
Francis Lousada Rubiini de Oliveira
idioma, nunca havia ido ao Egito, estava desempregado vivendo de
favores de seu irmão, mas esta é outra história.
O presente dicionário fruto de meus estudos na área da escrita
egípcia tem como objetivo apresentar de forma didática e simples a
especialistas e a não-especialistas um conjunto de palavras básicas
usadas no período do Médio Império. Nossa meta não foi fazer uma
análise gramatical de todos os elementos das palavras e sim como
ferramenta fácil para consulta, apresentando-a de forma completa,
visto que as palavras estão separadas individualmente, o que não
acontece com os originais, que são escritas todas sem espaços. Nossa
contribuição inovadora está no método de transliterar as palavras para
o português, os fonogramas semelhantes as nossas modernas vogais a,
e, i, o, u, que chamamos de pseudo-vogais foram traduzidas e grafadas
juntamente com as palavras, este método não é internacionalmente
adotado, caso em que estes fonogramas não são traduzidos para nosso
alfabeto, dificultando o trabalho do aprendiz. Assim mesmo sabendo
que a vogal “a” não existem no Antigo Egito, nós a grafamos e a
chamamos de pseudo-vogais, por exemplo, o
monofonograma que vocalizado equivale ao nosso “a”,
evitando assim o uso de um outro sinal como se faz no
contexto internacional.
O presente livro tem seguindo a teoria do filólogo Gardiner
(1979), exceto na teoria das pseudo-vogais, pois se Champollion
decifrou a escrita, quem estudou e sistematizou a gramática egípcia
foi o inglês Gardiner.
Para aqueles que querem saber como traduzir frases egípcias
aqui vão algumas dicas. Devem fazer os seguintes passos:
1) descobrir a direção em que o texto foi escrito, da direita
para a esquerda ou vice-versa, de cima para baixo, etc. (aqui já
colocamos todas as palavras os em uma só direção, mas para tal é só
olhar a direção em que os animais estão olhando, lá será o início onde
começaremos ler a inscrições);
2) agrupar os signos formando palavras (o que já foi feito em
nosso dicionário);
Dicionário Hieróglifo-Português
egípcio (nascido de), mesma palavra mess, o mesmo sentido, somente
“alfabetos” diferentes. Com o domínio do cópta mais a Pedra da Roseta
foi possível após vinte anos de estudo chegar ao fim do enigma.
Essa história continua voltando um pouco no passado com o
domínio napoleônico no Egito, lá foi encontrada a chave para a
decifração dessa escrita, a famosa Pedra da Rosetta. Trata-se de um
bloco de granito negro, pesando cerca de 762kg, com as dimensões
aproximadas de 114x72x28 cm (Altura x Largura x Espessura). Suas
inscrições foram datadas do ano 196 a.C, o bloco contém uma inscrição
com um decreto emitido por sacerdotes egípcios ao faraó Ptolomeu V
Epifanes. Este decreto consiste num texto em três escritas diferentes
do mesmo texto: Uma em hieroglífico (a escrita sagrada dos sacerdotes
que emitiram o decreto), o demótico (a escrita popular, comum egípcia
na altura) e o grego (a escrita nativa dos faraós Ptolomaicos, período
Helenístico). Como ele juntou o quebra-cabeça?.
O nosso mestre isolou um cartucho
1
que se repetia por 6 vezes
na parte hieróglifica, lendo a parte grega do decreto apareceu o nome
do recebedor do mesmo, era o governante Ptolomeu, em Grego
Ptolomis. O Passo seguinte foi nomear cada sinal
transliterando para o alfabeto latino, 1- p, 2-
t, 3- o, 4- l, 5- m. 6 –y, 7- s. Assim ele provou
que a escrita era fonética e não só
ideográfica, esses símbolos foram
chamados fonogramas, ao que
chamamos de mono-fonograma,
aquele que contém um som
silábico, estando aí a chave, aliás, umas das chaves, pois a escrita
pode conter muitas peculiaridades, como por exemplo, os ideogramas,
nomofonogramas, duofonogramas, triofonogramas, os complementos
fonéticos, os determinativos, assim por diante. Anteriormente ele teria
decifrado o cartucho de Ramisses, ou seja, Rá(o deus rá), mss (nascido
de), por meio de um desenho enviado por um amigo de turismo no
Egito. É paradoxal dizer que na época Champollion, o decifrador do
1
Cartucho, forma oval que dentro possui um nome de um faraó.
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