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C I R R U S
U N E M E T – Brasil
Junho – Agosto 2006 www.unemet.al.org.br
METEOROLOGIA: PREVISÃO DE
UM FUTURO PROMISSOR
Índice de Desconforto
Térmico
Um dos Precursores
da Climatologia
Geográfica no Brasil
Simplificando a
Complexidade dos
Movimentos Atmosféricos
IAG/USP: Sua História
e Importância na
Meteorologia Brasileira
A Dimensão da Ética
em Meteorologia
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Ano II – Número 7 – Junho – Agosto 2006
Diretoria Executiva
Presidente
Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)
Secretário Geral
Daniel Carlos Menezes (COPPE/UFRJ)
Diretor Administrativo e Financeiro
Carlos Henrique D’Almeida Rocha (COPPE/UFRJ)
Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento
José Francisco de Oliveira Júnior (COPPE/UFRJ)
Diretor de Comunicação e Marketing
Alailson Venceslau Santiago (IICA/OEA)
Diretora de Educação e Treinamento
Maria Céli Santos de Lima (UFAL)
Diretor de Cooperação Nacional
e Internacional
José de Lima Filho (UFAL)
Conselho Diretor
Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)
Alailson Venceslau Santiago (IICA/OEA)
José de Lima Filho (UFAL)
Rodrigo Santos Costa (COPPE/UFRJ)
Maria Céli Santos de Lima (UFAL)
Conselho Fiscal
José Luiz Cabral da Silva Junior (UFV)
Gustavo Bastos Lyra (COHIDRO)
Sylvia Elaine Marques de Farias (INPE)
Conselho Editorial
Alailson Venceslau Santiago (IICA/OEA)
Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)
Rodrigo Santos Costa (COPPE/UFRJ)
Daniel Carlos de Menezes (COPPE/UFRJ)
Revista Cirrus
é uma publicação da União
Nacional dos Estudiosos em Meteorologia -
UNEMET, distribuída gratuitamente aos usuários
cadastrados no site.
Imagem de Capa:
http://chaos.usc.es/Web_MeteoClima/Index.htm
A revista não se responsabiliza por opiniões
emitidas pelos entrevistados e por artigos
assinados.
Reprodução permitida desde que citada a fonte.
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Editorial
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Portas Abertas para o Futuro
Radar
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Programe-se
Ponto de Vista
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Agenda
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Programe-se
Capa
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Meteorologia: Previsão de um Futuro
Promissor
Memória
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Um dos Precursores da Climatologia
Geográfica no Brasil
Curiosidades
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Teorema da Circulação: Simplificando a
Complexidade dos Movimentos
Atmosféricos
Nossas Escolas
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Reflexões
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A Dimensão da Ética em Meteorologia
Redação
Cartas para o editor, sugestões de temas, opiniões
ou dúvidas sobre o conteúdo editorial de CIRRUS.
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Anuncie em CIRRUS e fale com o mundo.
UNEMET – Brasil
Rua Dona Alzira Aguiar, 280 - Pajuçara
57030-270 – Maceió – Alagoas - Brasil
Fone: (82) 3377-0268
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orreio
SOLICITAÇÃO DE EXEMPLAR DE OBRA LITERÁRIA
O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí desenvolve e aplica
desde 1989, vários programas, projetos, atividades e ações voltadas à gestão dos recursos hídricos
e meio ambiente. Em julho de 2005, inauguramos o Centro de Referência em Gestão e Proteção
dos Recursos Hídricos, na cidade de Americana - SP, uma parceria entre o Consórcio PCJ e a CPFL
Energia. Trata-se de uma iniciativa pioneira no Brasil para o desenvolvimento de atividades que
promovam a difusão das experiências e dos conhecimentos do Consórcio PCJ relacionados à
educação ambiental, reflorestamento ciliar, racionalização do uso da água e gestão dos recursos
hídricos. Nesse local, o Consórcio PCJ pretende difundir, fomentar e transferir conhecimentos e
experiências adquiridas para todos os segmentos da sociedade, através da aplicação de cursos,
capacitações, palestras, como também disponibilizar aos interessados, biblioteca, videoteca e loja
ambiental voltada à gestão dos recursos hídricos e do meio ambiente.
O Centro de Referência em Gestão e Proteção dos Recursos Hídricos é composto por três casas,
identificadas como: Casa 1 e Casa 2 onde esta instalada a administração; na Casa 3 funciona um
centro de capacitação, composto por um auditório modernamente equipado, com capacidade para
60 pessoas; videoteca com capacidade para 35 pessoas e um acervo de aproximadamente 120
fitas VHS e DVD. Em breve na Casa 3, inauguraremos uma biblioteca com obras voltadas para os
recursos hídricos e meio ambiente, portanto vimos através deste verificar se há possibilidade da
UNEMET disponibilizar 02 (dois) exemplares da Revista “Cirrus", para complementar e enriquecer
nosso acervo de obras ambientais.
Márcia Kano Castro
Gerente de Parcerias, Centro de Referência em Gestão e Proteção dos Recursos Hídricos do Consórcio
PCJ, Americana, SP.
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PUBLICAÇÃO PARA DOWNLOAD
Parabéns pela sua publicação Cirrus. Em
nossa atividade (Aerofotogrametria), a
informação meteorológica é fundamental.
Diante deste interesse, solicito a permissão
para disponibilizar a referida publicação para
download de clientes em nosso site.
Obviamente, a publicação estará inalterada
em seu aspecto gráfico e todas as
referências a respeito da fonte serão
mencionadas.
Amauri A. Brandalize
Diretor Técnico da ESTEIO Engenharia e
Aerolevantamentos S.A.,Curitiba, PR.
DIVULGAÇÃO DE LIVRO
Prezados editores, por favor, se possível,
poderiam divulgar na revista Cirrus o livro
"Meteorologia Prática", recém lançado pela
Editora de Oficina de Textos
www.ofitexto.com.br.
Capitão Artur Ferreira
Força Aérea Brasileira (FAB), Anápolis, GO.
VALIOSA PUBLICAÇÃO
Estimado Conselho Editorial da Cirrus,
gostaria de agradecer por ter nos enviado a
informação sobre vossa valiosa publicação.
Escritório de Relações Públicas e
Comunicações
Organização Meteorológica Mundial (OMM),
Zurique, Suíça.
SERIEDADE NO TRABALHO!
Prezados, inicialmente gostaria de
parabenizar o belo trabalho que vocês vem
efetuando por meio da Revista Cirrus e
ressalvo a polidez no tratamento,
mostrando, mais uma vez, a seriedade no
trabalho que as pessoas, integrantes dos
bastidores da Revista, vêm desempenhando.
Parabéns!
Estudo no curso de graduação de
Meteorologia da UFPel e gostaria de
submeter um artigo à apreciação e possível
submissão. Contudo, gostaria de saber se
vocês poderiam me informar quais as
normas de submissão para que eu mande o
trabalho da forma mais correta e
satisfatória. Grato pela atenção.
Dionis Blanck
PET/UFPEL, Pelotas, RS.
SUBMISSÃO DE ARTIGO
Sou aluno do curso de Meteorologia da
Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG) e estagiário da EMBRAPA-CNPA,
onde faço pesquisa com zoneamento
agrícola. Assim, gostaria de parabenizar a
todos pela Cirrus e saber a possibilidade de
submeter um artigo para publicação.
Madson Tavares
UFCG, Campina Grande, PB.
SUBMISSÃO DE ARTIGO II
Quero parabenizá-los pelo ótimo trabalho.
Me chamo Gustavo Leite, estudante (bolsista
do PET) do curso de Meteorologia da
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).
Estou muito interessado na publicação de
meus trabalhos na Cirrus, assim gostaria de
saber o que seria necessário para o envio
deles.
Gustavo Leite
PET/UFPEL, Pelotas, RS.
BIBLIOTECA EUMETCAL
Prezados editores, obrigado por ter enviado
o novo número da Cirrus. Informo que
estarei adicionando também este número na
Biblioteca da EUMETCAL.
Ian Mills
METOFFICE, Londres, Reino Unido.
NOTA
Todas as mensagens enviadas foram
prontamente respondidas. Agradecemos à
todos que colaboram com sugestões e
críticas para a melhoria da CIRRUS.
OS EDITORES
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uando pensamos em escrever a próxima matéria de capa, percebemos que muitos leitores
já tinham sugerido que abordasse o tema mercado de trabalho da Meteorologia. Tema
esse, que interessa muito aos jovens que estão definindo seu futuro, às vésperas de
prestarem vestibular. Apoiados por estas sugestões, resolvemos montar esta edição
calcada na profissão do Meteorologista, mostrando que não se trata somente de previsão do
tempo, e sim de uma ampla gama de atividades/produtos importantes em diversos setores em
nossa sociedade. Além disso, de mostrar que a Meteorologia possui forte interação com diversas
áreas do conhecimento tecnológico, de biológicas até humanas. Ou seja, a Meteorologia está
muito próximo do nosso cotidiano.
Uma matéria desta natureza é deveras importante não só como meio de esclarecimento,
como também para romper as barreiras do desconhecimento, em especial para os jovens, que
vivem um momento decisivo: a escolha da profissão.
Foi com este pensamento que a matéria busca mostrar o que é a profissão, as
universidades que oferecem cursos, os conteúdos programáticos, seus desafios, as oportunidades
do mercado de trabalho; enfim, um guia que pode ajudar os que se interessam pelo tema.
É com imenso prazer que o corpo editorial da Cirrus lança mais esta edição, procurando
manter-se fiel aos seus objetivos: facilitar o acesso à informação sobre a Meteorologia,
aprofundar o conhecimento sobre o mercado de trabalho no Brasil e, assim, de alguma maneira,
contribuir para que esses jovens possam escolher sua profissão, com uma visão holística e clara
do que podem encontrar. De certa forma, também evitar o ditado que diz “quando não sabemos
onde queremos chegar, qualquer caminho serve”.
Sinceramente, esperamos que esta matéria possa sensibilizar parte destes jovens, para
que se juntem a nós.
Além disso, a 7ª edição da Cirrus possui muito mais a mostrar, como por exemplo, a
reflexão sobre a ética que devemos ter em nossa profissão em tempos tão perturbadores, que a
sociedade brasileira está vivendo no meio político, pois manejando tão poderosos instrumentos, o
homem tem de precaver-se das tentações de os virar contra si. Cada vez mais se faz necessário
que nós meteorologistas tenhamos a preocupação de realizarmos e aplicarmos nossos
conhecimentos com argúcia; alcançar uma perspectiva de compreensão, de tolerância e de
equidade, que no meio de perigosas incertezas e de terríveis paradoxos, o nosso tempo tanto
carece.
Acreditamos que esta edição trará a ampliação do conhecimento e todos os conteúdos
presentes são importantes para difundir a importância da Meteorologia na vida das pessoas.
Então, se você pensa em ter uma vida agitada igual ao vento, cheia de calor como o Sol e
turbulento com o mar, saiba que de alguma forma ou de outra o seu caminho é a Meteorologia!
Delicie-se com cada página da Cirrus, pois ela foi preparada com muito carinho para
vocês!
Não poderia deixar de finalizar, parabenizando a todos os meteorologistas pela
comemoração de seu Dia, 14 de outubro.
Ednaldo Oliveira dos Santos
Presidente do Conselho Editorial.
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JAPÃO PREPARA PREVISÃO CLIMÁTICA
DE 30 ANOS
O Japão planeja criar previsões
meteorológicas de longuíssimo prazo, de até 30
anos, para antecipar tufões, tempestades,
nevascas e secas, inform as autoridades. O
projeto, que terá início no próximo ano, usará o
potencial de um dos supercomputadores mais
rápidos do mundo, e é fruto de uma pesquisa
do ministério da Ciência do país para mapear o
aquecimento global pelos próximos 300 anos.
Usando o supercomputador Earth
Simulator (Simulador da Terra), o governo
japonês pretende calcular padrões de longo
prazo na interação entre oceano e atmosfera,
disse Tomonori Otake, representante do
gabinete ambiental do Ministério.
Os resultados ajudarão a estabelecer
rotas previsíveis para tufões, e a identificar
áreas que são alvo preferencial de chuvas
intensas, neve, ventos fortes, calor intenso e
secas. O aviso prévio permitiria que o governo
alocasse dinheiro e recursos para áreas com
potencial de desastre, antes que o desastre
ocorra.
O Ministério está delineando os
parâmetros do projeto e aceitará ofertas de
cientistas que pretendam dar início ao
programa. O orçamento ainda não está
definido, mas poderá ser de cerca de US$ 26
milhões ao ano.
Fonte: ESTADÃO ONLINE.
SATÉLITE METEOROLÓGICO DE ÚLTIMA
GERAÇÃO BENEFICIA PESQUISAS
SOBRE O NORDESTE
O Centro de Previsão de Tempo e
Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
começou a receber imagens e dados do satélite
Meteosat-8, de segunda geração (Meteosat
Second Generation – MSG), que deverá trazer
novos avanços a pesquisa, previsão e
monitoramento meteorológico do país.
As imagens estão disponíveis
operacionalmente desde o dia 14/06, através
da página da Divisão de Satélites e Sistemas
Ambientais do CPTEC. Os satélites Meteosat
são operados pelo Eumetsat e desenvolvidos
pela Agência Espacial Européia (ESA), em
parceria com a indústria.
As imagens e dados obtidos pelo
Meteosat-8 serão úteis, principalmente, às
pesquisas e aos estudos meteorológicos
relacionados ao Nordeste, à costa brasileira e
ao Atlântico Sul. A cobertura privilegiada da
porção tropical e equatorial do Atlântico Sul
favorece o acompanhamento de sistemas que
influenciam o tempo e clima do Nordeste.
Além da melhoria das informações
meteorológicas (com o aumento da resolução
espacial), também há a ampliação dos dados
atualmente disponíveis, com a operação de
sensores em 12 canais do espectro do visível e
infravermelho, contra os atuais 5 canais.
Fonte: CPTEC Notícias.
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TEMPESTADES SOLARES INTENSAS A
CAMINHO
Vem aí um período de intensa
atividade solar, como não se via há muitos
anos. Segundo pesquisadores do Centro
Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), nos
Estados Unidos, o ciclo será de 30% a 50%
mais forte do que o atual.
O Sol alterna momentos de intensa
atividade com outros de tranqüilidade.
Atualmente, a estrela está próxima ao ponto
mais calmo do atual ciclo, que chega ao
número 23 – os ciclos, que têm em média 11
anos, são numerados desde o século 18.
Cientistas têm estudado há tempos os
períodos de atividade solar, mas nunca
conseguiram prever suas durações e
intensidades. Agora, isso pode mudar.
Pesquisadores do NCAR desenvolveram um
novo modelo computacional (foto abaixo) e
fizeram simulações dos últimos oito ciclos
solares. Em seguida, compararam os dados
obtidos com registros reais. A precisão de
acertos foi de 98%.
(fonte: Soho/Nasa).
O modelo usa dados do movimento
interior do plasma e dos campos magnéticos do
Sol, obtidos pelo Observatório Solar e
Heliosférico (Soho), das agências espaciais
norte-americana (Nasa) e européia (ESA).
Lançada em 1995, a nave está em órbita a
cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
Satisfeitos com a eficiência, os autores
do estudo colocaram o modelo para projetar o
ciclo 24. Os resultados apontaram, além da
intensidade maior do que o atual, que ele deve
começar no fim de 2007 ou no início de 2008,
ou seja, de seis meses a um ano mais tarde do
que se esperava.
Outro ponto de destaque é que o ciclo
deverá produzir manchas em uma área
superior a 2,5% da superfície visível do Sol. Se
o ciclo chegar a uma intensidade 50% maior do
que o atual se tornará o mais forte desde a
década de 1950.
“Pela primeira vez pudemos prever a
força do ciclo solar”, disse a líder do estudo
Mausumi Dikpati, em videoconferência no dia
06/03/2006, ao anunciar os resultados. “Nosso
modelo demonstrou a capacidade necessária
para ser usado como uma ferramenta de
previsão”.
Prever os momentos do ciclo solar é
fundamental num mundo altamente
dependente de sistemas elétricos e eletrônicos.
No momento de maior intensidade, previsto
pelos cientistas para 2012, fortes tempestades
solares poderão danificar satélites, provocar
falhas na transmissão de energia elétrica e
atrapalhar ligações por celulares.
Em 1989, uma tempestade solar
provocou um colapso na rede elétrica em
Quebec, no Canadá, levando a um blecaute de
cinco horas. Os efeitos da intensa atividade do
Sol também poderão embaralhar as
comunicações de aviões, forçando a mudanças
de rotas, e colocar em risco a segurança de
astronautas.
Os cientistas do NCAR pretendem
divulgar no ano que vem a previsão para o ciclo
25, que deverá ter um pico por volta de 2022.
O estudo dos efeitos da atividade solar
na Terra tem ocupado espaço cada vez maior
nos últimos anos. Para aumentar o
conhecimento na área, o Comitê Científico
Internacional de Física Solar-Terrestre
(Scostep) lançou o programa Cawses (Climate
and Weather of the Sun-Earth System), que
tem sido conduzido por pesquisadores de
diversos países – entre os quais o Brasil –
desde 2004.
Os progressos conseguidos pelo
programa até o momento foram apresentados
no 11º Simpósio Internacional sobre Sol,
Ciência Espacial e Clima (STP-11), ocorrido no
mês de março deste ano, no Rio de Janeiro.
Fonte: Agência Fapesp.
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DADOS METEOROLÓGICOS DE 2000 A
2004 PARA A AMÉRICA DO SUL ESTÃO
DISPONÍVEIS NO LBA DIS
O CPTEC/INPE colocou à disposição na
Internet, no LBA DIS, grande conjunto de
dados meteorológicos para a América do Sul,
no período de 2000 a 2004.
O trabalho, intitulado “Reanálise
Regional sobre a América do Sul”, foi resultado
da combinação de previsões diárias de curto
prazo reprocessadas, em alta resolução
temporal e espacial, e de dados reais
observados.
Um dos principais objetivos deste
trabalho foi suprir a demanda de inúmeros
projetos de pesquisa por dados meteorológicos
nem sempre disponíveis por falta de uma rede
de observação mais completa cobrindo o país e
o continente Sul-americano.
Para a geração deste conjunto de
dados, ou “reanálises”, utilizou-se o modelo
regional ETA, do CPTEC, com resolução de 40
km
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, com dados gerados a cada 6 horas e em
perfis verticais superiores a 25 km de altitude e
o sistema de assimilação de dados PSAS
(Physical-space Statistical Analysis System).
O banco de dados foi desenvolvido com
o objetivo específico de atender pesquisadores
com projetos no Experimento de Grande Escala
da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), um
compromisso que o CPTEC havia estabelecido
com o LBA, explica Dirceu L. Herdies, um dos
responsáveis pelo trabalho ao lado de José A.
Aravéquia, ambos do Grupo de Assimilação de
Dados do CPTEC/INPE.
A importância deste conjunto de dados
torna-se mais evidente para algumas regiões,
como áreas na Bolívia, onde existe uma grande
escassez de informações meteorológicas
sistemáticas. O trabalho conta ainda com dados
de maior confiabilidade levantados durante as
campanhas do SALLJEX (South American Low-
level Jet Experiment), entre 2002 e 2003, em
regiões da Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil
e do LBA, em experimento no estado de
Rondônia, entre os meses de setembro e
novembro de 2002.
No total, o conjunto de dados conta
com quase 50 variáveis diferentes, sem contar
os subprodutos que podem ser obtidos a partir
do conjunto gerado.
A próxima etapa do projeto será a
extensão do conjunto de dados para um
período superior a 25 anos, iniciando a série
em 1979, chegando até os dias atuais. A
previsão é de que este material esteja
disponível a toda comunidade científica do país
e do exterior em 2008.
Os dados meteorológicos podem ser
acessados livremente pela homepage:
ftp://lba.cptec.inpe.br/lba_archives/PC/PC-
404/regional_reanalysis/
FONTE: Imprensa/INPE-CPTEC.
NOVA GERAÇÃO DE FOGUETES DA NASA,
ARES, RUMO A MARTE
A Nasa, agência especial norte-
americana, anunciou o nome de sua nova
geração de foguetes, ARES. São as
espaçonaves da Visão de Exploração Espacial,
que deverão ajudar o homem a retornar à Lua
e, em seguida, chegar aonde sempre sonhou:
Marte.
O nome vem do deus grego da guerra
– Marte para os romanos. O foguete que levará
astronautas terá o nome Ares 1 e o veículo
para carga, que será usado para a construção
da base lunar, será o Ares 5.
Os números 1 e 5 remetem ao
programa Apolo, que levou o homem à Lua em
1969. No programa, os foguetes Saturno 1 e
Saturno 5 foram os primeiros concebidos e
desenvolvidos especialmente para a exploração
humana do espaço.
A Nasa ainda não decidiu o nome da
nave conhecida por enquanto apenas como
“veículo de exploração tripulado” (CEV, na sigla
em inglês), que substituirá o ônibus espacial
por volta de 2014. O CEV será lançado a partir
do Ares 1, que terá capacidade para levar mais
de 25 toneladas até a órbita terrestre baixa. O
Ares 5 usará cinco propulsores movidos por
uma mistura de oxigênio líquido com
hidrogênio líquido e dois segmentos que usarão
combustível sólido para o primeiro estágio de
lançamento. O cargueiro espacial terá 110
metros e poderá levar mais de 130 toneladas.
Para maiores informações navegue no
site www.nasa.gov
.
Fonte: AGÊNCIA FAPESP.
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eteorologia em Foco
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4º Congresso Brasileiro de Biometeorologia
“Mudanças climáticas: impacto sobre homens, plantas e animais” foi o tema central do 4º
Congresso Brasileiro de Biometeorologia (IV CBB), que ocorreu de 9 a 11 de abril, no Espaço Cultural
do Campus da USP (antiga Capela), em Ribeirão Preto - SP. O evento foi promovido pela Sociedade
Brasileira de Biometeorologia (SBB) e pelo Instituto de Zootecnia (IZ/APTA), da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Na oportunidade foram apresentadas novas tecnologias que ajudem a minimizar os efeitos
climáticos adversos sobre a saúde e a reduzir a poluição ambiental, melhorando a produtividade
agropecuária e gerando novas oportunidades de emprego e uma melhor distribuição de renda.
“Alterações climáticas e suas influências na fisiologia”, “Poluição atmosférica e saúde humana”,
“Micrometeorologia de sistemas agrícolas”, “Emissão de metano na produção animal” e “Escopo da
biometeorologia e bioclimatologia vegetal” foram os principais tópicos discutidos durante as palestras.
O evento teve programação bem diversidade e contou com a participação de diversos
pesquisadores, professores e estudantes de inúmeras áreas do conhecimento, dentre elas: agronomia,
veterinária, biologia, medicina e Meteorologia. A abertura do IV CBB ocorreu no dia 09/04 às 19 horas,
contando com a presença do Dr. Paulo Bardauil Alcântara, diretor do Instituto de Zootecnia (IZ-SP), do
Dr. Marcos Macari, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP – Jaboticabal-SP, do Dr.
Paulo H.N. Saldiva, da Faculdade de Medicina/USP - São Paulo, SP e Dra. Magda Aparecida de Lima -
CNPMA/EMBRAPA, Jaguariúna - SP. Nesta noite, o Dr. Macari fez uma conferência magna de abertura
denominada Palestra: "Alterações climáticas e suas influências na fisiologia". Em seguida houve um
coquetel de boas vindas a todos os participantes. Nos outros dias do evento houveram diversas
palestras ligadas ao temas de poluição atmosférica e saúde humana, micrometeorologia de sistemas
agrícolas: seqüestro de CO
2
por sistemas agroflorestais, conforto humano: aspectos arquitetônicos e
urbanísticos, nova visão da biometeorologia na produção animal, entre outras. Além disso, houveram
apresentações de trabalhos, tanto orais quanto em painéis.
Destacam-se a palestra ministrada pelo pesquisador do IAPAR, Paulo Henrique Caramori,
denominada Escopo da biometeorologia e bioclimatologia vegetal”, onde apresentou resultados de
várias pesquisas e também dos serviços à sociedade desenvolvidos pela Área de Ecofisiologia do IAPAR;
e a palestra de Magda Lima, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e coordenadora do Projeto Rede
Agrogases, que falou sobre a problemática das mudanças climáticas, da importância do setor pecuário
na agropecuária brasileira como gerador de metano. Ela explicou também sobre a necessidade de
aperfeiçoamento do inventário das emissões de gases, especialmente metano e óxido nitroso
proveniente de sistemas de produção animal. Além disso, a pesquisadora discutiu as possíveis medidas
de mitigação de metano por fermentações entéricas, baseadas em experiências internacionais. A Rede
Agrogases constitui uma rede de instituições de pesquisa estabelecida para desenvolver o projeto sobre
dinâmica de carbono e gases de efeito estufa em sistemas de produção agropecuária, florestal e
agroflorestal brasileiros.
O IV CBB foi encerrado no final da tarde do dia 11/04, com as conclusões acerca do evento.
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8
a
Conferência Internacional de Meteorologia e Oceanografia do
Hemisfério Sul
A 8ª Conferência Internacional em Meteorologia e Oceanografia do Hemisfério Sul (8
a
ICSHMO), ocorreu no período de 24 a 28 de abril de 2006, em Foz do Iguaçu - PR. O Evento teve como
tema central: "Entendendo e Prevendo o Clima e os Recursos Hídricos, suas Variabilidades e Mudanças
no Hemisfério Sul". A Conferência abrangeu tanto sessões orais, quanto de painéis nos seguintes
temas:
Sistema Monçônicos e Precipitação Continental,
Oceanos do Hemisfério Sul,
Tratamento de "gaps" em Sistemas de Observação do Hemisfério Sul,
Análise e Previsão do Tempo,
Previsão de Clima,
Entendendo as Variações de Longo Termo do Clima no Hemisfério Sul,
Variabilidade e Modelagem Hidrológica,
Impactos das Mudanças na Cobertura e no Uso do Solo,
Clima da Criosfera da Região Antártida,
Mudança Climática no Hemisfério Sul,
Influências Humanas no Clima,
Química Atmosférica no Hemisfério Sul,
Sessão especial Harry Van Loon.
Também ocorreram sessões que incluíram apresentações de conferencistas convidados, que
revisaram o desenvolvimento passado e recente em cada um dos temas das sessões. Além disso, uma
Sessão especial sobre "O Futuro da Modelagem do Tempo, do Clima e do Sistema Terrestre no Século
21 e o Papel dos Países em Desenvolvimento", foi realizada durante a Conferência. Palestrantes e o
público presente discutiram futuros caminhos em modelagem de tempo, de clima e de sistema terrestre
para as próximas décadas, a necessidade para aproximações multi-institucionais e multinacionais, e os
requisitos científicos, tecnológicos e institucionais para avançar na modelagem e na previsão. Atenção
especial foi dada à discussão sobre o papel potencial dos países em desenvolvimento neste esforço
verdadeiramente global.
Apresentação de conferencista convidado sobre temas abordados na 8a ICSHMO.
11
A conferência contou com mais de 420 participantes de 35 países, 150 estudantes, sendo
apresentados cerca de 500 trabalhos, tornando-a a maior desta série de conferências até hoje
realizadas. Do total de participantes, 360 eram provenientes da América do Sul, 70 da América do
Norte, 30 da Europa, 24 da Austrália e Nova Zelândia e 13 da África.
A Conferência foi co-presidida pela Dra. Carolina Vera (Universidade de Buenos Aires,
Argentina) e pelo Dr. Carlos Nobre (INPE/CPTEC, Brasil), sendo promovida pela Sociedade
Meteorológica Americana (AMS) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e contou com o
apoio da Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMet).
Público presente durante a 8a ICSHMO.
A 8a ICSHMO foi patrocinada por:
IAI - Instituto interamericano para Mudança Global,
NOAA - Organização Nacional Oceânica e Atmosférica,
NSF - Fundação Nacional de Ciência,
Serviço Meteorológico Nacional dos EUA,
FAPESP - Fundação de Pesquisa do Estado de São Paulo,
FAPERJ - Fundação de Pesquisa do Estado de Rio de Janeiro,
FINEP - Agência Brasileira Financiadora de Estudos e Projetos,
CNPq - Conselho Nacional para Desenvolvimento Científico e Tecnológico,
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
Mais informações sobre o Programa, como também acesso completo ao banco de dados de
resumos estendidos submetido à Conferência, estão disponíveis em
http://www.cptec.inpe.br/SH_Conference
.
I Encontro Sul-Brasileiro de Meteorologia e III Jornada de
Palestras dos Estudantes de Meteorologia
Aconteceu no período de 5 a 9 de junho de 2006 o I Encontro Sul-Brasileiro de Meteorologia e
a III Jornada de Palestras dos Estudantes de Meteorologia – UFPEL com a temática “Meteorologia e o
Meio Ambiente”. Sediado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e organizado por alunos, estes
orientados por professores do Curso de Meteorologia da UFPel, o evento contou com o apoio técnico do
CPPMET/UFPEL, logístico do 8º DISME/INMET de Porto Alegre e científico da USP, CPTEC/INPE, UFRGS,
FURG, UFPEL, SIMEPAR, EPAGRI/CIRAM, SOMAR METEOROLOGIA, CEFET-SC, UFSM, LUNUS
AMBIENTAL LTDA, HINNDELET PÁRA RAIOS, 8º DISME/INMET, UFRJ, SBMET, FEPAGRO, IPEDEN,
INFRAERO, ULBRA, UFPR, EMBRAPA CLIMA TEMPERADO, INFRAERO, FEPAM, além do apoio financeiro
de diversas instituições e empresas, tais como: Somar Meteorologia, Campbell Scientific do Brasil,
Caixa RS, HOBECO, SIMTECH e Fundação Simon Bolívar.
12
Na solenidade de abertura estiveram presentes o Reitor e o Vice-Reitor da UFPel, profs. Antonio
César Gonçalves Borges e Telmo Pagana Xavier, respectivamente, a presidente da Sociedade Brasileira
de Meteorologia (SBMet), Profa. Maria Gertrudes Justi da Silva, o representante do INMET, Sr. Solismar
Damé Prestes, o chefe do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da UFPel (CPPMET-UFPel),
Prof. Gilberto Barbosa Diniz, o diretor da Faculdade de Meteorologia da UFPEL, Prof. José Honorato de
Oliveira Filho e os coordenadores do evento, Profa. Claudia Rejane Jacondino de Campos e o Prof. Paulo
Roberto Pelufo Foster.
Solenidade de Abertura do Evento.
Este evento de caráter regional serviu para unificar os dois Cursos de Meteorologia do Rio
Grande do Sul e o do curso Técnico de Santa Catarina, assim os participantes puderam trocar
experiências acerca do que é pesquisado na Região Sul do Brasil, publicar trabalhos, participar de mini-
cursos e de diversas palestras em diferentes áreas de estudo.
Apesar do evento ser regional, Região Sul do Brasil, tiveram participantes de todo o país, sendo
registrados ao todo 190 inscrições, destas 134 do Rio Grande do Sul, 38 de Santa Catarina, 6 de São
Paulo, 5 da Bahia, 4 do Paraná, 2 de Minas Gerais e 1 de Alagoas.
Foram oferecidos 5 mini-cursos: Previsão a curto prazo e acompanhamento de Sistemas
Convectivos – Uma visão geral do método FORTRACC, ministrado por Suzana Macedo Rodrigues –
CPTEC/DSA/INPE, Modernas Tecnologias na Detecção de Descargas Atmosféricas, ministrado
por Levi Carvalho Franco da Silva – HINNDELET – Pára Raios, Previsão Numérica com Utilização do
BRAMS, ministrado por Luciana Barros Pinto – FURG e Mateus Madail Santin – UFPel, Noções Básicas
de Previsão do Tempo, ministrado por Gilsane Mari da Costa Pinheiro – UFPel, Interação Oceano-
Atmosfera, ministrado por André Luis Belém – Lunus Ambiental LTDA e Dataloggers para
Hidrometeorologia baseados na Linguagem de programação CR- Basic, ministrado por Andrea
Dehó – CAMPEBELL Scientific do Brasil.
Durante o evento foi discutido, em forma de mesa-redonda, a importância da criação de um
centro de meteorologia aplicada para o estado do Rio Grande do Sul, assunto este discutido a algum
tempo. Dentre os participantes da mesa-redonda estavam presentes Marilene de Lima, representante
do EPAGRI/CIRAM, centro de meteorologia que tem experiência a mais de 10 anos em Santa Catarina,
Cezar Duquia, representante do SIMEPAR, outro centro que tem seu pleno funcionamento no estado do
Paraná, Solismar Damé Prestes, do INMET dentre outros.
13
Mesa-Redonda sobre a criação do Centro de Meteorologia Aplicada do Rio Grande do Sul.
O evento teve ao todo 20 palestras, destacando-se as seguintes: “Os desafios profissionais
para os Meteorologistas: Como atender a legislação vigente e as demandas da sociedade” proferida
pela presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET), Profa. Maria Gertrudes Justi da Silva;
Índices climáticos e sua aplicação em Meteorologia” pela professora e pesquisadora do CPTEC/INPE,
Marley Cavalcante de Lima Moscati;O registro das mudanças climáticas nos testemunhos de gelo
polares e andinos” dada pelo professor e pesquisador da UFRGS, Jefferson Cárdia Simões; “Tornados no
Sul do Brasil: análise sinótica e avaliação de danos” ministrada pela pesquisadora Isabela P. V. O.
Marcelino do Instituto de Pesquisa e Prevenção de Desastres Naturais de Santa Catarina – IPEDEN-SC;
e “Meteorologia na INFRAERO e Aeronáutica” proferida pela meteorologista Silvia Joaquina Soria de
Farias da INFRAERO”.
Profa. Maria Gertrudes Justi da Silva, Presidente da SBMET, proferindo palestra no evento.
Durante o evento, a comissão organizadora se reuniu com os professores Mario Francisco Leal
de Quadro (CEFET/SC) e Otávio da Costa Acevedo (UFSM), além de alunos das duas instituições, a fim
de discutir as próximas edições do Encontro Sul-Brasileiro de Meteorologia. Ficou decidido que o evento
será realizado a cada dois anos nos intervalos do Congresso Brasileiro de Meteorologia (CBMET),
havendo rotatividade entre as instituições que podem promover o mesmo. Ao final ficou aprovado que
o próximo evento ocorrerá em 2007 e será sediado pelo CEFET/SC, localizado na cidade de
Florianópolis.
14
VII Congresso Colombiano de Meteorologia
Nos dias 5, 6 e 7 de junho foi realizado o VII Congresso Colombiano de Meteorologia no
Auditório Principal da Hemeroteca Nacional em Bogotá D.C, Colômbia. O evento foi organizado pelo
Grupo de Meteorologia, do Departamento de Geografia e pelo Programa de Pós-Graduação em
Meteorologia (Departamento de Geociências) da Universidade Nacional da Colômbia e o Instituto de
Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (IDEAM). O tema central do congresso foi “Adaptação à
variabilidade e as mudanças climáticas” e foram apresentados trabalhos não só sobre estas linhas, mas
também sobre um amplo espectro estruturado nas seguintes sessões:
DIA
Primeira sessão
(Manhã)
Segunda sessão
(Tarde)
5 de junho Mudança climática -Modelagem do tempo e do clima
-Climatologia geral e Climatografia
6 de junho Variabilidade climática - Meteorologia Sinótica
7 de junho Meso-Meteorologia e Poluição
atmosférica
-Meteorologia Aplicada
O Congresso teve cerca de 80 participantes de diferentes regiões e instituições, a maior parte
da Colômbia e alguns representantes de paises vizinhos. No total foram apresentados 48 trabalhos e se
destacaram as conferências magnas:
“Modelagem Climática regional na América do Sul: perspectivas e desafios” da Dra Silvina
Solman (Centro de Investigações do Mar e da Atmosfera - CIMA, Universidade de Buenos
Aires, Argentina).
“Impactos hidrológicos da mudança climática na hidrologia da América do Sul” e “Geração
de Cenários Climáticos Regionais para América do Sul usando o modelo ETA (resolução de
40 km) e os modelos HadGEM1 e ECHAM5” do Dr José Marengo (Centro de Previsão do
Tempo e do Clima - CPTEC, Brasil).
“A simulação do NCAR IPCC sobre mudança climática” do Dr Lawrence Buja (National
Center for Atmospheric Research - NCAR, Estados Unidos).
“Adaptação a mudança climática: lições aprendidas, desenvolvidas e propostas do banco
mundial para América Latina” do Dr Walter Vergara (Latin America Environment
Department, World Bank).
15
Hemeroteca Nacional de Bogotá. Foto: Juan Pablo Miranda, Grupo de Investigação e Documentação do
Ministério da Cultura da Colômbia.
No tema de Mudança Climática foi feita uma revisão dos avanços mundiais e nacionais no
tema. Em particular, se apresentaram as tendências recentes e atuais das variáveis climatológicas na
escala global e continental assim como, com maior detalhe no território colombiano. De igual maneira
foram expostos resultados de projeções do clima futuro elaboradas para diversos cenários com
diferentes metodologias (uso de modelos e downscaling); estes com cobertura continental e sub-
regional. Esta informação resulta relevante já que, por um lado, atualiza a comunidade regional sobre o
tema e, por outro, serve de apoio para os estudos que orientarão os programas de adaptação.
A variabilidade climática foi abordada principalmente para evidenciar a resposta da
temperatura do ar, da precipitação e dos caudais de diferentes regiões aos fenômenos El Niño e La
Niña; igualmente foram apresentados avanços no estudo da relação ENOS com a ocorrência de
incêndios florestais, o comportamento de sistemas sinópticos e em processos localizados na alta
montanha. Pouco se mencionou sobre a variabilidade climática associada a outros processos diferentes
ao ciclo ENOS. Merece ser ressaltado o uso de diferentes metodologias na determinação do efeito
climático do ENOS tais como técnicas multivariadas, acompanhadas de análise espectral, entre outros.
Na área da climatografia se destacou a análise espacial dos Sistemas Convectivos de
Mesoescala (SCM), sistemas importantes para a produção tormentas sobre o território colombiano. De
igual maneira se apresentaram evidências da presença de uma circulação monçônica a oeste do setor
equatorial da América do Sul.
As apresentações na sessão de Meteorologia Sinótica versaram sobre ondas tropicais e
furacões; em particular se apresentaram as tendências de longo prazo na freqüência destes sistemas.
Também se tratou acerca da benevolência da informação de satélite de estudos de variáveis climáticas
e se expuseram resultados da combinação das bandas e da otimização para obter alta qualidade.
Na sessão sobre Poluição Atmosférica apresentou-se a análise de concentrações de poluentes
para os casos concretos das cidades de Bogotá e de Medellín. Em um estudo nacional de PM10 se
concluiu que PM10 é ultrapassado nas principais cidades do país os níveis admitidos nas normas de
qualidade do ar. Estes resultados levaram a identificar medidas para a redução dos PM10 em diferentes
lugares.
Em Agrometeorologia e agroclimatologia foi apresentada uma regionalização das características
agrometeorológicas do cultivo de Café na Colômbia com a ajuda do Ecotopo 203A. Nas partes baixas
das zonas do Ecotopo (alturas inferiores a 1250 m ao nível médio do mar), durante os eventos de seca
é necessário empregar estratégias de adaptação. Na matéria de Hidrometeorologia e Hidroclimatologia,
a sessão se centrou nos modelos hidrológicos e nas recomendações sobre os cuidados que devem ter
em seu uso.
As apresentações do Congresso permitiram avançar para os objetivos propostos, em especial o
de atualizar o conhecimento em diferentes temas da Meteorologia e da Climatologia no país e o de
avaliar o estado do avanço destas ciências no marco nacional.
16
I Seminário Internacional sobre Mudanças Climáticas e seus
Impactos na Agricultura
Ocorreu nos dias 21 a 23 de junho, no auditório da Biblioteca Central da UFV, o I Seminário
Internacional Sobre Mudanças Climáticas e Seus Impactos na Agricultura, que teve os principais temas:
Mudanças Climáticas e Agricultura: Necessidades e Desafios, Modelos Climáticos Globais e Regionais,
Cenários do IPCC e downscaling, Modelos de Crescimento de Culturas, Zoneamento Agroclimático e
Experimentos de Campo. O seminário O seminário contou com a participação de pesquisadores como
Jeremy Pal (ICTP-Itália), Tim Wheeler (Reading University – Reino Unido), Hilton Silveira Pinto
(UNICAMP), Eduardo Assad (EMBRAPA), Carlos A. Nobre (INPE), Rubens Leite Vianello (INMET),
pesquisadores de áreas correlatas da UFV e de outras instituições do país como: UFMG, UFPB, UFRJ,
GREENPEACE, CPTEC, CTA e a grande presença da comunidade acadêmica local.
Público presente durante o Seminário Internacional sobre Mudanças Climáticas e seus Impactos na
Agricultura em Viçosa, MG.
A realização foi do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV, com o apoio da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. O foco das discussões foi o grande significado das
condições climáticas para a economia brasileira, a 14
a
. do mundo. São cerca de US$ 730 bilhões, os
quais cerca de 21%, ou seja, US$ 153 bilhões vem da agricultura, analisou o coordenador do
seminário, Professor Luiz Cláudio Costa, durante a solenidade de abertura.
Ele informa que a comunidade cientifica mundial já assume que as mudanças climáticas não
são mais uma ameaça, mas uma realidade que está afetando a vida no planeta, em especial das
atividades agrícolas.
17
O professor Marcos Heil Costa fala durante a cerimônia de abertura (da dir. para a esquerda Prof.
Demetrius David, Chefe do DEA, Sérgio H. Brommonschenkel, Diretor CCA, Prof. Luiz Cláudio Costa e
Carlos A. Nobre).
Alterações tanto na média, como nos extremos dos elementos climáticos, como precipitação e
temperatura, vêm causando prejuízos à agricultura, diz o pesquisador acrescentando que tais prejuízos
tendem a serem mais graves nos países em desenvolvimento. Assim, conclui Luiz Cláudio Costa, é de
fundamental importância que o Brasil promova ações integradas para entender e lidar com os
problemas ocasionados pelas mudanças climáticas. Estudos têm mostrado que as oscilações climáticas
têm causado consideráveis prejuízos à agricultura brasileira, bem como na utilização de recursos
hídricos.
Conferência Técnica Regional da OMM sobre os Benefícios Sociais
e Econômicos dos Serviços de Tempo, Clima e Água
Foi realizada nos dias 12, 13 e 14 de julho de 2006, na sede do INMET, em Brasília, a
“Conferência Técnica Regional sobre os Benefícios Sociais e Econômicos dos Serviços de Tempo, Clima
e Água”, sob o patrocínio da Organização Meteorológica Mundial (OMM), organismo especializado da
ONU, com sede em Genebra.
Mesa de Abertura da Conferência Técnica Regional da OMM.
18
As apresentações versaram sobre Desastres Naturais, Agricultura, Energia, Água, Transporte,
Saúde Pública. Também foram apresentadas análises econômicas dos benefícios auferidos com a
melhora dos serviços meteorológicos e hidrológicos, bem como análises econômicas para os setores de
água e de energia.
A conferência reuniu diretores dos Serviços de Meteorologia da Argentina, Brasil, Chile,
Paraguai, Peru, e de outros países da América do Sul, América Central, Caribe e América do Norte, com
mais de 60 participantes. O evento foi preparatório para uma conferência mundial que será realizada
em abril do próximo ano, em Madri, sobre o mesmo tema.
Público participante da Conferência. Foto: Francisco de Assis Diniz, INMET.
Durante a conferência em Brasília, o INMET recebeu a visita do Secretário Geral da OMM,
Michel Jarraud, que inaugurou, dia 13 de julho, juntamente com os Ministros da Agricultura, Dr. Luis
Carlos Guedes Pinto e da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, o Centro de Controle da Informação
Meteorológica do INMET. O novo Centro de Controle e Informação Meteorológica funcionará 24 horas
por dia, ininterruptamente, e irá monitorar diretamente, de modo remoto, cada sensor de cada estação
meteorológica no país. O diretor do INMET, Antônio Divino Moura, avalia que as atividades do centro
são muito importantes para garantir a qualidade e a presteza da informação fornecida aos usuários.
"Ele conta com um sub-sistema para planejar roteiros otimizados e cálculo de custos de viagens das
equipes de manutenção, treinadas e instaladas em várias unidades do INMET no país", explicou.
O Ministro da Agricultura enfatizou que “Trata-se de um novo paradigma no INMET. Daqui para
frente, os dados meteorológicos coletados, de excelente qualidade e densidade espacial, já estão sendo
disponibilizados a todos democraticamente para o benefício da nossa sociedade. Este é um fato
importante e muda a forma de coletar e disseminar os dados no Brasil”.
Aproveitando a presença do secretário geral da OMM no Brasil, o diretor do INMET assinou um
memorando de entendimento que tem como objetivo regularizar o funcionamento do Escritório de
Projetos da OMM no Brasil. O escritório funciona no campus do INMET, em Brasília e apóia o
desenvolvimento de projetos técnico-científicos em Meteorologia e áreas afins, tais como recursos
hídricos e meio ambiente.
Solenidade de inauguração do Centro de Controle da Informação Meteorológica do INMET em Brasília.
Foto: Roosewelt Pinheiro, Agência Brasil.
19
Em adição, aproveitando o momento único da Conferência, o INMET realizou a cerimônia de
entrega do “I Prêmio INMET de Estudos sobre os Benefícios da Meteorologia para o Brasil” aos
autores dos trabalhos premiados, constando de um certificado e um valor em espécie, com o apoio da
FINEP
(Financiadora de Estudos e Projetos). O objetivo do I Prêmio INMET foi estimular o início de um
processo de elaboração de estudos criteriosos, que busquem quantificar os benefícios econômicos e
sociais decorrentes da utilização da informação meteorológica no processo de tomada de decisões, em
diferentes áreas de aplicação, no caso do Brasil.
Fotos da Cerimônia de Premiação do I Prêmio INMET.
Foto: LBA/Nasa.
INPA inaugura Núcleo de Modelagem Climática
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) inaugurou em março deste ano o Núcleo
de Modelagem Climática e Ambiental, para estudar o funcionamento do conjunto clima-ecossistema e
investigar seus impactos no futuro da Amazônia. De acordo com o INPA, o núcleo contará com a
colaboração de grupos de pesquisas, especialistas e instituições do Brasil e do exterior. Foram
investidos cerca de R$ 600 mil para a compra de computadores de grande porte, que serão instalados
na sede do projeto Larga Escala da Biosfera Atmosfera da Amazônia (LBA).
Segundo o pesquisador Luiz Antônio Cândido, da Coordenação de Pesquisa em Clima e
Recursos Hídricos (CPCRH), a função do núcleo é “estabelecer um pólo regional para pesquisar a
biosfera e sua importância para o clima, a partir do entendimento da interação da floresta amazônica
com a atmosfera, tendo como ferramenta a modelagem numérica dos processos”. Cândido explica que
a modelagem é a representação matemática da realidade por meio de códigos de computadores que
utilizam linguagem de programação. “Os modelos climáticos representam de forma aproximada o
comportamento da atmosfera e do oceano”, disse em comunicado do INPA.
Segundo o pesquisador, tais modelos são as principais ferramentas utilizadas para desenvolver
estudos de cenários climáticos, como desmatamento, uso da terra e concentração na atmosfera de
gases que causam o efeito estufa. “A modelagem tem esse papel. É possível prever o tempo, cheias,
secas, índice de água no solo para a irrigação de lavoura. Tudo isso pode ser feito desde que se
conheça o ambiente”, disse Cândido.
De acordo com o INPA, no futuro o Núcleo de Modelagem Climática e Ambiental deverá contar
com modelos totalmente integrados para associar, além da atmosfera, oceanos e criosfera, também
modelos de dinâmica da vegetação, de química da atmosfera, de hidrologia e da química da água.
Mais informações: www.inpa.gov.br.
20
EFICIÊNCIA NO RESTABELECIMENTO ENERGÉTICO
Sistema desenvolvido em parceria pelo Inpe e Furnas Centrais Elétricas permite, em poucos minutos, identificar se o
desligamento da linha de transmissão elétrica foi causado por descargas atmosféricas. Foto: Unicamp.
Até o dia 3 de agosto, quando uma linha de transmissão de energia elétrica era interrompida
por causa de um raio, levava-se no mínimo 48 horas para identificar a causa do problema. E a conexão
poderia demorar semanas para ser restabelecida.
Com o lançamento do Sistema de Análise Automática de Desligamentos de Linhas de
Transmissão (SAAD), essa identificação pode ser feita a partir de agora em poucos minutos. O sistema,
desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), será utilizado por Furnas Centrais
Elétricas.
“O SAAD funciona por meio de um software que identifica, em tempo real, se o desligamento
da transmissão foi causado por uma descarga atmosférica”, disse Osmar Pinto Júnior, responsável pela
pesquisa que originou o sistema.
“Ainda não sabemos a margem de erro do SAAD. Mas comparado com o processo que
tínhamos até então, estamos dando um passo importante para a eficiência no restabelecimento das
linhas", afirmou o também chefe do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do INPE.
O SAAD faz o cruzamento de informações sobre as linhas de transmissão no país com dados
estatísticos das descargas atmosféricas, oferecidos pela Rede Integrada Nacional de Detecção de
Descargas Atmosféricas (RINDAT). No caso do desligamento em alguma linha de transmissão
específica, os técnicos acessam o sistema para verificar a probabilidade de a ocorrência ter sido
causada por um raio.
Outra vantagem em identificar rapidamente as causas do problema é minimizar a ocorrência de
acidentes. “É muito perigoso quando aparentemente não sabemos a causa do desligamento e temos
que fazer rapidamente a conexão”, explica o pesquisador. Se a causa foi, por exemplo, a queda de uma
torre ou de uma árvore, as chances de haver um curto-circuito contínuo em todo o sistema são muito
elevadas, o que pode causar um prejuízo ainda maior.
De acordo com Osmar, o prejuízo anual sofrido pelo setor elétrico, apenas por descargas
atmosféricas, é superior a R$ 500 milhões. “Aproximadamente 70% dos desligamentos das linhas de
transmissão no país são causados por raios”, aponta. Inicialmente, o Saad será utilizado apenas em
Furnas, mas poderá ser usado por outras empresas de energia no futuro.
Mais informações: www.dge.inpe.br/elat
.
Fonte: Agência Fapesp, 07/08/06.
Se você quiser divulgar algum evento
relacionado com a área de Meteorologia, e/ou
áreas afins, é só enviar um e-mail para
Colaboraram nesta Sessão:
Jornalista Lisley Silvério, Assessoria de
Imprensa do Instituo de Zoologia;
Agência FAPESP;
Dra. Claudine Pereira Dereczynki,
integrante do Comitê de Organização
Local;
Diego Simões Fernandes e Bruna
Barbosa Silveira, Comitê Organizador/
UFPel;
Jornalista José Paulo Martins, UFV;
Assessoria de Imprensa do INMET.
21
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o
o
caracterização qualitativa do estado térmico de um indivíduo demanda a análise de uma
série de requisitos que possam efetivamente expressar a condição na qual o mesmo se
encontra. Assim, o conforto térmico perfaz o reflexo das condições físicas, metabólicas e
psicológicas do ser humano em relação ao meio ambiente no qual está inserido. Supondo-
se como confortável a harmonia entre o organismo humano e o meio ambiente, ou seja, o
equilíbrio entre o dasain (expressão de origem alemã que pode ser traduzida, em termos
aproximados, por “o ser aí no mundo”) e o ambiente térmico.
1. Conceitos Ligados à Conforto Térmico
De acordo com Tromp (1980)
1
, a
primeira definição internacional do termo
biometeorologia foi dada em 1956, durante a
fundação da Sociedade Internacional de
Biometeorologia. Sofreu algumas modificações
nos anos posteriores, e em 1970 passou a ser
entendida como “estudo dos efeitos físicos,
químicos e físico-químicos, diretos e indiretos,
nos micro e macro-ambientes e na vida dos
organismos em particular (plantas, animais e
homem)”.
Atualmente, a biometeorologia pode
ser descrita como o fator resultante da inter-
relação entre Meteorologia, Biologia e ciências
de origem médica, vindo a estudar a influência
da atmosfera nos seres humanos e demais
organismos vivos. Contextualmente, o conforto
térmico é um dos assuntos tratados e
desenvolvidos pela biometeorologia.
Como mencionado anteriormente, a
condição térmica na qual se encontra um
indivíduo deriva de um elenco de
manifestações, tais como do organismo
1
TROMP, S. W. Biometeorology. London: Heyden & Son
Ltd, 1980.
humano propriamente dito, da termo-
regulação, do catabolismo, anabolismo e fadiga
higrotérmica
2
, do estresse térmico, da pele e
da reação ao frio e ao calor, todos esses
citados e bem definidos no texto desenvolvido
e disponível em http://www.master.iag.usp.br.
2. Índice de Desconforto (ID)
Quantitativamente, Thom (1959)
3
classificou o Índice de Desconforto (ID) sofrido
pela população de acordo com as informações
fornecidas na Tabela 1.
Todavia, Thom considerou a seguinte
relação:
ID = 0,4 (Ta + Twb) + 4,8
Onde, Ta e Twb são a temperatura do ar e do
bulbo úmido (ºC), respectivamente. Assim, o
autor não considerou uma variável de
2
Resultante do trabalho excessivo do aparelho termo-
regulador, pela existência de condições ambientais
desfavoráveis, no que diz respeito à temperatura do ar,
tanto com relação ao frio quanto ao calor, como à
umidade do ar (Master/IAG/USP, 2006).
3
THOM, E. C. The Disconfort Index. Weatherwise, 12:
57-60.
P
P
A
22
comportamento extremamente importante na
definição do ID, que é a umidade relativa (UR).
A mesma atua de forma peremptória na difusão
do vapor d’água através da pele (transpiração
imperceptível), na evaporação do suor da pele
e na umidificação do ar respirado, conforme
citado em http://www.master.iag.usp.br.
Tabela 1 – Categorias do Índice de Desconforto
ID<21 Confortável
21ID<24
10% da população total sente
desconforto
24ID<26
50% da população total sente
desconforto
ID26
100% da população sente
desconforto
ID>26,7
Desconforto muito forte e
perigoso
Fonte: Thom, 1959.
Assis e Camargo (2002)
4
desenvolveram uma tabela para a
caracterização do ID, que complementa aquela
feita por Thom, levando em consideração a UR,
conforme se observa na Tabela 2.
Tabela 2 – Categorias do ID baseadas nos
valores de Ta e UR.
Ta (
o
C) UR (%) ID
T<10 60<UR<80 ID<15
10T<15 UR>80 ID<15
15<T<20 60<UR<70 15<ID<20
21<T<27 UR>70 20<ID<25
T>27 50<UR<100 ID>25
Fonte: Assis e Camargo, 2002.
Além disso, o ID pode ser relacionado
à ocorrência de inúmeras doenças,
principalmente de origem respiratória, como
também, pode ser um instrumento para
auxiliar na prevenção de doenças.
De acordo com Ponte (1982)
5
, quando
uma pessoa se torna aclimatizada
6
, o
hipotálamo (região do cérebro responsável pela
regulação de processos metabólicos) e outros
órgãos e sistemas que controlam o corpo,
determinam um equilíbrio cooperativo com
certos níveis químicos e hormonais, que são
apropriados para determinadas estações do
ano.
4
ASSIS, S. V. e CAMARGO, C. G. Avaliação Bioclimática
da Cidade de Pelotas, RS. Revista de Estudos Ambientais.
Blumenau, v. 4, n. 2 e 3. 2002.
5
PONTE, L. How a Change in the Weather Changes
You. Reader’s Digest, 1982. p. 55-62.
6
Modificações fisiológicas oriundas de um desempenho
melhorado do organismo, depois de determinadas
exposições em um ambiente frio, quente, seco ou úmido.
Quando esses níveis apresentam
alguma mudança anormal, é despertada a idéia
de que o ambiente já incitou problemas de
caráter médico ao indivíduo. Por conseguinte,
paulatinamente a observação das relações
biometeorológicas está associada a um imenso
número de doenças representativamente
existentes, estabelecendo uma variabilidade
nos parâmetros fisiológicos (ver Tromp, 1980,
p.94-96 e 141-145).
Portanto, é importante ressaltar que o
estudo da utilização da biometeorologia,
quanto ao que diz respeito ao conforto térmico,
é estimulado por sua aplicação médica atual,
com base na influência da temperatura,
umidade e precipitação, e pela aplicação no
contexto bioclimático e arquitetônico. Sob essa
égide, vários estudos vêm sendo realizados,
principalmente, na Alemanha e na Grécia,
podendo-se encontrar alguns deles, bem como
outros, disponíveis no International Journal of
Biometeorology, que pode ser acessado via
portal de periódicos da CAPES.
Dionis Blank
Graduando em Meteorologia
e bolsista do Programa de
Educação Tutorial da
Faculdade de Meteorologia da
Universidade Federal de
Pelotas (UFPel). Tem como
orientadora de pesquisa a
Professora Simone Vieira de
Assis.
Para saber mais:
BEDFORD, T., WARNER, C.G. The
globe temperature in studies of heating
and ventilation. Pittsburg: Industrial
Health Research Board, 1934.
LOPES, O. G. Conforto Térmico e
Qualidade do Ar em Ambientes. Jornal da
AEASV, 2006. Disponível em
http://www.aeasv.com.br/noticia.asp?codig
o=472&COD_MENU=89, acesso em agosto
de 2006.
MASTER/IAG/USP. Conforto
Térmico. 2006. Disponível em
http://www.master.iag.usp.br, acesso
em
agosto de 2006.
OLGWAY, V. Arquitectura y Clima.
Editorial Gustavo Gili S.A., Barcelona, 1998.
ROSEMBERG, N. J., BLAND, B. L.,
VERMA, S. B. Microclimate: the Biological
Environment. New York: John Wiley &
Sons, 1983.
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onfira aqui a lista dos principais eventos, no Brasil e no mundo, já programados
para este e para o próximo ano.
XVIII Semana Nacional de Oceanografia – SNO’2006
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http://www.cem.ufpr.br/sno2006/
A XVIII Semana Nacional de Oceanografia será realizada no Centro de
Convenções Associação Banestado, no Município de Pontal do Paraná,
litoral paranaense.
A SNO’2006 está sendo organizada pelo do Curso de Graduação em
Oceanografia da Universidade Federal do Paraná e a temática do evento
é o Gerenciamento Costeiro e suas implicações na oceanografia.
A intenção da SNO’2006 é promover um encontro científico-cultural entre
os graduandos de oceanografia de diversas partes do país, promover a
integração dos mesmos com os estudantes locais, bem como divulgar a
Universidade, o curso e o litoral paranaense, uma vez que este evento
ainda é inédito no Estado. No caso do Paraná, destaca-se na grade
curricular do curso o aporte das ciências sociais e humanas, como
subsídio ao Gerenciamento Costeiro Integrado, tradicionalmente
contemplado nas quatro grandes áreas da oceanografia (Física, Geologia,
Biologia e Química).
A programação oficial do evento inclui palestras, oficinas, mini-cursos,
apresentações de trabalhos e projetos de pesquisa através de painéis,
além de atividades culturais e esportivas.
Mais informações podem ser obtidas com a organização do evento
através do e-mail: [email protected].
II UFRJ AMBIENTÁVEL: Questões Ambientais Brasileiras e Seus
Desafios para o Futuro
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http://www.ufrjambientavel.poli.ufrj.br/index.html
Este é o evento do curso de graduação em Engenharia Ambiental da
UFRJ, que acontecerá no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza
(CCMN) e no Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ.
Ele tem como principal objetivo fomentar a discussão sobre temas
diversos relacionados ao meio ambiente no Brasil e, também, no estado
do Rio de Janeiro, buscando integrar diferentes esferas da sociedade, o
encontro promove mesas-redondas, workshops, palestras e visitas
técnicas, em que a interação entre participante e palestrante é
estimulada, de forma que seja possível a troca de experiências e
opiniões.
Mais informações podem ser obtidas no site ou com: Lúcia Xavier,
Coordenadora Técnico-Científica do Evento, e-mail: Bria@pep.ufrj.br
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Conferência de Ciência Aberta sobre Mudança Ambiental Global:
Desafios Regionais – ESSP 2006
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http://www.essp.org/ESSP2006/
A Conferência será realizada em Beijing, China, e objetiva atrair
cientistas e outros interessados na Ciência do Sistema da Terra para
abordar pesquisas sobre mudanças ambientais globais. Isto também
incluirá membros de diversas ciências que trabalham sobre mudança
ambiental global e comunidades em desenvolvimento, inclusive
elaboradores de políticas, consultores, jornalistas e membros do setor
privado. As sessões tópicos incluirão: Estudos regionais integrado com
ênfase sobre Monção Asiática; modelagem integrada da água, de
carbono e outros ciclos; papel da ciência
na informação sobre o
desenvolvimento de políticas públicas; função da ciência no
desenvolvimento, inclusive segurança alimentar, saúde e gerenciamento
da água; e características, impactos e respostas a eventos extremos.
Mais informações podem ser obtidas com: Martin Rice ([email protected])
e Catherine Michaut ([email protected])
2ª Conferência Internacional sobre a Física e os Efeitos das
Descargas Atmosféricas (2
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LPE) e Conferência
Internacional sobre Aterramentos Elétricos (Ground 2006)
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http://www.groundconferences.com
As Conferências LPE e GROUND desenvolvem uma abordagem sem igual
com intenção de contribuir para a integração das pesquisas científicas e
tecnológicas sobre Descargas atmosféricas. Elas são uma oportunidade
para pesquisadores, engenheiros, projetistas e usuários, que trabalham
tanto em empresas quanto em universidades.
Os eventos serão realizados de 26 a 29 de novembro de 2006, em
Maceió - AL, tendo como objetivo principal reunir o conhecimento
científico atual sobre física dos raios e as aplicações tecnológicas
disponíveis para a proteção contra seus efeitos sobre a Terra. Eles visam
estimular o desenvolvimento da cooperação entre instituições e a
interação da comunidade envolvida neste campo de investigação, como
uma contribuição para a evolução desta área técnica, por meio de uma
abordagem integral: "Do topo das nuvens até a Terra".
Mais informações podem ser obtidas com: Secretaria:
[email protected]; Prof. Silvério Visacro: LRC@cpdee.ufmg.br;
Prof. Osmar Pintor: [email protected]
XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia: A Meteorologia a
Serviço da Sociedade (XIV CBMET)
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http://www.sbmet.org.br/internas/noticias/gerais/31/index.html
A Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBMET), com o apoio de diversas
entidades públicas e privadas, está organizando o XIV Congresso
Brasileiro de Meteorologia (CBMET), a ser realizado no período de 27 de
novembro a 1 de dezembro de 2006, no Centro de Convenções da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis - SC.
A SBMET entendeu que este é o momento oportuno de enfocar e
priorizar as questões de aplicação e dedicará o seu XIV Congresso
Brasileiro de Meteorologia (XIV CBMET) a este objetivo primordial. Assim,
a SBMET definiu como tema para este congresso: “A Meteorologia a
Serviço da Sociedade”. As atividades constarão de mesas redondas,
conferencias e apresentações de trabalhos na forma oral e
prioritariamente na forma de painéis.
Mais informações podem ser obtidas com o Comitê Científico pelo e-mail
[email protected] ou com o Comitê Organizador pelo e-mail
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VII Seminário Nacional de Energia e Responsabilidade Social
Ambiental no Brasil: Competitividade, Produtos e Tecnologias
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www.integrabrasil.com.br
A temática acerca de “Energia e Responsabilidade Ambiental” requer
ênfase e debate, portanto a Íntegra Brasil, disposta a buscar caminhos
através do conceito de economia-sócio-ambiental para otimizar e
incrementar as políticas para que o País garanta Crescimento
Sustentável, coordena em parceria com o Congresso Nacional a
realização do VII Seminário Nacional de Energia e Responsabilidade
Social Ambiental, que acontecerá no Senado Federal, Brasília – DF.
Ele foi estruturado para abordar: política energética brasileira; uso da
energia nuclear na nova matriz energética brasileira; impactos
econômicos e ambientais de programas de uso de fontes renováveis na
matriz energética brasileira; atualidades e perspectivas do uso de
energia solar no Brasil; o expressivo crescimento das vendas das
distribuidoras de gás canalizado para os segmentos industrial e
automotivo; a entrada em operação das termelétricas movidas a gás
natural; a co-geração; a geração eólica; as PCH’s, além dos permanentes
equívocos no licenciamento ambiental para construção de novas fontes
geradoras e Apresentação de boas práticas de Inclusão Social e
viabilidade econômica ao Setor.
Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (61): 3031-
9171/8465-3961/8465-3962 ou seminarios@integrabrasil.com.br
VII Conferência Internacional de Educação a Distância com Apoio
Computacional em Meteorologia e Hidrologia (VII CALMet)
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http://calmet.comet.ucar.edu/index.htm
A CALMet 2007 acontecerá no período de 2 a 7 de julho em Beijing,
China, sendo organizada pelo Centro de Administração e Treinamento
Meteorológico Chinês (CMATC). O tema da CALMet centrará em como
usar novas ferramentas e estratégias inovadoras para criar atividades
efetivas em aprendizagem em Meteorologia e em Hidrologia.
Trabalhos e apresentações deverão ser enviados nas seguintes áreas:
• Programas de Administração em Educação e Treinando de Meteorologia
(E&T);
• Recentes Experiências em Projetos de E&T em Meteorologia;
• Tecnologias Atuais e Emergentes para E&T em Meteorologia;
• Aprendizagem e Educação em Meteorologia.
As submissões devem ser enviadas até 1 de dezembro de 2006. Após
esse prazo as submissões podem ser aceitas somente se a
estrutura/planejamento da Conferência permitir.
Mais informações podem ser obtidas no site
(http://calmet.comet.ucar.edu/call_for_papers.htm) e através dos
coordenadores da CALMet 2007: Patrick Parrish
([email protected]); Vesa Nietosvaara (vesa.nietosvaara@fmi.fi);
ou o organizador local em Beijing: Fan Hong ([email protected])
Nota: Se você quiser divulgar algum evento relacionado com a área de Meteorologia, ou áreas
correlatas, é só enviar um e-mail para:
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apa Alailson Venceslau Santiago
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m constante crescimento, a área que, há alguns anos, possibilitava que os profissionais
trabalhassem apenas em institutos meteorológicos e/ou de pesquisa, sofreu um grande
"boom". Hoje, com o aumento da capacidade de processamento dos microcomputadores,
associados à redução dos preços desses equipamentos e a facilidade de acesso a Internet
banda larga, a mão-de-obra - que é ainda escassa - está sendo rapidamente absorvida pelo
mercado, o que torna a profissão uma excelente oportunidade para seguir carreira.
Nesta edição, fizemos uma radiografia
da carreira de Meteorologia na tentativa de
ajudar, principalmente os futuros
vestibulandos, a decidir pela área mais
adequada ao seu gosto, interesse, talento e
perfil. Como nossa missão é facilitar o acesso a
informação, em cada uma das áreas de atuação
você encontrará links e um resumo sobre o
mercado de trabalho no Brasil.
Contudo, se neste vestibular você
optou pelo curso de Meteorologia, então
prepare-se para um mundo fascinante e
promissor, mas repleto de princípios e cálculos
físicos e matemáticos. Diferente do que a
grande maioria pensa, os Meteorologistas são
profissionais muito mais ligados às Ciências
Exatas do que à Geografia. Um exemplo é a
área monitoramento ambiental onde esses
profissionais do tempo estão sempre de olho
em fórmulas e cálculos que os levem a uma
tradução mais fiel sobre os fenômenos
climáticos.
A Meteorologia (do grego meteoros,
que significa elevado no ar, e logos, que
significa estudo) é a ciência que estuda a
atmosfera terrestre. Fornece subsídios para o
governo fazer planejamento e agir
preventivamente e corretivamente a fim de
diminuir a vulnerabilidade do Brasil provocada
por acidentes naturais, ocupação desordenada
do território, exploração e uso indevido dos
recursos naturais que causam impactos
negativos sobre os ecossistemas e àquelas
decorrentes de mudanças climáticas, naturais
ou antrópicas, como os eventos extremos. A
Meteorologia se apóia no tripé: (1) observação
por satélites e de superfície e modelagem
numérica para previsão instantânea de tempo;
(2) estudos climáticos e (3) desenvolvimento
econômico. Ademais, constitui elemento central
e integrador de um sistema maior envolvendo
Clima, Recursos Naturais (em especial,
Hídricos) e Mudanças Globais, cujo arranjo
institucional federal situa-se no
CPTEC/INPE/MCT e no INMET/MAPA.
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Tempo e Clima são a mesma coisa?
Apesar de cotidianamente usarmos
esses termos para a mesma finalidade, na
Meteorologia existe uma diferença entre tempo
e clima. Tempo é o estado físico das condições
atmosférica em um determinado momento e
local. Isto é, a influência do estado físico da
atmosfera sobre a vida e as atividades do
homem. Clima é o estudo médio do tempo para
um determinado período ou mês em uma certa
localidade. Também, se refere às
características da atmosfera inseridas das
observações contínuas durante um certo
período. O clima abrange maior número de
dados e eventos possíveis das condições de
tempo para uma determinada localidade ou
região. Inclui considerações sobre os desvios
em relação às médias, variabilidade climática,
condições extremas e freqüências de eventos
que ocorrem em determinada condição do
tempo.
A Meteorologia é a ciência que estuda
as condições e o comportamento físico da
atmosfera. Enquanto que a Climatologia é uma
sub-área da Meteorologia que estuda o
“comportamento” médio da atmosfera para um
determinado período, através de métodos
estatísticos. Por convenção, quando as
observações atmosféricas de uma determinada
localidade são contínuas e inseridas durante
um período longo de tempo (30 anos, por
exemplo), essa série é conhecida como Normal
Climatológica.
O meteorologista que trabalha com
previsão do tempo aplica as leis da física
clássica, a sinótica, a dinâmica e as técnicas
matemáticas que rege o domínio do movimento
da atmosfera, para o estudo das condições de
tempo. O climatologista utiliza as técnicas
estatísticas para inserir e concluir informações
sobre o estudo do clima. Portanto, a
Climatologia é dependente da Meteorologia.
Um Breve Histórico
De maneira simplista, podemos dizer
que a Meteorologia no Brasil começou a
intensificar sua atividade científica no país a
partir de 1959, com a criação do primeiro curso
de Meteorologia, o que teve lugar na Escola
Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca
(atualmente CEFET-RJ), no Rio de Janeiro, em
nível de segundo grau.
Este Curso foi instituído pelo Decreto
Lei N 44.912, de 28 de novembro de 1958 e
regulamentado pela Portaria Ministerial no.
597, de 26 de dezembro deste mesmo ano.
Deve-se destacar a participação do Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET) neste
cenário acadêmico.
Também seguindo este esforço inicial,
dois meses depois foi fundada a Sociedade
Brasileira de Meteorologia (SBMET), 29 de
dezembro de 1958, cujo objetivo principal
segundo seu estatuto, Art. 3 era: Promover,
Incentivar e Divulgar o estudo da
Meteorologia em todos os seus aspectos.
Em 1960, foi instituída a Campanha de
Formação de Meteorologista (CAME), através
do Decreto N 49.305, de 21 de novembro de
1960, com a finalidade de promover a
formação de pessoal especializado em
Meteorologia, para atender as necessidades
profissionais nacionais.
Quase três anos depois, foi criado o
grupo de trabalho misto (GTM), através do
Decreto Lei N 29 de setembro de 1963, sendo
uma de suas atribuições a cooperação com os
órgãos meteorológicos e incentivos do ensino
da Meteorologia em todos os seus graus,
visando à formação uniforme e o
aperfeiçoamento de profissionais
Meteorologistas.
O segundo curso foi criado pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro, no ano
de 1963, em nível de terceiro grau. Suas
atividades tiveram início em com a realização
do primeiro vestibular, em janeiro de 1964. A
instalação desse curso teve como
colaboradores o Instituto Nacional de
Meteorologia e da Organização Meteorológica
Mundial (OMM/ONU).
Em 10 de dezembro de 1964, o
profissional da Meteorologia foi declarado
privativo de diplomado por curso superior
através do Decreto Lei N 55.175, no seu art 40.
Ainda neste ano o cargo de Meteorologista é
reconhecido como integrante do nível
universitário, através do Decreto N 55.204 de
11 de dezembro e publicado no DOU.
Em 12 de novembro de 1970, o
Conselho Federal de Educação/MEC aprovou o
parecer de no. 85.470, relativo a
regulamentação da profissão de Meteorologista.
Em 1972, O CFE estabeleceu o currículo
mínimo para a formação de Meteorologista em
nível de graduação (documenta n 155, outubro
de 1973, pp. 181-187).
O terceiro curso foi criado na
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no ano
de 1973, em nível de terceiro grau, Campina
Grande, Paraíba. O quarto curso foi criado,
ainda em nível de terceiro grau, pela
Universidade do Federal do Pará (UFPA), no
ano de 1975 em Belém.
O quinto foi criado pelo Instituto
Astronômico e Geofísico da Universidade de
São Paulo (IAG/USP), no ano de 1976, nível de
terceiro grau, São Paulo.
Em 7 de setembro de 1976, o Decreto
N 77.980, extinguiu a Campanha para a
formação de Meteorologista. Em 22 de
novembro de 1976, foi apresentado na Câmara
dos deputados, em Brasília, o projeto de lei no.
3.168, que dispõe sobre o exercício da
profissão de Meteorologista.
28
O sexto curso foi criado pela
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), em
1978, em nível de terceiro grau, na cidade de
Pelotas, no Rio Grande do Sul. O ano letivo
teve seu início em 1979.
No ano seguinte, a Universidade
Federal de Alagoas (UFAL) criou o sétimo
curso, em nível de terceiro grau, na cidade de
Maceió, Estado de Alagoas, com início em
agosto de 1979. Único curso existente em uma
capital do Nordeste brasileiro, funcionando em
dois períodos, diurno e noturno.
O oitavo curso foi criado, em 1995, no
Colégio Técnico Antônio Teixeira Fernandes da
Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), em
nível técnico, localizado na cidade de São José
dos Campos, SP.
O nono curso de Meteorologia foi
criado pelo Centro Federal de Educação
Tecnológica (CEFET/SC), localizado em
Florianópolis, SC, inaugurado no segundo
semestre de 2003, em nível técnico. É o único
técnico existente na Região Sul do Brasil.
Segue a nova legislação educacional e possui
uma terminalidade bastante definida, sendo
estruturado para que o estudante obtenha as
competências necessárias para ser um
profissional bem qualificado. A oferta do curso
é diurna com oferta de vinte e seis vagas por
semestre.
No mesmo ano foi criado o décimo
curso, também em nível de segundo grau, no
2º semestre de 2003, Escola Técnica de Brasília
(ETB) em Taguatinga, DF. Porém, suas
atividades acadêmicas somente foram iniciadas
em 2004. Este Curso é diferenciado dos
demais, pois é um Curso de Meteorologia com
ênfase em meio ambiente. Na verdade este
Curso já existiu na década de 1970, porém foi
extinto 1976, em virtude da não
regulamentação da profissão.
O décimo primeiro curso foi criado pela
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
em nível de bacharelado. O Curso teve inicio
em 2005 e tem por objetivo preparar
profissionais com uma sólida formação
científica e profissional, capacitados a e
desenvolver novas tecnologias para gerar,
analisar e interpretar produtos meteorológicos
na aplicação em diversos ramos das ciências
sociais com visão crítica, criativa, ética e
humanística.
Em 2005 a Universidade do Estado do
Amazonas (EUA) criou o décimo segundo curso
de Meteorologia, nível de terceiro grau
(bacharelado). Sua criação foi muito festejada
e foi considerado no ano de sua criação um dos
mais concorridos do país, 1.463 inscritos para
as 50 vagas disponíveis (quase 30 candidatos
por vaga). O curso iniciou as suas atividades
em março de 2006 e está funcionando no
campus da capital durante o período noturno.
Deve-se ressaltar que estão sendo
realizados esforços para a criação de outros
cursos de Meteorologia em nível de segundo e
terceiro graus. Espera-se que com este
aumento se possa minimizar o déficit existente
em nosso país.
Regulamentação da Profissão
Do ponto de vista legal, a profissão de
Meteorologista no Brasil foi regulamentada pela
Lei Federal No 6835, de 14 de outubro de
1980. O texto da lei atribui-lhe as seguintes
responsabilidades:
dirigir órgãos e servos de Meteorologia
em entidade pública e privada,
pesquisar, planejar e dirigir a aplicação da
Meteorologia nos diversos campos de sua
utilização,
julgar e decidir sobre tarefas científicas e
operacionais de Meteorologia,
executar previsões meteorológicas,
dirigir, orientar, e controlar projetos
científicos em meteorologia,
criar, renovar, desenvolver e introduzir
técnicas, métodos e instrumental em
trabalhos de meteorologia,
pesquisar e avaliar recursos naturais da
atmosfera,
avaliar modificações artificiais nas
características do tempo.
O exercício ilegal da profissão é
fiscalizado pelos Conselhos Regionais de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA’s.
Alguns Setores de Atuação
Com as tecnologias existentes, como
satélites ambientais, radares meteorológicos,
perfiladores, radiômetros, redes
hidrometeorológicas de superfície, sistemas de
transmissão, armazenamento, controle de
qualidade, processamento e disseminação de
informações, modelagem numérica de alto
desempenho na previsão de sistemas
dinâmicos atmosféricos, previsão climática
numérica e estocástica, e sistemas de suporte
a decisão fazem da Meteorologia uma ciência
aplicável em todos os setores da vida produtiva
do país. O tempo pode alterar a economia do
país inteiro e aqueles que usufruem de uma
previsão séria e precisa podem otimizar seus
lucros e evitar maiores prejuízos. Veja abaixo
os principais setores da economia onde as
informações meteorológicas têm papel
imprescindível.
¾ Agricultura
Das atividades econômicas, a
agricultura é aquela com maior dependência
das condições do tempo e do clima. As
condições atmosféricas afetam todas as etapas
das atividades agrícolas, desde o preparo do
solo para semeadura até a colheita, o
transporte, o preparo, e o armazenamento dos
produtos. As conseqüências de situações
meteorológicas adversas levam
29
constantemente a graves impactos sociais, e a
enormes prejuízos econômicos, muitas vezes
difíceis de serem quantificados. Mesmo em
regiões com tecnologia avançada e com
organização social suficiente para diminuir
esses impactos, os rigores meteorológicos
muitas vezes causam enormes prejuízos
econômicos.
Com a crescente tendência de se
minimizar os efeitos adversos da exploração
agrícola sobre o ambiente, com os
consumidores impondo restrições e
especificando condições de produção de
alimentos, o planejamento do uso da terra com
base nos aspectos forçantes do clima procura
fornecer elementos para desenvolvimento da
agricultura sustentável.
Resumindo, a agrometeorologia tem
sua principal aplicação no planejamento e na
tomada de decisões em uma propriedade
agrícola, seja na produção animal ou vegetal,
sendo ferramenta indispensável no processo
produtivo rural.
¾ Meio ambiente
Além de dizer se vai chover, a
Meteorologia estuda a microfísica das nuvens
(como se formam), a poluição atmosférica, a
camada de ozônio e as variações climáticas em
um ecossistema. Com o aumento do
desmatamento, muitas vezes seguido de
inúmeros focos de queimadas, principalmente
na região amazônica, o sensoriamento remoto
da atmosfera tem sido primordial. Outra
contribuição é o desenvolvimento dos sensores
meteorológicos, acoplados a sistemas
automáticos de aquisição de dados, que tem
permitido melhorar a qualidade e a distribuição
espacial das observações de superfície. Além
da possibilidade de aumentar a densidade de
pontos de coleta sobre os oceanos e locais
inóspitos.
Outra grande ferramenta de suporte
para essa área são os radares, que permitem
monitorar as chuvas e os eventos
meteorológicos adversos (tornados,
tempestades, granizo, etc.), com informações a
muito curto prazo (horas) sobre sua extensão e
progressão espaço-temporal. Os satélites
meteorológicos de órbita quase polar medem a
distribuição vertical da temperatura e umidade
atmosférica, temperatura da superfície dos
oceanos, concentração de ozônio e cobertura
de gelo; os geoestacionários fornecem imagens
periódicas durante o dia, na faixa do
infravermelho e do visível, permitindo
informações sobre nebulosidade, massas de ar,
temperatura, radiação solar, chuvas, tufões e
furacões em grande área do globo, auxiliando
nas previsões em curto prazo. Deve-se
ressaltar que os satélites de comunicação
desempenham papel importantíssimo no
intercâmbio de informações básicas para a
previsão, bem como na distribuição de seus
produtos.
¾ Energia
No setor de geração de energias,
previsões de até três meses, principalmente de
chuvas, é extremamente importante para se
saber o nível dos reservatórios. Com a seca, o
sistema de alerta é fundamental na tomada de
decisão, como programar e reduzir a geração
de energia.
Com a crise do petróleo o
direcionamento das pesquisas tem se voltado
para as energias renováveis. Como os recursos
solares e eólicos são primariamente
controlados pelo clima, dados meteorológicos e
ambientais são, fundamentais para o
desenvolvimento de modelos de levantamento
desses recursos. Porém o investimento nessas
áreas no Brasil é inibido pela escassez e baixa
confiabilidade dos dados existentes.
Investidores interessados em novos projetos
necessitam de uma base sólida e acessível de
informações ambientais e climáticas para que
possam, através de ferramentas específicas,
avaliar o retorno de seus investimentos.
¾ Transportes
O setor de transporte é fundamental no
desenvolvimento econômico do País, uma vez
que todas as atividades produtivas requerem
uma rede de transporte aéreo, marítimo e
terrestre funcionando de forma segura e
eficiente. Parte desta segurança está associada
aos fatores meteorológicos de caráter adverso.
Assim, as informações de eventos extremos em
curto prazo são essenciais para as operações
de proteção ao tráfego aéreo, marítimo e
terrestre e operações de portos, aeroportos,
terminais ferroviários e rodoviários. Para dar
suporte a estes segmentos destacamos aqui
dois importantes sistemas de monitoramento
meteorológico em operação, são eles:
Divisão de Meteorologia, da Diretoria
de Eletrônica e Proteção do Vôo (DEPV), do
Comando da Aeronáutica que presta o serviço
meteorológico aeronáutico, em apoio à
navegação aérea militar e civil e às operações
aeroportuárias, sendo o representante do Brasil
perante a Organização de Aviação Civil
Internacional (OACI). Este serviço opera uma
rede de observações meteorológicas de
superfície e de altitude, localizadas nos
principais aeroportos do País, e uma rede de
radares.
Divisão de Previsões Ambientais, do
Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), do
Comando da Marinha que presta o serviço
meteorológico marinho e é responsável pelo
apoio às operações navais, à navegação
mercante e desportiva e à busca e salvamento
marítimos, em cumprimento aos compromissos
assumidos pelo Brasil junto à Organização
Meteorológica Mundial (OMM) e à Organização
Marítima Internacional (OMI), no âmbito da
Convenção Internacional para a Salvaguarda da
Vida Humana no Mar. Este serviço realiza
previsões do tempo e do estado do mar para a
30
região costeira e área marítima de
responsabilidade brasileira e opera uma rede
de observações meteorológicas e
oceanográficas, formada por estações na costa,
em ilhas oceânicas, em navios e em bóias.
¾ Setor de Construção Civil
As condições meteorológicas
indubitavelmente exercem um importante
impacto, tanto operacional como econômico,
sobre a indústria da construção civil, uma vez
que grande porcentagem das operações
realizadas diariamente é sensível às condições
de tempo adverso, como temperaturas
extremas, precipitação, ventos fortes e
umidade excessiva, cada qual exercendo
efeitos específicos sobre os trabalhadores, os
equipamentos e os materiais.
Assim, um bom planejamento para
uma proposta de realização de uma obra
pública deve levar em conta as condições de
tempo e de clima esperados para o período de
sua realização.
¾ Pesca
A pesca é uma atividade primária que
reflete uma destacável sensibilidade às
variações do tempo, representando um
segmento importante da economia dos Estados
litorâneos.
O planejamento para a pesca, baseado
na previsão segura do tempo, trará enormes
benefícios para a segurança das embarcações
pesqueiras, na medida que permitirá saídas
previamente programadas ou retornos
prematuros dos barcos devido às más
condições do tempo. Por outro lado, são
evidentes os benefícios advindos de uma
orientação precisa para a determinação da
melhor localização de cardumes e condições
apropriadas de pesca.
¾ Turismo, Lazer e Esporte
A indústria do turismo desempenha um
papel importante no desenvolvimento
econômico. Na atualidade, está plenamente
comprovado que para o planejamento e a
exploração racional do potencial turístico de
uma região é essencial, além do conhecimento
da climatologia local, o monitoramento das
variações do tempo em curto prazo. Dentro
deste contexto insere-se o planejamento de
eventos culturais e esportivos ao ar livre e
programação de atividades turísticas.
Por outro lado, as informações básicas
dos elementos do tempo, quais sejam,
temperatura do ar, direção e velocidade do
vento, visibilidade e precipitação, são
importantes para o desempenho físico dos
esportistas. Incluem-se também os tipos de
informações mais especializadas, como níveis
de exposição à radiação ultravioleta e poluição
do ar, pois cada esporte ou atividade recreativa
é afetado por um nível particular de severidade
do tempo.
Grade Curricular Básica
Em geral os dois anos iniciais do curso
de graduação seguem um mesmo padrão,
fundamentam-se em disciplinas de física,
cálculo e computação. Neste período, matérias
introdutórias às Ciências Atmosféricas
complementam a base necessária para a
seqüência do curso. Após esta etapa, seguem
as matérias específicas de Meteorologia. A
maioria delas é constituída de parte teórica e
prática, evidenciando a importância dos
conhecimentos adquiridos nos dois primeiros
anos, bem como proporcionando a aplicação de
fato dos mesmos. Dentre elas, destacam-se:
Hidrometeorologia
Há um interesse e preocupação
crescentes com as questões ambientais e de
mudanças climáticas que requerem
profissionais com formação multidisciplinar
para desenvolver pesquisa, planejamento e
gerenciamento ambientais. Hidrólogos e
Meteorologistas têm tradicionalmente tratado o
ciclo hidrológico terrestre e atmosférico
separadamente, com pouca ou nenhuma
interação. Pretende-se neste curso desenvolver
o conhecimento dos modelos físicos e
dinâmicos que regem a hidrologia de superfície
e atmosférica, de modo a promover a fusão da
hidrologia com a meteorologia para formação
de profissionais em hidrometeorologia.
Interação Biosfera-Atmosfera
O curso contempla atender à crescente
multidisciplinaridade com que os problemas
científicos começam a serem abordados nos
últimos anos. Nas questões de mudanças
globais e variabilidade climática, muito se tem
enfocado sobre os complexos mecanismos
envolvidos na escala da biosfera, citando-se,
por exemplo, a questão da fixação de carbono
e o efeito estufa. A disciplina busca abordar o
ciclo do carbono e do vapor d'água e o
acoplamento biosfera-atmosfera.
Meteorologia Marinha
Uma questão atual e bastante
importante, que tem preocupado os cientistas e
a sociedade, é a mudança climática que o
planeta vem sofrendo, quer seja devida a ação
humana ou a variabilidade natural do clima. A
quantificação dos possíveis efeitos dessas
mudanças no clima terrestre tem sido feita
através de modelos numéricos de sistemas
climáticos. Um aspecto importante dessa
simulação é a transferência de energia entre o
oceano e a atmosfera - a qual ocorre através
dos fluxos turbulentos de calor, água e
momento. Esses fluxos formam o acoplamento
entre o oceano e a atmosfera representando,
assim, processos chave no sistema climático.
Portanto, torna-se vital, tanto para o
meteorologista quanto para o oceanógrafo
físico, estudar os mecanismos de transferência
de energia entre o oceano e a atmosfera.
31
Meteorologia da Poluição do Ar
Nessa disciplina o objetivo é utilizar os
fundamentos básicos de Meteorologia
apresentados nas disciplinas básicas de
graduação e pós-graduação e aplicá-los para a
compreensão dos processos de geração,
transformação, transporte e remoção dos
constituintes atmosféricos.
Meteorologia Sinótica
Está relacionada com a descrição,
análise e previsão do tempo. Na sua origem era
baseada em métodos empíricos desenvolvidos
na primeira metade do século, seguindo a
implantação das primeiras redes de estações
que forneciam dados simultâneos (isto é,
sinóticos) do tempo sobre grandes áreas.
Atualmente utiliza os conhecimentos gerados
nas diversas disciplinas da Meteorologia, em
especial a Meteorologia Dinâmica. A
Meteorologia Dinâmica também trata dos
movimentos atmosféricos e sua evolução
temporal mas, ao contrário da Meteorologia
Sinótica, sua abordagem é baseada nas leis da
Mecânica dos Fluídos e da Termodinâmica
Clássica. É a base dos atuais modelos
atmosféricos de previsão do tempo nos
principais centros de previsão dos países
desenvolvidos. Sua principal ferramenta são os
computadores. Com a crescente sofisticação
dos métodos de análise e previsão do tempo a
distinção entre a Meteorologia Sinótica e
Dinâmica está rapidamente diminuindo.
Meteorologia Tropical
A importância dos trópicos como fonte
de energia para a energética global é hoje bem
reconhecida. Em adição, o clima e o tempo em
grande parte do Brasil tem fortes
características tropicais o que torna
fundamental o entendimento da meteorologia
tropical.
O objetivo principal dessa disciplina é
dar uma visão integrada do funcionamento da
atmosférica tropical, contrastando com a
dinâmica dos sistemas atmosféricos de
latitudes médias. Além de enfatizar a
importância do papel dos processos convectivos
úmidos e da interação oceano/atmosfera e
solo/planta/atmosfera para o entendimento dos
sistemas tropicais de tempo e da variabilidade
climática.
Micrometeorologia
A micrometeorologia tem recebido
atenção especial devido a necessidade, cada
vez maior, de se entender os fenômenos
meteorológicos resultantes da interação entre
escalas onde os fenômenos de micro-escala são
importantes. O conhecimento da
micrometeorologia é fundamental para o
estudo dos impactos ambientais e climáticos,
contribuindo, dessa forma, a um melhor
gerenciamento dos recursos naturais.
Modelagem Numérica da
Atmosfera
O aumento na eficiência dos
computadores permitiu enorme avanço na
modelagem numérica da atmosfera que é hoje
amplamente utilizada em todas as escalas
espaciais e temporais dos fenômenos
atmosféricos. Grande parte da pesquisa hoje
realizada em Meteorologia é baseada no uso
conjunto de dados observados e modelagem
numérica para a validação de hipóteses dado
que, em geral, as observações são bastante
limitadas.
Termodinâmica da Atmosfera
Faz parte do conhecimento básico para
pesquisas na área de meteorologia. Tem como
objetivos principais: aplicar os conceitos
básicos da termodinâmica a sistemas
atmosféricos; compreender o papel dos
parâmetros conservativos; relacionar as trocas
de calor e as mudanças de fase às observações
meteorológicas na presença de nuvens e
precipitação.
Biometeorologia Humana
Há uma demanda por temas
interdisciplinares dentro da Meteorologia. O
objetivo desta disciplina é subsidiar os alunos
com tópicos que relacionem a interface entre
os seres humanos e variáveis ambientais como
as variáveis meteorológicas e poluentes
atmosféricos, com ênfase nas doenças
relacionadas ao tempo e clima.
Radiação Atmosférica
Aplicar conceitos básicos da
transferência de radiação solar e de radiação
terrestre na atmosfera, procurando
compreender alguns procedimentos de
sensoriamento remoto via satélite empregados
em meteorologia, e discutir aprimoramentos
possíveis de tais procedimentos.
Química Atmosférica
A ênfase da disciplina encontra-se nos
princípios básicos da química atmosférica, com
aplicações a importantes problemas ambientais
como a poluição do ar. Atualmente, a química
da atmosfera é um campo importante e ativo
junto com a meteorologia, caracterizando-se
uma disciplina multidisciplinar que os
interessados nas Ciências Atmosféricas
precisam familiarizar-se.
Sensoriamento Remoto da
Atmosfera
A área de sensoriamento remoto vem
sendo empregada em diversas áreas que
variam desde meteorologia, agricultura,
hidrologia, poluição atmosférica, oceanografia a
impactos sócio-econômicos. Entretanto, a
abordagem teórica e aplicações destas técnicas
ficam restritas a pequenos grupos de pesquisa.
32
Portanto, este curso visa propiciar ao
aluno um detalhamento teórico e prático das
diversas aplicações de sensoriamento remoto
no dia-a-dia, através de tópicos específicos a
serem ministrados em cada ano, por
professores do departamento e pesquisadores
visitantes.
Dinâmica da Atmosfera
Tem como objetivos principais: aplicar
os conceitos básicos da Dinâmica dos Fluídos
aos sistemas atmosféricos; compreender os
conceitos de escala de movimentos;
compreender o papel das trocas de calor na
geração de movimentos atmosféricos; outro
ponto de enfoque dados são os diferentes tipos
de sistemas de coordenadas atmosféricas.
Eletricidade Atmosférica
Os fenômenos de descargas elétricas
estão intimamente ligados a microfísica de
sistemas precipitantes frios e sua medição e
análise permitem a avaliação de propriedades
hidrometeorológicas desses sistemas. As
descargas elétricas podem afetar as redes de
distribuição de energia elétrica, além de causar
fatalidades, produzir e ionizar gases
atmosféricos. Portanto, esta disciplina é de
grande relevância científica e prática.
Resumo da Ópera
Meteorologistas são profissionais que,
com base na análise de dados coletados por
estações meteorológicas, satélites, sondas e
radares, prevêem o movimento de massas de
ar, as mudanças de temperatura e a ocorrência
de chuvas, seca, geada, neve e/ou granizo
numa região, informações de vital importância
para os setores agrícola, energético, de
transportes e de conservação do meio
ambiente.
O objetivo é entender os processos
físicos e químicos que determinam o estado da
atmosfera. A previsão do tempo é feita com
base em cálculos matemáticos, realizados com
a ajuda de computadores de alto desempenho
(supercomputadores).
Meteorologistas exercem diversas
atividades, com aplicação em vários setores da
economia:
• Meteorologia Agrícola
(Agrometeorologia): realiza estudos sobre as
condições de tempo e clima para auxiliar no
plantio e colheita das safras (zoneamento
agrícola); manejo de irrigação e alertas
fitossanitários;
• Hidrometeorologia
: analisa as
condições climáticas de uma região para
construção de barragens e hidroelétricas;
analisa a viabilidade da obra, evitando
possíveis enchentes ou secas com o
represamento do rio, além de calcular a
capacidade de geração de energia das águas;
• Meteorologia Ambiental
: calcula a
quantidade de poluentes no ar das cidades e
busca soluções para o controle da poluição;
• Meteorologia Aeronáutica
: calcula as
condições do tempo (ventos, chuvas, pressão
atmosférica, umidade) para a segurança do
tráfego aéreo;
• Meteorologia Marinha
: faz a previsão
das condições de tempo e o “comportamento”
do mar para o transporte marítimo;
• Sensoriamento Remoto
: interpreta
imagens coletadas por satélites e radares para
elaboração de cartas meteorológicas.
Condições de Trabalho
Centros de meteorologia funcionam 24
horas por dia, todos os dias e seus funcionários
trabalham em sistema de turnos, podendo
trabalhar à noite e nos fins de semana.
Meteorologistas lidam com equipamentos
sofisticados, como supercomputadores,
radares, sondas, satélites e estações
meteorológicas automáticas. É comum os
centros e institutos de pesquisa estarem
localizados em regiões montanhosas e
afastados dos grandes centros urbanos. O
trabalho de pesquisa é realizado em equipe e o
meteorologista mantém contato com outros
profissionais, como químicos, engenheiros,
agrônomos, geólogos e geógrafos.
Algumas Características Pessoais
• atenção a detalhes,
• capacidade de análise, concentração
e observação,
• curiosidade,
• facilidade para matemática,
• gosto pela pesquisa e pelos estudos,
• habilidade para trabalhar em equipe,
• interesse pelas ciências,
• interesse por novas técnicas e
tecnologias,
• raciocínio abstrato desenvolvido,
• raciocínio espacial desenvolvido.
Qualificação Requerida
Para exercer a profissão de
meteorologista é exigido o diploma de
graduação em Meteorologia, curso com duração
média de quatro anos. Para conseguir uma boa
colocação no mercado, o profissional deve fazer
cursos de pós-graduação (especialização,
mestrado e doutorado). Na pós-graduação, o
aluno desenvolve atividades de pesquisa e
quase sempre obtém bolsa de estudos de
agências governamentais e/ou organismos
internacionais.
Assim como o tempo, que muda
constantemente, o profissional de meteorologia
precisa se reciclar sempre. Para isso, é preciso
ler revistas especializadas, livros, artigos
científicos e trocar experiências com colegas.
33
Recrutamento
A maioria dos institutos de pesquisa,
observatórios, aeroportos e centros de previsão
de tempo está vinculado ao governo. Portanto,
os candidatos a emprego nessas instituições
terão que passar por concurso público. O
processo de seleção varia de acordo com o
órgão, mas são comuns as provas de
conhecimentos específicos e entrevistas, além
da avaliação do currículo (produção científica,
titulação e atividade didática). Hoje muitos
órgãos públicos e empresas privadas estão
contratando especialistas também para
trabalhos temporários e/ou de consultoria.
Perspectivas
O mercado de trabalho para
meteorologistas deve permanecer aquecido. A
concorrência no mercado ainda não é muito
grande: existem cerca de mil profissionais
atuando na área. O setor público é o que
oferece maior campo de trabalho para
meteorologistas. Com a implantação do
programa de biodiesel e a expansão do
agronegócio estão sendo criados centros
estaduais de meteorologia para atender as
demandas regionais. Isso significa novos
empregos nesse setor. São boas as
oportunidades ligadas à área ambiental, como
o sensoriamento remoto, que auxilia pesquisas
sobre desmatamentos, queimadas e poluição
do ar. A área de hidrometeorologia também
está em alta e oferece um dos melhores
salários da categoria.
Remuneração
O salário de um profissional da área
varia entre R$ 1,5 mil (para o caso dos
técnicos) a R$ 10 mil, dependendo de sua
titulação.
Escolas no Brasil:
Cursos Técnicos
Rio de Janeiro- RJ
Centro Federal de Educação Tecnológica
Celso Suckow da FonsecaCEFET-RJ
O Curso de Nível Técnico em
Meteorologia tem duração de 4 (quatro)
semestres letivos, com carga horária total de
1.296 horas, além de 400 horas de estágio
curricular. O CEFET-RJ oferece habilitações nas
áreas de Meio Ambiente e Geomática. O
ingresso no Curso de Nível Técnico é via
concurso de seleção, cujas normas e
procedimentos são tornados públicos em Edital
divulgado pela imprensa.
+ informações:
Leanderson Marcos da Silva Paiva
(Coordenador do Curso)
Tel: (21) 2566-3163
E-mail: leanderson@cefet-rj.br
Site: http://www.cefet-rj.br
End: Avenida Maracanã, 229 – Bloco A,
Maracanã - 20271-110 – Rio de Janeiro –
RJ.
Taguatinga – DF:
Escola Técnica de Brasília – ETB
A ETB oferece na Área de Meteorologia
com ênfase em Meio Ambiente as Certificações
de Assistente e Técnico em Meteorologia. O
regime de acesso é semestral, nos turnos
vespertino ou noturno. O curso completo é
ministrado em 1.380 módulos-aula, aula de 51
minutos, correspondente a 1.020 horas relógio
e 360 horas relógio de estágio (carga horária
mínima).
No quadro abaixo você poderá
encontrar mais informações sobre a forma de
ingresso, além dos documentos necessários
para a inscrição.
+ informações:
Marcos Alberto Andrade de Araújo
(Coordenador do Curso)
Tel: (61) 3356-4487 - Ramal 208
Site: http://www.etb.com.br
End: Av. Águas Claras, QS 07 - Lotes 2/8 -
Vila Areal – 72030-170 – Taguatinga – DF.
Florianópolis – SC:
Centro Federal de Educação Tecnológica
de Santa Catarina – CEFET-SC
O Curso Técnico de Meteorologia do
CEFET-SC é o único existente na região sul do
Brasil e está planejado de acordo com a nova
legislação educacional. Sua duração é de 3
(três) semestres letivos, com estrutura
modular de 400 horas semestrais e carga
horária total de 1.200 horas. O curso oferece
habilitações nas áreas de Meio Ambiente e
Geomática. A realização de estágio profissional
em empresas é incentivada, porém, não é
obrigatória. A oferta do curso é diurna e
semestral.
O ensino no Curso Técnico de
Meteorologia do CEFET-SC é público e gratuito.
Para ingressar o candidato deve submeter-se a
um exame de classificação. No quadro abaixo
você poderá encontrar mais informações sobre
a forma de ingresso, além dos documentos
necessários para a inscrição.
34
+ informações:
Mario Francisco Leal de Quadro
(Coordenador do Curso)
Tel: (48) 3221-0601
Site: http://www.cefetsc.edu.br/
End: Av. Mauro Ramos, 950 – Centro -
88020-300 – Florianópolis – SC.
São Jose dos Campos – SP:
Colégio Técnico Antônio Teixeira
Fernandes da Universidade do Vale do
Paraíba (UNIVAP)
A UNIVAP é primeira escola privada a
oferecer um curso de meteorologia no país. A
Instituição possui em seu projeto pedagógico
um sistema de avaliação contínua do
desempenho acadêmico dos seus alunos, desde
o processo seletivo de ingresso, até a
conclusão do curso. Outro diferencial é a
concessão de bolsas de estudos, que facilita o
acesso dos mais necessitados à Escola. O curso
técnico completo é ministrado em dois anos.
No quadro abaixo você poderá
encontrar mais informações sobre a forma de
ingresso, além dos documentos necessários
para a inscrição.
+ informações:
Ana Catarina Farah Perrella
(Coordenador do Curso)
Tel: (12) 3922-2355 - Ramal 237
Site: http://www.labmet.univap.br/
End: Rua Paraibuna, 75 – Centro – 12245-
780 – São José dos Campos - SP.
Cursos de Graduação
Maceió – AL:
Universidade Federal de Alagoas - UFAL
O Curso de Graduação em
Meteorologia (Bacharelado), da UFAL é
Regulamentada pela Lei nº 6.835/80. O título
conferido é de Meteorologista. O turno de
funcionamento é diurno e noturno. O ingresso é
via vestibular e o curso oferece 50 vagas
anuais, sendo 30 para o diurno e 20 para o
noturno. A carga horária total é de 3.300
horas-aula para o diurno e de 3.220 para o
noturno. A duração mínima do curso é de 4
anos e a máxima de 7 anos.
+ informações:
Manoel da Rocha Toledo Filho
(Coordenador do Curso)
Tel: (82) 3214-1368
Site: http://www.ccen.ufal.br/met/
End: Departamento de Meteorologia/CCEN
Campus A. C. Simões - Avenida Lourival de
Melo Mota, S/N - BR 104, km 14 - Tabuleiro
do Martins - 57070-972 - Maceió - AL.
Campina Grande – PB:
Universidade Federal de Campina Grande
– UFCG
O curso de Bacharelado em
Meteorologia da UFCG foi o primeiro a ser
criado em todo o Norte e Nordeste. Foi
reconhecido pelo Decreto nº 82.517 de 30 de
outubro de 1978, do Conselho Federal de
Educação (CFE). O turno de funcionamento é
diurno, o ingresso é via vestibular e o curso
oferece 25 vagas anuais. O currículo pleno do
curso compreende uma carga horária de 3.500
horas. A integralização curricular tem a
duração mínima de quatro e a máxima de oito
anos.
+ informações:
José Ivaldo Barbosa de Brito
(Coordenador do Curso)
Tel: (83) 3310-1201
Site: http://www.dca.ufcg.edu.br/
End: Unidade Acadêmica de Ciências
Atmosféricas – Campus de Campina Grande
– Rua Aprígio Veloso, 882 – Bodocongó –
58109-900 – Campina Grande – PB.
Belém – PA:
Universidade Federal do Pará - UFPA
O curso de Bacharelado em
Meteorologia da UFPA é reconhecido pela
Portaria No 571/MEC de 13/10/1981. O turno
de funcionamento é diurno, o ingresso é via
vestibular e o curso oferece 30 vagas anuais. O
currículo pleno do curso compreende uma
carga horária de 3.540 horas num total de 180
créditos. A integralização curricular tem a
duração mínima de quatro e a máxima de oito
anos.
35
+ informações:
Midori Makino
(Coordenadora do Curso)
Tel: (91) 3201-7475
Site:
http://www.ufpa.br/cg/colegiados/colmet/
colmet.html
End: Departamento de Meteorologia -
Campus Universitário do Guamá - Caixa
Postal 1611. 66075-110 – Belém – PA.
Manaus – AM:
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
É o mais novo curso de graduação em
Meteorologia (Bacharelado) da Região Norte. A
seleção é por meio de vestibular, sendo
disponibilizadas 50 vagas anuais. O curso é
dividido em 8 semestres. O turno é noturno e o
tempo máximo de permanência é de 12
semestres.
+ informações:
Marcílio de Freitas
(Diretor do Centro de Estudos Superiores do
Trópico Úmido)
Tel: (92) 3646-8482
Site: http://www.uea.edu.br
End: Avenida Djalma Batista, 3578 – Flores
- 69077-000 – Manaus - AM.
São Paulo – SP:
Universidade de São Paulo - USP
No Estado de São Paulo, apenas a
Universidade de São Paulo oferece curso de
Graduação em Meteorologia (Bacharelado),
com 20 vagas anuais no vestibular da FUVEST.
O curso é oferecido pelo Instituto Astronômico
e Geofísico da USP e tem quatro anos de
duração.
+ informações:
Edmilson Dias de Freitas
(Coordenadora do Curso)
Tel: (11) 3091-4713
E-mail: efreitas@model.iag.usp.br
Site: http://www.dca.iag.usp.br/
End: Departamento de Ciências
Atmosféricas
Rua do Matão, 1226 - Cidade Universitária
05508-900 – São Paulo – SP.
Rio de Janeiro – RJ:
Universidade Federal do Rio do Janeiro –
UFRJ
É o primeiro Curso de graduação, nível
bacharelado, em Meteorologia do Brasil, criado
em 1963 no Departamento de Física da antiga
Faculdade Nacional de Filosofia, da ex-
Universidade do Brasil, hoje UFRJ. Contudo,
suas atividades somente tiveram início com a
realização do primeiro vestibular, que ocorreu
em janeiro de 1964.
Para o início do curso de Meteorologia,
a Universidade contou com uma missão de
"Experts" da Organização Meteorológica
Mundial (OMM), por um período de seis anos
(1966-1972), a qual além de ser responsável
pela parte técnica de implantação, promoveu o
treinamento de pessoal docente que passou a
se responsabilizar pelo curso.
O Curso foi reconhecido pelo Decreto
79089, de 04/01/1977. O turno de
funcionamento é diurno, o ingresso é via
vestibular e são oferecidas 30 vagas
anualmente.
+ informações:
Ângela Maria Pineschi de Ávila
(Coordenadora do Curso)
Tel: (21) 2598-9471
Site: http://www.meteorologia.ufrj.br
End: Departamento de Meteorologia/CCMN -
Instituto de Geociências
Cidade Universitária, S/N – Ilha do Fundão
21949-900 – Rio de Janeiro - RJ.
Pelotas – RS:
Universidade Federal de Pelotas – UFPEL
A seleção para o Bacharelado em
Meteorologia se dá por meio de vestibular
(verão/inverno), sendo disponibilizadas 20
vagas por vez. O curso é dividido em 8
semestres. O aluno deverá integralizar 3.030h
em disciplinas obrigatórias e no mínimo 105h
em disciplinas eletivas. Após o 5º semestre,
deverá ser realizado um estágio (90h) em
locais de atuação da meteorologia. O turno do
curso é diurno e o tempo máximo de
permanência é de 16 semestres.
+ informações:
Simone Vieira de Assis
(Coordenadora do Curso)
Tel: (53) 3275-7328
Site: http://www.ufpel.tche.br/meteoro/
End: Faculdade de Meteorologia – Campus
Universitário – Caixa Postal 354 – 96010-
900 – Pelotas – RS.
36
Santa Maria – RS:
Universidade Federal de Santa Maria –
UFSM
É o mais novo curso de graduação em
Meteorologia (Bacharelado). A seleção é por
meio de vestibular, sendo disponibilizadas 20
vagas anuais. O curso é dividido em 8
semestres. A carga horária total é de 3.330h
(mínimo de 285h e máximo de 540h por
período). O turno é diurno e o tempo máximo
de permanência é de 12 semestres.
+ informações:
Otávio Costa Acevedo
(Coordenador do Curso)
Tel: (55) 3220-8616
Site: http://www.ufsm.br/meteorologia/
End: Avenida Roraima, 1000 – Campus
Universitário – UFSM – Prédio 13, CCNE –
Camobi - 97105-900 – Santa Maria – RS.
Cursos de Pós-Graduação
Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz – ESALQ/USP
O Programa de Pós-Graduação da
ESALQ teve início em 1976 com o Mestrado em
Agrometeorologia. Em 2001 deu inicio ao Curso
de Doutorado alterando o nome do Programa
para Física do Ambiente Agrícola. O Curso é
conceituado no país e exterior (conceito 4, na
última avaliação da CAPES em 2004).
Modalidades:
Mestrado e Doutorado
Linhas de Pesquisa:
Agroclimatologia,
Biometeorologia,
Meteorologia Agrícola,
Relações Solo-Planta-Atmosfera,
Física da Energia Térmica no Solo,
Processos de Transferência no Solo,
Física da Água e de Solutos no Solo.
Normalmente o tempo coberto por
bolsa para cumprir o programa de Mestrado é
de 24 meses, enquanto que para o de
Doutorado é de 48 meses. O candidato será
avaliado pela Comissão de Admissão a partir
dos documentos entregues no período de
inscrição, de uma entrevista e de uma prova
escrita. O pré-requisito para admissão é a
Graduação em Ciências Agrárias, Exatas ou
Afins.
+ informações:
Secretaria do Programa
Tel: (19) 3429-4283
Site: http://www.lce.esalq.usp.br
End: Departamento de Ciências Exatas. Av.
Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 09 – 13418-
900 - Piracicaba - SP.
Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas – IAG/USP
A pós-graduação em Meteorologia da
USP teve início em 1975 dentro do programa
em Geofísica e Meteorologia e, posteriormente,
em 1984, passou a ter seu próprio programa
(Curso de Pós-Graduação em Ciências
Atmosféricas). O Curso é bastante conceituado
no país e exterior (conceito 6, na última
avaliação da CAPES em 2004).
Modalidades:
Mestrado e Doutorado
Linhas de Pesquisa:
Interação biosfera-atmosfera,
Micrometeorologia,
Eletricidade Atmosférica,
Hidrometeorologia,
Poluição atmosférica,
Sensoriamento remoto da atmosfera.
Normalmente o tempo coberto por
bolsa para cumprir o programa de Mestrado é
de 24 meses, enquanto que para o de
Doutorado é de 48 meses. O candidato será
avaliado pela Comissão de Admissão a partir
dos documentos entregues no período de
inscrição, de uma redação, de uma entrevista e
de uma prova escrita. O pré-requisito para
admissão é a Graduação em Ciências Exatas ou
da Terra.
+ informações:
Comissão de Admissão
Tel: (11) 3091-4713
Site: http://www.dca.iag.usp.br
End: Departamento de Ciências
Atmosféricas - IAG/USP. Rua do Matão,
1226 - Cidade Universitária - 05508-090 -
São Paulo – SP.
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
– Inpe
O Curso de Pós-Graduação em
Meteorologia do INPE, o mais antigo do Brasil,
é parte integrante das atividades do Centro de
Previsão do Tempo e Estudos Climáticos
(CPTEC). Reconhecidamente conceituado no
país e exterior (conceito 6, na última avaliação
da CAPES em 2004), desde o seu início em
1971 já formou 50 doutores e 177 mestres.
37
Modalidades:
Mestrado e Doutorado
Linhas de Pesquisa:
Estudos e Modelagem do Tempo,
Estudos e Modelagem do Clima,
Sensoriamento Remoto da Atmosfera,
Interação Oceano-Atmosfera,
Interação Biosfera-Atmosfera,
Meteorologia Ambiental.
Normalmente o tempo coberto por
bolsa para cumprir o programa de Mestrado é
de 24 meses, enquanto que para o de
Doutorado é de 48 meses. Os períodos letivos
são trimestrais, com férias acadêmicas em
janeiro. O curso aceita alunos com graduação
ou pós-graduação em Meteorologia, Física,
Engenharia, Matemática, Oceanografia e áreas
afins.
+ informações:
Serviço de Pós-Graduação - SPG
Tel: (12) 3945-6000
E-mail: pgmet@cptec.inpe.br
Site: http://www.inpe.br
End: Coordenação de Ensino e
Documentação – CED. Av. dos Astronautas,
1758 - Jd. da Granja - 12227-010 – São
José dos Campos - SP.
Universidade Estadual Paulista, Campus
de Botucatu – UNESP/BOT
O Programa de Pós-Graduação em
Agronomia da Faculdade de Ciências
Agronômicas do Campus de Botucatu - UNESP
possui a área de concentração Energia na
Agricultura. O Curso recebeu conceito 3, na
última avaliação da CAPES (2004).
Modalidades:
Mestrado e Doutorado
Linhas de Pesquisa:
Armazenamento e Balanço Energético
de Produtos e Derivados
Agropecuários,
Fontes Convencionais e Alternativas de
Energia,
Planejamento do Uso do Solo, Estudo
do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável,
Produção, Tecnologia da Conversão de
Biomassa Agroflorestal e suas
Aplicações,
Uso Racional de Energia na Agricultura.
O candidato será avaliado por uma
Comissão Examinadora através da análise do
histórico escolar e currículo e em seguida por
uma entrevista. Candidatos ao Mestrado deverão
totalizar, no mínimo, 96 unidades de crédito (48
obtidos em disciplinas e 48 relativos à elaboração da
Dissertação) e ao Doutorado, no mínimo, 192
unidades de crédito (76 obtidos em disciplinas e 116
relativos a elaboração da Tese).
Ao Programa podem se candidatar
engenheiros agrônomos e outros profissionais,
portadores de diploma universitário, que
desenvolvam atividades afins às do curso
oferecido.
+ informações:
Seção de Pós-Graduação
Tel: (14) 3811-7132
Site:
http://www.fca.unesp.br/pos_graduacao/ene
rgianaagricultura.php/
End: Faculdade de Ciências Agronômicas,
Programa de Pós-Graduação em Agronomia –
Fazenda Experimental Lajeado, Rua José
Barbosa Barros, 1780, Caixa Postal 237
18610-307 – Botucatu, SP.
Universidade Federal de Alagoas – UFAL
O Programa de Mestrado em
Meteorologia da UFAL tem como área de
concentração os Processos de Superfície
Terrestre. O Curso recebeu conceito 3, na
última avaliação da CAPES (2004).
Modalidades:
Mestrado
Linhas de Pesquisa:
Micrometeorologia,
Interação Vegetação-Atmosfera,
Físico-Química da Atmosfera,
Teledetecção Atmosférica,
Hidrometeorologia,
Climatologia,
Meteorologia Sinótica.
O candidato será avaliado pela
Comissão de Admissão a partir dos documentos
entregues no período de inscrição e de uma
entrevista. O pré-requisito para admissão é a
Graduação em Ciências Exatas, da Terra e
Tecnologias. Normalmente o tempo coberto por
bolsa para cumprir o programa de Mestrado é
de 24 meses.
+ informações:
Mestrado em Meteorologia
Tel: (82) 3214-1368
Site: http://www.ccen.ufal.br/met/
End: Departamento de Meteorologia/CCEN
Campus A. C. Simões - Avenida Lourival de
Melo Mota, S/N - BR 104, km 14 - Tabuleiro
do Martins - 57070-972 - Maceió - AL.
38
Universidade Federal de Campina Grande
– UFCG
A pós-graduação em Meteorologia da
UFCG teve início em 1978 ainda na
Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
posteriormente, em 2002, foi criado o Campus
de Campina Grande onde se encontra
atualmente a sede do Programa. O Curso é
bem conceituado no país (conceito 5, na última
avaliação da CAPES em 2004).
Modalidades:
Mestrado e Doutorado
Linhas de Pesquisa:
Agrometeorologia,
Micrometeorologia,
Climatologia Agrícola,
Necessidades Hídricas de Culturas,
Dinâmica da Atmosfera Tropical,
Climatologia,
Radiação,
Sensoriamento Remoto.
O Curso é ministrado em regime de
créditos (um crédito corresponde a 15 horas de
aulas teóricas ou a 30 horas de aulas práticas).
A freqüência mínima exigida para atividades
acadêmicas é de 85%. São oferecidos três
períodos letivos anuais. A seleção é realizada
por uma Comissão de 03 (três) professores do
Curso, sendo cumulativamente eliminatório e
classificatório para efeito do ingresso no Curso.
O processo seletivo envolve análise de currículo
e histórico escolar, proposta de pesquisa e
cartas de referência. O pré-requisito para
admissão é a Graduação em Ciências Exatas ou
da Terra.
+ informações:
Pós-Graduação em Meteorologia
Tel: (83) 3310-1045
Site: http://www.dca.ufcg.edu.br
End: Unidade Acadêmica de Ciências
Atmosféricas – Campus de Campina Grande
– Rua Aprígio Veloso, 882 – Bodocongó –
58109-900 – Campina Grande – PB.
Universidade Federal de Pelotas – UFPEL
O Programa de Mestrado em
Meteorologia da UFPEL teve inicio em 2000. Os
períodos acadêmicos são semestrais, iniciando-
se em março de cada ano. O aluno deverá
integralizar, no mínimo, 27 unidades de crédito
e terá 24 meses para defender sua dissertação.
O Curso recebeu conceito 3, na última
avaliação da CAPES (2004).
Modalidades:
Mestrado
Linhas de Pesquisa:
Climatologia,
Meteorologia de Mesoescala,
Meteorologia de Microescala.
A seleção se dá na segunda quinzena
de novembro, por meio de entrevista e da
análise do currículo, das cartas de referência e
do manuscrito. O pré-requisito para admissão é
a Graduação em Meteorologia, Física,
Matemática e afins. Normalmente o tempo
coberto por bolsa para cumprir o programa de
Mestrado é de 24 meses
+ informações:
Mestrado em Meteorologia
Tel: (53) 3275-7331
Site: http://www.ufpel.tche.br/meteoro /
End: Faculdade de Meteorologia – Campus
Universitário – Caixa Postal 354 – 96010-
900 – Pelotas – RS.
Universidade Federal de Viçosa – UFV
A UFV vem oferecendo Pós-Graduação
em Meteorologia Agrícola, em nível de
mestrado, desde 1981 e de doutorado a partir
de 2002. (conceito 5, na última avaliação da
CAPES em 2004).
Modalidades:
Mestrado e Doutorado
Linhas de Pesquisa:
Agrometeorologia,
Climatologia,
Micrometeorologia.
A duração do Curso é de 24 e 36
meses, para o mestrado e doutorado,
respectivamente. As agências de fomento
concedem a UFV bolsas de estudo, que são
distribuídas a candidatos que satisfaçam a
requisitos específicos. O candidato será
avaliado pela Comissão Coordenadora a partir
dos documentos entregues no período de
inscrição, de um plano de estudos e de cartas
de recomendação. O pré-requisito para
admissão é ter curso superior de duração
plena, cujo currículo tenha formação adequada
em disciplinas pertinentes ao programa.
+ informações:
Coordenação do Programa
Tel: (31) 3899-1859
Site: http://www.ufv.dea.br
End: Programa de Pós-Graduação em
Meteorologia Agrícola - DEA/UFV. Avenida
P.H. Rolfs, s/n – Campus da UFV –
36570-000 – Viçosa – MG.
39
Universidade Federal do Rio do Janeiro –
UFRJ
O curso de Ciências Atmosféricas em
Engenharia é uma cooperação entre a COPPE e
o Departamento de Meteorologia do Instituto
de Geociências.
Este curso é diferente dos outros
existentes em Meteorologia no Brasil por sua
interdisciplinaridade reunindo um arcabouço
que pretenda envolver-se em questões
relacionadas ao meio ambiente atmosférico e
propostas de soluções práticas para os mais
diversos problemas do meio ambiente e de
engenharia. O presente curso busca alcançar
tanto o profissional de engenharia que quanto
profissionais das ciências matemáticas e da
natureza, incluindo-se físicos, químicos,
oceanógrafos e meteorologistas.
Modalidades:
Mestrado e Doutorado
Linhas de Pesquisa:
Interação Oceano-Atmosfera,
Meteorologia de Mesoescala,
Modelagem Computacional,
Clima e Planejamento Ambiental,
Poluição Atmosférica,
Sensoriamento Remoto.
O candidato será avaliado por uma
Comissão de professores do Curso a partir dos
documentos entregues no período de inscrição,
prova escrita (mestrado), análise de currículo e
histórico escolar, cartas de referência e de uma
entrevista. O pré-requisito para admissão é a
graduação em Ciências Exatas, da Terra e
Tecnologias.
+ informações:
Secretaria da Pós-Graduação
Tel: (21) 2598-9471
Site:
http://www.meteorologia.ufrj.br/pos.html
End: Departamento de Meteorologia/CCMN -
Instituto de Geociências – Cidade
Universitária, S/N – Ilha do Fundão
21949-900 – Rio de Janeiro - RJ.
Algumas Empresas
Os egressos desses cursos encontram
oportunidades de trabalho em empresas do
setor ou como empreendedor ou consultor
técnico na área de sua competência, tais como:
centros nacionais e regionais de previsão de
tempo e clima, empresas privadas, empresas
de representação comercial de instrumentação
meteorológica e escritórios de projetos de
consultoria técnica, órgãos governamentais,
entre outras. Segue abaixo algumas
instituições que empregam meteorologistas.
ANA
A Agência Nacional de Águas tem como
missão regular o uso das águas dos rios e lagos
de domínio da União e implementar o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, garantindo o seu uso sustentável,
evitando a poluição e o desperdício e
assegurando, para o desenvolvimento do país,
água de boa qualidade e em quantidade
suficiente para a atual e as futuras gerações.
Site: http://www.ana.gov.br
Climatempo
A historia da Climatempo se confunde
com a solidificação da Meteorologia no país, há
20 anos exerce presença efetiva neste ramo,
prestando total assessoria em previsões
climáticas.
Site: http://www.climatempo.com.br
EPAGRI/CIRAM
A Epagri/Ciram desenvolve pesquisas
nos diversos segmentos do meio ambiente de
forma estrategicamente modulada e tem em
sua estrutura funcional as seguintes áreas:
Recursos Hídricos, Geoprocessamento,
Agrometeorologia, Educação e Saneamento
Agroambiental, Tecnologia da Informação e
Zoneamento Agroambiental.
Site: http://ciram.epagri.rct-sc.br
FUNCEME
A Fundação Cearence de Meteorologia e
Recursos Hídricos (FUNCEME) atua em quatro
grandes áreas: Recursos Ambientais,
Meteorologia, Monitoramento Ambiental e
Recursos Hídricos. Produz subsídios que
auxiliam na formulação do planejamento
governamental, na definição de políticas e
diretrizes de distribuição e gestão de recursos
hídricos, na definição de políticas de
desenvolvimento rural e agrário, na
implementação de ações de combate à
degradação ambiental e na organização de
atividades da defesa civil.
Site: http://www.funceme.br
40
ITAIPU Binacional
Desde a fase de projetos, a Itaipu
Binacional sempre teve uma preocupação
especial com o meio ambiente. A Empresa tem
como missão gerar energia elétrica de
qualidade, com responsabilidade social e
ambiental, impulsionando o desenvolvimento
econômico, turístico, tecnológico e sustentável,
no Brasil e no Paraguai.
Site: http://www.itaipu.gov.br
PETROBRAS
Para aumentar sua atuação em
energias que contribuam para o
desenvolvimento sustentável, a Petrobrás
deixou de ser uma empresa exclusivamente de
petróleo, para tornar-se uma empresa de
energia no sentido mais amplo. Um dos
segmentos em que sua atuação tem crescido é
o de energia renovável. Ao investir em energia
eólica, solar, biodiesel, biogás, entre outras, a
Companhia ajuda a diversificar a matriz
energética brasileira.
Essas ações fazem parte do Plano
Estratégico da Petrobras que entre suas metas,
prevê para 2010, que 10% da energia elétrica
consumida em toda Companhia seja obtida a
partir de fontes renováveis.
Site: http://www.petrobras.com.br
SIMEPAR
O Instituto Tecnológico SIMEPAR tem
como missão prover a sociedade de dados,
previsões, produtos e serviços de natureza
meteorológica, hidrológica e ambiental e
promover a pesquisa cientifica, o
desenvolvimento tecnológico e a capacitação de
recursos humanos nas áreas das ciências
atmosféricas e ambientais.
Site: http://www.simepar.br
SOMAR Meteorologia
A SOMAR, Southern Marine Weather
Services, fundada em 1995 por ex-funcionários
do INPE, é uma das melhores geradoras de
informações climáticas do país e usa o que
existe de mais moderno e automatizado para
elaborar suas previsões de tempo com
resultados objetivos, garantindo total
credibilidade.
Site: http://www.somarmeteorologia.com.br
Alailson Venceslau
Santiago
Meteorologista e Membro do
Conselho Editorial
Para saber mais:
BARROS, G. L. M. de. Meteorologia para
Navegantes. Edições Marítimas Ltda., 1991. .
184 p.
CUNHA, G. R. Meteorologia: Fatos &
Mitos - 2. Embrapa Trigo Editora, 2000. 296 p.
FERREIRA, A. G. Meteorologia Prática.
Oficina de Textos Editora, 2006. 192 p.
MOTA, F. S. Meteorologia Agrícola.
Nobel Editora, 1991.
OMETTO, J. C. Biometeorologia vegetal.
São Paulo: Edit. Agronômica Ceres, 1981.
PEREIRA, A. R. Agrometeorologia:
Fundamentos e Aplicações Práticas.
Guaíba: Agropecuária, 2002. 478p.
SONNEMAKER, J. B. Meteorologia. Asa
Edições, 1996. 209p.
T
UBELIS, A.; NASCIMENTO, F. J. L.
Meteorologia Descritiva. Fundamentos e
aplicações brasileiras. NOBEL S.A., 1984.
VAREJÃO SILVA, M. A. Meteorologia e
Climatologia. INMET, Stilo Editora, 2000.
515p.
VIANELLO, R. L.; ALVES, A. R.
Meteorologia Básica e Aplicações. Viçosa:
UFV, 2002. 449p.
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Lançado Portal do DCA/IAG/USP
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http://www.dca.iag.usp.br/www/dca.php
O Departamento de Ciências Atmosféricas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da USP fez o lançamento de seu novo portal. Ele agora está mais simples e mais
completo em termos de informações dos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Ciências
Atmosféricas, cursos de Extensão Universitária e de Especialização.
Além dessas informações, o portal apresenta as pesquisas em diversas áreas, assim como os
serviços prestados à comunidade através de convênios com alguns órgãos estaduais e
federais. Destacam-se as informações disponíveis sobre a estação meteorológica, que foi a
precursora dos serviços regulares do Instituto Astronômico e Geofísico no Parque do Estado,
bairro da Água Funda, inaugurada em 22 de novembro de 1932, no local onde se realizavam
as obras do novo Observatório Astronômico de São Paulo, e onde permanece até hoje.
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www.iepa.ap.gov.br/meteorologia
A página Web do Núcleo de Hidrometeorologia e Recursos Hídricos – NHMET do Instituto de
Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá - IEPA tem como principal objetivo
ser o núcleo operacional e técnico-científico responsável pelo monitoramento do tempo, clima
e recursos hídricos de todo o Estado do Amapá. Suas atividades estão ligadas a previsão do
tempo para todo o Estado – com ênfase na capital Macapá e demais cidades dos municípios;
projetos de pesquisa para o clima com diversas aplicações do desenvolvimento social e
econômico da população; estudos sobre os padrões hidrológicos dos corpos d`gua das bacias;
sensoriamento remoto – modelagem sobre déficit hídrico aplicada à agricultura; coleta de
dados básicos – base de observação de superfície e modelagem numérica aplicados aos
estudos do tempo, clima, recursos hídricos e meio ambiente. As principais áreas de atuação
são hidrometeorologia, dinâmica dos fluidos computacional, modelagem da qualidade da água
e energias renováveis principalmente hidrocinética e solar.
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Agritempo disponibiliza software livre educativo sobre Meteorologia e Climatologia
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http://www.agritempo.gov.br
No dia 26 de julho de 2006, a unidade de Informática Agropecuária da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) - disponibilizou dentro do projeto Agritempo, o WinMeteoro na versão
1.0. Trata-se de um programa educativo em Meteorologia e Climatologia desenvolvido por
Mário Adelmo Varejão-Silva. Varejão-Silva é também autor do livro, já em sua segunda
edição, e também disponível para download, "Meteorologia e Climatologia", lançado por meio
de uma parceria entre o MAPA e o Instituto Nacional de Meteorologia –INMET, em 2001.
Tanto o software quanto o livro têm a preocupação de atender às necessidades iniciais dos
interessados em tópicos introdutórios que tratem de Meteorologia e Climatologia, e são
ferramentas importantes, que contribuem para a divulgação científica e para a formação
profissional dos atuais e futuros meteorologistas brasileiros. O software e o livro podem ser,
respectivamente, obtidos no próprio site do Agritempo, através dos links Publicações –
Download – Softwares e Publicações – Download – Livros. Assim vale a pena navegar por esta
página.
De Olho nos Fenômenos Meteorológicos
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http://www.cptec.inpe.br/tempo/
Temporais, geadas e ondas de frio ou de calor podem ser melhor acompanhados a partir de
agora. Um novo serviço do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) permite que esses
e outros fenômenos meteorológicos, que costumam provocar impactos à sociedade, possam
ser conhecidos com antecedência. O recurso, incluído no link “previsão do tempo” no portal do
Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do INPE, permite identificar
rapidamente os principais eventos meteorológicos adversos que estarão atuantes sobre o país
nas próximas 24 horas.
A região de abrangência dos eventos aparece delimitada em um pequeno mapa do Brasil, na
área “Avisos meteorológicos”. Ao passar o cursor sobre o mapa, o usuário poderá clicar sobre
as regiões do país e acessar avisos meteorológicos específicos. Entre os fenômenos
considerados adversos pelo CPTEC estão as chuvas intensas ou acumulados significativos de
precipitação, ventos fortes ou rajadas de vento, temporais, descargas elétricas atmosféricas,
geadas amplas e intensas, ondas de frio ou de calor, nevoeiros intensos e condições de baixa
umidade.
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http://www.globe.gov/globe_flash.html
GLOBE (Global Learning and Observations to Benefit the Environment) é um programa de
cooperação mundial sobre educação e ciência, destinado a estudantes e professores de
educação primária e secundária, que proporciona referências, vínculos, dados, mapas e
gráficos, imagens, notícias e informações sobre o tempo e o clima, o meio ambiente e as
ciências da Terra.
Assim, é primordial que o Brasil se integre a este programa, devido ao enorme benefício que
trará para a educação e a ciência meteorológica, principalmente por disponibilizar um ótimo
material didático e constituir uma importante fonte de pesquisa.
43
Unicamp Lança Biblioteca Científica On-Line
6
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http://www.ib.unicamp.br/lte/
Esse ano comemorou-se 10 anos do primeiro software educacional criado pelo Laboratório de
Tecnologia Educacional (LTE) do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).
A partir de agora todo o conteúdo gerado desde então no LTE está disponível na internet, na
Biblioteca Digital de Ciências. Além de disponibilizar todo o conteúdo, a biblioteca objetiva ser
um ambiente de ensino-aprendizagem, com a implementação de ferramentas de interação.
Como subproduto, o LTS ainda pretende desenvolver um gerenciador de biblioteca digital para
abrigar outras subáreas e revistas eletrônicas no mesmo banco de dados, usando filtros
específicos e tendo corpos editoriais próprios. O gerenciador deverá ser disponibilizado aos
interessados sob demanda.
Além de artigos, imagens, links, apostilas, softwares e Teses, o portal também já inaugurou
uma das suas subáreas, voltada para a bioquímica, que inclui a Revista Brasileira e Ensino de
Bioquímica e Biologia Molecular, publicada pela Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia
Molecular (SBBq).
O LTE tem uma enorme preocupação com a discussão científica sobre os conteúdos
disponibilizados na biblioteca. Ela possui um importante mecanismo de feedback do uso dos
materiais e artigos, além de ter canais para que os usuários possam entrar em contato com
os autores em diversos níveis, dando notas, escrevendo comentários e assim por diante. Na
biblioteca, para cada material publicado, um fórum de discussão é automaticamente aberto.
Atualmente, além do português, material em inglês também pode ser submetido ao novo
portal. Todo o conteúdo, antes de ir ao ar, é avaliado por revisores. Além disso, também são
disponibilizados arquivos-fontes de softwares, para que estes possam ser modificados,
visando ao ajuste mais adequado às necessidades de cada usuário.
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http://www.dominiopublico.gov.br
Trata-se de uma biblioteca virtual contendo materiais em licenças livres (como a Creative
Commons Deed, por exemplo) ou em domínio público propriamente dito. O serviço de
materiais em Domínio Público, oferecido pelo website governamental citado acima, corre o
risco de ser fechado devido à pouquíssima visitação que possui.
Assim, chegou a hora de acessar este importante site de informações principalmente ligados a
temas educacionais e de ciência.
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Vulto expressivo que contribuiu para o
conhecimento do pensamento geocientífico e
estatístico no panorama nacional
Fábio de Macedo Soares Guimarães (1906-1979)
sexto artigo da série “Os Primórdios da Meteorologia no Brasil”,
iremos falar de um dos mais atuantes da climatologista geográfica
brasileira da primeira metade do século XX. Estamos falando de Fábio
de Macedo Soares Guimarães, um dos precursores em fixar os
alicerces para o futuro nascimento da climatologia geográfica
brasileira.
Fábio de Macedo Soares Guimarães nasceu
na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 23 de
abril de 1906, filho de Celso Aprígio Guimarães
e de Noêmia de Macedo Soares Guimarães.
Formou-se em engenharia civil pela Escola
Politécnica do Rio de Janeiro (1928) e
licenciou-se em geografia e história pela
Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade
do Brasil (1940); fez curso de pós-graduação
em geografia nos EUA (1945-46) e curso de
Escola Superior da Guerra (1950).
Atuando no Serviço de Estatísticas
Territoriais do Ministério da Agricultura, Dr.
Fábio como é conhecido entre os geógrafos
transfere-se para o Instituto Nacional de
Estatística (INE) juntamente com o grupo
pioneiro formado por especialistas convidados a
colaborar com a política governamental
empenhada, naquele momento, em unificar o
serviço estatístico federal, centralizando-o em
um único órgão, o INE, criado em 1934 e só
efetivamente instalado em 1936.
Especializado em Planejamento
Regional, foi um dos fundadores do Conselho
Nacional de Geografia (1937), órgão
pertencente ao Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), já não mais denominado
INE pela incorporação da Geografia à sua nova
estrutura (1938).
Desempenha no Conselho Nacional de
Geografia (CNG) altas funções gerenciais e
técnicas, ocupando os cargos de Secretário
Geral, Chefe da 4ª Seção de Estudos
Geográficos e Estatística Territorial, do Serviço
de Geografia e Estatística Fisiográfica, Chefe da
Divisão Cultural, Chefe da Divisão de Geografia
e Assistente Coordenador de Geografia.
Durante este período fez parte da
equipe do CNG que organizou diversos cursos
em vários tems tais como cartografia e de
sistemas regionais, etc.
Aula inaugural do curso de cartografia organizado
pelo CNG, 1941. Foto: Acervo do IBGE.
Certamente, a sua maior contribuição
para a geografia brasileira em termos de
pesquisa foi o seu papel nas discussões sobre
as regiões brasileiras.
M
M
No
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Curso de aperfeiçoamento para estagiários dos
sistemas regionais do IBGE - 1941. Foto: Acervo
do IBGE.
Foi responsável por um artigo que
tornou-se um clássico sobre o tema, a saber,
Divisão Regional do Brasil, originariamente
publicado na Revista Brasileira de Geografia ,
nº 2, ano III, abril/junho 1941 e reeditado na
edição comemorativa desta mesma revista
quando completou cinqüenta anos de edição,
em 1988.
A divisão foi baseada em zonas
fisiográficas para planejamento do uso do solo,
conceito ainda usado hoje para regulamentar a
ocupação dos diversos biomas brasileiros.
Apesar de dar importância às relações entre
sociedade e natureza, Guimarães defendeu em
seu artigo que as “regiões naturais, de acordo
sobretudo com os fatos da geografia física”,
devem ser usadas para definir as grandes
regiões do país. O geógrafo acreditava que as
“regiões humanas”, que incluem aspectos
econômicos, são demasiado instáveis, de forma
que uma divisão que se baseasse nela poderia
tornar-se obsoleta com o passar do tempo, por
isso a importância de se incluir o clima.
Considerado um dos mais completos
geógrafos de sua geração, desenvolve estudo
sobre divisão regional do Brasil, seguindo o
objetivo da campanha levada a efeito pelo CNG
para adoção de uma forma única de
organização regional para o País.
Elogiada por não desmembrar as
unidades políticas, a proposta de divisão
regional apresentada por Fábio de Macedo
Soares Guimarães ao Conselho - Resolução n°
72, de 14 de julho de 1941 -, ajusta-se aos
fatores naturais clima, vegetação e relevo, bem
como se serve da posição geográfica para
nomear as Grandes Regiões, ao mesmo tempo
em que atende às necessidades da
administração pública, razões suficientes para
que fosse adotada como Primeira Divisão
Oficial do Brasil, através da circular n° 1 de 31
de janeiro de 1942, emitida pela Secretaria da
Presidência da República.
Visita da Comissão Organizadora do IX congresso
Brasileiro de Geografia ao IBGE, Rio de Janeiro,
julho de 1941. Foto: Acervo do IBGE.
Nesta época da criação do CNA, mais
precisamente nas décadas de 1940 e 1950,
iniciou-se uma das fases mais produtivas da
Climatologia brasileira, principalmente com os
estudos de Fábio Soares Guimarães e outros,
produzindo as primeiras obras de síntese sobre
o clima do Brasil, no âmbito da ciência
geográfica. Seus estudos foram, mais tarde,
continuados por Lysia Bernardes, que
resultaram na primeira classificação oficial dos
climas regionais brasileiros.
Missa comemorativa do décimo aniversário do
CNG em 1947. Foto: Acervo do IBGE.
Na qualidade de Chefe da Divisão de
Geografia integra, em 1945, a Comissão
enviada pelo IBGE para uma viagem de estudo
e aperfeiçoamento profissional aos Estados
Unidos, formada também pelos geógrafos e
especialistas Orlando Valverde, Lúcio de Castro
Soares, Lindalvo Bezerra dos Santos e José
Veríssimo da Costa Pereira.
Durante sua permanência na
Universidade de Wisconsin aprende matérias
que aplicaria em planejamento regional, área
de seu interesse, ao freentar cursos de verão
e inverno em que estuda Geografia do Extremo
Oriente, África e América Central, entre outros
temas relevantes. Junto com Orlando Valverde,
naquela Universidade, faz cursos especiais,
sendo o mais importante o de leituras e
debates sobre Geografia Tropical, verdadeira
aula particular com o professor Leo Waibel, um
dos maiores geógrafos do século XX.
46
O contato com o mestre o aproximaria
mais ainda da moderna técnica da pesquisa
geográfica por ocasião da vinda de Waibel ao
Brasil à convite do Secretário Geral do
Conselho Nacional de Geografia, Christovam
Leite de Castro, oportunidade em que aluno e
professor de tempos anteriores atuariam,
então, em trabalhos voltados para a mesma
área, como no caso em que ambos participam
dos estudos para determinação do sítio do
futuro Distrito Federal, em 1947.
Atuou em uma série de funções
relacionadas à geografia. Em 1961 foi
Secretário-Geral do Conselho Nacional de
Geografia (CNG), chefe da segunda expedição
geográfica ao planalto central brasileiro para a
localização da nova capital do Brasil.
Posse do Eng. Fábio de Macedo Soares Guimarães
no cargo de Secretário-Geral do CNG, fevereiro de
1961. Foto: Acervo do IBGE.
Além de sua carreira de geógrafo,
Fábio de Macedo Guimarães também atuou na
atividade de professor, uma e outra se
completando pela integração de conhecimentos
que a área comum propicia. Leciona Geografia
do Brasil, na Faculdade Católica de Filosofia
(Pontifícia Universidade Católica - PUC), no
Curso de Geografia e História (1943-1973) e,
posteriormente, atuou como Professor Adjunto
no Curso de Geografia (1973-1979).
Despedida do Eng. Fábio de Macedo Soares
Guimarães ao deixar o cargo de Secretário-Geral
do CNG, novembro de 1961. Foto: Acervo do
IBGE.
Após aposentar-se no IBGE (1968),
dedica-se exclusivamente ao magistério
ocupando o cargo de Diretor do Departamento
de Geografia da PUC, função que
desempenharia até seu falecimento
transcorrido em 1979. Além da PUC também foi
professor do Instituto Rio Branco, Instituto
Santa Úrsula e Faculdade Nacional de Filosofia.
Presidiu a V, VI e VII reunião pan-
americana de consulta sobre geografia do
Instituto Pan-Americano de Geografia e
História, reunidas em Quito (1959), Buenos
Aires (1961) e Guatemala (1965),
respectivamente.
Ou seja, ele foi o grande precursor em
integrar diversos parâmetros que se inter-
relacionavam desde relevo, vegetação e clima.
Assim, ao escrever sobre a vida e obra do Dr.
Fábio estamos homenageando um brasileiro
que viveu em prol das atividades geográficas,
incluindo a climatologia.
Publicou diversos trabalhos sobre
vários temas tais como, O Estudo da
Geografia e as Regiões Naturais
no
“Boletim Geográfico” em 1945; Trabalhos de
Campo e de Gabinete da Segunda
Expedição Geográfica ao Planalto Central
divulgado na "Revista Brasileira de Geografia"
em 1949; Conceito de Geografia Regional e
Terminologia das Divisões Geográficas
publicado no “Boletim Geográfico” no ano de
1950; Teodoro Sampaio, Geógrafo também
publicado no “Boletim Geográfico” em 1955;
Distinção entre Serra e Divisor de Águas em
1958 no “Boletim Geográfico” entre outros.
A sua principal e mais famosa obra em
climatologia foi publicada no “Boletim
Geográfico”, em 1945, denominada Noções
Gerais de Climatologia.
Sua importância se dar principalmente
porque se hoje realizamos diversos estudos
ligados ao meio ambiente e Climatologia
regionalmente, que são aspectos bem
estabelecidos em nossa realidade, isso só é
possível devido ao grande empenho deste
cidadão brasileiro.
Referência Bibliografia
IBGE, 2006. Documentos para
Disseminação -
Memória Institucional de
Fábio de Macedo Soares Guimarães. V. 7,
http://www.ibge.gov.br/65anos/fabio/.
Acesso em 28/Set./2006.
Sugestão de Leitura:
ALMEIDA, R.S.; ABRANTES, V.L.C., 2004.
O Pensamento Científico dos Pioneiros do
IBGE. In: Martins, RA. et al. (eds.), Filosofia e
História da Ciência no Cone Sul: 3º Encontro.
Campinas, SP, AFHIC, pp. 416-420.
47
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Fonte: Adaptado de Francisco Moran, Espanha, 2004.
teorema da circulação atmosférica tem toda uma historia por trás que aconteceu
devido a diversos fatos curiosos e importantes que devem ser conhecidos por
todos os estudiosos em Meteorologia.
Sem dúvida nenhuma, quando se discorre
sobre o teorema da circulação atmosférica deve-
se indubitavelmente mencionar a história e vida
de Vilhelm Frimann Koren Bjerknes.
Vilhelm Bjerknes nasceu no dia 14 de
março de 1862 em Christiania, atualmente
conhecida como Oslo, na Noruega. Era filho de
Carl Anton Bjerknes, um matemático e físico
respeitado, e de Aletta Koren, filha de um ministro
da Igreja na Noruega. O pai de Bjerknes era um
pesquisador dedicado de hidrodinâmica. Ele era
um professor respeitado de física, mas direcionou
seu enfoque para o estudo do movimento
relacionado ao fluido, e também realizou estudos
comparativos com fenômenos eletrodinâmicos.
Quando ainda garoto Bjerknes colaborou
com diversos trabalhos ajudando seu pai na
realização de experiências para verificar as
previsões teóricas sobre hidrodinâmica.
Bjerknes começou sua educação formal
em matemática e física quando ingressou na
Universidade de Christiania em 1880. No período
de 1880 a 1888, estudando na Universidade de
Christiania colaborou com o seu pai Carl Anton
Bjerknes. Neste período estudou as analogias
hidrodinâmicas com forças exercidas a distância
através do éter.
Em 1881 ocorreu a Exposição
Internacional de Eletricidade de Paris. Dos onze
Diplomados de Honra, sete foram concedidos a
participantes estrangeiros, entre eles Thomas
Edison, Alexander Graham Bell, Werner Siemens,
William Thomson (Lord Kelvin) e junto a esses
famosos inventores e cientistas, um par de
desconhecidos noruegueses: Anton Bjerknes e seu
filho Vilhelm Bjerknes. O joven Vilhelm, um
estudante da Universidade de Oslo, foi quem
pessoalmente explicou e demonstrou o
funcionamento de um sistema de esferas
pulsantes e outros mecanismos que reproduziam
fenômenos elétricos e magnéticos conhecidos.
Bjerknes escreveu seu primeiro trabalho
na New hydrodynamic investigations em 1882
quando só tinha 20 anos de idade.
C
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48
Durante seus últimos anos de estudo na
Universidade de Christiania, Bjerknes decidiu que
teria que terminar com a colaboração com seu
pai, devido o mesmo ter se tornado um recluso e
ele percebeu que se continuasse com esta
colaboração seria levado também ao isolamento
científico. Deve ter sido uma decisão dolorosa,
porém madura para um jovem que claramente viu
que ele teria um papel importante no futuro da
pesquisa científica.
Vilhelm Bjerknes
quando jovem (1862 –
1951). Fonte: Enzo F
Campetella
1
.
Assim, ele estudou hidrodinâmica até
1887, período que se graduou, e quando começou
seu mestrado. Após concluir seu mestrado
estudando física e matemática (1888), Bjerknes
ganhou uma bolsa para ampliar seus estudos em
Paris, onde lá permaneceu de 1889 a 1890. Em
Paris assistiu aulas de matemática, com Hermite e
Picard, e de mecânica e física matemática, de
Mascart, Poincaré e outros dos melhores
profissionais da época. Com Jules Henri Poincaré
estudou a difusão de ondas elétricas
(eletrodinâmica).
Foi então que ele ficou familiarizado com
os estudos de Heinrich Hertz sobre o mesmo
assunto. O célebre físico alemão Hertz acabara de
demonstrar a existência de ondas
eletromagnéticas propagadas através do espaço e
alguns físicos comeram a pensar que estas ondas
se propagavam mediante o mesmo meio através
do qual atuavam as forças exercidas a distancia.
Heinrich Hertz (1854 –
1894). Fonte: Manuel
P. Calderón
2
1
http://www.sme.com.ar/ecampetella/biografias/bjerknes.htm.
2
http://www.meteored.com/ram/numero9/Bjerknes.asp.
De Paris Vilhelm Bjerknes escreveu a
Hertz, pedindo-lhe para estudar em seu
laboratório da Universidade de Bonn, Alemanha.
Sendo assim, em 1890, ele viajou para Bonn, e
freqüentou a Universidade por dois anos e com 28
anos se transformou em assistente e primeiro
colaborador de Hertz. A colaboração de Bjerknes
com Hertz durante os dois anos seguintes foi
frutífera, especialmente no estudo e experimentos
dos fenômenos de ressonância elétrica e circuitos
oscilatórios, que foram importantes para o
desenvolvimento do rádio.
Ele retornou para Oslo, Noruega para
completar sua tese de doutorado sobre as ondas
hertzianas, que empreendera em Bonn. O
doutorado foi conseguido em 1892 quando ele
tinha trinta anos de idade.
Depois disso, em 1893, foi professor
colaborador e pesquisador na Högskola (Escola
Técnica Superior de Engenharia) de Estocolmo
(Noruega nessa época formava parte do reino da
Suécia), e dois anos mais tarde tornara-se
professor efetivo de mecânica aplicada e física
matemática. Tratava-se de uma recente
instituição científica que pretendia competir com
as mais tradicionais universidades de Upsala e
Lund. Ali, continuou a pesquisa que havia iniciado
com Hertz e publicou alguns trabalhos com
notável sucesso internacional. Porém, devido a
insistência de seu pai voltou a empreender
esforços sobre relação da hidrodinâmica com as
forças a distancia.
Em 1895 casou-se com Honoria Sophia
Bonnevie que veio de uma família de Huguenot,
que fugiu da França para a Noruega na hora de
perseguição. Ela era uma aluna de ciências
naturais na Universidade de Christiania. Eles
tiveram quatro filhos. Seu filho, Jacob Aall
Bonnevie Bjerknes, nasceu em 2 de novembro de
1897. Jacob, mais tarde, colaboraria com seu pai
e se tornaria um meteorologista famoso,
descobrindo o mecanismo que controla o
comportamento de ciclones.
Enquanto viveu em Estocolmo, Bjerknes
parou a pesquisa sobre eletrodinâmica e voltou
mais uma vez aos estudos hidrodinâmicos de seu
pai. Em 1902, publicou Vorlesungenuber
hydrodynamische Fernkrafte (1900-1902), um
resumo de seu trabalho em hidrodinâmica.
Jacob Bjerknes.
Fotografia de E. M.
Rasmussen,
Universidade de
Maryland, EUA
3
.
3
http://www7.nationalacademies.org/opus/elnino_4.html
49
A Formulação do Teorema de Circulação
Entre as importantes contribuições de
Vilhelm Bjerknes estava um novo enfoque, que
superava um dos postulados da hidrodinâmica
clássica dos fluidos, segundo o qual descreve que
a distribuição de densidade de um fluido dependia
apenas da pressão. Bjerknes considerou, de
acordo com o mundo real, que a densidade
depende também de outras variáveis, como a
temperatura e a composição do fluido.
Aplicando essa noção chegou a resultados
muito diferentes dos teoremas de Hermann
Helmoltz e Lord Kelvin sobre a conservação de
vórtices que diz que a densidade pode variar para
um mesmo valor de pressão (distribuição
“baroclinica”) derivando-se para a formação e o
desaparecimento dos movimentos circulares.
Bjerknes apresentou pela primeira vez em 1897
seus resultados sobre vórtices e movimentos
circulares, entre eles a versão inicial do famoso
“teorema da circulação”.
Na verdade o descobrimento do teorema
da circulação para aplicação em Meteorologia
passou inicialmente despercebido, tanto que
Bjerknes nem sequer mencionou sua possível
aplicação ao movimento da atmosfera, pois sua
obsessão era utilizá-lo para demonstrar o
fundamento mecânico do eletromagnetismo e as
forças a distancia, trabalho iniciado por seu pai.
Por sorte, outras pessoas conseguiram
atrair o interesse de Bjerknes para as aplicações
atmosféricas de seus resultados teóricos.
Em particular Nils Ekholm, um
meteorologista do serviço sueco, formado na
Universidade de Upsala, e muito envolvido nos
projetos de expedições ao Pólo Norte. Era, como
Bjerknes, grande amigo de Svante Arrhenius e
através deste não demorou em manter contato
com Vilhelm Bjerknes e fazê-lo perceber a
importante utilidade do teorema da circulação
para estudar os movimentos tridimensionais da
atmosfera e entender a natureza e evolução das
depressões.
Aplicações do Teorema de Circulação na
Meteorologia
Suas conclusões levaram aos dois
importantes princípios que o imortalizam no
mundo da meteorologia. Fundamentalmente, sua
contribuição aponta para indicar claramente, que
a conjunção do aquecimento solar e o movimento
terrestre (que gera fricção) são protagonistas da
dinâmica atmosférica.
Seu primeiro princípio é de múltiplas
aplicações na Meteorologia. Indica que se os
gradientes de pressão e de temperatura tem
direções distintas, "se produz energia" que força o
ar a circular no sentido que leva desde o extremo
do vetor gradiente de pressão (direção na qual
aumenta a pressão) ao do vetor gradiente de
temperatura (direção na qual aumenta a
temperatura) pelo caminho mais curto".
Relações entre os vetores dos gradientes de
pressão e de temperatura. Fonte: Enzo F
Campetella
1
.
Este princípio é tão amplo, que tem
diversas aplicações meteorológicas. Por exemplo,
serve para explicar o fenômeno de brisa marítima
e terrestre. Durante o dia o solo se aquece mais
rápido que a água supondo o céu em sua grande
maioria descoberto. Dessa maneira o gradiente de
pressão apontará para a costa. Como o gradiente
de pressão aponta sempre para baixo, teremos
brisa do mar para a terra. De noite se gerará o
efeito inverso.
Vetores gradientes de pressão e de temperatura
explicando o fenômeno das brisas marítima e
terrestre. Fonte: Enzo F Campetella
1
Também serve para explicar as brisas de
vale ou de montanha. Durante o dia se aquece
mais o ar em contato com a ladeira na qual o sol
incide. Ao meio dia o gradiente vertical de
temperatura apontará para a ladeira, e como o
gradiente de pressão aponta sempre para baixo,
pelo primeiro principio de Bjerknes, nos indica que
se formará circulação ascendendo pela ladeira. Se
a noite estiver sem nuvens, o ar da ladeira se
esfriará mais rápido, e agora o gradiente de
temperatura será justamente o inverso. Por isso
teremos ar fluindo para o centro do vale. Isso
ocorrerá até a camada de inversão.
Vetores gradientes de pressão e de temperatura
explicando o fenômeno das brisas de vale e de
montanha. Fonte: Enzo F Campetella
1
.
50
Porém, este princípio serve para explicar
critérios simples de estabilidade. O princípio
estabelece que todo movimento surge ao se
estabelecer circulação. Se tirarmos de um lugar
uma partícula de ar, deverá ser substituída por
outra.
Se algumas ascendem, outras
descenderão, e vice-versa, gerando circulação. Se
uma partícula de ar em algum momento resulta
mais quente que seu entorno, nesse momento o
gradiente de temperatura (direção na qual
aumenta a temperatura) apontará para essa
partícula. Se o gradiente de pressão sempre
aponta para baixo, o primeiro princípio indicará
que teremos circulação ascendente. É lógico
compreender que essa circulação ascendente
seguirá enquanto o gradiente de pressão aponte
para essa partícula. Ou seja, que essa partícula se
esfriará mais lentamente que o ar ao seu redor.
Explicação dos Movimentos de estabilidade de
partículas. Fonte: Enzo F Campetella
1
.
O segundo princípio chega através de
métodos diferentes às mesmas conclusões que as
obtidas pelo físico francês Coriolis muito tempo
antes. Sua expressão matemática implica termos
inerciais, e mostra qual é o papel que tem na
dinâmica atmosférica a rotação terrestre. No
hemisfério sul, uma partícula que se mova para o
norte terminará desviando-se à esquerda para um
observador parado sobre a Terra. A aplicação
deste princípio foi à base para compreender o
movimento em torno de sistemas de altas e
baixas pressões, por exemplo.
Aplicando suas próprias modificações a
estes teoremas para a atmosfera e o oceano, os
dois maiores sistemas fluidos do mundo, Bjerknes
idealizou a teoria da física hidrodinâmica. Estes
achados foram importantes, pois Bjerknes
percebeu que o movimento atmosférico pode ser
mais bem compreendido quando a hidrodinâmica
e a termodinâmica são combinadas.
Ele sabia que o calor do sol era
transformado em movimento em nossa
atmosfera. A fricção daquele movimento
atmosférico também gera calor, que também é
transformado em movimento.
Conseqüentemente, as leis da
termodinâmica estão entrelaçadas com a
mecânica dos fluidos, e para fazer essa
combinação é necessário entender os fenômenos
da atmosfera. Como o movimento na atmosfera
cria padrões de tempo, os achados de Bjerknes
podiam levar a grandes possibilidades em
previsões meteorológicas.
VILHELM BJERKNES É
CONSIDERADO O FUNDADOR DA
METEOROLOGIA MODERNA E DA
PREVISÃO DO TEMPO.
As descobertas de Bjerknes, porém,
apresentaram uma dinâmica atmosférica mais
estruturada, que permitiam aos meteorologistas
prever de forma mais prognostica e com maior
precisão, especialmente em longo prazo. Surgia
então o que se denominou chamar de
Meteorologia Moderna.
Bjerknes permaneceu ativo mesmo
depois de sua aposentadoria. Em particular, ele se
tornou Presidente da Associação de Meteorologia
da União Internacional de Geodésia e Geofísica
em 1932. Organizou a Reunião Internacional da
Associação em Edinburgh, Escócia, em 1936.
Dirigiu as celebrações do Jubileu de Prata do
Instituto Geofísico de Leipzig em 1938,
encorajando a todos a trabalharem nos problemas
de previsão do tempo. Bjerknes morreu de infarto
em Oslo, Noruega em 9 de abril de 1951.
Para saber mais:
AHRENS, C. D. Meteorology: An
Introduction to Weather, Climate, and the
Environment.
St. Paul: West Publishing
Company, 1994.
FRIEDMAN, R. M. Appropriating the
Weather: Vilhelm Bjerknes and
Construction of a Modern Meteorology.
Cornell University Press, 1989.
MORAN, J. M. and MORGAN, M. D.
Meteorology: The Atmosphere and the
Science of Weather.
Upper Saddle River:
Prentice Hall, 1997.
O'CONNOR, J.J., and ROBERTSON, E.F.
Vilhelm Frimann Koren Bjerknes. School of
Mathematics and Statistics. University of St.
Andrews, Scotland, July 2000.
http://www-history.mcs.st-
andrews.ac.uk/Biographies /Bjerknes_Vilhelm.html
SCHNEIDER, S. H. Encyclopedia of
Climate and Weather. New York: Oxford
University Press, 1996.
"Bjerknes, Vilhelm Friman Koren," Enciclopédia
Britânica Online http://www.britannica.com
1999-2000 Britannica.com Inc.
European Geophysical Society:
http://www.copernicus.org/EGU/egs/bjerknes.ht
m
On The Shoulders of Giants: "Vilhelm Bjerknes":
http://earthobservatory.nasa.gov/Library/Giants
/Bjerknes/
Científicos en la Meteorología:
http://www.portalmundos.com/mundometeorolo
gia/cientificos/bjerknes.htm
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Fonte: http://www.dca.iag.usp.br/www/estacao/
curso de Meteorologia de São Paulo teve a sua origem na antiga Comissão Geográfica e
Geológica do Estado de São Paulo, criada pela Lei Provincial nº. 9, de 27 de março de
1886, chefiada pelo geólogo americano Orville A. Derby. Ele está localizado atualmente no
Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo - USP. No Parque Estadual
das Fontes do Ipiranga, sob a chefia do departamento de Ciências Atmosféricas da USP, funciona
a Estação Meteorológica que foi a precursora dos serviços regulares do Instituto Astronômico e
Geofísico no Parque do Estado, bairro da Água Funda. Foi inaugurada em 22 de novembro de
1932, no local onde se realizavam as obras do novo Observatório Astronômico de São Paulo,
permanecendo até hoje.
HISTÓRICO
Entre as seções da antiga Comissão
Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo
havia a Seção de Botânica e Meteorologia,
dirigida pelo Prof. Alberto Loefgren que foi, sem
dúvida, o embrião do Serviço Meteorológico do
Estado de São Paulo.
Desta forma, deve-se ressaltar que o
Instituto Astronômico e Geofísico da
Universidade do São Paulo teve sua origem no
Serviço Meteorológico do Estado de São Paulo,
sediado a partir de 1888 na antiga torre do
Jardim da Luz, e no Observatório deo Paulo,
situado na Avenida Paulista a partir de 1912.
Entretanto, quando se fala da história
de criação do IAG/USP, não se deve esquecer
de seu criador, José Nunes Belfort Mattos.
No ano de 1898, quando Belfort Mattos
executava trabalhos de Topografia e
Cartografia para solucionar a questão dos
limites entre os estados de São Paulo e Minas
Gerais, a Geofísica e a Astronomia se fundiram,
como demonstra a existência do Observatório
Astronômico de Belfort Mattos, instalado em
sua própria residência na Avenida Paulista.
Com efeito, desde 1902, ele montava,
em sua casa, na Avenida Paulista, um
observatório Meteorológico.
Assim, foi surgindo o que passou a ser
chamado, mediante simples convenção, de
“Observatório da Avenida”, nunca foi oficial e
que não deve ser confundido com o
“Observatório de São Paulo”, que foi construído
mais tarde em terreno adjacente ao primeiro e
que era de propriedade do Governo do Estado.
Em 1902, os quadros no Escritório
Meteorológico foram reorganizados e foi criado
o Serviço de Meteorologia, sendo Belfort Mattos
convidado (pelo então Secretário da Agricultura
Dr. Cândido Rodrigues) para chefiar o novo
Serviço, e os vários instrumentos para estudos
de Meteorologia e Climatologia fornecidos pela
CGG foram incorporados ao “Observatório da
Avenida”, em sua residência.
Em 1907, o setor de Meteorologia
torna-se independente da Comissão
Geográfica, subordinação que não tinha razão
de ser. Então foi criada na ocasião a Seção de
Meteorologia, anexa à Diretoria de Agricultura,
sendo esta última subordinada à Secretaria de
Agricultura.
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Ele foi um dos incentivadores para a
expansão da rede de estações meteorológicas
de superfície, à organização mais sistematizada
das séries temporais de dados meteorológicos
e para a criação da Diretoria de Meteorologia e
Astronomia junto ao Ministério da Agricultura,
em 1909.
Em 1911, nova reforma transformou a
Seção de Meteorologia em “Serviço
Meteorológico”, autônomo, subordinado
diretamente à Secretaria de Agricultura do
Estado de São Paulo. Imediatamente, Belfort
Mattos com seu idealismo, caiu em campo para
obter recursos para a construção de um
Observatório oficial, sonho que ele perseguia
há uma década. No ano seguinte, o
“Observatório da Avenida”, particular, parou de
existir, em vista da construção e inauguração
do novo e oficial “Observatório de São Paulo”.
Belfort Mattos trabalhou na
Meteorologia até os últimos dias de sua vida,
vindo a falecer no dia 28 de julho de 1926 na
cidade de São Paulo.
Seu sucessor, Alypio Leme de Oliveira,
continuou com sua missão onde posteriormente
a Diretoria do Serviço Meteorológico e
Astronômico do Estado de São Paulo foi criada
pela Lei Estadual nº. 2.261, de 31 de dezembro
de 1927. O artigo 1º. da Lei nº. 2.261, em seu
parágrafo único, estabelecia como sede da
Diretoria o Observatório Astronômico e
Meteorológico, situado na Avenida Paulista nº.
69, na capital de São Paulo.
Para evitar a incorporação da Sede
Meteorológica Estadual pelo Governo Federal, o
decreto estadual N 4788 (04/12/1930) anexou
a Sede Meteorológica Estadual à Escola
Politécnica de São Paulo, onde, desde 1894 se
realizava o ensino da Astronomia, passando a
se denominar “Instituto Astronômico e
Geofísico” (IAG).
Placa de Inauguração do IAG.
No dia 22 de novembro de 1932, foi
inaugurada a Estação Meteorológica do
Instituto Astronômico e Geofísico no Parque do
Estado, que iniciou seus trabalhos regulares em
1º de janeiro de 1933, tendo sido o primeiro
setor do IAG a operar no novo local.
A Universidade de São Paulo somente
foi criada pelo Decreto Estadual nº. 6.283, de
25 de janeiro de 1934, pelo então Interventor
Federal em São Paulo, Armando de Salles
Oliveira e teve seus Estatutos regulamentados
pelo Decreto Estadual nº. 6.533, de 4 de julho
de 1934.
Assim, o Instituto Astronômico e
Geofísico, passou a ser considerado Instituto
Complementar da Universidade de São Paulo,
com a sua parte administrativa subordinada à
Secretaria da Indústria e Comércio, cabendo ao
Conselho Universitário dar-lhe orientação
científica e técnica para prestar os serviços dele
esperados.
A vinculação do Instituto à
Universidade de São Paulo era muito desejada
por Alypio Leme de Oliveira, seu diretor que,
antes mesmo dessa oficialização, havia
proposto a criação de uma Escola para
formação de engenheiros geógrafos cujo
currículo abrangia inclusive as disciplinas da
área de Geofísica, Meteorologia, Astronomia,
Geodésia, Mecânica Celeste, Geografia Física e
Geologia.
O Instituto Astronômico e Geofísico do
Estado foi extinto pelo Decreto Estadual nº.
7.309, de 5 de julho de 1935. Com esta
extinção foram criados o Departamento
Geográfico e Geológico e o Instituto
Astronômico e Geofísico, permanecendo ambos
na Secretaria da Agricultura, Indústria e
Comércio. O Departamento Geográfico e
Geológico ficou encarregado da Rede
Meteorológica do Estado de São Paulo e o
Instituto Astronômico e Geofísico conservou
sua Estação Meteorológica para fins de
pesquisa.
Em 1941, os Serviços Meteorológicos
Estaduais passaram para o Governo Federal, a
Estação Meteorológica do IAG-USP deixou de
fazer parte da rede, permanecendo como
estação isolada, mais direcionada para a
pesquisa.
Frente do IAG no Parque do Estado (foto de
1940).
Em 1946, Instituto Astronômico e
Geofísico foi definitivamente incorporado à
Universidade de São Paulo pelo Decreto
Estadual nº. 16.622, de 30 de dezembro de
1946, com a mesma denominação e
finalidades, passando a constituir um de seus
Institutos Anexos. Alypio Leme de Oliveira
6
continuou como seu diretor até 1955, época de
sua aposentadoria, quando foi substituído pelo
Prof. Abrahão de Moraes, que permaneceu no
cargo até a data de sua morte, em dezembro
de 1970.
Após a morte do Prof. Abrahão de
Moraes, foi criado o Conselho Diretor do
Instituto Astronômico e Geofísico pela Portaria
GR nº. 1.424, de 17 de março de 1971. No ano
seguinte através do Decreto Estadual nº
52.907, de 27 de março de 1972, o Instituto
Astronômico e Geofísico é transformado em
Unidade da Universidade de São Paulo (USP).
Neste mesmo ano a Portaria GR nº
1.809, de 26 de maio de 1972, estabeleceu no
IAG/USP os Departamentos de Astronomia,
Geofísica e Meteorologia, o qual teve seu nome
mudado para Departamento de Ciências
Atmosféricas em junho de 1991.
Em 1975, o IAG tornou-se Unidade de
Ensino e Pesquisa da USP, tendo os cursos de
bacharelado em Meteorologia e Geofísica sido
criados anos depois, respectivamente, em 1977
e em 1984.
A criação e implantação do
Departamento de Meteorologia foi
conseqüência da existência da Estação
Meteorológica, instalada em 22 de novembro
de 1932 no Parque do Estado (hoje Parque
Estadual das Fontes do Ipiranga), onde se
realizava obra do novo Observatório
Astronômico de São Paulo.
Vista do Observatório de São Paulo, situado no
Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.
A Estação Meteorológica do Parque do
Estado, por sua vez, tinha a finalidade de
substituir a Estação Meteorológica Central do
Serviço Meteorológico do Estado de São Paulo,
que funcionava no antigo Observatório de São
Paulo, situado na Avenida Paulista nº. 69, que
deveria ser desativada após concluir um
período de observações simultâneas, o que de
fato ocorreu entre 1933 a 1936.
Na época da organização do
Departamento de Meteorologia (1972), de
todos os técnicos especializados então
vinculados à Estação Meteorológica, somente
três possuíam formação de nível superior, dois
bacharéis em Física e um em Geografia. Eles
foram contratados como docentes do
Departamento de Meteorologia em 1973, na
qualidade de auxiliares de ensino.
Prédio do Antigo Observatório da Avenida Paulista.
Desse modo, o Departamento de
Meteorologia procurou atender à parte que lhe
competia dentro de um convênio com o
Instituto de Física da USP, que tratava de
instituir modalidades de especialização no curso
de bacharelado em Física, incluindo no currículo
desse curso, disciplinas optativas das áreas de
Astronomia, Geofísica e Meteorologia. Na
impossibilidade de se encontrar no Brasil
pessoal qualificado na área de Meteorologia
para compor o quadro de docentes do
Departamento, foi necessário recorrer à
contratação de pessoal qualificado no exterior.
A partir de 1975 começaram a chegar
os primeiros estrangeiros contratados, sendo
então possível constituir o Departamento de
Meteorologia e seu Conselho, iniciando-se
também o oferecimento de algumas disciplinas
isoladas em nível de pós-graduação,
posteriormente, em 1984, passou a ter seu
próprio programa.
A criação da pós-graduação encorajou
o IAG a tentar organizar um curso de
bacharelado em Meteorologia que devido às
necessidades profissionais da área no Brasil,
era sensivelmente encorajado pelo Ministério
da Educação e Cultura. Em 1977, foi de fato
iniciado o referido curso com vinte vagas e
duração de oito semestres. O curso foi
reconhecido pelo Ministério da Educação e
Cultura (Portaria nº. 409, de 1º/10/82).
Após o início do curso de bacharelado
em Meteorologia, os contratados do exterior
começaram a deixar o IAG e, pela dificuldade
de contratar no Brasil novos docentes
qualificados para substituí-los, tomou-se a
decisão de contratar bacharéis ou mestres das
áreas da Física e da Matemática para
completarem seus programas de doutoramento
no exterior. Entretanto, com a redução do
número de docentes, o Departamento perdeu
sua autonomia, passando a ser administrado
por uma Comissão Supervisora composta por
membros da Congregação do IAG, perdendo
também o seu Conselho.
6
Com o retorno do pessoal que estava
no exterior e o envio de novos docentes para
esse tipo de programa, o Departamento de
Meteorologia foi paulatinamente se
consolidando, embora com um corpo docente
reduzido. A partir de 1989 reconquistou sua
autonomia e seu Conselho.
Os anos 90 foram de muitas
negociações para a construção de novo(s)
edifício(s) na Cidade Universitária, que
permitisse o reagrupamento dos
departamentos do IAG num mesmo sítio, e
desse um novo uso à área ocupada na Água
Funda.
A infra-estrutura de funcionamento do
curso de Meteorologia evoluiu enormemente,
desde instalações precárias na Antiga Reitoria
até a inauguração do edifício localizado à Rua
do Matão, 1226, em 1990. Durante quase 30
anos, parte dos funcionários do IAG e docentes
do Departamento de Astronomia
permaneceram na Água Funda, enquanto outra
parte das atividades de ensino de graduação,
pós-graduação e pesquisa já se encontravam
na Cidade Universitária.
“Barracão” onde eram desenvolvidas as
atividades do Departamento de Meteorologia na
Cidade Universitária até o ano de 1990.
Tendo em vista o desenvolvimento da
Meteorologia com novas técnicas tanto na parte
teórica quanto na instrumental e aquisição de
dados, e principalmente com a interação mais
estreita com outras áreas correlatas, o
Departamento de Meteorologia passou, a partir
de 1991, a ter a denominação de
Departamento de Ciências Atmosféricas - DCA,
abrindo mais sua área de atuação.
Em 2001 o Instituto Astronômico e
Geofísico teve seu nome mudado para Instituto
de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas. Após a construção de novos
prédios do IAG na Cidade Universitária,
ocupando uma área de 15.000 m
2
, houve a
integração do setor administrativo e de
serviços com o setor acadêmico. Esta mudança
trouxe uma integração efetiva dos três
departamentos, racionalização dos serviços de
apoio, laboratórios, unificação e ampliação do
acervo da biblioteca e dos serviços de
informática.
O Departamento de Ciências
Atmosféricas (DCA) do Instituto Astronômico e
Geofísico é um jovem departamento da USP.
Criado em 1975, é hoje, após 23 anos, um
departamento bem estabelecido e reconhecido
internacionalmente. Os currículos de Graduação
e Pós-Graduação em Meteorologia foram
gradativamente alterados ao longo desses
anos, e novas técnicas de ensino foram
introduzidas como conseqüência do grande
envolvimento do seu corpo docente - em
atividades de pesquisa. Todas as avaliações
feitas do DCA ou de sua pós-graduação
reconhecem a capacidade atingida pelo seu
corpo docente e a qualidade de seu ensino e de
sua pesquisa.
ATIVIDADES ACADÊMICAS E DE PESQUISA
O Departamento de Ciências
Atmosféricas do Instituto de Astronomia,
Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP é
responsável pelos cursos de Graduação e Pós-
Graduação, concedendo graus de Bacharel,
Mestre e Doutor, cursos de Extensão
Universitária e de Especialização. Além dessas
atividades o Departamento desenvolve
pesquisas em diversas áreas, assim como
presta serviços à comunidade através de
convênios com alguns órgãos estaduais e
federais.
O DCA dispõe de excelentes recursos,
técnicos e computacionais, laboratórios
avançados, apoiados por uma infra-estrutura
computacional de qualidade, além de
pesquisadores convidados de renome
internacional, que garantem formação sólida e
abrangente aos seus alunos.
Os alunos também podem se envolver
com projetos de Iniciação Científica, obtendo
bolsas de estudo cedidas por órgãos de
fomento à pesquisa estadual – FAPESP - e
federal - CNPq, sob orientação de um
professor. Embora não obrigatórios, estágios
em empresas públicas e privadas podem
também ser incentivados.
O Departamento de Ciências
Atmosféricas do IAG/USP desenvolve pesquisas
nas seguintes áreas:
Climatologia: Estudo das condições
atmosféricas em longos períodos e suas
variações em diferentes regiões do globo
por meio de observações (rede
convencional e satélites), e de simulações
numéricas com modelos climáticos
regionais e globais.
Dinâmica de Grande e Mesoescala:
Estudos diagnósticos de grande e
mesoescala e de interação entre escalas,
incluindo modelagem numérica do tempo e
clima.
Eletricidade Atmosférica: Eletrificação
em nuvens, física da precipitação em
tempestades, técnicas de monitoramento
de descargas elétricas, aplicações de
relâmpagos em meteorologia e hidrologia.
6
Interação Atmosfera-Oceano: Interação
entre atmosfera e oceano nas diversas
escalas espacial e temporal, usando análise
de dados e de modelagem numérica.
Interação Biosfera-Atmosfera:
Monitoramento dos fluxos de água, energia
e carbono sobre ecossistemas, modelagem
numérica do sistema solo-vegetação e
impactos no clima e no tempo.
Hidrometeorologia: Modelagem numérica
hidrometeorológica, análise objetiva, redes
de medição de mesoescala, previsão de
chuva e vazão a curto prazo, balanço
hídrico e hidrologia com radar
meteorológico.
Micrometeorologia: Dinâmica da camada
limite planetária, modelagem numérica de
turbulência atmosférica e aplicações à
dispersão de poluentes atmosféricos.
Poluição Atmosférica: Aerossóis
atmosféricos. Simulações da produção de
poluentes. Composição química da
deposição seca e úmida. Impactos de
poluição atmosférica. Biometeorologia.
Modelagem de dispersão e concentração de
poluentes
Radiação Solar: Cálculo teórico e
determinação experimental das
componentes do balanço de radiação,
impacto do aerossol e do vapor D’água.
Sensoriamento Remoto: Aplicação e
utilização de radares e satélites
meteorológicos, para o estudo da
precipitação e da convecção em diversas
escalas e das propriedades radiativas da
atmosfera.
O Departamento de Ciências
Atmosféricas da USP possui em sua estrutura:
Laboratório de Micrometeorologia.
Laboratório de Análises em Múltiplas
Escalas - GEM.
Laboratório de Interação Ar – Mar - LIAM.
Laboratório de Clima e Biosfera – LCB.
Laboratório de Análises dos Processos
Atmosféricos – LAPAt.
Laboratório de Hidrometeorologia –
LabHidro.
Laboratório de Análises e Modelagem
Climática (Grupo de Estudos Climáticos) –
LAMC/GrEC.
Laboratório de Sensoriamento Remoto
Aplicado as Tempestades – STORM-T.
Laboratório de Meteorologia Aplicada a
Sistemas de Tempo Regionais – MASTER.
Estação Meteorológica de Superfície.
A Estação Meteorológica do IAG/USP
encontra-se situada no Parque Estadual das
Fontes do Ipiranga (antigo Parque do Estado),
bairro da Água Funda, capital, SP. Estas
instalações têm sido praticamente as mesmas
desde o início de suas atividades, na remota
manhã de 22 de novembro de 1932.
Ela está registrada junto à Organização
Meteorológica Mundial sob o número 83004, e
é constituída de um cercado meteorológico, de
um conjunto de salas no terraço do edifício da
administração do Parque de Ciência e
Tecnologia da USP e de uma torre no alto deste
mesmo edifício.
Vista Geral da Estação Meteorológica do
Departamento de Ciências Atmosféricas.
Prédio que abriga as salas da Estação
Meteorológica.
Além de coletar, tratar e disseminar
suas observações de superfície, e de receber
visitantes de todas as faixas escolares ao longo
do ano, a Estação Meteorológica tem se
constituído em um laboratório para aulas
práticas do Bacharelado em Meteorologia.
Desde a sua implantação 25 turmas
concluíram o curso de graduação, até o
segundo semestre de 2005, com 172
graduados. A seguir é mostrado um quadro
geral da evolução temporal dos alunos
ingressantes, desistentes e que se formaram
no curso de Meteorologia até o ano de 2004.
Números de alunos ingressantes, desistentes e
formados nos cursos de Meteorologia do IAG/USP
(até o ano de 2004).
6
De um total de 143 alunos formados
(no período de 1977 até 2004), os dados
mostram que 34% trabalhavam em empresas
públicas (INEMET, INPE, SIVAM, SIMEPAR,
SIMERJ, IPMET, CTA, CPTEC, entre outras),
12% em empresas privadas de previsão de
tempo (entre elas, CLIMATEMPO e SOMAR),
3% estavam trabalhando em Universidades e
Instituições da área no exterior e 8% foram
contratados como docentes da USP e outras
instituições de ensino superior. Isto perfaz um
contingente de 57% do total de formados,
evidenciando suas habilidades adquiridas
durante o curso.
Números de formados em Meteorologia com
destino conhecido, tomando como base o ano de
2004.
Os demais formados: 2% foram
contratados como técnicos do Departamento,
2% como profissionais da área de informática
(cujo perfil do meteorologista igualmente se
adequa), 3% estão cursando doutorado no
exterior (Estados Unidos, França e Inglaterra),
18% cursando pós-graduação no Brasil. Por
fim, 18% não estão trabalhando em
Meteorologia.
A pós-graduação em Meteorologia do
IAG/USP iniciou suas atividades em 1975.
Porém, apenas em 1980 o primeiro título de
Mestre foi concedido, pois naquela época a
procura era incipiente e a evasão significativa.
Atualmente, há 74 estudantes
matriculados no Programa. Historicamente, a
maior parte de interessados no Programa eram
egressos dos cursos de graduação em
Meteorologia, Física e Matemática, mas, nos
dias atuais, além destes, as áreas de pesquisa
desenvolvidas têm atraído geógrafos, biólogos,
químicos e engenheiros.
Desde a sua criação até o ano de 1999,
86 estudantes obtiveram o título de Mestre, 16
de Doutor e 5 concluíram o doutorado direto
(sem fazer o mestrado). A seguir é
apresentada uma análise comparativa entre o
número de títulos e de evasões até 1999.
Como pode ser observado abaixo, era alto o
índice de evasão no início do Programa.
Número de alunos formados e de evasão dos
cursos de mestrado (ME), doutorado (DO) e
doutorado direto (DD) do Curso de Meteorologia
do IAG/USP.
A partir de 2000, houve mudanças e o
índice de evasão diminuiu bastante, conforme
pode ser verificado abaixo.
Estatística anual a partir de 2000 dos alunos que
obtiveram o título de Mestre em comparação com
os que não obtiveram êxito.
Finalmente, a seguir é mostrada
estatística similar para os estudantes de
Doutorado. Atualmente há 45 estudantes
regularmente matriculados no Mestrado, 27 no
Doutorado (com Mestrado) e dois (2) no
Doutorado Direto.
Estatística anual a partir de 2000 dos alunos que
obtiveram o título de Doutor em comparação com
os que não tiveram sucesso.
6
Corpo Docente
Atualmente, o corpo docente do
Departamento de Ciências Atmosféricas é
composto por 18 professores, conforme se
segue:
NOME TITULAÇÃO
ÁREA DE
CONHECIMENTO
Adalgiza
Fornaro
Doutora Química da
Atmosfera
Adilson W.
Gandú
Doutor Dinâmica de
Grande,
Mesoescala
Amauri P. de
Oliveira
Doutor Micrometeorologia,
Instrumentação
Meteorológica
Augusto J.
P. Filho
Doutor Hidrometeorologia,
Mesoescala,
Instrumentação
Meteorológica
Carlos
Augusto M.
Rodriguez
Doutor Sensoriamento
Remoto da
Atmosfera
Edmilson D.
de Freitas
Doutor Agrometeorologia,
Mesoescala,
Modelagem
Numérica, Poluição
Atmosférica
Fábio Luiz T.
Gonçalves
Doutor Poluição
Atmosférica,
Biometeorologia
Humberto R.
da Rocha
Doutor Interação Biosfera-
Atmosfera,
Instrumentação
Meteorológica
Jacyra R.
Soares
Doutora Micrometeorologia,
Interação Oceano-
Atmosfera
Leila Maria
V. de
Carvalho
Doutora Climatologia
Marcia A.
Yamasoe
Doutora Poluição
Atmosférica,
Radiação
atmosférica
Maria A. F.
da Silva Dias
Doutora Dinâmica de
Grande e
Mesoescala,
Modelagem
Matemática
Maria de
Fátima
Andrade
Doutora
Poluição
Atmosférica
Oswaldo
Massambani
Doutor Hidrometeorologia,
Sensoriamento
Remoto da
Atmosfera
Pedro L. da
Silva Dias
Doutor Climatologia,
Modelagem
Matemática
Ricardo de
Camargo
Doutor
Interação
Atmosfera-Oceano
Rosmeri P.
da Rocha
Doutor Climatologia
Tércio
Ambrizzi
Doutor Climatologia,
Meteorologia
Dinâmica
Deve-se ressaltar que o corpo docente
do Departamento de Ciências Atmosféricas é o
único em que todos os seus professores
possuem o título de doutor.
Devido a tudo que foi apresentado
acima, mostra a importância e o sucesso
alcançado pelo Curso e pelos profissionais
formados em Meteorologia na USP.
Mais informações:
Departamento de Ciências Atmosféricas
da USP:
Rua do Matão, 1226 - Cidade Universitária -
CEP: 05508-090 - São Paulo - SP
Fone: (0XX-11)3091-4713/4731
Fax: (0XX-11) 3091-4714
Prof. Ricardo de Camargo
Chefe do Departamento
e-mail: ricamarg@model.iag.usp.br
Prof. Humberto Ribeiro Da Rocha
Vice-Chefe
Sites:
http://www.dca.iag.usp.br/www/historico.ph
p
http://www.dca.iag.usp.br/www/estacao/
http://www.dca.iag.usp.br/www/posgraduacao
.php
Livro:
# Instituto Astronômico e Geofísico de São
Paulo: Memória sobre sua Formação e
Evolução, de Paulo Marques dos Santos.
58
eflexões
A
A
D
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g
g
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a
a
sociedade brasileira vem vivendo uma enorme crise de ética política e
conseqüentemente social. Em um momento em que a nação brasileira segue
atentamente a definição do seu destino político, elegendo presidente,
governadores e parlamentares. Da mesma forma, deve-se ressaltar a importância
de nós, cidadãos e profissionais, atermos a questão da ética como ponto de partida da
cidadania e profissionalismo; caso contrário, a desejada democracia e liberdade cidadã
serão ludibriadas por aqueles que sabem manipular usando os meios de comunicação
de massa. Assim, espera-se que com esta reflexão se possa melhorar a percepção de
todos, principalmente, os estudiosos em Meteorologia.
Com o objetivo de que a vida na
sociedade pudesse perpassar com nenhum ou o
mínimo de problemas, foi necessário o
estabelecimento de padrões de
comportamento, que devem ser incorporados à
conduta pessoal em todos os segmentos de
atividade. Essa necessidade de organizar a
convivência, de forma que todas as pessoas
sintam-se respeitadas, foi o que levou a criação
de todos os códigos, normas e leis que, escritos
ou não, vigoram formal ou informalmente em
todas as sociedades mundiais.
Para tanto, dois valores estão por trás
de todo o estabelecimento social de regras:
ética e moral. Assim, a linha de pensamento
inicial é apresentar a definição e diferenciação
entre ética e moral.
Por definição, moral é o conjunto de
normas de conduta aceito por uma
determinada sociedade, em uma determinada
época. A moral é mutável, que se transforma
com a evolução dos costumes e atitudes,
variando de uma região a outra conforme a
cultura de cada povo. Assim, baseia-se em
regras que visam estabelecer uma certa
previsibilidade para as ações humanas.
Já ética é o estudo geral do que é bom
ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado. Ela é um valor mais
fundamental e está menos sujeito a
transformações, pois vincula-se a aspectos
mais básicos do relacionamento humano. Um
dos objetivos da ética é a busca de
justificativas para as regras propostas pela
moral e pelo direito. Enquanto a moral é
imposta pela comunidade, a ética é um código
de conduta pessoal, assumido voluntariamente
pelo próprio indivíduo ou profissional, que
independe da moral vigente.
Em vista disso, cada pessoa tem o seu
código de ética, que determina os seus limites
de conduta, sem depender de exigências ou
policiamento. Essa ética pessoal reflete o
conjunto de crenças e valores desse indivíduo.
Porém, além da ética individual, citada
acima, há uma ética coletiva, determinada por
costumes e valores que são universalmente
aceitos e outros que são consensuais em
determinado grupo ou segmento social ou
profissional.
Portanto, para que um local de
trabalho seja organizado e funcione de maneira
apropriada, as pessoas que dele participam
necessitam seguir certas normas de conduta
que são de consenso dentro desse ambiente.
Essas normas, que por sinal são essenciais,
têm sido reunidas em códigos que
fundamentam o exercício profissional.
R
R
A
59
É por isso que cada profissão tem o
seu “código de ética” e o seu “juramento”, que
caracterizam o papel daquela profissão no
contexto da atividade.
Deve-se ressaltar que as leis de cada
profissão são elaboradas com o objetivo de
proteger os profissionais, a categoria como um
todo e as pessoas que dependem daquele
profissional, mas há muitos aspectos não
previstos especificamente e que fazem parte do
comprometimento do profissional em ser
eticamente correto, aquele que, independente
de receber elogios, faz A COISA CERTA.
Ética Profissional em Meteorologia
No momento da colação de grau,
fazemos juramento de defender e de cumprir
os deveres e direitos de forma ética de nossa
profissão.
Além disso, deve-se seguir o código de
ética de nossa profissão.
O código de ética de uma profissão
pressupõe atitudes e posturas a serem
seguidas, por todos aqueles que estão
envolvidos em um trabalho.
Neste sentido, o meteorologista possui
um Código de Ética, similar ao engenheiro,
arquiteto, agrônomo, geólogo, geógrafo,
tecnólogos e dos técnicos agrícolas e
industriais, elaborado e aprovado pelo CONFEA
(www.confea.org.br), que enuncia os
fundamentos éticos e as condutas necessárias
à prática destas profissões e relaciona seus
direitos e deveres.
Este Código está pautado em princípios
éticos aos quais o profissional deve manter sua
conduta levando em conta:
objetivo da profissão,
natureza da profissão,
honradez da profissão,
eficácia profissional,
relacionamento profissional,
intervenção profissional sobre o meio, e
liberdade e segurança profissionais.
Ele contém também os direitos e
deveres, as condutas vedadas e da infração
ética.
Este Código é importante porque a
dinâmica da sociedade no século XXI imprime à
realidade do meteorologista mais desafios,
resultados de um cenário que abriga novas
demandas sociais básicas, aliadas às
contemporâneas questões da responsabilidade
ambiental e da aplicação das novas tecnologias.
Por isso, torna-se imprescindível que
todo profissional leia com atenção esse Código,
que está disponível no portal do CONFEA.
É fundamental ter sempre em mente
que há uma série de atitudes que não estão
descritas no nosso Código de Ética, mas que
são comuns a todas as atividades que uma
pessoa pode exercer.
Como por exemplo, atitudes de
generosidade e cooperação no trabalho em
equipe, mesmo quando a atividade está sendo
exercida de forma isolada em uma sala, ela faz
parte de um conjunto maior de atividades que
dependem do bom desempenho desta.
Fala-se disto porque muitas
oportunidades de trabalho surgem onde menos
se espera, desde que se esteja aberto e
receptivo, e que as pessoas se preocupem em
ser um pouco melhor a cada dia, seja qual for
sua atividade profissional.
Sendo assim, você se tornará um
profissional que age de forma eticamente
correta em Meteorologia.
A Volta Curricular da Ética Profissional
A reflexão sobre as ações realizadas no
exercício de uma profissão deve ser iniciada
bem antes da prática profissional.
Isto é verdade porque a fase da
escolha profissional, ainda durante a juventude,
muitas vezes já deve ser permeada por esta
reflexão. A escolha por uma profissão é
seletiva, mas ao escolhê-la, o conjunto de
deveres profissionais passa a ser obrigatório.
Geralmente, quando se é jovem, escolhe sua
carreira sem conhecer o conjunto de deveres
que está prestes ao assumir tornando-se parte
daquela categoria que escolheu.
Toda a fase de formação profissional, o
aprendizado das competências e habilidades
referentes à prática específica numa
determinada área, deve incluir a reflexão,
desde antes do início dos estágios práticos.
Portanto, é importante e necessário
inserir nas grades curriculares dos cursos de
Meteorologia em nosso país a disciplina Ética
Profissional para que ao completar a formação,
seja em nível técnico ou superior, esta pessoa
saiba o porque e para que estará fazendo o
juramento, que significa sua adesão e
comprometimento com a profissão. Sim, os
cursos de Meteorologia deveriam ter, em todos
os seus níveis, como cadeira obrigatória, a
ética.
Alguns cursos a possuem, mas muitos
ainda não a tem em sua grade curricular.
Porém é importante para que seu efeito não
seja rapidamente reduzido quando se encontra
com a prática do mercado depois do diploma,
como também para evitar que a ética se torne
a moral de cada um e só.
E lembre-se: para o mercado, a
conduta ética de um profissional é tão
importante quanto seu talento; e uma boa
imagem leva anos para se formar, mas pode
ser destruída rapidamente por qualquer deslize
ético.
Os Editores
60
http:// semanact2006.mct.gov.b
16 a 23 de outubro de 2006
Tipos de atividades que vão acontecer na
Semana Nacional de C&T:
Dias de Portas Abertas em instituições de
pesquisa e universidades;
Festivais e feiras de ciência;
Concursos para crianças e jovens;
Oficinas para o público;
Atividades unindo ciência, cultura e arte;
Ida de cientistas às escolas;
Palestras e discussões públicas sobre temas
científicos de interesse geral;
Jornadas de iniciação científica;
Produção de cartilhas, encartes e mapas da
ciência;
Exibição de filmes e vídeos científicos;
Excursões científicas;
Entrevistas, debates e documentários nos
jornais, rádios e TV’s sobre temas de ciência e
tecnologia.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
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