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constantemente a graves impactos sociais, e a
enormes prejuízos econômicos, muitas vezes
difíceis de serem quantificados. Mesmo em
regiões com tecnologia avançada e com
organização social suficiente para diminuir
esses impactos, os rigores meteorológicos
muitas vezes causam enormes prejuízos
econômicos.
Com a crescente tendência de se
minimizar os efeitos adversos da exploração
agrícola sobre o ambiente, com os
consumidores impondo restrições e
especificando condições de produção de
alimentos, o planejamento do uso da terra com
base nos aspectos forçantes do clima procura
fornecer elementos para desenvolvimento da
agricultura sustentável.
Resumindo, a agrometeorologia tem
sua principal aplicação no planejamento e na
tomada de decisões em uma propriedade
agrícola, seja na produção animal ou vegetal,
sendo ferramenta indispensável no processo
produtivo rural.
¾ Meio ambiente
Além de dizer se vai chover, a
Meteorologia estuda a microfísica das nuvens
(como se formam), a poluição atmosférica, a
camada de ozônio e as variações climáticas em
um ecossistema. Com o aumento do
desmatamento, muitas vezes seguido de
inúmeros focos de queimadas, principalmente
na região amazônica, o sensoriamento remoto
da atmosfera tem sido primordial. Outra
contribuição é o desenvolvimento dos sensores
meteorológicos, acoplados a sistemas
automáticos de aquisição de dados, que tem
permitido melhorar a qualidade e a distribuição
espacial das observações de superfície. Além
da possibilidade de aumentar a densidade de
pontos de coleta sobre os oceanos e locais
inóspitos.
Outra grande ferramenta de suporte
para essa área são os radares, que permitem
monitorar as chuvas e os eventos
meteorológicos adversos (tornados,
tempestades, granizo, etc.), com informações a
muito curto prazo (horas) sobre sua extensão e
progressão espaço-temporal. Os satélites
meteorológicos de órbita quase polar medem a
distribuição vertical da temperatura e umidade
atmosférica, temperatura da superfície dos
oceanos, concentração de ozônio e cobertura
de gelo; os geoestacionários fornecem imagens
periódicas durante o dia, na faixa do
infravermelho e do visível, permitindo
informações sobre nebulosidade, massas de ar,
temperatura, radiação solar, chuvas, tufões e
furacões em grande área do globo, auxiliando
nas previsões em curto prazo. Deve-se
ressaltar que os satélites de comunicação
desempenham papel importantíssimo no
intercâmbio de informações básicas para a
previsão, bem como na distribuição de seus
produtos.
¾ Energia
No setor de geração de energias,
previsões de até três meses, principalmente de
chuvas, é extremamente importante para se
saber o nível dos reservatórios. Com a seca, o
sistema de alerta é fundamental na tomada de
decisão, como programar e reduzir a geração
de energia.
Com a crise do petróleo o
direcionamento das pesquisas tem se voltado
para as energias renováveis. Como os recursos
solares e eólicos são primariamente
controlados pelo clima, dados meteorológicos e
ambientais são, fundamentais para o
desenvolvimento de modelos de levantamento
desses recursos. Porém o investimento nessas
áreas no Brasil é inibido pela escassez e baixa
confiabilidade dos dados existentes.
Investidores interessados em novos projetos
necessitam de uma base sólida e acessível de
informações ambientais e climáticas para que
possam, através de ferramentas específicas,
avaliar o retorno de seus investimentos.
¾ Transportes
O setor de transporte é fundamental no
desenvolvimento econômico do País, uma vez
que todas as atividades produtivas requerem
uma rede de transporte aéreo, marítimo e
terrestre funcionando de forma segura e
eficiente. Parte desta segurança está associada
aos fatores meteorológicos de caráter adverso.
Assim, as informações de eventos extremos em
curto prazo são essenciais para as operações
de proteção ao tráfego aéreo, marítimo e
terrestre e operações de portos, aeroportos,
terminais ferroviários e rodoviários. Para dar
suporte a estes segmentos destacamos aqui
dois importantes sistemas de monitoramento
meteorológico em operação, são eles:
Divisão de Meteorologia, da Diretoria
de Eletrônica e Proteção do Vôo (DEPV), do
Comando da Aeronáutica que presta o serviço
meteorológico aeronáutico, em apoio à
navegação aérea militar e civil e às operações
aeroportuárias, sendo o representante do Brasil
perante a Organização de Aviação Civil
Internacional (OACI). Este serviço opera uma
rede de observações meteorológicas de
superfície e de altitude, localizadas nos
principais aeroportos do País, e uma rede de
radares.
Divisão de Previsões Ambientais, do
Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), do
Comando da Marinha que presta o serviço
meteorológico marinho e é responsável pelo
apoio às operações navais, à navegação
mercante e desportiva e à busca e salvamento
marítimos, em cumprimento aos compromissos
assumidos pelo Brasil junto à Organização
Meteorológica Mundial (OMM) e à Organização
Marítima Internacional (OMI), no âmbito da
Convenção Internacional para a Salvaguarda da
Vida Humana no Mar. Este serviço realiza
previsões do tempo e do estado do mar para a