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Só no final do primeiro ano, graças à independência
adquirida pela locomoção, é que os objetos são procurados depois
que saem do campo visual. Isto ajuda a construir a noção do objeto.
Em relação às funções visuais, podemos dizer que o bebê
aos doze meses, apresenta nível de desenvolvimento visual próximo
ao adulto. A acuidade visual é muito boa, os movimentos oculares
são suaves e contínuos, a acomodação ocular é satisfatória e o
desempenho visual para longe já é eficiente, possibilitando a marcha.
Como podemos observar, nas etapas iniciais do
desenvolvimento, os esquemas motores e perceptivos
constroem-se juntos, com grande rapidez, constituindo um único
sistema, formado pelos esquemas sensório-motores.
Na etapa de 2 a 4 anos, em virtude do bom desenvolvimento
das funções visoperceptivas, que possibilita o exercício da memória
visual e formação das imagens mentais, a criança faz a passagem
das representações concretas às representações simbólicas.
Esse período, também chamado de figurativo, é
caracterizado pelo aparecimento do símbolo, da capacidade de
distinguir entre significado e significante e pela formação das
representações conceituais.
A criança imita o que observa visualmente, ampliando
sua capacidade motora, tornando mais complexa e planejada a
ação. É capaz de observar diferenças e semelhanças o que
permite fazer agrupamentos por forma, cor, tamanho,
comprimento e estabelecer relações. A riqueza de imagens
visuais e a possibilidade de poder representar o mundo permitem
o aparecimento do desenho nessa etapa.
O período de 4 a 7 anos, denominado de pensamento
intuitivo ou pré-operacional é marcado pela capacidade de
antecipação, de revisualização. Há o desenvolvimento da
atenção, da organização e da construção das noções espaço-
temporais, das noções de classificação e seriações simples,
para futura abstração, associação e generalização.
Após os sete anos, com o desenvolvimento do
pensamento lógico, as crianças são capazes de analisar,