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O Programa Educação para Todos trata da garantia, para todos os
cidadãos, do acesso à escolaridade, ao saber culturalmente construído,
ao processo de produção e de difusão do conhecimento e, principal-
mente, à sua utilização na vivência da cidadania. O cumprimento de tais
objetivos requer a existência de sistemas educacionais planejados e
organizados para dar conta da diversidade dos alunos, de forma a poder
oferecer, a cada um, respostas pedagógicas adequadas às suas pecu-
liaridades individuais, às suas características e necessidades específicas.
A Declaração de Salamanca, por sua vez, traz as recomendações re-
ferentes aos princípios, à política e à prática de reconhecimento e atenção
às necessidades educacionais especiais.
Ao concordar com as recomendações contidas nesses dois importantes docu-
mentos, e ao fazer delas seu compromisso, o Brasil sinalizou que estava pronto
para promover novo avanço na relação com seus cidadãos com deficiência.
Os pressupostos que fundamentaram essa atitude foram de natureza filosófica,
ética, política e social, e encontram-se abaixo explicitados:
todos somos diferentes uns dos outros, o que vem a ser o aspecto central
da diversidade que constitui qualquer sociedade;
não há diferença que faça de uma pessoa um cidadão de menor valia:
todos são iguais perante a lei;
a pessoa com deficiência é cidadã como qualquer outra pessoa e, como
tal, tem o direito de receber os serviços de que necessita, sem que, para
tanto, necessite permanecer segregada;
assim, tem imediatamente o direito ao acesso e à permanência no ambi-
ente comum, independentemente do tipo de deficiência que tiver e de
seu grau de comprometimento;
para que isso aconteça, a sociedade tem de se reajustar de forma a se
tornar acolhedora para todos;
isso deverá acontecer em cada comunidade, em todos os níveis de ação
pública, em todos os ambientes, em todas as instâncias.
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