de
“atividade intelectual”. Além do mais, no âmbito externo à sua
profissão, cada homem envolve-se com opções de gosto, de estética
e de participação numa determinada concepção de mundo.
Todavia, se todos atuam socialmente com profissionalmente
intelectuais. Existem aqueles que, necessariamente, têm em suas
profissões a “atividade intelectual” como pólo nuclear e
fundamental...”
30
(GHIRALDELLI apud GRAMSCI, 1982,p.7).
É imprescindível que a Educação Física deixe suas práticas
cegas e transforme-se no verdadeiro complexo educacional a
que se propõe. Pandisciplinar e capaz de promover toda a
potencialidade que até o momento somente uma espécie é
capaz. O ser humano.
29
Tema da Bandeira Nacional Brasileira, baseada nos postulados Positivistas de August Comte em 1826.
30
Educação Física Progressista, Paulo Ghiraldelli Júnior, p.52.
73
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