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MA NOVA POLÍTICA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
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invasões, pelo colonialismo, por guerras passadas, guerras presentes, guerras
prometidas e guerras futuras, expõe, para nossa oportuna reflexão, o caráter
dramático, ou trágico, da combinação de recursos estratégicos e sociedades
atrasadas. A iminência da guerra imperialista, e esta com data marcada,
pode expor, de forma escandalosa, nossa vulnerabilidade, com a escassez seja
de combustível, seja de insumos básicos, seja até de remédios. A proximi-
dade do fim do ciclo do petróleo – ainda na raiz de guerras, dominação e
saques –, deve nos encaminhar para a pesquisa de fontes alternativas, como
a energia eólica, a energia solar, a bioenergia, enfim, uma nova matriz
baseada em fontes renováveis.
A Amazônia, por seu potencial hídrico, energético, alimentar, mineral
e genético, pela riqueza de sua flora e fauna e pela sua importância geopolítica,
cobra nossa preocupação permanente.
Como a biotecnologia, a política nuclear e espacial, a produção de
fármacos, fertilizantes, alimentos, fibras, resinas e outras matérias-primas
industriais, baseadas na diversidade biológica e na informação genética.
Os países que conseguiram construir parques industriais e tecnológicos
dependeram da mobilização de suas sociedades, do papel de suas lideranças
sociais e políticas empenhadas em criar as condições objetivas necessárias
ao desenvolvimento da produção do conhecimento. Quer isso dizer que o
desafio colocado diante de nós será enfrentado e vencido se conseguirmos
mobilizar e liderar a sociedade brasileira para esse enfrentamento. Não será
tarefa de um só ministério ou só do governo Lula.
Para nós, a política de C&T deve ser vista como questão de Estado.
Será comandada pelo MCT, mas em articulação com todo o Governo Federal,
com os estados, com a comunidade científica, com o empresariado e com os
trabalhadores. Esperamos contar com os meios de comunicação de massa.
O governo Lula tem metas objetivas, às quais devemos dar sustentação.
Da meta central – o homem – derivam o crescimento e a desconcentração
de renda, como meios de combater a miséria e a exclusão social. Até por
que, essa concentração exacerbada é insustentável mesmo a médio prazo. E
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