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al, e uma co-produtora de subjetividade. Seu objeto é o trata-
mento institucional do enigma subjetivo com relação ao co-
nhecimento, e o tecido do vínculo social é a sua meta. Trata as
duas questões de modo diferente, a partir da abordagem de
conhecimentos disciplinares, da distribuição de capital cultu-
ral, a socialização de diferentes saberes (saber para viver, para
pensar, trabalhar, criar), da projeção de formas organizacionais,
a integração de diversos atores, a recordação de mitos, a insti-
tuição de ritos, a oferta de inscrições e filiações simbólicas, a
tessitura de laços (com o desconhecido, com o conhecimento,
com os outros, com o mundo), institucionalizando a relação
com a lei estruturante do social (Frigerio, 2000).
Será necessário levar em conta que abordar a temática da es-
cola secundária, evocando novas formas possíveis, para respon-
der ao convite da exposição de Beatriz Macedo, inclui sempre a
perspectiva de outro tempo, de outro espaço e de novos sujeitos.
A questão do tempo, do tempo futuro e do tempo porvir
(enfatizando aqui a possibilidade que têm o sujeito e as socieda-
des, como resultado da sua obra, de fazer vir um tempo diferen-
te) nos leva a outra sinalização necessária. Os efeitos das cenas
escolares sempre se tornam visíveis e re-significam, après coup (em atraso
e a propósito de outra coisa), ou seja, não se limitam a um presente:
fazem-se presentes na vida de cada sujeito em outro tempo e
fora da situação escolar, no território do social e em todo o mun-
do, o que mostra a extraterritorialidade
2
do efeito e ao mesmo
tempo persevera em destacar o caráter específico do território.
3
2
George Steiner, “Extraterritorialidade. Ensayos sobre literatura y revolución del lenguaje”,
AH ed., 2000.
3
Sobre o caráter específico das instituições educativas vide Frigerio, G. E outros, Las
Instituciones Educativas. Cara y Ceca. Troquel, Frigerio, G.Y. Poggi, módulo elaborado
para o PTFD, MCE, Buenos Aires.