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Algumas vezes mostrou-se mais fotos sobre algumas partes relatadas nos textos (cactos,
veado-campeiro, marcos físicos instalados para delimitar a Zona de Amortecimento) para
melhor contextualizar a situação problema/ações, auxiliando o campo de conhecimento das
crianças, para que estas adquirissem mais subsídios para contemplar, entender todo o contexto
e conseguir acompanhar o diálogo, o debate, que acontecia em torno da temática apresentada.
As fotos a mais, utilizadas na contextualização dos portifólios, foram cedidas para esse
trabalho, tiradas na própria região, e outras foram pesquisadas na Internet. Aqui, pode-se dizer
que ocorreu um erro da nossa parte, pois acabamos colocando fotos tiradas da Internet que,
depois de analisadas, não correspondiam ao bioma dos Campos Sulinos. Porém, após este
lamentável engano, cuidou-se mais sobre a questão. Até procuramos fazer algumas fotos, para
não cairmos em tal armadilha novamente, pois precisavam ser representações autênticas das
situações problemas que desafiam as crianças a descodificarem, a perceberem e a debaterem
em prol da conscientização, sobre as implicações apresentadas.
Depois que os alunos, com apoio do professor, esgotaram a análise da situação
problema, passou-se para a parte das ações positivas. A criança vai “aprimorando-se
criticamente e não memorizadamente – o que não seria uma apropriação – deste mecanismo,
começa a produzir por si mesmo o seu sistema de sinais gráficos” (FREIRE, 1983, p.116).
Este sistema de sinais gráficos ressaltados por Freire, ao trazermos para a Educação Infantil,
seriam as próprias falas das crianças, os desenhos, as brincadeiras, atitudes, que são as suas
criações, produções.
Os temas estudados, juntamente com as fotos que ilustram os biomas, possuem
relações, combinações, interdependências entre eles, causas comuns, as quais foram
percebidas pelas crianças. Estas criaram uma familiaridade em relação aos próprios, sendo
que estas ligações foram descobertas pelas próprias crianças, pois utilizaram-se das mesmas
falas para exemplificarem, responderem o que está ocorrendo em relação aos problemas
existentes. Assim, conforme fomos passando os pares dos portifólios, eles denotaram que as
“ações positivas precisam ser articuladas, de forma a tentar solucionar os problemas que
afetam vários temas de uma só vez” (SAITO, 2006, p.16).
Tanto as tarefas extraclasse, como as pesquisas, os relatos do que estavam aprendendo,
as solicitações de novas idéias, os sorteios feitos com os materiais (os livros de histórias,
muda do capim annoni, mapa dos biomas, jogo de memória dos problemas e das ações) entre
outros, contribuíram para que, além de ajudar na aprendizagem dos alunos, envolveram os
pais e comunidade fazendo com que soubessem o que estávamos estudando e participassem
com suas opiniões. As opiniões, por sua vez, foram tanto negativas, ressaltada por um dos