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ROSALIA CASARIN
CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS VETORES DE DEGRADAÇÃO
AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA PARAGUAI/DIAMANTINO
Rio de Janeiro
2007
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ii
CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS VETORES DE DEGRADAÇÃO
AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA PARAGUAI /DIAMANTINO
ROSALIA CASARIN
TESE submetida ao corpo docente do
Programa de Pós-Graduação em Geografia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro –
UFRJ, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do grau de Doutor.
Avaliada por:
___________________________________
Prof. Dr. Mauro Sérgio Fernandes Argento
Presidente e Orientador
___________________________________
Profª Drª Sandra Batista da Cunha
___________________________________
Profª Drª Carla Bernadete Madureira Cruz
___________________________________
Prof. Drª. Célia Alves de Souza
___________________________________
Profª. Drª. Mônica Marçal dos Santos
Rio de Janeiro/RJ
2007
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iii
FICHA CATALOGRÁFICA
CASARIN, Rosalia.
Caracterização dos principais vetores de degradação ambiental
da bacia hidrográfica Paraguai/Diamantino. Rio de Janeiro:
UFRJ/GEOCIÊCIAS, 2007, 169 p.
Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal do Rio
de Janeiro/Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG),
Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em
Geografia.
Orientador: Mauro Sérgio Fernandes Argento
1. Nascentes do rio Paraguai
2. Bacia hidrográfica
3. Geoprocessamento
4. Uso da terra
5. Qualidade da água
iv
“Gerada pela mineração do diamante, a partir de 1805, constituiu-se a povoação de
Diamantino, à beira de tributário do Alto Paraguai. Quando começou a esmorecer, após o
primeiro quartel de produtivas atividades, outra indústria extrativa atraiu egressos das lavras
decadentes. Já não catariam as pedras cada vez mais esquivas, em meios dos cascalhos
estéreis. Mateiros que zanzavam à caça, ou em explorações pela selva portentosa, rio abaixo,
descobriram pequena planta, que daria título à vestimenta vegetal dilata pela encosta da serra
dos Parecis, onde se adensa a Mata da Poaia. À primeira vista, nenhum indício a recomendava
à apreciação dos devassadores de terra impérvias. Mas, ocultas no solo humoso, ou aparentes,
as raízes prestadias continham substância medicinal. Entrara no receituário médico, por
maneira que lhe cresceu o consumo, graças à opulência das matas litorâneas, onde se lhe
intensificou a procura desordenada e final destruição”.
(VERGÍLIO CORRÊA FILHO)
v
Agradecimentos
Meus sinceros agradecimentos:
A Deus por conceder-me a vida em um lar onde me deram os ensinamentos necessários à sobrevivência digna e
às superações;
Aos meus pais (in memorian) pelos ensinamentos de fé, responsabilidade e trabalho;
Às instituições: Universidade do Estado de Mato Grosso-Unemat, Universidade Federal do Rio de Janeiro-
UFRJ e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-Capes, a minha eterna gratidão por
acreditarem no meu potencial, favorecendo o aperfeiçoamento do meu conhecimento científico;
À prefeitura de Diamantino-MT pelo fornecimento de dados e informações;
Aos meus familiares pela fraterna harmonia e respeito que sempre nos uniram;
A todos os professores que contribuíram para o meu conhecimento profissional;
Ao Professor Dr. Mauro, orientador desta Tese, e às professoras Drªs. Sandra Baptista, Carla Madureira,
Mônica Marçal e Célia Alves, Banca Examinadora, os meus sinceros sentimentos de gratidão pelos
ensinamentos a mim dispensados;
Aos meus companheiros Ronaldo e Sandra, o meu afeto pela dedicação que me dispensaram nesta jornada;
À Maria da Glória o meu eterno apreço pelo companheirismo, as suas palavras muitas vezes me despertaram
o ânimo e a audácia necessários para superar as objeções que me afligiam;
Ao companheiro das jornadas de campo, Sebastião dos Santos pela habilidade e responsabilidade com que
sempre me auxiliou nas árduas campanhas;
Ao querido Léo o meu apreço pela sua dedicação, tenho a convicção de que serás um grande representante da
engenharia civil, mas, com certeza a sua maestria será em tecnologias de geoprocessamento, executando
mapeamentos;
À Ildione e.Nildete o meu apreço pela dignidade no cumprimento de seus trabalhos;
Aos amigos Marcelo, Jorge, Roberta e Evaristo minha admiração pelo caráter altivo e magnânimo;
À Adélia Maria, Praxedes e Juarez, pessoal de Diamantino, meus agradecimentos pela solicitude dispensada;
Aos meus amigos(as) de jornada de labor: Célia, Josefa, Juberto, Olinda, Verinha, Aguinaldo a minha
admiração pela amabilidade e companheirismo;
À professora Mirami e o professor Fernando pelo auxílio técnico desta Tese.
À Marilda e família, amigos de todas as horas, obrigada por zelar pela minha casa durante as minhas
ausências.
Obrigada a todos aqueles que de uma forma ou outra contribuíram para a realização deste trabalho.
vi
Resumo
Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito da área de nascentes do rio
Paraguai até a confluência com o rio Diamantino, na região do alto Paraguai, estado de
Mato Grosso. Foram caracterizado os principais vetores de degradação ambiental
provenientes do uso e ocupação da terra. A região do Alto Paraguai começou a ser
colonizada no início no século XVIII através da atividade de mineração e perdura até
os dias atuais. A partir de 1970 houve significativos incentivos governamentais para a
implementação de empreendimentos agrícolas intensificando amplamente o
desmatamento de áreas contínuas. Na Bacia Hidrográfica Paraguai/Diamantino até a
vegetação de galeria e as áreas úmidas onde surgem os mananciais do rio Paraguai
foram desmatadas.
Neste estudo foram avaliados: a) uso da terra através de imagem de
satélite Cbers 2; a qualidade da água e do sedimento de fundo através de análises físico-
químicas e biológicas, tendo como parâmetros a Resolução 357/2005, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente-Conama; e, a erosão laminar do solo, que foi quantificada
através do método de Equação Universal de Perda de Solo-EUPS, nas 08 sub-bacias que
compõem a área de estudo.
Na quantificação da erosão laminar do solo, caracterização do uso da
terra e elaboração dos mapas foram fundamentais a utilização de técnicas de
geoprocessamento, sensoriamento remoto e SIG. A água e o sedimento de fundo foram
analisados no laboratório de análises químicas e controle de qualidade de água, solo, e
outros produtos “Analítica” em Cuiabá-MT.
A pesquisa mostrou que os principais vetores de degradação
ambiental são os garimpos que produzem milhões de toneladas de sedimentos
revolvidos às margens dos cursos fluviais. Como é utilizado mercúrio na amalgamação
vii
do ouro, o sedimento fica poluído e à medida que este material é carreada para os cursos
fluviais as águas se tornam contaminadas. Por esse motivo, de acordo com os
parâmetros da Resolução 357/2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-Conama,
a maioria das águas se enquadra na classe III.
Outros fatores de degradação ambiental refere-se aos desmatamentos
que ocorrem, principalmente nas cabeceiras do rio Paraguai, das matas de galeria e
áreas íngremes, nas encosta das serras. Portanto, é necessário adotar medidas de
exploração mineral mais adequada e racional, reposição de matas de galeria e de encosta
para que haja sustentabilidade de qualidade dos rios e, conseqüentemente, das águas dos
rios.
viii
ABSTRACT
This research was developed in the from the Spring area of the river
Paraguai up to the confluence with the river Diamantino, in the Alto Paraguai area, state
of Mato Grosso. The main vectors of Land Use and Cover environmental degradation
were characterized. The Alto Paraguai area began to be colonized in the beginning in
the XVIII century by mining activities and it lasts to current days. Starting from 1970,
significant government stimuli have been made for the implementation of agricultural
enterprises intensifying the deforestation of continuous areas thoroughly. In the
Paraguai/Diamantino watershed even the vegetation and the seeps where the River
Paraguai springs appear were deforested.
In this study were appraised: Land and Use cover through satellite
image Cbers 2; the quality of the water and of the settled sediment through
physicochemical and biological analysis, having as parameters the Conselho Nacional
do Meio Ambiente-Conama Resolution 357/2005 and the soil erosion, quantified by the
Universal Soil Loss Equation -USLE method in the 08 drainage basins that form the
study area.
In the soil erosion quantifying, land cover and use characterization
and maps elaboration was fundamental the use of geoprocessing techniques, remote
sensing and GIS. The water and the settled sediment were analyzed in the análises
químicas e controle de qualidade de água, solo, e outros produtos "Analítica" laboratory
in Cuiabá-MT.
The research showed that the main vectors of environmental
degradation are the mines that produce millions of tons of sediments, revolved to the
margins of the rivers, polluting them by mercury, used to gold processing. With that,
most of the waters are just framed in the class III, of the Resolution 357/2005.
The deforestations happen, mainly, in the river Paraguai springs, and
the mining areas pollute them. The deforestations induce to soil losses, and are more
intense in steep areas and mountains hillsides. There are, therefore, the needs to adopt
measures of mineral exploitation in a more rational and appropriate way so that there is
sustainability of the rivers qualities, as well as, the replacement of deforested areas.
ix
SUMÁRIO
Folha de Rosto i
Folha de Aprovação ii
Ficha Catalográfica iii
Epígrafe iv
Agradecimentos v
Resumo vii
Abstract viii
Índice ix
Lista de Figuras x
Lista de Fotos...................................................................................................................xi
Lista de Quadros xii
Lista de Anexos xiii
1. INTRODUÇÃO 01
1.1 OBJETIVOS 03
1.11 Objetivo Geral 03
1.1.2 Objetivos Específicos 03
2. ÁREA DE ESTUDO 05
2.1 BACIA DO RIO PARAGUAI 08
2.2 BACIA DO RIO DIAMANTINO 15
2.3 ASPECTOS FÍSICOS DA REGIÃO DO ALTO RIO PARAGUAI 22
2.4 ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS e REGIONAIS 35
2.4.1 Aspectos Histórico-Econômicos do Alto Rio Paraguai 39
2.4.2 A Criação dos Municípios de Diamantino e de Alto Rio
x
Paraguai 41
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA CONCEITUAL 44
3.1 QUALIDADE DA ÁGUA 50
3.2 BACIA HIDROGRÁFICA 54
3.3 SEDIMENTOS: FONTE DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS 60
3.4 TEORIA GERAL DE SISTEMAS 62
3.5 GEOTECNOLOGIAS 65
3.5.1 Geoprocessamento 68
4. METODOLOGIA 76
4.1 DADOS BIBLIOGRÁFICOS 76
4.2 AQUISIÇÃO DE MATERIAL 77
4.3 MAPEAMENTO 77
4.4 PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM DE SENSORIAMENTO
REMOTO 80
4.4.1 Trabalho de Campo 86
5. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA PARAGUAI/DIAMANTINO......................90
5.1 As SUB-BACIAS 107
5.1.1 Sub-Bacia do Ribeirão Melgueira 108
5.1.2 Sub-Bacia do Córrego Amolar 113
5.1.3 Sub-Bacia do Córrego Macaco 118
5.1.4 Sub-Bacia do Córrego Mato Seco 123
5.1.5 Sub-Bacia do Ribeirão Buriti 127
5.1.6 Sub-Bacia do Córrego Frei Manoel 132
5.1.7 Sub-Bacia do Rio Diamantino 137
xi
5.1.8 Sub-Bacia do Rio Paraguai 142
6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 151
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 155
xii
Lista de Figuras
Figura 1:01 Localização da área de estudo no Estado 02
Figura 2:01 Principais acidentes físico-geográficos da área de estudo 05
Figura 2:02 Rede hidrográfica da área de estudo 07
Figura 2:03 Área de garimpo - Bacia do rio Diamantino 17
Figura 2:04 Aspectos Geográficos da Bacia do Alto Rio Paraguai 22
Figura 2:05 Pluviosidade: Estação Meteorológica de Diamantino 29
Figura 2:06 Temperatura Média Compensada de Diamantino 33
Figura 2:07 Temperatura Máxima Absoluta de Diamantino 32
Figura 2:08 Temperatura Mínima Absoluta de Diamantino 33
Figura 2:09 Garimpo mecanizado na bacia do rio Diamantino 37
Figura 3:01 Árvore GIS: a multidisciplinaridade das ciências 73
Figura 3:02 Arquitetura de SIG 74
Figura 4:01 Articulação das cartas topográficas 78
Figura 4:02 Fluxograma: base cartográfica 79
Figura 4:03 Localização das estações fluviométricas alternativas 80
Figura 4:04 Histograma Linear 82
Figura 4:05 Amostra da imagem Cbers 2 segmentada 84
Figura 4:06 Atributos do mapa temático 85
Figura 4:07 Instrumentos de coleta de sedimento de fundo 87
Figura 5:01 Área de estudo: Uso da terra 91
Figura 5:02 Perda de solo por erosão laminar – Área de estudo 95
Figura 5:03 Perda de solo e vegetação nativa (%) por sub-bacia 96
Figura 5:04 Qualidade da água por sub-bacia 101
xiii
Figura 5:05 Mercúrio na água 102
Figura 5:06 Mercúrio no sedimento de fundo 102
Figura 5:07 Mercúrio na água: período seco 103
Figura 5:08 Mercúrio no sedimento de fundo: período seco 104
Figura 5:09 Mercúrio na água: período chuvoso 105
Figura 5:10 Mercúrio sedimento de fundo: período chuvoso 106
Figura 5:11 Sub-bacias e rede hidrográfica 107
Figura 5:12 Sub-bacia Melgueira – Uso da terra 108
Figura 5:13 Perda de solo por erosão laminar – Sub-bacia Melgueira 110
Figura 5:14 Localização do ponto 01 – Ribeirão Melgueira 111
Figura 5:15 Perfil transversal – ponto 01 -Ribeirão Melgueira 112
Figura 5:16 Sub-bacia do Córrego Amolar – Uso da terra 114
Figura 5:17 Perda de solo por erosão laminar – Sub-bacia do Amolar 115
Figura 5:18 Localização do ponto 02 – Córrego Amolar 116
Figura 5:19 Perfil transversal, ponto 02 – Córrego Amolar 117
Figura 5:20 Sub-bacia do Córrego Macaco – Uso da terra 119
Figura 5:21 Perda de solo por erosão laminar – Sub-bacia do Cór.
Macaco 120
Figura 5:22 Localização do ponto 04 – Córrego Macaco 121
Figura 5:23 Perfil Transversal, ponto 04 – Córrego Macaco 122
Figura 5:24 Sub-bacia do Córrego Mato Seco – Uso da terra 123
Figura 5:25 Perda de solo por erosão laminar – Córrego Mato Seco 124
Figura 5:26 Localização do ponto 05 – Córrego Mato Seco 125
Figura 5:27 Perfil transversal, ponto 05 – Córrego Mato Seco 126
xiv
Figura 5:28 Sub-bacia do Ribeirão Buriti – Uso da terra 128
Figura 5:29 Perda de solo por erosão laminar – Ribeirão Buriti 129
Figura 5:30 Localização do ponto 06 – Ribeirão Buriti 130
Figura 5:31 Perfil transversal, ponto 06 – Ribeirão Buriti 131
Figura 5:32 Sub-bacia do Córrego Frei Manoel – Uso da terra 133
Figura 5:33 Perda de solo por erosão laminar – Córrego Frei Manoel 134
Figura 5:34 Localização do ponto 07 – Córrego Frei Manoel 135
Figura 5:35 Perfil transversal, ponto 07 – Córrego Frei Manoel 136
Figura 5:36 Sub-bacia do Rio Diamantino – Uso da terra 137
Figura 5:37 Perda de solo por erosão laminar – Sub-bacia do Rio
Diamantino 139
Figura 5:38 Localização do ponto 08 – Rio Diamantino 140
Figura 5:39 Perfil transversal, ponto 08 – Rio Diamantino 141
Figura 5:40 Sub-bacia do Rio Paraguai – Uso da terra 143
Figura 5:41 Imagem da área de nascentes do rio Paraguai 144
Figura 5:42 Perda de solo por erosão laminar – Sub-bacia do Rio
Paraguai 145
Figura 5:43 Localização do ponto 03 – Rio Paraguai I 146
Figura 5:44 Localização do ponto 09 – Rio Paraguai II 147
Figuras 5:45 Perfis transversais, pontos 03 e 09 - Rio Paraguai 149
xv
Lista de Fotos
Foto 2;01 Buritizal nas nascentes do rio Paraguai 8
Foto 2:02 Lagoa Encantada 9
Foto 2:03 Lagoa Princesa 10
Foto 2:04 Represa no rio Paraguaizinho 10
Foto 2:05 Área queimada – Manancial do Córrego Melgueira 12
Foto 2:06 Áreas de cultivo – Sub-bacia do Córrego Amolar 12
Foto 2:07 Carobinha do campo 13
Foto 2:08 Corredeira do rio Paraguai 14
Foto 2:09 Cachoeira do rio Paraguai 15
Foto 2:10 Nascente do rio Diamantino 16
Foto 2:11 Garimpo nas margens do rio Diamantino 19
Foto 2:12 Resíduos: valas formadas pelas chuvas 19
Foto 2:13 Assoreamento no rio Paraguai 20
Foto 2:14 Garimpo manual na cidade de Alto Paraguai 21
Foto 5:15 Leito - Ribeirão Melgueira 111
Foto 5:16 Leito – Córrego Amolar 116
Foto 5:17 Leito – Córrego Macaco 121
Foto 5:18 Leito – Córrego Mato Seco 126
Foto 5:19 Leito - Ribeirão Buriti 130
Foto 5:20 Leito – Córrego Frei Manoel 135
Foto 5:21 Leito – Rio Diamantino 141
Foto 5:22 Leito – Rio Paraguai no Planalto 147
Foto 5:23 Leito – Rio Paraguai na Depressão 148
xvi
Lista de Quadros
Quadro 2:01 Correspondência entre a Classificação de Solo do
Radambrasil e Embrapa 28
Quadro 2:02 Precipitação máxima em 24 horas ( 1973-2003) 31
Quadro 3:01 Atividades humanas e impactos nos ecossistemas aquáticos 45
Quadro 3:02 Variáveis físico-químicas e biológicas da água 51
Quadro 4:01 Variáveis e metodologias das análises físico-químicas e
biológicas da água 88
Quadro 5:01 As sub-bacias: Ocupação e o uso da terra 93
Quadro 5:02 Sub-bacias: Erosão laminar e vegetação nativa 96
Quadro 5:03 Variáveis e Índices de Qualidade da Água (IQA) 98
Quadro 5:04 Classes da água por sub-bacia 99
Quadro 5:05 Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 01 112
Quadro 5:06 Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 02 117
Quadro 5:07 Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 04 122
Quadro 5:08 Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 05 127
Quadro 5:09 Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 06 130
Quadro 5:10 Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 07 136
Quadro 5:11 Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 08 142
Quadro 5121 Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estações 03 e 09 150
xvii
Lista de Anexos
Anexo I Laudos de parâmetros orgânicos da água (18-09-05)
Anexo II Laudos de parâmetros físico-químicos e biológicos da água (18-02-06)
Anexo III Laudos de parâmetros químicos no sedimento de fundo (16-10-05)
Anexo III Laudos de parâmetros químicos no sedimento de fundo (18-02-06)
Anexo IV Laudos de parâmetros orgânicos (02-10-06)
1. INTRODUÇÃO
Conhecer as particularidades do meio ambiente da região das
nascentes do rio Paraguai sempre foi uma curiosidade pessoal, razão pela qual, se
tornou o propósito da minha pesquisa de doutorado. Este ideal se tornou exeqüível
através do convênio realizado entre a Universidade do Estado de Mato Grosso–Unemat,
a Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ e a Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Ensino Superior-Capes. Financiando o Projeto de Cooperação “Estudos
sócio-geográficos e ambientais na região de Cáceres-MT” através do Programa de
Qualificação Institucional-PQI, da Capes.
Assim, Caracterização dos principais vetores de degradação
ambiental da bacia
hidrográfica Paraguai/Diamantino” é um dos projetos de pesquisa
vinculado ao projeto integrado de cooperação entre a Capes, a Unemat e a UFRJ,
associando uma visão sistêmica voltada para a caracterização ambiental da referida
bacia, baseada no uso e cobertura da terra e a diagnose da qualidade da água.
As imagens de sensoriamento remoto e as tecnologias de
geoprocessamento foram fundamentais nos procedimentos de mapeamento do uso e
cobertura da terra e na elaboração de mapas temáticos. A qualidade da água foi obtida
através de análises físico-químicas e biológicas, cujos resultados foram confrontados
com os parâmetros da Resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente-
Conama. A metodologia utilizada revelou resultados eficientes e de baixo custo,
portanto, viável para monitoramento da qualidade da água de nossos rios.
Em síntese, esta pesquisa teve como premissa básica a caracterização
dos aspectos ambientais da bacia hidrográfica Paraguai/Diamantino, que está
circunscrita entre os contrafortes das serras Tira Sentido, na Província Serrana, e
2
Fig. 1:01 - Localização da área de estudo no Estado
Casarin, 2006.
Tapirapuã, no Planalto dos Parecis, e na Depressão do rio Paraguai. Tem
aproximadamente 695,00 km
2
e está localizada no centro norte do Estado de Mato
Grosso, fig. 01, entre as coordenadas geográficas de 56º 28’ 29” e 56º 30’ 55” S; 14º
27’ 22” e 14º 22’ 55” W.
A bacia do Alto Rio Paraguai é uma área altamente significante no
contexto regional de produção econômica, agricultura e extrativismo mineral. Mas,
3
por ser localizada em área de planalto é dispersora de fluxos e energia, sendo, portanto,
uma área que deve ser preservada.
No entanto, as atividades humanas vêm criando sérios impactos no
meio ambiente e um dos maiores problemas refere-se à qualidade dos cursos de água
da região. Nesse sentido, esta pesquisa enfatizou o estudo sobre o uso da terra a
conseqüente qualidade da água na bacia Hidrográfica Paraguai/Diamantino. A
investigação foi feita na área onde nascem os principais mananciais do rio Paraguai,
rio que banha um importante ecossistema, o Pantanal Mato-grossense. Esta área
compõe o divisor de águas entre as principais bacias brasileiras Paraguai/Paraná e
Amazônica.
A metodologia utilizada demonstrou-se eficaz e de baixo custo,
tornando-se viável para monitoramento dos nossos rios. Os resultados foram
relevantes, evidenciando as áreas com alto potencial de perdas de solo, desmatamento
desordenado nas áreas de nascentes do rio Paraguai e cursos d’água, embora sejam
pequenos rios,muitos já estão contaminados, tornando a água de baixa qualidade.
1.1 OBJETIVOS
Os objetivos são a seguir explicados:
1.1.1 Objetivo Geral:
O objetivo geral da presente investigação consiste em identificar os
principais vetores associados à degradação ambiental na bacia hidrográfica
Paraguai/Diamantino-MT, oferecendo subsídios à gestão político-administrativa com
perspectivas ao desenvolvimento regional.
4
1.1.2 Objetivos Específicos:
Os objetivos são a seguir apresentados:
a - Contextualizar os aspectos históricos e geográficos da bacia
hidrográfica Paraguai/Diamantino;
b - Caracterizar o uso e a cobertura da terra com suporte do
geoprocessamento.
c - Caracterizar os cursos fluviais em termos de sedimentos de fundo
e da qualidade das águas superficiais;
d - Estabelecer estações fluviométricas alternativas a partir da
localização dos pontos de coleta de dados, água, sedimento de fundo, vazão dos canais
fluviais e perfis transversais;
e - Diagnosticar a qualidade da água em função de parâmetros físico-
químicos e biológicos;
f - Avaliar a perda de solo por erosão laminar;
g - Gerar subsídios para a implementação de monitoramento
ambiental;
h – Estruturar mecanismos operacionais voltados para subsidiar a
participação comunitária no processo de planejamento e gestão ambiental.
5
Fig. 2:01 – Principais acidentes físico-geográficos da área de estudo
Fonte: : www.relevobr.cnpm.embrapa.br - Org. Casarin, 2006.
2. ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo é composta por terras de relevo acidentado, do
Planalto do Parecis, serras Tapirapuã e Tira Sentido, introduzidas no complexo da
Província Serrana e Depressão do rio Paraguai. Pelas características físicas do relevo e
do solo, associados às atividades antrópicas que degradam o meio ambiente, tais como
desmatamentos de matas de galeria e a extração de minerais de forma inadequada,
constituem os principais elementos que vêm impactando negativamente este ambiente
causando, principalmente os processos de erosão e sedimentação dos canais fluviais.
Na fig. 2:01, identifica-se o relevo, a qual configura-se, assim, num
6
formato triangular, composta por duas principais bacias hidrográficas cujas
características físicas são diferenciadas entre si. A bacia do Paraguai tem relevo mais
plano e a rede hidrográfica mais esparsa do que a do rio Diamantino.
Os mananciais do rio Paraguai e dos primeiros tributários, como os
córregos Amolar e Macaco nascem nas terras altas e planas da Província Serrana e no
Planalto do Parecis e escoam para a Depressão do rio Paraguai.
O rio Paraguai surge através de dois cursos, o Paraguai e o
Paraguaizinho que escoam paralelos por aproximadamente 20 quilômetros formando
um só canal. Em seguida, recebe o córrego do Amolar e depois da confluência deste, o
rio Paraguai atravessa a serra do Tira Sentido e entra na Depressão do Paraguai onde
recebe as águas do córregos Macaco, Mato Seco, Buriti e rio Diamantino.
O rio Diamantino nasce nas encostas do Planalto do Parecis e escoa
em relevo com declividade acentuada, recebe vários tributários até desaguar no rio
Paraguai, próximo à cidade de Alto Paraguai. A rede hidrográfica é mais densa do que a
do Paraguai, porém os cursos têm menor extensão e volume de água, conforme ilustra a
fig. 2:02, a seguir.
7
Fig.2:02 – Rede hidrográfica da área de estudo
Casarin, 2006.
No contexto socioeconômico, a área de estudo é ocupada pelo sítio
urbano de Diamantino, agricultura, principalmente a mecanizada, criação de bovinos e
suínos e extração mineral.
8
Foto 2:01 – Buritizal nas nascentes do rio Paraguai
Casarin, 2005.
2.1 BACIA DO RIO PARAGUAI
As terras altas da bacia do rio Paraguai, no Planalto dos Parecis,
regadas pelas águas das nascentes dos rios Paraguai e tributários como Amolar, Macaco
e outros, de relevos planos favoreceram o desmatamento de grandes áreas contínuas
onde foram implantadas lavouras mecanizadas e pastagens. O desmatamento atingiu
altos níveis de degradação das matas de galeria e os cursos d’água passam fazer das
pastagens.
O desmatamento foi implacável na região, mesmo nas áreas úmidas
onde os buritis (Mauritia flexousa), foto 2:01, formavam veredas no meio do cerrado,
atualmente estão sendo ocupadas, principalmente por pastagens.
As áreas de mananciais, os cursos d`’agua, lagos e lagoas são
consideradas áreas de proteção ambiental-APP, previsto no Art. 2º. da Lei 7.803 de
1989. Mas verificou-se que nesta área, estes recursos estão sofrendo pressão pelo
9
Foto 2:02 - Lagoa Encantada
Casarin, 2004.
avanço da agropecuária sobre as veredas, matas de galeria e das lagoas. As fotos a
seguir, mostram lagoas que, na forma natural, eram cercadas por buritizais que foram
eliminados e atualmente, as lagoas servem de bebedouros para o gado. Estas imagens
mostram o impacto como a agropecuária está impactando as nascentes do rio Paraguai.
Nas fotos 2:02 e 2:03 podem ser observados que o pisoteamento dos
animais que aportam às suas margens para beber água estão compactando o solo e
vegetação de galeria já foi destruída.
A lagoa Princesa vista na foto 2:03, a seguir, por possuir
característica muito particular, como águas muito claras e grande profundidade, figura
no roteiro turístico de Diamantino e de Alto Paraguai como uma paisagem cênica. No
entanto, as ações antrópicas vêm transformando radicalmente a paisagem natural e
10
Foto 2:03 - Lagoa Princesa
Casarin, 2004.
usando um bem de natureza pública, no caso, a lagoa Princesa em benefício em
particular.
Da mesma forma que as lagoas, os cursos d’água também são
utilizados como bem particular com a construção de represas para servir bebedouros
para o gado, um procedimento comum na região.
A foto 2:04, a seguir, mostra uma represa no rio Paraguaizinho onde
pode ser vista que a mata ciliar foi retirada e o fluxo de água alterado. Observa-se,
ainda, intenso pisoteamento de gado nas margens e o lago está sendo assoreado. Estes
fatores interferem na qualidade da água e, conseqüentemente, na alimentação, migração
e reprodução dos animais aquáticos.
11
Foto 2:04 - Represa no rio Paraguaizinho
Casarin, 2002.
As queimadas dos campos nativos são também procedimentos que
degradam o meio ambiente, principalmente porque depois de ser queimada a área é
transformada em pastagem ou lavoura. A foto 2:05, a seguir, mostra uma área de
cerrado recém queimada, inclusive o entorno das nascentes do ribeirão Melgueira.
Nesta sub-bacia, além dos mananciais que fluem para a superfície
formando pequenos córregos, também podem ser vistos, nos locais onde ocorreram
acomodações de terra, fluxos da água subterrâneos. Mesmo sendo uma área
extremamente sensível à degradação, a vegetação de cerrado no entorno das nascentes
têm sido retirada.
Estes processos de degradação têm estreita relação com a
monocultura agrícola em toda a área de estudo. Comumente, os agricultores cultivam
soja e algodão, alternando temporariamente com pastagem.
12
Foto 2:06 – Área de cultivos - Sub-bacia do Córrego Amolar
Casarin, 2004.
Foto 2.1:05- Área queimada - Manancial do Córrego Melgueira
Casarin, 2002.
A foto 2:05mostra uma área preparada para plantar e uma
pastagem, no detalhe da figura vê-se uma estreita faixa de vegetação, por onde corre
o rio Paraguai, em meio à pastagem.
13
Foto 2:07 - Carobinha do campo
Casarin, 2002.
Estas imagens são típicas dos campos agrícolas da região, onde as
lavouras e pastagens invadem as matas de galeria, deixando os cursos d’água sem a
necessária proteção natural. Apesar de ter sido registrada tanta degradação, ainda
restam sinais da diversidade de sua flora que se destaca, principalmente, quando as
plantas estão floridas, como a carobinha do campo
1
(Jacarandá caroba) que foi
encontrada com flor em meio ao capinzal seco.
Um exemplar que germinara nas proximidades das nascentes do rio
Paraguai. As flores roxas brotam rente ao chão formando uma espécie de coroa que
contorna a folhagem verde contrastando com o capinzal seco do seu entorno. Uma flor
que encanta os olhos pela harmonia das cores e vivacidade que apresenta. Foi
documentado através da foto 2:07.
1
A carobinha do campo é uma planta medicinal da família das Bignoniaceaes
(www.umbuzeiro.cnip.org.br.).
14
Foto 2:08 – Corredeira do rio Paraguai
Casarin, 2004.
Outra paisagem cênica da região refere-se ao canal do rio Paraguai. A
foto 2:08, a seguir, mostra as águas translúcidas que escoam deixando transparecer o
fundo do leito com tons marrons que contrastam com o verdor da mata ciliar.
Neste local, no planalto da Província Serrana as água escoam em
terrenos de relevo com declividade formando corredeiras, que vão-se acentaundo
formando um cachoeira, a única do rio Paraguai. A foto 2:09, a seguir mostra que as
águas se precipitam pela encosta de aproximadamente 50 metros de altura. Observa-se,
no foto um tubo branco por onde passa a água que abastece uma pequena usina
hidrelétrica, a Pedro Pedrossian, que pertencente às Centrais Elétricas de Mato Grosso.
Esta usina foi instalada em 1970, com potência efetiva de 1.680 de KW e fornece
energia elétrica para a cidade de Alto Paraguai.
15
Foto 2:09 - Cachoeira do rio Paraguai
Casarin, 2007.
A poucos quilômetros deste ponto, à jusante estão os garimpos que
transformam os rios e o seu entorno em verdadeiros depósitos de lixos e resíduos, as
escavações e os sedimentos mais parecem uma área bombardeada. À montante também
há degradação como a devastação das matas de galeria. Por isso se questiona, a
quando vão durar as águas transparentes do rio Paraguai e/ou o vigor da carobinha do
campo?
2.2 BACIA DO RIO DIAMANTINO
Esta bacia é bem drenada, porém os cursos d`água são de pequena
dimensão. O rio Diamantino nasce nas escarpas da serra Tapirapuã, sob a vegetação de
Cerradão, com árvores altas, entremeadas por palmeiras, como pode ser visualizada na
16
Foto 2:10 - Área de nascente do rio Diamantino
Casarin, 2006
foto 2:10. Neste local, a vegetação de galeria é bem conservada, no entanto, a pouca
distância dali surgem os primeiros sinais da exploração de minerais.
A fig. 2:03, a seguir, mostra através da imagem de satélite que a
bacia do Diamantino tem boa cobertura de vegetação natural, contudo, aparem muitas
manchas branco-azuladas, círculo branco, que são áreas de garimpos. Observa-se que as
manchas se estendem acompanhando o curso do rio, com isso, grande parte do
sedimento produzido está propicio a ser escoada para o leito, assoreamento-o e
comprometendo, tanto o curso do rio como a qualidade da água.
17
Fig. 2:01 – Área de garimpo - Bacia do rio Diamantino
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006 - Org. Casarin. 2007
A foto 2:11, a seguir, mostra parte da área do garimpo do Diamantino
onde foram feitas escavações que produziram “montanhas” de sedimentos e que estão
depositados às margens do rio. Sobre estes sedimentos, como pode ser observado na
foto, no local foram feitos represamentos para reter a água utilizada na lavagem do
cascalho, para extrair o ouro e/ou diamante. Com isso, toda a terra retirada das
escavações está exposta ao relento e pronta para ser carreada para o fundo do vale. A
foto
2:11, a seguir mostra no detalhe à direita superior, que no vale do rio Diamantino a
vegetação está sendo coberta por sedimentos, à direita inferior, estão descartes de
embalagens dos insumos abandonados.
18
Foto 2:11 - Garimpo nas margens do rio Diamantino
Casarin, 2007.
Mas, o represamento não têm estruturas suficientemente fortes para
suportar o peso e/ou energia das águas que se acumulam, rompendo-se, principalmente
com as águas, carreando os sedimentos para o leito do rio, foto 2:12, a seguir.
A extração de ouro e de diamante requer o revolvimento de milhões
de toneladas de terra porque os veios dos minerais estão a vários metros de
profundidade. A terra removida é depositada nos arredores das escavações, que neste
caso, estão às margens do rio. Nestes garimpos, não há qualquer planejamento de
recuperação da área degradada, e, tampouco algum sistema de controle ambiental. Os
sedimentos abandonados formam “montanhas” de terra à beira do rio que, com as
chuvas ou mesmo as águas usadas na lavagem do cascalho, são carreadas para as áreas
mais baixas do vale, logo atingindo o leito do rio.
19
Foto 2:12 – Resíduos: valas formadas pelas chuvas
Casarin, 2007.
Os processos de assoreamentos causados pela erosão natural são
fatores, muitas vezes, preocupantes pela perda de terras férteis, obstrução de canais e
diminuição da vazão dos rios. Mas, quando estes processos são causados pelas
atividades antrópicas, neste caso pelos garimpos, os problemas ambientais aumentam
porque juntamente com os sedimentos são carreados rejeitos provenientes das
atividades como a amalgamação do ouro, tornando os rios contaminados.
O assoreamento mostrado na foto 2:13 está localizado junto à ponte
no rio Paraguai, na cidade de Alto Paraguai, ilustra como os rejeitos, principalmente
dos garimpos, estão assoreando os rios.
20
Foto 2:13 – Assoreamento no rio Paraguai - Casarin, 2004
A extração manual de ouro e diamante, embora tenha menor poder de
destruição do meio ambiente do que a mecanizada, formada por pequenas escavações,
uma ao lado da outra, se estende por vastas áreas.
A foto 2:14, a seguir, mostra parte da fisionomia de Alto Paraguai,
cidade que nasceu sob a égide do ouro, teve desenvolvimento efêmero típico de lugares
de mineração, hoje se encontra em total decadência. As escavações da garimpagem
formaram buracos que, com as chuvas enchem de água favorecendo assim, o
desenvolvimento de pragas como o mosquito da dengue e afetando a saúde da
população.
A degradação do meio ambiente não se limita apenas às escavações e
à produção de sedimentos, mas, aos assoreamentos que exaurem os rios e a
contaminação da água, principalmente, por mercúrio que é usado na amalgamação do
ouro em todos os garimpos. Ou o esgoto urbano que na maioria das cidades mato-
21
Foto 2:14 – Garimpo manual na cidade de Alto Paraguai - Casarin, 2006.
grossenses, é despejado na forma “in natura”, nos cursos d’água, como se estes fossem
tanques de depósito de esgoto.
É lastimável que rios como o Paraguai e Diamantino que nascem
com águas cristalinas, poucos quilômetros abaixo estejam sucumbindo pelos
sedimentos, esgoto e pela contaminação, produzidos nas lavras de ouro e diamante.
Assim como, as matas de galeria que são desmatadas para expandir as áreas de
pastagens e/ou lavouras, quando deveriam ser mantidas preservadas.
Os minerais poderiam ser extraídos sem tanta degradação, a
agropecuária desenvolvida com mais eficácia e que os esgotos fossem tratados antes de
ser despejados nos rios, se a sociedade tivesse mais consciência da necessidade de
preservar o recursos naturais e degradar menos o meio ambiente. A degradação
ambiental ocorre porque as atividades são realizadas de forma inadequada, visando cada
vez mais, maior lucro.
22
Fig. 2:04 – Aspectos Geográficos da Bacia do Alto Rio Paraguai
Fonte: Miranda, 2005 - Org. Casarin, 2007
Mas, a meta a ser alcançada pelo homem/empreendedor é a
opulência, a exuberância e o acúmulo de capital, enquanto que para o meio ambiente
resta a devastação e a deterioração dos recursos naturais, principalmente das águas que
retratam o meio ambiente agonizante.
2.3 - ASPECTOS FÍSICOS DA REGIÃO DO ALTO RIO PARAGUAI
A região do Alto Rio Paraguai abrange uma vasta área no sudoeste
mato-grossense, a fig. 2:04, a seguir, mostra resumidamente, os principais acidentes
geográficos, como a Chapada dos Parecis, o local onde nasce o rio Paraguai, na
Província Serrana e a Depressão do rio Paraguai onde se forma a Bacia do Alto Rio
Paraguai com destaque para o Pantanal Mato-grossense.
23
De acordo com Ross (1982), o Planalto dos Parecis compreende um
extenso conjunto de relevo caracterizado por duas feições distintas esculpidas
principalmente nas rochas do Grupo Parecis (Formação Salto das Nuvens e Utiariti):
uma vasta superfície composta de relevo dissecado, da qual emerge uma superfície mais
elevada e outra mais conservada, que constitui a segunda feição.
Para facilitar o estudo geomorfológico, a unidade foi
compartimentada em duas subunidades: a Chapada dos Parecis (acima de 550 m) e o
Planalto Dissecado dos Parecis. Nos limites meridionais estão os rios voltados para a
bacia do Paraguai e suas nascentes se encontram no nível de cimeira, relativamente
próximas à escarpa da Chapada. Esses rios constroem, através de erosão remontante,
anfiteatros erosivos que também são mantidos pelo pacote argilo-arenoso e
concrecionário. A seguir constam itens associados à caracterização física do Alto Rio
Paraguai.
Quanto à geomorfologia - segundo o Radambrasil (1982), o
Planalto do Parecis e da Província Serrana caracteriza-se pelas formas tabulares, com o
relevo de topo aplainado de diferentes ordens de grandeza e aprofundamentos de
drenagem, separados por vales de fundo plano.
Já a Depressão do Rio Paraguai caracteriza-se por formas convexas,
relevo de topo convexo, com diferentes ordens de grandeza e de drenagem, separados
por vales de fundo plano e intensidade de aprofundamento da drenagem fraca.
Quanto à hidrografia – o rio Paraguai nasce nos contrafortes da
Província Serrana com o Planalto dos Parecis e se desenvolve na Depressão do Rio
Paraguai formando o principal rio da Planície do Pantanal Mato-grossense. No contexto
hidrográfico nacional, o rio Paraguai é um dos mais importantes rios de planície do
24
Brasil, com 2.621 km de extensão, destes, 1.693 estão em território brasileiro. Nasce
em altitudes de 430 e 440 metros que escoam em terrenos com pouca declividade.
(Radambrasil, 1982).
As águas do rio Paraguai escoam em sentido SW-NE percorrendo
aproximadamente 18 quilômetros, recebendo o primeiro tributário, o Paraguaizinho,
logo em seguida, o córrego do Amolar. A seguir toma a direção L-W, onde recebe os
córregos do Macaco e Mato Seco. A partir deste ponto, se direciona no sentido NE-SO.
Q
uando recebe o rio Diamantino, o seu trajeto direciona-se N-S, configurando a
estrutura de um anfiteatro, com abertura para o sul e o curso segue esta direção.
O rio Diamantino nasce no Planalto dos Parecis em altitude superior
a 500 metros, que no seu primeiro percurso escoa no sentido NO-SE onde recebe o
córrego do Ouro e direciona-se no sentido NE- SO, recebendo neste trecho o Ribeirão
Frei Manuel; e a partir deste ponto toma direção NO-SE, desaguando no rio Paraguai.
Quanto à geologia
- a área de estudo situa-se nas conformações do
Grupo Alto Paraguai, na coluna cronoestratigráfica posicionada no Pré-Cambriano
Superior (Radambrasil, 1982: p. 167). A área está localizada nas Formações do
Diamantino, Sepotuba e Raizama, que segundo o Radambrasil (1982) coube à Almeida
(1964)
,
a primeira e grande contribuição à geologia da área centro-leste de Mato Grosso
ao denominar de Província Serrana conjunto de serras paralelas, com direção geral NE-
SO, cadastrando uma das feições geomorfológicas mais belas existentes no Brasil.
Almeida (1964) citado pelo Radambrasil (1982), quando denominou
de Província Serrana o conjunto de serras paralelas, reconheceu na mesma uma
seqüência de rochas de idade pré-siluriana com mais de 3.000 metros de espessura, que
por suas características litológicas distintas foram separada em três formações, da base
25
para o topo: Raizama, constituída por arenitos (ortoquartzíticos) com siltitos e folhelhos
subordinados; Sepotuba, composta de folhelhos argilosos, com siltitos, arenitos e
calcários subordinados, e Diamantino, constituída por arcóseos, siltitos e folhelhos com
calcário subordinados. Estabeleceu para esse conjunto de rochas o nome de Grupo Alto
Paraguai e definiu-o como parte de um grande geossinclíneo, denominando-o de
Geossinclíneo Paraguaio, cujos sedimentos são depósitos típicos de foreland,
acumulados em plataforma moderadamente instável, em águas marinhas rasas.
Segundo o Radambrasil
(1982), a litologia da Formação Raizama
apresenta em sua base freqüentes intercalações de camadas de chert, arenitos grosseiros
e conglomerados com matriz arenosa fina, média e grossa possuindo clásticos de chert,
dolomitos e seixos de quartzo. Estas litologias caracterizam a passagem transicional
para as rochas da unidade litoestratigráfica subjacente. A Formação Raizama composta
por arenitos em cores variadas, granulação de fina a média, com freqüentes níveis de
areia grossa, seixos e grânulos com estratificação cruzada, plano-paralela e marcas de
ondas, cuja composição quartzo-feldspática, geralmente é mal classificada.
A Formação Sepotuba é caracterizada, em sua seção mais basal por
freqüentes intercalações de siltitos finamente laminados, folhelhos e arenitos finos a
médios, em cores vermelho-escura, marrom-chocolate e cinza-esverdeado. A seção
média e o topo da seqüência são caracterizados por espessos pacotes de siltitos,
argilitos e folhelhos, os quais apresentam-se em camadas finamente estratificadas, ou
em bancos maciços bastante endurecidos, mostrando partições conchoidais ou então
bastante físseis
2
, quebrando-se em pequenas placas. Estas litologias geralmente
apresentam como componentes mineralógicos micas, carbonatos, quartzo, feldspato
2
diz-se de rocha ou sedimento que se divide em lâminas delgadas; tegular
26
alterado e argilo-minerais, cimentados por óxido de ferro. Intercalada nesta seqüência
pelítica é comum a presença de camadas de bancos maciços de arenitos vermelhos e
marrom-escuro, granulometria fina a muito fina e composição mineralógica quartzo-
fedelspática (subarcóseo), possuindo espessuras variadas intensificando-se à medida que
se aproximam do topo da seção, onde gradam para a unidade litoestratigráfica
imediatamente superior, a Formação Diamantino (RADAMBRASIL, 1982).
A Formação Diamantino é composta por uma seção basal com
freqüentes intercalações de siltitos e arcoseanos e arcóseos em vários ciclos sucessivos,
evidenciando ritmos regressivos em seu ambiente de sedimentação. Esta secessão está
muita bem caracterizada em toda a região rebaixada onde estão edificados os
municípios de Alto Paraguai e Diamantino. É constituída por camadas com espessuras
variadas, as maiores atingindo dimensões decamétricas; os pelitos normalmente
mostram-se com estratos plano-paralelos e inclinados suavemente para noroeste, com
ângulos em torno de 10º a 30º, modelando uma topografia típica de cuestas.
Apresentam-se cores normalmente avermelhadas, tendo em sua composição grandes
quantidades de mica e feldspato alterado, comumente cimentado por carbonatos. As
camadas de arenito são maciças, localmente apresentando-se em blocos com superfícies
semi-esféricas, com intervalos preenchidos por material mais argiloso, caracterizando
estruturas típicas de sobrecarga. Também são comuns blocos quase totalmente
esféricos, já como conseqüência da disjunção esferoidal. Nas estruturas primárias são
observadas belíssimas marcas de ondas, cujas cristas se orientam na direção N 80º W
com direção provável da corrente localizada no sentido nordeste, e também são
observadas estruturas de estratificações cruzadas de pequeno porte e baixo ângulo;
mineralogicamente estes arenitos são constituídos por quartzo, feldspato alterado e
27
palhetas de mica, cimentados por sílica ou carbonatos. A granulometria dos grãos de
quartzo e as do feldspato são sempre muito homogêneas, oscila entre os parâmetros
finos (dominantes) e mais raramente médios (RADAMBRASIL, 1982).
Ainda, de acordo com o Radambrasil (1982), na seção média e no
topo há uma dominância da fração psamítica
3
, em que a rocha passa ter um caráter mais
maciço e consistente, razão pela qual sustenta uma topografia mais acidentada,
constituindo um conjunto de pequenas serras paralelas. As rochas são arcoseanas, de
cores dominantemente vermelho-escuras com tons róseos; ainda na composição,
predomina os grãos de quartzo, de granulometria fina e raramente média, feldspato
alterado, palhetas de mica e carbonatos. De modo geral, os afloramentos destes arenitos
são de uma grande homogeneidade na região de Diamantino.
Quanto aos tipos de solos - de acordo com o Levantamento de
Solos, Radambrasil (1982), a área da pesquisa apresenta as seguintes classificações de
solos e respectivas unidades: Cambissolo álico (Ca5) – Cambissolo álico argila de
atividade baixa textura argilosa cascalhenta. Solos litólicos álicos textura argilosa
cascalhenta e Podzólico Vermelho-Amarelo álico argila de atividade baixa raso argilosa
relevo suave ondulado e plano. Latossolo Vermelho-Escuro distrófico (LEd2) -
Latossolo Vermelho-Escuro distrófico textura argilosa e Latossolo Roxo distrófico
argiloso, relevo plano. Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico (LVd6)– Latossolo-
Amarelo distrófico textura média e Areais Quartzosas distróficas relevo plano. Inclusão
de Latossolo Vermelho-amarelo distrófico textura argilosa. Podzólico Vermelho-
Amarelo distrófico (PVd21) – Podzólico Vermelho-amarelo distrófico argila de
atividade baixa, textura média/argilosa. Solos Concrecionários com B textural distrófico
3
Denominação usada para as rochas clásticas, cujo diâmetro é menor do que os seixos. O tipo de rocha
sedimentar que tem textura psamítica é o arenito (GUERRA, 1987).
28
argila de atividade baixa, textura indiscriminada e solos litólicos distróficos textura
argilosa cascalhenta, relevo ondulado. Solos Litólicos distróficos (Rd2) – Solos
Litólicos distróficos textura média, relevo ondulado e forte ondulado e Solos
Concrecionários indiscriminados distróficos, argila de atividade baixa, textura
indiscriminada, relevo suave ondulado e ondulado. (Inclusão de Latossolo Vermelho-
Amarelo distrófico textura média). (LEd3) – Latossolo Vermelho-Escuro distrófico,
argiloso e relevo plano. (Rd4) – Solo Litólico distrófico, textura indiscriminada, relevo
montanhoso e forte ondulado e Afloramentos Rochosos, relevo escarpado e
montanhoso. (Rd11) – Solos distróficos, textura indiscriminada, relevo escarpado e
forte ondulado, Afloramento Rochoso, relevo escarpado e Podzólico Vermelho-
Amarelo distrófico argila de atividade baixa, textura indiscriminada, relevo ondulado e
suave ondulado.
A classificação de solo realizada pelo Radambrasil de 1982 já sofreu
algumas modificações nas suas terminações. O quadro 2:01
4
mostra a correspondência
entre a Classificação de Solo Radambrasil de 1982 e a Classificação da Embrapa de
1999.
Quadro 2:01 - Correspondência entre a Classificação de Solo do Radambrasil e
Embrapa.
Org. por Casarin, 2007.
4
Correspondência de Classificação do solo, Radambrasil (1982) e Embrapa (1999)
Fonte: Radambrasil (1982); Embrapa (1999) - Org. Babilônia (2004).
CLASSIFICAÇÃO DE SOLO - RADAMBRASIL
(1982)
CLASSIFICAÇÃO DE SOLO - EMBRAPA
(1999)
Cambissolo Álico (Ca5)
Latossolo Vermelho Escuro Distrófico (Led2)
Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (Lvd6)
Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico (Pvd21)
Solo Litólico Distrófico (Rd2)
Latossolo Vermelho-Escuro Distrófico (Led3)
Cambissolo Distrófico (Rd4)
Solo Litólicos Distrófico (Rd11)
Cambissolo Háplico (Cxa)
Latossolo Bruno Distrófico (Lbd)
Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico
(Pvad)
Argissolovermelho-Amarelo Distrófico
(Pvad)
Neossolo Litólico Distrófico (Rld)
Latossolo Bruno Distrófico (Lbd)
Cambissolo Háplico (Cx)
Neossolo Litólico Distrófico (Rld)
29
Quanto ao clima – a região de do alto Paraguai apresenta clima
tipicamente tropical, com verão chuvoso e inverno seco e temperaturas elevadas.
Nesta pesquisa foi analisado o comportamento da pluviosidade, da
temperatura e da umidade relativa do ar, local, nas últimas três décadas. Os dados
meteorológicos foram adquiridos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia-Inmet,
em Cuiabá-MT, da estação de Diamantino, do período de 1973 a 2003.
Os dados foram sistematizados e manipulados no programa Excel,
através do modelo de Schröeder. Obetndo os seguintes resultados: a média
pluviométrica da série, de 1.807 mm/ano; as maiores variações ocorreram em 1985 com
a menor pluviosidade, menos de 1.000 mm; em 1987 e 1998 a pluviosidade ficou entre
1.000 e 1.500 mm; nos anos de 1978, 1979, 1995 e 2003 a pluviosidade ultrapassou a
2.000 mm/ano e nos demais ficou entre 1.500 e 2.000mm.
A figura fig.2:05, a seguir, retrata o comportamento do regime
pluviométrico da estação meteorológica de Diamantino, durante o período de 1973-
2003.
30
<2,0% >12,4%
2,0 > 3,9% sem chuvas
4,0 >8,2%
mês com + chuvas
8,3>12,4% ausência de dados
Fig. 2:05 – Pluviosidade: Estação Meteorológica de Diamantino
Fonte: Inmet - Casarin e Neves, 2005.
Os dados da pluviosidade configurados no gráfico mostra o
regime de chuva local, com os totais pluviométricos anuais, a média da série histórica,
e a pluviosidade mensal, que neste caso, está expressa em percentuais do total anual de
chuvas. A região possui clima tropical, com duas estações bem definidas: de novembro
a março o tempo é chuvoso e de abril a outubro é seco, podendo passar entre 30 a 60
dias sem chuva, durante os meses de junho, julho e agosto, quando a pluviosidade é
extremamente baixa.
31
Outra informação refere-se à concentração de chuvas, as máximas em
24 horas, com a precipitação superior a 100 mm/dia foram registradas dez vezes durante
a série histórica de 30 anos, representados pelos retângulos amarelos do quadro 2:02, a
seguir. Também, observa-se que a partir da década de 1990 a concentração das
máximas, com mais de 100 mm/dia, houve maior freqüência.
Quadro 2:02 - Precipitação máxima em 24 horas (1973-2003)
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez
1973 65.4 83.2 43.8 50.6 35.2 36.0 1.09 9.1 41.4 74.2 72.8 71.8
1974 42.4 34.8 48.4 65.8 70.4 0.0 0.0 31.9 29.0 35.0 33.8 57.0
1975 45.5 42.4 82.0 49.4 27.8 4.0 22.8 0.0 8.0 65.0 45.8 59.4
1976 27.8 29.0 0.0 25.0 80.2 0.0 0.0 0.0 23.0 123.2 63.0 73.9
1977 41.4 26.4 35.8 28.3 67.2 12.8 0.0 35.2 41.4 56.6 50. 51.0
1978 47.2 58.2 20.4 58.8 71.8 0.0 0.0 13.6 16.8 48.6 43.6 47.0
1979 107.4 53.6 31.0 29.0 59.6 0.0 1.6 6.4 58.4 48.8 44.0 67.6
1980 60.6 40.2 28.6 20.8 36.2 8.4 0.0 0.0 104.0 45.0 64.2 92.4
1981 45.0 32.0 61.4 28.2 10.8 41.2 0.0 3.8 81.7 36.6 64.2 92.4
1982 37.2 64.2 55.2 42.8 44.6 0.0 0.0 24.2 46.8 38.2 38.0 30.8
1983 85.0 40.8 50.0 59.8 39.0 11.0 0.0 0.0 10.0 62.4 56.4 51.0
1984 47.0 57.4 26.0 95.0 9.6 0.0 0.0 62.0 35.2 44.6 21.8 44.0
1985 67.0 22.0 47.4 24.4 3.4 0.0 7.0 1.7 8.0 43.0 12.0 29.0
1986 67.0 22.0 47.4 24.4 3.4 0.0 7.0 1.7 8.0 43.0 12.0 29.0
1987 37.0 34.2 66.2 91.2 10.0 34.6 0.0 0.0 26.2 74.8 19.7 30.7
1988 67.8 50.7 68.4 31.3 22.8 1.6 0.0 0.0 0.0 25.4 60.8 33.0
1989 32.6 32.2 59.6 53.0 6.4 26.2 25.4 38.6 7.0 39.0 40.4 0.0
0.0 86.0 75.6 58.6 37.2 21.2 30.2 7.6 55.6 32.0 36.0 0.0
1990
1991 42.8 155.0 59.0 35.6 53.2 17.0 0.0 0.0 19.6 75.0 24.4 0.0
1992 0.0 69.0 21.0 20.0 0.0 0.0 0.0 3.6 45.6 60.0 95.0 0.0
1993 0.0 64.0 36.6 27.1 24.0 0.4 0.0 0.0 11.0 37.6 58.0 0.0
1994 56.0 55.5 75.6 28.0 46.8 30.0 103.0 41.6 30.2 43.6 78.6 0.0
1995 42.6 85.9 81.5 47.0 105.1 3.6 0.0 30.6 10.0 121.0 65.7 51.0
1996 37.9 23.6 63.0 40.0 4.0 3.6 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
1997 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 38.6 49.6 65.5 68.2
1998 37.4 46.8 67.6 121.0 3.8 0.0 0.0 26.6 26.6 42.5 52.0 75.0
1999 80.1 65.8 66.0 8.4 5.0 14.8 0.0 0.0 22.6 32.2 44.3 61.8
2000 41.3 47.2 41.9 15.0 14.5 0.0 0.0 18.1 62.2 31.7 53.5 85.6
2001 41.5 62.2 54.1 39.6 33.6 46.0 0.0 42.0 77.0 50.0 85.0 72.3
2002 61.0 56.6 77.6 28.0 50.6 0.0 5.0 9.3 63.5 42.2 25.8 45.3
2003 46.6 115.5 95.5 27.0 41.0 1.0 0.0 10.0 34.7 93.6 59.0 106.5
Fonte: Inmet. Precipitação > que 100 mm/dia. - Casarin, 2004.
O ano de 1994 foi atípico, não houve seca prolongada, ocorreu chuva
todos os meses sendo que em julho a precipitação com mais de 100 mm em 24 horas. A
32
Temperatura Média Compensada
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1973 a 2003
º
C
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Jul. A
g
o. Set. Out. Nov . Dez .
Fig. 2:06 - Temperatura Média Compensada de Diamantino
Fonte de dados: Inmet - Org. Casarin, 2006
alta concentração de chuva, associada à área de relevo movimentado e muito desmatada
pode provocar sérios danos ao meio ambiente, como desmoronamentos, intensificação
de processos erosivos, alagamentos das áreas baixas e aumento dos assoreamentos dos
cursos fluviais. Fatos estes muito perceptíveis através de formação de erosões,
principalmente em áreas de pastagens.
Quanto à temperatura, foram manipulados dados da série histórica de
1973 a 2003, fornecidos pelo Inmet, da estação meteorológica de Diamantino. Ressalta-
se a falta de registro de dados, de dias, meses e até de anos, com isso, vários anos não
foram considerados. A temperatura média compensada anual no período pesquisado é
de 25 ºC, conforme mostra a fig.2:06, a seguir.
No entanto, é necessário considerar as temperaturas máxima e
mínima, para avaliar as condições climáticas favoráveis ou não para qualquer
empreendimento, por isso, nesta pesquisa também são mostradas as variações ao longo
dos últimos trinta anos.
33
Temperatura Mínima Absoluta
0
5
10
15
20
25
Anos: 1973 a 2002
º
C
Jan. Fev . Mar . Abr. Mai . Jun.
Jul. A
g
o. Set. Ou t . No v . De z .
Fig. 2:08 - Temperatura Mínima Absoluta de Diamantino
Fonte de dados: Inmet - Org. Casarin, 2006
Temperatura Máxima Absoluta
30
32
34
36
38
40
42
Anos: 1973 a 2002
ºC
Jan. Fev. Mar . Abr. Ma i. Jun.
Jul. A
g
o. Set. Out. Nov . Dez .
Fig.2:07 - Temperatura Máxima Absoluta de Diamantino
Fonte de dados: Inmet – Org. Casarin, 2006
A temperatura máxima absoluta na região se mantém entre 32 e 38ºC
durante a maior parte do ano, mas pode ultrapassar 40ºC, principalmente nos meses de
agosto e setembro, conforme mostra a fig. 2:07.
A temperatura mínima absoluta fica entre 10 e 25ºC, mas,
freqüentemente, nos meses de junho e julho, ocorrem quedas da tempreatura
abaixo destes valores, conforme mostra a fig. 2:08, podendo cair para menos de 5ºC.
São as “friagens”, quedas bruscas, mas, de pouca duração. Como pode ser observada
na figura 2:08, raramente foram registradas temperaturas abaixo de dez graus
centigrados.
34
A umidade relativa do ar é outro elemento importante do clima
porque determina a sensação de bem ou de mal estar do homem. Em Diamantino,
durante o período chuvoso a umidade relativa do ar é alta, mas no período mais seco, de
junho a setembro, a umidade do ar, geralmente, é extremamente baixa.
Quanto à vegetação - a cobertura vegetacional original são as
formações de Savana (Cerrado) e sub-classe de formações estacional pertencendo aos
sub-grupos de formações florestadas e sub-formações com floresta de galeria e sem
floresta de galeria
(IBGE,1992).
De acordo com o Radambrasil (1982), a Formação de Savana
(Cerrado) possui fisionomia típica e característica, restrita das áreas areníticas
lixiviadas com solos profundos, ocorrendo em clima tropical eminentemente estacional.
As plantas são sinuosas, com ramificações irregulares, providas de macrofilos
esclerofilos perenes ou semidecíduos, ritidoma esfoliado corticoso rígido ou córtex
maciçamente suberoso, com órgãos de reserva subterrâneos ou xilopódios. Apresenta
permeio com plantas lenhosas raquíticas e palmeiras anãs, conforme mostrou a foto
2:05.
As espécies mais representativas da Formação de Savana (Cerrado)
são lixeira (Curatella americana), pequi (Caryocar brasilienses), sucupira (Bowdichia
virgilioides), Ipê-cachorro (Tabebuia ochracea) barbatimão (Stryphnodendron
barbadetimam), pau-terra-folha-larga (Qualea grandiflora) pau-terra-folha miúda
(Qualea parviflora), jacareúba (Qualea ingens), uxirana (Calophyllum brasilienses),
(Saco-glottis guianensis), (Copaiferea langsdorffii) buriti (Muritia flexuosa), gariroba
(Oenocarpus bacaba) tucumã (Astrocaryum tucumã) babaçu (Orbignya oleifera) e
outras.
35
A sub-classe de formações estacional pertencendo aos sub-grupos
de formações florestadas formam-se espécies florestais que não atingem grandes
alturas, ficando as emergentes na faixa de 20 m. A submata é rica em musáceas; aparece
também grande número de pindaíbas. No estrato arbóreo comumente encontram-se
espécies como a peroba (Aspidosperma macrocarpon), quaruba (Vochisia sp), seringa
(Hevea sp), ingá (Calophyllum brasilienses), jatobá (Inga marginata, Himenaea) e as
palmeiras buriti (Mauritia vinifera) e açaí (Euterpe edulis).
As Savanas arborizadas, cujas sub-formações são: 1 - floresta com
mata de galeria que se mantém sempre verde em decorrência da umidade permanente
nas margens dos córregos e rios além do acúmulo de nutrientes. É formada de
elementos arbóreos diferentes das espécies que a circundam, constituindo verdadeiros
refúgios florestais no meio de uma paisagem completamente aberta; 2 - Floresta sem
mata de galeria aparece onde dominam os relevos mais conservados. Em geral, cobre
áreas de topografia uniforme sem rede de drenagem ou os solos são concrecionários.
(RADAMBRASIL, 1982)
5
.
Nesta área, ainda se encontra uma boa quantidade da vegetação
original, com exceção à sub-bacia do Amolar e às áreas altas das cabeceiras do rio
Paraguai. Contudo, há áreas muito degradadas, principalmente, as de exploração de
minerais.
2.4. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS REGIONAIS
O Estado de Mato Grosso nas quatro últimas décadas do século XX
recebeu uma das maiores, senão a maior contingência populacional, vinda de outros
5
Folha SD.21 – Cuiabá, Mapa de Vegetação, 1:1.000.000
36
estados brasileiros que ocasionou uma ampla exploração dos recursos naturais,
principalmente, o desmatamento de grandes áreas de florestas e de cerrados e a
implantação da agricultura, quer seja lavouras ou pastagens (IBGE, 1989). Aliada a este
fator, os alicerces históricos da fundação do Estado estão vinculados à exploração
mineral de ouro e diamante, atividades que geram sérias avarias ao meio ambiente.
A exploração mineral que vem desde os primórdios da colonização,
causa processos de degradação ambiental muito extensivo, inicialmente com as
escavações e os conseqüentes acúmulos de terras revolvidas, que por força da gravidade
e das águas da chuva são carreadas para os leitos dos rios, assoreando-os. Em seguida, a
degradação ambiental se intensifica com o uso de mercúrio, metal pesado, usado pelo
mineradores para a amalgamação do ouro, onde os rejeitos são lançados nos próprios
locais de mineração. Com isso, o mercúrio concentra-se na água e no cascalho lavado,
sendo carreo posteriormente para os cursos d’água, poluíndo-os.
A demanda por mais espaços para vários tipos de ocupação humana
ampliara a extensão, a intensidade e a escala da exploração econômica, tendo como
conseqüência, no primeiro momento o aumento dos desmatamentos e das queimadas,
seguido de influências indiretas da poluição do ar, da água e do solo pelo uso de
agrotóxicos nas lavouras e pastagens, contribuindo com distúrbios ecológicos
(POLTRONIERI, 1999).
A área de estudo que está inserida neste contexto onde a produção
agrícola, segundo o Anuário Estatístico da Secretaria de Planejamento de Mato Grosso -
Seplan (2003),
o município de Diamantino registrou a produção de 91.728 toneladas (t)
de algodão; 11.109 t. de arroz; 248.000 t de açúcar; 45.621 t. de milho; 44 t. de látex
37
Fig. 2:09 – Garimpo mecanizado na bacia do rio Diamantino.
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006 – Org. Casarin, 2007
(seringa); 657.436 t. de soja; 83.363 cabeças de bovinos, 109.584 de suínos e produção
mineral de ouro e diamante.
A economia de Alto Paraguai é pouco expressiva, predomina a
criação de gado e o garimpo de ouro e diamante, de extração manual.
As atividades econômicas desenvolvidas na região mudaram a
paisagem geográfica, não apenas pelo desmatamento e pela inserção da agricultura,
mas, principalmente, pela atividade mineradora que além de desmatar produz fortes
cicatrizes com as escavações de extensas áreas.
A figura 2:09, a seguir, mostra o “garimpo do Diamantino”, na
imagem é possível ver a abrangência da degradação ambiental, principalmente porque
está localizado na margem do rio.
O garimpo provoca a degradação do meio ambiente degenerando a
área com as escavações, poluindo com os insumos, como peças descartáveis de
maquinários que são abandonados, óleos e graxas, e, principalmente pelo mercúrio.
38
Resíduos destes insumos e sedimentos são carreados pelas águas da chuva para o leito
do rio contaminando grandes lençóis d’água.
A atividade garimpeira aurodiamantífera é intensa no município de
Diamantino, concentrada, sobretudo ‘ao longo do córrego Diamantino, rio
Claro e nas imediações...’ No município de Alto Paraguai a garimpagem
representa a base da atividade econômica local ocorrendo diamantes nos
terraços e aluviões do rio Paraguai e de seus afluentes, cuja lavra também
envolve dragagem. Nesse município existem garimpos nos córregos
Paraguaizinho e Melgueira
. (TAKANOHASHI, 1974, IN
RADAMBRASIL, 1982
6
).
O autor refere-se à ocorrência da garimpagem de ouro e diamante em
vários rios. Estes são cursos d’água de montante da bacia hidrográfica do Alto Rio
Paraguai, conseqüentemente, a degradação ambiental, seja pelo carreamento de
sedimentos ou pelo mercúrio que se acumula no sedimento de fundo, poluem as águas
que escoam para o baixo curso do Paraguai, atingindo o Pantanal.
De acordo com Sanches (1980), no Brasil, principalmente nas áreas
de expansão da fronteira agrícola, como nos cerrados e na floresta da Amazônica, a
ocupação tem sido muito desordenada. As desordens na ocupação rural traduzem-se,
numa primeira fase, através de modalidades de uso do solo inadequado dos
ecossistemas e, numa segunda fase, na degradação das qualidades ecológicas dos
agrossistemas. Para a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária - Embrapa (2002),
a remoção da vegetação nativa nos planaltos para implantação de lavouras e de
pastagens sem considerar a aptidão das terras e a adoção de práticas de manejo e
conservação do solo, além da destruição de habitats acelerou os processos erosivos nas
bordas do Pantanal.
Os problemas mais graves que afetam a qualidade da água dos rios e
lagoas, em ordem variável de importância, segundo as diferentes
6
TAKANOHASHI, J. T. Ocorrências minerais da Folha Cuiabá (SD21); relatório de viagem. Goiânia,
DNPM, 1974. 12p.
39
situações, de esgotos domésticos tratados de forma inadequada,
controles e inadequados dos efluentes industriais, desmatamento,
agricultura migratória sem controle e práticas agrícolas deficientes.
Tudo isso dá margem a lixiviação de nutrientes e pesticidas. Os
ecossistemas aquáticos são perturbados e as fontes vivas de água
doce estão ameaçadas
(PNUMA,1995).
O “Diagnóstico Analítico do Pantanal e da Bacia Hidrográfica do
Alto Paraguai”, coordenado pela Agência Nacional da Água-ANA e pela Organização
dos Estados Americanos-OEA mostra que a poluição das águas, a degradação dos solos
e a perda de biodiversidade na bacia hidrográfica do rio Paraguai, entre outras causas,
são provocados principalmente pelos agroquímicos, manejos agropecuários
inadequados, resíduos industriais, mineração e obras de infra-estrutura mal planejadas.
2.4.1 Aspectos Histórico-Econômicos do Alto Rio Paraguai
A área de estudo pertence aos municípios de Alto Paraguai e
Diamantino, mas, primitivamente a região era ocupada pelos índios Parecis,
Nhambiquaras, Beiço-de-Paus, Iranxes e outros. A colonização começou em 1728 com
a chegada dos primeiros homens brancos que descobriram minerais preciosos, como
ouro e diamantes, neste local, onde foi fundado o primeiro arraial, ou seja, o primeiro
núcleo de povoamento que mais tarde viria a ser o município de Diamantino.
A evolução política e econômica do arraial foi lenta. Segundo
Ferreira (2001), Durante o século XVIII, a mineração de ouro e diamante foi a principal
atividade econômica, porém foi efêmera. Com o esgotamento das minas auríferas e
diamantíferas a economia local entrou em declínio, contudo, a mineração nunca cessou.
A fase diamantífera foi conturbada, a exploração esteve proibida
durante vários anos porque os diamantes pertenciam à Coroa Real Portuguesa, e as
40
lavras não podiam ser exploradas livremente pelos faiscadores e a produção aurífera foi
efêmera, comprometendo um desenvolvimento econômico e duradouro do município.
Com a decadência da mineração, os exploradores buscaram outras
fontes de riquezas no sertão, e a partir da segunda metade do século XIX entrou na pauta
econômica de Mato Grosso, a poaia (Cephaelis ipecacuanha), planta da família das
rubiáceas e a borracha extraída da seringueira (Hevea brasiliensis), planta da família das
euforbiáceas, que passou ser explorada, principalmente na bacia do rio Paraguai. A
borracha pouco representou na economia do Estado, porque a maior parte da borracha
extraída em Diamantino, município que está localizado na área de divisor das bacias
hidrográficas, amazônica e paraguaia, era vendida em Belém-PA como se fosse
produção daquele Estado. Por ser a borracha produto de exportação, a maior parte do
látex explorado na região de Diamantino fora vendido para exportadores em Belém
(BORGES, 2001).
A população de Diamantino podia se comunicar com Belém através
dos rios Preto, Arinos, Juruena, Tapajós e Amazonas e com Cuiabá por via terrestre e
fluvial, e daí com os estados do sudeste e sul do Brasil. Esses caminhos marcaram o
cotidiano da população de Diamantino, porque por ali passaram duas importantes
expedições históricas, a Expedição Científica do Barão de Langsdorf, em 1828, e a
Expedição Científica de Theodoro Roosevelt e Marechal Cândido Rondon, no
primeiro quartel do século XX, porém, para a economia local não houve nenhum
benefício.
A economia da região se manteve estagnada até meados da década
de 1970, quando os governos federal e estadual criaram incentivos para colonizar a
região central do Brasil. O Plano de Integração Nacional, de 1971, que orientou a
41
delimitação do espaço geopolítico denominado "Amazônia Legal", criando condições
para que Mato Grosso entrasse para o cenário econômico nacional. Os conjuntos
burocráticos, tais como o banco da Amazônia-Basa, os fundos de investimentos para a
Amazônia-Fidam e a Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia-Sudam
proporcionaram, segundo Duarte (1989), a criação dos pólos agropecuários e
Agrominerais da Amazônia-Polamazônia, abrangendo o norte do Estado; o Programa
Integrado de Desenvolvimento Rural do Noroeste do Brasil-Polonoroeste, no sudoeste;
e o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados-Polocentro, nas regiões central e
sudeste mato-grossenses, em áreas de cerrado, polarizando a região de Diamantino à
nova estrutura econômica, que atualmente se destaca pela alta produtividade de grãos,
fibras de algodão e pecuária bovina e suína.
2.4.2 A Criação dos Municípios de Diamantino e Alto Paraguai
A fundação de Diamantino se deu em 1728, quando Gabriel Antunes
Maciel, vindo de Cuiabá, encontrou ouro nas margens do córrego, ao qual denominou
de Córrego do Ouro, criando o primeiro núcleo, o Arraial do Ouro. Em 1751 foi criado
o Destacamento do Paraguai Diamantino, com a finalidade de guardar as lavras
diamantíferas que eram de exclusividade da Coroa Portuguesa.
Através da Resolução Régia de 9 de agosto de 1811 foi criada a
Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Alto Paraguai Diamantino, e elevada à
categoria de município em 23 de novembro de 1820, sob a denominação de Nossa
Senhora do Alto Paraguai Diamantino, mais tarde o nome foi simplificado para
Diamantino.
42
O município de Alto Paraguai teve sua origem numa segunda fase da
exploração de ouro e diamante na região. Localizada ao sul de Diamantino formou-se
uma corruptela garimpeira, do Gatinho, na Fazenda Velha, que em 17 de novembro de
1948, sob a Lei 193 foi elevada à categoria de Distrito de Paz de Alto Paraguai sendo
criado o município de Alto Paraguai sob a Lei nº 709 de 16 de dezembro de 1953.
O município de Alto Paraguai foi desmembrado do município de
Diamantino, por isso suas histórias se fundem sob a ótica econômica da mineração de
ouro e diamante. Atualmente, a economia do município de Diamantino se sobressai ao
de Alto Paraguai, com a produção em grande escala de soja, pecuária bovina e como o
maior criador de suíno do Estado.
A colonização dessa região teve início em 1728, com a mineração de
ouro e diamante quando foi fundado o primeiro núcleo de povoamento, a atual cidade
de Diamantino. Até a década de 1960 a sua base econômica era a mineração, a lavoura
de subsistência e a pecuária elementar.
A partir da década de sessenta, os cerrados da região
7
centro-norte
mato-grossense, principalmente, do Planalto dos Parecis deram lugar, inicialmente às
lavouras de arroz e pastagem, e alguns anos mais tarde evoluíram para a produção
mecanizada de pastagens, lavouras de soja, algodão e de mineração transformando de
forma significativa o cenário ambiental.
Com a pecuária diversificada, entre aves e criação de animais
bovinos e suínos, o município de Diamantino sedia uma unidade da Carrol’s do Brasil,
a maior suinocultura do Estado, com mais de 10 mil matrizes alojadas.
7
O conceito de região está ligado à noção fundamental de diferenciação de área, quer dizer, à aceitação
da idéia de que a superfície da Terra é constituída por áreas diferentes entre si (Corrêa, 1986). A região se
existe, é um espaço vivido. Vista, apreendida, sentida, anulada ou rejeitada, modelada pelos homens e
projetando neles imagens que os modelam (Frémont, 1980).
43
As atividades que produzem desmatamentos desordenados, pecuária
concentrada e exploração mineral causam sérios danos ao meio ambiente. E, a falta de
informações sobre o comportamento ambiental derivado das atividades econômicas
incitou a investigação sobre a degradação ambiental na região.
Um dos méritos desta pesquisa diz respeito à avaliação ambiental de
uma área de dispersão de fluxos, ou seja, das nascentes de importantes cursos d’água
como as do rio Paraguai. As atividades antrópicas em área da montante das bacias
hidrográficas podem causar prejuízos ambientais muito distantes da sua origem. É a
relação de causa/efeito que, neste caso, as águas e os sedimentos produzidos e
contaminados na área de montante da bacia hidrográfica do Alto Rio Paraguai podem
atingir o Pantanal Mato-grossense, uma região que deveria ser preservada das
degradações.
Os resultados desta pesquisa vão ampliar as informações do banco de
dados da bacia do Alto Rio Paraguai, podendo ainda subsidiar informações para a
gestão municipal e estadual, criação de comitês da Bacia e outros.
44
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA CONCEITUAL
Tratar de temas sobre o meio ambiente é complexo porque inclui um
conjunto de fatores físico-naturais, estéticos, culturais, sociais e econômicos que
interacionam com o indivíduo e com a comunidade em que vive. O conceito de meio
ambiente abarca também o fator tempo, isto é, o uso e a ocupação do espaço, a herança
cultural e histórica (VICENTE CONESA FDEZ, 1996).
Do meio ambiente provém todos os recursos, matérias-primas e
energia, que o homem necessita para o seu desenvolvimento. Estas ações afetam de
forma patente os ecossistemas, transformando-os, degradando-os ou extinguindo-os.
A qualidade do meio ambiente é o reflexo da ação do homem sobre o
espaço e seus componentes em um dado momento. Os diferentes níveis de qualidade
encontrados são varáveis no tempo e no espaço, são dependentes das demandas e usos
dos recursos naturais por sociedades, marcadas econômica e culturalmente de formas
variadas (BOTELHO E SILVA, 2004).
Para Tundisi (2003), as diferentes atividades humanas e os múltiplos
usos produzem sérias ameaças sobre a disponibilidade da água provocando riscos
ambientais graves através da eutrofização dos ecossistemas aquáticos continentais, das
águas costeiras marinhas e das águas subterrâneas. O quadro 3:01, a seguir, mostra de
forma resumida, como as atividades humanas podem causar impactos ao meio
ambiente, quando não há uma gestão voltada para a preservação.
Quadro 3:01 - Atividades humanas e impactos nos ecossistemas aquáticos.
Atividade Humana Impacto nos ecossistemas aquáticos
Construção de represas Altera o fluxo dos rios e o transporte de nutrientes e
sedimentos e interfere na migração e reprodução da fauna
aquática.
Construção de diques e canais Destrói a conexão do rio com as áreas inundáveis.
Alteração do canal natural dos
rios
Danifica ecologicamente os rios. Modifica os fluxos dos
rios. Afeta a fertilidade natural das várzeas e controles das
enchentes.
45
Drenagem de áreas alagadas Elimina um componente-chave dos ecossistemas
aquáticos. Perda de funções naturais de filtragem e
reciclagem de nutrientes e de habitats.
Desmatamento e uso do solo Altera padrões de drenagem, inibe a recarga natural dos
aqüíferos, aumenta a sedimentação.
Poluição não controlada Diminui a qualidade da água. Altera o suprimento de água
e de peixes. Aumenta os custos de transporte. Diminui a
biodiversidade. Afeta a saúde humana.
Remoção excessiva da
biomassa
Diminui os recursos vivos e a biodiversidade. Altera os
ciclos naturais dos organismos.
Introdução de espécies exóticas Elimina as espécies nativas. Altera ciclos de nutrientes e
ciclos biológicos. Perda da biodiversidade natural e
estoques genéticos.
Poluentes do ar (chuva ácida) e
metais pesados
Altera a composição química dos rios e lagos. Afeta a
biota aquática. Afeta a saúde humana e a agricultura.
Mudanças globais Afeta drasticamente o volume dos recursos hídricos.
Altera padrões de precipitação e evaporação. Afeta o
suprimento de água, transporte produção de energia
elétrica, produção agrícola e pesca e aumenta enchentes e
fluxos de água nos rios.
Crescimento da população e
padrões gerais de consumo
humano
Aumenta a pressão para a construção de hidroelétricas e
aumenta a poluição da água e a acidificação de lagos e rios.
Altera ciclos hidrológicos.
Fonte: Tundisi (2003).
Com o aumento da população no mundo e o alto consumo, por
algumas populações, a partir da década de 1960 a temática sobre as questões ambientais
passou a ser priorizada por organismos internacionais que visam o bem-estar das
sociedades atuais e das futuras gerações.
Em 1968, o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas
sugeriu a realização de conferências mundiais para tratar dos problemas ambientais. A
partir de então sucederam várias reuniões, culminando na Conferência das Nações
Unidas sobre o Ambiente Humano em 1972, na cidade de Estocolmo, na Suécia. Sendo
o primeiro grande evento a analisar e avaliar a temática ambiental do ponto de vista
“ambientalmente correto”. Esta conferência consolidou as bases da moderna política
ambiental adotada por todos os países, com maior ou menor rigor, nas suas legislações
particulares.
A partir desta Conferência, as questões ambientais sobre o ambiente
46
humano, passou-se a considerar a água como um recurso natural indispensável à vida,
ao bem-estar social e ao desenvolvimento econômico. Segundo Lanna (2004) “os
recursos hídricos são bens de relevante valor para a promoção do bem-estar de uma
sociedade. A água é bem de consumo final ou intermediário na quase totalidade das
atividades humanas”.
A água é um bem inesgotável em quantidade, porque se renova
constantemente por meio do ciclo hidrológico, mas nas últimas décadas estão
manifestando fortes sinais de degeneração devido à poluição, ao esgotamento de lençóis
d’água e à degradação dos rios e das fontes. Somente a partir de 1980 que o Relatório da
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, de Brundtland, passou a
despertar a sociedade para a necessidade de conservação das águas.
Entre os recursos naturais que estão sob alta pressão de degradação,
têm-se as águas doces. O consumo de água cresceu de forma intensa e em dimensão
planetária. Pesquisas realizadas por instituições oficiais sobre os recursos hídricos
indicam que em algumas áreas, uma crise de água em médio prazo só poderia ser
atenuada mediante a adoção de programas de gerenciamento integrado das águas.
A partir da Conferência das Nações Unidas sobre a Águas, no Mar
del Plata - Argentina, em março de 1977, que originou o Plano de Ação de Mar del
Plata, considerado o mais completo documento referencial sobre recursos hídricos, até a
elaboração do capítulo específico sobre a água da Agenda 21.
A segunda grande Conferência Internacional sobre Água e Meio
Ambiente organizada pela ONU foi realizada em Dublin, Irlanda, em janeiro de 1992,
poucos meses antes da Conferência do Rio, em junho de 92. A Declaração de Dublin foi
inovadora, sobre o enfoque da avaliação, aproveitamento e gestão dos recursos hídricos.
47
O primeiro Princípio da Declaração de Dublin afirma que: “a água doce é um recurso
finito e vulnerável, essencial para garantir a vida, o desenvolvimento e o meio
ambiente” (CAPRILES, 2005).
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente-PNUMA
(1995) recomenda que se deva promover abordagens dinâmicas, interativas e
multissetoriais do manejo dos recursos hídricos, incluindo a intensificação e proteção
de fontes potenciais de abastecimento de água doce que abarquem considerações
tecnológicas, socioeconômicas, ambientais e sanitárias
.
No Brasil, desde 1937 quando foi aprovada a regulamentação sobre o
uso das águas através do Código da Água, que passou a dispor sobre a classificação dos
corpos de água, porém, o principal objetivo era o aproveitamento do potencial fluvial
para a geração de energia.
A Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965 criou o Código Florestal,
reestruturado, mais tarde, sob a Lei nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, em que o
Art.2º trata “Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as
florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível
mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será:
1) - de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez)
metros de largura;
2) – de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham de
10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;
3) – de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50
(cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
48
4) - de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de
200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
5) - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que tenham
largura superior a 600 (seiscentos) metros;
b) - ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou
artificiais;
c) - nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados ‘olhos
d’água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50
(cinqüenta) metros de largura; ...”(www.planalto.gov.br)
Em 1986, o Ministério do Meio Ambiente através do Conselho
Nacional do Meio Ambiente-Conama, considerando os termos da Convenção de
Estocolmo/1972, edita a Resolução 020/86 que no seu Art. 1º. “dispõe sobre a
classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento de corpos d’água
superficiais, que estabelece condições e padrões de lançamento de efluentes”(BRASIL,
1986). Esta Resolução foi alterada para a Resolução de nº. 357 de 17 de março de
2005
8
, que reformula suas normas e diretrizes (BRASIL, 2005).
A Resolução de nº. 357/2005, do Conama estabelece a classificação
dos corpos d’água em: águas doces, salobras e salinas do Território Nacional. São
classificadas, segundo a qualidade requerida para os seus usos preponderantes.
As águas doces são classificadas em:
I - Classe Especial – destinadas:
a) ao abastecimento para o consumo humano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;
8
O Anexo 01 trata da Resolução 357 de 17 de março de 2005, na íntegra.
49
c) e, à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de
conservação de proteção integral.
II - Classe 1- águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para o consumo humano, após tratamento
simplificado; à proteção das comunidades aquáticas;
b) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático
e mergulho, conforme Resolução Conama 274/2000;
c) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que
se desenvolvem rente ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de películas; e
d) à proteção das comunidades aquáticas de Terras Indígenas.
III - Classe 2 – águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para o consumo humano após tratamento
convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário tais como natação, esqui aquático
e mergulho, conforme Resolução Conama 274/2000;
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins,
campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; à
aqüicultura e à atividade de pesca; e,
e) à dessedentação de animais.
IV - Classe 3 – são águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para o consumo humano, após tratamento
convencional ou avançado;
50
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à pesca
amadora;
c) à recreação de contato secundário; e,
d) à dessedentação de animais.
V - Classe 4 – águas destinadas:
a) à navegação e,
b) à harmonia paisagística.
3.1 Q
UALIDADE DA ÁGUA
A exemplo de alguns minerais como o ouro e a prata, a água também
deve estar totalmente isenta de impurezas. O termo “qualidade da água”, normalmente
não se refere a um estado de pureza química, mas às características como a água é
encontrada na natureza, diz respeito a todos os usos possíveis da água. Já o termo
“potabilidade da água” refere-se a sua utilização para fins de ingestão humana
(SANTOS, SCHIAVETTI, DEBERDT (2003).
A composição química e as características físicas da água, de forma
geral, se devem à presença de compostos oriundos de diferentes fontes, como a erosão
dos solos e rochas, reações de dissolução e precipitação que ocorre no sub-solo da terra,
assim como, os efeitos resultantes das atividades antrópicas.
A qualidade da água é avaliada através de análises que identifiquem
presença de substâncias dissolvidas ou em suspensão, podendo ser impurezas
indesejáveis ou elementos essenciais, tanto para o consumo humano quanto para manter
a vida aquática animal.
51
Para o Centro Tecnológico de Saneamento Básico de São Paulo-
Cetesb parar avaliar a qualidade da água é necessário obter informações que estejam
integradas entre os fatores bióticos e abióticos que regem o funcionamento do
ecossistema. Informações preliminares de padrões de corpos d’água podem ser obtidas
através da análise de nove parâmetros, quais sejam: Oxigênio dissolvido (OD);
Demanda bioquímica de oxigênio (DQO); Coliformes fecais; Temperatura da água; PH
da água; Nitrogênio total; Fósforo total; Sólidos totais e Turbidez, que indicam o Índice
da Qualidade das Águas – IQA (www.cetesb.sp.gov.br/).
No quadro 3:02, a seguir, são mostradas algumas variáveis físico-
químicas e biológicas da água e uma breve descrição:
Quadro 3:02 - Variáveis físico-químicas e biológicas da água
Oxigênio
Dissolvido(O
2)
- o oxigênio dissolvido (MH/L) na água é um dos mais
importantes gases na dinâmica e na caracterização de
ecossistemas aquáticos. As principais fontes de oxigênio para a
água são a atmosfera e fotossíntese, e, as perdas são o
consumo pela decomposição de matéria orgânica (oxidação),
perdas para a atmosfera, respiração dos organismos aquáticos e
oxidação de íons metálicos como, o ferro e o manganês.
DQO
- o DQO (mg/L) mede a demanda química de oxigênio (DQO)
e estima o teor de material orgânico presente em águas.
DBO
5
- o DBO
5
dias a 20ºC (mg/L), medida de demanda bioquímica
de oxigênio (
DBO), é empregado para avaliar a concentração
de material orgânico que requer oxigênio para a sua
degradação.
Temperatura
- a temperatura da água (ºC) é determinada por fatores
potencialmente ambientais, variando continuamente. Influencia
no retardamento ou na aceleração da atividade biológica, a
absorção de oxigênio, precipitação de compostos, desinfecção
com cloro e outros.
A medição de temperatura da água foi feita
in locus, quando foram obtidas as amostragens.
pH
- o pH mede a concentração de íons hidrogênio+ (escala anti-
logaritmica), dando uma indicação sobre a condição de acidez,
neutralidade ou alcalinidade da água. A faixa do pH é de 0 a 14
– p
H < 7: condições ácidas; pH = 7: neutralidade e pH >:
condições básicas.
Amônia (como
NH
3
)
- a amônia como NH
3
(mg/L) é o parâmetro que avalia a
matéria orgânica de rápida degradação biológica na água. É um
indicador de contaminação biológica recente por resíduos
52
agrícolas, industriais e domésticos, e interfere na cloração pela
formação de cloraminas.
Coliformes Totais
- os coliformes totais (NMP/100 ML) referem-se aos
coliformes totais que se constituem em um grande grupo de
bactérias e são utilizadas como indicadores da qualidade da
água, originários de solos poluídos e não poluídos e fezes de
seres humanos e outros animais de sangue quente.
Coliformes Fecais
- os coliformes fecais (NMP/100) ou coliformes
termotolerantes são bactérias do grupo coliformes que
apresentam as características do grupo, porém à temperatura de
incubação de 44,5ºC, mais ou menos 0,2 por vinte quatro horas.
Sólidos Totais
- os sólidos totais (mg/L) nas águas naturais são constituídos
principalmente por carbonatos, bicarbonatos, cloretos, sulfatos,
fosfatos e possivelmente nitrato de cálcio, magnésio e outras
substâncias. Altas concentrações de sólidos totais dissolvidos
são objetáveis pelos efeitos fisiológicos possíveis, sabor
mineral, e conseqüências econômicas.
Sólidos Totais
Fixos
- os sólidos totais fixos (mg/L) na água geralmente são
produzidas por minerais, esta medida avalia o volume de
matéria inorgânica.
Sólidos Totais
Voláteis
- os sólidos totais voláteis (mg/L) embora a grande maioria é
constituída de matéria orgânica (biodegradável e não-
biodegradável), quando estes elementos estão presentes em
água se volatilizam por calcinação.
Sólidos
Sedimentáveis
- os sólidos sedimentáveis (m1 x 1 x h) esta medida avalia o
volume de sólidos que se sedimentam depois de determinado
tempo de repouso do líquido.
Cor Aparente
- a cor aparente (mg - Pt/L) da água se apresenta mais em
função de estética, que também está associado à turbidez. A cor
natural da água provém de colóides de ferro e manganês, mas
pode estar associada à degradação do ambiente, de matérias
húmicas, taninos, algas, plantas aquáticas, protozoários, etc,
contidos na água.
Dureza
- a dureza (mg/L) é o parâmetro que define o teor de cálcio na
água, refletindo principalmente o teor de íons de cálcio e
magnésio que estão combinados a carbonatos ou bicarbonatos,
podendo também ser combinados com sulfetos e cloretos.
Turbidez
- a turbidez (NTU) é o parâmetro que avalia o grau de
transparência da água. A turbidez natural é provocada por
algas, plâncton, detritos orgânicos, compostos insolúveis de
ferro manganês e areia em suspensão.
Cloreto
- o cloreto (mg/L) se apresenta como cloreto de sódio, elemento
presente na dieta alimentar humana. Este parâmetro avalia a
existência do cloreto na sua forma mais comum, na água.
Ferro
- o ferro (mg/L) é essencial ao homem, em pequenas
quantidades; a alta concentração provoca problemas estéticos,
confere gosto desagradável, turbidez e cor à água.
- os óleos e graxas (mg/L) são elementos que conferem odor e
53
Óleos e Graxas sabor tornando a água objetável, deterioram a qualidade
estética e, representam um risco potencial para a saúde.
Alcalinidade Total
- a alcalinidade total (mg/L) é o parâmetro que avalia a
capacidade que um sistema aquoso tem de neutralizar ácidos,
principalmente bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos.
Condutividade
Elétrica
- a condutividade elétrica (μS/cm) de uma solução refere-se à
capacidade desta de conduzir a corrente elétrica através dos
íons. Quanto maior for a concentração iônica, maior será a
condutividade elétrica. Em águas muito puras ocorre o inverso:
maior será a resistência e menor a condutividade.
Pesticidas
- os pesticidas agrupam um grande número de compostos
orgânicos usados com vários propósitos na agricultura. Entre os
mais comuns estão os hidrocarbonetos clorados, carbamatos,
organofosforados e os clorofenóis. Na água, afetam o
ecossistema e alguns produtos de degradação formam
compostos tóxicos ou causam problemas de gostos e odor.
Fonte: Resolução Nº 357/2005 - Conama
Casarin, R. 2006.
É importante salientar que os aspectos climatológicos,
principalmente as precipitações e os ventos influenciam diretamente na qualidade de um
corpo d’água. Os fatores meteorológicos de sazonalidade das vazões e lançamentos
poluidores alteram a qualidade das águas ao longo do ano. Num período de maior
precipitação pode ocorrer um aumento na turbidez em função do grande aporte de
material que é carreado pelas chuvas para o corpo d’água em questão.O vento por sua
vez pode provocar uma mistura na água, ocasionando uma ressuspensão de nutrientes
das partes mais profundas, provocando sensíveis alterações no seu metabolismo.
O elevado crescimento populacional mundial, a concentração urbana,
o aumento de consumo de água na agricultura e indústria e os desmatamentos
descontrolados são os fatores determinantes para a degradação da água doce. Segundo
Corson (2002), no mundo, a irrigação responde por cerca de 73% do consumo de
água; 21% é consumido pela indústria e apenas 6% é destinado ao consumo doméstico.
Nos processos de usos, as águas se tornam poluídas quando as atividades humanas as
54
tornam inadequadas para um uso específico; a natureza e a extensão da poluição podem
ser definidas pelo uso intencionado das águas.
3.2 BACIA HIDROGRÁFICA
A Política Nacional de Recursos Hídricos, da Lei Federal nº 9 433,
de 18 de janeiro de 1997, e Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
elegeram a bacia hidrográfica como a unidade territorial para desenvolver projetos de
gerenciamento de recursos hídricos e de comitês de bacia hidrográfica. Foram criados
normas e regulamentos de ordenação do território, como Planos Diretores Municipais,
instituições de programas com fins conservacionistas e o Projeto Nacional de
Microbacias Hidrográficas.
A Agência Nacional de Águas-ANA, criada sob a Lei 9.984, de
07/07/2000, que tem como missão regular o uso da água dos rios e lagos de domínio da
União, assegurando quantidade e qualidade para usos múltiplos e implementar o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, vem implementando
importantes projetos hidrológicos, tais como:
- O projeto Hidrologia na Bacia Amazônica-HiBAm exercido pela ANA (Brasil)
e pelo Institut de Richerche pour le Développement-IRD (França) de caráter
científico, internacional envolvendo o Brasil, Equador, Bolívia e França para
estudar a hidrologia e a geoquímica da Bacia Amazônica.
- O Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas-PRODES.
- Programa Nacional de Acreditação de Laboratórios em Análises da Qualidade
da Água-PROLAB.
55
- A Bacia Hidrográfica do São Francisco Verdadeiro-SF Verdadeiro, localizada
no sudoeste do Estado do Paraná, foi eleita pela Unesco como Bacia
demonstrativa - Hidrologia, Ambiente, Vivência e Política-HELP.
Entre os projetos de maior relevância está o convênio de integração
celebrado entre a ANA e os estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São
Paulo que se constitui no Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba
do Sul. Porém, o Sistema de Gestão Integrada da Bacia do Rio Paraíba do Sul,
representa a primeira experiência brasileira de gestão de recursos hídricos, teve início
em 1978, com a criação do Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Somente em 1996, o Presidente da República
institui o atual Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul-
CEIVAP, este representa um marco institucional que permitiu organizar ações e
intervenções públicas. Tem a prerrogativa legal de implantar o princípio poluidor-
pagador, segundo o qual quem mais polui, mais contribui financeiramente para a
despoluição.
A ANA através da parceria com o Fundo para o Meio Ambiente
Mundial-GEF, desenvolve importantes projetos no rio São Francisco, como: as ações
para recuperação de matas ciliares da Bacia do São Francisco na área piloto do
Município de Luz, em minas Gerais; a formação do Comitê da Bacia Hidrográfica do
São Francisco-CBHSF; a organização do gerenciamento dos recursos hídricos nas Sub-
Bacias do rio Salitre e do rio das Fêmeas-BA; o diagnóstico e a proposta pela
Superintendência de Informações Hidrológicas de complementação da Rede
Hidrometeorológica da Bacia do São Francisco; a instalação do Sistema de Informações
56
sobre a Bacia do São Francisco-RISF baseado em Metadados, na Superintendência de
Informações Hidrológicas/ANA, entre outros.
No sudoeste brasileiro, a ANA, o GEF, o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente-PNUMA e a Organização dos Estados Americanos-OEA
vêm desenvolvendo projetos de diretrizes para elaboração e implementação de
programas estratégicos de ações para o gerenciamento integrado da bacia do
Pantanal/Alto Paraguai–PAE, e o Plano de Proteção das Altas Cabeceiras do rio
Paraguai, no entanto, até o presente momento, desenvolveram um projeto minúsculo,
de 11.835 hectares, nestas nascentes.
Estudos realizados recentemente pelo “Plano de Proteção das Altas
Cabeceiras do Rio Paraguai” (ANA/GEF/PNUMA/OEA, 2003) demonstram que a
utilização contínua dessas terras, sem o devido cuidado de preservação dos mananciais
de água vem, de modo geral, comprometendo a qualidade ambiental da Bacia do Alto
Rio Paraguai e conseqüentemente da qualidade das águas.
Profissionais da Geografia Física, desde o fim dos anos sessenta
adotaram nos seus estudos e projetos de pesquisas a bacia hidrográfica como unidade
espacial de análise ambiental porque se constitui num panorama autodefinido, complexo
e interativo. Seguida posteriormente pelas Ciências Ambientais que também a
reconheceram como a célula básica que possibilita avaliar seus diversos componentes e
processos que nela ocorrem (BOTELHO E SILVA, 2004).
Odum (1988), Barbosa e Espíndola (2003), Tundisi (2003),
Christofoletti (2002), Conte e Leopoldo (2001), PNUMA (1995), Cunha e Guerra
(1996) e outros, consideram que os estudos ambientais de bacias hidrográficas
permitem uma visão holística do comportamento das condições naturais e das atividades
57
humanas nelas desenvolvidas. Quando ocorrem mudanças significativas em qualquer
uma das unidades da bacia, geram alterações, efeitos e/ou impactos a jusante e nos
fluxos energéticos de saída.
De acordo com Brigante e Espíndola (2003), os cursos de água são os
agentes que conduzem as entradas e saídas de energia. Eles respondem tanto às
influências de fatores naturais como às alterações antrópicas sobre os demais recursos
naturais integrantes de uma bacia hidrográfica.
A bacia hidrográfica é relevante porque a bacia é uma unidade, cujo
sistema é aberto e integrador e a água um indicador ambiental que reflete o seu uso e
ocupação (RESENDE; SANT’ANNA NETO; SPINOSA,1999). Contudo, os termos
sub-bacia e micro-bacia são tratados pelos pesquisadores com pouca definição. A
menção à sub-bacia e micro-bacia, independe de suas dimensões, pressupõe não só
necessariamente sua inserção em outra bacia de maior tamanho como parte da unidade
maior, a bacia hidrográfica (BOTELHO, SILVA, 2004).
Por isso, para averiguar a qualidade da água de um determinado
curso fluvial, de maneira menos dispendiosa, é necessário observar as atividades
antrópicas desenvolvidas na bacia e fazer análises, principalmente das que estejam
relacionadas com tais atividades na bacia.
Para Odum (988),
As causas e as soluções da poluição da água não serão encontradas
olhando-se apenas para dentro da águas. (...) Os componentes biológicos de
um rio ou de um prado embora pareçam auto-suficientes, estes são na
verdade, sistemas muito abertos que formam parte de sistemas maiores de
bacias hidrográficas. O seu funcionamento e estabilidade relativa ao longo
dos anos são determinados, em grande parte, pelas taxas de influxo e efluxo
de água, materiais e organismos de outras áreas da bacia
.
58
A partir desta visão e da crescente demanda pelos recursos naturais
despertou na sociedade a preocupação com a quantidade e a qualidades destes recursos
disponíveis naturalmente. Estudos com ênfase nos recursos hídricos brasileiros, citam-
se: Brigante B. e Espíndola E. L. G., (2003); Schiel, D., Mascarenhas, S., Valeiras, N.,
Santos, S. A. M. dos (2003); Conte, M. de L., Leopoldo, P. R. (2001); Silva, A. M da,
Schulz, H. E., Camargo, P. B. de (2003), Tucci, C. E. M (2004); Felicidade, N.,
Martins, R. C., Leme, A. A. (2003); Leff, E. (2002); Azevedo F. A. de, (2003); Cunha,
S. B. da, Guerra, A. J. T. (2003), Tundisi J. G. (2003) Lana, A. E. (2003), Barros
(2004), Bicudo e Bicudo (2004) e, outros que tratam da gestão e usos da água, em que a
avaliação da qualidade da água se torna determinante para adequar técnicas e práticas de
manejo de cultivos da terra com vista à conservação ambiental.
Estudos realizados por Brigante e Espíndola (2003), na bacia
hidrográfica do rio Mogi-Guaçu, identificaram problemas de erosão, assoreamento da
calha do rio, enchentes, assoreamento de represas e a baixa qualidade de suas águas.
Observaram casos graves de poluição orgânica e inorgânica, em que a presença de
contaminantes (praguicida, hidrocarbonetos aromáticos policíclios, dioxinas, altos
níveis de metais, etc.) nos corpos d’água tem sido apontadas como a causa de
anormalidades nos organismos que habitam esses ambientes, além de alterações em
suas estruturas populacionais.
Ao avaliarem os ambientes aquáticos, Brigante, Espíndola, Povinelli
e Nogueira (2003), concluíram que,
Ambientes lóticos são caracterizados, dentre outros fatores, pela
variabilidade longitudinal da nascente até a foz, com diferenciações
físicas que impõem, igualmente, uma organização diferenciada das
comunidades bióticas. Variações de luz, substrato, velocidade de
corrente e recursos são fatores fundamentais para a avaliação dos rios.
59
Conte e Leopoldo (2001) reputaram os aspectos qualitativos e
quantitativos das águas da Bacia Experimental do Rio Pardo e ressaltam que esta bacia
já atingiu 96 % de sua descarga em Botucatu, em período de menor vazão. Sendo este
índice um forte indicativo da necessidade de gestão apropriada para a Bacia do Rio
Pardo visando a preservação e a melhoria ambiental.
Barros (2004) ressalta que o constante aumento de consumo de água
do Rio Grande, Nova Friburgo-RJ, pela indústria e pela irrigação de lavouras de uso
intensivo, está comprometendo a potabilidade dos corpos d’água, inclusive os
mananciais. Brigante, Espíndola e Eler (2003) demonstram que o grau de urbanização,
as formas de uso e ocupação do solo agrícola, as espécies vegetais cultivadas e a
diversificação industrial têm relação direta com os impactos no rio Mogi-Guaçu.
Segundo Lima e Zeilhofer (2003), o Pantanal Mato-grossense está
sendo contaminado por grandes cargas orgânicas e de coliformes nas águas do rio
Cuiabá. Através do “Diagnóstico Analítico do Pantanal e da Bacia do Alto Paraguai”, a
Agência Nacional das Águas (2003), verificou que os impactos ambientais ocorrem,
principalmente pelo desmatamento da vegetação natural e pela implantação de lavouras
de soja, cana-de-açúcar e pastagem; pela erosão que está associada aos desmatamentos
e às técnicas de uso do solo incorretas, causando o assoreamento dos rios; a poluição
das águas ocorre em função do uso excessivo e inadequado de agrotóxicos e pela
introdução de resíduos da produção de álcool; pela extração de ouro e diamantes,
formando extensas crateras e introduzindo mercúrio no meio natural, e a falta de
tratamento de esgotos urbanos e industriais, sendo lançados nos rios de forma in natura.
Na Amazônia e no Pantanal Mato-grossense, a utilização do mercúrio
na amalgamação do ouro (garimpagem) tem causado sérios problemas de natureza
60
ambiental, no rio Madeira.
O mercúrio liberado para a água do rio deposita-se no sedimento,
onde permanece praticamente imobilizado. Este processo é favorecido
pelas condições físicas favoráveis, como elevados valores de pH e
condutividade elétrica da água. A fração liberada para a atmosfera,
entretanto, é rapidamente oxigenada (Hg
0
_Hg
2+
) e carreada pela
precipitação para a bacia de drenagem do rio. Nesta, devido às
condições favoráveis dos igarapés (baixos valores de pH e
condutividade elétrica da água), o mercúrio é monometilizado,
tornando-se disponível. Sob esta forma, através da cadeia alimentar,
poderá alcançar o homem. A contaminação dos organismos aquáticos
com mercúrio metálico não está totalmente excluída, uma vez que
muitos deles se utilizam do sedimento aquático como fonte de
alimentação, por exemplo, organismos zoobentônicos e peixes
iliófagos
(LACERDA et al, 1987
9
citado por ESTEVES, 1998).
Ainda de acordo com Esteves (1998) e Azevedo (2003), tragédias
ecológicas causadas por elementos-traço são noticiadas constantemente. Uma das mais
conhecidas ocorreu na década de 1950, no Japão, com pescadores das cidades de
Niigata e Minamata, que se alimentavam de peixes contaminados com mercúrio.
3.3 SEDIMENTOS: FONTE DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
De acordo com Silva, Schulz e Camargo (2003), o sedimento é,
provavelmente o mais significativo de todos os poluentes, por sua concentração na
água, seus impactos no uso da água e seus efeitos no transporte de outros poluentes
sedimentos (WARD & ELLIOT, 1995). A turbidez é o parâmetro físico da água mais
afetado pelo aporte de sedimentos nos cursos d’água (MOTA, 1995); e do ponto de
vista sanitário, desinfetar água com baixa turbidez, mas com alto índice de coliformes
produz água mais segura do que desinfetar águas com baixo índice de coliformes mas
com alta turbidez. As águas com baixa turbidez não oferecem refúgio aos
9
Lacerda, L. D.; Pfeiffer, W. C. ; Malm, O.; Souza, C. M. M.; Bastos, W. R.; Silveira, E.G. 1987.
Contaminação por mercúrio na Amazônia: Avaliação preliminar do rio madeira, Rondônia. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOQUÍMICA, 1, Porto Alegre, UFRJ, 30 out-2 nov.
61
microorganismos eventualmente existentes e tóxicos, os quais são, então, mais
eliminados (AZEVEDO NETTO, 1991).
Christofoletti (1981) adverte que a composição química das águas
fluviais varia conforme a litologia, a vegetação e a utilização do solo de uma bacia
hidrográfica. Que a erosão é uma fonte com alto potencial de poluição das águas,
porque a bacia hidrográfica é um sistema aberto, a qualidade da água dos mananciais
está relacionada com o uso do solo e o grau de controle sobre as fontes de poluição.
Os sedimentos nos cursos d’água podem provocar problemas de
ordem técnica, como impedimento da navegação com obstrução de canais e
assoreamento de portos, e, de ordem ambiental, como a alteração da qualidade da água
pela deposição de lama, crescimento de vegetação em locais indesejáveis que podem
facilitar a proliferação de mosquitos e, com isso, surgir o aparecimento de diversas
doenças (CARVALHO, 1994).
Segundo Silva et al; (2003) Ranieri et al (1996),
utilizaram SIGs para elaborar mapas de risco de erosão na bacia
hidrográfica do Ribeirão dos Marins (Piracicaba-SP) e associaram o
uso da Equação Universal de Perda de Solos-EUPS para estimar a
perda de solo para a área, salientando em suas conclusões as
vantagens: rapidez de retorno e ainda possibilidade de manipulação e
simulação de cenários que o SIG traz a esse tipo de pesquisa.
Oliveira e Pinto (2003) analisaram a variação da ocupação das terras
e caracterizaram os indicadores da erosão dos solos na bacia hidrográfica do Ribeirão
São João, SP. Verificaram que a utilização combinada desses sistemas de
geotecnologias possibilita a realização de uma abordagem analítica e de síntese,
permite, ainda, agilizar a análise temporal dos dados e a constante atualização das
informações, essenciais para realizar um planejamento empenhado com as soluções ou
minimização de problemas socioambientais.
62
Fornelos e Neves (2006) desenvolveram a pesquisa através de
modelos digitais de elevação (MDE) gerados a partir de imagens de radar
interferométrico (SRTM) para estimar a perda de solo da bacia hidrográfica do córrego
Cachoeirinha, no município de Cáceres-MT, permitindo a mensuração da perda do solo
de forma eficaz.
Essas tecnologias permitem coletar e manipular grande número de
dados, realizar cruzamentos de informações, de maneira rápida e eficiente,
interpretando um papel relevante na execução da pesquisa, podendo reduzir
significativamente o tempo e o custo das atividades de avaliação dos recursos naturais.
A aplicação da Equação Universal de Perda do Solo-EUPS
combinada às tecnologias de geoprocessamento, principalmente, o sensoriamento
remoto e o Sistemas de Informação Geográfica-SIGs vêm se tornando instrumentos
indispensáveis para estimar a erosão laminar e em sulcos em bacias hidrográficas, com
bons resultados.
3.4 TEORIA GERAL DE SISTEMAS
No contexto exposto, a Teoria Geral de Sistemas oferece princípios
fundamentais de avaliação das questões ambientais, sustenta a compreensão da
estruturação, do funcionamento e da dinâmica dos sistemas.
De acordo com Argento, et al (2003)
10
, a Teoria Geral de Sistemas -
TGS – inicialmente foi desenvolvida por Defay, em 1929, no entanto, foi Bertalanffy a
partir de 1932 que realizou as primeiras aplicações na termodinâmica e na Biologia e
10
Instrumentação Ambiental. Texto no prelo
63
também divulgou em 1952 o tratado “Problems of line” – London, disponibilizando
neste ano, a Teoria Geral de Sistemas (General Systems Theory), ao público em geral.
A partir de então, outros autores adotaram em suas ciências os
conceitos operacionais desenvolvidos através da Teoria Geral de Sistemas, inclusive as
ciências voltadas para a compreensão do espaço. Boulding, K. (1956) “General System
Theory – The skelton of science”; Blaut. J. M. (1962) “Object and relationship
professional geographer”; Ackerman, E. A. (1963) “Were is a research frontier? ” ;
Berry, B. J. L. (1964) “Approaches to regional analysis synthesis”; Chorley, R. J. and
Hagget, P. (1967) “Integrated models in geography”; Bertalanffy, K. (1969) “General
System Theory: Foundations, development, applications”; Chorley e Kennedy (1971)
publicaram a obra “Physical Geography – A system approach”, indiscutivelmente, em
termos operacionais, esta foi o ponto de partida para divulgar a Teoria Geral de
Sistemas junto às ciências ambientais.
Outros autores publicaram no Brasil, texto sobre a TGS. São
exemplos: Christofoletti publicou, “A Teoria dos Sistemas”, em 1971; “Análise de
Sistemas em Geografia”, em 1979; e “Aspectos da Análise Sistemática em Geografia”
em 1984 e, “Modelagem de Sistemas Ambientais” em 1999; Xavier da Silva, J. e
Fernandes Pereira, M. L., publicaram, em 1972, uma apostila “Introdução à Pesquisa”,
considerando a premissa dos estudos acadêmicos da Teoria Geral de Sistemas aplicados
à Geografia. Em 1973 foi impressa em português a obra original de Bertalanffy, “Teoria
Geral de Sistemas”; em 1977 Sotchava, V. B. escreveu “O estudo de geossistemas,
métodos em questão”; em 1979, Maciel, J. publicou, “Elementos da Teoria Geral dos
Sistemas”.
64
Em termos de trabalhos práticos de pesquisa, aplicados ao ambiente
costeiro, às obras de Argento, M. S. F. (1979), “A planície deltaica do Paraíba do Sul –
Um sistema ambiental”; (1983), “A contribuição dos sistemas, cristalino e barreiras na
formação da planície deltaica do Paraíba do Sul”; (1984), “A abordagem sistêmica
aplicada à planície deltaica do Paraíba do Sul”; (1985), a “Organização do espaço
daltaico – Um exemplo aplicado à planície do Paraíba do Sul”.
Outros trabalhos relevantes sustentados na TGS são as obras de,
Christofoletti, A. (1987), “A significância da teoria de sistemas em Geografia Física”;
Anderson, M. G.(1988), “Modelling Geomophologycal Systems”; Christofoletti, A.
(1990), “Aplicação da abordagem sistêmica na Geografia Física”; McDonnel, M.J. &
Pickett, T. A. (1990), “ Ecosystem struture and function along urban-rural gradiente:
em unexploited opportunity for ecololgy”; Latterman, A. (1991) “System-Theoretical
modelling in surface water”; Amoros, C. & Petts, G. E. (1993) “Hidrosystèmes
fluviaux”; Beck, M.B. & Jakeman, A. & McAller, M. J. A. Em (1993), “Construction
and evaluation of models of environmental systems, in Modelling change in
Environmental systems”; Frontier, S. & Pichod-Vialle, D. (1993), “Écossistèmes:
Structure, fonctionnement, evolution; Klun, E. (1994) “Ecosystem classification for
environmental management”; Trudgill, S. T, (1995), “solute Modelling in Catchmen
Systems” e outros.
Para Tricart (1977), o conceito de sistema é o melhor instrumento
lógico para estudar os problemas ambientais, porque ele permite adotar atitude dialética
entre a necessidade da análise – que resulta do próprio progresso da ciência e das
técnicas de investigação – e a necessidade, contrária, de uma visão de conjunto, capaz
65
de ensejar uma atuação eficaz sobre esse meio ambiente. O próprio conceito de
“sistema”, é por natureza, de caráter dinâmico, adequado para estudos espaciais.
Argento (2003) argumenta que, embora haja várias definições de
Sistema, a que mais se aproxima da perspectiva ambiental foi divulgada por Chorley,
em 1971, “Sistema é um conjunto estruturado de objetos e/ou atributos”. É um conceito
simples, mas integrador porque caracteriza os objetos como sendo partes componentes
do sistema e os atributos, os fluxos de massa e/ou energia, correspondentes aos
processos geradores e modificadores destas partes componentes.
3.5 GEOTECNOLOGIAS
Atualmente, as geotecnologias são imprescindíveis em qualquer
diretriz metodológica que implique na geração de dados e informações com
comportamento espacial. Tal como o uso do Global Positioning System- GPS, em
levantamentos de campo que aumenta consideravelmente a precisão espacial das
coletas.
Os significativos avanços dos equipamentos de informática que vêm
sendo realizados desde a década de 1970 pelos programas computacionais (softwares)
de desenho técnico auxiliado por computador, os CAD (computei Aided Design) se
constituem uma importante ferramenta para a representação gráfica da informação
georreferenciada.
A associação da informação gráfica com bancos de dados, gerando
relatórios e mapas através de análise espacial (tarefa externa aos CADs) são inerentes
aos sistemas especializados em manejos de dados georreferenciados, os Sistemas de
Informação Geográfica-SIGs, que passam a ter funções de gerenciamento de bancos de
66
dados, cartografia digital, processamento de imagens, operações lógicas entre gráficos a
alfanuméricos, dentre outras.
Existem hoje no mercado muitos programas que funcionam como
SIGs. Entre os mais difundidos se encontram os produtos da ESRI, criadora dos
programas ARC/INFO e ARCView; da Intergrafh, criadora do conjunto MGE (Modular
GIS Enviroment); o GRASS, criado pelo USACE-CERL (U.S. ARMY Corps of
Engeineers – Construction Engineering Resesarch Laboratory), ou o Idrisi,
desenvolvido pela Universidade de Clark.
No Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-Inpe tem se
dedicado ao estudo e desenvolvimento de ferramentas de geoprocessamento, lançando
sucessivas versões do Sistema de Processamento de Imagens e Geoprocessamento –
Spring, um programa de distribuição gratuita e que atende as principais necessidades
dos usuários de SIG.
A incorporação de funções direcionadas à hidrologia e aos recursos
hídricos, a maioria através da utilização de modelos numéricos do terreno para extrair
características fisiográficas das bacias e relativas aos fluxos (matrizes de direção e
acumulação de fluxos, delimitação de bacias e de áreas de contribuição, etc.),
caracterizam a funcionalidade que os SIGs representam para o avanço dessa ciência.
Entre as geotecnologias, o sensoriamento remoto é o que mais vem
se destacando nas pesquisas espaciais, porque ele possibilita o levantamento imediato
dos recursos naturais.
Entre as várias aplicações do geoprocessamento no estudo dos
recursos hídricos, aqui são enumeradas algumas:
67
- Mapeamento da rede de drenagem por digitalização, seja através de
imagens de satélite ou de cartas topográficas, e delimitando bacias (áreas de
contribuição) a partir de modelos numéricos do terreno.
- Caracterização do uso da terra em bacias hidrográficas. Uma vez
que a quantidade disponível no solo varia para cada tipo de cobertura vegetal. No
cálculo do balanço hídrico é importante conhecer as áreas que ocupam cada bacia para
estimar com maior precisão a evapotranspiração real.
- Caracterização espacial da precipitação pluviométrica. Uma
aplicação comum também à climatologia, onde através de dados pontuais são gerados
mapas de distribuição das precipitações por análises geoestatísticas (krigagem) e
modelos numéricos do terreno.
- Disponibilidades hídricas, semelhantes ao caso anterior em que, os
mesmos procedimentos podem ser utilizados para mapear a evapotranspiração potencial
que através de uma operação aritmética matricial, pode ser subtraída da matriz de
precipitação e gerar um mapa de déficit hídrico climático.
- Evapotranspiração real, possível de determinar por meio do canal
infravermelho termal dos satélites meteorológicos (JACKSON et al, 1977; SEGUIN,
1983). Outros índices possíveis de serem gerados são imagens do Índice da Água
Precipitável (PWI) que indicam a concentração de vapor d’água ou umidade na
atmosfera (NOAA, 2003).
Na agricultura, as técnicas do geoprocessamento são indispensáveis na
realização de análise de regiões geográficas, para fins de zoneamentos agrícolas, onde é
necessário escolher as variáveis explicativas, de solo, vegetação, geomorfologia, e
68
determinar qual a contribuição de cada uma delas para a obtenção de um mapa
determinante (CÂMARA; MEDEIROS, 1998).
3.5.1 Geoprocessamento
O geoprocessamento envolve uma disciplina do conhecimento que
utiliza técnicas matemáticas e computacionais no tratamento de informações
geográficas. Congrega quatro técnicas: coleta, armazenamento, tratamento e análise, e
uso integrado, sendo:
1) a técnica de coleta de informação espacial é realizada pelo
sensoriamento remoto, cartografia, fotogrametria, GPS, topografia e dados
alfanuméricos;
2) a técnica de armazenamento de informação espacial constitui-se na
formação de banco de dados orientado a objetos, relação hierárquica, etc.;
3) a técnica para tratamento e análise de informação espacial constitui-
se na modelagem de dados, geoestatística, aritmética lógica, funções topológicas, redes;
4) técnicas para uso integrado de informação espacial, como os
sistemas GIS/SIG (Geographic Information Systems), LIS (Land Information Systems),
AM/FM (Automated Mapping/Facilities Management), CADD (Computer-Aided
Drafting and Design) (FATORGIS, 2004).
A tecnologia do geoprocessamento tem influenciado de maneira
crescente as áreas de cartografia, análises de recursos naturais, transportes,
comunicações, energia e planejamento urbano e regional. Os instrumentos
computacionais do geoprocessamento, denominados de sistemas de informações
geográficas –SIGs, permitem a realização de análises complexas ao integrar dados de
69
diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados. Os SIGs tornam possível
ainda a automação da produção de documentos cartográficos (CÂMARA,
MEDEIROS,1998).
Dentre as técnicas de coleta de informações espaciais, o de
sensoriamento remoto, principalmente através da radiometria espectral vem se tornando
a forma mais viável de monitoramento ambiental em escalas locais ou globais com
diferentes temáticas, como a geomorfologia, geologia, agricultura, processos urbanos,
aquáticos e outros (CRUZ, 2000).
Florenzano (2002), Novo (2002), Cruz (2000) e Rosa (1990) tratam o
sensoriamento remoto como a tecnologia que permite a aquisição de informações sobre
objetos ou fenômenos, através do uso de sensores, sem que haja contato direto (físico)
entre os mesmos. Tem por objetivo o estudo do ambiente terrestre por meio do registro
e da análise das interações, entre a radiação eletromagnética e às substâncias
componentes do planeta terrestre, em suas mais diversas manifestações.
Câmara et al. (1996) e Schowengerdt (1997) entendem o
sensoriamento remoto como um conjunto de processos e técnicas usados para medir
propriedades eletromagnéticas de uma superfície ou objeto, sem que haja contato entre
o objeto e o equipamento sensor.
As imagens são obtidas por sensores eletrônicos em diferentes
canais, produzidas individualmente em preto e branco. Ao projetar e sobrepor essas
imagens, através de filtros coloridos, azul, verde e vermelho, é possível gerar imagens
coloridas, formando composições coloridas a partir da combinação dos canais.
70
Para transformar os dados de uma imagem de satélite feita por
sensoriamento remoto em informações espaciais é necessário o uso de programas
computacionais específicos, tais como os Sistemas de Informação Geográfica-SIGs.
De acordo com Moreira (2003), a introdução Geographical
Information System (GIS), cujo termo, traduzido para português, é Sistema de
Informação Geográfica (SIG), deu-se em 1982, a partir de esforços do professor Dr.
Jorge Xavier-da-Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no
Laboratório de Geoprocessamento de Geografia da UFRJ, e culminou com a criação do
programa Sistema de Análise Ambiental (Saga) que vem sendo utilizado com eficiência,
como veículo de estudos e pesquisas espaciais.
No Brasil, os sistemas de informação geográfica que se caracterizaram
de forma evidente são: “Sistema de Análise Geo-Ambiental – Saga-UFRJ e o Sistema
para Processamento de Informações Geográficas - Spring do Inpe.
O Saga é um Sistema Geográfico de Informação-SGI, composto por
três módulos básicos: a Montagem, o Traçador Vetorial e o de Análise Ambiental
(LAGEOP, 2004). Enquanto que o Spring do Inpe é um Sistema para Processamento de
Informações Geográficas estruturado em três módulos: Impima, Sacarta e Spring. O
produto Spring possibilita o tratamento de dados do tipo imagens, temáticos, cadastrais,
redes e modelos numéricos de terreno. Este programa foi suporte para grandes projetos
de análise espacial, como: NMA/Embrapa, CPAC/Embrapa, Cenpes/Petrobrás e os
projetos de inventário espacial como, SOS Mata Atlântica e Atlas de Desmatamento da
Amazônia. Admite-se pelo menos três diferentes formas de usar um SIG: como
ferramenta de produção de mapas; como suporte para análise espacial de fenômenos;
como banco de dados geográficos, com funções de armazenamento e recuperação de
71
informação espacial.
De acordo como o Inpe (2002), um sistema de Geoprocessamento
como o Spring, além de ser um SIG, inclui também as ferramentas de um sistema de
processamento de imagens de sensores remotos. As principais definições são:
“Um conjunto manual ou computacional de procedimentos utilizados
para armazenar e manipular dados georreferenciados, Aronoff (1989)”;
Conjunto poderoso de ferramentas para coletar, armazenar, recuperar,
transformar e visualizar dados sobre o mundo real, Burrough (1986);
Um sistema de suporte à decisão que integra dados referenciados
espacialmente num ambiente de respostas e problemas, Cowem (1988).
Um SIG é um banco de dados indexados espacialmente, sobre o qual
opera um conjunto de procedimentos para responder a consultas sobre entidades
espaciais, Smith et al (1987).
Estas definições de SIG refletem a sua individualidade, mas também a
multidisciplinaridade de usos possíveis desta tecnologia e direcionam para a utilização
na perspectiva de interdisciplinaridade.
A característica integralizadora dos sistemas SIG de sobreposição de
planos de informação temática, numérica ou cadastral, associando ou não a banco de
dados alfanuméricos, possibilita as classificações temáticas oriundas de imagens
orbitais, que podem ser tratadas pelo sistema como um nível temático. Suas relações
com outros temas, como Biologia, Pedologia, Geomorfologia, Ecologia e outros,
podem ainda ser extraídas e quantificadas, gerando ainda novos mapeamentos.
Segundo Burrough (1986, citado por Vicens et al., 2001), o SIG é
composto por quatro componentes básicos: a entrada dos dados (data input) que
72
consiste na transformação dos dados coletados na forma em que eles existem (mapas,
observações de campo etc.) ou produtos de sensoriamento remoto (fotos aéreas,
imagens de satélite e radar) em forma digital, compatível com o SIG; o manejo dos
dados (data management), que inclui as funções necessárias para armazenar e recuperar
dados, os quais são estruturados e organizados em uma base de dados; a manipulação e
análise dos dados (data transformation), que realiza as transformações necessárias para
corrigir erros, modificar escalas ou ajustar os dados a novas projeções, determinando
todas as informações que podem ser geradas ou produzidas pelo SIG; e saída dos dados
(data output) são os resultados das análises feitas pelo SIG e apresentadas ao usuário.
O Sistema de Informação Geográfica-SIG, segundo Rosa e Brito
(1996), é um arranjo de entidades (elementos) conectadas de forma que constituam um
todo organizado com características próprias e subordinadas a processos de
transformação conhecidos. Os dados, por sua vez, relacionam-se com os atributos, que
caracterizam e fornecem significado à unidade estudada. As inclusões de novas
entidades e as inclusões de dados sobre novos atributos representam a realimentação do
SIG. Assim, o SIG é realimentado toda vez que surge um novo evento, que mereça ser
armazenado.
Christopher (1997) expressa a complexa relação do SIG através de um
modelo didático simples, que ele denominou de árvore GIS (geographic information
sistems), na qual, os instrumentos cartográficos e os servidores computacionais,
matemáticos sustentam a base da árvore. O tronco e da copa formam as diferentes áreas
do conhecimento e a árvore sendo alimentada continuamente, pela chuva, ou seja, as
informações sociais, ambientais e topográficas que são estruturadas e sistematizadas, e
formam um banco de dados integrado e dinâmico.
73
Fig.3:01: Árvore GIS: A multidisciplinaridade das ciências
Fonte: Christopher, 1997.
Na analogia do autor, a árvore-SIG sugestiona que as pesquisas
realizadas por meio do geoprocessamento se referem ao espaço terrestre, possuindo um
caráter de reprodução, porque está aberta para a entrada de novos dados,
conseqüentemente dará novos frutos, isto é, serão geradas informações novas.
Christofoletti (2002) analisa o Sistema de Informações Geográficas-SIG, e propõe que,
o termo geográfico, refira-se à qualidade das informações que se encontram
espacialmente distribuídas, e não às características da análise geográfica. Os dados e
informações referem-se a uma determinada unidade espacial de mensuração (ponto,
linhas, área ou volume) que deve ser localizada, e assumem a característica de
74
Fig. 3:02 - Arquitetura de SIG
Fonte: Câmara e Medeiros
(
1998
)
georreferenciados. Por isso, compreende-se que os sistemas são de informações de
dados em unidades espacialmente distribuídas, focalizando os fenômenos ocorrentes na
superfície terrestre e os seus atributos.
Câmara e Medeiros (1998) identificam a estrutura de um SIG de
forma mais técnica do que Christopher, conforme mostra a figura abaixo.
- Interface com usuário;
- Entrada e integração de dados;
- Consulta, análise espacial e processamento de imagens;
- Visualização e plotagem; e
- Armazenamento e recuperação de dados organizados sob a forma
de banco de dados geográficos.
Os componentes se relacionam de forma hierárquica. No nível mais
próximo ao usuário, a interface homem-máquina define como o sistema é operado e
controlado. No nível intermediário, um SIG apresenta mecanismos de processamento de
dados espaciais (entrada, edição, análise, visualização e saída). No nível mais interno do
sistema, um sistema de gerência de bancos de dados geográficos controla o
armazenamento e a recuperação de dados espaciais e seus atributos. A fig. 3:02
75
representa a arquitetura de Sistema de Informação Geográfica.
O geoprocessamento, de forma geral, tem contribuído de forma
significativa nos projetos de monitoramento ambiental. No Brasil, programas como o
Projeto de Estimativas do Desflorestamento Bruto da Amazônia-Prodes, o Programa de
Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal-Proarco,
o Sistema de Vigilância da Amazônia-Sivam; Aplicação do Sistema de Informação
Geográfica Regional Ambiental-Sigra entre outros, muito têm cooperado nas pesquisas
sobre o meio ambiente.
Diferentes órgãos como IBGE, Incra, ANA, Inmet, prefeituras,
empresas de transportes, comunicação e outros, desenvolvem monitoramentos
utilizando as técnicas do geoprocessamento, com extrema eficácia e atualização.
76
4. METODOLOGIA
O princípio fundamental desta pesquisa foi fazer a caracterização da
Bacia Hidrográfica Paraguai/Diamantino considerando o uso e a cobertura da terra e a
diagnose da qualidade da água dos principais cursos fluviais representativos dessa área
de estudo. As atividades foram desenvolvidas em várias etapas.
Inicialmente foram sistematizadas as atividades de levantamentos
bibliográficos, dados e informações, aquisição de mapas, cartas topográficas, imagens
de satélite da área de estudo e de suporte instrumental composto por equipamento de
navegação (Sistema Global de Posicionamento-GPS), cronômetro, medidor de
temperatura do ar e da água, régua de nível d’água, instrumentos para coletar de
sedimentos de fundo e de programas computacionais, tais como o Windows, Spring,
ArcView, ArcGis, Excel e Macrostation.
4.1 DADOS BIBLIOGRÁFICOS
Os dados referentes aos aspectos físico-histórico-econômicos e
ambientais foram obtidos em sucessivas etapas, junto aos órgãos públicos. Tais como os
pesquisados nos municipais de Diamantino e Alto Paraguai, na Secretaria de
Agricultura do Estado de Mato Grosso, Secretaria de Estado de Planejamento-Seplan,
na Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso-Sema e, em órgãos públicos
federais, tais como o Instituto Nacional de Reforma Agrária-Incra, Instituto Nacional
de Geografia e Estatística-IBGE, Agência Nacional das Águas-ANA, Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais-Inpe e Instituto Nacional de Meteorologia-Inmet.
77
4.2. AQUISIÇÃO DE MATERIAL
As cartas topográficas Nortelândia – SD-21-Z-A-I; Diamantino –
SD-21-Z-A-II; Serra do Tira Sentido – SD-21-Z-A-IV; e Rosário Oeste – SD-21-Z-A-
V (IBGE, 1975), de escala 1:100.000 (convencional) e os respectivos fotolitos (digital)
foram adquiridos junto ao IBGE. A base cartográfica da divisão política de Mato
Grosso foi obtida (digital) na Secretaria de Estado de Planejamento-Seplan e a imagem
de satélite Cbers-2 – Sensor CCD – Órbita 166, Ponto 116 (2003) do Instituo Nacional
de Pesquisas Espaciais-Inpe. O restante do material necessários para o desenvolvimento
da pesquisa, tais como, programas computacionais, câmara fotográfica, GPS,
cronômetro, medidor de pH da água, termômetro digital de temperatura do ar e da água
coletores de sedimentos de fundo, e/ou outros foram adquiridos no comércio
especializado.
4.3 MAPEAMENTO
Para realizar o procedimento de mapeamento, inicialmente foi
elaborada a base cartográfica operacional da área de estudo composta pelas cartas
topográficas: SD-21-Z-A-I, SD-21-Z-A-II, SD-21-Z-A-IV e SD-21-Z-A-V e os
respectivos fotolitos que foram obtidos com georreferenciamento do canto das folhas e
na forma raster. As cartas topográficas são constituídas na forma convencional por 4 ou
5 fotolitos, cujo, produto final consta de sistema viário, hidrografia, planimetria em
geral altimetria.
Este procedimento foi feito utilizando arquivo vetorizado em raster
do tipo binário, no formato Tif. A área de estudo foi editada e referenciada no
programa Arcview 3.2,
no sistema de projeção Universal Transversa de Mercator
78
Fig. 4:01 - Articulação das cartas topográficas
Or
g
. Casarin
,
2006.
(UTM), Datum Córrego Alegre, Fuso 21, escala de 1: 100.000 (IBGE,1975), cuja
articulação é mostrada na fig. 4:01.
A vetorização de cada carta topográfica formou seis arquivos
vetoriais no formato do sistema microstation (dgn), correspondendo às categorias de
informação: hidrografia (hd), Hipsometria (hp), sistema viário (vs), localidade (lc),
limites (lm) e gratícula (grid). Cada categoria é constituída por um conjunto de feições
gráficas que representam classes de objetos afins e que se encontram armazenadas em
níveis específicos. Técnica de vetorização semi-automática através do módulo Geovec
associado ao Cad microstation 50.
Conforme mostra o fluxograma constante da fig. 4:01, para gerar a
base cartográfica foi realizado o mosaico das cartas e traçado o vetor que delimita a
área de estudo pelos divisores de águas. Este foi sobreposto ao mapa cartográfico do
Estado que indicou os limites municipais.
79
A partir destes procedimentos foram elaborados os mapas temáticos
de uso da terra, erosão laminar, sub-bacias e localização das estações fluviométricas
alternativas, qualidade da água e de concentração de mercúrio. A fig. 4:03, o mapa de
sub-bacias com pontos numerados de 01 a 09, que se referem aos locais onde foram
feitas as coletas de amostras de água, sedimentos, traçados os perfis transversais e
medida a vazão da água.
Definição de área
de estudo (input)
Levantamento da
base cartográfica.
Escala 1:100.00
Rasterização dos
fotolitos
(IBGE)
Georreferenciamento
dos cantos de folhas
Vetorização semi-
automatica
Associação à tabela
de padrões gráficos
(IBGE)
Edição das folhas
Criação do projeto no
Arcview (input)
(Sistema UTM)
Mosaico das folhas
Novo processo de edição
ligação entre folhas
Geração de topologia
Acabamento cartográfico
(output)
Definição de área
de estudo (input)
Levantamento da
base cartográfica.
Escala 1:100.00
Rasterização dos
fotolitos
(IBGE)
Georreferenciamento
dos cantos de folhas
Vetorização semi-
automatica
Associação à tabela
de padrões gráficos
(IBGE)
Edição das folhas
Criação do projeto no
Arcview (input)
(Sistema UTM)
Mosaico das folhas
Novo processo de edição
ligação entre folhas
Geração de topologia
Acabamento cartográfico
(output)
Fig. 4:03 – Fluxograma: Base Cartográfica
Fonte: Adaptado: Cruz (2000)
80
Fig. 4:04 – Localização das estações fluviométricas alternativas
Casarin
,
2006
4.4 PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGEM DE SENSORIAMENTO REMOTO
No processamento digital da imagem de sensoriamento remoto foi
utilizado o Sistema Spring, do Inpe, e consta de vários procedimentos, tais como,
registro, realce, segmentação e classificação:
81
¾ Registro
O processo de registro compreende a transformação geométrica que
relaciona coordenadas da imagem (linha, coluna) com coordenadas de um sistema de
referência geográfica. O registro estabelece uma relação entre coordenadas de imagem e
coordenadas geográficas ou planas.
O registro da imagem de sensoriamento remoto, Cbers-2, sensor
CCD, resolução de 20 m. órbita 166, ponto 116, de 22 -12-2003 foi feito no programa
Spring, versão 4.0 (Inpe), através de correção geométrica polinomial associando
pontos de controle da carta topográfica e coordenadas obtidas em campo pelo GPS para
a imagem. Utilizou-se a projeção cartográfica UTM, Datum Córrego Alegre, Fuso 21,
apresentando erro de 0,578 pixel, correspondendo aproximadamente a 10 metros,
aceitável nos padrões cartográficos para escala de 1:100.000.
Na composição desta imagem foram utilizadas as bandas 2, 3 e 4,
sendo a 2B (blue) sem realce, e as 3R (red) e 4G (green) realçadas para a segmentação
e foram atribuídos os valores de similaridade 12/10. O produto da imagem de satélite
Cbers-2, assim como as cartas topográficas foram processadas através dos sistemas de
informação geográfica - SIGs Spring (4.0), Arcview (3.2) e Arcgis (9.0), cujos dados
e atributos foram georreferenciados.
¾ Realce de Contraste
A técnica de realce de contraste tem por objetivo melhorar a
qualidade das imagens sob os critérios subjetivos do olho humano. Embora tenha vários
parâmetros, neste trabalho foi utilizado o Linear,o mais comum. O aumento de contraste
por uma transformação linear é a forma mais simples. A função de transferência se
constitui em uma reta e apenas dois parâmetros são controlados: a inclinação da reta e o
82
ponto de intersecção com o eixo X (veja figura abaixo). A inclinação controla a
quantidade de aumento de contraste e o ponto de intersecção com o eixo X controla a
intensidade média da imagem final.
A função de mapeamento linear pode ser representada por:
Y = AX + B onde:
Y = novo valor de nível de cinza;
X = valor original de nível de cinza;
A = inclinação da reta (tangente do ângulo);
B = fator de incremento, definido pelos limites mínimo e máximo fornecidos pelo
usuário.
No aumento linear de contraste, as barras que formam o histograma
da imagem de saída são espaçadas igualmente, uma vez que a função de transferência é
uma reta. Como podemos observar na figura 4:04, o histograma de saída será idêntico,
em formato, ao histograma de entrada, exceto que ele terá um valor médio e um
espalhamento diferente.
Fig. 4:04 – Histograma Linear
Casarin, 2005
83
¾ Segmentação
O processo de segmentação antecede a classificação, consiste na
identificação de regiões homogêneas dentro da imagem. Este procedimento é
necessário para executar a classificação. Entende-se por regiões homogêneas um
conjunto de pixels contínuos, que se espalham bidirecionalmente e que apresentam
uniformidade espectral. Sendo que no Sistema Spring, estão implementados dois
algoritmos de segmentação: crescimento de regiões e detecção de bacias.
Neste trabalho, foi adotada a segmentação, crescimento de regiões
onde o processo rotula cada pixel como uma região distinta. Seqüencialmente para
cada região e avaliam-se as suas adjacentes segundo um determinado critério de
similaridade, e agrupa aquela que satisfaz esse critério. A agregação das regiões foi feita
atribuindo critérios de similaridade 10 e de área 12, considerando a escala e a
heterogeneidade da área obtendo resposta satisfatória.
Todo o processo de classificação de imagem exige:
1. Criar uma imagem segmentada - gerar uma imagem, separada em regiões
com base na análise dos níveis de cinza.
2. Criar o arquivo de Contexto - este arquivo armazena quais as bandas farão
parte do processo de classificação por regiões.
3. Executar o treinamento - devem ser feita amostragens sobre uma imagem na
área de desenho;
4. Analisar as amostras – esta etapa permite verificar a validade das amostras
coletadas; 5. Extração de regiões - neste procedimento o algoritmo extrai as
informações estatísticas de média e variável de cada região, considerando as
84
Fig. 4:05 Amostra da imagem Cbers 2 segmentada
Casarin, 2006
bandas indicadas no contexto;
6. Classificação - para realizar a classificação de uma imagem segmentada
deve-se usar o classificador por regiões;
7. Executar o Mapeamento para Classes - permite transformar a imagem
classificada (categoria Imagem) para um mapa temático raster (categoria
Temático). A fig. 4:05 refere-se à imagem Cbers 2, da área de estudo segmentada.
Classificação por regiões
Os classificadores por regiões utilizam, além de informações
espectrais de cada pixel, a informação espacial contida em seus vizinhos. Estes
classificadores procuram simular o comportamento de um intérprete humano ao
reconhecer áreas homogêneas baseadas nas propriedades espectrais e espaciais das
imagens. A informação de borda é utilizada inicialmente para separar regiões e as
propriedades espaciais e espectrais irão unir áreas com a mesma textura.
85
Fig. 4:06Atributos do mapa temático
Casarin
,
2006
O procedimento de classificação por regiões utiliza, além de
informação espectral de cada "pixel", a informação espacial que envolve a relação entre
os "pixels" e seus vizinhos. Esta informação de borda, utilizada, inicialmente, para
separar as regiões e as propriedades espaciais e espectrais também une áreas com
mesma textura.
No Sistema Spring estão implementados dois classificadores, o
classificador Isoseg, não supervisionado e o classificador Battacharya que é um
classificador supervisionado, necessitando ter conhecimento prévio dos objetos da
superfície terrestre a serem classificados.
Os objetos da superfície foram identificados e georreferenciados,
com o GPS de navegação, compondo os pontos de amostragem que formam as áreas de
treinamento. Foram definidas “a priori” as distintas classes e as áreas de imagem que
representam. Essas áreas foram usadas para obter a assinatura espectral dos diferentes
objetos existentes na imagem, a qual se utilizou como padrão de comparação para
decidir a qual classe pertencem todos os pixels ou regiões da imagem.
No classificador Battacharya, a imagem Cbers-2 recebeu as cores
para os respectivos atributos, conforme mostra a fig. 4:06, no produto final, mapa
temático de uso de cobertura da terra.
86
4.4.1 Trabalho de Campo
Foram realizados vários trabalhos de campo, inicialmente foi feito o
reconhecimento da área de estudo. Num segundo momento foram coletados pontos
geográficos com o GPS de navegação, para ajustar o georreferenciamento da imagem de
satélite Cbers-2, e fotografados lugares de referência (pontos notáveis, como
cruzamento de rodovias, encontro de rios, de melhor identificação na imagem). Estes
serviram de apoio na validação do georreferenciamento e na classificação da imagem
para a elaboração dos mapas temáticos.
A partir destes, estabeleceu-se os locais onde foram traçados os perfis
transversais e fotografados os pontos dos cursos d’água foram estabelecidas as estações
fluviométricas alternativas para coletar amostras de águas e sedimento de fundo. Os
perfis transversais foram feitos sob pontes e estas serviram de parâmetros para medir o
volume de água nos períodos chuvoso e seco. Os dados referentes aos perfis e à vazão
d’água foram sistematizados no programa AutoCad.
A vazão d’água foi executada com flutuadores que deslizaram sobre
a água numa extensão de 5m de extensão, o tempo medido com um cronômetro manual.
O cálculo da vazão é dado pela equação Q = A.V, que representa a relação entre a área
(A) da seção do canal (largura x profundidade média) e a velocidade da corrente (V)”
(CUNHA, 1998).
A qualidade da água foi avaliada através de amostras coletadas em
duas épocas, uma chuvosa e outra seca. Foram realizadas análises de 25 variáveis físico-
químicas e biológicas da água e, apenas mercurial do sedimento de fundo. Cujos
resultados foram confrontados com os parâmetros da Resolução Nº 357/2005 da
Conama.
87
Fig. 4:07 – Instrumentos de coleta de
sedimento de fundo (Pá / Van Vêem)
Casarin, 2006
As amostras de sedimento de fundo foram coletadas com pá e/ou Van
Vêem, fig. 4:07, a seguir, sendo que a pá foi usada para fazer a coleta nos cursos de
pouca profundidade, de 50cm ou menos centímetros, e o Van Vêem nos cursos mais
profundos.
As amostras foram coletadas em nove pontos de oito cursos d’água,
nos períodos seco e chuvoso. As amostras de água foram coletadas e acondicionadas
em frascos de polietileno, de um litro, e encaminhadas para o laboratório
11
de análises
físico-químicas e biológicas, onde foram analisadas através da metodologia indicada no
quadro 4:01, das seguintes variáveis:
Quadro 4:01 - Variáveis e metodologias das análises
físico-químicas e biológicas da água
VARIÁVEIS
UNIDADE
METODOLOGIA
Amônia (como NH
3)
Mg/L Volumetria
Cloreto mg/L Volumetria
Cor Aparente mg Pt/L Colorímetro
11
Laboratório cadastrado na SEMA-MT, sob o nº 306/2006 e no CRQ, sob o nº 164/2000.
88
Dureza mg/L Volumetria
Turbidez NTU Turbidimetro
pH ---- pH-metro
Ferro mg/L E.E.U.V
Sólidos Totais mg/L Gravimetria
Sólidos Totais Fixos mg/L Gravimetria
Sólidos Totais Voláteis mg/L Gravimetria
Sólidos Sedimentáveis ml x l x h Cone Inhoff
Óleos e Graxas mg/L Gravimetria
Oxigênio Dissolvido mg/L Oximetro
DBO
5
mg/L Incubação
DQO mg/L Volumetria
Alcalinidade Total mg/L Volumetria
Condutividade Elétrica µs/cm Potenciometria
Coliformes Fecais mg/L Collilert
Coliformes Totais mg/L Collilert
Mercúrio mg/L E.E.U.V
Aldrin + Dieldrin µg/L HPLC
2,4 – D µg/L HPLC
DDT µg/L HPLC
Endrin µg/L HPLC
Glifosato µg/L HPLC
Malation µg/L HPLC
Fonte: Resolução Nº 357/2005 - Conama
Casarin, 2006.
Quanto à concentração de pesticida na água, optou-se por realizar em
três pontos (03, 08 e 09) estratégicos da Bacia e apenas uma vez, porque para fazer estas
análises os custos são elevados e o projeto não dispõe de verbas necessárias para fazer
as análises dos demais pontos.
Os sedimentos de fundo foram coletados para avaliar a qualidade da
água, em quantidade de aproximadamente 1 quilo por amostra. Foram embaladas em
sacos plásticos, identificadas conforme as normas solicitadas pelo laboratório e os
ensaios mercurial foram realizados através da metodologia E.E.A.A., unidade mg/kg.
Quanto à textura do sedimento de fundo foi analisada através do método de Bouyoucos.
A perda de solo por erosão laminar é um parâmetro utilizado para
monitorar a evolução de processos erosivos. Pesquisadores como Bertoni & Lombardi
Neto (1990), Silva, et al (2003), Fornelos e Neves (2006) realizaram pesquisas do
potencial de perdas de solo por erosão laminar através do método da Equação Universal
89
de Perda de Solo-EUPS, cujo, cálculo é feito através dos seguintes fatores A = R x K x
LS x C x P, em que:
A = Perda de solo, em t ha
-1
ano
-1
;
R= Erosividade das chuvas, em MJ mm ha
-1
h
-1
ano
-1
(megajoule x milímetro de chuva
por unidade de área (hectare) por hora de chuva);
K= Erodibilidade do solo, lem t h MJ mm
-1
;
LS= Fator topográfico da EUPS, adimensional;
C= Fator de uso/manejo do solo, adimensional;
P= Fator de práticas conservacionistas de solo, adimensional.
Neste estudo foi realizado o procedimento de avaliação laminar do
solo para avaliar os locais com maior potencialidade de perda de solo.
90
5. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA PARAGUAI/DIAMANTINO
O uso e a cobertura da terra na Bacia Hidrográfica
Paraguai/Diamantino são bastante diversificados, com aproximadamente 44% de
vegetação nativa, Cerradão e Cerrado Aberto e 55% ocupado por vários usos entre as
quais: 26% de monocultura, 18% de pastagem, 10,5% de policultura, 0,3% de
suinocultura, 0,5% de área urbana, 0,2% de extrativismo mineral e 0, 25% de corpos
d’água, conforme mostra a fig. 5:01, a seguir.
Fazendo uma análise desses dados em escala das sub-bacias, os
diferentes usos e ocupação da terra se diferem de forma significativa. Por exemplo, a
vegetação nativa na sub-bacia do Buriti é de 15% e nas sub-bacias do Melgueira e
Mato Seco 67%. A pastagem varia de 5,5% na sub-bacia do Diamantino a 69% na do
Buriti. A monocultura que abrange 6 sub-bacias, ocupa entre 4 % a 39% de cada, e a
policultura ocupa entre 14,5 e 41% das sub-bacias do Amolar e Diamantino,
respectivamente. A suinocultura está concentrada apenas na sub-bacia do Amolar,
enquanto o urbano e a mineração abrangem três sub-bacias, embora valores pouco
expressivos.
A porcentagem de cobertura vegetal nativa da sub-bacia do rio
Paraguai é de 52%, no entanto, quando são consideradas apenas as áreas nas cabeceiras
estes índices caem para próximo de 40%, justamente nas áreas onde a vegetação nativa
deveria estar mais conservada. A maior parte da vegetação nativa permanece em área de
relevo movimentado.
91
Fig. 5:01 –- Área de estudo - Uso da terra – Imagem: ano de 2003
Casarin, 2007
92
O quadro 5:01, a seguir, refere-se às sub-bacias com as respectivas áreas territoriais,
uso e cobertura da terra onde demonstra que na sub-bacia do Melgueira predomina a
vegetação nativa (Cerrado Aberto e Cerradão) e pastagem; na do Amolar a vegetação
nativa, monocultura, pastagem, policultura e suinocultura; na sub-bacia do córrego
Macaco a vegetação nativa, pastagem, monocultura, área urbana extrativismo mineral;
na do Mato Seco aparecem a vegetação nativa, pastagem e extrativismo; na do Buriti a
vegetação nativa, pastagem, monocultura e área urbana; na sub-bacia do Frei Manoel
predomina a vegetação nativa e pastagem; na sub-bacia do rio Diamantino, a
vegetação nativa, pastagem, monocultura, policultura, área urbana e extrativismo e,
na do rio Paraguai a vegetação nativa, pastagem, monocultura e extrativismo.
Quadro 5:01 – As Sub-bacias: Cobertura e o uso da terra
Área
(km
2
)
Corpos
d’água
(km
2
)
Cerrado aberto /
Cerradão (km
2
)
Pastagem
(km
2
)
Monocultura
(km
2
)
Policultura
(km
2
)
Suinocultura
(km
2
)
Urbano
(km
2
)
Extrativismo
(km
2
)
-
32,48
15,99
Melgueira
48,47
- 67% 33%
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0,84
59,79
19,39
58,17
23,43
0,80
-
-
Amolar 162,48
0,5% 36% 13% 36% 14 % 0,5%
- -
0,35
22,8
4,5
18,45
-
-
1,6
0,28
Macaco 47,98
0,7% 47,5% 9,5% 38,5% - - 3,3% 0,5%
-
7,2
3,48
-
-
-
-
0,02
Mato Seco 10,7
- 67% 32% - - - - 1%
-
5,2
23,54
1,42
-
-
3,95
-
Buriti 34,11
- 15% 69% 4% - - 11%
-
-
35,16
23,98
-
-
-
-
-
Frei Manoel 59,14
- 59,5% 40,5% - - - -
-
-
30,4
5,92
17,72
44,2
-
7,87
1,89
Diamantino
108,00
- 28,5% 5,5% 16,5% 41% - 7% 1,5%
0,3
118,41
41,2
63,91
-
-
-
2,36
Paraguai 226,18
0,13 % 52,4% 18,2 % 28,23,% - - - 1,04%
Total
697,06
1,49
311,43
138,01
159,67
67,63
0,80
13,42
4,55
Percentuais
----------
0,2%
44,6 %
19,8 %
22,9 %
9,9 %
0,10 %
1,9 %
0,6 %
Casarin, 2007.
Quanto à perda de solo por erosão laminar na Bacia Hidrográfica
Paraguai/Diamantino demonstrou-se bastante alta. O método da EUPS totalizou 735,78
t/ha/ano, contudo, ela não se distribui de forma homogênea. As sub-bacias do Paraguai,
Diamantino e Buriti estão fortemente vinculadas ao uso da terra, enquanto que na sub-
bacia do córrego Macaco, que apresentou a maior perda, o relevo é o elemento de maior
relevância.
Conhecer os graus de perdas de solo seja por erosão laminar ou por
atividade antrópica e os locais onde se originam é substancialmente interessante, porque
os sedimentos produzidos nos altos cursos fluviais vão contribuir para o assoreamento
e/ou a contaminação das águas ao longo dos canais. Neste caso, como pode ser
observado que na bacia Paraguai/Diamantino a atividade garimpeira, que por natureza é
uma atividade geradora de sedimentos, é explorada desde o início da colonização.
Seguramente os sedimentos gerados nesta área contribuem para o assoreamento e
contaminação das águas à jusante, inclusive o Pantanal Mato-grossense. Conhecendo as
origens das perdas de solos possibilita a adoção de técnicas que minimizem a produção
de sedimentos atenuando a degradação ambiental.
A fig. 5:02, a seguir, mostra a perda de solo por erosão laminar da
Bacia Hidrográfica Paraguai/Diamantino em que os mais altos índices estão nas
encostas das serras e do planalto, e nas áreas de garimpo.
Com referência às sub-bacias, as perdas de solo por erosão laminar
variaram de 21,08 a 147,1 t/ha/a, devido, principalmente, ao relevo e uso da terra.
95
Fig. 5:02 – Perda de solo por erosão laminar – Área de estudo
Casarin, 2007.
O quadro 5:02, a seguir, mostra a relação das perdas de solo por
erosão laminar e vegetação nativa por sub-bacia.
96
Erosão laminar do solo e vegetação nativa
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Melgueira
Amolar
Mac
a
co
M
a
to
S
ec
o
Buriti
Frei M
a
no
e
l
D
ia
m
a
nt
in
o
Pa
r
ag
u
ai
t/ha/a - %
Erosão Lam. t/ha/a
Veg. nativa - %
Fig. 5.03 – Perda de solo e vegetação nativa (%) por sub-bacia.
Casarin, 2007
Quadro 5:02 – Sub-Bacias: Erosão laminar e vegetação nativa
Sub-Bacias Erosão
Laminar t/ha/a
Vegetação
nativa
Ribeirão Melgueira 49,18 67%
Córrego Amolar 21,08 37%
Córrego Macaco 147,1 48%
Córrego Mato Seco 69,63 67%
Ribeirão Buriti 140,94 15%
Córrego Frei Manoel 83,6 46%
Rio Diamantino 130,9 30%
Rio Paraguai 93,25 27%
Casarin, 2007
A fig. 5:03 refere-se à perda de solo medida em t.ha.a. e a vegetação
nativa em percentuais sobre a área territorial de cada sub-bacia, portanto, se faz
necessário observar que as medidas são diferentes. A sub-bacia do córrego Macaco
com a maior perda de solos, possui mais de 40 % de vegetação nativa, contrariamente a
do Amolar com, praticamente os mesmos índices de vegetação nativa, tem a menor
perda de solo, menos de 20%.
Quanto à qualidade da água, a pesquisa mostrou que a Bacia
Hidrográfica Paraguai/Diamantino já não tem águas de melhor qualidade, salvo alguns
97
córregos. As variáveis analisadas em amostras de água coletadas em nove pontos, de
oito cursos fluviais, cujos resultados foram comparados aos parâmetros da Resolução Nº
357/2005, do Conama apontaram, principalmente, alta concentração de mercúrio e,
também a presença de ferro, amônia e óleos e graxas acima do permitido pela lei.
A concentração de ferro na água se justifica pelo substrato basáltico
das rochas, nas Formações Diamantino, Raizama e Sepotuba (RADAMBRASIL, 1982)
predominantes na região. A presença da amônia e de óleos e graxas é muito baixa, cujos
valores não comprometem a qualidade da água. Contudo, a existência de mercúrio
ocorreu em níveis altos, tanto na água como no sedimento de fundo de quase todos os
cursos d’água. Podendo, assim, afirmar que alguns cursos estão fortemente
contaminados por mercúrio, como os córregos Mato Seco, Buriti e Frei Manoel. Mas, as
grandes áreas degradadas, pelos garimpos, estão nas sub-bacias do Diamantino e do
Paraguai.
Quanto aos pesticidas, foram analisadas as variáveis de Aldrin +
Dieldrin, 2,4 – D, DDT, DDT, Endrin e Glifosato, em amostras de água das estações 03,
08 e 09, as quais acusaram resultados negativos. Mas, vale lembrar que são análises
preliminares realizadas na época em que as terras estavam sendo preparadas para o
plantio e logo após a aplicação dos pesticidas. O ideal seria fazer um acompanhamento
sistemático, com coletas regulares e com intervalos mais amiúdes.
O quadro 5:03, a seguir, mostra os resultados das análises físico-
químicas da água e do sedimento de fundo. A partir da concentração do mercúrio
encontrado nas amostras de água e no sedimento de fundo, dos diferentes cursos
d`’agua, foram atribuídas às águas a sua qualidade, ou seja, Classes I, II e III, conforme
as determinações do Conama.
Quadro 5:03 – Variáveis e Índices de Qualidade da Água-IQA
Padrões do
Conama
Ponto 1
Melgueira
Ponto 2
Amolar
Ponto 3
Paraguai I
Ponto 4
Macaco
Ponto 5*
Mato Seco
Ponto 6
Buriti
Ponto 7
F. Manoel
Ponto 8
Diamantino
Ponto 9
Paraguai II
Variáveis
Unidade
Água
Classe I
Água
Classe II
Seco Chuva Seco Chuva Seco Chuva Seco Chuva Seco Chuva Seco Chuva Seco Chuva Seco Chuva Seco Chuva
Cor Aparente mg Pt/L
75 40 28 60 22 48 34 30 58 0,0 74 72 76 36 22 55 40 40 60
Dureza mg/L
500 21 13 29 17 17 19 11 24 0,0 30 40 37 17 14 42 33 29 34
Turbidez NTU
40 Até 100 12 5 26 8 20 10 14 22 0,0 26 26 30 16 8 28 16 14 26
Temperat. da água
23,8 26,3 20,8 26,3 24,5 25,9 21 28,2 0,0 29 23,1 27,7 24,5 28,2 24,5 27,3 23,6 26,9
pH -
6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 8,1 7,4 7,9 7,4 8 7,4 7,7 7,8 0,0 7,4 7,6 7,8 7,7 7,4 8,2 7,8 8,1 6,69
Ox. Dissolvido MH/L
> 6 mg/L
O2 5 6,2 7,1 6,17 6,94 7,4 7,1 6,39 5,84 0,0 5,76 6,3 6,19 6,14 6,9 6,03 6,8 6,77 6,1
DBO5 dias a 20ºC mg/L
3 mg/L
O2
5 mg/L
O2 13 10 15 12 17 19 9 17 0,0 21 19 24 12 14 17 13 16 25
DQO mg/L
22 16 25 20 29 32 15 29 0,0 35 32 40 20 21 28 22 25 42
Alcalinidade Total mg/L
250 37 24 39 31 42 39 19 26 0,0 44 38 47 21 28 36 29 38 41
Condut. Elétrica μs/cm
1250 39 19 22 32 48 26 4 39 0,0 75 9 41 22 45 15 18 35 30
Sólidos Totais mg/L
500 1000 260 211 314 256 298 361 156 409 0,0 491 359 532 291 320 478 269 315 483
Sólidos Totais fixos mg/L
115 86 133 102 126 144 69 163 0,0 199 152 209 122 128 200 107 133 193
Sól. Totais Voláteis mg/L
140 124 180 153 171 216 86 245 0,0 201 206 314 168 192 270 162 180 288
Sól. Sedimentáveis m1 x1 x h
0,2 0,0 0,3 0,2 0,4 0,2 0,0 0,2 0,0 0,2 0,2 0,2 0,4 0,0 0,6 0,0 0,2 0,4
Coliformes Fecais
NMP/100 ML 200 1.000 13 10 9 16 60 108 5 40 0,0 32 34 28 5 19 10 27 15 70
Coliformes Totais
NMP/100 ML 4.000 41 36 53 80 300 447 28 156 0,0 181 289 192 30 73 48 60 189 320
Óleos e Graxas mg/L
Ausentes Ausentes 0,004 0,003 0,002 0,002 0,011 0,009 0,001 0,002 0,0 0,002 0,009 0,003 0,002 0,002 0,014 0,005 0,008 0,012
Ferro mg/L
0,3 0,3 1,1 0,9 1,4 1,1 1,6 1,9 0,93 1,47 0,0 1,59 0,74 1,18 1,3 1,1 1,9 1,5 1,9 1,7
Amônia (como
NH3)***
mg/L
0,1a 0,5 0,1a 0,5 0,0 0,01 0,01 0,03 0,03 0,07 0,01 0,05 0,0 0,1 0,05 0,02 0,02 0,0 0,06 0,09 0,09 0,13
Cloreto mg/L
250 2 0,8 1,7 0,5 5 9 0,8 10 0,0 14 9 5 1,8 0,5 7 11 11 29
Mercúrio/água mg/L Hg
0,0002 0,002 0,002 0,001 0,0 0,0 0,0 0,001 0,0 0,002 0,0 0,003 0,003 0,001 0,005 0,002 0,002 0,001 0,0 0,002
Mercúrio/sedimento mkg/Hg
0,03 0,01 0,0 0,0 0,02 0,0 0,01 0,0 0,07 0,05 0,09 0,03 0,08 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07
Padrão da água
Classe I
X
Classe II
X X
Classe III
X X X X X X
Padrões Resolução Nº 357/2005 - Conama; Laboratório cadastrado na Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMA-MT, Sob Nº 847
Org.
Casarin, 2007
No quadro 5:04 estão as sub-bacias, uso predominante da terra,
cobertura predominante, erosão laminar do solo e as respectivas Classes da água,
conforme parâmetros do Conama.
Quadro 5:04 – Classes da água por sub-bacia
Sub-Bacias Uso
Predominante
Vegetação
Nativa
Erosão
Laminar t/ha/a
Classes
D’ água
Ribeirão Melgueira Pastagem 67% 49,18
III
Córrego Amolar Monocultura 37% 21,08
I
Córrego Macaco Monocultura 48% 147,1
II
Córrego Mato Seco Cerrado Aberto 67% 69,63
III
Ribeirão Buriti Pastagem 15% 140,94
III
Córrego Frei Manoel Cerrado 46% 83,6
III
Rio Diamantino Cerrado 30% 130,9
III
Rio Paraguai Cerrado 27% 93,25
III
Casarin, 2007.
Os córregos Amolar e Macaco apresentaram o melhor padrão de
qualidade das águas, Classes I e II. No entanto, são as sub-bacias com os maiores
índices de desmatamento, com o uso predominante de monocultura, mas a cobertura de
vegetação nativa é significativa. Quanto à perda de solo estas apresentaram,
respectivamente, a menor e a maior perda de solo, sendo que o relevo é o elemento
primordial que melhor justifica estes índices.
As sub-bacias do Melgueira e Mato Seco têm elevado índice de
cobertura vegetal (67%), o uso predominante da terra é pastagem e apresentam forte
perda de solo por erosão laminar. Conquanto, a qualidade da água se enquadra apenas
na Classe III, por influência da concentração de mercúrio nos leitos fluviais.
A sub-bacia do Buriti apresentou baixo índice de cobertura vegetal,
alto grau de pastagem, sendo este uso da terra predominante, forte perda de solo e os
cursos fluviais contaminados por mercúrio e a água enquadra-se apenas na Classe III.
100
A sub-bacia do córrego Frei Manoel tem alto índice de vegetação
nativa, com usos predominante de terra de pastagem e apresentou forte perda de solo.
A água se enquadra apenas na Classe III devido a concentração de mercúrio.
As sub-bacias do Diamantino e Paraguai apresentam nível médio de
cobertura vegetal, entre 27 e 30%, o uso predominante da terra se constitui em
monocultura e policultura e apresentam fortes perdas de solo. Os cursos fluviais
apresentam significativos processos de assoreamento e as águas estão contaminadas
por mercúrio, enquadrando-se na Classe III. Ressalta-se que as amostras de água da
estação fluviométrica 03, localizada no planalto, acusou baixa concentração de
mercúrio, neste ponto a água pode se enquadrada na Classe II.
Para demonstra espacialmente a qualidade da água foi elaborado os
mapas com as sub-bacias e as respectivas Classes I, II e III, conforme obtidas por sub-
bacias, fig. 5:04, a seguir, evidenciando os locais mais poluídos pelo mercúrio.
101
Para demonstrar a quantificação de mercúrio encontrada em cada
amostra de água e de sedimento de fundo foram elaborados gráficos de quantificação e a
média de mercúrio na água e no sedimento de fundo durante os períodos seco e
chuvoso, por canal fluvial, conforme mostram as figuras 5:05 e 5:06, a seguir.
Fig. 5:04 – Qualidade da água por sub-bacia.
Casarin, 2007
102
A espacialização do mercúrio foi feita para dar uma dimensão mais
detalhada dos locais onde é feita a exploração do ouro. Embora o diamante é explorado
concomitantemente com o ouro, o mercúrio é usado somente na amalgamação do ouro.
Mercúrio na água
0
0,001
0,002
0,003
0,004
0,005
0,006
M
e
lguei
r
a
A
mola
r
M
a
caco
M
a
to
Seco
Buriti
F
Man
o
el
Dia
man
t
ino
Par
a
gua
i
Hg/L
Seco Chuvoso Média
Fig. 5:05 – Gráfico - Mercúrio na água
Casarin 2007
Mercúrio no sedimento de fundo
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
0,1
M
e
l
gu
ei
ra
Amolar
Pa
r
agua
i
I
M
a
cac
o
M
S
e
c
o
Burit
i
F Manoel
Di
amanti
no
Par
ag
uai II
Hg/Kg
Seco Chuvoso dia
Fig. 5:06 – Gráfico - Mercúrio no sedimento de fundo
Casarin, 2007.
103
Fig. 5:07 – Mercúrio na água: período seco
Casarin, 2007
As figuras a seguir mostram a concentração do mercúrio na água nos
períodos seco e chuvoso, por sub-bacia.
No mês de setembro, ou seja, durante o período seco, quando foram
coletadas as primeiras amostras, as maiores concentrações de mercúrio na água
ocorreram nos córregos Buriti e Frei Manoel, seguidos do Diamantino e do Melgueira.
Já os cursos do Amolar, Macaco e Paraguai não acusou presença desse metal, conforme
pode ser observado na fig. 5:07.
104
Fig. 5:08 – Mercúrio no sedimento de fundo – período seco
Casarin
,
2007
No entanto, as análises do sedimento de fundo feitas no mesmo
período mostraram resultados bem diferentes. Somente no córrego Amolar não foi
constatada a presença de mercúrio, conforme mostra o mapa de espacialização, por sub-
bacia, de mercúrio no sedimento de fundo, fig. 5:08.
105
Fig. 5:09 – Mercúrio na água: período chuvoso
Casa
rin
,
2
007
As amostras de água coletadas no período chuvoso demonstraram
que houve concentração de mercúrio em todas as amostras, com exceção na do Amolar,
fig. 5:09.
106
Fig. 5:10 –Mercúrio no sedimento de fundo: período chuvoso
Casarin
,
2007
As análises das amostras de sedimento de fundo coletadas durante a
estação chuvosa acusaram concentração de mercúrio em quase todos os cursos, com
exceção dos cursos do Amolar e do Macaco, como pode ser visto na fig.5:10.
Os índices de mercúrio encontrado na água e no sedimento de fundo
variaram em cada amostra, tanto no período seco como no chuvoso, contudo, sempre
houve a presença desse metal, poluindo o meio ambiente. Observa-se ainda, que a
poluição das águas e dos sedimentos de fundo nos canais fluviais se dispersam ao longo
da bacia, contaminando animais e plantas.
107
Fig. 5:11 - Sub-bacias e rede hidrográfica
Casarin
,
2007
5. 1 As Sub-Bacias
Os resultados da pesquisa também estão apresentados em escala de
sub-bacias, onde as informações estão mais detalhadas. Inicialmente é mostrada a figura
5:11 que se refere ao mapa da área de estudo, particularizado em escala de sub-bacias
onde mostra os cursos d’água com os pontos que representam as estações fluviométricas
alternativas em toda a área.
108
Fig. 5:12 – Sub-Bacia Melgueira - Uso da terra.
Casarin
,
2007
Na seqüência estão demonstradas as sub-bacias e descritas as
características físicas dos locais onde foram estabelecidas as estações fluviométricas
alternativas.
5.1.1 SUB-BACIA DO RIBEIRÃO MELGUEIRA
O ribeirão Melgueira nasce na Província Serrana, escoa de S para NO
e deságua no córrego Amolar. Formando uma bacia que abrange aproximadamente 9%
da área de estudo, com a cobertura e uso da terra predominantemente de Cerrado Aberto
e pastagem, conforme mostra a fig. 5:01.
Uso da terra
109
Embora, nesta sub-bacia não tenha sido possível identificar,
visivelmente, áreas de mineração na imagem de satélite, as análises físico-químicas da
água e do sedimento de fundo acusaram alta concentração de mercúrio, justificando que
houve a atividade de mineração.
Erosão laminar do solo
A erosão laminar do solo foi realizada através do método de Equação
Universal de Perda de Solo-EUPS que indica a tendência de desgaste natural do solo
associado às técnicas de manejo e cobertura vegetal da terra, e apresentou níveis
diferenciados para cada sub-bacia.
A perda de solo por erosão laminar da sub-bacia do ribeirão
Melgueira, foi espacializada e acusou a quantificação de 49,18 t./ha/ano. Através do
mapa, fig. 5:13, pode-se observar que os pontos críticos de erosão, o nível ‘muito
forte’, estão em pequenas áreas. Já as perdas ‘forte e moderada’ espalham-se por toda a
bacia e a ‘nula’ encontra-se numa faixa intermediária da bacia.
110
Fig. 5:13 – Perda de solo por erosão laminar - Sub-bacia do
Melgueira
Casarin, 2007
Qualidade da água
A primeira estação fluviométrica alternativa, ponto 01, foi
estabelecida no ribeirão Melgueira localizada a 14º 30” 14’ S e 56º 22” 26’ W,
representada na imagem através do círculo amarelo, fig. 5:14, a seguir. Neste local,
pode ser observado que a vegetação ciliar está preservada enquanto que o seu entorno é
ocupado por lavouras e/ou pastagens.
111
Foto 5:01 - Leito do Ribeirão Melgueira
Casarin, 2007
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
Fig. 5:14 - Localização do ponto 01 - Ribeirão Melgueira
Org. Casarin, 2007
As características ambientais do córrego Melgueira são boas,
conforme mostra a foto 5:01; as margens aparecem com a mata ciliar preservada, a
água é transparente e o leito é bem encaixado, embora seja de pouca profundidade.
Há fragmentos de rochas de tamanhos variados e o sedimento de fundo é formado
por 96,9% de areia, 2,1% de silte e 1,0% de argila.
112
Fig. 5:15 - Perfil transversal: ponto 01 - Ribeirão Melgueira
Casarin, 2007
O perfil transversal do ribeirão Melgueira, fig. 5:15, mostra o leito de
fundo chato com uma suave depressão na margem esquerda. A vazão d’água em
18/09/05 e 18/02/06 nos períodos seco e chuvoso acusaram, respectivamente, 0,519
m
3
/s e 8 m
3
/s, com significativa variação de vazão.
O quadro 5:05 refere-se aos resultados das análises físico-químicas
da água do ribeirão Melgueira.
Quadro 5:05 - Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 01
Variáveis Unidade Classe I* Classe II* Seco Chuva
Cor Aparente mg Pt/L 75 40 28
Dureza mg/L 500 21 13
Turbidez NTU 40 Até 100 12 5
Temperatura da água 23,8 26,3
pH - 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 8,1 7,4
Oxigênio Dissolvido MH/L > 6 mg/L O2 5 6,2 7,1
DBO5 dias a 20ºC mg/L 3 mg/L O2 5 mg/L O2 13 10
DQO mg/L 22 16
Alcalinidade Total mg/L 250 37 24
Condutividade Elétrica μs/cm 1250 39 19
Sólidos Totais mg/L 500 1000 260 211
Sólidos Totais fixos mg/L 115 86
Sólidos Totais Voláteis mg/L 140 124
Sólidos Sedimentáveis m1 x1 x h 0,2 0
Coliformes Fecais NMP/100 ML 200 1.000 13 10
Coliformes Totais NMP/100 ML 4.000 41 36
Óleos e Graxas mg/L Ausentes Ausentes 0,004 0,0025
Ferro mg/L 0,3 0,3 1,1 0,9
Mercúrio mg/L Hg 0,0002 0,002 0,002 0,001
Amônia (como NH3) mg/L 0,1 a 0,5 0,1 a 0,5 0 0,01
113
Cloreto mg/L 250 2 0,8
* Padrões Resolução Nº 357/2005 - Conama; Laboratório cadastrado na Secretaria Estadual do
Meio Ambiente – SEMA-MT, Sob Nº 847; Metodologia Analítica: Standart Methods for the
Examination of Water and wastewater, 21
.
Org.
Casarin, 2007
A variável de mercúrio que também foi analisada no sedimento de
fundo acusou os valores de 0,03 e 0,01 mg/Kg/H, respectivamente, nos períodos seco e
chuvoso, confirmando a contaminação encontrada nas análises físico-químicas das
águas.
5.1.2 SUB-BACIA DO CÓRREGO AMOLAR
Uso da terra
A sub-bacia do Amolar está localizada na parte nordeste da área de
estudo, ocupando cerca de 30% dela. Nesta área, emergem vários mananciais em meio
às veredas, as quais estão sendo comprometidas pelo desmatamento e pela formação de
lavouras e pastagens.
Conforme mostra a fig. 5:16, a seguir, o uso da terra é diversificado,
possui Cerrado Aberto, pastagens, lavouras comerciais e policultura e o Assentamento
Rural Caetés, cujo projeto congrega pequenas propriedades de lavoura de subsistência,
e nas grandes lavouras cultivam, principalmente soja e milheto.
Nesta sub-bacia, está localizada uma das maiores suinoculturas de
Mato Grosso, a Carrol’s do Brasil, com a média entre 12.000 a 13.000 matrizes, sendo
que a alta concentração de animais é um sério risco de contaminação do lençol freático.
114
Fig. 5:16 – Sub-bacia do Córrego Amolar - Uso da terra
Casarin, 2007
Erosão laminar do solo
A quantificação da perda de solo por erosão laminar acusou 21,08
t./ha/ano, sendo o menor índice das unidades de estudo. A espacialização, fig. 5:17 a
seguir, mostra baixa perda do solo, apesar de ser a área com o mais alto índice de uso
antrópico, que se justifica por ser área de relevo plano onde são adotadas técnicas de
preservação de uso da terra adequadas.
115
Fig.5:17 – Perda de solo por erosão laminar: Sub-bacia do Amolar
Casarin, 2007
Qualidade da água
A fig. 5:18 mostra a imagem com o círculo em amarelo onde foi
instalada a segunda estação fluviométrica, ponto 02, localizada a 14º 29” 13’ S e 56º
21” 42’ W em que o desmatamento atingiu as margens do rio.
116
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
Fig. 5:18 – Localização do ponto - Córrego Amolar
Org. Casarin, 2007
Foto 5:02 - Leito do Córrego Amolar
Casarin, 2007
Embora a vegetação ciliar ainda se apresente em bom estado de
conservação, as cercas ao longo da estrada, atravessam os leitos fluviais, indicando que
estes fazem parte da pastagem e os canais fluviais já estão sofrendo esta pressão.
As águas do córrego Amolar são transparentes, conforme mostra a
foto 5.1.2:01, a seguir, durante o período seco, mas, na estação chuvosa e estas se
tornam muito turvas.
117
Fig. 5:19 - Perfil transversal do ponto 02 - Córrego Amolar
Casarin, 2007
O canal contém blocos de rochas de variados tamanhos e o
sedimento de fundo é composto por 96,8%, de areia, 0,2% de silte e 3,0% de argila.
O perfil transversal do córrego Amolar mostra o leito bem encaixado
e o relevo do fundo achatado, com suaves saliências, fig. 5:19. Este canal apresentou
vazão de água de 0,802 m
3
/s em 18/09/05 no período seco, e 13,3 m
3
/s, em 18/02/06,
época das chuvas.
O córrego Amolar apresentou água de boa qualidade, podendo ser
enquadrada na Classe I. As análises físico-químicas da água acusaram apenas elevação
de ferro, um pouco superior aos permitidos pela Resolução Nº357/2005, do Conama,
quadro 5:06.
Quadro 5:06 - Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 02
Variáveis Unidade Classe I Classe II Seco Chuva
Cor Aparente mg Pt/L 75 60 22
Dureza mg/L 500 29 17
Turbidez NTU 40 Até 100 26 8
Temperatura da água 20,8 26,3
pH - 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 7,9 7,4
Oxigênio Dissolvido MH/L > 6 mg/L O2 5 6,17 6,94
DBO5 dias a 20ºC mg/L 3 mg/L O2 5 mg/L O2 15 12
DQO mg/L 25 20
Alcalinidade Total mg/L 250 39 31
Condutividade Elétrica μs/cm 1250 22 32
118
Sólidos Totais mg/L 500 1000 314 256
Sólidos Totais fixos mg/L 133 102
Sólidos Totais Voláteis mg/L 180 153
Sólidos Sedimentáveis m1 x1 x h 0,3 0,2
Coliformes Fecais NMP/100 ML 200 1.000 9 16
Coliformes Totais NMP/100 ML 4.000 53 80
Óleos e Graxas mg/L Ausentes Ausentes 0,0023 0,0017
Ferro mg/L 0,3 0,3 1,4 1,1
Mercúrio mg/L Hg 0,0002 0,002 0 0
Amônia (como NH3) mg/L 0,1a 0,5 0,1a 0,5 0,01 0,03
Cloreto mg/L 250 1,7 0,5
* Padrões do Conama, Resolução Nº 357/2005; Laboratório cadastrado na Secretaria Estadual
do Meio Ambiente – SEMA-MT, Sob Nº 847; Metodologia Analítica: Standart Methods for
the Examination of Water and wastewater, 21
.
Org. Casarin, 2007
5.1.3 S
UB-BACIA DO CÓRREGO MACACO
Uso da terra
A sub-bacia do córrego Macaco, figura a seguir, está localizada no
centro norte, ocupando 7% da área de estudo, onde aparece um corpo d’água referente
a uma represa. Quanto ao uso da terra, predominam as monoculturas nas áreas planas e
o Cerrado Aberto e as pastagens aparecem nas escarpas no Planalto do Parecis e da
Província Serrana, onde o relevo é movimentado, principalmente em áreas de encostas e
na Depressão. Ao sul da área também se faz a extração mineral.
119
Fig.5:20 – Sub-bacia do Córrego Macaco - Uso da terra
Casa
rin
,
2
007
Erosão laminar do solo
A erosão laminar do solo desta sub-bacia é o mais alto da área de
estudo, com perda de 147,1 t./há/ano. O mapa de perda de solo por erosão laminar, fig.
5:21 a seguir, mostra que o nível mais alto está nas áreas de encostas do Planalto do
Parecis e Província Serrana, onde se constitui em área de encontro destas unidades
geomorfológicas com a Depressão do Paraguai.
120
Fig. 5:21 - Perda de solo por erosão laminar - Sub-bacia do Cór. Macaco
Casarin
,
2007
Qualidade da água
A quarta estação fluviométrica foi instalada no córrego Macaco
representada pelo círculo amarelo da fig. 5:22, a seguir, localizada a 14º 26” 49’ S e 56º
24” 05’. Nesta sub-bacia predomina o Cerrado Aberto, sendo que está bastante
devastado.
121
Fonte: Google Earth. Acesso em 208/12/2006.
Fig. 5:22 – Localização do ponto 04 – Córrego Macaco
Org. Casarin, 2007
Foto 5:03 - Leito do Córrego Macaco
Casarin, 2007
As águas do córrego Macaco são transparentes durante o período
seco, mas na época chuvosa torna-se muito turva. Há formação de assoreamentos no
leito que podem ser visualizados na foto 5:03. No fundo do leito há fragmentos
rochosos de diferentes tamanhos e o sedimento de fundo é formado por 73,0% de areia,
18,0% silte e 9,0% argila.
122
Fig. 5:23 - Perfil transversal, ponto 04 - Córrego Macaco
Casarin, 2007
No perfil transversal do córrego Macaco, a fig. 5:23 mostra os níveis
de volume de água, cuja vazão acusou 1,799 m
3
/s e 9,670 m
3
/s, em 19/09/05 e
18/02/06, respectivamente e fica evidente um assoreamento no leito.
A qualidade da água do córrego Macaco apresenta-se razoável e a
água se enquadra na Classe II. Houve a ocorrência de mercúrio na água, quadro 5:07, e
no sedimento de fundo (0,01 mg/Kg/Hg).
Quadro 5:07 - Parâmetros fluviométricos: Estação 04
Variáveis Unidade Classe I* Classe* II Seco Chuva
Cor Aparente mg Pt/L 75 30 58
Dureza mg/L 500 11 24
Turbidez NTU 40 Até 100 14 22
Temperatura da água 21 28,2
pH - 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 7,7 7,8
Oxigênio Dissolvido MH/L > 6 mg/L O2 5 6,39 5,84
DBO5 dias a 20ºC mg/L 3 mg/L O2 5 mg/L O2 9 17
DQO mg/L 15 29
Alcalinidade Total mg/L 250 19 26
Condutividade Elétrica μs/cm 1250 4 39
Sólidos Totais mg/L 500 1000 156 409
Sólidos Totais fixos mg/L 69 163
Sólidos Totais Voláteis mg/L 86 245
Sólidos Sedimentáveis m1 x1 x h 0 0,2
Coliformes Fecais NMP/100 ML 200 1.000 5 40
Coliformes Totais NMP/100 ML 4.000 28 156
Óleos e Graxas mg/L Ausentes Ausentes 0,0011 0,0017
Ferro mg/L 0,3 0,3 0,93 1,47
Mercúrio mg/L Hg 0,0002 0,002 0 0,002
Amônia (como NH3) mg/L 0,1a 0,5 0,1a 0,5 0,01 0,05
Cloreto mg/L 250 0,8 10
* Padrões do Conama, Resolução Nº 357/2005; Laboratório cadastrado na Secretaria Estadual
do Meio Ambiente – SEMA-MT, Sob Nº 847; Metodologia Analítica: Standart Methods for the
Examination of Water and wastewater, 21.
Org. Casarin, 2007
123
Fig. 5:24 – Sub-bacia do Córrego Mato Seco - Uso da terra.
Casarin, 2007
5.1.4 SUB-BACIA DO CÓRREGO MATO SECO
Uso da terra
A sub-bacia do córrego Mato Seco ocupa 1,5% da área de estudo e,
este é um curso intermitente. No uso da terra predomina pastagens e Cerrado
Aberto, fig. 5:24. A vegetação ciliar revela-se bem conservada, mas, o leito do rio,
como nas outras sub-bacias, faz parte das pastagens onde as cercas atravessam os cursos
d’água.
124
Fig. 5:25 – Perda de solo por erosão laminar - Sub-bacia do Cór. Mato
Seco - Casarin, 2007
Erosão laminar do solo
Nesta sub-bacia, a perda de solo por erosão laminar é relativamente
alta, considerando ser uma bacia pequena. O método da EUPS acusou perdas de 69,63
t./ha/ano. Na fig. 5:25 podem ser observados três locais com forte perda de solo, sendo
dois nas cabeceiras do córrego em área de encostas da Depressão do rio Paraguai e o
outro à jusante, na área de mineração.
125
Qualidade da água
A estação fluviométrica de nº. 05 foi estabelecida a 14º 26” 01’ S e
56º 24” 56’ W, no córrego Mato Seco, fig. 5:26. Por ser um córrego temporário, de
julho a novembro, o curso fica totalmente sem água, por esse motivo a coleta de água
para análises foi feita apenas uma vez, mas de sedimento de fundo foram realizadas
duas coletas.
Quanto à vegetação na sub-bacia do córrego Mato Seco aparecem
espécies das caducifólias, isto é, de árvores que perdem as folhas ao mesmo tempo,
durante a estação do inverno, revigorando-se na primavera quando o calor fica mais
intenso. Mesmo antes das primeiras chuvas, a vegetação se renova com a brotação e
muito verdor, foto 5:04.
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
Fig. 5:26 - Localização do ponto 05 – Cór. Mato Seco
Org. Casarin, 2007
126
Fig. 5:27 - Perfil transversal, ponto 04 - Córrego Mato Seco
Casarin, 2007
Foto 5:04 - Leito do Córrego Mato Seco
Casarin, 2007
Este canal tem pouca profundidade, apresenta fragmentos rochosos
miúdos no fundo. Com a menor porcentagem de areia, o sedimento de fundo é
composto de 46,1% de areia, 40,9% de silte e 13,0% de argila.
O perfil transversal, fig. 5:27 mostra o fundo do leito chato e pouco
profundo. No período chuvoso, a vazão foi de 0,670m
3
/s em 18/02/06.
Quanto à qualidade da água, as análises físico-químicas,
representadas no quadro 5:08, estão altamente contaminadas por mercúrio, tendo em
127
vista que além do mercúrio na água o sedimento de fundo acusou os valores de 0,07 e
0,05 mg/Kg/Hg, nos períodos, respectivamente, seco e chuvoso.
Quadro 5:08 – Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 05
Variáveis Unidade Classe I* Classe II* Seco Chuva
Cor Aparente mg Pt/L 75 0 74
Dureza mg/L 500 0 30
Turbidez NTU 40 Até 100 0 26
Temperatura da águas 0 29
pH - 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 0 7,4
Oxigênio Dissolvido MH/L > 6 mg/L O2 5 0 5,76
DBO5 dias a 20ºC mg/L 3 mg/L O2 5 mg/L O2 0 21
DQO mg/L 0 35
Alcalinidade Total mg/L 250 0 44
Condutividade Elétrica μs/cm 1250 0 75
Sólidos Totais mg/L 500 1000 0 491
Sólidos Totais fixos mg/L 0 199
Sólidos Totais Voláteis mg/L 0 201
Sólidos Sedimentáveis m1 x1 x h 0 0,2
Coliformes Fecais NMP/100 ML 200 1.000 0 32
Coliformes Totais NMP/100 ML 4.000 0 181
Óleos e Graxas mg/L Ausentes Ausentes 0 0,0022
Ferro mg/L 0,3 0,3 0 1,59
Mercúrio mg/L Hg 0,0002 0,002 0 0,003
Amônia (como NH3) mg/L 0,1a 0,5 0,1a 0,5 0 0,1
Cloreto mg/L 250 0 14
* Padrões do Conama, Resolução Nº 357/2005; Laboratório cadastrado na Secretaria Estadual do
Meio Ambiente – SEMA-MT, Sob Nº 847; Metodologia Analítica: Standart Methods for the
Examination of Water and wastewater, 21
.
Org. Casarin, 2007
5.1.5 S
UB-BACIA DO RIBEIRÃO BURITI
Uso da terra
O ribeirão Buriti é afluente do rio Diamantino, forma uma sub-bacia
relativamente pequena, ocupando apenas 5% da área de estudo, mas bastante degradada.
Quanto ao uso da terra a fig. 5:28, a seguir, mostra que predominam as pastagens e
área urbana, com pequena parcela de Cerrado Aberto e monocultura.
128
Fig. 5:28 – Sub-bacia do Ribeirão Buriti - Uso da terra.
Casarin, 2007
Erosão laminar do solo
A sub-bacia ribeirão Buriti apresenta elevada perda de solo por
erosão laminar, com 140,94 t./ha/ano. A fig. 5:29, a seguir, mostra que o nível ‘muito
forte’ de perda de solo ocorre num raio ao longo da encosta do Planalto do Parecis.
Como nas duas últimas sub-bacias, os maiores desgastes ocorrem na encosta das serras,
em áreas transitórias entre o Planalto e a Depressão do rio Paraguai.
129
Fig. 5:29 - Perda de solo por erosão laminar - Sub-bacia do Ribeirão Buriti
Casarin, 2007
Erosão laminar do solo
Qualidade da água
A sexta estação fluviométrica foi estabelecida no ribeirão Buriti,
localizada próximo à cidade de Diamantino, ao lado da rodovia MT 240, a 14º 25” 42’ S
e 56º 25” 09’ W. Ver círculo amarelo na fig. 5:30.
130
Fonte Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
Fig. 5:30 – Localização do ponto 06 – Ribeirão Buriti
Or
g
. Casarin
,
2007
Foto 5:05 - Leito - Ribeirão Buriti
Casarin
,
2007
A mata ciliar da sub-bacia do ribeirão Buriti encontra-se bastante
degradada, as águas são turvas, há muitos dejetos e lixo doméstico, como sacos
plásticos, vidros, latas, garrafas e caixas jogados no vale, foto 5:05. O sedimento de
fundo é formado de areia 55,1%, silte 35,9 e argila 9,0%.
131
Fig. 5:31 - Perfil transversal, ponto 06 - Ribeirão Buriti
Casarin, 2007
A vazão d’água acusou em 18/09/05 e 18/02/06, respectivamente
período seco e chuvoso 250 m
3
/s e 1,563 m
3
/s como mostra os níveis da água no perfil
transversal, onde este vale é bem encaixado, fig.5:31. Mas, a água está se encontra
muito poluída.
Os resultados das análises físico-químicas da água acusaram que as
variáveis “cor aparente, ferro e mercúrio” ultrapassaram os valores permitidos pela
Resolução Nº 357/2005, quadro 5:09. Assim como, as análises de sedimento de fundo
acusaram 0,09 e 0,03 mg/Kg/Hg, portanto, a água pode ser enquadrada apenas na
Classe III.
Quadro 5:09 – Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 06
Variáveis Unidade Classe I* Classe II* Seco Chuva
Cor Aparente mg Pt/L 75 72 76
Dureza mg/L 500 40 37
Turbidez NTU 40 Até 100 26 30
Temperatura da água 23,1 27,7
pH - 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 7,6 7,8
Oxigênio Dissolvido MH/L > 6 mg/L O2 5 6,3 6,19
DBO5 dias a 20ºC mg/L 3 mg/L O2 5 mg/L O2 19 24
DQO mg/L 32 40
Alcalinidade Total mg/L 250 38 47
Condutividade Elétrica μs/cm 1250 9 41
Sólidos Totais mg/L 500 1000 359 532
Sólidos Totais fixos mg/L 152 209
Sólidos Totais Voláteis mg/L 206 314
132
Sólidos Sedimentáveis m1 x1 x h 0,2 0,2
Coliformes Fecais NMP/100 ML 200 1.000 34 28
Coliformes Totais NMP/100 ML 4.000 289 192
Óleos e Graxas mg/L Ausentes Ausentes 0,009 0,0026
Ferro mg/L 0,3 0,3 0,74 1,18
Mercúrio mg/L Hg 0,0002 0,002 0,003 0,001
Amônia (como NH3) mg/L 0,1a 0,5 0,1a 0,5 0,05 0,02
Cloreto mg/L 250 9 5
* Padrões do Conama, Resolução Nº 357/2005; Laboratório cadastrado na Secretaria Estadual
do Meio Ambiente – SEMA-MT, Sob Nº 847; Metodologia Analítica: Standart Methods for
the Examination of Water and wastewater, 21.
Org. Casarin, 2007
5.6 S
UB-BACIA DO CÓRREGO FREI MANOEL
Uso da terra
O córrego Frei Manoel nasce na encosta da serra Tapirapuã, flui no
sentido noroeste sudeste e deságua no rio Diamantino. Forma uma sub-bacia triangular
que ocupa 8,5% da área de estudo, fig. 5:32, a seguir. Com a cobertura da terra bastante
degradada é formada de Cerradão, Cerrado Aberto, pastagem, sendo que a mata ciliar
encontra-se bastante reduzida e degradada.
133
Fig. 5:0 32 – Sub-bacia do Córrego Frei Manoel - Uso da terra
Casarin, 2007
Erosão laminar do solo
As perdas de solo por erosão laminar na sub-bacia do Frei Manoel
ocorrem, principalmente, nas áreas desflorestadas, onde o relevo apresenta maior
declividade e nas proximidades dos cursos fluviais, onde as áreas estão ocupadas por
pastagens, fig. 5:33. O estudo acusou perdas de 83,65 t./ha/ano, com mais intensidade
ao longo dos cursos d’água, áreas com alta declividade.
134
Fig. 5:33 - Perda de solo por erosão laminar - Sub-bacia do Cór. Frei Mano
e
- Casarin, 2007
Qualidade da água
Nesta sub-bacia foi instalada a sétima estação fluviométrica
alternativa, a 14º 25” 17’ S e 56º 29” 02’ W, círculo amarelo da fig. 5:34. É uma área
altamente antropizada, com predominância de pastagem, mas por estar próxima da
cidade, neste e no local funciona um balneário.
135
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
B
a
l
n
e
á
r
i
o
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
B
a
l
n
e
á
r
i
o
Fig. 5:34 – Localização do ponto 07 – Cór. Frei Manoel
Org. Casarin, 2007
Foto 5:06 - Leito - Córrego Frei Manoel
Casarin
,
2007
O córrego Frei Manoel, foto 5:06 a seguir, tem águas claras e
apresentou vazão de 0,467 m
3
/s e 0,963 m
3
/s, respectivamente em 19/09/05, período
seco, e em 18/02/06, época chuvosa. O fundo do leito é recoberto por blocos de rochas
de variados tamanhos e o sedimento de fundo é formado por 79,3% de areia, 15,7% de
silte e 5,0% de argila.
136
Fig. 5:35 - Perfil transversal – ponto 07 - Córrego Frei Manoel
Casarin, 2007
O perfil transversal, fig. 5:35, mostra os níveis da água no momento
em que foram feitas as medições da vazão. O traçado deste perfil não corresponde
exatamente às características físicas do canal, sofreu distorção devido aos pilares da
ponte, contudo, é um canal bem encaixado, como pode ser observado na figura anterior
(5.16:03).
Quanto às análises físico-químicas da água, os resultados estão
contidos no quadro 5:10, e do sedimento de fundo acusaram 0,08 e 0,02 mg/Kg/Hg. As
análises mostram alta concentração de mercúrio no córrego Frei Manoel, embora não
tenham sido identificadas áreas de mineração através da imagem de satélite.
Quadro 5:10 – Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 07
Variáveis Unidade Classe I* Classe II* Seco Chuva
Cor Aparente mg Pt/L 75 36 22
Dureza mg/L 500 17 14
Turbidez NTU 40 Até 100 16 8
Temperatura da água 24,5 28,2
pH - 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 7,7 7,4
Oxigênio Dissolvido MH/L > 6 mg/L O2 5 6,14 6,9
DBO5 dias a 20ºC mg/L 3 mg/L O2 5 mg/L O2 12 14
DQO mg/L 20 21
Alcalinidade Total mg/L 250 21 28
Condutividade Elétrica μs/cm 1250 22 45
Sólidos Totais mg/L 500 1000 291 320
Sólidos Totais fixos mg/L 122 128
Sólidos Totais Voláteis mg/L 168 192
Sólidos Sedimentáveis m1 x1 x h 0,4 0
Coliformes Fecais NMP/100 ML 200 1.000 5 19
137
Coliformes Totais NMP/100 ML 4.000 30 73
Óleos e Graxas mg/L Ausentes Ausentes 0,0019 0,0017
Ferro mg/L 0,3 0,3 1,3 1,1
Mercúrio mg/L Hg 0,0002 0,002 0,005 0,002
Amônia (como NH3) mg/L 0,1a 0,5 0,1a 0,5 0,02 0
Cloreto mg/L 250 1,8 0,5
* Padrões do Conama, Resolução Nº 357/2005; Laboratório cadastrado na Secretaria Estadual do
Meio Ambiente – SEMA-MT, Sob Nº 847; Metodologia Analítica: Standart Methods for the
Examination of Water and wastewater, 21
Org. Casarin, 2007
5.1.7 SUB-BACIA DO RIO DIAMANTINO
Uso da terra
O rio Diamantino que emprestou o nome à cidade do mesmo nome,
nasce na encosta leste da serra Tapirapuã, escoa suas águas de noroeste/sudeste/sul. A
sua sub-bacia ocupa 16% da superfície da área de estudo. A cobertura e uso da terra é,
predominantemente de Cerradão, Cerrado Aberto, pastagem, monocultura, área urbana
e de mineração, conforme mostra a fig. 5:36. É a sub-bacia com maior devastação, tanto
no que se refere ao uso da terra como ao curso fluvial.
138
Fig. 5:36 - Sub-bacia do Rio Diamantino - Uso da terra
Casarin, 2007
Erosão laminar do solo
A quantificação da perda de solo por erosão laminar desta bacia é
muito alta, apresentou índices de 130,9 t./ha/ano. Através da espacialização das perdas
139
de solo, fig. 5:37, é possível visualizar que a ocorrência em nível ‘muito forte’ abrange
quase toda a área da sub-bacia, podendo-se ver que se forma, principalmente ao longo
dos cursos fluviais. Uma mostra de que a atividade garimpeira nesta sub-bacia, se não é
a principal, é um dos mais atuantes fatores de degradação ambiental.
Fig. 5.1.7:02 - Perda de solo por erosão laminar - Sub-bacia do Rio
Diamantino -
Casarin, 2007
140
Qualidade da água
A oitava estação fluviométrica, ponto 08, foi instalada no rio
Diamantino a 14º 27” 54’ S e 56º 29” 39’ W, no local onde está circulado em amarelo
na fig. 5:38. Os círculos brancos mostram processos de assoreamento no canal e o
círculo verde assinala uma grande área de garimpo onde o rio Diamantino deságua no
Paraguai. Podendo, ainda ser observado que a vegetação está totalmente degradada,
inclusive a mata ciliar.
As águas do Diamantino escoam por um canal bem estruturado, com
profundidade de até 12 metros em alguns locais, como neste da foto 5:07. Mas, é um
canal que apresenta elevada degradação, como o desmatamento da mata ciliar,
processos de assoreamento e o leito com pouca água.
As águas são turvas pelo sedimento desintegrado proveniente dos
garimpos, e o sedimento de fundo é constituído por 83,1% de areia, 11,9% de silte e
5,0% de argila.
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i
o
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a
ra
g
u
a
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R
i
o
P
a
ra
g
u
a
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Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
Fig. 5:38 – Localização do ponto 08 – Rio Diamantino
Or
g
. Casarin
,
2007
141
Foto 5:07 – Leito- Rio Diamantino
Casarin, 2007
A vazão de água do Diamantino varia consideravelmente. No período
seco, em 19/09/05, acusou 3,080m
3
/s e o chuvoso, em 18/02/06, mediu 16,8 m
3
/s, como
pode ser visto na fig. 5:39, do perfil transversal. Neste, também pode ser observado que
o relevo de fundo é irregular causado pelo assoreamento que está se formando neste
local.
142
Fig. 5:39 - Perfil transversal, ponto 08 - Rio Diamantino
Casarin, 2007
A qualidade da água está comprometida pela concentração de
mercúrio, como foi constatado nas análises da água, cujos resultados estão no quadro
5:11, e das análises do sedimento de fundo acusaram valores de 0,03 e 0,04 mg/Kg/Hg.
Quadro 5.1.7:01 - Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estação 08
Variáveis Unidade Classe I* Classe II* Seco Chuva
Cor Aparente mg Pt/L 75 55 40
Dureza mg/L 500 42 33
Turbidez NTU 40 Até 100 28 16
Temperatura da água 24,5 27,3
pH - 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 8,2 7,8
Oxigênio Dissolvido MH/L > 6 mg/L O2 5 6,03 6,8
DBO5 dias a 20ºC mg/L 3 mg/L O2 5 mg/L O2 17 13
DQO mg/L 28 22
Alcalinidade Total mg/L 250 36 29
Condutividade Elétrica μs/cm 1250 15 18
Sólidos Totais mg/L 500 1000 478 269
Sólidos Totais fixos mg/L 200 107
Sólidos Totais Voláteis mg/L 270 162
Sólidos Sedimentáveis m1 x1 x h 0,6 0
Coliformes Fecais NMP/100 ML 200 1.000 10 27
Coliformes Totais NMP/100 ML 4.000 48 60
Óleos e Graxas mg/L Ausentes Ausentes 0,0142 0,005
Ferro mg/L 0,3 0,3 1,9 1,5
Mercúrio mg/L Hg 0,0002 0,002 0,002 0,001
Amônia (como NH3) mg/L 0,1a 0,5 0,1a 0,5 0,06 0,09
Cloreto mg/L 250 7 11
* Padrões do Conama, Resolução Nº 357/2005; Laboratório cadastrado na Secretaria Estadual
do Meio Ambiente – SEMA-MT, Sob Nº 847; Metodologia Analítica: Standart Methods for the
Examination of Water and wastewater, 21.
Org. Casarin, 2007
143
5.1.8 SUB-BACIA DO RIO PARAGUAI
O Paraguai é o principal rio da área de estudo, formando também a
maior sub-bacia, com 33% de superfície. Suas nascentes emergem em terras altas e
planas, na Província Serrana, que foram largamente utilizadas a partir de 1960 pela
agricultura mecanizada e pastagens. O desmatamento foi intenso e a área ocupada,
principalmente por monoculturas; atualmente, predomina o cultivo de soja e pastagem.
A seguir a fig. 5:40 mostra que a cobertura e uso da terra da sub-
bacia do rio Paraguai, ainda que predominem as monoculturas, a vegetação nativa é
relativamente alta, aproximadamente de 30%. Contudo, as altas cabeceiras estão
praticamente desprotegidas das matas de galerias que eram formadas por veredas.
O Cerrado Aberto reside em meios às pastagens nas áreas mais
acidentadas, onde o relevo não permite a mecanização do solo. Nas áreas de encostas do
Planalto e na Depressão do rio Paraguai a atividade garimpeira é expressiva.
144
Fig. 5:40 - Sub-bacia do rio Paraguai - Uso da terra
Casarin, 2007
A área de manaciais do rio Paraguai, visualisada em maior detalhe na
fig. 5:41, a seguir, pode ser percebido que as lavouras e/ou pastagens invadiram as
veredas, inclusive as matas de galeria.
145
Erosão laminar do solo
A perda de solo na sub-bacia do rio Paraguai é bastante significativa,
a EUPS acusou 93,25 t./ha/ano. A fig. 5:42 mostra que a erosão laminar ocorre com
mais intensidade nas áreas em que o relevo é mais acidentado, como nas encosta das
serras, mas também nas áreas planas onde a atividade garimpeira é muito ativa.
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
Fig. 5:41 – Imagem da área de nascentes do rio Paraguai - Org. Casarin, 2007
146
Fig. 5:42 – Perda de solo por erosão laminar – Sub-bacia do Rio Paraguai
Casarin, 2007
Qualidade da água
No rio Paraguai, foram estabelecidas duas estações fluviométricas
alternativas, uma no planalto e outra na Depressão do rio Paraguai, as quais estão
representadas, nos círculos amarelos das figuras 5:43 e 5:44, a seguir.
147
A fig. 5:43 se refere ao ponto 03 localizado a 14º29” 45’ S e 56º23”
11’ W na região do Planalto. Aqui a vegetação ciliar se apresenta, parcialmente
conservada, embora as nuances brancas ao longo do canal sejam áreas de garimpo.
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v
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2
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0
Ro
d
o
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0
Fig. 5:44 – Localização do ponto 09 – Rio Paraguai II
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
Or
g
. Casarin
,
2007
Fig. 5:43 – Localização do ponto 03 – Rio Paraguai I
Fonte: Google Earth. Acesso em 28/12/2006.
Or
g
. Casarin
,
2007
148
A fig. 5:44 mostra onde foi estabelecida a nona estação
fluviométrica a 14º 30” 12’ S e 56º 29” 02’ W. Nesta localidade, o canal fluvial e o seu
entorno estão muito degradados pela atividade garimpeira que vem sendo realizada há
muitos anos. Atualmente, é um dos pontos críticos da sub-bacia do Paraguai, a mata
ciliar praticamente não existe e o solo nu, depredado por escavações que acumulam
água que servem de criadouro e infestações de mosquitos.
O rio é uma corrente de água, que a sua qualidade se modifica à
medida que transporta substâncias e organismos, frutos por onde passou. Assertiva que
demonstra duas realidades do rio Paraguai através das fotos a seguir. A foto 5:08
mostra águas transparentes que correm entre as margens de um canal bem formado,
com a mata ciliar viçosa, o leito é recoberto por rochas fragmentadas e o sedimento de
fundo é formado por areia 96,8 %, argila 3,% e silte 0,2 %.
.
A foto 5:09, a seguir, revela um rio com as margens e a vegetação
ciliar degradadas, águas turvas, assoreamentos no leito e o sedimento de fundo é
formado por 88,9 % de areia, 4,0 % de argila e 7,1 % de silte.
Foto 5:08 - Leito - Rio Paraguai no Planalto
Casarin, 2007
149
A vazão de água do rio Paraguai, no ponto 03 foi de 2,742 e 28,00
m
3
/s, e, no ponto 09 acusou 6,38 e 39,57 m
3
/s, respectivamente nos dias 18/09/05 e
18/02/06, que correspondem aos períodos seco e chuvoso. Nos perfis transversais
representados na fig. 5:45, a seguir, mostram que o leito do rio no ponto 03 é bem o rio
encaixado e tem o fundo chato, no entanto, no ponto 09 o fundo apresenta saliências,
com processos de assoreamento e as margens desgastadas.
Foto 5:09 – Leito do rio Paraguai, ponto 09
Casarin
,
2007
150
Quanto à qualidade da água, os resultados das análises físico-
químicas das amostras coletadas nos pontos 03 e 09, nos períodos seco e chuvoso,
verifica-se que apenas as variáveis de mercúrio e ferro estão fora dos padrões da
Conama. Com referência ao ferro, considera-se inofensivo à saúde por ser característica
natural das rochas. No entanto, o mercúrio concentrado na água, quadro 5:12, e no
sedimento de fundo com 0,02 e 0,05 mg/kg Hg no período seco, e 0,0 e 0,07 mg/kg
Hg na época da chuva certifica-se que as águas estão contaminadas.
Ponto 09
Ponto 03
Ponto 09Ponto 09
Ponto 03Ponto 03
Fig. 5:45 – Perfis transversais, pontos 03 e 09, rio Paraguai I e II.
Casarin, 2007
151
Quadro 5:12 – Variáveis e parâmetros fluviométricos: Estações 03 e 09
Seco
Chuvoso
Variáveis Unidade Classe I* Classe II*
Pt. 03 Pt. 09 Pt. 03 Pt. 09
Cor Aparente mg Pt/L 75 48 40 34 60
Dureza mg/L 500 17 29 19 34
Turbidez NTU 40 Até 100 14 20 10 26
Temperatura da água 24,5 23,6 25,9 26,9
pH - 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 8 8,1 7,4 6,69
Oxigênio Dissolvido MH/L > 6 mg/L O2 5 7,4 6,77 7,1 6,1
DBO5 dias a 20ºC mg/L > 3 mg/L O2 5 mg/L O2 17 16 19 25
DQO mg/L 29 25 32 42
Alcalinidade Total mg/L 250 42 38 39 41
Condutividade Elétrica μs/cm 1250 48 35 26 30
Sólidos Totais mg/L 500 1000 298 315 361 483
Sólidos Totais fixos mg/L 126 133 144 193
Sólidos Totais Voláteis mg/L 171 180 216 288
Sólidos Sedimentáveis m1 x1 x h 0,4 0,2 0,2 0,4
Coliformes Fecais NMP/100 ML 200 1.000 60 15 108 70
Coliformes Totais NMP/100 ML 4.000 300 189 447 320
Óleos e Graxas mg/L Ausentes Ausentes 0,0106 0,008 0,009 0,012
Ferro mg/L 0,3 0,3 1,6 1,9 1,9 1,7
Mercúrio mg/L Hg 0,0002 0,002 0 0 0,001 0,002
Amônia (como NH3) mg/L 0,1a 0,5 0,1a 0,5 0,03 0,09 0,07 0,13
Cloreto mg/L 250 5 11 9 29
* Padrões do Conama, Resolução Nº 357/2005; Laboratório cadastrado na Secretaria Estadual do Meio Ambiente
– SEMA-MT, Sob Nº 847; Metodologia Analítica: Standart Methods for the Examination of Water and
wastewater, 21.
Org. Casarin, 2007
152
6. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta pesquisa ficou evidente que as técnicas utilizadas na
exploração dos recursos naturais na Bacia Hidrográfica Paraguai/Diamantino são
altamente destrutivas do meio ambiente. Os homens usam a terra como produtos
descartáveis, entulham os rios de lixo como fossem exclusivos de sua propriedade;
devastam as margens, assoreiam os rios e contaminam as águas ainda nos nascedouros,
atraídos pela usura de riqueza, principalmente, nas áreas onde extraem ouro e diamante.
Ficou patente que a área das nascentes do rio Paraguai, no planalto
da Província Serrana, antes coberta por veredas, atualmente, está sofrendo forte pressão
antrópica pelos garimpos, desmatamento e a implantação de lavouras e pastagens. Os
garimpeiros utilizam técnicas inadequadas na exploração dos minerais, gerando
milhares de toneladas de sedimentos que, posteriormente são carreadas para os rios,
assoreando-os e contaminando as águas com o mercúrio utilizado na amalgamação do
ouro. Os agricultores e/ou criadores desmataram a vegetação de galeria nas áreas de
mananciais e as matas ciliares, deixando os corpos d’água sem a necessária proteção
natural de conservação.
Nesse momento, se questiona como será possível assegurar à atual e
às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade
adequados aos respectivos usos e a preservação de florestas, conforme objetivam as
Leis nº 9.433/1997, e nº 7.803 de 18/07/1989, quando matas de galeria e/ou ciliar são
destruídas, represas que interrompem o fluxo de água são constrídas, sedimentos são
lançados nos canais formando assoreamentos e água contaminada por mercúrio?
Em maio de 2006, foi criado pelo Estado a APA “Área de Proteção
Ambiental Estadual Nascentes do Rio Paraguai”, com isso, espera-se que doravante as
153
cercas protejam os mananciais para que deixem de ser bebedouros dos animais; que a
vegetação de galeria e/ou ciliar, que fora aniquilada, seja recuperada e os canais livres
de barragens. Os cursos d’água devem ser vistos como canais naturais que devem escoar
águas limpas, não entulhos e sedimentos. Não se pode admitir que áreas primordiais
para a conservação dos recursos hídricos continuem sendo exploradas de forma tão
selvagem e perversa.
Mediante tais resultados e como foi visto no item 3, que “a água é um
recursos finito e vulnerável” por isso, se faz necessário mantê-la em bom estado de
conservação, são relevantes os seguintes questionamentos:
- Quem autoriza e/ou fiscaliza a exploração mineral de ouro e
diamante?
- Sabe-se que para fazer qualquer desmatamento é necessária uma
autorização da secretaria do meio ambiente e/ou do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente-Ibama, então porquê as matas de galeria e/ou ciliar das nascentes do rio
Paraguai estão tão devastadas?
- Não seria ora dos governantes desenvolver programas de incentivo
à recuperação de mananciais e áreas degradadas, assim como, se fez os programas de
apoio ao desenvolvimento dos Cerrados?
- Para quem servem as Leis nºs. 9.433/1997 e 4.771/1965 que tratam
do uso das terras e da preservação das águas, se o agropecuarista desmata as áreas que
bem lhe interessam?
Quanto à metodologia utilizada na pesquisa correspondeu às
expectativas. As técnicas utilizadas, como a de sensoriamento remoto foi fundamental
na avaliação preliminar do meio ambiente. No mapeamento do uso e cobertura da terra
154
as tecnologias de geoprocessamento, através dos programas Spring para o tratamento da
imagem e SIGs foram essenciais na elaboração de mapas, na quantificação da erosão
laminar do solo, na estruturação e detalhes da Tese.
Quanto à imagem de sensoriamento remoto, foi um instrumento
ímpar na caracterização dos elementos espaciais. Os quais foram reconhecidos através
dos trabalhos de campo e são quase sempre indispensáveis nas pesquisas geográficas.
Embora a imagem de satélite tenha sido imprescindível, a Cbers 2 por ser de baixa
resolução mascara certas refletâncias, como áreas úmidas, onde surgem os mananciais,
cuja cobertura de veredas foi identificada apenas como áreas verdes. Bem como, a
alguns garimpos que na imagem foram detectados em apenas três sub-bacias, e as
análises físico-químicas da água e do sedimento de fundo acusaram concentração
elevada de mercúrio, insumo que justifica a mineração de ouro, em sete das oito sub-
bacias da área de estudo.
Quanto aos resultados, podem ser considerados confiáveis porque
correspondem à lógica dos fatos instituídos através das atividades econômicas
desenvolvidas na região. Esta Tese, certamente, irá ampliar as informações sobre a
qualidade ambiental do rio Paraguai, e auxiliar, principalmente, os gestores públicos na
compreensão do complexo “meio ambiente”.
Quanto ao monitoramento ambiental da área, os membros do grupo
que, ora, integram o projeto de cooperação firmado entre o Programa de Qualificação
Institucional – PQI, da Capes, Unemat e UFRJ, têm aprovado, até o presente momento,
o projeto, Erosão laminar do solo e qualidade da água na Bacia do Alto Rio Paraguai-
MT: procedimentos metodológicos de avaliação ambiental, financiado pela Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso-Fapemat, que doravante dará suporte
155
financeiro para a continuidade da pesquisa em andamento, podendo ampliar os limites
para toda a Bacia do Alto Rio Paraguai.
Quanto às recomendações, torna-se necessário adotar medidas
adequadas para fazer a exploração mineral, como a recondução da terra para o local de
onde foi extraída, de forma que a atividade não deteriore tão intensamente. Que seja
criado um plano de recuperação das matas de galeria no torno dos mananciais, as matas
ciliares e de encostas que estão degradas sejam reflorestadas com espécies nativas.
Fomentar um amplo programa de monitoramento ambiental e da qualidade da água
estruturado num banco de dados.
E, finalmente, que haja mais divulgação sobre as condições
ambientais dos lugares com vistas à preservação. Sabe-se que todos os lugares são
fundamentais para a sobrevivência dos habitantes, porém alguns lugares são
primordiais, como os mananciais.
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