
40 DIFICULDADES ACENTUADAS DE APRENDIZAGEM OU LIMITAÇÕES NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
devam ser avaliadas periodicamente com relação a suas habilidades sensoriais (visão e
audição). Déficits sensoriais leves ou moderados podem ser mascarados ou não percebidos
quando há um quadro de dificuldades de aprendizagem, e o resultado poder ser uma
potencialização de um problema por outro e vice-versa.
A avaliação na educação infantil deve ser contínua e sistemática, destinando-se a auxiliar
o processo de aprendizagem e a fortalecer a auto-estima das crianças. É indissociável do
processo educativo, que possibilita ao professor definir critérios para planejar as atividades e
criar novas situações que gerem avanços na aprendizagem das crianças. Percebe-se uma
imprecisão conceitual sobre avaliação quando se depara com critérios de verificação utilizados
na quase totalidade das vezes pelos professores como forma de classificar, selecionar, ajuizar,
aferir e julgar a aquisição de conhecimentos e habilidades. Não se considera a diversidade
dos alunos que estão sendo avaliados nem o impacto dessa diversidade em seu desempenho.
Cada pessoa tem seu tempo para aprendizagem e é dotada de identidade própria, com gênero,
raça, classe social, visões de mundo e padrões culturais próprios a serem considerados em
práticas docentes e avaliativas.
Em um mundo cada vez mais complexo, dinâmico e mutável, adotou-se uma concepção
de aprendizagem por meio de competências e habilidades, por área de conhecimento, onde
se torna imprescindível uma mudança na forma de se avaliar, observando o contexto
sociocultural do aluno. A avaliação deve contemplar, dentre outros aspectos, atitudes, aptidões,
estilos cognitivos, manifestações comportamentais e disposições afetivo-emocionais do aluno,
além de comportamentos sociáveis e anti-sociais, garantindo seu caráter pluralista e
processual. Necessita também, pela sua natureza funcional, abordar as dimensões cognitiva,
psicomotora, adaptativa, socioafetiva, interpessoal e prática, relacionando-as a questões de
saúde física e mental e aos diferentes contextos significativos para o aluno.
Quando se discute a avaliação da aprendizagem escolar, tem-se presente a avaliação
do processo de ensino-aprendizagem de seus atores, de suas necessidades educacionais
especiais, a prática pedagógica, a avaliação institucional, e não apenas o desempenho dos
aprendizes. Considera-se também a importância do contexto familiar como fator influente no
processo. A avaliação deve também estar baseada na confiança, na possibilidade de os
educandos construírem seus próprios conhecimentos, além de valorizar suas manifestações
e interesses. Ela deve ser inerente e indissociável da ação educativa, observadora e
investigativa, considerada como mais uma oportunidade que favorece e amplia as
possibilidades de aprendizagens significativas do educando.
Os resultados da avaliação refletem-se no desenvolvimento e aprendizagem do aluno,
no redirecionamento da prática educativa e no aprimoramento do projeto pedagógico da
escola. Portanto, a avaliação configura-se como elemento dinâmico e transformador no
processo ensino-aprendizagem. Esses resultados não devem ser usados, em nehuma hipótese,
como argumento para retenção da criança em ciclos ou etapas e sua conseqüente separação
de seu grupo social.