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Ano III – Número 11 – Setembro–Novembro 2007
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Radar
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Fique Antenado
Meteorologia em Foco
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Confira o que foi destaque
Ponto de Vista
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O Olhar METEOSAT sobre a Atmosfera
Capa
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A Evolução das Fontes Energéticas: Das
Convencionais ao Advento das Energias
Renováveis
Nossas Escolas
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Sala de Leitura
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Lançamentos
Diretoria Executiva: unem[email protected]
Presidente
Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)
Secretário Geral
Daniel Carlos Menezes (COPPE/UFRJ)
Diretor Administrativo e Financeiro
Carlos Henrique D’Almeida Rocha (COPPE/UFRJ)
Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento
José Francisco de Oliveira Júnior (COPPE/UFRJ)
Diretor de Comunicação e Marketing
Alailson Venceslau Santiago (MDA)
Diretora de Educação e Treinamento
Maria Céli Santos de Lima (UNDIME-AL)
Diretor de Cooperação Nacional e Internacional
José de Lima Filho (SECTI-AL)
Conselho Diretor:
Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)
Alailson Venceslau Santiago (MDA)
José de Lima Filho (SECTI-AL)
Rodrigo Santos Costa (INPE)
Maria Céli Santos de Lima (UNDIME-AL)
Conselho Fiscal: [email protected]
José Luiz Cabral da Silva Junior (UNITINS)
Gustavo Bastos Lyra (ICAT/UFAL)
Sylvia Elaine Marques de Farias (INPE)
Conselho Editorial:
Alailson Venceslau Santiago (MDA)
Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)
Rodrigo Santos Costa (INPE)
Daniel Carlos de Menezes (COPPE/UFRJ)
Revista Cirrus é uma publicação da União
Nacional dos Estudiosos em Meteorologia -
UNEMET, distribuída gratuitamente aos usuários
cadastrados no site.
Imagem de Capa:
Elaborada e editada por Carlos Henrique Rocha.
Redação
Cartas para o editor, sugestões de temas, opiniões
ou dúvidas sobre o conteúdo editorial de CIRRUS.
Publicidade
Anuncie em CIRRUS e fale com o mundo.
Conselho.editorial@unemet.org.br
A revista não se responsabiliza por opiniões
emitidas pelos entrevistados e por artigos
assinados.
Reprodução permitida desde que citada a fonte.
UNEMET – Brasil
Rua Dona Alzira Aguiar, 280 - Pajuçara
57030-270 – Maceió – Alagoas - Brasil
Fone: (82) 3377-0268
www.unemet.org.br
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orreio
PARABÉNS PELO ARTIGO SOBRE A
CALMET
Prezados Editores, primeiramente minhas des-
culpas por não ter (efetivamente) respondido
ao pedido de vocês sobre informações da
CALMET 1997 realizada na Austrália. Segundo,
PARABÉNS pelo artigo excelente na revista
CIRRUS. As informações contidas na matéria de
capa foram bem cobertas e estão similares
àquelas que os enviei posteriormente. Mais
uma vez desculpas por não ter conseguido
enviar as informações pedidas a tempo e
parabéns pelo excelente trabalho.
Dr. Jeff Wilson
Serviço Australiano de Meteorologia (BOM) e
Presidente do CO-COM/SCHOTI/OMM,
Melbourne, Austrália.
ARTIGO EXCELENTE
Estimados editores da Cirrus, realmente o
artigo sobre a CALMET está muito bom. Muito
obrigado por terem realizado esse grande es-
forço e belo trabalho.
Dr. Vesa Nietosvaara
Serviço Finlandês de Meteorologia e
Co-Presidente da CALMET, Helsinque, Finlândia.
CIRRUS EM INGLÊS
Prezados Amigos da Cirrus. Todos nós adora-
mos o número da revista contendo uma longa
matéria sobre CALMET. Foi um ótimo trabalho
que vocês fizeram! Eu sinto bastante por não
termos podido ajudar mais, mas vocês
realmente tiveram grande astúcia e desenvol-
tura. Eu gostaria de perguntar a vocês se nós
poderíamos ter a Cirrus traduzida em inglês
(pelo menos a parte da matéria da CALMET),
onde poderiam hospedá-la em seu Website.
Desse modo nós poderíamos fazer um LINK
para ela do Website da CALMET. Isto seria Pos-
sível? Cordiais Saudações.
Dr. Patrick Parrish
COMET/UCAR/EUA e Co-Presidente da CALMET,
Boulder, Colorado, EUA.
Prezado Dr. Patrick Parrish, inicialmente gos-
taríamos de agradecer as amáveis palavras e fi-
camos felizes em saber que adoraste nossa última
Cirrus sobre a CALMET. A equipe da UNEMET
acredita que pela disseminação da informação nós
podemos levar a informação da CALMET e sua
importância para Meteorologia à sociedade
brasileira e também para todas as pessoas de
idiomas português e espanhol. Assim, foi com esta
idéia que resolvemos publicar este número da
Cirrus. Além disso, como a UNEMET é integrante
do Grupo de Trabalho CAL (CALWG) tem o
propósito de informar a todas as pessoas,
sobretudo da América Latina, relativo à CALMET.
Sobre a tradução em inglês da Cirrus
(principalmente artigo sobre CALMET) nossa
equipe analisará seu pedido. Porém, é plausível e
teremos o maior prazer em traduzir este número
para o inglês. No momento nossa questão seria
quando poderíamos concluir esta tarefa. Eu
acredito que isto possa ocorrer até 30 de
dezembro de 2007 ou janeiro de 2008. Se nós
tivermos mais apoio sobre essa questão
poderemos concluir esse material antes dessa
data e também poderemos traduzir todo este
número da revista. Desta forma, gostaríamos de
incitar o CALWG e saber se algum membro
poderia nos ajudar nessa tarefa.
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CARREIRA DE METEOROLOGISTA
Olá amigos da Cirrus. Meu nome é Edson
Ferreira, sou aluno de ensino Médio e tenho 16
anos. Gostaria de parabenizá-los pela edição de
"Março - Maio 2007" da Cirrus, ela está ótima.
Gostaria que vocês me ajudassem falando um
pouco sobre a carreira de meteorologista, pois
quando terminar meus estudos quero ser um.
Então, queria que vocês me falassem quais as
matérias necessárias em que tenho que me
desempenhar mais. O que eu quero mesmo é
ser meteorologista especializado em tornados,
furacões, enfim estudar mais os ventos. Assim,
se puderem me ajudar com algumas dicas
ficarei muito agradecido.
Edson Ferreira Barbosa
Lajedo, Pernambuco, Brasil.
Prezado Edson, ficamos muito felizes em ter
recebido sua mensagem. Além disso, contentes
por quereres ser um meteorologista. Sobre suas
indagações respondemos a seguir: a) Meteorologia
é a ciência que estuda os fenômenos atmosféricos,
procurando entender e descrever a composição e
a tendência dos diversos elementos que compõem
a atmosfera, bem como seus movimentos,
processos e influências. A Meteorologia
compreende, ainda, a aplicação do conhecimento
atmosférico - por análise, previsão e controle - à
solução de problemas práticos ligados às ativida-
des humanas, como por exemplo, meio ambiente
e mudanças climáticas. Pela diversidade de conhe-
cimentos básicos necessários aos estudos meteo-
rológicos e por suas inúmeras aplicações usa a
todo instante conhecimentos de Matemática, Fí-
sica, Química, Astrofísica, Oceanografia e Geogra-
fia, entre outros, para a descrição da atmosfera,
seus componentes e seus processos. Além disso,
usa a linguagem matemática e ferramentas de
trabalho como estatística e computação. Na
aplicação dos conhecimentos meteorológicos às
atividades humanas, a Meteorologia interage
principalmente com Engenharia, Agronomia, Eco-
nomia, Química, Biologia e outras que trabalham
com meio ambiente, sendo também essencial às
atividades aeronáuticas e marítimas. Em resumo,
as matérias necessárias em que terá que se de-
sempenhar mais são Matemática, Física, Compu-
tação e as de Meteorologia. Além disso, ter como
meta escrita e fluência principalmente na língua
inglesa. b) Campo de atuação profissional: # Aná-
lise e Interpretação de Observações, Codificação;
Disseminação e Divulgação Técnica da Informação
Meteorológica nos Meios de Comunicação Social;
Técnica e Científica obtida através de Estações
Meteorológicas Convencionais e Automáticas. #
Métodos de Observação e de Análise da Física, da
Química, da Dinâmica e da Eletricidade da
Atmosfera. # Modelagem Atmosférica e
Climatologia. # Previsões Meteorológicas nas di-
versas Escalas de Tempo. # Sistemas e Métodos
de Prognóstico, Diagnóstico, Monitoramento, Miti-
gação e Avaliação de Impactos Ambientais. #
Hidrometeorologia. # Agrometeorologia. #
Biometeorologia. # Meteorologia Aeronáutica. #
Marinha. # Meteorologia Ambiental. c) Os
meteorologistas trabalham em instituições
públicas federais, estaduais e municipais, como
Universidades, sistemas e núcleos de
Meteorologia, FURNAS, ONS, CEMIG, PETROBRÁS,
entre outras, além de empresas da iniciativa
privada, como Climatempo, Somar, etc. Ou seja, o
meteorologista tem diversas funções, precisando
ter uma sólida formação científica e profissional
para que seja capaz de absorver e desenvolver
novas tecnologias possibilitando gerar, analisar e
interpretar produtos meteorológicos para
aplicação nos diversos ramos da Ciência, face às
demandas sociais, com visão crítica, criativa, ética
e humanística. Se você quiser mais informações a
UNEMET publicou uma edição (sétima) da Revista
Cirrus sobre a Meteorologia.
MISSÃO COM ÓTIMO ÊXITO
Prezados Amigos da Cirrus, muito obrigado
pelo envio do número 10 da CIRRUS onde foi
mostrada na Sessão Ponto de Vista a reunião
realizada em nossa sede de Barcelona no dia
13 de julho. Eu também comemorei que a mis-
são da UNEMET por Portugal, China, Alemanha
e Espanha tenha sido de grande êxito. Deseja-
mos que seus projetos interessantes cheguem
a um porto bom e que possamos materializar
nossas relações em uma colaboração frutífera
para ambas as partes. Estamos à disposição
para concretizar os próximos passos para tal
fim. Cumprimentos e boas recordações de
Barcelona.
Dr. Agustí Ten
Diretor de Relações Institucionais do IL3/UB,
Barcelona, Espanha.
NOTA
Todas as mensagens enviadas foram pronta-
mente respondidas. Informamos que algumas
mensagens foram suprimidas devido ao grande
volume de informações dessa edição. Agrade-
cemos a todos que colaboram com sugestões e
críticas para a melhoria da CIRRUS.
OS EDITORES
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ditorial
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hegamos ao final de 2007 com muitos motivos para comemorar, sentido a necessidade
de darmos continuidade ao nosso objetivo comum: a disseminação e a luta em prol da
Meteorologia do Brasil. Não queremos ser os melhores mas sim fazermos o melhor para
que a nossa profissão seja cada vez compreendida e melhorada.
A UNEMET completou seus cinco anos de vida atuando amplamente na divulgação, no es-
clarecimento e na luta em defesa da Meteorologia em nosso país e em todos àqueles de línguas
portuguesa e espanhola. A cada dia que passa, temos a sensação de dever cumprido frente aos
nossos planos e ideais.
Nesta última edição de 2007, escolhemos o tema Fontes de Geração de Energia, haja
vista que na sociedade atual é imprescindível o uso destas para o seu desenvolvimento. Estas são
apresentadas de forma simples e evolutiva. Entretanto, é importante no momento atual que se
discute aquecimento global, entendermos que cada vez mais devemos incentivar o uso das ener-
gias renováveis que poluem comparativamente muito menos do que àquelas de fontes fósseis. O
Brasil está em uma situação privilegiada em termos mundiais, pois ele é um dos poucos países do
mundo que mais de 80% da geração de energia é obtida através de energia renovável,
principalmente através da hidroeletricidade. A Meteorologia estaria bem contemplada neste novo
contexto, pois os principais elementos impulsionadores das fontes renováveis são sol, água e
vento.
Com a necessidade cada vez mais crescente do uso das fontes de energia renováveis,
observamos que elas serão fontes propulsoras à ampliação do mercado existente e de novas
oportunidades de trabalho para os meteorologistas. Aproveitando o tema principal desta edição,
brindamos nossos leitores com outras sessões interligadas que apresentam informações bastante
úteis que com certeza irão agradá-los.
2008 está próximo de desabrochar, por isso gostaríamos de agradecer a todas as pessoas
que colaboraram, apoiaram e confiaram em nós. A cada ano nos empanhamos para melhorar
ainda mais nossos serviços e publicações que disseminam a ciência meteorológica em toda a sua
essência. Assim, vamos renovar nossas energias para que no ano vindouro lutemos cada vez
mais pela nossa profissão de maneira ampla.
Desejamos um excelente ano de 2008 com muita saúde, paz, alegria e como escreveu
Orison Swett Marden "não esperem por oportunidades extraordinárias. Agarrem ocasiões comuns
e as façam grandes. Homens fracos esperam por oportunidades; homens fortes as criam".
Ednaldo Oliveira dos Santos
Presidente da UNEMET
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DIA MUNDIAL DA METEOROLOGIA 2008
“Observando o Nosso Planeta para um
Futuro Melhor”
Todos os anos, em 23 de março, a
Organização Mundial de Meteorologia (OMM),
seus 187 membros e a comunidade meteoroló-
gica mundial comemoram o Dia Mundial da
Meteorologia (DMM). Este dia comemora a con-
venção que criou a organização em 1950. Sub-
seqüentemente, em 1951, a OMM foi designada
uma agência especializada do Sistema das
Nações Unidas.
Para 2008 o Conselho Executivo da
OMM selecionou o tema: “Observando o
nosso planeta para um futuro melhor”.
Fonte: OMM.
CONTRA A ENERGIA LIMPA
Em Algumas Regiões da Europa, Ventos
sopram Contra Usinas Eólicas
Consideradas uma das fontes de ener-
gia mais limpas do mundo, as usinas eólicas
começam a sofrer forte oposição em algumas
regiões da Europa.
As ONGs Industrial Wind Action Group
e Save Our Unspoilt Landscape fazem lobby
contra a instalação de fazendas de turbinas em
países como Inglaterra e Grécia. De acordo
com os militantes, as turbinas de vento poluem
a paisagem e fazem muito barulho quando es-
tão em operação - o que atrapalharia o tu-
rismo. A campanha já deu resultado.
No começo do ano, a prefeitura da ilha
de Serifos, paraíso na Grécia cuja economia
depende dos visitantes, impediu a instalação de
87 turbinas de vento em suas encostas. "Se
elas tivessem saído do papel, ninguém viria nos
visitar", disse a prefeita, Angeliki Synodinou.
"Nossa ilha seria destruída."
Fonte: CNPq.
SISTEMA SOLAR
Honda expande a causa ambiental para
além dos seus carros verdes
Fábrica de painéis solares da Honda no Japão
Não resta dúvida de que a Honda é a
fábrica que mais tem se empenhado em vincu-
lar sua imagem à preservação do ambiente.
Além de ter em seu portfolio alguns dos carros
mais eficientes do ponto de vista energético, a
empresa tem expandido sua pregação ambi-
ental para além das linhas de montagem -
como a pintura ecológica de sua equipe da
Fórmula 1 ou a fabricação dos motores a etanol
usados pela Indy Car nesta temporada. Agora a
montadora acaba de inaugurar a subsidiária
Honda Soltec, em Kumamoto (Japão), que fa-
bricará painéis de energia solar para indústrias
e residências. De acordo com a montadora, a
nova empreitada faz parte da estratégia de
reduzir as emissões de CO
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não apenas de seus
carros, mas também de desenvolver outras
tecnologias que gerem energia de modo sus-
tentável. Se em um futuro próximo tivermos
carros movidos à energia solar, a Honda certa-
mente poderá sair na frente.
Fonte: Revista Quatro Rodas.
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eteorologia em foco
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VII OMAR-SAT
O Simpósio Sobre Ondas, Marés, Engenharia Oceânica e Oceanografia por Satélite (OMAR-SAT)
é um evento promovido pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) sediado em
Arraial do Cabo, RJ, com o apoio da Petrobrás, Fundação de Estudos do Mar (FEMAR), Estado Maior da
Armada (EMA), Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), Empresa
Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) e Ministério da Defesa. Em 2007 foi realizada a sétima edi-
ção no período de 01 a 05 de outubro no Hotel “A Ressurgência” em Arraial do Cabo. O principal obje-
tivo deste evento é promover a divulgação do estado da arte nas áreas de oceanografia, engenharia
oceânica e oceanografia por satélite no Brasil, divulgar trabalhos e verificar possibilidades de aplicações
em proveito da Marinha do Brasil. Além de envolver seus participantes em um ambiente agradável e
oferecer infra-estrutura e conforto excepcionais.
Trata-se do mais importante evento desta categoria no Brasil, onde teve um total de 144
participantes, sendo que 87 eram de alunos (graduação/pós-graduação) e 57 de profissionais
(graduados, Mestre e doutores) de diversas áreas e instituições do Brasil e Argentina. Foram
apresentados 24 trabalhos em formato oral (11 de alunos e 13 de pesquisadores e profissionais) e 36
de pôsteres. Além disso, ocorreram 6 palestras com especialistas convidados. O número de inscrições
foi muito superior à citada, porém, o número de participantes foi limitado em função do espaço físico do
local do evento.
O evento foi pautado em torno de apresentações de pôsteres, apresentações orais, palestras e
mesas que resultaram em valorosas discussões. Os trabalhos apresentados por estudantes, que
totalizaram 11, receberam incentivo extra, todos concorreram ao Prêmio Almirante Franco em
homenagem a este homem de reconhecimento pelas suas enormes contribuições para ciências do mar
em especial no campo da maregrafia, que participou ativamente durante todo evento como palestrante,
avaliador e entusiasta da juventude que contribuíram sobremaneira com suas pesquisas.
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VII EPGMET – Encontro dos Alunos da Pós-Graduação em
Meteorologia do INPE
Anualmente, os alunos da pós-graduação organizam o EPGMET, um encontro onde eles discu-
tem e apresentam seus trabalhos e áreas de atuação e assim promovendo a integração do corpo dis-
cente da instituição.
Nesta sétima edição do evento, que ocorreu na cidade de São José dos Campos entre os dias
03 e 05 de outubro, além dos trabalhos apresentados pelos alunos de mestrado e doutorado, a pro-
gramação científica também contou com palestras sobre temas diversos – como jatos de baixos níveis,
interação oceano-atmosfera e até mesmo sobre motivação e organização.
Estiveram presentes também, ministrando mini-cursos, o Dr. Tércio Ambrizzi (IAG/USP) e o Dr.
Dirceu Herdies (CPTEC/INPE), sobre Mudanças Climáticas e Assimilação de Dados, respectivamente.
A cerimônia de abertura contou com a presença do Dr. Ênio Pereira, Chefe da Divisão de Meio
Ambiente do CPTEC/INPE (representando a coordenação do CPTEC) e a Coordenadora da Pós-
Graduação em Meteorologia do INPE, Dra. Marley Moscatti.
Cerimônia de abertura do VII
EPGMET.
Público presente no auditório do
Laboratório de Integração e
Testes LIT/INPE.
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II Workshop de Modelagem Climática e Ambiental da Amazônia
Analisar a modelagem climática integrada (atmosfera, oceano, continente e vegetação) de pre-
visão numérica de tempo e clima, e discutir as prioridades de desenvolvimentos científicos nesta área
são os objetivos do II Workshop de Modelagem Climática e Ambiental da Amazônia, organizado pelo
Núcleo de Modelagem Climática e Ambiental (NMCA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA).
O evento foi realizado nos dias 9 e 10 de outubro, no auditório da Superintendência da Zona
Franca de Manaus (SUFRAMA) e contou com o apoio do Programa de Grande Escala da Biosfera-
Atmosfera na Amazônia (Large Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazonia, LBA), Projeto de
Pesquisas de Desenvolvimento de Métodos, Modelos e Geoinformação para Gestão Ambiental (GEOMA),
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais.
O workshop foi direcionado a grupos de pesquisas de modelagem climática, estudantes de gra-
duação em Meteorologia Tropical da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e de mestrado e
doutorado do Amazonas que desenvolvem trabalhos nas áreas de clima e mudanças climáticas.
Participaram do evento como palestrantes pesquisadores de várias instituições ligadas aos es-
tudos das questões ambientais e climáticas da Amazônia, tais como Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (INPA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade do Estado do
Amazonas (UEA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade de São Paulo (USP), Laboratório
Nacional de Computação Científica (LNCC), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Fundação Cearense
de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME).
Para Antônio Manzi, gerente executivo do LBA, o evento foi importante para “debater as
prioridades de estudos e desenvolvimentos futuros nessa área, além de estreitar mais a cooperação
entre os diversos grupos de modelagem”. Ele explicou, ainda, que atualmente existem dois modelos
climáticos já definidos, o global e o regional. “Pretendemos trabalhar com esses modelos de uma ma-
neira mais integrada, além juntar esforços para que tenhamos um modelo brasileiro que possa repre-
sentar o nosso clima. Este é um trabalho amplo, onde vários aspectos se expandem em diversas áreas.
Pretendemos utilizar um modelo regional acoplado a um modelo global para representar com mais de-
talhes o impacto de diversos cenários de mudanças climáticas ocorridos da região amazônica”.
10
II Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental
Entre os dias 10 e 12 de outubro deste ano jornalistas brasileiros e convidados internacionais
estiveram reunidos, na cidade de Porto Alegre, para participarem do II Congresso Brasileiro de
Jornalismo Ambiental. As atividades do evento foram realizadas no complexo do Salão de Atos da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele foi organizado pelo Núcleo de Ecojornalistas do
Estado do Rio Grande do Sul (NEJRS) e dirigido aos profissionais da imprensa, professores,
pesquisadores e estudantes universitários. Este evento contou com apoio da UFRGS, FENAJ, Sindicato
dos Jornalistas do RS, Associação Riograndense Imprensa, Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental.
O Segundo Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental teve como objetivos debater as
questões climáticas e ajudar a conscientizar os profissionais da área de comunicação pela defesa do
meio ambiente. Um público de aproximadamente 500 pessoas, entre eles jornalistas, universitários,
ambientalistas e curiosos, ouviu atentamente os convidados da abertura do evento, cujo tema desta
edição foi "Aquecimento Global: Um Desafio para a Mídia". Prestigiaram a solenidade de abertura o
prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, o Secretário de Meio Ambiente Estadual, Otavianno Brenner de
Morais, a promotora de Justiça Ana Maria Moreira Marchesan - representando o Ministério Público do
Estado, o deputado Alberto Oliveira, representando a Presidência da Assembléia Legislativa do Rio
Grande do Sul, entre outras autoridades.
A programação do evento versou sobre as seguintes temáticas: Mudanças Climáticas, Energias
Renováveis, O Meio Ambiente e a Mídia, A Atuação e a Sustentabilidade dos Veículos Ambientais e
Gestão das Águas Frente ao Aquecimento Global.
A conferência sobre "Cidades Sustentáveis" teve como um dos conferencistas o jornalista André
Trigueiro, apresentador do Globo News, professor da PUC/RJ e escritor. “Cidade não é uma ciência
exata, mas um aglomerado urbano, com dinâmica própria. E quando falamos em sustentabilidade, fa-
lamos em planejamento a longo prazo, o que não é o forte dos políticos, principalmente no Brasil”,
disse Trigueiro. Ele afirmou ainda que os prefeitos, em sua grande maioria, são totalmente analfabetos
em questões ambientais.
Mozart Schmitt de Queiroz (gerente executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobras),
Christiane Finger (professora PUCRS e jornalista da TV SBT/RS) e Lama Padma Samten (físico e ambi-
entalista) abordaram a redução e ampliação de fontes de energias renováveis como ponto central dos
debates mesa sobre “Energias Renováveis”.
Na plenária final do Congresso, a cidade de Cuiabá foi escolhida como sede do 3° Congresso
Brasileiro, previsto para 2009.
Abertura do 2º Congresso Brasileiro de Jornalismo
Ambiental. Foto: Luiz Abreu/EcoAgência.
Mozart Schmitt de Queiroz, Christiane Finger e Lama
Padma Samten. Foto: Luiz Abreu/EcoAgência.
11
II Simpósio de Climatologia – II SIC
Os dias 2 e 3 de novembro foram de muito debate no II Simpósio Internacional de
Climatologia, no Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo, organizado pela SBMET. Pesquisadores
sul-americanos de áreas como Meteorologia, Agronomia e Estatística apresentaram trabalhos com no-
vas abordagens e resultados sobre a atribuição de causas e efeitos das mudanças climáticas.
A diferença entre a variabilidade e mudança climática foi o ponto inicial do encontro. "O aque-
cimento [do planeta] é um processo natural que já aconteceu antes, mas tem sido acelerado pelas ati-
vidades humanas", apontou o Pesquisador Jose Marengo, do CPTEC/INPE durante a apresentação sobre
as conclusões do 4º relatório do IPCC. De acordo com os resultados, as mudanças têm sido acentuadas
por causas antropogênicas, como a queima de combustíveis fósseis, no entanto, o real conhecimento
do contexto atual, bem como de cenários futuros exigem dados sobre a variabilidade do clima.
A busca pelos dados foi uma das tendências apontada durante os debates. A paleoclimatologia
e a estatística foram indicadas como grandes fornecedoras de meios para auxiliar os meteorologistas
em novas metodologias e na ausência de dados observacionais. O esforço por um banco de dados regi-
onais de qualidade é um objetivo que foi reiterado. Os modelos numéricos também foram apontados
como uma parte importante no diagnóstico e na previsão de cenários futuros, mas houve grande des-
taque para a performance dos modelos em escala regional, que reproduzem melhor as particularidades
e devem receber maior importância, já que muitas das causas passam por atribuições locais.
Os efeitos abordados incluem a influência dos aerossóis causados pelas queimadas nas regiões
centrais do Brasil e os múltiplos estados de equilíbrio vegetação-clima, palestras apresentadas pela
Dra. Maria Assunção F. da Silva Dias e Dr. Carlos Nobre, respectivamente. Outras conseqüências foram
debatidas ainda, como a influência da expansão das áreas cultivadas e a expansão das cidades a partir
da década de 70.
As recomendações finais refletiram as preocupações dos meteorologistas sobre a importância
da comunidade científica para alertar sociedades e governos sobre o momento pelo qual o planeta
passa. Este contexto inclui o olhar científico e o aperfeiçoamento das metodologias, com novas métricas
e técnicas que possam colaborar com cenários futuros mais realistas, o que necessariamente compre-
ende as contribuições regionais, mas também inclui a dimensão humana. Este ponto foi ressaltado prin-
cipalmente quanto à inclusão de outros setores nos debates de forma mais completa, como os jorna-
listas e os economistas. Estes profissionais são capazes de dimensionar também na economia e no
comportamento da população a importância e a responsabilidade que a comunidade científica, e em
particular os meteorologistas, possui no debate das mudanças climáticas.
Solenidade de Abertura do II Simpósio Internacional de
Climatologia, organizado pela SBMET.
Palestrantes e membros da organização do II
SIC em São Paulo.
12
III Conferência Regional Sobre Mudanças Climáticas Globais:
América do Sul
Pesquisadores de todo o mundo tentam entender o impacto das mudanças globais na América
do Sul há vários anos. Mesmo assim, o nível de conhecimento sobre esses impactos ainda é reduzido.
Ainda serão necessários muitos estudos para a formulação de soluções e estratégias satisfatórias para
os vários problemas decorrentes das mudanças globais, como aqueles relativos ao ar, solo, água, eco-
nomia, áreas de risco à ocupação humana e outros aspectos.
A III Conferência Regional sobre Mudanças Globais: América do Sul, que aconteceu de 4 a 8 de
novembro, no Bourbon Ibirapuera, São Paulo, SP, foi uma oportunidade para ampliação e compartilha-
mento do conhecimento sobre o assunto. O encontro reuniu atores do setor privado, da academia e da
sociedade civil na busca de um melhor entendimento e estabelecimento de sinergias e parcerias para
obtenção de soluções científicas, tecnológicas e comerciais sustentáveis e socialmente corretas para
esse grande desafio.
Aproximadamente 115 trabalhos acadêmicos sobre temas relacionados à mudança climática (A
Ciência das Mudanças Globais, Impactos, vulnerabilidade e adaptação, Evitando as mudanças
climáticas e O futuro do regime climático global) foram expostos durante o evento, no qual cien-
tistas, empresários, autoridades e representantes de ONG’s de diferentes países da região debateram
os efeitos que tal mudança irá provocar na área e como atenuá-los. O ponto de partida das discussões
foi o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), iniciativa
que recebeu o Prêmio Nobel da Paz neste ano junto com o ex-vice-presidente americano Al Gore e que
terá alguns de seus membros presentes no evento. A partir do relatório do IPCC, os conferencistas tra-
çaram mapas do que o aquecimento global pode provocar na América do Sul ainda neste século e anali-
sadas as medidas, algumas já em andamento, que os países devem adotar para tentar suavizar os im-
pactos sociais, econômicos e ambientais da mudança climática. A participação de diversos setores da
sociedade no evento foi muito importante no sentido de estabelecer sinergias e associações que
permitam a formulação de políticas públicas e de soluções científicas, tecnológicas e comerciais sus-
tentáveis para as possíveis mudanças climáticas.
A Conferência foi organizada pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São
Paulo (USP) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC). Paralelamente aos debates e às mesas-re-
dondas, o encontro contou com uma exposição de caráter tecnológico na qual foram divulgados ações,
produtos e serviços desenvolvidos por empresas, universidades e centros de pesquisa para diminuir os
efeitos das mudanças climáticas.
Colaboraram nesta Edição:
Maria Inês Möllmann e Carolina Behr, EcoAgência
de Notícias
.
Mariana Oliveira, Assessoria de Imprensa da
SBMET.
MSc. Paulo Ricardo Teixeira da Silva,
Pesquisador do NMA/LBA/INPA e Membro da
UNEMET.
MSc. Rodrigo Santos Costa, Doutorando do
INPE e Membro da UNEMET.
Se você quiser divulgar algum
evento relacionado com a área
de Meteorologia, e/ou áreas
afins, é só enviar um e-mail
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onto de Vista Humberto Barbosa e José Prieto
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formar à comunidade meteorológica brasileira sobre a distribuição dos dados
METEOSAT de Segunda Geração (MSG - METEOSAT Second Generation) – satélite
meteorológico geoestacionário europeu – feita pelo sistema EUMETCast, utilizando o
satélite de telecomunicações NSS806 localizado em órbita geossíncrona na longitude
de 40.5º WGr (EUMETSAT, 2004). Em linhas gerais, esta é a meta deste artigo. Em outras pala-
vras, situar o leitor acerca de aspectos técnicos neste contexto, privilegiando elementos tecnoló-
gicos como formas de acesso, modos de manipulação, maneiras de uso e, em outro vetor, as
destinações possíveis para os dados em meteorologia ora fornecidos. Destacável pela funcionali-
dade e operacionalidade, a tecnologia desenvolvida pela EUMETSAT e aqui sintetizada em muito
pode colaborar no quesito compartilhamento de informações em prol do desenvolvimento de po-
vos e países.
EUMETSAT, METEOSAT E EUMETCast
A EUMETSAT (European Organisation
for the Exploitation of Meteorological Satellites,
http://www.eumetsat.int/
) é uma instituição
intergovernamental que foi criada em 1983
através de uma convenção internacional que
envolve vinte países da Europa, entre eles
Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca,
Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda,
Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal,
Suécia, Suíça, Turquia e Reino Unido. Além
destes, mais sete nações do leste europeu
mantêm acordos de cooperação com a organi-
zação européia.
Além de disponibilizar os dados gra-
tuitamente para fins educacionais e para pes-
quisa, a EUMETSAT também tem prestado par-
ticular atenção à formação e capacitação de
técnicos e à operacionalização de mecanismos
de troca de informação e disponibilização dos
dados do MSG para usuários da América Latina.
Enquanto programa conjunto com a Agência
Espacial Européia (ESA), a iniciativa EUMETCast
centrou-se, inicialmente, no desenvolvimento
comercial de produtos e dados para apoiar pro-
gramas europeus de monitoramento do clima e
das mudanças climáticas globais.
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OS SATÉLITES GEOESTACIONÁRIOS
EUROPEUS (SGE): METEOSAT
A rede de satélites geoestacionários é
coordenada pela Organização Meteorológica
Mundial (OMM) do qual fazem parte do pro-
grama GARP (Global Atmospheric Research
Programme), os satélites Meteosat, GOES,
GMS, GOMS e Isat. O satélite geoestacionário é
uma espécie de satélite equatorial que orbita
permanentemente sobre a linha do equador a
uma altitude de aproximadamente 35.786 km.
O primeiro satélite geoestacionário foi lançado
em 1966 pela NASA, denominado ATS
(Applications Technollogy Satellite), o qual em
1975 foi batizado de GOES (Geoestationary
Operational Environmental Satellite).
Com uma configuração semelhante à
plataforma do GOES, o primeiro satélite euro-
peu, denominado METEOSAT, foi lançado em
1977. Na seqüência foram colocados em órbita
mais seis satélites nos anos de 1981, 1988,
1989, 1991, 1993 e 1997, fornecendo dados
que contribuíram de modo decisivo para a pre-
visão meteorológica da Europa e da África. Em
agosto de 2002 foi lançado o MSG–1 que, pos-
teriormente, tornou–se operacional desde ja-
neiro de 2004 (cognominado de Meteosat–8).
Em dezembro de 2005 foi lançado o MSG–2
(Meteosat–9), uma réplica da primeira versão
do Meteosat–8, atualmente em operação
(EUMETSAT, 2004).
Neste processo constante de lança-
mentos, até 2018 a EUMETSAT pretende lançar
quatro satélites operacionais. Ainda em termos
de equipamentos, importante frisar que dois
novos radiômetros compõem o sistema MSG: o
imageador de alta rotação no visível e infra-
vermelho (SEVIRI – Spinning Enhanced Visible
and Infrared Imager) e o radiômetro geoesta-
cionário de saldo de radiação da Terra
(Geostationary Earth Radiation Budget
GERB).
Juntos, os dois representam uma mu-
dança fundamental no conceito do uso de da-
dos de satélites meteorológicos. Esses radiô-
metros foram projetados para satisfazer as
exigências de previsão de tempo dos seus paí-
ses membros da EUMETSAT e para monitora-
mento ambiental. O radiômetro varre a superfí-
cie da Terra, linha por linha, e cada linha con-
siste de uma série de elementos de resolução
ou pixels. Para cada pixel, o radiômetro estima
a energia radiativa de uma determinada banda
espectral. Esta estimativa é digitalmente codifi-
cada e transmitida à Estação terrestre
(EUMETSAT, 1999).
Já o SEVIRI varre a Terra com uma re-
solução temporal de 15 minutos (Tabela 1), em
12 canais, com uma resolução espacial entre 1
km e 3 km no nadir. A disseminação das ima-
gens adquiridas do SEVIRI de baixa resolução
(3.712 X 3.712 pixels) emprega o sistema LRIT
(Low Resolution Information Transmission). A
partir deste modo é possível obter uma ima-
gem com resolução espacial de 3 km por pixel
no nadir do Meteosat–9 (EUMETSAT, 2001).
Tabela 1 – Canais e resoluções do radiômetro
SEVIRI
Por sua vez, a disseminação das ima-
gens de alta resolução (11.136 X 7.700 pixels)
emprega o sistema HRIT (High Resolution
Information Transmission), fornecendo uma
imagem com resolução espacial de 1 km por
pixel no nadir. Diariamente, essas imagens em
alta resolução (HRIT), requerem de 4,5 GB
(gigabytes) de armazenamento (EUMETSAT,
2001).
DESCREVENDO O SISTEMA EUMETCAST
O sistema EUMETCast utiliza a banda C
para retransmitir e distribuir arquivos de dados
e de imagens usando o padrão DVB (Digital
Video Broadcast). Entre os diferenciais para a
recepção de dados do MSG-2 se destacam a
simplicidade dos equipamentos e o refinamento
do conteúdo transmitido. Financeiramente a
instalação é extremamente viável, pois os in-
vestimentos, em geral, somam cerca de R$ 13
mil.
Mas o grande atrativo do sistema é o
custo para a obtenção dos dados: zero até
2011, fato que em muito pode beneficiar o
Brasil e outros países, em especial os de de-
senvolvimento tardio. Isto porque pelo
EUMETCast tem-se acesso a um conjunto de
dados, bem como de produtos, de benefício
para política e decisão em todos os setores da
15
nossa sociedade, incluindo agricultura, energia,
meio ambiente e turismo, áreas com acentuada
dependência e necessidade de informações
acerca das condições climáticas.
Do mesmo modo e não menos impor-
tante, é real a carência em algumas destas
nações de informação sistemática sobre o mo-
nitoramento dos serviços de trafego aé-
reo, com base em respostas provenien-
tes de satélites geoestacionários. Oferecendo
a possibilidade de transmissão de dados via
vídeo digital de altíssima qualidade, mapeando
a Terra com o fornecimento de informações
precisas em intervalos de 15 minutos, o
EUMETCast permite aperfeiçoar previsões po-
dendo antecipar acontecimentos meteorológi-
cos em até 12 horas, período considerado
muito reduzido de acordo com padrões interna-
cionais.
No âmbito da EUMETCast, a recepção
dos dados MSG para o Brasil é feita somente,
no momento, por três estações, sendo uma
instalada no CPTEC/INPE (Cachoeira Paulista,
SP); outra na Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME,
Fortaleza, CE); e a última na Universidade
Federal de Alagoas (UFAL, Maceió, AL), pri-
meira universidade nacional a implantar o sis-
tema.
No ano de 2007, a EUMETSAT divulgou
o EUMETCast para a comunidade de pesquisa-
dores, professores, técnicos, estudantes e em-
presários no XIII Simpósio Brasileiro de Senso-
riamento Remoto, realizado em Florianópolis,
estado de Santa Catarina, no período de 20 a
26 de abril, sendo este o evento mais impor-
tante para a comunidade de sensoriamento
remoto do país. No período de 20 a 24 de
agosto de 2007, pesquisadores brasileiros, sul-
americanos, norte-americanos, europeus e afri-
canos lusófonos estiveram reunidos em Maceió,
estado de Alagoas, para um treinamento de
usuários de imagens dos dados MSG, atividade
indispensável para promover a intensiva intera-
ção com os usuários e a necessária transferên-
cia da tecnologia.
Entretanto, mesmo diante dos benefí-
cios advindos da utilização do EUMETCast, com
acesso gratuito a informações de satélites me-
teorológicos geoestacionários europeus
(METEOSAT) e norte-americanos (GOES) sendo
para tanto necessários apenas equipamentos
para recepção, armazenamento e processa-
mento dos dados, é essencial reafirmar a ne-
cessidade de o Brasil construir seu próprio sa-
télite meteorológico geoestacionário. Para isso,
estratégias precisam ser bem definidas para
que o projeto, desde seu escopo, seja imple-
mentado com sucesso.
Os principais problemas para imple-
mentação do Satélite Geoestacionário Bra-
sileiro (SGB) apontados por especialis-
tas que trabalham em sua projeção são
lacunas para o seguinte questionamento: quem
pagaria pela infra-estrutura, administração e
operação do sistema? Ainda há outro problema
que é como incluir o setor privado, importante
player para o sucesso do projeto, no panorama
de suas fases de execução.
Some-se ainda a estes entraves o fato
de que a construção do SGB exige, principal-
mente, decisões políticas consensuais em ter-
mos de cooperação internacional, sem as quais,
certamente, o satélite não será implementado
ou, se for, não será desenvolvido de forma
otimizada e tecnologicamente consistente. A
título de exemplo, o sucesso do satélite sino-
brasileiro de sensoriamento remoto, CBERS,
representa um avanço extraordinário em ter-
mos de cooperação internacional em tecnologia
espacial.
A RECEPÇÃO E O PROCESSAMENTO DAS
IMAGENS METEOSAT
Os dados e produtos gerados pelo
METEOSAT são transferidos para o Centro
Europeu de Transmissão (EUMETCast), servidor
localizado na Alemanha (Darmstadt), e para as
Estações individuais de recepção EUMETCast
(cliente).
A EUMETSAT opera com três sistemas
de difusão EUMETCast: 1) Europa na banda KU
através do satélite Hotbird–6; 2) África na
banda C através do satélite Atlantic Bird 3; e 3)
América na banda C via satélite NewSkies
(NSS)–806. Cada Estação receptora decodifica
o sinal e reconstitui os dados e produtos. Um
dos objetivos da EUMETcast é também apoiar
os Serviços Nacionais de Meteorologia (National
Meteorological Services – NMS) dos países
membros da União Européia. A EUMETSAT ge-
rencia atualmente o Meteosat–6, Meteosat–7 e
–8 sobre a Europa e África, e o Meteosat–5
sobre o Oceano Índico (EUMETSAT, 2004).
No Brasil, há a distribuição direta dos
dados EUMETSAT pela EUMETCast via satélite
de telecomunicações NSS806 para Estações
individuais, utilizando o sistema DVB/MPEG-2,
onde a largura de banda (canal) ocupada por
um canal analógico é utilizada por 12 canais
digitais codificados. O sistema DVB/MPEG-2
permite o uso mais eficiente do espectro ele
16
tromagnético devido ao aumento da taxa de
transmissão de dados na banda de freqüências
disponível – cognominado de sistema
EUMETCast.
Desta maneira, o sistema EUMETCast
utiliza a técnica MPEG-2 para a camada de
compressão, que permite comprimir um sinal
para um volume 100 vezes inferior ao do sinal
de origem. Por outro lado, ele é baseado numa
arquitetura cliente-servidor, utilizando linha de
comandos e ferramentas gráficas. Atualmente
estão disponíveis para América do Sul as se-
guintes informações: dados de alta resolução,
com emprego dos sistemas LRIT/HRIT
(Low/High Resolution Information
Transmission) a cada quinze minutos; dados
GOES (Leste e Oeste) e MTSAT, a cada três
horas; produtos “Land” SAF e da SAF OSI; pro-
dutos regionais dos satélites de órbita polar
NOAA (EUMETSAT, 2001).
Os componentes básicos para recepção
de dados transmitidos são: uma antena, dois
computadores e os softwares. A antena é com-
posta por um refletor parabólico de 3 metros,
um alimentador com polarização LHC e um
amplificador LNB para amplificar o sinal com
baixos níveis de potência. Os computadores
podem operar utilizando plataforma Windows
XP, sendo necessárias 2 máquinas: uma para a
recepção dos dados e outra para processar as
imagens recebidas.
O computador de recepção é equipado
com placa DVB PCI. A configuração mínima dos
sistemas requer CPU com clock acima de 1,8
GHz e memória RAM de 2 GB, alem de um HD
com pelo menos 160 GB de capacidade e a
chave específica de acesso EUMETCast Key Unit
(EKU). Um software de controle fornecido pela
EUMETSAT, chamado Tellicast, verifica se a
chave está apta para a recepção dos dados e
libera o armazenamento dos dados em disco,
que devem ser descompactados. Na descom-
pactação deve ser utilizado um software espe-
cífico disponível no endereço EUMETCast
(Figura 1).
As chaves Eumetsat USB e NTP são ne-
cessárias para mudar o tempo, pois o tempo do
sistema é UTC. As imagens do MSG/SEVIRI são
adquiridas em oito seções, no sentido dos pa-
ralelos, e codificadas em 1024 níveis de cinza
(10 bits). Para codificação das imagens para 8
bits (256 níveis de cinza) e montagem das se-
ções, ou seja, na elaboração do mosaico, é uti-
lizado um software desenvolvido pelo LAPIS
(Laboratório de Processamento de Imagens de
Satélite) da UFAL (Figura 2). A primeira ima-
gem MSG-2 da Estação UFAL foi processada no
dia 11 de maio de 2007.
Figura 2 - As imagens (Visível, IV_3,9 e RGB 321)
de uma secção da Terra, obtidas pelo satélite
METEOSAT no dia 19 de outubro de 2007, desta-
cando o rastro de vórtices (eddies e esteiras) de
von Kármán observados a sudoeste das Ilhas
Canárias. Fonte: Estação EUMETCast da UFAL.
Figura 1 - Equipamentos e softwares usados para montagem da Estação de recepção de imagens do
satélite METEOSAT-9
(
MSG
)
na UFAL. Fonte: Humberto Barbosa.
17
O primeiro satélite meteorológico eu-
ropeu de órbita polar, o MetOp-A
(Meteorological Operational Satellite–A) da sé-
rie EPS (Eumetsat Polar Systems), a 817 Km
de distância da Terra, tem complementado as
observações feitas por satélites METEOSAT, a
36 mil km de distância da Terra (órbita geoes-
tacionária). O MetOp-A conta com a colabora-
ção entre a Agência Espacial Européia (ESA) e
a EUMETSAT. Para os países da América Latina,
essas observações ainda não estão disponíveis
via EUMETCast (Figura 3).
Figura 3 - Imagem (RGB 321) da região Central
do Brasil obtida pelo satélite MetOp-A, dia 19 de
agosto de 2007. Fonte: Humberto Barbosa.
O BRASIL, VIA ALAGOAS, É SEDE DO
WISMUSA
O primeiro Workshop Internacional de
Satélites Meteorológicos para Usuários Sul-
Americanos – WISMUSA
(http://www.dmd2.com.br/eumetsat/) – fez
parte da série de cursos de satélites meteoro-
lógicos realizados pela EUMETSAT no Brasil.
Importante ação na estratégia de disseminação
da tecnologia e integração de usuários, o
Workshop está incluído no rol de iniciativas em
andamento para a difusão de informações rela-
tivas aos satélites MSG e a ferramentas como o
EUMETCast.
Entre 20 e 24 de agosto 40 pesquisa-
dores, em especial brasileiros e sul-america-
nos, estiveram reunidos em Maceió, capital do
estado de Alagoas, para uma atividade inédita
em universidades públicas do Brasil: o treina-
mento de usuários de imagens dos satélites
meteorológicos mantido pela instituição inter-
governamental européia. O Workshop foi pro-
movido no Brasil pela UFAL, única universidade
do país a possuir a tecnologia de aquisição,
recepção e tratamento de dados do satélite
METEOSAT de Segunda Geração.
Em outras ocasiões, a EUMETSAT em
parceria com a FUNCEME e o INPE já
realizaram quatro cursos de treinamento sobre
o sistema de recepção EUMETCast. A partir dos
resultados desses cursos direcionados
principalmente aos usuários brasileiros, foi
constatada a necessidade de se ampliar o
treinamento à comunidade de usuários sul-
americanos e africanos lusófonos, através da
realização de um primeiro WISMUSA.
Importante se faz evidenciar o grande
esforço que é empreendido pela EUMETSAT em
realizar cursos de capacitação para recepção,
processamento, visualização, e disseminação
de dados e produtos derivados dos sinais de
Satélites METEOSAT, a serem ofertados aos
pesquisadores brasileiros das áreas de ciências
atmosféricas e de meio ambiente.
A grosso modo, o objetivo do
Workshop foi, a partir da experiência de trei-
namento em Alagoas, transferir a tecnologia
dos satélites do sistema EUMETSAT para outros
centros de estudos e pesquisas universitárias
de toda a parte sul do continente americano.
Durante o WISMUSA, pesquisadores do Brasil,
dos Estados Unidos, da África, da Europa e de
países da América Latina apresentaram, conhe-
ceram e intercambiaram conhecimentos acerca
das inúmeras viabilidades para a implantação
do sistema. Nesta perspectiva, deve-se ressal-
tar o pioneirismo da UFAL, instituição federal
de ensino superior alagoana que implantou em
maio de 2007 a primeira estação universitária
brasileira de recepção de dados do satélite
MSG.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: VARIADAS
APLICAÇÕES E MÚLTIPLOS BENEFÍCIOS
Quais são os benefícios do uso de in-
formações meteorológicas satelitais a 36 mil
km da Terra? Quais aplicações podem ter estes
dados a serem recebidos por diferentes esferas
decisórias da sociedade?
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As vantagens proporcionadas pelo
acesso aos dados fornecidos pela EUMETSAT
são altamente importantes para o planeja-
mento governamental e para tomada de de-
cisões dos setores público e privado em curto e
médio prazo, com ganhos substanciais para a
sociedade brasileira de modo geral. E, natural-
mente, tais conquistas podem se estender para
os demais países da porção do sul do conti-
nente americano, ou mesmo da África, po-
dendo assumir caráter de indutor tecnológico
para nações que hoje apresentam mecanismos
deficitários em termos de recepção de dados
desta espécie.
Nas últimas décadas, as imagens e da-
dos derivados dos satélites METEOSAT em todo
o mundo têm gerado informações de grande
utilidade para as previsões de tempo e de
clima. Por essa razão, diversos pesquisadores
em nosso planeta têm utilizado tais informa-
ções com a finalidade de contribuir para acom-
panhamento e análise de diversos fenômenos
atmosféricos e ambientais; como precipitações
intensas e a ocorrência de incêndios.
Além destes fatores, se voltados os
olhares para o cenário nacional, verifica-se que
o Brasil possui histórica vocação agrícola, ativi-
dade que vem ganhando força, nos últimos
anos, não obstante certas regiões do país ainda
serem carentes de informação sistemática so-
bre o monitoramento de tempo e clima. Por
isso, ter acesso às informações e dados forne-
cidos pelo MSG-2 podem ser fundamentais para
a tomada de decisão em tempo hábil.
Contudo, é importante salientar que o
desenvolvimento do primeiro satélite nacional
geoestacionário será fundamental para as a as
previsões de tempo e de clima em um país com
as dimensões continentais como o Brasil. Nesta
perspectiva, a utilização do sistema da
EUMETSAT se configura como importante e
viável que se diversifica com aplicações as mais
variadas rumo à minimização de desigualdades
regionais.
Paralelamente, ao manipular os dados
de forma apropriada, centros de pesquisa, uni-
versidades, governos e entidades públicas ou
privadas podem desenvolver estudos sobre
potencial eólico, mapas de vegetação, geopro-
cessamento e previsões meteorológicas indis-
pensáveis à agricultura. O uso dessas informa-
ções também pode se voltar a questões de se-
gurança da população, mediante previsão de
fenômenos climáticos extremos.
Assim, tais instrumentos de pesquisa e
conhecimento, desenvolvidos pela organização
européia e disseminados em escala global, são
capazes de traçar uma gama imensa de veto-
res, todos valiosos para o balizamento de pes-
quisas, políticas públicas e investimentos epi-
sódicos, sazonais ou mesmo estruturantes.
Humberto Alves
Barbosa
Meteorologista. Doutor
em Sensoriamento
Remoto pela
Universidade do Arizona,
EUA. Pós-Doutorado na
Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos
Hídricos (FUNCEME) e
atualmente é professor
do ICAT/UFAL.
José Ignacio Prieto
Fernández
Meteorologista.
Especialista em Satélite
Meteorológicos.
Atualmente é Diretor da
Sessão de Ensino e
Treinamento da Agência
EUMETSAT, Darmstadt,
Alemanha.
Referências:
EUMETSAT, 1999. LRIT/HRIT Global
Specification, CGMS 03. Darmstadt, Germany.
EUMETSAT, 2001. MSG Ground Segment
LRIT/HRIT Mission Specific
Implementation, MSG/SPE/057. Darmstadt,
Germany.
EUMETSAT, 2004. Technical document
EUM TD 15. issue 3.2, 5 September 2004.
Darmstadt, Germany.
Para Saber Mais:
http://www.dmd2.com.br/eumetsat/
BARBOSA, H. A., 2007. Report on the
International Meteorological Satellite
Workshop for South-American Users.
ICAT
/
UFAL
,
Maceió
,
Brazil
,
18 Se
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tember 2007.
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onfira aqui a lista dos principais eventos, no Brasil e no mundo, programados
para acontecer em 2008.
X WORKSHOP INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO CLIMÁTICA PARA
O SEMI-ÁRIDO NORDESTINO
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http://www.funceme.br/evento/workshop
O X Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semi-Árido
Nordestino visa apresentar à sociedade a previsão para a estação chuvosa do
setor norte do Nordeste Brasileiro, com base na contribuição de diversos
centros operacionais e de pesquisa e de pesquisadores em Meteorologia e
Climatologia.
Pela terceira vez, o Workshop de Avaliação Climática ocorre paralelamente a
um evento científico de Estudos Climáticos. O III Encontro Internacional de
Estudos Climáticos Aplicados ao Nordeste Brasileiro terá como tema
“Mudanças Climáticas, Variabilidade Climática e Impactos no Semi-Árido”. O
mesmo estará aberto a contribuições de pesquisadores, técnicos e estudantes
na forma de apresentações orais ou pôsteres.
O Evento será realizado em janeiro de 2008 na cidade de Fortaleza, Ceará e
está sendo promovido e organizado pela Fundação Cearense de Meteorologia
e Recursos Hídricos (FUNCEME), com apoio do INMET e CPTEC/INPE.
Mais informações podem ser obtidas através do e-mail:
[email protected] ou por Fax: (85) 3101-1093.
6º CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
(UNIVERSIDADE 2008)
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http://www.universidad2008.cu/Port/Presentacion.asp
O Ministério da Educação Superior (MES) e as universidades da República de
Cuba estã9 realizando o 6º Congresso Internacional da Educação Superior
"Universidade 2008", no período de 11 a 15 de Fevereiro de 2008, no Palácio
de Convenções de Havana, Cuba.
Universidade 2008 dedicará à celebração do 80º aniversário da educação
superior cubana que se iniciou com a fundação da Universidade de Havana
em 1728.
Esta edição tem como lema "A universalização da Universidade por um
mundo melhor" e propiciará o debate sobre encontrar soluções para o
problema da Educação Superior para todos ao longo de toda a vida, o que
reitera o renovado compromisso da Educação Superior com a sua sociedade e
com o seu tempo a 90 anos da reforma universitária de Córdoba, Argentina e
a 10 anos da Conferência Mundial da UNESCO sobre a Educação Superior
realizada em Paris, 1998.
Desde a primeira edição realizada no ano 1998, estes congressos têm-se
afirmado como um espaço para a reflexão orientada para a discussão dos
mais diversos temas vinculados à agenda internacional sobre educação
superior, o qual foi reafirmado no Congresso anterior, celebrado em 2006,
tendo a participação de 4.000 delegados de 72 países.
Mais informações com a Secretaria do evento: Dr. Omar Herrera Martinez,
Secretário Executivo ([email protected]).
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WORKSHOP INTERNACIONAL SOBRE CLIMA E RECURSOS
NATURAIS NOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA (WSCRA08)
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A natureza global dos problemas climáticos e ambientais, porque também
têm repercussões locais, criam um ambiente favorável para a obtenção de
consensos e apoios em nível nacional e internacional para facilitar o
desenvolvimento de parcerias estratégicas, envolvendo o setor institucional,
universidades e agentes econômicos, para promoverem programas de
investigação aplicada de interesse comum. É este quadro que justifica a
realização deste Workshop Internacional promovido pela Agência dos Países
de Língua Oficial Portuguesa para a Área do Clima e Respectivas Implicações
Ambientais (CRIA), Instituto de Meteorologia (IM) de Portugal e o Instituto
Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) de Cabo Verde, a ser realizado
na Ilha do Sal, Cabo Verde, de 02 a 07 de Março de 2007.
Sessões científicas com apresentação de comunicações orais irão cobrir as
seguintes áreas temáticas: Agrometeorologia, Micrometeorologia,
Biometeorologia; Climatologia Urbana e Poluição Atmosférica e Impactos na
Saúde, em especial; Desastres Naturais/Recursos Hídricos e Energias
Renováveis; Variabilidade e Alterações Climáticas; Modelação de Tempo e
Clima em Macro e Meso-Escala; Oceanografia e Detecção Remota.
Mais informações com a Secretaria do evento: p[email protected]v,
[email protected], Dr. Sérgio Ferreira (s[email protected]),
Carlos Moniz ([email protected]r), Carlos Tavares
(direitinho.tavares@meteo.pt) e prof. Luiz C. B. Molion (prof.
CONFERÊNCIA SPACEOPS 2008
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EUMETSAT e ESA estão combinando suas experiências para realizar a
SpaceOps 2008 tendo como tema "Protegendo a Terra, Explorando o
Universo". A conferência acontecerá no Centro de Convenções da cidade de
Heidelberg, Alemanha, no período de 12 - 16 de maio de 2008.
Foco especial será dado sobre: # Observação de terra e missões de
Meteorologia: monitorando o estado e a evolução do ambiente da Terra,
provendo dados para a proteção da espécie humana e nosso planeta casa em
extinção; # Missões de exploração próxima a Terra e no espaço longínquo,
incluindo a exploração robótica do Sistema solar e bem distante, como
também espaçonave para exploração Lunar e marciana.
Uma semana intensiva de apresentações (oral e painel) ocorrerão durante a
SpaceOps 2008 que promete ser um evento excepcional e memorável. Uma
característica adicional do programa será a apresentação do Prêmio de
Realização Excelente do SpaceOps, a Medalha de Serviço Distinta, e um
Prêmio de Melhor Trabalho. A Conferência SpaceOps é um foro técnico da
comunidade de operações espaciais que estuda princípios de operações do
estado da arte, métodos, e ferramentas. O evento é bianual desde 1990 e
têm atraído tecnólogos, cientistas, gerentes, e especialistas de agências
espaciais, indústria, e academia. A SpaceOps promove intercâmbio
administrativo e técnico em todos os aspectos de operações de missões
espaciais, inclusive robótica, humana, órbita da terra, e espaço sideral.
Para mais informações consulte a homepage da SpaceOps acima ou por e–
mail para: Heike Schweitzer (heike.sch[email protected]nt), Madeleine Pooley
(madeleine.pooley@eumetsat.int), Megan Halsey (meg[email protected]).
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I CONGRESSO TECNOLÓGICO TI E TELECOM
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http://www.infobrasil.inf.br
O Congresso InfoBrasil, que será realizado nos dias 13 a 16 de maio de 2008,
em Fortaleza, é um fórum nacional de intercâmbio científico, tecnológico e
educacional com foco nas aplicações e soluções do setor. O Evento tem por
objetivo disseminar as novas tecnologias, promover o conhecimento e
estimular o debate sobre os principais temas do setor de Tecnologia da
Informação e Telecomunicações. O Comitê de Programa da InfoBrasil é
formado por mais de 50 acadêmicos oriundos de todas as universidades e
faculdades de Computação e Sistemas de Informação de Fortaleza, além de
pesquisadores de outras regiões do País.
Os autores são convidados a submeter trabalhos de pesquisa aplicada, de
desenvolvimento e de resultados experimentais que abrangem um ou mais
dos assuntos temáticos relacionados.
Foram definidos 14 temas para integrar a programação do Congresso, com
um coordenador para cada área: Automação e Sistemas Embarcados; Banco
de Dados; Computação Gráfica; Engenharia de Software; Gerência de
Projetos; Educação a Distância; Inteligência Artificial; Pesquisa Operacional;
Propriedade Intelectual aplicada em TIC; Redes de Comunicação Digital infra-
estruturada e sem fio; Sistemas de Telecomunicações; Tecnologias WEB; TV
Digital; Software Livre.
Os trabalhos podem ser apresentados no formato de artigos completos e
tutoriais. As submissões devem ser feitas eletronicamente até o dia 15
de janeiro de 2008.
Mais informações com a Secretaria Executiva pelo e-mail:
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III CONGRESSO BRASILERIO DE ONCEANOGRAFIA - CBO’2008
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O Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO) ocorre de dois em dois anos
(edição bienal). A Associação Brasileira de Oceanografia (AOCEANO) e o
Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará
(UFC) são os organizadores da 3ª edição do Congresso Brasileiro de
Oceanografia (CBO’2008), a ser realizado entre os dias 20 e 24 de maio de
2008, no Centro de Convenções do Ceará, na cidade de Fortaleza, capital do
Estado do Ceará.
Paralelamente ao CBO’2008 ocorrerá também a realização da primeira edição
do Congresso Ibero-Americano de Oceanografia, evento que pretende reunir
a comunidade científica da América Latina e da Península Ibérica (Portugal e
Espanha) para discutir os avanços nessa área do conhecimento, assim como
viabilizar a integração entre os diversos setores vinculados à área.
Integrada ao III Congresso Brasileiro de Oceanografia - CBO'2008 e ao
Congresso Ibero-Americano de Oceanografia - CIAO, será realizada a FEIRA
TÉCNICO-CIENTÍFICA BRASIL OCEANO, em sua quarta edição, que visa
proporcionar a divulgação e a promoção de empresas, instituições e
entidades que possuam uma estreita relação com o ambiente marinho e seus
recursos.
A Comissão Organizadora espera reunir, na capital cearense,
aproximadamente 2.500 congressistas, estimativa esta consubstanciada pelo
sucesso das duas edições anteriores do CBO.
O prazo final para envio de trabalhos é 22 de janeiro de 2008.
Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected]r
ou pelo Telefax: (47) 3367-2202.
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CONGRESSO E-LEARNING BRASIL 2008
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http://www.elearningbrasil.com.br/congresso/2008/evento/index.asp
A 8ª edição do Congresso E-Learning Brasil ocorrerá nos dias 25 e 26 de
junho de 2008 no WTC Hotel na cidade de São Paulo. Ele é reconhecido como
o maior e mais importante evento de e-Learning da América Latina.
É um ambiente propício à troca de experiências considerando que o mercado
já está mais maduro e consistente, tendo normalmente a participação de
mais de 7.000 participantes, líderes, formadores de opinião e responsáveis
pelo desenvolvimento do Capital Humano, das principais organizações
privadas, governamentais e educacionais de nosso país, que já participaram
das edições anteriores.
O Tema desta edição será “Além do E-Learning:Gestão do Cohecimento,
Aprendizado, Desempenho e Talentos”.
Paralelamente ao Congresso E-Learning 2008 terá também a FIT Educ 2008,
que é uma Feira Internacional de Produtos de Tecnologia Educacional.
As metas destes eventos são:
Agilizar o desenvolvimento e o lançamento de novos produtos (time
to market);
Melhorar a utilização de produtos já lançados;
Otimizar os investimentos na capacitação dos recursos humanos;
Gerar novas oportunidades de negócio;
Aumentar o índice de satisfação de seus Clientes;
Desenvolver e reter o Capital Humano;
Implantar um novo sistema (ERP, CRM, outros);
Aumentar as vendas;
Identificar e contratar talentos;
Estimular o auto-desenvolvimento e pró-atividade de seus
Colaboradores;
Aumentar a capacidade de processos produtivos e administrativos;
Implantar ou aperfeiçoar a Gestão do Conhecimento;
Promover sinergia e comunicação interna e externa em sua
Organização
Mais informações podem ser obtidas pelos Telefone: (11) 4225-7600, Fax:
(11) 4225-7610.
VIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA
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O Laboratório de Climatologia e Recursos Hídricos do Instituto de Geografia
da Universidade Federal de Uberlândia (UBU) estará realizando de 24 a 29 de
agosto de 2008 na cidade de Alto Caparão (Minas Gerais) o VIII Simpósio
Brasileiro de Climatologia Geográfica.
O tema desta edição é Evolução Tecnológica e Climatologia.
Durante o evento serão ofertados 07 mini-cursos e o “Papo de lareira” que é
o Encontro de estudantes com a pesquisa e o pesquisador, sendo uma
conversa informal “aquecida” com vinho. Além disso, estarão sendo
promovidos quatro trabalhos de campo: Escalada Noturna ao Pico da
Bandeira (1 e 2), Entorno do Maciço do Caparão (3) e Ouro Preto/Mariana –
Belo Horizonte (4). Como também haverá visitas orientadas entorno do
Parque do Caparão para os acompanhantes dos participantes do evento.
No terceiro dia do evento ocorrerá a Assembléia da ABClima.
O prazo final para envio de resumos é 10 de agosto de 2008.
Para mais informações manter contato via e-mail: [email protected]r,
[email protected] e clima@ufu.br.
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CONFERÊNCIA ANUAL DE SATÉLITE METEOROLÓGICO DA
EUMETSAT
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http://www.conferences.eumetsat.int
A Conferência anual de Satélite Meteorológico da EUMETSAT foi realizada em
uma sucessão de países anfitriões durante os anos, desde o norte mais
distante como Tromsø - a portal de entrada para o Ártico, a Dubrovnik - a
jóia do sul, mas nunca aconteceu em sua própria casa - em Darmstadt.
Finalmente, a EUMETSAT terá o prazer de ser anfitrião e dar boas-vindas a
todos em Darmstadt no período de 8 - 12 de setembro de 2008. O local do
evento será o novo Centro de Congresso de Ciência de Darmstadt, o
Darmstadtium, chamado assim após a descoberta em 1994 do primeiro
elemento químico pelo Instituto de Pesquisa para Íons Pesados (GSI -
Gesellschaft für Schwerionenforschung).
Temas de elevado interesse que estavam na agenda na Conferência Conjunta
EUMETSAT/AMS de 2007 serão debatidos novamente porém haverá uma
mudança de foco de Satélites Polares para Clima e Oceanografia. As sessões
dedicadas em Amsterdã demonstraram claramente uma atenção para o
mérito destas disciplinas. O lançamento do Jason-2 na metade de 2008 são
esperados avidamente pelos parceiros NASA, NOAA, CNES e EUMETSAT e
naturalmente pela comunidade internacional de oceano.
O escopo para troca de informação em oceanografia, particularmente com o
objetivo de ajudar a entender melhor as forças atrás das mudanças globais
de clima e a física do oceano, é infinito.
Igualmente importante é a contribuição de dados de satélite para aplicações
de Previsão Numérica do Tempo e a sessão neste campo de meteorologia por
satélite é seguro que estimular idéias. A gama completa dos tópicos es
listada abaixo:
Nowcasting,
Monitoramento do Clima com satélites operacionais,
Oceanografia,
Aplicações de Previsão Numérica do Tempo,
Sondagem Avançada,
Direcionando o monitoramento operacional da qualidade do ar
através de sistemas espaciais,
Hidrometeorologia,
Monitoramento de Uso do Solo,
Calibração de sensor,
Atividades por aprendizagem em Meteorologia.
O prazo final para envio de resumos é 25 de janeiro de 2008.
Mais informações podem ser obtidas no endereço eletrônico acima.
Nota: Se você quiser divulgar algum evento relacionado com a área de Meteorologia ou áreas
correlatas é só enviar um e-mail para:
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planeta Terra mudou. O homem mudou, evoluiu. Porém, todo progresso tem o seu
preço: hoje, a humanidade possui uma enorme demanda energética e os cenários de
crescimento mostram que um colapso não estaria muito distante. Além de toda a pro-
blemática já existente envolvendo as matrizes energéticas atuais, as energias renováveis
possuem o atrativo do desenvolvimento limpo, com reduzida (ou nenhuma) emissão direta de
carbono na atmosfera. Em tempos de debates sobre o aquecimento global, elas têm sido aponta-
das como não só como a evolução das fontes energéticas, mas como uma necessidade do mundo
moderno.
O Desenvolvimento da Humanidade
exige cada vez mais Energia...
Com a Revolução Industrial, o homem
passou a se preocupar em como conseguir
energia. Essa foi a primeira grande alteração
da matriz energética mundial, mas ainda sem
qualquer preocupação com meio ambiente.
Essas fontes energéticas, hoje conhecidas
como convencionais, são caracterizadas pelo
baixo custo, grande impacto ambiental e (hoje)
tecnologia difundida.
O Carvão
O primeiro combustível utilizado em
alta escala foi o carvão, ao menos até a se-
gunda grande guerra. Juntamente com o sur-
gimento da energia nuclear, o carvão assumiu
a condição de fonte subsidiária de energia.
No entanto, a disponibilidade de gran-
des jazidas de carvão mineral, a relativa facili-
dade do carvão vegetal e o seu baixo custo
ainda conferem a esse combustível um papel
relevante na economia atual, em especial para
economias em desenvolvimento.
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No Brasil, graças a condições climáticas
desfavoráveis, as jazidas possuem um carvão
de não tão boa qualidade. A maior parte está
localizada na região Sul, sendo que apenas o
carvão produzido em Santa Catarina é
coqueificável. Mesmo assim, em proporções
mínimas - menos de 20% - tem de ser mistu-
rado ao carvão importado. Já o carvão vegetal
é produzido basicamente para atender as si-
derúrgicas, a partir do eucalipto. Para isso, as
produtoras necessitam de imensas plantações,
que provocam impactos ambientais desfavorá-
veis, já que não chegam a constituir um ecos-
sistema e expulsam as espécies animais. A
produção caseira de carvão vegetal, feita por
métodos primitivos, embora pouco representa-
tiva do ponto de vista econômico, provoca
desmatamento e poluição ambiental. Parte
dessa produção destina-se ao consumo domés-
tico, em restaurantes com forno de lenha e
churrasqueiras.
Petróleo: Ouro Negro
Com a descoberta e invenção dos com-
bustíveis derivados do petróleo, ocorreu o de-
senvolvimento dos motores a explosão. Isso
abriu grandes perspectivas em termos de velo-
cidade e potência.
Petróleo: da entrada do óleo “cru” aos diversos produtos.
Fisicamente, o petróleo é uma mistura
de compostos de diferentes pontos de ebulição.
Os intervalos de temperatura e a composição
de cada fração variam com o tipo de petróleo.
Podendo ser encontrado nos estados sólido,
líquido e gasoso – sendo o líquido, e nos
últimos anos, o gasoso merecidamente tendo o
direito ao uso do nome e o reconhecimento
como grande benfeitor da humanidade –
ganhou importância no mundo moderno
quando substituiu o óleo de baleia na
iluminação pública das cidades européias.
A invenção do automóvel elevou-o à
condição de mais importante fonte de energia
da sociedade moderna. Ao longo da História,
produziu também incontáveis guerras, inva-
sões, disputas territoriais, golpes de Estado,
revoluções, cismas políticos. O Oriente Médio,
os Estados Unidos e os territórios da antiga
União Soviética são grandes produtores - e os
dois últimos igualmente consumidores.
Além do petróleo convencional, dispo-
nível em campos que podem ser explorados
pela “simples” perfuração de poços, há outros
tipos que dependem de estudos, pesquisas e
desenvolvimento tecnológico para serem utili-
zados. Por exemplo, o petróleo extra-pesado do
cinturão do Orinoco, na Venezuela, as areias de
alcatrão de Athabasca, no oeste do Canadá, e
os reservatórios de petróleo gelado e viscoso
do Declive Norte do Alasca. O óleo da argila
xistosa também é um recurso potencial, em-
bora ainda não possa ser considerado verda-
deiro petróleo; é uma rocha sedimentária rica
em substâncias orgânicas, que possui um pro-
cesso de quase três vezes mais caro do que a
exploração de poços comuns.
Consumo Final e Demanda Energética
O consumo final está associado a energia que
movimenta os setores econômicos de um país. A
demanda energética é o quanto cada um desses
setores “requer” ou utiliza em um determinado
período. Assim sendo, está intimamente
relacionada com o desenvolvimento de um país,
juntamente com as alterações de suas matrizes
energéticas. Acompanhando a evolução dos
diversos setores da economia, bem como o uso,
disponibilidade e busca por reservas energéticas,
se pode inferir projeções para os próximos anos.
Políticas externas e tratados, como o Protocolo
de Kyoto, têm importância quanto a algumas
dessas projeções; a busca por “energias limpas”,
uma possível redução nas emissões de carbono,
provenientes basicamente de combustíveis fósseis,
entre outros, poderiam mudar determinados
cenários. Porém, países em desenvolvimento têm
necessidades diferentes daqueles considerados
desenvolvidos.
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As características físicas e químicas do
óleo cru, juntamente com a localização e a ex-
tensão das jazidas, são os principais fatores na
determinação de seu valor como matéria-
prima. Como nenhuma de suas propriedades
físicas ou químicas permite detectá-lo com
certeza da superfície, a prospecção científica
tornou-se importante no começo do século XX,
quando os geólogos começaram a mapear as
características terrestres indicadoras de sítios
favoráveis à perfuração.
Particularmente reveladores eram os
afloramentos que indicavam a existência de
rochas sedimentares porosas e impermeáveis
alternadas. A rocha porosa (arenitos
calcários
ou dolomitas) serve de reservatório para o pe-
tróleo, que nela pode migrar, sob uma dife-
rença de pressão, através de interstícios e fen-
das, até o ponto de escapamento, ou seja, até
o poço perfurado.
Somente em janeiro de 1939 que se
revelou a existência de petróleo no nosso solo
brasileiro. Perfurado em Lobato - BA, pelo
então Departamento Nacional de Produção
Mineral, um órgão do governo federal. Em ou-
tubro de 1953 instituiu-se o monopólio estatal
da pesquisa, lavra, refinação, transporte e im-
portação do óleo no Brasil, pela Petrobrás (Pe-
tleo Brasileiro S.A.), sob a orientação e a fis-
calização do Conselho Nacional de Petróleo.
Nas décadas seguintes, a exploração
partiu para o Recôncavo Baiano, Bacia de
Sergipe/Alagoas, Bacias sedimentares do
Amazonas e do Paraná. Com os avanços tec-
nológicos, a Petrobrás alcançou bons resultados
em descobertas de gás natural na região do rio
Juruá, no alto Amazonas. As plataformas conti-
nentais também iam de vento em popa, com a
descoberta de óleo no litoral de Sergipe (campo
de Guaricema).
Foi, porém, a crise do petróleo iniciada
em 1973, que viabilizou a prospecção em áreas
antes consideradas antieconômicas. Na década
de 1970, intensificou-se a exploração de bacias
submersas. A identificação de petróleo na bacia
de Campos, litoral do Rio de Janeiro, duplicou
as reservas brasileiras. Mais de vinte campos
de pequeno e médio porte foram encontrados
mais tarde no litoral do Rio Grande do Norte,
Ceará, Bahia, Alagoas e Sergipe. No início dos
anos 80, o Brasil era, depois dos Estados
Unidos, o país que mais perfurava no mar,
mas, no final do século, ainda carecia importar
quase a metade do petróleo que consumia.
Estrutura de consumo dos combustíveis derivados de
petróleo no Brasil, segundo o BEN 2007 (ano base 2006).
No ano de 2006, a Petrobrás anunciou
a auto-suficiência brasileira em petróleo. A ex-
pansão do setor deve-se às novas descobertas
e às plataformas que iniciaram produção a par-
tir de 2003, que estão permitindo em apenas
dois anos, aumentar a sua produção em 400
mil barris/dia, passando de 1,5 milhões em
2004 para 1,91 milhões em 2006.
Navio-plataforma P-34, da Petrobrás: exemplo do desen-
volvimento tecnológico brasileiro na exportação do pe-
tróleo.
Geração de Energia Elétrica: a
Hidroelétrica é a menina dos olhos
da matriz energética brasileira
Especialmente quando se fala em ma-
triz energética brasileira, não se pode deixar de
mencionar a energia hidroelétrica. O país, que
possui relevo e hidrografia extremamente pro-
pícios para este fim, tem o seu consumo resi-
dencial baseado quase que na sua totalidade
nessa fonte. Segura, econômica e de captação
relativamente simples, tem como principal re-
vés o fator climático; longos períodos de estia-
gem podem comprometer o seu fornecimento.
A dependência brasileira é claramente
percebida quando verificamos os dados de
oferta de energia interna divulgados pelo
Ministério de Minas e Energia (MME), que
mostra que quase 75% provêm de centrais
hidroelétricas. Isso foi sentido “na pele” pelo
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povo brasileiro, que em sua história recente
sofreu um racionamento. Segundo
especialistas, o mesmo não teve como fator
determinante a estiagens dos anos anteriores e
sim um planejamento considerado inadequado.
Independente de sua causa, o “apagão” no
início desde século poderá se repetir, segundo
as projeções de alguns pesquisadores, até o
ano de 2011; o governo brasileiro, por meio do
MME, nega qualquer possibilidade. A questão é
que em curto prazo, não existiria uma solução
imediata para a atual dependência da energia
hidroelétrica do país, ao menos não com um
custo compatível.
Oferta interna de energia elétrica “Brasil x Mundo”,
segundo o BEN 2007 (ano base 2006).
Mesmo sendo uma fonte de energia
renovável E considerada limpa, em especial
pela não emissão de carbono (em teoria), há o
impacto ambiental quando na inundação da
área da represa. Existem as hipóteses da
emissão de carbono pela matéria organiza em
decomposição e da captura do mesmo pela
água, além do “aprisionamento” do mesmo no
fundo dos reservatórios.
Também é preciso considerar o im-
pacto social. Somente no Brasil, existem mais
de 500 represas hidrelétricas. Alguns estudos
mostram os impactos que a construção de
grandes represas hidrelétricas causam às co-
munidades originais das áreas alagadas pelo
reservatório e seu entorno, notadamente sobre
a saúde e a qualidade de vida destas popula-
ções. Segundo alguns destes, a construção de
represas pode facilitar o desenvolvimento e a
disseminação de doenças devido a mudanças
bruscas no ecossistema.
Para evitar o problema da perda da
biodiversidade existente, o Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA) baixou uma
resolução tornando obrigatória uma
compensação ecológica. Os empreendedores
que constroem e operam represas devem
gastar pelo menos 0,5% do valor do
empreendimento na compra de outras florestas
para ali instalarem e manterem uma estação
ecológica ou outra unidade de conservação. É
uma regulamentação única no mundo. Sua
vigência foi também estendida para qualquer
empreendimento de vulto, como por exemplo,
estradas que venham a eliminar florestas e
outras formas de vegetação natural de
importância.
Área inundada na hidroelétrica de Balbina – AM.
E Quanto à Energia Nuclear?
A energia nuclear provém:
(1) a desintegração radioativa, pro-
cesso segundo o qual um núcleo se converte
espontaneamente no núcleo de outro isótopo
ou elemento;
(2) a fissão nuclear, pela qual um nú-
cleo pesado se divide em dois outros e libera a
energia neles contida;
(3) a fusão nuclear, segundo a qual
dois núcleos atômicos leves, submetidos a
temperaturas elevadíssimas, reagem para for-
mar um único núcleo, de peso maior.
O primeiro reator nuclear foi construído
na Universidade de Chicago, sob a supervisão
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do físico italiano Enrico Fermi. O equipamento
produziu uma reação em cadeia em 2 de de-
zembro de 1942. Imediatamente após a se-
gunda guerra mundial, cientistas e engenheiros
de vários outros países empreenderam pesqui-
sas destinadas a desenvolver reatores nuclea-
res para a produção de energia em larga es-
cala. Em 1956, o Reino Unido inaugurou em
Calder Hall a primeira usina nuclear totalmente
comercial. Um ano depois, entrou em operação
a primeira usina americana desse tipo. O nú-
mero de grandes usinas nucleares aumentou
rapidamente em muitos países industrializados
até o final da década de 1970. Depois disso,
houve uma significativa redução no ritmo de
utilização da energia nuclear para fins comerci-
ais, por diversas razões: a demanda de energia
elétrica ficou muito abaixo do que se esperava;
o custo de construção de novas usinas nuclea-
res era alto; a opinião pública pressionava
contra a construção de usinas, principalmente
depois dos catastróficos acidentes ocorridos na
usina de Three Mile Island, nos Estados Unidos,
e em Tchernóbil, na Ucrânia, então parte da
União Soviética. Entretanto, França, Japão,
Coréia do Sul e Tailândia, que dispõem de pou-
cas alternativas energéticas, continuaram a
usar a energia nuclear.
Todos os reatores nucleares produzem
energia a partir da reação de fissão, mas os
cientistas acreditam que a fusão nuclear con-
trolada pode originar uma fonte de energia al-
ternativa relativamente barata de geração de
eletricidade, o que ajudaria a conservar o su-
primento de combustíveis fósseis do planeta,
em rápido esgotamento. Além de valiosa fonte
de energia elétrica para uso comercial, os rea-
tores nucleares também servem para impelir
alguns tipos de navios militares, submarinos e
certas naves espaciais não-tripuladas. Outra
importante aplicação dos reatores é a produção
de isótopos radioativos, amplamente usados na
pesquisa científica, na terapêutica e na indús-
tria. Os isótopos são criados pelo bombardea-
mento de substâncias não-radioativas com os
nêutrons liberados durante a fissão.
O calor liberado pelas fissões também
é removido do núcleo do reator por uma subs-
tância refrigerante, que pode ser líquida ou ga-
sosa. Os refrigerantes devem ter boas proprie-
dades de transferência de calor, assim como
fraca propriedade de absorver nêutrons. Tanto
a água leve (comum) quanto à pesada são
empregadas como refrigerantes, o que ocorre
também com metais líquidos (sódio, por exem-
plo), hélio e várias outras substâncias.
À medida que a reação em cadeia
prossegue, os produtos da fissão se acumulam
no núcleo do reator. A maioria desses frag-
mentos é altamente radioativa e emite raios
gama e nêutrons. Para proteger os operadores
da usina e outras pessoas próximas da radia-
ção desses fragmentos, e da radiação produ-
zida diretamente pelo processo de fissão, o re-
ator é cercado por paredes e um piso de con-
creto bastante espesso, que constituem a es-
trutura de contenção.
Quanto aos rejeitos, eles mantêm-se
mantêm perigosamente radioativos por milha-
res de anos e, portanto, devem ser eliminados
ou armazenados de forma permanente. Ainda
não foi descoberto, no entanto, um método
prático e seguro de tratamento desses resí-
duos. Como acontece a toda atividade humana,
a produção de energia nuclear não pode ser
considerada absolutamente isenta de riscos. As
medidas preventivas visam, portanto, minimi-
zar o risco de acidentes.
Tchernóbil, o maior desastre nuclear da história.
O “Surgimento” das Renováveis
A demanda por energia aumentou,
assim como o apelo pela busca daquelas que
não estejam diretamente relacionadas com a
emissão de carbono na atmosfera. Para solu-
cionar ou minimizar esses problemas, surgiram
diversas fontes para a geração de energia elé-
trica ou mesmo para uso como combustível.
29
Estrutura de participação das fontes na oferta interna de
energia “Brasil x Mundo”, segundo o BEN 2007 (ano base
2006).
Energia Solar
O aproveitamento da energia gerada
pelo Sol é hoje, sem sombra de dúvidas, uma
das promissoras alternativas energéticas deste
milênio. E quando se fala em energia, deve-se
lembrar que o Sol é responsável pela origem de
praticamente todas as outras fontes. Não seria
nenhuma gafe afirmar que as fontes de energia
são, em última instância, derivadas do Sol.
Dentro do sol, massa é convertida di-
retamente em energia pelo processo de fusão
nuclear, onde pequenas massas geram enor-
mes quantidades de energia. Este potencial,
ilustrado por E = mc
2
, onde E é a quantia de
energia criada, m é a massa da matéria des-
truída e c é a velocidade da luz. De fato, o sol
gera uma massiva quantia de 3.94 x 10
23
kW
todo o dia, alcançando temperaturas de 5.700
ºC. Essa energia é irradiada e leva aproxima-
damente 8 minutos para cobrir seus 129
milhões de km de jornada até nos alcançar aqui
na Terra; porém, graças a atmosfera, parte
dessa energia é absorvida e difundida.
O Sol fornece anualmente, para a at-
mosfera terrestre, 1,5 x 10
18
kWh de energia, o
que corresponde a 10000 vezes o consumo
mundial de energia neste período. Este fato
vem indicar que, além de ser responsável pela
manutenção da vida na Terra, a radiação solar
constitui-se numa inesgotável fonte energética,
havendo um enorme potencial de utilização por
meio de sistemas de captação e conversão em
outra forma de energia (térmica, elétrica, etc.).
De toda a radiação solar que chega às
camadas superiores da atmosfera, apenas uma
fração atinge a superfície terrestre, devido à
reflexão e absorção dos raios solares pela at-
mosfera. Esta fração que atinge o solo é cons-
tituída por uma componente direta e por uma
componente difusa (que sofre algum tipo de
espalhamento). Notadamente, se a superfície
receptora estiver inclinada com relação à hori-
zontal, haverá uma terceira componente refle-
tida pelo ambiente do entorno (solo, vegeta-
ção, obstáculos, terrenos rochosos, etc.). O
coeficiente de reflexão destas superfícies é de-
nominado de albedo.
Devido à alternância de dias e noites,
das estações do ano e períodos de nebulosi-
dade, o recurso energético solar apresenta
grande variabilidade, induzindo, conforme o
caso, ao uso conjunto com outros sistemas. O
princípio básico está então em capturar essa
luz, seja através de células fotovoltaicas ou
concentradores, de acordo com o uso.
Termo Solar
Circuitos térmicos solares usam os
raios do sol para aquecer líquidos ou mesmo
sólidos, que então são usados em sistemas de
transferência de calor para gerar vapor; isso
alimenta um gerador. Os materiais aquecidos
podem ser usados para operar uma máquina
diretamente, e é o princípio básico do funcio-
namento da energia termo-solar.
Coletores como estes tipicamente
aquecem fluidos (água ou ar, por exemplo) a
temperaturas que variam de 150 a 200 F (66 a
93 º C). A eficiência de tais coletores varia de
20 a 80 %. Quando são requeridas tempera-
turas mais altas, um coletor concentrador é
usado. Estes coletores refletem e concentram
luz solar de uma grande área. Podemos mos-
trar, como exemplo desse dispositivo, um que
foi instalado nos Pireneus, na França, e tem vá-
rios acres de espelhos enfocados em um único
ponto. A energia que se concentra no ponto é
3.000 vezes maior que qualquer espelho do
sistema, e a unidade produz temperaturas de
até 3.630 F (2.000 º C). Outra estrutura, cha-
mada "Power Tower" perto de Barstow,
Califórnia, gera 10000 kW de eletricidade. Aqui,
o forno age como uma caldeira e gera vapor
para uma turbina-elétrica a vapor.
30
Em coletores concentradores sofistica-
dos, como este instalado na Califórnia, cada
espelho é girado por um heliostato que dirige
os raios do sol do espelho para o ponto de con-
centração. Motores de posicionamento, e seus
controladores fazem de tais sistemas caros.
Coletores menos caros produzem temperaturas
abaixo destes, mas ainda bem mais altas que a
dos conhecidos como Flat-Plate. Por exemplo,
refletores parabólicos que se concentram a luz
solar em tubos de cano escuros pode produzir
temperaturas fluidas de cerca de 400 a 550 F
(200 a 290 ºC) e podem concentrar a energia
solar em até 50 vezes a sua força original. Im-
portante mencionar que também existe o uso
da energia termo-solar através de coletores
planos.
O concentrador solar Power Tower, na Califórnia.
Fotoelétrica
Tidas antes como enredo de filmes de
ficção científica, o uso de células de energia
fotovoltaica foi inicialmente meio de alimenta-
ção dos satélites americanos. Hoje, a forma
mais banal dessa energia é encontrada nos re-
lógios e calculadoras solares.
Estas células, pequenas lâminas delga-
das recobertas por uma camada de décimos de
milímetro de um material semicondutor, como
o silício, conseguem fazer a conversão da luz
em eletricidade. Quando expostas a uma fonte
de luz (no caso, o Sol), os fótons (partículas de
luz) excitam os elétrons do semicondutor. Com
a energia absorvida dos fótons, os elétrons
passam para a banda de condução do átomo e
criam corrente elétrica. As células são depois
agrupadas para formar os painéis solares. Essa
forma de produzir energia não causa danos ao
meio ambiente, não polui e normalmente não
precisa de movimentos de máquinas para fun-
cionar.
Porém, ainda não possui status de
“solução” para os problemas energéticos do
mundo. Ainda é uma energia cara, comparada
com a proveniente de petróleo, usinas nuclea-
res ou hidrelétricas. Mais uma vez, foi a pri-
meira grande crise do petróleo que trouxe a
tona a idéia de se usar tal energia comercial-
mente. Naquela época, a produção de energia
fotovoltaica custava nos Estados Unidos cerca
de US$ 60,00 kW/hora. Com o desenvolvi-
mento em laboratórios e o aumento da
produção, pode custar hoje até US$ 0,30
kW/hora, e mesmo assim o preço é cinco vezes
superior ao das formas de energia convencio-
nais. Este é um dos motivos pelo qual não se
pensa em substituir usinas por painéis solares,
fazendo o mundo todo viver à luz do Sol. A
energia fotovoltaica simplesmente apresenta
melhores soluções para problemas que as ou-
tras fontes de energia foram menos eficientes
em resolver.
Painel de células fotovoltaicas.
No princípio dos anos 80, a matéria-
prima das células fotovoltaicas, o caríssimo
silício monocristalino, tinha grau de eficiência
de 10%. Na fabricação em escala industrial,
esse índice subiu para 15 %. Um silício mono-
cristalino é um cristal perfeito, com seus ele-
mentos dispostos de forma ordenada, como os
apartamentos de um prédio. Custa caro porque
muita energia é gasta para produzi-lo Existe
31
também o silício policristalino, mais barato,
porque consome menos energia em sua produ-
ção, onde os grãos são maiores e mais desor-
ganizados, como se em lugar de um prédio
houvesse um monte de casas sobrepostas. O
policristalino ganha no fator custo, mas perde
na eficiência: o rendimento máximo obtido fica
em torno de 14%.
A idéia que move as pesquisas e as
aplicações da energia fotovoltaica não é subs-
tituir toda fonte de energia do mundo pela so-
lar. Mesmo assim, os pesquisadores com olhos
no futuro divisam grandes usinas fotovoltaicas
instaladas em regiões desérticas com grande
insolação. A estocagem da eletricidade produ-
zida se daria pela produção de hidrogênio por
eletrólise — hidrogênio que poderia se tornar
no próximo século o principal combustível utili-
zado pelo homem. A curto prazo, a energia fo-
tovoltaica tem a vantagem de ser autônoma.
Ela é produzida e consumida no mesmo lugar,
sem necessitar de ligação a redes de distribui-
ção de energia. Uma residência dotada de pai-
néis solares poderia até vender o possível ex-
cesso de energia que produzisse.
O Brasil dispõe de energia fotovoltaica
desde 1978, quando a Telebrás importou a tec-
nologia solar para eletrificar uma de suas esta-
ções retransmissoras no interior de Goiás.
Nessa mesma época, a Marinha também ado-
tou o sistema para a eletrificação de seus sina-
lizadores e bóias. A partir de 1980, com a cria-
ção da Heliodinâmica, o Brasil não só passou a
produzir células e painéis solares, como tam-
bém começou a exportar células para países
como Índia, Canadá, Alemanha e Estados Uni-
dos. Um dos projetos pioneiros da
Heliodinâmica foi a criação de um sistema foto-
voltaico de bombeamento de água, implantado
em Cai no Rio Grande do Norte, em 1981. Os
agricultores de uma fazenda no sertão passa-
ram a dispor de água o ano todo para a la-
voura.
Ainda que lentamente, o sistema já
chegou a outras localidades do Nordeste e até
mesmo à Ilha de Marajó, onde além de irrigar a
terra, abastece bebedouros para o consumo do
gado. No Pantanal Mato-grossense, muitas fa-
zendas estão equipadas com células solares. Só
que nesses lugares elas alimentam sistemas de
radiocomunicação, refrigeração, iluminação,
televisores e recepção de sinais via satélite por
antenas parabólicas. É uma opção bem mais
barata em longo prazo do que fazer chegar até
lá a rede elétrica, ou mesmo fornecer energia
com um gerador a diesel. Mas o investimento
inicial para a implantação dos painéis ainda é
maior do que o exigido para a energia conven-
cional, o que limita sua aplicação a projetos
subsidiados pelo governo ou a particulares de
alto poder aquisitivo.
Embora todo o país tenha um clima
propício ao uso da energia fotovoltaica, a
Região Nordeste é a que melhor se adapta a
sua aplicação, por ter muito sol brilhando e
deficiência de energia instalada. A aplicação
mais importante, porém, é fornecer energia em
lugares isolados, distantes das redes elétricas,
o que em longo prazo pode significar uma solu-
ção para países subdesenvolvidos.
Os principais fatores que influenciam
nas características elétricas de um painel são a
intensidade luminosa e a temperatura das cé-
lulas. A corrente gerada nos módulos aumenta
linearmente com o aumento da intensidade
luminosa. Por outro lado, o aumento da tem-
peratura na célula faz com que a eficiência do
módulo caia abaixando assim os pontos de
operação para potência máxima gerada.
Energia Eólica
No Ocidente, os mais antigos registros
de uso de dispositivos eólicos datam de apro-
ximadamente 1100, constituindo-se de máqui-
nas de eixo de rotação horizontal. Por muitos
séculos, esses dispositivos foram empregados
como fonte de energia mecânica, aplicada ao
bombeamento de água e em moinhos de grãos.
Dos séculos XII ao XIX, a energia eólica e hi-
dráulica foram as únicas fontes relevantes de
energia mecânica, sendo que apenas durante o
século XIX foram sendo gradualmente substi-
tuídas por máquinas a vapor e motores de
combustão.
Embora alguns protótipos de geradores
eólicos de eletricidade já existiam desde a dé-
cada de 1950, foram as crises do petróleo de
1973 e 1978 que levaram à criação de progra-
mas de subsídio e pesquisa de conversão eó-
lico-elétrica em vários países. A renascença da
energia eólica ocorreu na Dinamarca em 1980,
quando várias pequenas companhias, fabri-
cantes de máquinas rurais, desenvolveram a
primeira geração de turbinas eólicas para uso
comercial. A energia não consumida pelo pro-
prietário era diretamente fornecida para a rede,
comprada por um preço fixo.
Os EUA iniciaram uma forte inserção de
energia eólica também por volta de 1980, mas
por razões político-econômicas deixaram de
investir em novas instalações ao longo da dé
32
cada de 1980, retomando seu crescimento
apenas no final da década de 1990. A Alema-
nha, atualmente maior detentora de capaci-
dade instalada, não apresentou expressivos
investimentos no setor até o ano de 1991. Com
a criação de leis incentivadoras desse recurso
de energia, logo assumiu a liderança mundial
na geração de energia eólico-elétrica. A Espa-
nha apresentou rápido crescimento a partir de
1998 e hoje figura como o país com a segunda
maior capacidade instalada, tendo ultrapassado
os EUA. Outros países que apresentam eleva-
das taxas de crescimento são Reino Unido,
Índia e China.
Como princípios básicos, temos que o
movimento do ar atmosférico é primariamente
gerados pelos gradientes de pressão existentes
na atmosfera. Contudo, a direção, a velocidade
e as acelerações do movimento são determina-
das por um equilíbrio de forças:
- forças dos gradientes de pressão;
- gravidade;
- forças de atrito;
- força de Coriolis (oriunda da rotação
da Terra).
Fotografia de uma fazenda eólica.
Outros fatores influenciam os movi-
mentos de ar, como a compressibilidade, trocas
de energia com a superfície, energia decorrente
de mudanças de fase do vapor d’água, dentre
outros.
Assim, a modelagem matemática dos
movimentos atmosféricos é realizada por um
conjunto de equações, que levam em conta a
conservação de momento, de massa (equação
da continuidade) e energia termodinâmica,
bem como parametrizações que determinam
condições de contorno, forçantes e balanços
entre a atmosfera e suas fronteiras.
A denominação “vento” é comumente
empregada para os movimentos horizontais
das parcelas de ar. Em altos níveis o vento
pode ser razoavelmente bem representado pe-
las aproximações geostrófica e de vento gradi-
ente, onde se despreza o atrito e supõe-se que
o vento é decorrente puramente do equilíbrio
entre as forças de gradientes de pressão e a
força de Coriolis. Assim, dado um campo de
pressão, pode-se facilmente estimar de forma
aproximada as direções das correntes de ar e
as velocidades do vento. Na linguagem técnica
de energia eólica, o vento de altos níveis é co-
mumente denominado como “vento geostró-
fico”.
Desde 1980 as turbinas eólicas expe-
rimentaram um rápido crescimento em tama-
nho e potência de geração. As primeiras turbi-
nas dinamarquesas possuíam diâmetros de 10
a 15 metros e capacidades de geração de 30 a
55 kW. Atualmente, encontram-se turbinas
comerciais com capacidade de 2,5 MW e com
diâmetros de 80 metros.
Durante as últimas décadas, além da
questão do tamanho e potência, vários aspec-
tos foram levados em conta na evolução tec-
nológica dos aerogeradores:
- rotores de 2 ou 3 pás;
- velocidade de rotação constante ou
variável;
- controle por stall ou por pitch;
- gerador de indução (assíncrono) ou
síncrono;
- com ou sem caixa de reduções;
- pás de madeira, metal ou fibra de
vidro;
- conexão direta à rede ou conversão
AC-DC-AC;
- atuadores hidráulicos ou elétricos.
Crescimento de tamanho e capacidade dos geradores
eólicos.
33
Cada um desses aspectos, e a reunião
da cada uma dessas opções no conjunto que
constitui uma turbina, influem diretamente em
seu desempenho e aplicação, levando a dife-
rentes respostas do sistema de geração frente
as velocidade de vento disponível. No controle
de velocidade por stall as pás são fixas ao ro-
tor, e a velocidade de rotação é limitada pura-
mente pelo descolamento aerodinâmico do ar
nas pás para altas velocidades (turbinas desse
tipo geralmente possuem uma parte móvel na
extremidade das pás – tip spoiler – para freá-
las quando necessário). No controle de veloci-
dade por pitch as pás podem modificar seu ân-
gulo de ataque em relação ao vento, de ma-
neira a evitar velocidades de rotação excessi-
vas e para um melhor aproveitamento aerodi-
nâmico. Os geradores assíncronos produzem
uma freqüência de tensão aproximadamente
fixa, para uma certa faixa de velocidades de
rotação. Os geradores síncronos possuem sua
freqüência sincronizada com a velocidade de
rotação e, para se produzir numa freqüência
única, deveriam girar sempre numa mesma
velocidade.
As turbinas eólicas vêm sendo instala-
das em alturas cada vez maiores, já ultrapas-
sando os 100 metros. Como exemplo, os 75
aerogeradores do complexo eólico de Osório,
no litoral norte do Rio Grande do Sul, cada um
com 2 MW, pás de 35 metros de comprimento
(70 metros diâmetro) e peso de 100 toneladas,
são sustentados por torres de concreto de 98
metros de altura e pesando 810 toneladas. As
fundações das torres possuem de 20 a 30 me-
tros de profundidade, consumindo 600 metros
cúbicos de concreto e 60 toneladas de ferro.
(Este parque é o maior da América Latina).
Outros estados, como o Ceará, também pos-
suem parques eólicos em operação.
Também existem as Turbinas Off-
shore, que são instalações sobre a água, onde
o atrito proporcionado pela superfície é menor,
permite maiores velocidades em alturas me-
nores. É uma área em grande crescimento tec-
nológico (Alemanha, Dinamarca e Reino Unido).
Levantamento dos Recursos
Muitas etapas antecedem a instalação
de um gerador, fazenda eólica ou mesmo da
implementação de coletores solares. Antes de
qualquer coisa, faz-se necessário levantar quais
são as regiões que melhor viriam a suportar as
instalações de geração, isto é, regiões com co-
nhecida disponibilidade de vento e sustentável
quantidade de radiação solar para estes fins.
Nessa etapa, são de grande importância os
Atlas Eólicos e Solares.
A medição da radiação solar, tanto a
componente direta como a componente difusa
na superfície terrestre é de grande importância
para os estudos da influência das condições
climáticas e atmosféricas. Com um histórico
dessas medidas, pode-se viabilizar a instala-
ções de sistemas térmicos e fotovoltaicos em
uma determinada região garantindo o máximo
aproveitamento ao longo do ano onde, as vari-
ações da intensidade da radiação solar sofrem
significativas alterações.
De acordo com as normas preestabele-
cidas pela OMM (Organização Mundial de
Meteorologia) são determinados limites de pre-
cisão para quatro tipos de instrumentos: de
referência ou padrão, instrumentos de pri-
meira, segunda e terceira classe. As medições
padrões são: radiação global e difusa no plano
horizontal e radiação direta normal.
Os instrumentos que são utilizados
para essas medições são os piranômetros (me-
dem a radiação global), pireliômetros (medem
a radiação direta), heliógrafos (registram a
duração do brilho solar), actinógrafos (medem
a radiação global), entre outros. Além disso,
modelos também podem ser utilizados para a
criação de Atlas de potencial radiométrico.
Do mesmo modo, levando em conta
aspectos de relevo, vegetação, existência de
construções e mesmo a experiência técnica,
escolhem-se sítios candidatos que poderão ter
estações de medida de vento. Com base nessas
medidas, nos dados do relevo local e modelos,
pode-se estabelecer os pontos em que o vento
atinge condições ótimas naquela área, bem
como se pode verificar a variabilidade do vento
ao longo dos dias e ao longo do ano.
Segue-se então a estimativa do poten-
cial de geração de energia, calculando-se a via-
bilidade e tempo de retorno do projeto. Só en-
tão, inicia-se o projeto das turbinas específicas
para o sítio. São levados em conta aspectos
econômicos, logísticos (existência de redes de
transmissão), de segurança (ocorrência de
condições meteorológicas severas), etc. O
projeto compreende não apenas as turbinas
propriamente ditas, mas também fundações,
torre, dispositivos de controle, etc.
Após a instalação do sítio faz-se neces-
sário dispor de previsões de tempo de curto
prazo, visando a operação da fazenda eólica
com máxima eficiência e com segurança, bem
como para fornecer ao órgão de operação do
sistema elétrico as informações a cerca da
34
quantidade de energia que virá a ser disponibi-
lizada nas próximas horas ou dias, visando um
melhor planejamento.
Previsões de longo prazo (climática)
permitem prever com antecedência a escassez
de recursos eólicos, através da determinação
prévia de relações entre vento e variáveis cli-
máticas.
Assim, pode-se dizer que a modelagem
do vento para o setor eólico possui duas abor-
dagens bastante distintas: modelagem para
estimativa de potencial eólico e previsões de
vento.
E as Aplicações desses Sistemas?
As aplicações estão relacionadas com
as suas classificações. Sistemas isolados, em
geral, utilizam alguma forma de armazena-
mento de energia. Este armazenamento pode
ser feito através de baterias, quando se deseja
utilizar aparelhos elétricos, ou armazena-se na
forma de energia gravitacional quando se bom-
beia água para tanques em sistemas de abas-
tecimento. Alguns sistemas isolados não neces-
sitam de armazenamento, o que é o caso da
irrigação onde toda a água bombeada é dire-
tamente consumida ou estocadas em reserva-
tórios.
Em sistemas que necessitam de arma-
zenamento de energia em baterias, usa-se um
dispositivo para controlar a carga e a descarga
na bateria. Os sistemas híbridos são aqueles
que, são desconectados da rede convencional,
e apresentam várias fontes de geração de
energia. Por exemplo, turbinas eólicas, geração
diesel, módulos fotovoltaicos entre outras. A
utilização de várias formas de geração de ener-
gia elétrica torna-se complexa na necessidade
de otimização do uso das energias. É necessá-
rio um controle de todas as fontes para que
haja máxima eficiência na entrega da energia
para o usuário. Em geral, os sistemas híbridos
são empregados para sistemas de médio a
grande porte vindo a atender um número maior
de usuários. Por trabalhar com cargas de cor-
rente contínua, o sistema híbrido também
apresenta um inversor. Devido a grande com-
plexidade de arranjos e multiplicidade de op-
ções, a forma de otimização do sistema torna-
se um estudo particular para cada caso.
Já os sistemas Interligados à Rede, uti-
lizam grandes números de painéis fotovoltai-
cos, e não utilizam armazenamento de energia;
toda a geração é entregue diretamente na
rede. Este sistema representa uma fonte com-
plementar ao sistema elétrico de grande porte
ao qual esta conectada. Todo o arranjo é co-
nectado em inversores e logo em seguida li-
gado diretamente na rede. Estes inversores
devem satisfazer as exigências de qualidade e
segurança para que a rede não seja afetada.
São aquelas mais conhecidas e utilizadas atu-
almente, que surgiram quando não havia a
preocupação com o meio ambiente, e nem tec-
nologia para coletar energia de fontes alterna-
tivas.
Esquema da interligação de redes
Todos falam no Protocolo de Kyoto... Mas
afinal você sabe o que ele realmente propõe?
O Protocolo de Kyoto é conseqüência de uma
série de eventos, iniciados com a Toronto
Conference on the Changing Atmosphere, no
Canadá (outubro de 1988). Logo depois, o IPCC's
First Assessment Report em Sundsvall, Suécia
(agosto de 1990), e culminou com a Convenção
Marco das Nações Unidas sobre a Mudança
Climática (UNFCCC) na ECO-92 no Rio de Janeiro,
Brasil (junho de 1992). Também reforçam diversas
seções da UNFCCC.
Este tratado internacional tem compromissos
mais rígidos para a redução da emissão dos gases
que influenciam no efeito estufa e no aquecimento
global. Foi negociado em Kyoto - Japão em 1997,
sendo aberto para assinaturas em 16 de março de
1998 e ratificado em 15 de março de 1999.
Oficialmente, entrou em vigor em 16 de fevereiro
de 2005, depois que a Rússia o ratificou em
Novembro de 2004.
Por ele, os países desenvolvidos têm a
obrigação de reduzir a quantidade de gases
poluentes em, pelo menos, 5,2% até 2012, em
relação aos níveis de 1990. Os países signatários
terão que colocar em prática os planos para
reduzir as emissões entre 2008 e 2012.
35
Biocombustíveis
Estes são combustíveis que usam como
matéria-prima elementos renováveis para a
natureza, como a cana-de-açúcar, utilizada
para a fabricação do álcool e outros vegetais,
como mamona e milho. Misturados ao diesel
“comum”, tornam o combustível bem menos
poluente, podendo substituir parte do que seria
emitido por combustíveis fósseis ou carvão mi-
neral.
Bio-Óleo
Bio-óleo é um líquido negro obtido por
meio do processo de pirólise, no qual a bio-
massa é submetida a altas temperaturas em
um ambiente isolado com pouco ou nenhum
oxigênio. É utilizado principalmente como com-
bustível para aquecimento e a geração de
energia elétrica.
Biogás
Biogás é um tipo de mistura gasosa de
dióxido de carbono (CO
2
) e metano (CH
4
) pro-
duzida em meio anaeróbico pela ação de bac-
térias na decomposição de matérias orgânicas,
que são fermentadas dentro de determinados
limites de temperatura, teor de umidade e de
acidez. O metano, principal componente do
biogás, não tem cheiro, cor ou sabor, mas os
outros gases presentes conferem-lhe um ligeiro
odor desagradável.
Biomassa para Líquido
Trata-se de um líquido obtido em duas
etapas. Primeiro é realizado um processo de
gasificação, cujo produto é submetido ao pro-
cesso de Fischer-Tropsch. Pode ser empregado
na composição de lubrificantes e combustíveis
líquidos para utilização em motores do ciclo
diesel.
Bioetanol Comum
Bioetanol é o gênero que compreende
todos os processos de obtenção de etanol cuja
matéria-prima empregada seja a biomassa. É
produzido no Brasil à base do sumo extraído da
cana de açúcar. Há países que empregam o
milho, a celulose e a beterraba para a sua pro-
dução. O uso do etanol leva vantagem sobre o
uso do metanol (quando este álcool é obtido de
derivados do petróleo) por ser menos poluente.
Etanol Celulósico
Etanol Celulósico é o etanol obtido a partir de
um elemento específico da biomassa, a
celulose. Há dois principais processos para
produzi-lo. Em um deles a celulose é submetida
ao processo de hidrólise enzimática, utilizando
uma enzima denominada celulase. O outro pro-
cesso, que é utilizado com menos freqüência, é
composto pela execução sucessiva das três
seguintes fases: gasificação, fermentação e
destilação.
Biodiesel
O Biodiesel é um combustível que tem
como suas matérias-primas etanol (ao invés de
metanol) e um óleo qualquer de origem vegetal
(mamona, dendê e soja) ou animal (como
sebo). Ele é usado em substituição ou então
adicionado ao diesel de petróleo (petrodiesel).
O biodiesel é predominantemente pro-
duzido através de uma reação denominada
transesterificação de triglicerídeos (óleos ou
gorduras animais ou vegetais) com alcoóis de
cadeia curta (metanol ou etanol), tendo a gli-
cerina e sabão como subprodutos. A reação de
transesterificação é catalisada por ácido ou
base, dependendo das características do óleo
e/ou gordura utilizados. Também pode ser pro-
duzido a partir de qualquer fonte de ácidos
graxos, além dos óleos e gorduras animais ou
vegetais. Os resíduos graxos também apare-
cem como matérias primas para a produção do
combustível. Nesse sentido, podem ser citados
os óleos de frituras, as borras de refinação, a
matéria graxa dos esgotos, óleos ou gorduras
vegetais ou animais fora de especificação, áci-
dos graxos, etc.
Observe que o biodiesel não é o
mesmo que o óleo vegetal bruto: é um com-
bustível produzido através de um processo
químico que remove a glicerina, prejudicial ao
motor, do óleo vegetal.
A concentração de biodiesel é infor-
mada através de nomenclatura específica, defi-
nida como BX, onde X refere-se à percentagem
em volume do biodiesel. Assim, B5, B20 e B100
referem-se, respectivamente, aos combustíveis
com concentração de 5%, 20% e 100% de
biodiesel (puro).
36
Foram citados:
Amarante, O. A. C. do, Brower, M., Zack, J., Sá, A.
L. de. Atlas do Potencial Eólico Brasileiro.
Ministério de Minas e Energia, Eletrobrás. Brasília,
2001.
BEN 2007, ano base 2006 – Ministério de Minas e
Energia: Disponível em www.mme.gov.br;
Energia Eólica (explicações sobre geradores
assíncronos e síncronos). Acesso on-line:
http://www.unificado.com.br/fisica/energia_eolica.
htm, 27 de agosto de 2006.
Gasch, R., Twele, J. (Eds.), Wind Power Plants:
Fundamentals, Design, Construction and
Operation. Solarpraxis AG, Alemanha, 390p.,
2002.
Geller, Howard S. Revolução energética: políticas
para um futuro sustentável. Rio de Janeiro, 2003.
Goldemberg, J. Energia, Meio Ambiente e
Desenvolvimento, 2. ed. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 2003.
GWEC – Global Wind Energy Council, Global Wind
2005 Report, 50p., 2006.
Holton, J. An Indroduction to Dynamic
Meteorology, Third Edition. Academic Press, San
Diego, 511 p., 1992.
International Enegy Outlook 2006 - US Energy
Information Administration: Disponível em
http://www.eia.doe.gov/
Para Saber Mais:
Agência Nacional de Energia Elétrica:
www.aneel.gov.br
Empresa de Pesquisa Energética:
www.epe.gov.br
Energias Alternativas:
http://www.geocities.com/capecanaveral/5534/ind
ex.htm
Meio Ambiente no Brasil – Paulo Nogueira Neto:
http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/po
rt/meioamb/sitamb/enhidro/apresent.htm
Organização Greenpeace:
www.greenpeace.org.br
Petrobrás:
www.petrobras.com.br
Programa Nacional de Biodiesel:
www.biodiesel.gov.br
Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia:
www.inpa.gov.br
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http://www.energiasrenovaveis.com
O Portal das Energias Renováveis (PER) foi criado em novembro de 2002, com a fina-
lidade de criar um “site” em língua portuguesa, relacionado ao tema “Energias Renováveis”,
tendo como principal objetivo divulgar e promover as Energias Renováveis em Portugal, como
também em outros países de língua portuguesa. Ele vem tendo um papel importante na di-
vulgação periódica de informação, com diversas colaborações de entidades e pessoas relacio-
nadas com as Energias Renováveis, e ainda com a criação de conteúdos informativos perma-
nentes sobre esta temática. Nesta área destacam-se canais como a “Cidade Renovável” (edu-
cacional infantil), ou “Como Funciona” (educacional), assim como as áreas dedicadas aos di-
ferentes tipos de Energias Renováveis. Além disso, outros canais como: Biblioteca, Blog opi-
nião, eficiência energética, eventos, legislação e diversas informações atualizadas sobre em-
prego, agências de energia, empresas e instituições de meio ambiente, energia e tecnologia,
além de disponibilizar publicações variadas. O destaque principal deste portal é a TV
Renovável que é o mais novo canal que disponibiliza uma seleção de vídeos com reportagens,
entrevistas sobre energias renováveis, alterações climáticas etc.
O PER foi o primeiro projeto português a integrar a campanha de divulgação das Ener-
gias Renováveis da Comissão EuropéiaRenewable Energy for Europe” que decorreu entre
2000 e 2003, tendo novamente integrado, em 2004, a mais recente campanha da Comissão
Sustainable Energy Europe Campaign” (2004-2008). Contou com parcerias com entidades
como a SPES, a Agencia Municipal de Sintra (AMES) e a Agência Municipal de Energia-Ambi-
ente de Lisboa (Lisboa e-nova). Em síntese, este Portal presta um excelente serviço a quem
procura informação sobre estas áreas. Segundo seus idealizados, em breve será criado um
novo design e desenvolvida uma nova plataforma dinâmica.
2
2
http://www.redesma.org
A Rede de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (REDESMA) se constitui em
uma iniciativa sem fins lucrativa impulsionada pelo Centro Boliviano de Estudos Multidiscipli-
nares (CEBEM), Liga de Defesa do Meio Ambiente (LIDEMA), Fórum Boliviano de Meio Ambi-
ente e Desenvolvimento (FOBOMADE) e Conservação Internacional (CI) da Bolívia. Esta rede
foi criada em 1999 com objetivo principal de contribuir e manter as pessoas atualizadas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O Site REDESMA é um espaço virtual de integração e conhecimento para pessoas in-
teressadas na temática do Desenvolvimento Sustentável e Ambiental. Nela pode ter acesso a
diversas informações tais como biblioteca virtual, serviço gratuito de boletins informativos
quinzenais, revista virtual, difusão de projetos e experiências, sugestões de livros, cursos e
eventos para usuários da América Latina, principalmente Bolívia.
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http://www.climaedesmatamento.org.br
O Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia (IPAM), uma organização ambiental
não-governamental, lançou um site especial para debater a ligação entre as mudanças climá-
ticas e o desmatamento no Brasil, com o apoio da Embaixada Britânica.
A destruição de florestas é responsável por 75% das emissões de gases de efeito es-
tufa no Brasil e aproximadamente 20% das emissões globais. Para marcar o lançamento, o
IPAM enviou um correspondente para produzir a cobertura jornalística diária da 13ª Conferên-
cia de Mudança Climática da ONU, aberta esta semana em Bali, na Indonésia. O evento, que
acontece até o dia 14 de dezembro, discute entre outros temas, o estabelecimento de novas
metas de corte nas emissões de gases de efeito estufa, para o período pós-2012, com o obje-
tivo de frear o aquecimento global. Além disso, visando a interatividade, o site contará com
um blog, onde os internautas serão estimulados a participar de debates e fóruns.
O site conta com uma animação de abertura que mostra os efeitos do aumento da
temperatura na Floresta Amazônica. Conforme o internauta navega, a temperatura diminui e
a paisagem degradada se recompõe. O objetivo é mostrar que quanto mais bem informado e
envolvido com o tema, mais se pode ajudar no combate ao aquecimento global. As principais
sessões do site são: Clima e Desmatamento, Blog, Clima em Revista, ABC das Mudanças
Climáticas, Agenda, e Biblioteca de publicações e documentos.
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http://www.ibict.br
O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT/MCT) lançou o CD
ROOM Climatologia Fácil em outubro deste ano durante a Semana Nacional de C&T. Este
Programa explica, de forma leve, atraente e divertida, tudo sobre aquecimento global, efeito
estufa e poluição. Muita gente já deve ter ouvido falar sobre aquecimento global. Pro-
vavelmente, já entendeu que esse é um grande problema e que o se deve fazer para tentar
ajudar a minimizar esta questão. Entendê-lo e explicar por que ele existe e quais medidas
podem ser tomadas? Pensando nisso, foi criado este software Climatologia fácil.
O conteúdo ficou por conta da professora e coordenadora do Laboratório de Climato-
logia da UNB, Ercília Stanke. “A idéia foi trazer a questão para o universo da criança, porque
ela normalmente não consegue se ver dentro do planeta, com o problema. Além disso, a cli-
matologia é uma coisa muito abstrata”, explica a professora.
O programa é, na verdade, uma aula. Primeiro, explica-se como funciona a rotação da
Terra e como a inclinação do planeta altera os ventos e a temperatura na superfície. Depois,
são apresentados os problemas que acontecem aqui, ao redor da gente, com toda a poluição
dos carros e fábricas. Por último, sugestões de atividades para melhorar o meio ambiente. E o
melhor de tudo é que o CD pode ser usado por professores em uma aula, ou somente pelas
crianças, já que tem gráficos simples, interativos e bem explicativos.
Durante o lançamento na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que aconteceu
de 1 a 7 de outubro DE 2007 no Museu da República (em Brasília), 500 CDs no total contendo
o programa foram distribuídos entre os participantes e, posteriormente, serão distribuídos em
escolas públicas do Distrito Federal e de outras cidades brasileiras. Mais informações pelo
telefone (061) 3317-8028.
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http://www.invivo.fiocruz.br
Descubra por que chocolate é gostoso. Faça uma animação com pingüins. Conheça a
história de um castelo de verdade. Saiba que há morcegos que são mesmo vampiros. Entenda
por que a pimenta arde, e o que é esse tal aquecimento global. Veja como a célula funciona
por dentro. Escreva seu nome com hieróglifos. Faça suas próprias experiências científicas,
com astros e estrelas, DNA, ou com um simples repolho.
Onde é possível fazer tudo isso? No Invivo (http://www.invivo.fiocruz.br), um misto
de museu virtual e revista de divulgação científica. Um dos sites do Museu da Vida/Fiocruz, o
Invivo busca estimular a curiosidade, o questionamento e a exploração no campo das ciên-
cias.
O conteúdo editorial é composto de reportagens, jogos, experiências, animações in-
terativas e exposições virtuais. O objetivo é produzir material atraente e divertido, sem perder
a credibilidade científica.
O Invivo foi criado seguindo os mesmos ideais de realização do Museu da Vida, um
dos departamentos da Casa de Oswaldo Cruz (COC) da Fiocruz, a divulgação de ciência de
forma lúdica e criativa aos visitantes, garantindo o acesso à informação sobre saúde, ciência e
tecnologia para os jovens e para a população em geral e possibilitando a compreensão dos
processos científicos e seu impacto na vida cotidiana.
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http://www.governoeletronico.gov.br/onid
O Observatório Nacional de Inclusão Digital – ONID é uma entidade que está sendo
articulada pelo Governo Federal na forma de rede, envolvendo órgãos e entidades da
administração pública e da sociedade civil, para conhecer e promover o intercâmbio entre
iniciativas, e orientar investimentos em ações de inclusão digital no País.
O ONID está realizando o cadastro de telecentros, centros de inclusão digital,
infocentros ou outros espaços coletivos sem fins comerciais de uso de tecnologia digitais
conectados à Internet.
O preenchimento dos dados é feito pelas próprias entidades responsáveis e será
divulgado por meio de um site integrado ao Portal de Inclusão Digital quando o volume de
registros for significativo.
Para cadastrar os telecentros, a entidade responsável precisa preencher e enviar o
formulário à coordenação do ONID pelo e-mail onid@planejamento.gov.br.
A idéia é disponibilizar posteriormente o sistema através da internet, e distribuir uma
senha para cada responsável por cadastros para manter as informações atualizadas ano a
ano, e facilitar o apoio às iniciativas por parte do Governo e de outros parceiros. Além disso, é
manter o cadastro atualizado ano a ano, e facilitar o apoio às iniciativas por parte do Governo
e outros parceiros.
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ossas Escolas
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atividades no curso de Meteorologia do CEFET-SC iniciaram em outubro de 2003, ano
que foi realizado o primeiro exame classificario. A proposta do curso surgiu em 1998
devido principalmente ao crescimento da Meteorologia no Brasil. Promovendo crescente
demanda por profissionais capacitados, de nível médio, para executar atividades de apoio a meteorolo-
gistas. Em 1998 o projeto do curso foi encaminhado ao Programa de Expansão da Educação Profissional
do Ministério da Educação. A partir desta ação, demais atividades para consolidação do projeto e
concepação do perfil profissional do técnico em Meteorologia foram delineados com visitas técnicas e
acordos interinstitucionais entre Universidades, Centros de Pesquisa, Empresas do Setor Privado,
participação em congressos com objetivo de obter apoio e o maior número de contribuição possível e
tornar viável a criação do curso.
O CURSO
Para definição do perfil profissional do
Técnico em Meteorologia, dentre muitos docu-
mentos e pesquisas, foi realizado em maio de
2000 um Fórum de Debates, quando se discuti-
ram as principais atividades e comportamentos
necessários ao desempenho profissional. O re-
sultado deste evento serviu de subsídio para a
elaboração do plano de curso. Para subsidiar de
forma mais abrangente a demanda do mercado
de Técnico em Meteorologia, foi realizada uma
pesquisa com diversas Instituições e empresas
ligadas de alguma maneira a Meteorologia no
Brasil. A pesquisa apontou que, há uma de-
manda de mercado para Técnico em Meteoro-
logia no Brasil e que existe uma tendência de
aumento para os próximos anos.
O Governo do Estado de Santa Cata-
rina demonstra concreto interesse na amplia-
ção do Sistema Estadual de Meteorologia. Atra-
vés de convênio firmado com o CEFET-SC, for-
neceu recursos financeiros para equipar Labo-
ratórios e compra de Estação Meteorológica
para fins didáticos e de acompanhamento do
tempo em regime operacional.
Instrumental para apoio pedagógico e operacional
adquirido com apoio do Governo de Santa Catarina.
O acesso ao curso se dá semestral-
mente através de exame por estudantes que
concluíram o ensino médio. A carga horária
total é de 1.200 horas, divididas em três se-
mestres. Neste período, o aluno adquire com-
petências relativas à instrumentação meteoro-
lógica e sistema de informação meteorológica,
podendo realizar estágio profissional em al-
guma empresa do setor.
Relação da concorrência para ingresso no curso entre
2003 e 2005.
Ano/Semestre Inscritos Concorrência
2003/2 60 2,31
2004/1 40 1,54
2004/2 76 2,92
2005/1 103 3,96
2005/2 55 2,12
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O quadro anterior mostra que o curso
de Meteorologia ainda é pouco procurado. A
Meteorologia mundial passa por um período de
notoriedade ímpar, as questões climáticas to-
maram vulto e faz parte do nosso dia-dia. Este
cenário é bastante promissor em termos profis-
sionais e as oportunidades na área tendem a se
elevar.
11,36%
37,88%
29,23%
29,41%
30,77%
2003/2 2004/1 2004/2 2005/1 2005/2
Evasão escolar no período de 2003 até 2005.
Atualmente os alunos formados atuam
em institutos e empresas na área de meteoro-
logia, como a EPAGRI/CIRAM, Marinha do Bra-
sil, SOMAR Meteorologia, FUNDACENTRO,
RBSTV, entre outras.
GRADE CURRICULAR E OBJETIVOS DO
PROFISSIONAL
O curso é dividido em três semestres
que conduzem o aluno a adquirir competências
inerentes aos fundamentos da Meteorologia,
instrumentação meteorológica e sistema de
informação meteorológica.
A grade curricular foi concebida de
maneira a incutir gradativamente, em cada
módulo, as funções desempenhadas por um
técnico de Meteorologia. No primeiro modulo o
aluno é capacitado a executar e coordenar o pro-
cesso de observação meteorológica
As funções de técnico posteriormente
segue a matriz curricular recomendada, apre-
sentada na próxima tabela.
Grade curricular do curso técnico de Meteorologia do
CEFET-SC.
Ano Disciplina
Meteorologia Descritiva
Física da Atmosfera
Técnicas de Observação Meteoroló-
gica e Códigos Meteorológicos
Astronomia e Geodésia
Climatologia
Meteorologia Sinótica
Construção de Projetos
1º Módulo
Análise de Tempo e Clima I
Laboratório de Instrumentação Me-
teorológica
Estação Meteorológica Automática
Sistema de Monitoramento Meteoro-
lógico Remoto
Laboratório de Sinótica
Análise de Tempo e Clima II
Inglês Instrumental
2º Módulo
Projeto Integrador I
Aplicativos Computacionais para
Meteorologia
Sistema de Bancos de Dados
Programação para Web
Climatologia Aplicada
Análise de Tempo e Clima III
Gestão Empreendedora
3º Módulo
Projeto Integrador II
Módulo 1
Possui carga horária de 400 horas divi-
didas entre oito disciplinas. Este módulo desen-
volve competências relacionadas ao processo
de observação e monitoramento das condições
meteorológicas, incluindo leitura, codificação,
decodificação, plotagem e manutenção preven-
tiva de instrumental.
Ao final deste módulo o aluno é capaz
de entender os fundamentos básicos da Mete-
orologia e correlacioná-los entre si, sua estru-
tura e organização no Brasil e no mundo e sua
importância para a sociedade. Tornando-o ca-
pacitado a executar e coordenar o processo de
observação meteorológica em estações de
convencionais de superfície, e a partir de espe-
cificações agronômicas o monitoramento agro-
meteorológico. Realizar manutenção preventiva
de estações automáticas e convencionais de
superfície. Além de codificar e decodificar da-
dos meteorológicos observacionais obtidos em
estações meteorológicas de aeródromos e ge-
rar informações úteis a partir destes dados.
42
Módulo 2
Este módulo tem carga horária de 300
horas cujas competências adquiridas possibili-
tam o profissional desenvolver as principais
atividades relacionadas ao processo completo
do tratamento dos dados meteorológicos, des-
de sua coleta, disponibilização e fornecimento
ao usuário.
Sua função é realizar procedimentos
para o tratamento dos dados meteorológicos
dentro dos quais estão a classificação e valida-
ção de dados meteorológicos; a manutenção e
atualização de banco de dados e a dissemina-
ção de dados meteorológicos; organizar, classi-
ficar, analisar, criticar e validar dados meteoro-
lógicos e gerar informação para divulgação; ter
capacidade para desenvolver empreendimento
próprio.
Módulo 3
O módulo final possui uma carga horá-
ria de 300 horas, quando o aluno irá praticar
atividades relacionadas principalmente à opera-
ção de estações meteorológicas convencionais
e automáticas. Espera-se que o aluno se torne
apto a auxiliar na especificação de estações
meteorológicas, de seus equipamentos, na su-
pervisão, instalação e manutenção. Garantido
desta maneira a operação das estações meteo-
rológicas convencionais e automáticas de su-
perfície e de altitude. Além disso, dar autono-
mia ao aluno para prestar serviços de consulto-
ria, através de estabelecimento próprio na área
de instrumentos e estações meteorológicas.
Exemplo de produto disponível na página do Curso de
Meteorologia no CEFET-SC.
Exemplo de produto disponível na página do Curso de
Meteorologia no CEFET-SC.
CORPO DOCENTE
Atualmente o curso técnico de Meteo-
rologia de Santa Catarina é composto por 19 de
formação bastante diversificada, conforme ta-
bela a seguir:
Professor Formação Titulação
Alexandre Motta Matemático Mestrado
Maria L. Feronha Letras Doutorado
Eduardo Beck
Engenheiro
Elétrico
Mestrado
Eliane Bareta
Gonçalves
Letras Mestrado
Fatima Teixeira Administração Mestrado
Marcia V.
Fuentes
Meteorologista Mestrado
Mario F. Leal de
Quadro
Meteorologista Mestrado
Michel N. Muza Meteorologista Mestrado
Carlos Salles Oceanógrafo Mestrado
Marcos Antônio
V. Nascimento
Físico
Especializa-
ção
Markus
Hasenack
Tecnólogo em
Topografia
Doutorado
Mauro Ribeiro
Martins
Eng. Geólogo Mestrado
Sérgio Pereira
Cândido
Eletrotécnico Graduação
Sérgio S. Uda Físico Mestrado
Mais informações:
Curso Técnico de Meteorologia
Avenida Mauro Ramos, 950 - Centro
CEP: 88020-300 - Florianópolis - SC
Fone: (48) 3221-0601
Fax: (48) 3224-0727
Coordenação do Curso de Meteorologia
Prof. Mario Francisco Leal de Quadro
Página Eletrônica:
www.cefetsc.edu.br/meteorologia
Agradecemos a Colaboração Especial:
Prof. Mario Francisco Leal de Quadro por ter
fornecido informações e fotos para matéria.
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GUIA DO PLANETA TERRA
Publicado pela Editora Cultrix-Amana-Key
Art Sussman
"Pense globalmente. Aja localmente".
Essa é apenas uma das grandes sacadas do
livro escrito pelo bioquímico Art Sussman. Ex-
pesquisador da Universidade de Oxford, da
Escola de Medicina de Harvard e da
Universidade da Califórnia, há 25 anos ele vem
se dedicando à divulgação do conhecimento
científico nos Estados Unidos para o público em
geral, jovens estudantes e professores.
A partir da definição proposta por
Sussman, "Guia para o Planeta Terra" discorre,
entre outros temas, sobre a formação geoló-
gica, o ciclo da água e do carbono, os gases
que formam a atmosfera terrestre, a energia
solar, o efeito estufa, os ecossistemas e a ca-
deia alimentar. Como suporte, usa gráficos,
desenhos e ilustrações, o que facilita a compre-
ensão de alguns conceitos.
Sem notar, ao longo da obra o leitor
terá aprendido vários conceitos de física, quí-
mica, geografia, biologia, astronomia e geolo-
gia. E perceberá o quanto eles são importantes
para o equilíbrio do planeta.
De forma simples, direta e sem
presunção, o bioquímico consegue reunir os
mais importantes princípios da vida
sustentável. Não é à toa que este livro tem sido
considerado uma bíblia para os ambientalistas.
O livro Guia para o Planeta Terra: para
Terráqueos de 12 a 120 Anos tem 120 páginas
e custa R$ 34,00.
Mais informações em
http://www.cultrix.com.br.
OS SENHORES DO CLIMA
Publicado pela Editora Record
Tim Flannery
É fato que mudanças climáticas estão
ocorrendo no mundo todo, mas elas realmente
são essas ameaças terríveis alardeadas pelos
cientistas ou estaríamos dando importância de
forma exagerada aos alarmes veiculados cons-
tantemente nos principais jornais e revistas?
Será apenas uma espécie de transição, um
problema que a humanidade virá a enfrentar no
futuro, mas não agora? Neste livro pioneiro e
fundamental, Tim Flannery oferece as respos-
tas, discorrendo sobre a urgente necessidade
de discutir as conseqüências da mudança cli-
mática global que gradualmente arruína o pla-
neta e põe em risco a nossa própria sobrevi-
vência.
Flannery, um notório cientista australi-
ano, vale-se aqui de extensa pesquisa e usa de
sua própria experiência para fazer uma fasci-
nante narrativa da história do clima ao longo de
milhões de anos. Com rigor e um texto irreto-
cável, perfeitamente acessível, o autor expõe
fatos, analisa implicações, desmistifica idéias e
exemplifica concretamente como as mudanças
climáticas já afetam a Terra.
Em Os Senhores do Clima, Tim
Flannery foge das armadilhas do sensaciona-
lismo e com muita propriedade nos auxilia a
compreender de forma realística os apuros pe-
los quais passamos atualmente.
O livro Os Senhores do Clima possui
392 páginas e preço de R$ 44,00.
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