Download PDF
ads:
BIODISPONIBILIDADE DE AMINOÁCIDOS
EM ALIMENTOS PARA PAPAGAIOS
(Amazona aestiva) ADULTOS
LEONARDO BOSCOLI LARA
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ads:
LEONARDO BOSCOLI LARA
BIODISPONIBILIDADE DE AMINOÁCIDOS EM ALIMENTOS PARA
PAPAGAIOS (Amazona aestiva) ADULTOS
Tese apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Curso de
Doutorado em Zootecnia, área de concentração
em Nutrição de Monogástricos, para obtenção
do título de “Doutor”.
ORIENTADOR
Profª Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2006
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Lara, Leonardo Boscoli
Biodisponibilidade de aminoácidos em alimentos para papagaios
(Amazona aestiva) adultos / Leonardo Boscoli Lara. Lavras: UFLA,
2006
179 p.: il.
Orientador: Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
Tese (Doutorado) UFLA.
Bibliografia.
1. papagaio. 2. aminoácidos. 3. Digestibilidade I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
LEONARDO BOSCOLI LARA
BIODISPONIBILIDADE DE AMINOÁCIDOS EM ALIMENTOS PARA
PAPAGAIOS (Amazona aestiva) ADULTOS
Tese apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Curso de
Doutorado em Zootecnia, área de concentração
em Nutrição de Monogástricos, para obtenção
do título de “Doutor”.
APROVADA em 17 de março de 2006
Prof. Walter Motta Ferreira EV/UFMG-MG
Prof. Raimundo Vicente de Sousa DZO/UFLA-MG
Prof. Elias Tadeu Fialho DZO/UFLA-MG
Dr. Carlos Eduardo do Prado Saad DZO/UFLA-MG
Prof.ª Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
UFLA
(Orientadora)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2006
SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................i
ABSTRACT...............................................................................................iii
CAPÍTULO I...............................................................................................1
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................1
2. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................2
2.1 Nutrição de aves de produção X nutrição de psitacídeos........................3
2.2 Necessidades de proteína e aminoácidos para psitacídeos ......................6
2.3 Avaliação da digestibilidade da proteína e da proteína corrigida pelo
ácido úrico .........................................................................................9
2.4 Digestibilidade e biodisponibilidade de aminoácidos............................10
2.5 Determinação de aminoácidos .............................................................16
3. REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS.................................................18
CAPÍTULO II...........................................................................................24
RESUMO..................................................................................................24
ABSTRACT..............................................................................................25
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................26
2. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................29
2.1 Análises químicas.................................................................................34
2.2 Parâmetros avaliados...........................................................................35
2.3 Análises estatísticas..............................................................................35
2.3.1 Modelo estatístico...............................................................................36
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................37
4. CONCLUSÕES.....................................................................................54
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO CAPÍTULO II....................56
CAPÍTULO III..........................................................................................58
RESUMO..................................................................................................58
ABSTRACT..............................................................................................59
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................60
2. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................61
2.1 Análises químicas.................................................................................63
2.2 Parâmetros avaliados...........................................................................65
2.3 Análises estatísticas..............................................................................65
2.3.1 Modelo estatístico...............................................................................66
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................66
4. CONCLUSÕES...................................................................................127
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................129
LISTA DE ANEXOS...............................................................................131
LISTA DE TABELAS
página
TABELA 1.1 - Recomendações de energia bruta, proteína e aminoácidos para
psitacídeos e pássaros....................................................................................7
TABELA 2.1 -Tratamentos experimentais.................................................... 30
TABELA 2.2 Níveis de garantia (MN) das dietas experimentais
1
............... 30
TABELA 2.3 Composição básica do produto, descrita nos rótulos das rações
avaliadas..................................................................................................... 31
TABELA 2.4 Enriquecimento por quilograma do produto, descrito nos rótulos
das rações avaliadas .................................................................................... 32
TABELA 2.5 - Taxa de recuperação dos aminoácidos (%) estimados pelo
método analítico utilizado neste experimento. ............................................... 37
TABELA 2.6 Consumo (MN, MS)
1
diário das dietas experimentais (g) por
ave/dia e por kg de peso metabólico (PV
0,75
)................................................. 39
TABELA 2.7 - Teor de aminoácidos e PB (MS), teor de energia metabolizável
aparente para Amazona aestiva (kcal/KgMS) e a relação energia:aminoácidos
totais dos alimentos testados........................................................................ 40
TABELA 2.8 - Ingestão de PB e de aminoácidos por papagaio/dia
1
. .............. 43
TABELA 2.9 - Ingestão de PB e aminoácidos por quilo de peso metabólico
(PV
0,75
) (g)
1
................................................................................................. 44
TABELA 2.10 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente (%) dos
aminoácidos presentes nos alimentos testados
1
.............................................. 45
TABELA 2.11 - Perdas endógenas de aminoácidos em porcentagem da matéria
seca do pool de excretas e porcentagem do aminoácido em relação ao total de
aminoácidos da excreta................................................................................ 49
TABELA 2.12 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira (%) dos
aminoácidos dos alimentos testados
1
............................................................. 50
TABELA 2.13 - Coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira da PB, da
PB corrigido pelo ácido úrico e coeficiente de biodisponibilidade aparente e
verdadeira dos aminoácidos totais, exceto o triptofano e a cisteína, encontrados
nos alimentos testados (%)
1,2
........................................................................ 52
TABELA 3.1 Alimentos estudados. .......................................................... 62
TABELA 3.2 - Teores de aminoácidos e PB, expressos em porcentagem da
matéria seca, dos alimentos testados............................................................. 67
TABELA 3.3 - Coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira da PB, da
PB corrigido pelo ácido úrico e dos aminoácidos totais, em Amazona aestiva,
encontrados nas rações experimentais (%)
1
................................................... 69
TABELA 3.4 - Coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira da PB, da
PB corrigido pelo ácido úrico e dos aminoácidos totais, exceto o triptofano e a
cisteína, em papagaios verdadeiros, encontrados nos alimentos testados (%)
1
.. 72
TABELA 3.5 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes na semente de girassol sem casca
1
, oferecida pura “in natura”, com sua
estatística descritiva..................................................................................... 75
TABELA 3.6 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes na semente de girassol sem casca
1
, oferecida pura “in natura”, com a
estatística descritiva para cada nutriente........................................................ 78
TABELA 3.7 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes na semente de aveia, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 80
TABELA 3.8 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes na semente de aveia, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 82
TABELA 3.9 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes na banana desidratada, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 83
TABELA 3.10 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes na banana desidratada, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 85
TABELA 3.11 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes na clara de ovo em pó, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 86
TABELA 3.12 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes na clara de ovo em pó, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 88
TABELA 3.13 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes na gema de ovo em pó, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 90
TABELA 3.14 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes na gema de ovo em pó, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 92
TABELA 3.15 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes no ovo integral em pó, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 94
TABELA 3.16- Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes no ovo integral desidratado, mensurados pela metodologia proposta
por Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente............. 96
TABELA 3.17 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes, para Amazona aestiva,
presentes no farelo de girassol, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 97
TABELA 3.18 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes no farelo de girassol, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente................... 99
TABELA 3.19- Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes no farelo de soja, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................100
TABELA 3.20 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes no farelo de soja, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................102
TABELA 3.21 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes no farelo de trigo, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................103
TABELA 3.22 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes no farelo de trigo, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................105
TABELA 3.23 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes no gérmen de trigo, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................106
TABELA 3.24 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes no gérmen de trigo, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................108
TABELA 3.25 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes no milho integral moído, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................109
TABELA 3.26 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes no milho integral moído, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................111
TABELA 3.27 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes no milho gelatinizado, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................112
TABELA 3.28 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes no milho gelatinizado, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................114
TABELA 3.29 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes na polpa cítrica, mensurados pela metodologia proposta por Matterson
(1965), com a estatística descritiva para cada nutriente. ................................115
TABELA 3.30 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes na polpa cítrica, mensurados pela metodologia proposta por Matterson
(1965), com a estatística descritiva para cada nutriente. ................................117
TABELA 3.31 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes na levedura de cerveja, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................118
TABELA 3.32 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes na levedura de cerveja, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................120
TABELA 3.33 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos
aminoácidos e valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes no mamão desidratado, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson (1965), com a estatística descritiva
para cada nutriente..................................................................................121
TABELA 3.34 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes no mamão desidratado, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................123
TABELA 3.35 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona aestiva
presentes na soja micronizada, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................124
TABELA 3.36 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para Amazona aestiva
presentes na soja micronizada, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), com a estatística descritiva para cada nutriente..................126
i
RESUMO
LARA, Leonardo Boscoli. Biodisponibilidade de aminoácidos em alimentos
para papagaios (Amazona aestiva) adultos. 2006. 179p. Tese (Doutorado em
Zootecnia) Universidade Federal de Lavras, Lavras.
*
Dois experimentos foram conduzidos nas dependências da EV-UFMG com o
objetivo de determinar os coeficientes de biodisponibilidade aparente (CBap)e
verdadeira (CBv) de cada um dos aminoácidos e da soma dos aminoácidos de 5
rações e 16 alimentos utilizados na formulação de dietas para papagaios e
compará-los aos coeficientes de digestibilidade aparente (CDap) e verdadeira
(CDv) da PB e PB corrigida pelo ácido úrico. Foram utilizados 46 papagaios em
delineamento experimental em blocos ao acaso, com três períodos
experimentais, sendo que cada período constitiu um bloco em um total de 6
repetições por alimento. As 5 rações e a semente de girassol foram comparadas
entre si. Nos outros alimentos foram calculados seus conteúdos em aminoácidos
biodisponíveis aparente e verdadeiro. Todas as análises foram efetuadas no
Laboratório de Ciência Animal do DZO-UFLA e as médias, comparadas por
Scott-Knott. Todos os coeficientes foram determinados e encontram-se descritos
em tabelas no corpo do trabalho. As conclusões do trabalho foram: a melhor
metodologia para avaliar a digestibilidade proteica foi a mensuração dos CBap
dos aminoácidos a partir de análises por HPLC; os CDap e CDv da PB corrigida
pelo ácido úrico não substituem os CBap e CBv da soma dos aminoácidos em
papagaios verdadeiros adultos; papagaios em jejum excretam mais aminoácidos
que papagaios alimentados; deve-se utilizar os CBap em detrimento dos CBv
dos alimentos estudados para papagaios adultos; o processo de extrusão
melhorou a biodisponibilidade dos aminoácidos dos alimentos testados para
papagaios; as proteínas da semente de girassol possuem alta digestibilidade para
papagaios em manutenção; as rações de cães da linha Econômica apresentaram
melhores coeficientes que as da linha Superpremium para papagaios adultos; não
se deve extrapolar CBap e CBv obtidos em galos, mesmo tiflectomizados, para
papagaios; e interações entre nutrientes de diferentes ingredientes da dieta
associadas ao uso da metodologia de Matterson (1965) dificultam a extrapolação
dos dados obtidos para outros níveis de inclusão do alimento.
______________________
*
Comitê de Orientação: Flávia Maria de Oliveira Borges Saad UFLA/DZO
(Orientadora); Antônio Gilberto Bertechini UFLA/DZO; Raimundo Vicente
de Sousa UFLA/DMV.
ii
ABSTRACT
LARA, Leonardo Boscoli. Aminoacid bioavailability in feeds for parrots
(Amazona aestiva) adultos. 2006. 179p. Thesis (Doctorate in Animal Science)
Federal University of Lavras, Lavras.
*
Two experiments were conducted in the dependencies of the EV-UFMG with
the purpose of determining the apparent(CBap) and true (CBv) bioavailability
coefficients of each of the aminoacids and of the sum of the aminoacids of 5
diets and 16 feeds utilized in the formulation of diets for parrots and comparing
them to the apparent (CDap) and true (CDv) digestibility coefficients of CP and
CP corrected by uric acid. 46 blue fronted parrots were utilized in experimental
design in randomized blocks, with three experimental periods, each period
constituted a block in a total of 6 replicates per feed. The 5 diets and sunflower
seed were compared one with the other. In the other feeds were calculated their
contents in apparent and true bioavailable aminoacids. All the analyses were
performed in the Animal Science of the DZO-UFLA and the means, compared
by Scott-Knott. All the coefficients were determined and are reported in tables in
the body of the work. The conclusions of the work were: the best methodology
to evaluate protein digestibility was the measurement of Cbap of aminoacids
from the HPLC analyses; the CDap and CDv of CP corrected by uric acid do not
replace the CBap and CBv of the sum of aminoacids in adult blue fronted
parrots; fasting parrots excrete more aminoacids than fed parrots; one should
utilize Cbap to the detriment of the CBvs of the feeds studied for adult parrots;
the extrusion process improved bioavailability of the aminoacids of the feeds
tested for parrots; the sunflower seed proteins posses high digestibility for
parrots in maintenance; the dog diets of the Economic line present better
coefficients than those of the Superpremium line for adults parrots; one should
not extrapolate the CBap and CBv obtained in rooters, even cecectomized ones
to parrots; and interactions among nutrients of different feedstuffs of the diet
associated with the use of Matterson’s methodology (1965) making the
extrapolation of the data obtained for other levels of inclusion of the feed
difficult.
__________________________
*
Guidance Committee: Flávia Maria de Oliveira Borges Saad UFLA/DZO
(Adviser); Antônio Gilberto Bertechini UFLA/DZO; Raimundo Vicente de
Sousa UFLA/DMV.
iii
1
CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) está constantemente aumentando o rigor das fiscalizações
e punições relacionadas com o tráfico de animais silvestres, porém existe uma
procura crescente por animais exóticos de estimação, incluindo alguns silvestres.
Os papagaios se destacam pela sua capacidade de imitar sons humanos e
seu excelente grau de socialização. Dessa forma, cada vez mais criatórios de
papagaios estão sendo cadastrados junto ao IBAMA para oferecer aves
legalizadas, mansas e com atestado de saúde, entretanto estas aves estão ainda
com um preço muito elevado, de seis a dez vezes o valor do mercado negro.
Para diminuir o custo de produção e o interesse por animais vindos do
tráfico são necessários necessário aumento na produtividade e redução dos
custos nos criatórios, sendo a nutrição correta uma das medidas necessárias para
alcançar estes objetivos, ao contrário de apenas alimentar as aves
empiricamente, como é feito atualmente na maioria dos criatórios. A maioria dos
trabalhos em nutrição de papagaios é, na verdade, observação de hábitos
alimentares. Poucos trabalhos avaliaram as exigências nutricionais e a
disponibilidade dos nutrientes nos alimentos, sendo que, nestes, se encontram
dados relativos somente àqueles ditos “macronutrientes”, como, por exemplo, as
necessidades protéicas e seus valores biológicos. Com relação a aminoácidos,
não foi encontrado nenhum trabalho na literatura disponível sobre a sua
disponibilidade em alimentos para psitacídeos.
Devido à carência de dados sobre disponibilidade de nutrientes nos
alimentos para psitacídeos e sua importância no cenário atual dos criatórios,
2
pesquisadores começaram a desenvolver trabalhos nesta área. No período de
agosto a novembro de 2001 foram desenvolvidos dois experimentos nas
dependências do departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Campus da Pampulha, em Belo
Horizonte, para avaliação de alimentos comerciais e matérias-primas para
papagaios verdadeiros (Amazona aestiva). Os dados referentes a digestibilidade
da matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra bruta (FB), energia
metabolizável (EM), extrato etéreo (EE), cálcio (Ca) e fósforo (P) foram
publicados por Saad (2003) como tese de doutorado e, posteriormente, como
artigos científicos (Saad et al. 2006 a,b,c,d,e).
A partir destes mesmos experimentos, este trabalho foi conduzido com o
objetivo de determinar os coeficientes de biodisponibilidade aparente e
verdadeira dos aminoácidos, os valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes
e verdadeiros de alimentos para papagaios Amazona aestiva adultos e, ainda,
comparar as metodologias da digestibilidade aparente e verdadeira da PB, da PB
corrigida pelo ácido úrico e biodisponibilidade aparente e verdadeira da soma
dos aminoácidos analisados por cromatografia líquida de alta eficiência.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Os papagaios pertencem à classe Reptillia, subclasse aves e ordem
Psittaciformes. Esta ordem é dividida em duas famílias: a Cacattuidae,
representada pelas cacatuas e calopsitas, e a Psittacidae, representada pelas
araras, papagaios, maritacas, periquitos, curicas e lóris, entre outros.
A característica principal desta família é o bico forte e curvo desde a
base. Com relação à classificação destas aves, segundo a natureza do alimento
3
ingerido, a maioria das espécies, inclusive os papagaios, são onívoros, com
tendências granívoras e preferências por oleaginosas (Klassing, 2000).
Entretanto, existem aves pertencentes a outras classificações, como os lóris,
nectarívoros, os Keas, macrofaunívoros carnívoros, e até mesmo os papagaios
pigmeus, que são microfaunívoros fungívoros restritos, ou seja, alimentam-se
única e exclusivamente de fungos.
As principais características anátomo-fisiológicas que diferenciam os
papagaios das aves de produção e que podem interferir no estabelecimento tanto
de perfis nutricionais de alimentos como de exigência para a espécie são a
ausência de cecos, a presença de cólon curto e a alta taxa de passagem de
alimentos pelo trato digestório (Ritchie et al., 1994).
A maior parte dos papagaios brasileiros pertence ao gênero Amazona,
sendo o Amazona aestiva, também conhecido por papagaio verdadeiro, papagaio
baiano, papagaio xantopterix, blue fronted parrot e blue fronted amazon, a ave
mais procuradas da família no Brasil por conseguir imitar grande variedade de
sons humanos, é muito sociável e fácil de ser encontrada.
2.1 Nutrição de aves de produção X nutrição de psitacídeos
Mesmo com todo o potencial como aves de estimação, poucos são os
trabalhos em nutrição de papagaios. Vários trabalhos utilizam um número muito
pequeno de indivíduos, deixando em dúvida a confiabilidade estatística dos
resultados.
A maioria das informações em exigências de nutrientes para psitacídeos
foi obtida extrapolando estudos em espécies nidífugas, isto é, aves que podem
andar e se alimentar desde o nascimento, como os galiformes. As aves nidífugas
têm um crescimento lento e contínuo de três meses a quase dois anos; porém,
todos os psitaciformes são nidícolas, ou seja, seus filhotes permanecem nos
4
ninhos até estarem aptos para voar e se alimentar sozinhos. Desta maneira,
atingem o tamanho adulto mais rapidamente. Nesta ordem, as aves mais
precoces são as do gênero Forpus, que atingem o peso adulto em 30 a 40 dias, e
as mais tardias são as araras azuis, que podem demorar até 100 dias para atingir
o peso adulto (Ritchie et al., 1994). Assim, a extrapolação de dados de
galiformes para psitacídeos se torna difícil.
Existe ainda outro fator complicante: galiformes estão em crescimento
do nascimento até o abate devido ao ciclo curto de produção. As poedeiras e
matrizes estão em crescimento e desenvolvimento de seu sistema reprodutivo até
iniciarem a postura, quando passam à produção; ou seja, a exigência nutricional
para galiformes em manutenção não existe, pois nunca estão em manutenção, a
não ser os machos reprodutores, por curtos períodos de descanso.
Em papagaios, o ciclo de crescimento e reprodução ocorre de maneira
distinta das aves domésticas comerciais: os filhotes atingem o peso adulto em 60
dias, começam a reproduzir somente entre o terceiro e quarto ano e, ainda assim,
produzem apenas 10 a 25 ovos por ano, concentrados em um curto período, não
devendo ser comparados a poedeiras comerciais, que produzem de 180 a 330
ovos por ano. Todo este período não produtivo, no qual a ave já possui o peso
adulto e não está em muda de penas, é denominado período de manutenção.
Pesquisas em exigências nutricionais de pássaros nidícolas estão muito
limitadas. Desta forma, os dados extrapolados são inadequados para
generalização e não provêem nenhuma evidência clara se nutrientes como a
proteína dietética para manutenção de psitacídeos adultos, por exemplo,
divergem das necessidades de pássaros nidífugos (Ullrey et al.,1991).
Mesmo na avicultura industrial, a formulação de rações com base em
aminoácidos digestíveis é um novo conceito em nutrição, representando avanço
em relação à formulação de rações embasada em PB ou, até mesmo, em
aminoácidos totais, em virtude da maior segurança dos resultados nos ensaios de
5
substituição de alimentos convencionais por aqueles com deposição de proteína
mais eficiente, a custo mais baixo (Silva et al., 2000). Fontes protéicas
representam, aproximadamente, um quarto dos custos de alimentação em rações
para as aves e qualquer deficiência ou desequilíbrio entre aminoácidos nas
rações pode acarretar alterações na produção, afetando negativamente o retorno
econômico da atividade.
O conhecimento da composição de aminoácidos dos alimentos é
importante na formulação de rações. Entretanto, a utilidade destas informações é
limitada, uma vez que a quantidade de aminoácidos digestíveis para os animais é
menor do que aquela contida nos alimentos (Parsons, 1991).
Os aminoácidos não estão prontamente disponíveis para absorção,
tornando-se necessário determinar os coeficientes de digestibilidade destes nos
diferentes alimentos para cada espécies e fase fisiológica, o que possibilitaria o
maior aproveitamento dos mesmos, além de aumento na produtividade e no
retorno econômico da produção (Fischer Jr., 1997). Os coeficientes de
biodisponibilidade dos aminoácidos dos alimentos, utilizados na avicultura,
independentemente do método utilizado para a mensuração, têm sido muito
questionados em virtude do efeito da microflora intestinal presente nos cecos
dos galiformes. Assim, a utilização de galos tiflectomizados tem sido posposta.
No caso dos papagaios, a metodologia de avaliação torna-se menos complexa,
uma vez que estes não possuem cecos.
A formulação de rações com base em aminoácidos totais é menos
eficiente devido às diferenças na digestibilidade destes aminoácidos em cada
alimento (Coon, 1991). Portanto, o desconhecimento da quantidade real de
aminoácidos digestíveis nos diferentes alimentos utilizados na formulação pode
acarretar em sub ou superconsumo de aminoácidos, afetando,
consequentemente, a produção ou a lucratividade na produção. As exigências em
6
aminoácidos digestíveis são, aproximadamente, 8 a 10% menores em relação à
exigência em aminoácidos totais (Parsons, 1991).
2.2 Necessidades de proteína e aminoácidos para psitacídeos
As recomendações de exigência nutricionais para aves de gaiola foram
embasadas na extrapolação do National Research Council (NRC) para aves de
produção e em pesquisas e experiências práticas dos integrantes do comitê da
Association of American Feed Control Officials (AAFCO). Quando os dados do
NRC foram usados, foram escolhidas as concentrações mais altas de nutrientes
para incorporação nas tabelas de exigências dos pássaros e psitacídeos, exceto
quando a recomendação em questão, pelo NRC, era específica para uma espécie
ou raça em particular (AAFCO, 1998).
Uma primeira iniciativa para o desenvolvimento de tabelas de
exigências nutricionais de pássaros de companhia e exóticos surgiu na AAFCO
(1998), com a formação de um comitê composto pelo Dr. Randal N. Brue, vice-
presidente de pesquisa e desenvolvimento de Produtos Kaytee; pelo Dr Milton
Sunde, professor emérito na Universidade de Wisconsin; pela Dra. Sue Crissey,
diretora do Jardim Zoológico de Brookfield (Chicago); por Mark Hagen, diretor
de pesquisa da Rolf C. Hagen Inc, além de dois outros nutricionistas, o Dr. Dick
Grau, professor emérito da Universidade de Davis-Califórnia, e o Dr. Dwayne
Ullray, professor emérito em Michigan. O interesse destes pesquisadores foi
desenvolver tabelas de exigências focadas em passeriformes (canários, trinca-
ferro, sabiás) e psitaciformes (papagaios, periquitos, lóris, araras, cacatuas).
Devido ao mínimo de informações nutricionais para estas aves, o comitê
optou pelo desenvolvimento de uma só recomendação de crescimento e de
manutenção para cada ordem (psitaciformes e passeriformes),
independentemente das várias espécies que nela se incluiam. Desta forma, um
7
perfil nutricional para a manutenção geral foi desenvolvido para todos os
psitacídeos (independentemente de tamanho ou gênero) e um perfil de
manutenção para todos os passeriformes (AAFCO, 1998). Neste perfil
nutricional, a AAFCO apresenta, inclusive, alguns valores de aminoácidos
(Tabela 1.1).
TABELA 1.1 - Recomendações de energia bruta, proteína e aminoácidos para
psitacídeos e pássaros.
Psitacídeos Passeriformes
Mínimo Máximo Mínimo Máximo
Energia Bruta, kcal/kg 3200 4200 3500 4500
Proteína Total, % 12,0 14,0
Aminoácidos:
Arginina, % 0,65 0,75
Lisina, % 0,65 0,75
Metionina, % 0,30 0,35
Metionina + cistina, % 0,50 0,58
Treonina, % 0,40 0,46
Fonte: AAFCO (1988)
A recomendação de 12 e 14% de PB para a manutenção baseou-se em
observações e pesquisas realizadas pelos integrantes do comitê. Para o fósforo,
devido à dificuldade de análise do fósforo disponível em ingredientes, elegeu-se
a especificação de fósforo dietético total. Como consequência, o comitê
recomendou uma relação cálcio:fósforo de entre 1:1 e 2:1 (AAFCO, 1998).
Os valores recomendados de proteína para a manutenção de psitacídeos
pela AAFCO (1998) são maiores que os encontrados por Drepper et al. (1988)
para periquito australiano (Mellopsittacus undulatus), que estimaram uma
exigência mínima de PB em torno de 9%, e ainda 2,0, 3,5 e 3,5% da proteína
total para a lisina, arginina e metionina + cistina; ou seja, 0,18, 0,30 e 0,30% da
dieta, respectivamente. Estes autores sugerem um valor de energia metabolizável
de 3100 Kcal/kg na MS.
8
Embora valores de PB pouco acima de 12% sejam sugeridos para a
manutenção de psitacídeos pela AAFCO (1998), Ullrey et al (1991) sugerem
valores mais altos nas dietas (22% de PB na matéria natural), alegando que este
valor seria o mais indicado para sustentar períodos de reprodução e muda de
penas das aves, mas neste caso as aves não estariam mais em manutenção.
Roudybush & Grau (1986) estimaram exigências de proteína acima de
20% da dieta e 0,8% de lisina nas fases iniciais de crescimento para calopsitas
(Nymphicus hollandicus). Sendo as calopsitas aves de crescimento explosivo,
pois em 45 dias passam de 7 gramas para o peso adulto, com taxa de conversão
alimentar menor que 1:1 nas primeiras semanas, é de se esperar que as
necessidades protéicas para as mesmas em manutenção sejam inferiores a 20%.
Os autores citam ainda que uma deficiência de colina em calopsitas resultou em
crescimento normal, mas 30 a 40% dos pássaros mostraram despigmentação nas
remiges e retrizes e a deficiência de ácido pantotênico resultou em mortalidade
ou em crescimento de pena reduzido.
Carciofi (2001), trabalhando com dietas purificadas (amido de milho,
celulose, óleo de soja, proteína isolada de soja, minerais e vitaminas) e 40 aves
de espécies distintas, concluiu que 18% de PB foi a exigência mínima para o
crescimento de papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva); entretanto, estes
valores aumentavam para 23% de proteína para um desenvolvimento normal do
bico.
Segundo Saad (2003), a quantidade mínima de proteína dietética para
manutenção está diretamente relacionada aos níveis energéticos das dietas. A
recomendação mínima de proteína para a manutenção preconizada pelo autor é
de 13,0, 10,0 e 8,0% de PB em dietas com 2400, 2700 e 3000 Kcal de EM/Kg de
MN, respectivamente. Saad (2003) concluiu que dietas com baixo nível
energético não são recomendadas para a manutenção de papagaios-verdadeiros
por diminuírem o valor de metabolização da proteína dietética e que a taxa de
9
metabolização protéica é favorecida nas dietas com médio e alto conteúdo
energético, com teores de proteína entre 16 e 18%. O autor recomenda dietas
com níveis de energia de 2700 KcalEM/Kg e uma porcentagem de PB de, no
máximo, 16% na matéria natural para manutenção de papagaios verdadeiros em
cativeiro.
2.3 Avaliação da digestibilidade da proteína e da proteína corrigida pelo
ácido úrico
A grande maioria das aves, devido a sua anatomia digestiva, excreta
fezes e urina ao mesmo tempo pela cloaca, dificultando a mensuração da
digestibilidade da proteína. Segundo Krogdahl & Dalsgard (1981), as
dificuldades na determinação de proteína digestível podem ser contornadas de
três formas: por separação mecânica, por colheita diferenciada e por separação
química dos compostos nitrogenados da urina e fezes. Uma vez que a separação
mecânica tem pouca acurácia e tende a subestimar a proteína digestível, não é
satisfatória para análises de digestibilidade.
Os métodos envolvendo colheita diferenciada de fezes e urina são
complicados e onerosos, pois envolvem o uso de cateteres uretrais ou
modificações cirúrgicas para a obtenção de ânus artificial. Estes procedimentos
podem interferir na movimentação da excreta pela cloaca, na reabsorção de água
na cloaca e no refluxo da excreta da cloaca ao cólon. Mesmo assim, ainda são
utilizados em frangos. Já em papagaios, são métodos completamente inviáveis,
uma vez que cirurgias para fins científicos não são permitidas em aves silvestres
pela legislação vigente.
O método da separação química leva em consideração o fato de a
proteína ser a maior fonte de nitrogênio das fezes e o ácido úrico, a maior fonte
de nitrogênio da urina. Entretanto, ambos contêm importantes quantidades de
sais de amônia, assim como pequenas quantidades de uréia. Todo animal
10
uricotélico pode excretar na urina outros compostos nitrogenados, oriundos do
metabolismo, como creatinina, aminoácidos, uréia e amônia. Mcnabb & Mcnabb
(1975) sugeriram uma grande variação na proporção entre ácido úrico (55-72%),
amônia (11 - 21%) e uréia (2-11%) na urina de frangos.
Rotter et al. (1989) estimaram a digestibilidade aparente da proteína de
dietas à base de trigo e cevada em frangos utilizando três métodos:
digestibilidade do nitrogênio, digestibilidade do nitrogênio corrigido pelo ácido
úrico e digestibilidade de aminoácidos. A digestibilidade dos aminoácidos foi
determinada pela soma dos valores de cada um deles, excluindo-se a metionina e
a cistina por dificuldades do método analítico. O coeficiente de digestibilidade
da soma dos aminoácidos foi próximo ao coeficiente de digestibilidade da
proteína derivada do nitrogênio corrigido pelo ácido úrico, enquanto os
coeficientes de digestibilidade do nitrogênio não corrigidos foram baixos. Os
autores concluíram que o valor de proteína digestível aparente corrigida pelo
ácido úrico parece ser um método simples e fidedigno para estimar a
digestibilidade da proteína em aves.
2.4 Digestibilidade e biodisponibilidade de aminoácidos
O termo digestibilidade é definido, segundo Cheeke (1987), como a
fração do alimento ou componente individual (proteína, fibra, energia etc) que é
quebrado em unidades passíveis de serem absorvidas; portanto, é medido o
coeficiente de digestibilidade da proteína. Em relação à digestão e absorção dos
aminoácidos, uma vez que já são ou estão em unidades passíveis de serem
absorvidas, o termo digestibilidade não deve ser utilizado, mas sim
biodisponibilidade. Segundo Sibbald (1987), a absorção dos nutrientes no trato
digestivo é pré-requisito para a sua utilização; porém, alguns aminoácidos, como
11
os presentes nas proteínas danificadas pelo calor, podem ser absorvidos e
excretados na urina, indicando sua indisponibilidade para o metabolismo animal.
A digestibilidade de proteínas e a biodisponibilidade de aminoácidos
podem ser classificadas em aparente e verdadeira. A diferença é que a
biodisponibilidade verdadeira desconta os aminoácidos endógenos produzidos
pelas aves em jejum ou alimentadas por dietas isentas de proteínas.
Fatores inerentes ao alimento podem interferir na digestibilidade da
proteína, como a localização da proteína no grão. As proteínas localizadas no
endosperma da cevada e do trigo apresentam melhor digestibilidade que as
localizadas na camada aleurona multicelular, pois estão firmemente ligadas à
matriz celulósica (Albino, 1991).
Segundo Albino (1991), o teor de fibra do alimento também pode
reduzir a digestibilidade dos aminoácidos e aumentar a perda de aminoácidos
endógenos por provocar lesões nas células da mucosa intestinal, aumentando a
produção de muco.
O processamento também pode influenciar a digestibilidade dos
aminoácidos. Dale et al. (1985) avaliaram os efeitos da secagem de excretas no
forno e liofilizador sobre a disponibilidade dos aminoácidos e concluíram que a
digestibilidade dos aminoácidos totais não apresentou diferenças pelos dois
métodos. Todavia, vários aminoácidos, como lisina, metionina, arginina e
valina, apresentaram coeficientes de disponibilidade baixos na secagem ao
forno. Isso sugere destruição ou reações irreversíveis desses aminoácidos
durante a secagem por calor.
Quando se comparam os coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos
presentes no farelo de soja, em frangos de corte, obtidos por diferentes autores
(Albino et al., 1992; Degussa, 1993; Fischer Jr. et al., 1998; Pupa, 1995;
Rodrigues, 2000), podem ser encontradas grandes variações entre os ensaios,
chegando a quase 10% para alguns aminoácidos.
12
Segundo Rodrigues (2000), estas variações observadas na literatura
estão, certamente, associadas ao processamento de calor ao qual estes alimentos
são submetidos. Uma aplicação excessiva de calor pode reduzir a
disponibilidade dos aminoácidos por mudanças fisico-químicas, como derivação
da lisina, oxidação do enxofre na cisteína e metionina e ligações cruzadas em
amidas e carboxilas (Araba & Dale, 1990).
Rodrigues (2000) sugeriu ainda que estas variações poderiam estar
também associadas a diferenças em análises laboratoriais e procedimentos
experimentais, como limpeza do material a ser colhido e número de colheitas
por dia.
Amostras de milho também apresentaram ligeiras diferenças em relação
aos coeficientes de biodisponibilidade dos aminoácidos para frangos de corte
encontrados por diversos autores, como Rostagno et al. (1983); Albino et al.,
(1992); EMBRAPA, (1985); Pupa, (1995) e Fischer Jr. et al. (1998). No entanto,
ao se compararem estes valores com os descritos no NRC (1994 e 1998) e os
apresentados por Dale (1999), as diferenças se tornam maiores. Diferenças nos
cultivares e nas condições de solo, cultivo e clima podem levar a uma diferença
na composição dos alimentos (Bath et al., 1999).
Para a determinação de digestibilidade de nutrientes, podemos ter
ensaios microbiológicos, químicos e biológicos.
Métodos microbiológicos, utilizando Streptococcus zymogenes, são
considerados interessantes desde que seja avaliada a digestibilidade total dos
aminoácidos (Whitacre & Tanner, 1989; citados por Williams, 1994). A digestão
enzimática foi realizada por Marleta et al. (1992), citados por Williams (1994)
os quais mensuraram a biodisponibilidade de cistina e metionina nos rins, depois
de uma digestão enzimática in vitro, e a compararam à digestibilidade in vivo
determinada em ratos: os resultados foram satisfatórios para cistina e
insatisfatórios para metionina.
13
Ensaios biológicos são muito utilizados atualmente na experimentação
animal, sendo duas as principais metodologias utilizadas atualmente. Uma foi
proposta por Matterson (1965) e outra, por Sibbald (1976).
Matterson (1965) considerou que a utilização do método direto, em que
apenas o alimento a ser testado é administrado ao animal, pode levar a um erro
metodológico, visto que um único alimento não atende às exigências do animal,
resultando em deficiências nutricionais; ou ainda em processos digestivos
diferentes daqueles em associação a outros alimentos, que modificariam os
valores de digestibilidade dos nutrientes. Assim, o referido autor propôs outro
método, em que uma dieta basal é administrada a um grupo de aves controle e
uma dieta teste, composta por dieta basal com nível de inclusão em torno de
30% do alimento a ser testado, é oferecida a outro grupo, com consumo à
vontade. Para a quantificação das excretas neste método, pode ser feita a
utilização da colheita total das excretas ou de indicadores.
Schang (1987) afirmou que toda variação nos resultados é devida ao
alimento teste, não levando em consideração o nível de inclusão dos alimentos.
Garcia et al. (1996) concluíram que, mesmo com a utilização da dieta
basal ou referência, o alto nível de inclusão de alguns alimentos poderia
interferir no teor de alguns nutrientes, principalmente microminerais e
vitaminas, e promover deficiência destes elementos. Com o intuito de diminuir
estas interações, os autores sugerem a utilização da mesma quantidade de premix
vitamínico mineral para as dietas teste e basal.
Sibbald (1976) propôs uma metodologia na qual quantidades fixas de
alimentos puros são fornecidas forçadamente às aves. Adicionalmente, um grupo
de aves é deixado em jejum, para obtenção das perdas metabólicas e endógenas
utilizadas na mensuração do coeficiente de digestibilidade verdadeira. Mesmo
sendo uma metodologia rápida e de baixo custo, sofre uma série de críticas. Por
exemplo, a excreção endógena e metabólica das aves em jejum pode não ser
14
similar à excreção endógena e metabólica das aves alimentadas, uma vez que
aves em jejum e alimentadas podem catabolizar quantidades variáveis de tecido
corporal.
Muramatsu et al. (1994) citaram que a presença da microflora intestinal
pode afetar o metabolismo dos frangos em vários aspectos. O metabolismo da
proteína, em aves alimentadas normalmente, sofreu pouco ou nenhum efeito pela
presença da microflora; entretanto, quando em privação protéica, frangos
normais apresentaram menor excreção de N endógeno que frangos “germ-free.
A diferença mais pronunciada foi o aumento na síntese de proteínas na mucosa
intestina e nenhum efeito foi observado nos músculos esqueléticos.
Parsons et al. (1982) estimaram que 20% dos aminoácidos perdidos nas
excretas de frangos são de origem microbiana e que galos tiflectomizados
produzem maior quantidade de aminoácidos endógenos na excreta que galos
normais. Johns et al. (1986) citam maiores taxas de degradação microbiana de
aminoácidos que as taxas de síntese, contribuindo com superestimativas de
coeficientes de biodisponibilidade de aminoácidos. Para eliminar esse efeito,
alguns pesquisadores utilizaram a metodologia de coleta da digesta na porção
terminal do íleo; contudo, esta metodologia é invasiva pela prática do sacrifício
das aves. Esta técnica foi modificada pela introdução de uma cânula em T, na
porção final do íleo, a fim de evitar o sacrifício das aves. Segundo Crissey &
Thomas (1987), a utilização de galos tiflectomizados é uma boa alternativa, uma
vez que o ceco é o local de maior atividade microbiana no trato digestório de
frangos.
A biodisponibilidade de aminoácidos em frangos é, então, dividida em
digestibilidade da excreta e digestibilidade ileal. A digestibilidade ileal não
considera as possíveis sínteses ou consumos de aminoácidos pela microflora dos
cecos e cólon, diferentemente da digestibilidade da excreta.
15
Como papagaios naturalmente não possuem cecos e, adicionalmente,
apresentam cólon extremamente curto e altas taxas de passagem de alimentos
pelo trato digestório (Ritchie et al., 1994), possivelmente a digestibilidade ileal e
total dos alimentos para papagaios seja semelhante. Assim, a digestibilidade
total dos alimentos em frangos não deve ser extrapolada para papagaios. A
digestibilidade ileal poderia até se assemelhar à digestibilidade total de
aminoácidos dos alimentos em papagaios caso se apresentassem na mesma fase
fisiológica. Porém, os frangos estão em crescimento contínuo até o abate e os
papagaios passam a maior parte dos seus oitenta anos de vida em fase de
manutenção. Adicionalmente, outras diferenças anátomo-fisiológicas e
metabólicas, principalmente as relacionadas com a capacidade de vôo, tornam
difícil avaliar a transposição de dados obtidos em frangos para papagaios.
Kessler et al. (1981) observaram o padrão de excreção de aminoácidos
em galos em jejum, intactos e tiflectomizados, uma vez que são usados para a
determinação da excreção dos aminoácidos fecal metabólico e urinário
endógeno. Todos os aminoácidos entre os dois grupos, com exceção da
metionina e histidina, apresentaram maiores valores de excreção endógena de
aminoácidos (P<0,05), sugerindo a provável diminuição do catabolismo protéico
devido à presença dos cecos, ou do conteúdo cecal, durante o jejum. Sendo
verdade, aves que naturalmente não possuem cecos, como os papagaios, podem
sofrer maior catabolismo protéico que aves que possuem cecos, principalmente
em jejum prolongado. Assim, papagaios apresentariam valores de perdas
endógenas maiores que frangos.
Lee et al. (1995) compararam os coeficientes de biodisponibilidade
aparente e verdadeira dos aminoácidos presentes no farelo de canola quando
avaliados pelo método de substituição, com alimentação à vontade, proposto por
Matterson (1965), e pelo método da alimentação forçada, proposto por Sibbald
(1976), utilizando alimentos puros. Tanto a digestibilidade aparente quanto a
16
verdadeira foram maiores quando se utilizou o método de substituição, com
alimentação à vontade.
A legislação vigente só permite a alimentação forçada de animais
silvestres como medida terapêutica, para fins científicos; o método de
alimentação forçada, proposto por Sibbald, é considerado maus tratos.
2.5 Determinação de aminoácidos
Os aminoácidos atualmente são determinados por HPLC, ou High
Performance Liquid Cromatography, com base nos trabalhos de Schram et al.
(1953); Moore et al. (1958); Bech-Andersen (1979) e Rudemo (1980), citados
por Llames & Fountaine (1994), que utilizaram a hidrólise ácida para liberar os
aminoácidos livres das proteínas. Porém, estes autores afirmam que a metionina
e cistina são parcialmente perdidas e o triptofano é completamente destruído
nesta hidrólise.
Bech-Andersen (1990) utilizou uma técnica em que é realizada uma
peroxidação com ácido perfórmico, anterior à hidrólise ácida, que converte a
cistina em ácido cisteico e a metionina em metionina sulfônica por serem
compostos resistentes à hidrólise ácida; porém, a tirosina é perdida na
peroxidação.
Essa metodologia utiliza o metabisssulfito de sódio, substância
explosiva, para decompor o ácido perfórmico após a peroxidação. Para evitar
este risco, Spindler et al. (1984) preconizaram outra técnica semelhante à
anterior, em que o ácido perfórmico é neutralizado pela adição de ácido
hidrobromídrico a 48%, formando bromo. Nesta técnica, além da perda do
triptofano pela hidrólise ácida e da tirosina pela peroxidação, o bromo reage com
a fenilalanina e com a histidina, impedindo suas mensurações.
17
Todas estas técnicas utilizam derivatização pós-coluna por
ortofitaladialdeído, sendo derivatização o ato de ligar um composto fluorescente
ao aminoácido para poder ser detectado. Este tipo de derivatização exige um
reator pós-coluna e um tempo mínimo de 50 minutos por análise.
Segundo Lindroth & Mopper (1979), a utilização do ortofitalaldialdeído
na derivatização pré-coluna torna a análise mais barata e com melhor resolução,
mas com inabilidade em derivatizar aminas secundárias, como as encontradas na
prolina e hidroxiprolina. Seus produtos de reação também têm estabilidade
extremamente curta, principalmente a lisina, necessitando de um operador
constantemente atento para preparar as amostras e injetá-las logo em seguida;
justamente por este motivo, foi descartada.
Heinrikson & Meredith (1984) propuseram uma nova derivatização pré-
coluna, utilizando o fenilisotiocianato, que demora apenas alguns minutos; seus
produtos são mais estáveis e possuem alta resolução. Bidlingmcyer et al (1984)
melhoraram esta metodologia reduzindo o tempo de análise para 23 minutos,
resultando em um método extremamente eficaz, sensível, rápido e estável.
Segundo Ebert & Hopkins (1994), o único aminoácido que não é
estável, por esta metodologia, é a cisteína; a carboximetilcisteína é detectada
entre glicina e serina, a homoserina é detectada entre glicina e histidina e a
presença de sal na derivatização reduz a resolução do aspartato. A amônia é
detectada entre a leucina e a fenilalanina, mas não é bem resolvida.
Woo & Ahan (1996) utilizaram a mesma metodologia, mas com
benzilisotiocianato ao invés de fenilisotiocianato, conseguindo separar bem
todos os aminoácidos, inclusive cisteína e cistina, com a única desvantagem de a
estabilidade de seus derivativos ser de apenas 8 horas na temperatura ambiente.
18
3. REFERÊNCIAS BILIOGRAFICAS
AAFCO - ASSOCIATION OF AMERICAN FEED CONTROL OFFICIALS
INCORPORATED. Nutrition expert panel review: new rules for feeding pet
birds. Feed Management, Sea Isle City, v. 49, n. 2, Feb. 1998.
ALBINO, L. T. F. Sistemas de avaliação nutricional de alimentos e suas
aplicações na formulação de rações para frangos de corte. 1991. 141 p. Tese
(Doutorado) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
ALBINO, L. T. F.; ROSTAGNO, H. S.; SANT
ANNA, R.; FONSECA, J. B.
Determinação dos valores de aminoácidos metabolizáveis e proteína digestível
de alimentos para aves. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa,
v. 21, n. 6, p. 1059-1068, nov./dez. 1992.
ALBINO, L. T. F.; ROSTAGNO, H. S.; TAFURI, M. L.; SILVA, M. A.
Determinação dos valores de energia metabolizável aparente e verdadeira de
alguns alimentos para aves, usando diferentes métodos. Revista da Sociedade
Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 21, n. 6, p. 1047-1058, nov./dez. 1992.
ARABA, M.; DALE, N. M. Evaluation of protein solubility as an indicator of
overprocessing soybean meal. Poultry Science, Champaign, v. 69, n. 1, p. 76-
83, Jan. 1990.
BATH, D.; DUNBAR, J.; KING, J.; BERRY, S.; OLBRICH, S. Byproducts and
unusual feedstuffs. Feedstuffs, Minneapolis, v. 71, n. 31, p. 32-38, July 1999.
BECH-ANDERSEN, S.; MASON, V. C.; DHANOA, M. S. Hydrolysate
preparation for amino acid determinations in feed constituents. Journal of
Animal Physiology and Animal Nutritions, Berlin, v. 63, no. 4, p. 188-197,
Apr. 1990.
BIDLINGMCYER, B.A.; COHEN, S.A.; TARVIN, T.L. Rapid analysis of
amino acids using pre-column derivatization. Journal of Chromatography, v.
336, p. 93-104, 1984.
CARCIOFI, A. C. Contribuição ao estudo da alimentação da arara-azul
(Anodorhynchus hyacinthinus, Psittacidae, aves) no Pantanal, I Análise da
química do acuri (Scheelea phalarata) e da bocaiúva ( Acronimia aculeata).
19
II Aplicabilidade do método de indicadores naturais para o cálculo da
digestibilidade. III - Energia metabolizável e ingestão de alimentos. 2000.
137 p. Tese (Doutorado) Universidade Estadual de São Paulo, São Paulo.
CHEEKE, P. R. Rabbit feeding and nutrition. Oregon: Academic Press, 1987.
380 p.
COON, C. N. Optimizing ingredient utilization through a better understanding
of amino acid bioavailability. In: TECHNICAL SYMPOSIA, 1991, Aruba.
Proceedings... Aruba: NOVUS INTERNATIONAL, 1991. p. 11-40.
CRISSEY, S. D.; THOMAS, O. P. Comparison of the sensitivities of growth and
digestibility studies using intact, cecoctomized, and cannulated roosters. Poultry
Science, Champaign, v. s5, n. 66, p. 866-874, May 1987.
DALE, N. Ingredient analysis table: 1999 edition. Feedstuffs, Minneapolis, v.
71, n. 31, p. 24-31, July 30, 1999.
DALE, N. M.; FULLER, H. L.; PESTI, G. M. Freeze drying versus oven drying
of excreta in true metabolizable energy, nitrogen-corrected true metabolizable
energy, and true amino acid availability bioassays. Poultry Science,
Champaign, v. 2, n. 64, p. 362-365, Feb. 1985.
DEGUSSA, A. G. Digestble amino acids in feedstuffs for poultry. Frankfurt,
1993. 18 p.
DREPPER, K.;MENKE, K.H.; SCHULZE, G.; WACHTER-VORMANN, U.
Untersuchungen zum protein-und energiebedarf adulter wellensittiche
(Melopsittacus undulatus) in kafighalthung. Kleintierpraxis, v.33, n. 2, p. 57-
62, 1988.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro
Nacional de Pesquisa de Soja e Algodão. Tabela de composição química e
valores energéticos de alimentos para suínos e aves. 2. ed. Concórdia:
CNPSA, 1985. 28 p. (Documentos).
FISCHER JR, A. A. Valores de energia metabolizável e de aminoácidos
digestíveis de alguns alimentos para aves. 1997. 55 p. Dissertação (Mestrado
em Zootecnia) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
FISCHER JR, A. A.; ALBINO, L. F. T.; ROSTAGNO, H. S.; GOMES, P. C.
Determinação dos coeficientes de digestibilidade e dos valores de aminoácidos
20
digestíveis de diferentes alimentos para aves. Revista da Sociedade Brasileira
de Zootecnia, Viçosa, v. 27, n. 2, p. 307-313, mar./abr. 1998.
GARCIA, J.; VILLAMIDE, M. J.; De BLAS, J. C. Energy, protein and fiber
digestibility of sunflower hulls, olive leaves and NaOH-treated barley straw for
rabbits. World Rabbit Science, Lempdes, v. 4, n. 4, p. 205-209, 1996.
HEINRIKSON, R. L.; MEREDITH, S. C. Amino acid Analisis by reverse-phase
hight performance liquid cromatography: precolum derivatization with
phenylisotiocyanate. Analytical Biochemistry, San Diego, v. 136, n. 1, p 65-74,
1984.
JOHNS, D. C.; LOW, C. K.; SEDCOLE, J. R.; JAMES, K. A. C. Determination
of amino acid digestibility using caecectomised and intact adult cockerels.
British Poultry Science, Abingdon, v. 27, n. 3, p. 451-461, Sept. 1986b.
KESSLER, J. W.; NGUYEN, T. H.;, THOMAS, O. P. The amino acid excretion
values in intact and cecoctomized negative control roosters used for determining
metabolic plus endogenous urinary losses. Poultry Science, Champaign, v. 60,
n. 8, p. 1576-1577, Aug. 1981.
KLASSING, K. C. Comparative avian nutrition. Cambride: CAB
International, 2000. 336 p.
KROGDAHL, A.; DALSGERD, B. Estimation of nitrogen digestibility in
poultry: content and distribution of major urinary nitrogen compounds in
excreta. Poultry Science, Champaign, v. 60, n. 12, p. 2480-2485, Dec. 1981.
LLAMES, R. C.; FONTAINE, J. Determination of amino acids in feeds:
Collaborative study. Journal of AOAC International, Arlington, v. 77, n. 6, p.
1362-1402, 1994.
LEE, K. H.; QI, G. H.; SIM, J. S. Metabolizable energy and amino acid
availability of full-fat seeds, meals, and oils of flax and canola. Poultry Science,
Champaign, v. 74, n. 8, p. 1341-1348, Aug. 1995.
LINDROTH, P; MOPPER, K. High performance liquid chromatographic
determination of subpicomole amounts of amino acids by precolumn
fluorescence derivatization with orthophthaldialdehyde. Analytical Chemistry,
v. 51, n. 11, p. 1667-1674, 1979.
MATTERSON, L. D.; POTTER, L. M.; STUTZ, M. W.; SINGSEN, E. P. The
metabolizable energy of feed ingredients for chickens. Storrs, Connecticut:
21
The University of Connecticut, Agricultural Experiment Station, 1965. 11 p.
(Research Report, 7).
McNABB, A. F. M.; McNABB, R. A. Proportions of ammonia, urea, urate and
total nitrogen in avian urine and quantitative methods for theirs analysis on a
single urine sample. Poultry Science, Champaign, v. 54, n. 8, p. 1489-1505,
Aug. 1975.
MURAMATSU, T.; NAKAJIMA, S.; OKUMURA, J. Modification of energy
metabolism by the presence of the gut microflora in the chicken. British
Journal Nutrition, New York, v. 71, n. 5, p. 709-717, May 1994.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient Requirements of Swine. 3. ed.
Washington: National Academy Press, 1998. 189 p.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of poultry. 9.
ed. Washington: National Academy Press, 1994. 155 p.
PARSONS, C. M. Broiler feed formulation on a digestible amino acid basis. In:
SYMPOSIUM PRE-CONGRESS - LATIN AMERICAN POULTRY
CONGRESS, 12., 1991, Quito. Anais... Quito, 1991. p. 1-8
PARSONS, C. M.; POTTER, L. M.; BROWN, Jr R. D.; WILKINS, T. D.
Microbial contribution to dry matter and amino acid content of poultry excreta.
Poultry Science, Champaign, v. 61, n. 5, p. 925-932, May 1982.
PUPA, J. M. R. Rações para frangos de corte formuladas com valores de
aminoácidos digestíveis verdadeiros, determinados com galos
cecectomizados. 1995. 63 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia)
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
RITCHIE, B. W.; HARRISON, G. J.; HARRISON, L. R. Avian medicine:
principles and application. Flórida: Wingers publishing, 1994. 1384 p
RODRIGUES, P. B. Digestibilidade de nutrientes e valores energéticos de
alguns alimentos para aves. 2000. 227 p. Tese (Doutorado) - Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
ROSTAGNO, H. S.; SILVA, D. J.; COSTA, P. M. A.; FONSECA, J. B.;
SOARES, P. R.; PEREIRA, J. A. A.; SILVA, M. A. Composição de alimentos
e exigências nutricionais de aves e suínos (tabelas brasileiras). Viçosa: UFV.
Imprensa Universitária, 1983. 59 p.
22
ROTTER, B. A.; NESKAR, M.; GUENTER, W.; MARQUADT, R. R. Effect of
enzyme supplementation on the nutritive value of hulless barley in chicken diets.
Animal Feed Science and Technology, Amsterdam, v. 24, n. 3/4, p. 233-245,
1989.
ROUDYBUSH, T. E.; GRAU C. R. Food and water interrelations and the
protein requirement for growth of an altricial bird, the cockatiel (Nymphicus
hollandicus). Journal of Nutrition, v.116, p. 552-559, 1986.
SAAD, C. E. P. Avaliação de alimentos e determinação das necessidades de
proteína para manutenção de papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva).
2003. 178 p. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte.
SAAD, C. E. P.; FERREIRA, W. M.; SAAD, F. M. O. B; LARA, L. B.
Avaliação nutricional de rações comerciais e semente de girassol para
papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva). Ciência e Agrotecnologia, Lavras,
2006a. no prelo.
SAAD, C. E. P.; FERREIRA, W. M.; SAAD, F. M. O. B.; LARA, L. B.
Digestibilidade da matéria seca, matéria orgânica e retenção de proteína de
alimentos utilizados na formulação de rações para papagaios verdadeiros
(Amazona aestiva). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, 2006b. no prelo.
SAAD, C. E. P.; FERREIRA, W. M.; SAAD, F. M. O. B.; LARA, L. B.
Equações de predição dos valores energéticos dos alimentos para papagaios
verdadeiros (Amazona aestiva). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, 2006c. no
prelo.
SAAD, C. E. P.; FERREIRA, W. M.; SAAD, F. M. O. B.; LARA, L. B. Energia
Metabolizável de alimentos utilizados na formulação de rações para papagaios-
verdadeiros (Amazona aestiva). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, 2006d. no
prelo.
SAAD, C. E. P.; FERREIRA, W. M.; SAAD, F. M. O. B.; LARA, L. B.
Consumo voluntário de rações comerciais e semente de girassol para papagaios-
verdadeiros (Amazona aestiva). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, 2006e. no
prelo.
SCHANG, M. J. Valor nutritivo de ingredientes y raciones para aves: energia
disponible. Revista Argentina de Produccion Animal, v. 6, n. 7, p. 599-608,
1987.
23
SCHRAM, E.; DUSTIN, J. P.; MOORE, S.; BIGWOOD, E. J. Application de la
chromatographie sur échangeur d'ions a l'étude de la composition des aliments
en acides amines. Analytica Chimica Acta, Amsterdam, v. 9, n. 2, p. 149-162,
1953.
SIBBALD, I. R. A bioassay for true metabolizable energy in feedingstuffs.
Poultry Science, Champaign, v. 55, n. 1, p. 303-308, Jan. 1976.
SIBBALD, I. R.; WOLYNETZ, M. S. A comparison of the amounts of energy
and nitrogen voided as excreta by cockerels housed over trays or fitted with
harnesses and plastic collection bags. Poultry Science, Champaign, v. 66, n. 12,
p. 1987-1994, Dec. 1987.
SILVA, J.H.V.; MUKAMI, F.; ALBINO, L.F.T. Uso de rações à base de
Aminoácidos digestíveis para poedeiras. Revista Brasileira de Zootecnia,
Viçosa, v. 29, n. 5, p.1446-1451. 2000.
SPINDLER, M.; STADLER, R.; TANNER, H. . Amino acid analysis of
feedstuffs:determination of methionine and cystine after oxidation with
performic acid and hydrolysis. Journal of Agricultural and Food Chemistry,
Washington, v. 32, n. 6, p. 1366-1371, Nov./Dec. 1984.
ULLREY, D. E.; ALLEN, M. E.; BAER, D. J. Formulated diets versus seed
mixtures for psittacines. Journal of Nutrition, Bethesda, v. 121, n. 11, p. 193-
205, Nov. 1991. Supplement.
WILLIAMS, A P. Recent developments in amino acids Analisis.
In: ____. Amino acids in farm animals. Edinburgh: The Scotish Agricultural
College, 1994. p. 11-36.
WOO, KANG LYUNG; AHAN, YONG-KYOO. Determinations of protein
amino acids as benzylthiocarbamyl derivatives compared with
phenylthiocarbamyl derivatives by reversed fase hight-performance liquid
cromatography, ultraviolet detection and precolum derivatization. Journal of
Cromatography A, Amsterdam, v. 740, n. 1, p. 41-50, July 1996.
24
CAPÍTULO II
BIODISPONIBILIDADE DE AMINOÁCIDOS EM RAÇÕES E
SEMENTE DE GIRASSOL UTILIZADAS NA ALIMENTAÇÃO DE
PAPAGAIOS VERDADEIROS (AMAZONA AESTIVA) ADULTOS
EM CATIVEIRO
RESUMO
Foi desenvolvido um experimento na EV-UFMG utilizando 12
papagaios verdadeiros, alojados individualmente em gaiolas metabólicas, em um
delineamento experimental em blocos ao acaso, em três períodos experimentais,
em que cada período constituía um bloco, com seis tramentos e seis repetições
por tratamento. O objetivo foi comparar os coeficientes de digestibilidade
aparente (DAPB) e verdadeira da PB (DVPB) e PB corrigida pelo ácido úrico
(DAPBc e DVPBc) e os coeficiente de biodisponibilidade aparente (CBap) e
verdadeira (CBv) da soma dos aminoácidos, para papagaios, de cinco rações
utilizadas na alimentação de papagaios e da semente de girassol. As rações
estudadas foram duas rações para cães, uma da linha Superpremium e outra da
linha Econômica; uma ração comercial extrusada para papagaios encontrada no
mercado e outras duas rações específicas para papagaios, com a mesma
formulação, diferindo apenas pelo processamento ao qual foram submetidas,
uma extrusada e outra peletizada. As análises de PB, ácido úrico e aminoácidos
foram efetuadas no Laboratório de Ciência Animal do DZO-UFLA e as médias
foram comparadas pelo teste de Scott-Knott. As principais conclusões foram:
DAPBc e DVPBc não substituem CBap e CBv por HPLC em papagaios adultos;
papagaios em jejum excretam mais aminoácidos que papagaios alimentados;
deve-se utilizar os CBap em detrimento dos CBv dos alimentos para papagaios
adultos; a melhor metodologia para avaliar a digestibilidade da proteína foi
CBap; o processo de extrusão melhorou a biodisponibilidade dos aminoácidos
em alimentos para papagaios; os CB da somatória dos aminoácidos foram iguais
nas rações extrusadas para cães e extrusada para papagaios, mas podem
apresentar diferenças entre cada um dos aminoácidos analisados; com relação à
biodisponibilidade de aminoácidos, é melhor fornecer rações para cães da linha
Econômica que da linha Superpremium para papagaios adultos.
25
ABSTRACT
An experiment was developed in the EV-UFMG buy utilizing 12 blue fronted
parrots, housed individually in metabolism cages, in an experimental design in
randomized blocks, in three experimental periods, in which each period
constituted a block, with six treatments and six replicates per treatment. The
objective was to compare the apparent (DAPB) and true (DVPB) digestibility
coefficients of CP and CP corrected by uric acid (DAPBc and DVPBc) and the
apparent (CBap) and true (CBv) bioavailability coefficient of the sum of
aminoacids for parrots of five diets utilized in the feeding of parrots and of
sunflower seed. The diets studied were two dog diets, one of the Superpremium
line and the other of the Economic line; one commercial extruded diet used for
parrots found on market and other two diets specific to parrots, with the same
formulation, differing only by processing to which they were submitted, one
extruded and the other pelleted. The analyses of CP, uric acid and aminoacids
were performed in the Animal Science Laboratory de of the DZO-UFLA and the
means were compared by Scott-Knott test. The main conclusions were DAPBc
and DVPBc do not replace CBap and CBv by HPLC in adult parrots; fasting
parrots excrete more aminoacids than fed parrots; one should utilized the Cbaps
to the detriment of the CBvs of the feeds for adult parrots; the best methodology
to evaluate protein digestibility was CBap; the extrusion process improved the
bioavailability of aminoacids in feeds for parrots; the CB of the a summation of
aminoacids were equal in the extruded diets for dogs and extruded for parrots,
but they may present differences among each of the aminoacids analyzed with
relation to the aminoacid bioavailability, it is better to furnish dog diets of the
Economic line than of the Superpremium line for adult parrots.
26
1. INTRODUÇÃO
Os alimentos normalmente oferecidos aos papagaios em cativeiro, desde
os primórdios da criação, são compostos por uma mistura de sementes, frutas,
legumes e algum tipo de ração normalmente não específica, como rações para
cães. Ovos cozidos também são oferecidos esporadicamente.
A mistura de sementes é o alimento preferido pelos papagaios, sendo a
semente de girassol, a castanha de caju, as nozes e a castanha do Pará as
sementes preferidas, seguidas de amendoim e outras oleaginosas. Destas, a
semente de girassol é a mais acessível e, por isso, a mais utilizada.
Estas sementes normalmente são deficientes em minerais,
principalmente em cálcio, e possuem alto valor energético. Como as aves em
cativeiro não voam como as de vida livre, pressupõe-se que não devam consumir
grandes quantidades destas para evitar a obesidade.
Para evitar o problema do excesso de peso, a maioria dos criadores
oferece sementes às suas aves apenas em uma parte do dia e, em outra parte,
frutas e legumes. A ração de cães fica, normalmente, à vontade nos comedouros.
Alguns criadores preferem rações melhores para cães e mais caras,
supondo que também devam ser melhores para as suas aves, enquanto outros
preferem as rações para cães da linha econômica por seu custo inferior. Com
relação à deficiência de minerais como o cálcio, são oferecidas cascas de ovos,
farinha de ostras ou gesso.
Mesmo com este manejo, as aves ainda apresentam quadros
relacionados com desequilíbrios nutricionais. Tentando minimizar estes quadros,
alguns criadores iniciaram as importações de rações específicas para papagaios,
mas a dificuldade de importação, associada ao seu alto custo, inviabilizaram o
fornecimento exclusivo das raçôes específicas para papagaios; estas rações
27
simplesmente substituíram as rações para cães oferecidas anteriormente,
mantendo-se ainda a mistura de sementes, as frutas e os legumes.
Atualmente, a disponibilidade de rações nacionais para aves
ornamentais no Brasil é escassa e estas ainda apresentam um alto custo, quando
comparadas às rações para cães.
Temos hoje, no Brasil, dois perfis de criadores. A maioria deles são
hobistas com alto poder aquisitivo, mas que não aceitam o fato de papagaios
poderem levar a termo uma vida saudável alimentanto-se somente de ração. São
vários os relatos informais de criadores que afirmam que suas aves foram
prejudicadas ao se alimentarem somente de ração específica para papagaios,
importadas ou nacionais, mostrando que mais pesquisas devem ser realizadas
nesta área. Caso as rações utilizadas realmente favoreçam uma vida longa e
saudável destas aves, melhores estratégias de informação ao consumidor devem
ser desenvolvidas para contornar esta situação.
Outro grupo de criadores considera as rações para papagaios caras e
acabam sempre tentando alternativas alimentares de menor custo.
A maioria das rações comerciais completas para papagaios são
extrusadas; entretanto, outra boa alternativa econômica seria o uso de rações
peletizadas ou fareladas. As rações fareladas não possuem boa aceitação pelos
papagaios, mas as peletizadas sim; porém, os entraves na utilização da ração
peletizada são o consumo e o desperdício mais alto, a baixa inclusão de gorduras
no pélete e a baixa aceitação desta forma de apresentação pelos hobistas.
Segundo Saad et al. (2006e), os papagaios desperdiçam duas vezes mais ração
peletizada que a quantidade ingerida.
Saad et al. (2006a) realizaram um ensaio comparando digestibilidades
de nutrientes (matéria orgânica, MS, FB, EE, PB, cinzas, Ca e P) e valores de
EM aparente verdadeira e corrigida pelo nitrogênio de rações e semente de
girassol em papagaios.
28
As rações escolhidas foram rações extrusadas para cães, das linhas
Econômica e Superpremium; ração extrusada e peletizada para papagaios, com a
mesma composição nutricional (diferindo apenas quanto ao processamento); e
ainda uma segunda ração extrusada comercial para papagaios.
Neste ensaio, os pesquisadores consideraram a digestibilidade da PB
obtida, a partir do valor desta encontrada na excreta, como coeficiente de
metabolização da proteína e alegaram que embora a técnica oficial para avaliar a
digestibilidade da proteína seja através de medições do ácido úrico excretado,
acredita-se que o coeficiente de metabolização possa apresentar altas correlações
com o coeficiente de digestibilidade da PB corrigida pelo ácido úrico,
principalmente em relação à digestibilidade verdadeira.
Os autores alegaram ainda que, como esta medida foi obtida subtraindo-
se do nitrogênio consumido o nitrogênio excretado, adicionado ao nitrogênio
obtido das aves em jejum, e partindo do princípio de que as aves em jejum
apresentam a mesma excreção de ácido úrico, e ainda que este, por diferença, foi
subtraído para obtenção do coeficiente mencionado, pode-se supor que a medida
do coeficiente de metabolização da PB aproxima-se muito do coeficiente de
digestibilidade protéica corrigido pelo ácido úrico.
Na tentativa de elucidar um pouco mais qual ou quais os coeficientes
podem retratar melhor a disponibilidade dos aminoácidos destes alimentos para
papagaios, foi desenvolvido este trabalho com os objetivos de comparar as
metodologias de determinação dos coeficientes de digestibilidade da PB, da PB
corrigida pelo ácido úrico e da biodisponibilidade da soma dos aminoácidos
determinados por HPLC e, ainda, comparar os coeficientes de
biodisponibilidade aparente e verdadeira de cada um dos aminoácidos dos
alimentos mencionados.
29
Para a avaliação destes parâmetros foram utilizadas as mesmas aves,
alimentos e excretas que Saad et al., conforme material e métodos descritos na
seqüência.
2. MATERIAL E MÉTODOS
No período de agosto a setembro de 2001 foi desenvolvido um
experimento nas dependências do departamento de Zootecnia da Escola de
Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Campus da
Pampulha, em Belo Horizonte, utilizando 12 papagaios verdadeiros (Amazona
aestiva), distribuídos em blocos ao acaso, em seis tratamentos e três períodos de
coleta, em que cada bloco constituiu um período, totalizando seis repetições por
tratamento (36 unidades experimentais).
As aves foram alojadas durante todo o período experimental em uma
sala de metabolismo inteiramente fechada e climatizada com ar condicionado,
para manutenção da temperatura de conforto. Cada ave foi alojada
individualmente em gaiola metabólica confeccionada com arame galvanizado e
chapa metálica nas laterais, para evitar a perda de excreta, conforme modelos
utilizados para ensaios de digestibilidade em coelhos. Sob cada gaiola foi
colocada uma bandeja para coleta de excretas e de sobras. Um tubo de PVC foi
colocado em toda a extensão das gaiolas, a 30cm de altura, para ser utilizado
como poleiro pelas aves.
Os tratamentos um e dois possuem a mesma formulação, se diferindo
apenas em relação ao processamento. Já o tratamento três refere-se a outra
formulação. O tratamento quatro e cinco são alimentos balanceados para cães
oferecidos aos papagaios e o tratamento seis é composto apenas de sementes de
girassol. Os tratamentos experimentais encontram-se descritos na tabela 2.1.
30
TABELA 2.1 -Tratamentos experimentais.
Tratamento Alimento
1. EP Alimento balanceado extrusado para psitacídeos
2. PP Alimento balanceado peletizado para psitacídeos
3. CEP Alimento balanceado comercial extrusado para psitacídeos
4. CE Alimento balanceado extrusado para cães linha econômica
5. CS Alimento balanceado extrusado para cães linha Superpremium
6. SG Semente de Girassol
As aves receberam água a vontade, em bebedouros tipo chupeta para
coelhos, e as dietas experimentais, também “ad libitum”, em comedouros
colocados em frente e externamente a cada gaiola.
O consumo total foi obtido registrando-se o peso inicial das rações
oferecidas menos o peso final das sobras no comedouro e o desperdício nas
bandejas de excretas.
Os níveis de garantia das dietas experimentais constantes nos rótulos
das embalagens encontram-se na tabela 2.2.
TABELA 2.2 Níveis de garantia (MN) das dietas experimentais
1
.
Níveis de garantia (MN) EP PP CEP CE CS
Umidade (%) 12,0 12,0 9,0 13,0 10,0
Proteína Bruta (%) 16,5 16,5 22,0 18,0 27,0
Fibra Bruta (%) 5,0 5,0 4,0 6,0 2,5
Extrato Etéreo (%) 5,0 5,0 6,0 3,5 16,0
Minerais Totais (%) 6,0 6,0 5,0 12,0 5,2
Cálcio (%) 1,0 1,0 1,0 2,0 0,8
Fósforo (%) 0,7 0,7 0,4 0,5 0,65
1 – Os níveis de garantia para a semente de girassol não foram apresentados.
2 – EP: alimento balanceado extrusado para psitacídeos; PP: alimento balanceado peletizado
para psitacídeos; CEP: alimento balanceado comercial extrusado para psitacídeos; CE:
alimento balanceado extrusado para cães linha econômica; CS: alimento balanceado
extrusado para cães linha Superpremium.
A composição básica das rações, constante nos rótulos das respectivas
embalagens, encontram-se na tabela 2.3.
31
TABELA 2.3 Composição básica do produto, descrita nos rótulos das rações
avaliadas.
Dietas experimentais Composição Básica
Alimento balanceado
extrusado para
psitacídeos
(EP)
Milho integral moído, germe de trigo, farelo de trigo, farelo de
soja, farelo de girassol, ovo desidratado, polpa cítrica, fosfato
bicálcico, calcário calcít
ico, açúcar, óleo de soja refinado,
premix mineral vitamínico, cloreto de sódio (sal comum), DL-
metionina
, aditivo fungiostático, adsorvente de micotoxinas
(silicatos), prebiótico (manose) ,L-
lisina, BHT, corante natural
e aditivo flavorizante.
Alimento balanceado
peletizado para
psitacídeos
(PP)
Milho integral moído, germe de trigo, farelo de trigo, farelo de
soja, farelo de girassol, ovo desidratado, polpa cítrica, fosfato
bicálcico, calcário calcítico, açúcar, óleo de soja refinado,
premix mineral vitamínico, cloreto de sódio (sal comum), DL-
metionina, aditivo fungiostático, adsorvente de micotoxinas
(silicatos), prebiótico (manose), L-
lisina, BHT, corante natural
e aditivo flavorizante.
Alimento balanceado
comercial extrusado
para psitacídeos
(CEP)
Mi
lho integral moído, farelo de soja, farinha de peixe, ovo
desidratado, leveduras, óleo de soja refinado, suplemento
vitamínico-mineral, aromatizante, antioxidante BHT.
Alimento balanceado
extrusado para cães
linha econômica
(CE)
Milho integral moído, quir
ela de arroz, farelo de trigo, farelo
de soja extrusado, farelo de glúten de milho, carbonato de
cálcio, gordura animal estabilizada, farinha de carne e ossos,
cloreto de sódio, premix mineral vitamínico, levedura seca de
cerveja.
Alimento balanceado
extrusado para cães
linha Superpremium
(CS)
Carne de aves desidratada, arroz quebrado, milho, gordura
animal estabilizada, peixe hidrolisado, fígado de aves
desidratado, polpa de beterraba, gordura de aves, levedura
seca de cervejaria, óleo vegetal, ovo em pó, metionina, oligo-
elementos, L-Carnitina, premix vitamínico-mineral.
Na tabela 2.4 estão descritos o enriquecimento por kg das dietas
experimentais.
32
TABELA 2.4 Enriquecimento por quilograma do produto descrito nos rótulos
das rações avaliadas
Dietas
experimentais
Enriquecimento
Alimento
balanceado
extrusado para
psitacídeos
(EP)
Ácido fólico (1,50mg), ácido pantotênico (12,00mg), colina (1.000,00mg),
cobre (10,00mg), cobalto (0,3mg), ferro (50,00mg), iodo (1,00mg), manganês
(100,00mg), vitamina A (8000,00UI), cianocobalamina -
B12 (15,00mcg),
vitamina C encapsulada (80,00mg) vitamina D (1.200,00UI), vitamina E
(50,00UI), vitamina K (2mg), zinco (100,00mg), niacina (50,00mg), biotina
(0,30mg), piridoxina B6 (3,00mg), tiamina B1 (3,00mg), riboflavina
B2
(8,00mg), selênio (0,30mg)
Alimento
balanceado
peletizado para
psitacídeos
(PP)
Ácido fólico (1,50mg), ácido pantotênico (12,00mg), colina (1.000,00mg),
cobre (10,00mg), cobalto (0,3mg), ferro (50,00mg), iodo (1,00mg), manganês
(100,00mg), vitamina A (8000,00UI), cianocobalamina -
B12 (15,00mcg),
vitamina C encapsulada (80,00mg) vitamina D (1.200,00UI), vitamina E
(50,00UI), vitamina K (2mg), zinco (100,00mg), niacina (50,00mg), biotina
(0,30mg), piridoxina B6 (3,00mg), tiamina – B1 (3,00mg), riboflavina
B2
(8,00mg), selênio (0,30mg)
Alimento
balanceado
comercial
extrusado para
psitacídeos
(CEP)
Vitamina A (9.000UI), vitamina D3 (1.500UI), vitamina E
(25,0mg),
vitamina C (75,0mg), vitamina K3 (2,5mg), vitamina B1 (2,0mg),
vitamina
B2 (7,5mg), vitamina B6 (2,0mg), vitamina B12 (10,0mcg), p
antotenato de
cálcio (15,0mg), niacina (35,0mg), cloreto de colina (156,0mg), manganês
(20,0mg), ferro (25,0mg), cobre (2,5mg), iodo (0,5mg) zinco (25,0mg)
ácido
fólico (0,7mg) biotina (100,0mcg), metionina (250,0mg), selênio (75,0mcg).
Alimento
balanceado
extrusado para
cães linha
econômica
(CE)
Pantotenato de cálcio (10,00mg), colina (1.100,00mg), cobre (12,00mg),
cobalto (2,0mg), ferro (100,00mg), iodo (2,00mg), manganês (50,00mg),
magnésio (1000mg), vitamina A (12.000,00UI), cianocobalamina -
B12
(25,00mcg), vitamina D (1.200,00UI), vitamina E (50,00mg), vitamina K
(3mg), zinco (100,00mg), biotina (0,25mg), piridoxina
B6 (4,00mg),
tiamina B1 (6,00mg), selênio (0,15mg), potássio (7000mg), antiox
idante
etoxiquim (12,5mg).
Alimento
balanceado
extrusado para
cães linha
Superpremium
(CS)
Vitamina A (12.000UI), vitamina D3 (1.200UI), vitamina E (400,0mg),
vitamina C (300,0mg), vitamina B1 (9,0mg), vitamina B2 (6,0mg), vitamina
B6 (4,3mg), vitamina B
12 (200,0mcg), vitamina PP (20mg), pantotenato de
cálcio (30,0mg), vitamina H (0,82mg), cloreto de colina (2000,0mg),
magnésio (1500mg), manganês (70mg), ferro (170mg), cobre (35,0mg) iodo
(4,0mg) zinco (220mg) ácido fólico (0,9mg), Selênio (43,0mcg)
Para avaliação da semente de girassol foi considerada a relação 65,85%
de semente para 34,15% de cascas, sendo obtida pelo descascamento manual de
500 gramas de sementes de girassol. Devido ao hábito das aves descorticarem as
sementes antes da ingestão, todas as cascas encontradas na bandeja coletora
foram desprezadas e apenas as sementes inteiras foram consideradas
33
desperdício. Os cálculos de consumo foram ajustados somente para semente
descorticada.
Foram selecionadas aves clinicamente sadias, adultas em manutenção,
fora da época de muda de penas, dóceis e adaptadas ao cativeiro, para evitar a
ocorrência de estresse e interferência na digestão.
Para a realização dos ensaios de digestibilidade procedeu-se a colheita
total de excreta, em três períodos experimentais de cinco dias cada. O primeiro
de 10 a 14 de agosto de 2001, o segundo de 21 a 25 de agosto de 2001 e o
terceiro de 02 a 06 de setembro de 2001. Anteriormente a cada período ocorreu
um período de adaptação às dietas experimentais de sete dias.
Ao final do terceiro período experimental todas as aves foram deixadas
em jejum durante 72 horas para a obtenção do fator de correção para a energia
metabolizável verdadeira. As aves em jejum receberam uma solução de água e
glicose (5g de glicose/ave/dia), visando diminuir o estresse causado pelo não
fornecimento de alimentos e reduzir o valor das perdas endógenas, conforme o
recomendado por Mcnab & Blair (1988).
Diariamente as excretas e as sobras de cada repetição foram colhidas
separadamente e devidamente acondicionadas em congelador (18
o
C), para
posteriores análises químicas. Após o período de colheita, as amostras foram
descongeladas em temperatura ambiente (aproximadamente 12 horas),
homogeneizadas, pesadas em balança analítica e colocadas em estufa de
ventilação forçada a 80
0
C, por um período de 24 horas.
Depois de retiradas da estufa e atingido o equilíbrio com a temperatura
ambiente, as amostras foram pesadas, moídas em moinho de martelo com malha
de 1mm e acondicionadas em frascos à temperatura de -18ºC para a realização
das análises químicas.
34
2.1 Análises químicas
As análises foram realizadas no Laboratório de Ciência Animal do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras, no período de
julho a dezembro de 2005, adotando-se os seguintes procedimentos para
amostras das rações comerciais e excretas.
Matéria seca (MS) = determinada em estufa a 55
O
C e 105
O
C
segundo o Official...(Cunniff, 1995).
Proteína Bruta (PB) = Determinada pelo método de Kjeldahl
segundo Official...(Cunniff, 1995).
O ácido úrico foi determinado por espectrofotometria segundo
Marquardt (1982) e Albino (1991). Esta técnica consiste em adicionar 50mg de
excreta moída em 100ml de tampão glicina 0,1 M e pH 9,3 e manter em banho
maria a 40
o
C, agitando por uma hora. Tomar 5,0 ml do sobrenadante e adicionar
1,0ml de Carbonato de Cálcio a 14% (p/v). Agitar bem e deixar repousar por 30
minutos, fazer a leitura a 700nm nos 15 minutos seguintes contra o tubo
testemunha, onde se utiliza água destilada ao invés do sobrenadante.
Os aminoácidos foram avaliados por cromatografia líquida de alta
performance com derivatização pré-coluna, utilizando fenilisotiocianato e
eluição em aparelho Varian série 9000 com coluna aminotag C18.
A preparação da amostra foi a seguinte: foi feita a hidrólise de 200mg de
amostra em 10ml de HCl 6N por 24 horas a 110
o
C em atmosfera de nitrogênio;
o hidrolisado foi filtrado em papel de filtro; foi retirada uma alíquota de 250
microlitros deste e liofilizado novamente. Vinte microlitros de solução de ácido
alfa-aminobutírico 2,5 milimolar, utilizado como padrão interno, foram
adicionados juntamente com 100 microlitros da mistura de trietilamina, metanol
e água na proporção 1:1:1 e liofilizados outra vez.
35
A amostra foi retomar com 50 microlitros de etanol 50% e foram
adicionados 75 microlitros de solução fresca de PITC (7 partes de etanol 90%; 2
partes de trietilamina e 1 parte de fenilisotiocianato); a atmosfera do frasco foi
substituída por nitrogênio para este, então, ser selado e incubado à temperatura
ambiente por 10 minutos.
Uma nova liofilização da amostra foi realizada para, finalmente, ser
retomada com 1ml de fase A, filtrada a 0,45 µc e injetada no cromatógrafo. A
eluição foi feita modificando gradativamente os gradientes de concentração das
fases móveis A e B, obtendo-se uma separação correta dos picos no
cromatograma.
A fase móvel A foi composta por 8,203 gramas de acetato de sódio
anidro, 5,5ml de trimetilamina e 2 litros de água pura do tipo três, corrigidos
com ácido fosfórico para o pH de 6,40. Já a fase móvel B foi composta por
500ml de fase móvel A, 400ml de acetonitrila e 100ml de metanol. Todos estes
componentes com grau HPLC de pureza.
2.2 Parâmetros avaliados
Consumo total de cada aminoácido, da soma dos aminoácidos e de
proteína por ave/dia e proteína por quilograma de peso metabólico.
Coeficientes de biodisponibilidade aparente e verdadeira de cada
aminoácido e da soma dos aminoácidos.
Coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira da PB e da PB
corrigida pelo ácido úrico das dietas testadas.
2.3 Análises estatísticas
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, sendo o bloco
formado pelo período experimental, com seis tratamentos, três períodos
36
experimentais, seis repetições e a unidade experimental, constituída por uma
ave.
As médias foram comparadas pelo teste Scott-Knott para observação de
todos os efeitos.
2.3.1 Modelo estatístico
O modelo estatístico adotado para análise de todas as variáveis foi:
Y
ij
= µ + T
i
+ B
j
+ e
ij
Em que:
Y
ij
= o valor observado do tratamento i na repetição j;
µ = uma constante associada a todas observações;
T
i
= efeito do tratamento i, sendo i = 1,2,3,4,5 e 6;
B
j
= efeito do bloco j, sendo j = 1,2 e 3;
e
ij
= erro experimental associado a cada observação, que por hipótese tem
distribuição normal com média zero e variância ä
2
.
Os dados referentes aos tratamentos foram submetidos à análise de
variância segundo SISVAR (Sistema para Análise de Variância de Dados
Balanceados), desenvolvido por Ferreira (2000).
37
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para mensurar a confiabilidade do método de análise de aminoácidos
por HPLC, três repetições de caseína pura, com perfil de aminoácidos
conhecido, foram submetidas à metodologia analítica utilizada neste
experimento. O resultado foi comparado ao perfil de aminoácidos conhecido do
produto, obtendo-se os valores apresentados na tabela 2.5.
TABELA 2.5 - Taxa de recuperação dos aminoácidos (%) estimados pelo
método analítico utilizado neste experimento.
Aminoácido
Taxa de recuperação
(%)
Aspartato 93,93
Glutamato 95,16
Serina 81,51
Glicina 91,39
Histidina 55,56
Arginina 85,07
Treonina 96,22
Alanina 88,04
Prolina 88,43
Tirosina 65,04
Valina 88,92
Metionina 79,20
Isoleucina 95,89
Leucina 90,42
Cistina 57,24
Fenilalanina 88,50
Lisina 72,80
Média 90,17
Os aminoácidos histidina, tirosina e cistina apresentaram baixas taxas de
recuperação e a metionina e a serina apresentaram taxas de recuperação
38
intermediária. Os picos da glicina e da histidina foram muito próximos,
dificultanto a mensuração da área destes dois picos, e este fato pode ter reduzido
o valor da área do pico de histidina na caseína, o que, conseqüentemente, pode
ter reduzido a taxa de recuperação deste aminoácido. Adicionalmente, a
homoserina é detectada entre estes picos e pode ter dificultado a mensuração da
área dos picos de glicina e histidina.
A metionina e a cistina são instáveis durante a hidrólise ácida (Spindler
et al., 1984), e, portanto, já era esperada uma taxa de recuperação mais baixa
para estes aminoácidos. A taxa de recuperação da cistina foi prejudicada também
pelo baixo teor de cistina na caseína (0,5% da proteína). A tirosina é o
aminoácido mais sensível à oxidação, seguida da fenilalanina, por possuírem
anéis aromáticos (Bech-Andersen, 1990). Dessa forma, algum oxigênio residual
durante a abertura da amostra pode ter reduzido a taxa de recuperação da
tirosina. No caso, como a taxa de recuperação da fenilalanina continuou
razoável, a possível presença de oxigênio residual deve ter sido pequena. Devido
à sensibilidade à oxidação, mensurações deste s aminoácidos podem apresentar
coeficientes de variações mais altos.
Na Tabela 2.6 encontra-se o consumo diário das dietas experimentais
pelos papagaios.
39
TABELA 2.6 Consumo (MN, MS)
1
diário das dietas experimentais (g) por
ave/dia e por kg de peso metabólico (PV
0,75
)
Consumo diário (g/ave/dia)
Consumo diário (g/Kg
PV
0,75
/dia)
Dietas experimentais
(MN) ( MS)
(MS)
Ração extrusada 23,06 ab 21,15 ab
40,49 ab
Ração peletizada 22,77 ab 20,58 ab
43,14 ab
Ração comercial extrusada 29,42 ab 26,80 ab
54,02 ab
Alimento cães econômica 32,69 b 29,84 b
60,90 b
Alimento cães Superpremium
18,33 a 16,93 a
32,32 a
Semente de girassol 17,74 a 16,96 a
34,65 a
CV
29,11 29,03
30,12
1- MN = Matéria Natural , MS =matéria seca.
2- Valores em uma mesma coluna, seguidos de letras distintas, diferem estatisticamente pelo teste
de SNK (P<0,05).
3- Os resultados referentes a gasto computaram os valores da semente integral, com a casca,
enquanto os resultados referentes ao consumo computaram os valores na semente de girassol
descorticada manualmente.
O consumo do alimento balanceado para cães da linha Econômica foi
maior (P<0,05) que os da linha Superpremium e da semente de girassol tanto em
relação ao consumo diário por ave na MN e na MS, o consumo por quilograma
de peso metabólico. Este fato pode ter ocorrido provavelmente pela diferença
entre o conteúdo energético destas dietas.
As diferenças individuais para o consumo de alimentos foram altas; por
este motivo os coeficientes de variação dos consumos também estão elevados.
Assim, a diferença mínima significativa entre as médias são altas e acabam por
aproximar as médias favorecendo o erro do tipo 1, onde consumos que se
apresentam iguais podem, na verdade, ser diferentes. Porém existe uma
segurança muito grande ao afirmar que os consumos são diferentes.
Na tabela 2.7 encontram-se os teores de aminoácidos, PB, energia
metabolizável aparente para Amazona aestiva e a relação energia: aminoácidos
totais de todos os alimentos testados.
40
TABELA 2.7 - Teor de aminoácidos e PB (MS), teor de energia metabolizável
aparente para Amazona aestiva (kcal/KgMS) e a relação
energia:aminoácidos totais dos alimentos testados.
Aminoácido EP
1
PP CEP CE CS SG
Aspartato 1,64 1,66 2,20 1,28 2,37 2,45
Glutamato 2,86 3,05 3,81 4,00 4,54 5,43
Serina 0,86 0,89 1,15 1,12 1,47 0,99
Glicina 0,86 0,87 1,16 0,81 0,25 1,40
Histidina 0,80 0,49 0,65 0,66 0,95 0,59
Arginina 1,23 1,23 1,48 1,92 2,49 2,37
Treonina 0,80 0,73 1,01 1,07 1,58 0,90
Alanina 0,60 0,68 1,20 0,98 1,75 1,02
Prolina 1,21 1,19 1,51 1,35 2,21 1,11
Tirosina 0,99 0,79 0,79 0,95 1,09 0,64
Valina 0,57 0,51 1,22 0,79 1,56 1,33
Metionina 0,77 0,78 0,68 0,55 1,26 0,54
Isoleucina 0,66 0,69 1,14 0,72 0,95 1,14
Leucina 1,45 1,50 2,21 1,69 1,73 1,52
Cistina 0,37 0,36 0,41 0,28 0,47 0,34
Fenilalanina 0,68 0,67 1,13 1,04 0,90 1,19
Lisina 1,60 1,65 1,38 1,01 2,51 0,91
AA totais
3
17,95 17,75 23,14 20,21 29,15 23,87
Proteína bruta 20,16 19,28 25,72 19,66 31,78 25,49
Energia met.
2
3456 3289 3743 3123 4049 7050
Energia:aatotais 19,25 18,52 16,17 15,45 13,89 29,53
1.EP: alimento balanceado extrusado para psitacídeos; PP: alimento balanceado peletizado para
psitacídeos; CEP: alimento balanceado comercial extrusado para psitacídeos; CE: alimento
balanceado extrusado para cães linha econômica; CS: alimento balanceado extrusado para cães
linha Superpremium; SG: semente de girassol.
2. Valores encontrados por Saad (2003), utilizando os mesmos alimentos e aves deste trabalho.
3. Soma de todos os aminoácidos analisados (o triptofano e a cisteína não foram analisados).
Saad (2003) encontrou uma exigência mínima de PB para papagaios em
torno de 8 a 13%, trabalhando com dietas entre 2400 e 3000kcal de energia
metabolizável (EM)/kg. Entretanto, a maior taxa de metabolização protéica foi
favorecida nas dietas com médio e alto conteúdo energético (2700 e 3000
Kcal/kg) e com teores de PB entre 16 e 18%. Assim sendo, o referido autor
recomendou que sejam utilizadas, para a manutenção de papagaios-verdadeiros,
dietas com níveis de energia metabolizável de 2700Kcal/kg e com uma
porcentagem de proteína de, no máximo, 16% na matéria natural. Assim sendo,
41
pode parecer que todas as rações possuem valores de PB acima do recomendado;
entretanto, os alimentos comerciais utilizados neste experimento possuem mais
de 3000kcalEM/kg na MS. Dessa forma, ao se inferir sobre a adequação dos
teores de proteína destes alimentos para papagaios, deve-se considerar o teor de
energia metabolizável destes alimentos.
O alimento balanceado para cães da linha Superpremium apresentou o
mais alto valor de aminoácidos em sua composição (29,15%). Mesmo possuindo
4049 kcal de energia metabolizável por quilo de matéria seca, apresentou a
menor relação energia:aminoácidos totais. Como o consumo de alimentos pode
ser influenciado pelo seu conteúdo energético, é provável que as aves,
consumindo este alimento, tenham ingerido maior quantidade de aminoácidos.
A semente de girassol também possui alto teor de aminoácidos
(23,88%), porém tem praticamente o dobro da energia dos outros alimentos
(7050kcal EM/kg MS). Assim sendo, pode ser que a quantidade de aminoácidos
ingerida em gramas deste alimento tenda a se aproximar dos demais, que
apresentam menores teores protéicos em porcentagem, mas, ao mesmo tempo,
menor energia metabolizável.
Nas recomendações da AAFCO (1988) para psitacídeos, em rações com
3500kcalEM/kg, o valor mínimo recomendado para metionina é 0,30%, e para
lisina, é 0,65%. Desse modo, se o conteúdo energético da semente de girassol
reduzir a ingestão diária de aminoácidos, este alimento pode ser deficiente em
metionina e lisina, pois representam, em 7050kcal/kg, apenas 0,54 e 0,91% de
metionina e lisina na matéria seca, respectivamente.
Os alimentos extrusado e peletizado balanceados para psitacídeos
possuem valores de aminoácidos semelhantes, pois têm a mesma formulação.
O valor de cada aminoácido encontrado nos alimentos não deve ser visto
isoladamente. Devem-se considerar também os teores de proteína e energia,
assim como as inter-relações entre os aminoácidos contidos em cada alimento.
42
Por exemplo, o alimento para cães da linha Superpremium apresentou o maior
valor de lisina (2,51%). Em contrapartida, também apresentou o valor mais alto
da soma dos aminoácidos e, caso se compare o teor lisina ao teor de arginina
(2,49%), perceber-se-á que estes estão na proporção ideal (1:1), já que são
aminoácidos que competem pelos mesmos sítios de absorção, específicos para
estes aminoácidos.
Os coeficientes de variação da ingestão (Tabela 2.8) de cada
aminoácido, da soma dos aminoácidos e da PB foram altos, variando entre 23 e
30%. Este fato pode aumentar a diferença mínima significativa das variáveis
estudadas e, assim, alguma diferença pode não ser identificada.
As aves que ingeriram CE e CEP apresentaram maior ingestão (P<0,05)
de aminoácidos que as aves que ingeriram outros alimentos, sendo que estas
últimas não apresentaram diferenças na ingestão de alimentos (P>0,05).
As aves ingeriram a mesma quantidade (P<0,05) de aminoácidos e
proteína dos alimentos extrusado e peletizado, mostrando que estes processos
não interferem na ingestão de proteínas e aminoácidos. Para estes alimentos,
somente a ingestão de histidina foi diferente (P<0,05), mas como possuem a
mesma formulação, isto provavelmente aconteceu por erro na determinação
deste nutriente, já que a taxa de recuperação para este nutriente foi baixa
(55,56%), o que diminui a confiabilidade da técnica para este aminoácido
específico.
Na tabela 2.8 encontra-se a ingestão de PB e aminoácidos por papagaio
por dia.
43
TABELA 2.8 - Ingestão de PB e de aminoácidos por papagaio/dia
1
.
Aminoácido EP
2
PP CEP CE CS SG
Aspartato 0,3458
b
0,3520
b
0,5888
a
0,3832
b
0,3820
b
0,3775
b
Glutamato 0,6042
b
0,6444
b
1,0213
a
1,1934
a
0,7318
b
0,8367
b
Serina 0,1810
b
0,1883
b
0,3091
a
0,3339
a
0,2365
b
0,1525
b
Glicina 0,1828
a
0,1845
a
0,3112
a
0,2410
a
0,0401
b
0,2155
a
Histidina 0,1692
a
0,1041
b
0,1739
a
0,1982
a
0,1524
a
0,0915
b
Arginina 0,2600
b
0,2612
b
0,3973
b
0,5719
a
0,4016
b
0,3657
b
Treonina 0,1683
b
0,1536
b
0,2710
a
0,3195
a
0,2545
a
0,1388
b
Alanina 0,1278
b
0,1440
b
0,3206
a
0,2924
a
0,2825
a
0,1578
b
Prolina 0,2562
b
0,2519
b
0,4051
a
0,4027
a
0,3570
a
0,1331
b
Tirosina 0,2102 0,1676 0,2125 0,2822 0,1754 0,0980
Valina 0,1210
c
0,1083
c
0,3274
a
0,2351
b
0,2509
b
0,2053
c
Metionina 0,1629
a
0,1653
a
0,1822
a
0,1637
a
0,2031
a
0,0827
b
Isoleucina 0,1403
b
0,1462
b
0,3062
a
0,2141
b
0,1536
b
0,1758
b
Leucina 0,3074
b
0,3176
b
0,5913
a
0,5033
a
0,2786
b
0,2347
b
Cistina 0,0779 0,0758 0,1101 0,0845 0,0763 0,0530
Fenilalanina 0,1446
b
0,1415
b
0,3040
a
0,3097
a
0,1458
b
0,1840
b
Lisina 0,3382
a
0,3491
a
0,3692
a
0,3022
a
0,4053
a
0,1398
b
Total 3,7977
b
3,7553
b
6,2012
a
6,0308
a
4,5274
b
3,6808
b
PB 4,2647 3,9681 6,8932 5,8668 5,3803 4,3221
1. Valores em uma mesma linha, seguidos de letras distintas, diferem-se pelo teste Skott-Knott
(P<0,05).
2.EP: alimento balanceado extrusado para psitacídeos; PP: alimento balanceado peletizado para
psitacídeos; CEP: alimento balanceado comercial extrusado para psitacídeos; CE: alimento
balanceado extrusado para cães linha econômica; CS: alimento balanceado extrusado para cães
linha Superpremium; SG: semente de girassol.
A AAFCO (1988) recomenda uma ingestão diária de 0,06g de metionina
e 0,13g de lisina. Todos os alimentos supriram essas necessidades, a maioria
com grande margem de segurança, mas a semente de girassol apresentou valor
médio de ingestão de metionina (0,083g ave/dia) e de lisina (0,14g ave/dia) bem
próximos ao limite mínimo recomendado. Portanto, deve-se estar atento à
inclusão de alimentos com baixos teores de metionina e, principalmente, de
lisina em dietas de manutenção à base de semente de girassol para papagaios.
A ingestão, em gramas por quilo de peso metabólico, de aminoácidos
pelos papagaios que consumiram as dietas experimentais está apresentada na
tabela 2.9 e seguiu as mesmas tendências da ingestão de aminoácidos por
44
papagaio/dia, porém o coeficiente de variação aumentou ainda mais, chegando
próximo a 33% para alguns aminoácidos.
TABELA 2.9 - Ingestão de PB e aminoácidos por quilo de peso metabólico
(PV
0,75
) (g)
1
.
Aminoácido EP
2
PP CEP CE CS SG
Aspartato 0,6619
b
0,7296
b
1,1870
a
0,7821
b
0,7292
b
0,6020
b
Glutamato 1,1565
b
1,3357
b
2,0587
a
2,4357
a
1,3968
b
1,3345
b
Serina 0,3464
b
0,3902
b
0,6232
a
0,6814
a
0,4514
b
0,2431
b
Glicina 0,3499
b
0,3823
b
0,6274
a
0,4919
a
0,0766
c
0,3438
b
Histidina 0,3239
a
0,2158
b
0,3506
a
0,4046
a
0,2909
a
0,1458
b
Arginina 0,4976
c
0,5414
c
0,8009
b
1,1673
a
0,7666
b
0,5829
c
Treonina 0,3222
b
0,3183
b
0,5463
a
0,6521
a
0,4859
a
0,2217
b
Alanina 0,2445
b
0,2984
b
0,6464
a
0,5968
a
0,5393
a
0,2516
b
Prolina 0,4904
b
0,5222
b
0,8166
a
0,8219
a
0,6816
a
0,2724
c
Tirosina 0,4024 0,3473 0,4284 0,5759 0,3348 0,1565
Valina 0,2316
c
0,2246
c
0,6600
a
0,4798
b
0,4790
b
0,3274
c
Metionina 0,3117
a
0,3427
a
0,3672
a
0,3341
a
0,3876
a
0,1318
b
Isoleucina 0,2685
c
0,3031
c
0,6172
a
0,4370
b
0,2932
c
0,2804
c
Leucina 0,5884
b
0,6582
b
1,1919
a
1,0272
a
0,5318
b
0,3748
b
Cistina 0,1491 0,1571 0,2220 0,1724 0,1456 0,0847
Fenilalanina 0,2768
b
0,2932
b
0,6128
a
0,6321
a
0,2784
b
0,2936
b
Lisina 0,6473
a
0,7236
a
0,7442
a
0,6167
a
0,7737
a
0,2230
b
Total 7,2690
b
7,7838
b
12,5008
a
12,3089
a
8,6423
b
5,8699
b
PB 8,1630 8,3200 13,8958 11,9743 10,2704 8,8312
1. Valores em uma mesma linha, seguidos de letras distintas, diferem pelo teste Skott-Knott
(P<0,05).
2.EP: alimento balanceado extrusado para psitacídeos; PP: alimento balanceado peletizado para
psitacídeos; CEP: alimento balanceado comercial extrusado para psitacídeos; CE: alimento
balanceado extrusado para cães linha econômica; CS: alimento balanceado extrusado para cães
linha Superpremium; SG: semente de girassol.
Na tabela 2.10 estão apresentados os coeficientes de biodisponibilidade
aparente dos aminoácidos presentes nos alimentos testados.
45
TABELA 2.10 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente (%) dos
aminoácidos presentes nos alimentos testados
1
.
Aminoácido EP
2
PP CEP CE CS SG
Aspartato 92,26
a
79,97
b
81,64
b
94,56
a
67,83
c
97,73
a
Glutamato 88,70
c
85,81
c
75,67
d
92,66
b
79,10
d
98,37
a
Serina 87,31
b
87,94
b
70,26
c
88,84
b
73,55
c
97,35
a
Glicina 73,60
b
60,47
c
75,00
b
95,27
a
56,26
c
91,82
a
Histidina 73,89
b
49,71
c
68,12
b
89,14
a
47,20
c
89,01
a
Arginina 67,58
b
73,52
b
69,28
b
86,86
a
59,60
c
93,74
a
Treonina 78,24
d
82,65
c
66,02
e
90,42
b
74,77
d
95,62
a
Alanina 84,69
b
82,14
b
75,05
c
86,86
b
73,96
c
95,44
a
Prolina 81,09
b
89,36
a
67,55
d
88,30
a
75,70
c
80,66
b
Tirosina 72,72
b
79,87
a
66,78
b
81,04
a
71,75
b
85,53
a
Valina 83,69
b
78,17
c
78,72
c
88,78
b
66,51
d
97,67
a
Metionina 75,44
b
83,53
b
75,09
b
78,30
b
70,54
b
94,59
a
Isoleucina 90,57
b
59,68
c
87,60
b
87,53
b
60,67
c
97,22
a
Leucina 97,17
a
82,89
b
87,91
b
93,98
a
48,33
c
97,22
a
Cistina 68,61
b
91,75
a
93,18
a
86,89
a
76,46
b
89,67
a
Fenilalanina 84,92
b
84,42
b
80,41
b
95,40
a
64,47
c
80,54
b
Lisina 92,72
a
86,96
a
85,34
a
89,31
a
67,35
b
88,17
a
Totais 81,95
b
78,76
c
76,68
c
89,07
a
66,71
d
92,37
a
1. Valores em uma mesma linha, seguidos de letras distintas, diferem pelo teste Skott-Knott
(P<0,05).
2.EP: alimento balanceado extrusado para psitacídeos; PP: alimento balanceado peletizado para
psitacídeos; CEP: alimento balanceado comercial extrusado para psitacídeos; CE: alimento
balanceado extrusado para cães linha econômica; CS: alimento balanceado extrusado para cães
linha Superpremium; SG: semente de girassol.
O CE, o EP e a SG apresentaram os maiores coeficientes de
biodisponibilidade aparente para a soma dos aminoácidos (P<0,05), mostrando
que possuem proteína de alto valor biológico para papagaios.
O CP apresentou os menores coeficientes de biodisponibilidade aparente
para cada aminoácido (P<0,05), assim como o menor coeficiente de
biodisponibilidade aparente da soma dos aminoácidos analisados, sendo
diferente (P<0,05) dos outros alimentos testados para esta variável. Este
alimento teve uma taxa de ingestão baixa de aminoácidos pelas aves (tabela
2.11), principalmente considerando que foi o alimento com maior teor de
proteína. As aves deste experimento ingeriram entre 17 e 30 gramas de alimento
46
por dia, sendo a ingestão de CS em torno de 17 gramas (tabela 2.6). Talvez o
alimento tenha baixa palatabilidade para papagaios ou apenas o maior teor de
energia metabolizável seja suficiente para reduzir seu consumo. Este fato é
sugerido também por Saad et al. (2006e).
Uma menor ingestão de aminoácidos, teoricamente, os disponibilizaria
ainda mais. Este fato não ocorreu neste alimento, mostrando que a proteína
contida neste alimento, mesmo sendo de alta digestibilidade para carnívoros,
possui baixa digestibilidade para papagaios. Pode ser que estas aves tenham
dificuldade em digerir produtos de origem animal, os quais são muito utilizados
em rações comerciais para cães da linha Superpremium.
O processamento afetou a biodisponibilidade dos aminoácidos de
maneira geral, como podemos perceber comparando os alimentos extrusado e
peletizado para papagaios. Deve ser ressaltado que o mesmo processamento
pode aumentar, diminuir ou mesmo não interferir na digestibilidade dos
nutrientes, dependendo da natureza da matéria-prima.
Bryden & Li (2004) encontraram coeficientes de biodisponibilidade
diferentes (P<0,05) para todos os aminoácidos, com exceção da metionina, em
ensaio comparando farelo de canola advindo da extração do óleo por solvente ou
por pressão contínua, também denominado “expeller”, em frangos de corte.
O processamento não afetou (P>0,05) os coeficientes de
biodisponibilidade aparente do glutamato, da serina, da arginina, da alanina, da
metionina, da fenilalanina e da lisina. Porém, a extrusão melhorou (P<0,05) os
coeficientes de biodisponibilidade aparentes do aspartato, da glicina, da
histidina, da valina, da isoleucina e da leucina. Em contrapartida, a extrusão
apresentou, também, menores coeficientes de biodisponibilidade aparente para a
treonina, a prolina, a tirosina e a cistina quando comparada à peletização,
sugerindo que, dependo de como é feito o processamento e da relação entre
processamento e aspectos físico-químicos dos nutrientes da matéria-prima, o que
47
teoricamente deveria melhorar a digestibilidade de algum nutriente pode piorá-
la.
O coeficiente de biodisponibilidade da soma dos aminoácidos foi maior
(P<0,05) no alimento extrusado quando comparado ao peletizado, mostrando
vantagens do processo.
A semente de girassol apresentou 97,72% de biodisponibilidade
aparente para a soma dos aminoácidos, quase 100%. Isto pode ocorrer devido ao
fato de esta semente possuir altos valores de energia metabolizável, o que levou
a uma baixa ingestão de proteína. Com menor quantidade de aminoácidos no
lúmen intestinal ocorreu uma maior ação das enzimas digestivas e,
conseqüentemente, uma maior absorção de aminoácidos, dipeptídeos e
tripeptídeos por seus sítios de absorção. Somente este fato não justificaria quase
100% de biodisponibilidade aparente, pois outros alimentos - o extrusado e
peletizado para papagaios e o alimento para cães da linha Superpremium -
também apresentaram os mesmos (P>0,05) valores de ingestão de aminoácidos
totais pelas aves.
O outro fator que pode justificar este dado é o teor de gordura de quase
58% na matéria seca da semente de girassol descortiçada, comparado ao teor de
7 a 9% de extrato etéreo da maioria dos outros alimentos testados; mesmo o teor
de extrato etéreo do CP de 17,8% (MS) é muito inferior ao da SG. Guyton
(2002), em seu tratado de fisiologia médica, explica que não é possível aumentar
a concentração de lipases no suco pancreático quando maiores quantidades de
gordura chegam ao duodeno; portanto, quando isto acontece, pode ser secretado
o hormônio colecistoquinina, que aumenta a secreção de suco pancreático,
aumentando, assim, além da quantidade de lipases no lúmen intestinal, a
quantidade das outras enzimas presentes no suco pancreático, inclusive as
proteases.
48
Este fato caracteriza o valor aditivo das gorduras e é diretamente
proporcional ao teor de gordura dos alimentos, desde que o teor de gordura da
dieta seja suficiente para estimular a produção de colecistoquinina.
O único alimento que se aproxima da semente de girassol descorticada
em relação ao teor de gordura é o alimento para cães da linha Superpremium, o
qual, porém, apresentou baixos coeficientes de digestibilidade aparente,
provavelmente por motivos diferentes do teor de gorduras, como já foi discutido
anteriormente.
As excretas de todos os papagaios foram homogeneizadas e foram
analisadas duas réplicas deste pool de excretas, em que a excreção diária, em
matéria seca por ave, por dia, foi de 0,6975g. A excreção da soma dos
aminoácidos analisados foi de 0,1671g, correspondendo a 23,96% do peso da
excreta. Já o teor de ácido úrico na matéria seca, encontrado para o jejum, foi de
0,2665g, correspondendo a 38,20% do peso da excreta.
A fórmula do ácido úrico é C
5
H
4
N
4
O
3
; portanto, a partir dos pesos
moleculares dos seus elementos, o ácido úrico possui 33,33% de nitrogênio. Na
determinação de PB, determina-se o teor de nitrogênio e este é multiplicado por
6,25, considerando que a maioria das proteínas possuem 16% de nitrogênio;
mas quando o ácido úrico está presente, este erro é grave. O ácido úrico possui
mais do dobro de nitrogênio em sua molécula e devemos, então, multiplicar o
valor encontrado para PB do ácido úrico por 2,0859 como fator de correção.
Na tabela 2.11 encontram-se descritos os valores das perdas endógenas
de aminoácidos na matéria seca, assim como em relação ao total de aminoácidos
do pool de excretas.
49
TABELA 2.11 - Perdas endógenas de aminoácidos em porcentagem da matéria
seca do pool de excretas e porcentagem do aminoácido em
relação ao total de aminoácidos da excreta.
Aminoácido Réplica1 Réplica2 Média % total
Aspartato 0,0070 0,0073 0,0072 4,2927
Glutamato 0,0136 0,0146 0,0141 8,4394
Serina 0,0048 0,0058 0,0053 3,1591
Glicina 0,0125 0,0105 0,0115 6,8814
Histidina 0,0102 0,0101 0,0102 6,0841
Arginina 0,0377 0,0376 0,0376 22,5295
Treonina 0,0142 0,0146 0,0144 8,6246
Alanina 0,0045 0,0066 0,0056 3,3430
Prolina 0,0129 0,0142 0,0135 8,1010
Tirosina 0,0098 0,0109 0,0104 6,2030
Valina 0,0036 0,0043 0,0039 2,3384
Metionina 0,0052 0,0053 0,0052 3,1191
Isoleucina 0,0050 0,0048 0,0049 2,9357
Leucina 0,0026 0,0031 0,0029 1,7112
Cistina 0,0013 0,0017 0,0015 0,9110
Fenilalanina 0,0098 0,0097 0,0097 5,8236
Lisina 0,0085 0,0099 0,0092 5,5057
Total 0,1632 0,1709 0,1671 100,00
O teor de PB encontrada nas excretas das aves do jejum foi de 145,88%.
Este teor acima de 100% ocorre justamente pelas diferenças nos teores de
nitrogênio das moléculas e pode levar a erros na determinação de coeficientes
de digestibilidade verdadeiras de proteínas.
Com relação aos aminoácidos das excretas do jejum, a arginina foi o
aminoácido mais secretado, seguido pela treonina, glutamato, prolina e glicina.
Os animais em jejum secretam grande quantidade de muco no lúmen intestinal
e, segundo Sauer & De Lange (1992), a prolina, a glicina e a treonina são os
principais aminoácidos que constituem a mucina.
Outra explicação para a abundância de prolina na digesta de animais em
jejum pode ser a quantidade significativa de proteínas quebradas no músculo
destes animais para satisfazer às exigências de aminoácidos para manutenção
(De Lange et al., 1989). A proteína liberada no tecido muscular contém grandes
50
quantidades de glutamina, que é transportada para os enterócitos e metabolizada
a glutamato, amônia, citrulina e prolina. Um alto conteúdo de prolina na excreta
de animais em jejum pode ser justificado pelo fluxo de prolina no lúmen
intestinal associado a sua reabsorção lenta.
No jejum, ocorre uma descamação das células intestinais que são
excretadas que está diretamente relacionada com o perfil de aminoácido das
excretas do jejum.
Na tabela 2.12 estão descritos os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira dos aminoácidos dos alimentos testados em porcentagem.
TABELA 2.12 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira (%) dos
aminoácidos dos alimentos testados
1
.
Aminoácido EP
2
PP CEP CE CS SG
Aspartato 94,44
a
82,12
b
83,00
b
96,45
a
95,51
a
100,16
a
Glutamato 91,16
b
88,12
b
77,21
b
93,85
c
80,78
c
100,53
a
Serina 90,38
b
90,89
b
72,17
c
90,44
b
77,28
c
101,79
a
Glicina 80,22
b
67,03
c
79,12
b
100,10 104,23
a
98,66
a
Histidina 80,22
b
59,99
c
74,65
b
94,33
a
49,60
c
103,27
a
Arginina 82,81
c
88,69
c
79,85
c
93,53
b
72,56
d
106,95
a
Treonina 87,25
c
92,53
b
71,95
d
94,98
b
83,13
c
108,92
a
Alanina 89,30
b
86,22
b
77,00
c
88,79
b
77,27
c
99,98
a
Prolina 86,65
b
95,01
a
71,27
d
91,71
a
82,04
c
90,83
a
Tirosina 77,91
b
86,38
b
72,22
b
84,76
b
79,05
b
99,09
a
Valina 87,09
b
81,97
c
80,05
c
90,46
b
70,89
d
100,12
a
Metionina 78,81
b
86,84
b
78,29
b
81,52
b
74,84
b
102,68
a
Isoleucina 94,25
b
63,21
c
89,39
b
89,85
b
67,53
c
100,80
a
Leucina 98,15
a
83,83
b
88,45
b
94,56
a
52,71
c
98,78
a
Cistina 70,66
c
93,87
a
94,72
a
88,72
a
79,80
b
93,34
a
Fenilalanina 92,01 91,66 83,98 98,58 91,10 87,33
Lisina 95,58
a
89,74
a
88,12
a
92,39
a
69,72
b
96,61
a
Totais 86,88
a
84,01
b
80,08
b
92,06
a
76,94
b
99,40
a
1. Valores em uma mesma linha, seguidos de letras distintas, diferem-se pelo teste Skott-Knott
(P<0,05).
2.EP: alimento balanceado extrusado para psitacídeos; PP: alimento balanceado peletizado para
psitacídeos; CEP: alimento balanceado comercial extrusado para psitacídeos; CE: alimento
balanceado extrusado para cães linha econômica; CS: alimento balanceado extrusado para cães
linha Superpremium; SG: semente de girassol.
51
No coeficiente de biodisponibilidade verdadeira é descontado o valor
das perdas endógenas. Pode-se observar claramente que o valor das perdas
endógenas descontado é superior ao valor real, pois têm-se coeficientes de
biodisponibilidade acima de 100%, principalmente para os aminoácidos da
semente de girassol que já possuem altos coeficientes de biodisponibilidade
aparentes dos aminoácidos. Uma biodisponibilidade real acima de 100% não é
possível, pois não como a ave realmente absorver uma quantidade maior de
aminoácidos que a ingestão.
Outro fato importante na mensuração da biodisponibilidade de
aminoácidos é que a microflora cecal pode consumir ou produzir alguns
aminoácidos, alterando o valor de aminoácidos da excreta. No caso dos
papagaios, isto ocorre em quantidade mínima ou mesmo não ocorre, pois estes
não possuem cecos e seu cólon é extremamente curto. O final do íleo está muito
próximo da cloaca.
Pode-se concluir, então, que as aves em jejum podem ter excretado mais
aminoácidos endógenos que as alimentadas, levando a erros na mensuração do
coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos e sugerindo que
sejam utilizados os coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos
dos alimentos para papagaios.
O coeficiente de digestibilidade aparente da PB é obtido subtraindo a PB
excretada da proteína ingerida e dividindo o resultado pela proteína excretada.
Para passar para valores percentuais, multiplica-se o valor obtido por 100. Nas
excretas de aves têm-se compostos nitrogenados das fezes, representados
principalmente pelas proteínas não digeridas, e compostos nitrogenados
provenientes da urina, representados principalmente pelo ácido úrico.
Os coeficientes obtidos estão descritos na tabela 2.13.
52
TABELA 2.13 - Coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira da PB, da
PB corrigido pelo ácido úrico e coeficientes de
biodisponibilidade aparente e verdadeira dos aminoácidos
totais, exceto o triptofano e a cisteína, encontrados nos
alimentos testados (%)
1,2
.
Digestibilidade aparente Digestibilidade verdadeira
Alimento DAPB
4
DAPBc DAAA DVPB DVPBc DVAA
EP
3
40,68
a3
72,47
2
92,26
b1
65,79
b2
88,02
a1
94,44
a1
PP 24,97
b4
62,71
2
79,97
c1
53,31
c3
80,25
a1
82,11
b1
CEP 37,70
a3
58,93
2
81,64
c1
54,17
c2
69,13
b1
83,00
b1
CE 43,22
a4
67,97
3
94,56
a1
60,78
c3
78,84
a2
96,45
a1
CS 25,90
b4
49,64
3
67,82
d1
45,60
c3
61,84
b2
91,10
a1
SG 53,38
a3
59,98
3
97,73
a1
79,29
a2
76,02
a2
100,16
a1
1. Valores em uma mesma coluna, seguidos de letras distintas, diferem-se pelo teste Skott-Knott
(P<0,05).
2. Valores em uma mesma linha, seguidos de números distintos, diferem-se pelo teste Skott-Knott
(P<0,05).
3.EP: alimento balanceado extrusado para psitacídeos; PP: alimento balanceado peletizado para
psitacídeos; CEP: alimento balanceado comercial extrusado para psitacídeos; CE: alimento
balanceado extrusado para cães linha econômica; CS: alimento balanceado extrusado para cães
linha Superpremium; SG: semente de girassol.
4. DAPB: coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta; DAPBc: coeficiente de
digestibilidade aparente da proteína bruta corrigida pelo ácido úrico; DAAA: coeficiente de
digestibilidade aparente da soma dos aminoácidos (exceto o triptofano e a cisteína), DVPB:
coeficiente de digestibilidade verdadeira da proteína bruta; DVPBc: coeficiente de digestibilidade
verdadeira da proteína bruta corrigida pelo ácido úrico; DVAA: coeficiente de digestibilidade
verdadeira da soma dos aminoácidos (exceto o triptofano e a cisteína).
Dessa maneira, o coeficiente de digestibilidade aparente da PB poderia
ser chamado de coeficiente de metabolização aparente da proteína. Ao se
corrigir pelo ácido úrico, retira-se o nitrogênio urinário, tendo, portanto, o
coeficiente de digestibilidade aparente da proteína, que, teoricamente, deveria
ser igual ao coeficiente de biodisponibilidade da soma dos aminoácidos. Como
estes não são iguais (P<0,05), estas denominações não foram utilizadas.
Neste trabalho, isso não ocorreu provavelmente pelo fato de as aves não
excretarem somente ácido úrico como produto nitrogenado ou pela presença de
outros compostos nas fezes com teores acima de 16% de nitrogênio em suas
moléculas, fazendo com que as excretas apresentassem valores mais altos de PB
que o valor real de proteína, mesmo após descontar o ácido úrico.
53
Neste trabalho pode-se perceber (tabela 2.13) que a correção do
coeficiente de metabolização aparente da PB pelo ácido úrico aproxima os
coeficiente de metabolização da PB dos coeficiente de biodisponibilidade da
soma dos aminoácidos, mas não os iguala (P>0,05).
O coeficiente de digestibilidade verdadeira do nutriente é obtido pela
seguinte fórmula: quantidade do nutriente ingerido menos a quantidade do
nutriente excretado somado à perda endógena do nutriente; o resultado é, então,
dividido pela quantidade do nutriente ingerido e multiplica-se por 100 para a
obtenção do resultado em porcentagem.
Portanto, quanto maior a perda endógena do nutriente, maior é o
coeficiente de digestibilidade verdadeira do nutriente. A perda endógena das
aves em jejum tende a ser maior que a das aves alimentadas, pois como não
estão absorvendo aminoácidos, ou até mesmo ingerindo menores teores de
energia que suas necessidades diárias (5% de glicose na água de bebida), existe
um maior catabolismo protéico e maior secreção endógena, principalmente com
relação ao ácido úrico.
Alguns alimentos, como os balanceados para papagaios, podem
promover uma excreção baixa de ácido úrico, que associada à alta excreção de
ácido úrico pelas aves em jejum, fazem com que os coeficientes de
digestibilidade verdadeira da PB corrigido pelo ácido úrico se igualem (P<0.05)
aos CBv da soma dos aminoácidos. Porém, este dado não é confiável, já que
está claro que aves em jejum excretam mais proteína e aminoácidos que aves
alimentadas pelo aparecimento de coeficientes de digestibilidade verdadeira
acima de 100%.
O baixo teor de PB e de ácido úrico das excretas das aves que se
alimentaram de semente de girassol fez com que a correção dos coeficientes de
digestibilidade verdadeira da PB pelo ácido úrico não alterasse seu valor
(P>0,05).
54
Nos coeficientes de digestibilidade aparente, a correção pelo ácido úrico
igualou os alimentos (P<0,05), ou seja, todos os alimentos possuem o mesmo
coeficiente de digestibilidade aparente da PB, corrigido pelo ácido úrico.
O coeficiente de digestibilidade aparente da PB apresenta o erro de não
considerar o alto teor de nitrogênio na molécula de ácido úrico, subestimando o
valor real. Ao se corrigir pelo ácido úrico, o método apresenta o erro de não
considerar concentrações diferentes de nitrogênio em outros compostos
nitrogenados, também subestimando o valor real.
Os coeficientes de digestibilidade verdadeiras e CBv apresentam como
erro o fato de as aves em jejum excretarem quantidades maiores de compostos
nitrogenados e com perfil de aminoácidos diferentes das aves alimentadas,
superestimando o valor da digestibilidade e biodisponibilidade real.
Todos os coeficientes comentados no parágrafo anterior ainda
apresentam erros inerentes à metodologia de análises. Portanto, o CBap dos
aminoácidos, entre os testados neste trabalho, é o que apresenta mensuração
mais segura para ser utilizada como referência, pois apresenta apenas o erro de
não considerar o triptofano e a cistina e o erro analítico que pode ser mensurado
pela taxa de recuperação dos aminoácidos.
4. CONCLUSÕES
A metodologia da digestibilidade aparente e verdadeira da PB corrigida
pelo ácido úrico não substitui a metodologia da mensuração da
biodisponibilidade aparente e verdadeira da soma dos aminoácidos por HPLC,
em papagaios adultos.
Papagaios em jejum excretam mais aminoácidos que papagaios
alimentados.
55
Deve-se utilizar os CBap em detrimento dos CBv dos alimentos para
papagaios adultos.
A melhor metodologia para avaliar a digestibilidade da proteína foi a
mensuração da biodisponibilidade aparente de aminoácidos analisados por
HPLC.
O processo de extrusão melhorou a biodisponibilidade dos aminoácidos
dos alimentos testados para papagaios.
Os coeficientes de biodisponibilidade da somatória dos aminoácidos
foram iguais nas rações extrusadas para cães e extrusada para papagaios, mas
podem apresentar diferenças entre cada um dos aminoácidos analisados.
É melhor fornecer rações para cães da linha Econômica que da linha
Superpremium para papagaios adultos, com relação à biodisponibilidade de
aminoácidos.
As proteínas da semente de girassol possuem alta digestibilidade para
papagaios em manutenção.
56
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO CAPÍTULO II
AAFCO - ASSOCIATION OF AMERICAN FEED CONTROL OFFICIALS
INCORPORATED. Nutrition expert panel review: new rules for feeding pet
birds. Feed Management, Sea Isle City, v. 49, n. 2, Feb. 1998.
ALBINO, L. T. F. Sistemas de avaliação nutricional de alimentos e suas
aplicações na formulação de rações para frangos de corte. 1991. 141 p. Tese
(Doutorado) - Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, MG.
BECH-ANDERSEN, S.; MASON, V. C.; DHANOA, M. S. Hydrolysate
preparation for amino acid determinations in feed constituents. Journal of
Animal Physiology and Animal Nutritions, Berlin, v. 63, no. 4, p. 188-197,
Apr. 1990.
BRYDEN, W.L.; LI, X. Utilization of digestible aminoacids by broilers.
Sidney: RIRDC Publishing, 2004. 42 p.
CUNNIFF, P. (Ed.) Official methods of analysis of AOAC International. 16.
Ed. Arlington: AOAC International, 1995. v.1.
DE Lange, C. F. M.; SAUER, W. C.; MOSENTHIN, R.; SOUFFRANT, W. B.
1989. The effect of feeding different protein-free diets on the recovery and
amino acid composition of endogenous protein collected from the distal ileum
and feces in pigs. Journal of Animal Science, Champaign, v. 67, n. 3, p. 746-
754, Mar. 1989.
FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por meio do SISVAR (Sistema para
análise de variância) para Windows versão 4. 0. In: REUNIÃO ANUAL DA
REGIÃO BRASILEIRA PARA A SOCIEDADE INTERNACIONAL DE
BIOMETRIA, 45., São Carlos, 2000. Anais... São Carlos, Universidade de São
Carlos, 2000. p. 255-258.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro:
Guanabara-Koogan. 10ed., 2002. 973 p.
MARQUARDT, RONALD R. A simple spectrofotometric method for direct
determination of uric acid in avian excreta. Poultry Science, Champaign, v. 62,
n. 10, p. 2106-2108, Oct. 2003.
57
McNAB, J. M., BLAIR, J. C. Modified assay for true and apparent
metabolisable energy based on tube feeding. British Poulttry Science,
Abingdon, v. 29, n. 4, p. 697-707, Dec. 1988.
SAAD, C. E. P. Avaliação de alimentos e determinação das necessidades de
proteína para manutenção de papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva).
2003. 178 p. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte.
SAAD, C. E. P.; FERREIRA, W. M.; SAAD, F. M. O. B; LARA, L. B.
Avaliação nutricional de rações comerciais e semente de girassol para
papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva). Ciência e Agrotecnologia, Lavras,
2006a. no prelo.
SAAD, C. E. P.; FERREIRA, W. M.; SAAD, F. M. O. B; LARA, L. B.
Consumo voluntário de rações comerciais e semente de girassol para papagaios-
verdadeiros (Amazona aestiva). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, 2006b. no
prelo.
SAUER, W. C.; De LANGE, C. F. M. Novel methods for determining protein
and amino acid digestibilities in feedstuffs. In: NISSEN, S. (Ed.). Modern
methods in protein nutrition and metabolism. London: Academic Press,
1992. p. 87-120.
SPINDLER, M.; STADLER, R.; TANNER, H. Amino acid analysis of
feedstuffs:determination of methionine and cystine after oxidation with
performic acid and hydrolysis. Journal of Agricultural and Food Chemistry,
Washington, v. 32, n. 6, p. 1366-1371, Nov. /Dec. 1984.
58
CAPÍTULO III
DETERMINAÇÃO DOS COEFICIENTES DE
BIODISPONIBILIDADE DOS AMINOÁCIDOS E VALORES DE
AMINOÁCIDOS BIODISPONÍVEIS DE ALIMENTOS
UTILIZADOS NA FORMULAÇÃO DE ALIMENTOS
EXTRUSADOS PARA PAPAGAIOS VERDADEIROS
(Amazona aestiva).
RESUMO
Um experimento envolvendo 34 Amazona aestiva da mesma idade foi
desenvolvido com o objetivo de determinar os coeficientes de biodisponibilidade
aparente e verdadeira de cada um dos aminoácidos e os valores de aminoácidos
biodisponíveis aparentes e verdadeiros presentes em 16 dos principais alimentos
utilizados na formulação de alimentos extrusados para a espécie por
derivatização pré-coluna com PITC em HPLC. Os alimentos testados foram:
semente de girassol, semente de aveia, gema de ovo em pó, ovo integral em pó,
clara de ovo em pó, gérmen de trigo, farelo de trigo, milho integral moído, milho
gelatinizado, farelo de girassol com casca, levedura de cerveja seca, polpa
cítrica, mamão desidratado, banana desidratada, farelo de soja e soja
micronizada. Utilizou-se da metodologia de substituição (Matterson, 1965) para
os alimentos testados, os quais foram extrusados para igualar a forma de
apresentação, exceto a semente de girassol, que foi oferecida pura e “in natura”.
Estes coeficientes foram determinados para todos os aminoácidos e sua soma,
exceto o triptofano e cisteína, e estão apresentados em forma de tabela no corpo
do trabalho. Foram determinados, também, os coeficientes de digestibilidade
aparente e verdadeira da proteína bruta e da proteína bruta corrigida pelo ácido
úrico. Todos estes coeficientes foram comparados pelo teste Scott-Knott e as
principais conclusões foram: a melhor metodologia de avaliação da
digestibilidade da proteína foi a da mensuração do coeficiente de
biodisponibilidade aparente da soma de todos os aminoácidos analisados por
HPLC e esta metodologia não pode ser substituída pela digestibilidade da
proteína bruta corrigida pelo ácido úrico.
59
ABSTRACT
An experiment involving 34 Amazona aestiva of the same age was developed
with the purpose of determining the apparent and true bioavailability coefficients
of each of the aminoacids and the values of bioavailable apparent and true
aminoacids present in 16 of the chief feeds utilized in formulating of extruded
feeds for the species by pre-column derivatization with PITC in HPLC. The
feeds tested were: sunflower seed, oat seed, egg yolk powder, whole egg
powder, egg white powder, wheat germ, wheat meal, ground whole corn,
gelatinized corn, sunflower meal with husk, dry beer yeast, citrus pulp,
dehydrated papaya, dehydrated banana, soybean meal and micronized soybean.
Replacement methodology was utilized (Matterson, 1965) for the feeds tested
which were extruded to become equal to the presentation form, excepting
sunflower seed which was fed pure and “in natura”. These coefficients were
determined for all the aminoacids and their sum, except tryptophan and cysteine,
and are presented in the form of table in the body of the work. Also, the
digestibility apparent and true coefficients of crude protein and crude protein
corrected by uric acid. All these coefficients were compared by Scott-Knott test
and the main conclusions were: the best evaluation methodology of the
digestibility of protein was the one of the measurement of the apparent
bioavailability coefficient of the sum of the all the aminoacids analyzed by
HPLC and which this methodology cannot be replaced by the digestibility of
crude protein corrected by uric acid.
60
1. INTRODUÇÃO
A crescente incorporação de animais silvestres a ambientes domésticos,
como animais de estimação, aumenta a necessidade de estabelecer padrões de
alimentação para estes animais.
Os papagaios são muito escolhidos como aves de estimação por sua
capacidade de imitar a voz humana e seu alto grau de socialização com seus
donos. Assim, hoje já são encontrados alimentos comerciais para estas aves em
vários países, inclusive no Brasil; entretanto, trabalhos mostrando as
necessidades de nutrientes para esta espécie, assim como o valor nutricional dos
alimentos utilizados como matéria-prima para estas rações, ainda são escassos.
Até a presente data, artigos que determinam a biodisponibilidade de
aminoácidos de alimentos para papagaios não foram encontrados na literatura.
Ensaios biológicos são largamente utilizados na experimentação animal,
sendo duas as principais metodologias utilizadas atualmente, uma proposta por
Matterson (1965) e outra por Sibbald (1976).
A biodisponibilidade de aminoácidos é dividida em digestibilidade da
excreta e digestibilidade ileal. A digestibilidade ileal não considera as possíveis
sínteses ou consumos de aminoácidos pela microflora dos cecos e cólon,
diferentemente da digestibilidade da excreta.
Como papagaios naturalmente não possuem cecos e, adicionalmente,
apresentam cólon extremamente curto e altas taxas de passagem de alimentos
pelo trato digestório (Ritchie et al., 1994), possivelmente a digestibilidade ileal e
da excreta dos alimentos para papagaios seja semelhante.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é determinar os coeficientes de
biodisponibilidade aparente e verdadeira dos aminoácidos dos alimentos mais
utilizados como matéria-prima na formulação de dietas para papagaios Amazona
61
aestiva, assim como seus valores em aminoácidos biodisponíveis aparentes e
verdadeiros para a espécie. Outro objetivo é a comparação entre a determinação
dos coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira da PB, da PB corrigida
pelo ácido úrico e dos coeficientes de biodisponibilidade aparente e verdadeira
da soma dos aminoácidos analisados destas matérias-primas.
2. MATERIAL E MÉTODOS
No período de setembro a novembro de 2001 foi conduzido um
experimento nas dependências do departamento de Zootecnia da Escola de
Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Campus da
Pampulha, em Belo Horizonte, no qual 34 papagaios verdadeiros (Amazona
aestiva) foram utilizados, distribuídos em blocos casualisados em três períodos
experimentais, em que cada período constituiu um bloco, para análise de 17
alimentos (tabela 3.1), sendo seis repetições por alimento (102 unidades
experimentais).
O período experimental, a sala de metabolismo e os demais
procedimentos pré-experimentais foram os mesmos do experimento um, uma
vez que ambos foram conduzidos simultaneamente.
O alimento um foi a mesma ração extrusada para psitacídeos, descrita no
experimento I, utilizada como ração referência. Este alimento será utilizado
apenas nas metodologias de cálculos para a obtenção dos coeficientes de
biodisponibilidade dos aminoácidos presentes nos outros alimentos devido ao
uso da metodologia de substituição (Matterson, 1965) na avaliação dos
alimentos, com exceção da semente de girassol.
62
TABELA 3.1 Alimentos estudados.
Alimento
1 Ração para psitacídeos extrusada ração referência
2 Semente de Girassol
3 Aveia
4 Gema de ovo em pó
5 Ovo Integral em pó
6 Clara de ovo em pó
7 Germe de trigo
8 Farelo de trigo
9 Milho moído
10 Milho gelatinizado
11 Farelo de girassol com casca
12 Levedura de cerveja seca
13 Polpa cítrica
14 Mamão desidratado
15 Banana desidratada
16 Farelo de soja
17 Soja micronizada
Os alimentos estudados (alimento 3-17) substituíram 29,76 % (base da
matéria natural) da ração referência extrusada (alimento 1), descrita no
experimento I. Nas rações teste, além da substituição de 29,76%, foi incorporado
0,240% de premix, para aproximar o teor de minerais e vitaminas das rações.
Posteriormente, todas as rações foram extrusadas, igualando a forma de
apresentação dos tratamentos, com exceção da semente de girassol (tratamento
2), que foi oferecida pura. As rações testadas
foram consumidas à vontade,
durante 13 dias (sete dias de adaptação e cinco de coleta de dados), em cada um
dos três períodos.
Ao final do terceiro período experimental todas as aves foram deixadas
em jejum durante 72 horas para a obtenção das perdas endógenas.
As aves foram pesadas no início e final do experimento e as quantidades
de ração-teste ingeridas, por unidade experimental, foram registradas. As sobras,
retidas nas bandejas de excreta, também foram separadas e pesadas.
63
Para a realização dos ensaios de digestibilidade procedeu-se a colheita
total de excreta, nos mesmos períodos do experimento I.
Diariamente as excretas e as sobras de cada repetição foram colhidas
separadamente, acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados,
hermeticamente fechados e armazenados em congelador (18
o
C negativos) para
análises químicas posteriores. Após o período de colheita, as amostras foram
descongeladas em temperatura ambiente (aproximadamente 12 horas),
homogeneizadas e colocadas em pratos de alumínio, pesadas em balança
analítica e, em seguida, colocadas em estufa de ventilação forçada a 80
0
C, por
um período de 24 horas.
Depois de retiradas da estufa, e atingindo o equilíbrio com a temperatura
ambiente, as amostras foram pesadas, moídas em moinho de martelo com malha
de 1mm e acondicionadas em frascos dentro de um freezer na temperatura de
18
o
C negativos até a realização das análises químicas.
2.1 Análises químicas
As análises químicas foram realizadas no Laboratório de Ciência
Animal do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras, no
período de julho e dezembro de 2005, adotando-se os seguintes procedimentos
para amostras das rações comerciais e excretas:
Matéria seca (MS) = determinada em estufa a 55
O
C e 105
O
C segundo o
Official...(Cunniff, 1995).
Proteína Bruta (PB) = Determinada pelo método de Kjeldahl segundo
Official...(Cunniff, 1995)
O ácido úrico foi determinado por espectrofotometria segundo
Marquardt (1982) e Albino (1991). Esta técnica consiste em adicionar 50mg de
excreta moída em 100ml de tampão glicina 0,1 M e pH 9,3 e manter em banho
64
maria a 40
o
C, agitando por uma hora. Tomar 5,0ml do sobrenadante e adicionar
1,0ml de Carbonato de Cálcio a 14%(p/v). Agitar bem e repousar por 30
minutos, fazer a leitura a 700nm nos 15 minutos seguintes contra o tubo
testemunha, onde se utiliza água destilada ao invés do sobrenadante.
Os aminoácidos foram avaliados por cromatografia líquida de alta
performance com derivatização pré-coluna utilizando o fenilisotiocianato e
eluição em aparelho Varian série 9000 com coluna aminotag C18. A preparação
da amostra foi a seguinte: foram hidrolisados 200mg de amostra em 10ml de
HCl 6N por 24 horas a 110
o
C, em atmosfera de nitrogênio. O hidrolizado foi
filtrado em papel filtro, uma alíquota de 250 microlitros foi retirada do
hidrolisado e liofilizada.
Foram adicionados 20 microlitros de solução de ácido alfa-
aminobutírico 2,5 milimolar (utilizado como padrão interno) e 100 microlitros
da mistura de trietilamina, metanol e água na proporção 1:1:1 a cada amostra e
estas foram liofilizadas novamente. Foram retomadas com 50 microlitros de
etanol 50% e adicionados 75 microlitros de solução fresca de PITC (7 partes de
etanol 90%; 2 partes de trietilamina e 1 parte de fenilisotiocianato). A atmosfera
de cada tubo foi substituída por nitrogênio; cada tubo foi selado e incubado à
temperatura ambiente por 10 minutos.
Foram novamente liofilizadas, retomadas com 1ml de fase A e injetadas
no cromatógrafo. A eluição foi feita modificando gradativamente os gradientes
de concentração das fases móveis A e B, obtendo-se uma separação correta dos
picos no cromatograma. A fase móvel A foi composta por 8,203 gramas de
acetato de sódio anidro, 5,5ml de trimetilamina e 2 litros de água pura do tipo 3,
corrigidos com ácido fosfórico para o pH de 6,40. Já a fase móvel B foi
composta por 500ml de fase móvel A, 400ml de acetonitrila e 100ml de metanol.
Todos estes componentes com grau HPLC de pureza.
65
2.2 Parâmetros avaliados
Consumo total de cada aminoácido, da soma dos aminoácidos e da
proteína por ave/dia e por quilograma de peso metabólico.
Coeficientes de biodisponibilidade aparente e verdadeira de cada
aminoácido, da soma dos aminoácidos, da PB e da PB corrigida pelo
ácido úrico das dietas testadas.
Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes e verdadeiros para
cada um dos alimentos.
2.3 Análises estatísticas
Foi efetuada a estatística descritiva para cada parâmetro avaliado em
cada um dos alimentos testados.
O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, sendo o bloco
formado pelo período experimental, em três períodos experimentais, com 16
alimentos, seis repetições por alimento e a unidade experimental, constituída por
uma ave.
Além da estatística descritiva para cada alimento, ainda foram
comparados seis coeficientes, em cada um dos alimentos, sendo o coeficiente 1
igual ao coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta (DAPB), o
coeficiente 2 igual ao coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta
corrigido pelo ácido úrico (DAPBc), o coeficiente 3 igual ao coeficiente de
biodisponibilidade aparente da soma dos aminoácidos (BAAA), o coeficiente 4
igual ao coeficiente de digestibilidade verdadeira da proteína bruta (DVPB), o
coeficiente 5 igual ao coeficiente de digestibilidade verdadeira da proteína bruta
corrigido pelo ácido úrico (CDVPBc) e o coeficiente 6 igual ao coeficiente de
biodisponibilidade verdadeira da soma dos aminoácidos (BVAA). As médias
66
destes coeficientes foram comparadas pelo teste Scott-Knott para observação de
todos os efeitos segundo o modelo a seguir.
2.3.1 Modelo estatístico
O modelo estatístico adotado para análise das variáveis foi:
Y
ij
= µ + V
i
+ B
j
+ e
ij
Em que:
Y
ij
= o valor observado do tratamento i na repetição j;
µ = uma constante associada a todas observações;
V
i
= efeito da variável i, sendo i = 1,2,3,4,5 e 6;
B
j
= efeito do bloco j, sendo j = 1,2 e 3;
e
ij
= erro experimental associado a cada observação, que por hipótese tem
distribuição normal com média zero e variância ä
2
.
Os dados referentes aos tratamentos foram submetidos à análise de
variância segundo SISVAR (Sistema para Análise de Variância de Dados
Balanceados), desenvolvido por Ferreira (2000).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 3.2 estão descritos os teores de aminoácidos e PB, expressos
em porcentagem da matéria seca, dos alimentos testados.
Os valores apresentados nesta tabela estão coerentes com valores
apresentados por Rostagno (2005) para a polpa cítrica, a levedura de cerveja, o
milho, o milho gelatinizado, a soja, o farelo de soja, o farelo de trigo e o gérmen
de trigo.
67
TABELA 3.2 - Teores de aminoácidos
1
e PB, expressos em porcentagem da matéria seca, dos alimentos testados
2
.
Alim Asp Glu Ser Gli His Arg Tre Ala Pro Tir Val Met Iso Leu Cis Fen Lis total PB
AV 1,20 3,04 0,69 0,72 0,31 0,94 0,45 0,68 0,78 0,58 0,78 0,28 0,53 1,03 0,21 0,76 0,61 13,6 14,7
BA 0,58 0,42 0,21 0,24 0,32 0,18 0,16 0,26 0,26 0,18 0,27 0,09 0,15 0,36 0,06 0,19 0,19 4,1 5,3
CO 8,88 14,22 6,23 3,19 2,41 4,73 3,52 5,27 3,48 3,33 5,65 3,38 4,98 2,16 1,74 4,67 5,52 83,3 80,7
FG 2,32 4,44 1,04 1,19 0,73 2,01 1,22 0,83 0,99 0,77 1,00 0,73 1,29 1,34 0,39 1,20 1,20 22,6 26,6
FS 6,18 8,78 2,69 2,29 1,24 3,83 2,17 2,22 2,84 1,67 2,52 0,77 2,46 4,08 0,62 2,78 3,20 50,3 50,9
FT 1,13 2,96 0,73 0,94 0,53 1,11 0,58 0,84 0,98 0,51 0,78 0,27 0,57 1,10 0,36 0,55 0,72 14,6 16,3
MI 0,64 1,73 0,44 0,38 0,27 0,44 0,36 0,65 0,89 0,32 0,44 0,21 0,35 1,25 0,28 0,47 0,26 9,37 9,8
GO 3,28 3,90 2,79 0,90 0,92 2,36 1,41 1,66 1,58 1,37 1,68 0,97 1,62 2,76 0,55 1,69 2,65 32,0 38,7
GT 2,24 4,69 1,16 1,56 0,86 2,09 1,12 1,62 1,35 0,84 1,32 0,59 1,08 1,76 0,55 0,97 1,64 25,4 32,6
LE 4,33 7,60 2,13 2,10 0,85 2,35 1,91 3,81 1,98 0,57 2,40 0,67 2,61 3,44 0,21 1,88 3,74 42,6 45,9
MG 0,05 0,04 0,66 0,17 0,30 0,41 0,37 0,31 1,77 0,23 0,48 0,19 0,34 1,19 0,23 0,46 0,29 7,5 9,7
MA 0,36 0,26 0,08 0,07 0,04 0,07 0,07 0,08 0,09 0,04 0,07 0,02 0,08 0,09 0,00 0,08 0,19 1,7 2,4
OI 4,71 5,66 3,27 1,57 1,16 2,85 2,15 2,53 1,88 1,95 2,22 1,61 2,33 3,79 0,96 2,77 3,38 44,8 52,6
PC 1,13 1,50 0,85 0,42 0,52 0,65 0,38 0,41 1,24 0,25 0,29 0,68 0,25 0,56 0,10 0,58 0,25 10,1 13,9
SM 4,78 7,51 2,28 1,81 0,99 2,76 1,80 1,53 2,41 1,58 2,07 0,78 2,00 2,87 0,68 1,85 2,64 40,4 43,4
SG
4
2,23 4,93 0,90 1,27 0,54 2,16 0,82 0,93 1,01 0,58 1,21 0,49 1,04 1,39 0,31 1,09 0,82 21,7 25,5
1. Asp= aspartato; Glu= glutamato; Ser= serina; Gli= glicina; His= histidina; Arg= arginina; Tre= treonina; Ala= alanina; Pro= prolina; Tir=
tirosina; Val= valina; Met= metionina; Iso= isoleucina; Leu= leucina; Cis= cistina; Fen= fenilalanina; Lis= lisina; Total= soma dos aminoácidos
analisados; PB= proteína bruta.
2. AV: aveia; BA: banana desidratada; CO: clara de ovo em pó; FG: farelo de girassol; FS: farelo de soja; FT: farelo de trigo; MI: milho integral
moído; GO: gema de ovo, GT: gérmen de trigo; LE: levedura de cerveja; MG: milho gelatinizado; MA: mamão desidratado; OI: ovo integral em
pó; PC: polpa cítrica; SM: soja micronizada; SG: semente de girassol.
68
Os valores da tabela 3.2 estão coerentes, também, com valores
encontrados por Borges (1999) para o trigo e o farelo de trigo e com Rodrigues
(2000) para o milho, a soja e o farelo de soja.
Algumas diferenças entre valores encontrados por diferentes autores
podem ocorrer devido ao clima, às condições de solo e cultivar da planta
avaliada, ao tipo de cultivo ou, ainda, ao tipo de processamento ao qual o
alimento foi submetido (Bath et al., 1999).
Entre os alimentos estudados existem diferenças acentuadas em relação
ao conteúdo de aminoácidos; por exemplo, o mamão desidratado possui teor de
aminoácidos de 1,7% da matéria seca, enquanto a clara de ovo contém 83,3% de
aminoácidos na matéria seca.
Foram avaliados, neste experimento, a digestibilidade aparente e
verdadeira da proteína e biodisponibilidade aparente e verdadeira de
aminoácidos para papagaios verdadeiros, assim como os valores de aminoácidos
biodisponíveis aparentes e verdadeiros em 16 alimentos a partir da metodologia
proposta por Matterson (1965), que consiste em substituir em torno de 30% de
uma ração referência pelo alimento a ser testado e descontar o valor encontrado
na ração referência do valor encontrado nesta ração teste para obter os dados dos
alimentos.
Desta forma, a substituição de 30% de uma única dieta referência com
mamão desidratado ou clara de ovo irão formar duas dietas teste extremamente
diferentes entre si. Estas dietas podem estar acima ou abaixo das necessidades da
espécie; assim, podem acabar interferindo na fisiologia ou metabolismo dos
papagaios.
Na tabela 3.3 encontram-se descritos os coeficientes de digestibilidade
nas rações experimentais.
69
TABELA 3.3 - Coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira da PB, da
PB corrigido pelo ácido úrico e dos aminoácidos totais, em
Amazona aestiva, encontrados nas rações experimentais (%)
1
.
Digestibilidade aparente Digestibilidade verdadeira
Rações DAPB
2
DAPBc BAAA DVPB DVPBc BVAA
AV
3
31,30
c
62,48
b
81,14
a
63,26
b
82,26
a
87,02
a
BA 32,60
d
59,75
c
78,81
a
70,05
b
82,92
a
85,33
a
CO 24,45
e
57,50
c
79,19
a
36,67
d
65,06
b
81,25
a
FG 43,29
e
68,38
c
84,12
a
57,36
d
77,09
b
87,40
a
FS 10,09
d
63,61
b
83,37
a
33,79
c
78,27
a
86,59
a
FT 29,72
e
59,15
c
82,36
a
50,39
d
71,94
b
86,03
a
MI 37,14
c
65,51
b
84,37
a
70,60
b
86,22
a
90,59
a
GO 39,61
e
60,28
d
86,54
a
70,22
c
79,22
b
91,83
a
GT 21,33
f
55,07
d
84,76
b
41,53
e
67,57
c
88,38
a
LE 29,36
d
60,79
b
72,66
a
45,54
c
70,80
a
75,44
a
MA 36,86
d
63,54
c
88,39
a
74,86
b
87,06
a
94,83
a
MG 39,09
c
62,78
b
82,20
a
68,03
b
80,69
a
87,50
a
OI 42,11
d
60,79
c
83,53
a
61,67
c
72,90
b
87,05
a
PC 23,66
c
59,13
b
73,89
a
47,51
c
61,61
b
77,38
a
SM 31,41
d
59,09
c
85,91
a
50,78
c
71,09
b
89,39
a
SG
4
53,39
c
59,98
c
97,73
a
79,29
b
76,02
b
100,16
a
1. Valores em uma mesma linha, seguidos de letras distintas, diferem pelo teste Skott-Knott
(P<0,05).
2. DAPB: coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta; DAPBc: coeficiente de
digestibilidade aparente da proteína bruta corrigida pelo ácido úrico; BAAA: coeficiente de
biodisponibilidade aparente da soma dos aminoácidos (exceto o triptofano); DVPB: coeficiente de
digestibilidade verdadeira da proteína bruta; DVPBc: coeficiente de digestibilidade verdadeira da
proteína bruta corrigida pelo ácido úrico; BVAA: coeficiente de biodisponibilidade verdadeira da
soma dos aminoácidos (exceto o triptofano e a cisteína)
3. AV: aveia; BA: banana desidratada; CO: clara de ovo em pó; FG: farelo de girassol; FS: farelo
de soja; FT: farelo de trigo; MI: milho integral moído; GO: gema de ovo, GT: gérmen de trigo;
LE: levedura de cerveja; MA: mamão desidratado; MG: milho gelatinizado; OI: ovo integral em
pó; PC: polpa cítrica; SM: soja micronizada; SG: semente de girassol.
4. A semente de girassol foi oferecida pura.
Os coeficientes de digestibilidade da PB e biodisponibilidade de
aminoácidos das rações teste deste experimento apresentaram similaridades aos
resultados encontrados no experimento I para os mesmos parâmetros. Para a
mensuração dos coeficientes de digestibilidade e biodisponibilidade de
aminoácidos verdadeiras foram utilizados os mesmos valores de perdas
endógenas do experimento I (tabela 2.11).
70
Os coeficientes de digestibilidade aparente da PB foram menores
(P<0,05) que os coeficientes de digestibilidade aparente da PB corrigidos pelo
ácido úrico, que, por sua vez, foram menores que os coeficientes de
biodisponibilidade aparente da soma dos aminoácidos (P<0,05), mostrando que
a correção pelo ácido úrico aproxima os coeficientes de digestibilidade aparente
da PB aos coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos totais,
mas não os iguala. Portanto, o método da correção da digestibilidade aparente da
PB pelo ácido úrico não pode ser utilizado em detrimento do método de
obtenção dos coeficientes de digestibilidade aparente da soma dos aminoácidos
por análise em HPLC.
Os coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira da PB
apresentam o erro de não considerar o alto teor nitrogênio na molécula de ácido
úrico, subestimando o valor real. Na correção pelo ácido úrico, o método acaba
por não considerar as concentrações diferentes de nitrogênio presentes em outros
compostos nitrogenados, que também podem subestimar o valor real.
Todos os coeficientes de digestibilidade aparente ou biodisponibilidade
aparente podem subestimar o valor real por não levarem em consideração as
perdas endógenas. Assim, os coeficientes de biodisponibilidade verdadeira da
soma dos aminoácidos seria o valor mais confiável. Entretanto, a semente de
girassol apresentou este coeficiente teoricamente mais acurado, acima de 100%
(que seria impossível), levando a crer que as perdas endógenas podem ter sido
superestimadas. Assim sendo, não se aconselha a utilização dos coeficientes de
biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos de todos os alimentos, já que as
perdas endógenas são as mesmas, pois foram obtidas do pool de excretas das
aves em jejum.
Desta forma, o coeficiente de biodisponibilidade aparente da soma dos
aminoácidos obtidos a partir de análises por HPLC parece ser o mais acurado
dos coeficientes aqui comparados.
71
Ao se compararem os dados apresentados da digestibilidade verdadeira
(tabela 3.3), pode parecer que a correção da digestibilidade verdadeira da PB
pelo ácido úrico pode ser utilizada na determinação dos coeficientes de
biodisponibilidade verdadeira da soma dos aminoácidos para dietas com altas
concentrações de aveia, banana desidratada, farelo de soja, milho integral moído,
milho gelatinizado, levedura de cerveja ou mamão desidratado, evitando, assim,
a análise de aminoácidos por HPLC, que é uma metodologia cara.
Entretanto, a correção pelo ácido úrico, associada à provável maior
superestimativa do ácido úrico que dos aminoácidos das perdas endógenas,
devido ao alto catabolismo provocado pelo jejum, pode, até mesmo, igualar as
médias dos coeficientes de digestibilidade verdadeira da PB corrigida pelo ácido
úrico às médias dos coeficientes de biodisponibilidade verdadeira da soma dos
aminoácidos em algumas rações, mas como essa semelhança entre médias pode
ter origem em erros metodológicos, não se aconselha a substituição dos
coeficientes de biodisponibilidade verdadeira da soma dos aminoácidos pelo
método de correção da digestibilidade da PB pelo ácido úrico, mesmo nos
alimentos que apresentaram estes coeficientes semelhantes (P<0,05).
Na tabela 3.4 encontram-se descritos os coeficientes de digestibilidade
aparente e verdadeira da PB, da PB corrigida pelo ácido úrico e dos aminoácidos
totais, exceto o triptofano e a cisteína, em papagaios verdadeiros, dos alimentos
testados, expressos em porcentagem. Para a obtenção destes coeficientes, foi
utilizada a metodologia proposta por Matterson (1965), segundo a qual
alimentos a serem testados substituem em torno de 30% de uma ração
referência. Então, são determinados os coeficientes de digestibilidade e
biodisponibilidade da ração teste e da ração referência e os valores da ração
referência são descontados da ração teste por cálculos.
72
TABELA 3.4 - Coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira da PB, da
PB corrigido pelo ácido úrico e dos aminoácidos totais, exceto o
triptofano e a cisteína, em papagaios verdadeiros, encontrados
nos alimentos testados (%)
1
.
Digestibilidade aparente Digestibilidade verdadeira
Alimento DAPB
2
DAPBc BAAA DVPB DVPBc BVAA
AV
3
8,83
c
38,54
b
72,17
a
57,21
a
68,48
a
81,27
a
BA 13,83
b
30,18
b
66,85
a
79,94
a
71,10
a
77,74
a
CO -12,41
c
23,50
b
68,36
a
-29,50
c
12,92
b
64,57
a
FG 49,41
b
58,80
b
84,50
a
37,62
b
51,50
b
84,58
a
FS -64,10
b
42,10
a
80,48
a
-43,83
b
54,65
a
81,73
a
FT 3,47
b
27,20
b
78,54
a
13,49
b
33,40
b
79,90
a
MI 28,54
b
48,54
b
85,36
a
82,33
a
81,84
a
95,47
a
GO 37,27
c
33,53
c
92,21
a
79,95
a
59,95
b
98,94
a
GT -25,20
c
13,21
b
86,69
a
-16,80
c
18,41
b
87,89
a
LE 2,60
b
33,16
a
46,21
a
-2,37
b
30,09
a
44,64
a
MA 28,22
b
43,35
b
98,43
a
95,38
a
84,90
a
108,94
a
MG 35,36
b
39,93
b
78,07
a
73,30
a
63,41
a
84,94
a
OI 45,31
b
34,77
b
82,58
a
52,49
b
39,21
b
83,61
a
PC -17,17
e
27,11
c
64,94
a
3,64
d
39,99
b
81,63
a
SM 10,58
b
29,04
b
90,29
a
17,07
b
33,05
b
91,18
a
SG
4
53,38
c
59,98
c
97,73
a
79,29
b
76,02
b
100,16
a
1. Valores em uma mesma linha, seguidos de letras distintas, diferem pelo teste Skott-Knott
(P<0,05).
2. DAPB: coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta; DAPBc: coeficiente de
digestibilidade aparente da proteína bruta corrigida pelo ácido úrico; BAAA: coeficiente de
biodisponibilidade aparente da soma dos aminoácidos (exceto o triptofano); DVPB: coeficiente de
digestibilidade verdadeira da proteína bruta; DVPBc: coeficiente de digestibilidade verdadeira da
proteína bruta corrigida pelo ácido úrico; BVAA: coeficiente de biodisponibilidade verdadeira da
soma dos aminoácidos (exceto o triptofano e a cisteína)
3. AV: aveia; BA: banana desidratada; CO: clara de ovo em pó; FG: farelo de girassol; FS: farelo
de soja; FT: farelo de trigo; MI: milho integral moído; GO: gema de ovo, GT: gérmen de trigo;
LE: levedura de cerveja; MA: mamão desidratado; MG: milho gelatinizado; OI: ovo integral em
pó; PC: polpa cítrica; SM: soja micronizada; SG: semente de girassol.
4. A semente de girassol foi oferecida pura.
Os coeficientes de digestibilidade ou biodisponibilidade aparente
mensurados nas rações experimentais foram coerentes por se apresentarem entre
0 e 100% (tabela 3.3), mas os mesmos coeficientes dos alimentos testados,
contidos nestas rações, se apresentaram com alguns valores irreais, como
digestibilidade negativa ou biodisponibilidade acima de 100% (tabela 3.4).
73
Estes dados podem ser interpretados de duas maneiras, uma delas é a
partir do fato de a metodologia utilizada (Matterson, 1965) não considerar que
os nutrientes do alimento a ser testado, que compõem cerca de 30% da ração
teste, possam interferir na digestibilidade dos nutrientes da própria ração
referência. Desta forma, ao descontar a ração referência da ração teste, pode-se
estar subestimando ou superestimando os valores do alimento.
Esta metodologia considera a mesma digestibilidade da ração referência.
Portanto, à medida que a inclusão do alimento teste vai diminuindo a
digestibilidade da ração referência para um dado nutriente, este valor vai sendo
creditado para o alimento teste até o ponto do aparecimento de valores irreais,
como o coeficiente de biodisponibilidade verdadeira da soma dos aminoácidos
do mamão desidratado de 108,94% e o coeficiente de digestibilidade aparente da
PB do farelo de soja negativo (-64%), sugerindo que a ave tenha excretado 64%
a mais de proteína da soja que a própria quantidade ingerida. Este valor, mesmo
quando corrigido para digestibilidade verdadeira, ainda segue negativo (-43,83).
Valores negativos ocorreram também nos CDPB dos alimentos clara de
ovo em pó, gérmen de trigo, polpa cítrica e levedura de cerveja.
Um bom exemplo dessa interação entre os ingredientes da dieta é a clara
de ovo desidratada, que possui 88% de PB. Ao se adicionarem 30% de clara de
ovo em uma dieta que já contém 20% de PB, obteve-se uma dieta com quase
40% de PB em 4000 kcal EM/kg, oferecida para uma ave que necessita de algo
em torno de 14% de PB em 3000 kcal EM/kg (Saad, 2003). Possivelmente, esta
proteína em excesso, vinda da clara de ovo, pode ter diminuído a digestibilidade
da proteína da ração referência por competição por enzimas digestivas e sítios de
absorção de aminoácidos e peptídeos. Desta forma, toda a diminuição da
digestibilidade da proteína da ração referência será creditada à clara de ovo, o
que pode não corresponder à verdade.
74
Este experimento sugere que a clara de ovo em pó pode não ser uma boa
fonte de aminoácidos. Porém, caso as mesmas aves consumam uma dieta que
contenha clara de ovo em pó, mas que atenda, sem excessos, às necessidades
protéicas, com um bom perfil de aminoácidos, muito provavelmente os
coeficientes de digestibilidade para a clara de ovo podem ser maiores. Assim
sendo, em papagaios verdadeiros, a metodologia de Matterson (1965) pode não
ser confiável para a mensuração dos coeficientes de digestibilidade de proteína e
da biodisponibilidade dos aminoácidos dos alimentos, principalmente aqueles
muito diferentes da ração teste.
A outra maneira de se interpretar os valores negativos de digestibilidade
da PB ou biodisponibilidade de aminoácidos acima de 100% ao se utilizar a
metodologia de Matterson (1965) é a partir do fato de os alimentos testados
apresentarem valores irreais, enquanto as rações experimentais, constituídas
destes mesmos alimentos, apresentam valores coerentes. Assim, pode-se
concluir que os alimentos que apresentaram coeficientes de biodisponibilidade
de aminoácidos acima de 100% contribuem para o aumento da
biodisponibilidade de aminoácidos dos outros ingredientes da dieta, assim como
alimentos que apresentaram coeficientes de digestibilidade da PB negativos
contribuem para a diminuição da digestibilidade da PB dos outros ingredientes
da dieta. Vale ressaltar que estas conclusões estão embasadas em inclusões de
aproximadamente 30% de cada um dos alimentos testes.
Assim sendo, podemos interpretar que o mamão desidratado é o
alimento que mais auxilia na digestão de proteínas ou absorção de aminoácidos,
enquanto o farelo de soja, entre os alimentos testados, é o alimento que mais
prejudica a digestão de proteínas por papagaios verdadeiros.
Nas tabelas a seguir estão apresentadas as médias dos coeficientes de
biodisponibilidade e valores de aminoácidos disponíveis de cada um dos
75
aminoácidos e da soma dos aminoácidos dos alimentos testados e sua estatística
descritiva. As tabelaS 3.5 e 3.6 são referentes à semente de girassol.
TABELA 3.5 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes na semente de girassol sem casca
1
,
oferecida pura “in natura”, com sua estatística descritiva.
Aminoácido
CBap
2
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 97,73 1,35 1,38 99,14 96,31 2,40 0,03
Glutamato 98,37 1,97 2,00 100,43 96,30 5,35 0,10
Serina 97,35 1,31 1,35 98,73 95,98 0,97 0,01
Glicina 91,82 5,01 5,46 97,08 86,56 1,29 0,06
Histidina 89,01 3,59 4,03 92,78 85,24 0,53 0,02
Arginina 93,73 2,89 3,09 96,77 90,67 2,24 0,06
Treonina 95,62 1,76 1,85 97,47 93,77 0,87 0,01
Alanina 95,44 1,92 2,01 97,45 93,42 0,98 0,02
Prolina 80,66 12,60 15,62 93,89 67,44 0,91 0,13
Tirosina 85,53 9,01 10,53 94,99 76,08 0,55 0,05
Valina 97,67 0,85 0,88 98,57 96,78 1,30 0,01
Metionina 94,59 1,83 1,93 96,51 92,67 0,51 0,01
Isoleucina 97,22 3,19 3,28 100,57 93,88 1,11 0,03
Leucina 97,22 4,56 4,69 102,01 92,43 1,49 0,06
Cistina 89,67 7,86 8,76 97,91 81,42 0,31 0,02
Fenilalanina 80,54 8,97 11,13 89,96 71,13 0,98 0,10
Lisina 88,17 3,93 4,45 92,29 84,05 0,81 0,03
Soma dos
aminoácidos
97,73 1,96 2,08 99,78 95,67 22,60 0,42
1. As próprias aves descascaram as sementes e a correção foi feita considerando 34,15% de cascas
(ver materiais e métodos).
2. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente de
variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo de
confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
76
A semente de girassol foi o único alimento oferecido puro e “in natura”;
portanto, na tabela 3.5 não existem os possíveis erros da metodologia proposta
por Matterson (1965) e esta deve apresentar resultados com melhor acurácia.
A semente de girassol possui alto teor de aminoácidos, 23,88%, e alto
teor de energia metabolizável para papagaios, de 7050kcal/kg de MS (Saad et
al., 2006e). Como os papagaios provavelmente podem regular seu consumo pela
ingestão calórica, a quantidade de aminoácidos ingerida, em gramas, acaba por
ser baixa, 3,68g por ave, por dia, encontrados neste experimento.
Os coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos da
semente de girassol foram altos, sendo o coeficiente da soma dos aminoácidos
analisados neste experimento de 97,72%, quase 100%. Isto pode ocorrer devido
a alguns fatores fisiológicos, como a baixa ingestão de proteína, por possuir altos
valores de energia metabolizável; com a menor quantidade de aminoácidos no
lúmen intestinal, a ação das enzimas digestivas é facilitada, assim como a
absorção de aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos por seus sítios de absorção
intestinais.
Outro fator que pode contribuir grandemente para a obtenção dos altos
coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos pode estar
associado ao teor de gordura de quase 58% na matéria seca da semente de
girassol descorticada.
Guyton (2002), em seu tratado de fisiologia médica, explica que não é
possível aumentar a concentração de lipases no suco pancreático quando maiores
quantidades de gordura chegam ao duodeno; portanto, quando isto acontece,
pode ser secretado um hormônio denominado colecistoquinina ou
pancreozimina, que aumenta a secreção de suco pancreático como um todo,
aumentando, assim, além da quantidade de lipases no lúmen instinal, a
quantidade das outras enzimas presentes no suco pancreático, inclusive as
proteases e peptidases. Este fato é denominado valor aditivo das gorduras e é
77
diretamente proporcional ao teor de gordura dos alimentos, desde que o teor de
gordura da dieta seja suficiente para estimular a produção de colecistoquinina.
A menor ingestão de alimento pela ave, em matéria seca, devido ao alto
conteúdo energético da semente de girassol, por si só contribui para reduzir a
taxa de passagem do alimento, promovendo maior tempo de exposição dos
aminoácidos às enzimas digestivas.
Estes três fatores associados podem promover o alto coeficiente de
biodisponibilidade dos aminoácidos da semente de girassol oferecida “in natura”
para papagaios verdadeiros em manutenção. Por ser uma metodologia simples e
direta, utilizando o alimento puro e sem a presença de fatores que possam
confundir a percepção dos resultados, é bem provável que estes dados estejam
com alta acurácia.
Os aminoácidos que apresentaram os menores CBap na semente de
girassol foram a fenilalanina e a prolina e os que apresentaram maiores CBap
foram aspartato, glutamato, serina, valina, leucina e isoleucina. Como existe
uma desproporção entre a arginina e a lisina neste alimento e estes aminoácidos
competem pelo mesmo sítio de absorção, pode ser que este conteúdo mais alto
de arginina tenha diminuído a biodisponibilidade da lisina presente neste
alimento.
A semente de girassol apresenta altos valores de aminoácidos
biodisponíveis, a não ser para metionina, cistina, histidina e lisina. A relação
ideal, normalmente utilizada em aves, entre a lisina e a metionina é de 2,0 a 2,5 :
1, e a semente de girassol apresentou uma relação menor (1,59:1).
O valor real de cada um dos coeficientes de biodisponibilidade dos
aminoácidos pode não ser, necessariamente, o valor da primeira coluna (valor
médio deste experimento). Mas, com uma confiabilidade de 95%, pode ser um
valor dentro do intervalo de confiança mínimo e máximo apresentado. Esta
observação vale para todas as tabelas que se seguem.
78
Os coeficientes de variação dos CBap dos aminoácidos prolina, tirosina,
fenilalanina e cistina foram mais altos, indicando uma maior dificuldade na
mensuração deste parâmetro para estes aminoácidos especificamente.
TABELA 3.6 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes na semente de girassol sem casca
1
,
oferecida pura “in natura”, com a estatística descritiva para cada
nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 100,16 1,35 1,35 101,58 98,75 2,45 0,03
Glutamato 100,53 1,97 1,95 102,59 98,47 5,45 0,10
Serina 101,79 1,31 1,29 103,17 100,42 1,01 0,01
Glicina 98,66 5,01 5,08 103,92 93,40 1,38 0,06
Histidina 103,27 3,59 3,48 107,04 99,50 0,61 0,02
Arginina 106,95 2,89 2,70 109,98 103,91 2,52 0,06
Treonina 108,92 1,76 1,62 110,77 107,07 0,97 0,01
Alanina 99,98 1,91 1,92 101,99 97,96 1,02 0,02
Prolina 90,83 12,60 13,87 104,06 77,61 1,02 0,13
Tirosina 99,09 9,01 9,09 108,54 89,63 0,63 0,05
Valina 100,11 0,85 0,85 101,01 99,22 1,33 0,01
Metionina 102,68 1,83 1,78 104,59 100,76 0,55 0,01
Isoleucina 100,80 3,19 3,16 104,15 97,46 1,15 0,03
Leucina 98,78 4,56 4,62 103,57 93,99 1,51 0,06
Cistina 93,34 7,86 8,42 101,59 85,09 0,32 0,02
Fenilalanina 87,32 8,97 10,27 96,74 77,91 1,06 0,10
Lisina 96,61 3,93 4,06 100,73 92,48 0,88 0,03
Soma dos
aminoácidos
100,16 1,96 1,96 102,22 98,11 23,87 0,42
1. As próprias aves descascaram as sementes e a correção foi feita considerando 34,15% de
cascas (ver materiais e métodos).
2. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
79
Os coeficientes de biodisponibilidade verdadeira de vários aminoácidos
da semente de girassol, para papagaios verdadeiros, estão acima de 100%
(Tabela 3.6). Este fato nos leva a crer que os papagaios em jejum muito
provavelmente excretaram maior quantidade de aminoácidos endógenos que as
aves em regime alimentar.
Dessa forma, os coeficientes de biodisponibilidade verdadeiros dos
aminoácidos da semente de girassol para papagaios verdadeiros em manutenção
podem estar superestimados nesta tabela; não sendo aconselhável o seu uso, mas
sim o uso da tabela 3.5, que apresenta os coeficientes de biodisponibilidade
aparente dos aminoácidos da semente de girassol para papagaios verdadeiros em
manutenção.
Os CBap podem estar subestimados por não considerarem as perdas
endógenas, mas, pelo menos, apresentam valores condizentes com a realidade
(entre 0 e 100%), reforçando a idéia de sua utilização em detrimento dos CBv.
Esta conclusão vale para todos os alimentos que serão apresentados a
seguir, pois neste trabalho foi utilizado o mesmo pool de excretas para a
obtenção das perdas endógenas, nos cálculos de CBv de todos os alimentos. Ou
seja, é aconselhável o uso das tabelas de CBap em detrimento das tabelas de
CBv de todos os alimentos estudados neste trabalho.
A seguir encontram-se descritos os coeficientes de biodisponibilidade
aparente e verdadeira de cada um dos aminoácidos e da soma dos aminoácidos
dos outros alimentos estudados neste trabalho; assim como os valores de
aminoácidos biodisponíveis aparentes e verdadeiros dos outros alimentos
estudados, todos foram mensurados pela metodologia proposta por Matterson
(1965), com a estatística descritiva para cada coeficiente e algumas
considerações. Portanto, nas próximas tabelas podem ser encontrados
coeficientes de biodisponibilidade de aminoácidos negativos ou acima de 100%,
80
como discutido nas tabelas 3.3 e 3.4, que podem expressar a interação entre os
ingredientes da dieta.
Na tabela 3.7 encontram-se descritos os coeficientes de
biodisponibilidade aparente dos aminoácidos presentes na semente de aveia,
para papagaios verdadeiros, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), e a estatística descritiva para cada nutriente.
TABELA 3.7 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona
aestiva presentes na semente de aveia, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson (1965), com a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 48,97 6,01 12,28 55,28 42,65 0,59 0,07
Glutamato 60,22 10,13 16,83 70,86 49,59 1,83 0,31
Serina 73,08 23,53 32,20 97,78 48,38 0,51 0,16
Glicina 85,15 2,09 2,45 87,34 82,96 0,61 0,02
Histidina 83,69 3,28 3,92 87,13 80,24 0,26 0,01
Arginina 71,98 14,63 20,32 87,34 56,63 0,68 0,14
Treonina 64,68 14,47 22,37 79,86 49,49 0,30 0,07
Alanina 72,47 20,85 28,77 94,36 50,59 0,49 0,14
Prolina 57,86 9,84 17,01 68,19 47,53 0,45 0,08
Tirosina 84,81 8,86 10,45 94,12 75,51 0,49 0,05
Valina 72,90 5,62 7,71 78,80 67,00 0,57 0,04
Metionina 73,25 10,45 14,27 84,22 62,28 0,21 0,03
Isoleucina 93,33 3,04 3,26 96,53 90,14 0,49 0,02
Leucina 71,38 22,33 31,29 94,82 47,94 0,74 0,23
Cistina 88,52 8,27 9,34 97,21 79,84 0,19 0,02
Fenilalanina 88,73 1,82 2,05 90,65 86,82 0,67 0,01
Lisina 89,88 4,39 4,88 94,48 85,28 0,55 0,03
Soma dos
aminoácidos
72,17 1,90 2,63 74,16 70,18 9,62 0,24
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
81
A aveia utilizada neste experimento foi aveia branca (Avena sativa),
grãos achatados e sem casca. Este alimento apresenta teores de 13,95% de
proteína; 1,68% de FB; 9,12% de EE e 4873 kcal/kg de EB na matéria seca
(Saad et al., 2006d). O teor de proteína da ração teste, então, foi de 17%, que é
bem próximo aos 20% de PB da ração referência. Sendo assim, provavelmente
houve uma menor interação entre os componentes da dieta, que pode ter levado
à obtenção de dados mais acurados.
Os coeficientes de variação dos CBap da serina, da leucina, da alanina,
da treonina e da arginina da aveia foram altos, prejudicando a confiabilidade do
resultado. Já os coeficientes de variação dos CBap da soma dos aminoácidos
apresentaram-se baixos, pois ao se agruparem todos os resultados, aumenta-se o
número de dados para os cálculos e, conseqüentemente, diminui-se o coeficiente
de variação. Esta observação vale para as todas as tabelas deste capítulo que
apresentarem resultados semelhantes.
Os CV dos coeficientes de biodisponibilidade aparente foram baixos
para aminoácidos da aveia fenilalanina, glicina, isoleucina, lisina, histidina e
lisina, mostrando maior confiabilidade do resultado.
O valor real de cada um dos coeficientes de biodisponibilidade aparente
dos aminoácidos do alimento pode não ser, necessariamente, o valor médio
descrito na primeira coluna (valor médio deste experimento). Mas, com uma
confiabilidade de 95%, é um valor entre o intervalo de confiança mínimo e
máximo apresentado nas últimas colunas. Esta observação é válida para todas as
tabelas presentes neste capítulo.
Na tabela 3.8 apresentam-se os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira dos aminoácidos presentes na semente de aveia, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965), e a
estatística descritiva para cada nutriente.
82
TABELA 3.8 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes na semente de aveia, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 53,32 6,22 11,67 59,86 46,79 0,64 0,07
Glutamato 64,16 10,98 17,12 75,69 52,63 1,95 0,33
Serina 78,91 24,09 30,52 104,19 53,63 0,55 0,17
Glicina 97,53 6,06 6,21 103,89 91,17 0,70 0,04
Histidina 99,37 3,55 3,58 103,10 95,64 0,31 0,01
Arginina 101,79 15,12 14,85 117,66 85,92 0,96 0,142
Treonina 84,65 10,36 12,24 95,52 73,78 0,38 0,05
Alanina 79,56 18,45 23,19 98,92 60,20 0,54 0,12
Prolina 69,59 9,98 14,35 80,07 59,11 0,54 0,08
Tirosina 96,20 11,93 12,40 108,72 83,68 0,56 0,07
Valina 77,29 5,53 7,15 83,09 71,48 0,60 0,04
Metionina 81,70 12,44 15,22 94,75 68,65 0,23 0,04
Isoleucina 100,38 4,71 4,69 105,33 95,44 0,53 0,02
Leucina 73,36 22,02 30,02 96,48 50,25 0,76 0,23
Cistina 93,06 8,41 9,04 101,89 84,24 0,20 0,02
Fenilalanina 99,69 4,88 4,89 104,81 94,57 0,76 0,04
Lisina 96,99 4,87 5,02 102,11 91,88 0,60 0,03
Soma dos
aminoácidos
81,27 3,11 3,83 84,54 78,00 10,80 0,40
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
As considerações feitas para os CBap dos aminoácidos da aveia também
se aplicam aos CBv.
O CBv da arginina foi o mais alto coeficiente apresentado na tabela 3.8;
este valor pode estar relacionado com a alta excreção de arginina nas perdas
endógenas encontrada neste trabalho. Esta tendência é válida para todos os
alimentos estudados.
83
Ao se compararem os ABv com os teores absolutos de aminoácidos
presentes nos alimentos, poderão ser encontrados maiores valores de ABv que o
próprio conteúdo de aminoácidos dos alimentos. Este fato parece ser impossível,
porém está relacionado com a interação entre os componentes da dieta, como foi
discutido anteriormente (tabelas 3.3 a 3.5)
Na tabela 3.9 encontram-se descritos os coeficiente de
biodisponibilidade aparente dos aminoácidos da banana desidratada.
TABELA 3.9 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para Amazona
aestiva presentes na banana desidratada, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson (1965), com a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 63,29 4,19 6,62 67,69 58,89 0,37 0,02
Glutamato 62,36 5,50 8,83 68,14 56,58 0,26 0,02
Serina 60,29 1,86 3,09 62,24 58,33 0,13 0,01
Glicina 77,71 2,65 3,41 80,49 74,93 0,19 0,01
Histidina 59,91 9,47 15,81 69,85 49,96 0,19 0,03
Arginina 80,19 8,57 10,69 89,19 71,19 0,15 0,02
Treonina 58,14 10,08 17,33 68,72 47,56 0,09 0,02
Alanina 56,70 3,86 6,81 60,75 52,65 0,15 0,01
Prolina 73,38 4,78 6,52 78,40 68,36 0,19 0,01
Tirosina 93,92 6,88 7,33 101,15 86,70 0,17 0,01
Valina 58,06 4,23 7,28 62,50 53,62 0,16 0,01
Metionina 56,08 7,40 13,20 63,85 48,31 0,05 0,01
Isoleucina 89,92 5,84 6,50 96,06 83,79 0,13 0,01
Leucina 54,32 11,22 20,66 66,10 42,54 0,20 0,04
Cistina 51,54 4,66 9,03 56,43 46,66 0,03 0,01
Fenilalanina 70,64 4,20 5,95 75,05 66,22 0,13 0,01
Lisina 68,28 6,19 9,07 74,78 61,78 0,13 0,01
Soma dos
aminoácidos
66,85 2,70 4,04 69,68 64,01 2,73 0,10
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
84
A banana desidratada apresenta teores de 5,45% de proteína; 0,32% de
extrato etéreo e 4163 kcal/kg de energia bruta na matéria seca (Saad et al.,
2006d). O teor de proteína da ração teste, então, foi de 13,45%, que é mais de
6% inferior ao teor de PB da ração referência. Assim, pode existir grande
interferência da interação entre os ingredientes da dieta, provavelmente elevando
os coeficientes de biodisponibilidade dos aminoácidos deste alimento.
A banana desidratada apresentou baixos coeficientes de
biodisponibilidade aparente dos aminoácidos, sugerindo que a proteína da
banana desidratada é de baixa digestibilidade para papagaios. Pode ser que as
proteínas presentes na banana tornem-se indisponíveis no processo de
desidratação, principalmente por grande presença de açúcares redutores neste
alimento, favorecendo algumas reações entre nutrientes, como a reação de
Maillard, que converte aminoácidos e açúcares em bases de schiff, tornando-os
indisponíveis.
Vale ressaltar também que a ração oferecida foi extrusada e que, talvez,
o processo de extrusão possa ter reduzido a digestibilidade da proteína da
banana. Isto pode ser justificado pela concentração elevada de amido resistente e
acúcares redutores neste alimento, que podem diminuir a disponibilidade da
proteína em processos térmicos, principalmente a extrusão e o aquecimento a
seco. De qualquer forma, mais estudos devem ser efetuados para elucidar este
fato e ainda não é aconselhável assemelhar as bananas desidratada e extrusada à
banana oferecida “in natura” para as aves. A digestibilidade e biodisponibilidade
de seus nutrientes podem ser diferentes.
Os coeficientes de variação dos CBap da maioria dos aminoácidos
foram baixos, mostrando precisão nestes resultados.
Os valores relativos aos coeficientes de biodisponibilidade verdadeira
dos aminoácidos presentes na banana desidratada encontram-se descritos na
tabela 3.10.
85
TABELA 3.10 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes na banana desidratada,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 67,94 4,02 5,91 72,16 63,73 0,40 0,02
Glutamato 68,52 4,86 7,09 73,62 63,42 0,29 0,02
Serina 67,43 1,94 2,88 69,47 65,39 0,14 0,01
Glicina 92,66 4,36 4,71 97,24 88,09 0,23 0,01
Histidina 72,95 10,40 14,25 83,86 62,04 0,23 0,03
Arginina 118,36 5,94 5,02 124,60 112,13 0,22 0,01
Treonina 79,79 7,74 9,70 87,92 71,67 0,13 0,01
Alanina 65,96 3,16 4,79 69,27 62,64 0,17 0,01
Prolina 86,61 6,15 7,10 93,06 80,15 0,23 0,02
Tirosina 106,58 7,64 7,17 114,60 98,56 0,20 0,01
Valina 64,64 3,75 5,80 68,58 60,71 0,18 0,01
Metionina 64,78 6,81 10,51 71,92 57,64 0,06 0,01
Isoleucina 98,64 5,63 5,71 104,55 92,73 0,14 0,01
Leucina 56,59 11,08 19,58 68,22 44,96 0,20 0,04
Cistina 56,62 4,18 7,38 61,00 52,24 0,04 0,01
Fenilalanina 86,75 6,62 7,63 93,70 79,80 0,16 0,01
Lisina 75,64 6,07 8,02 82,01 69,28 0,14 0,01
Soma dos
aminoácidos
77,74 2,00 2,58 79,85 75,64 3,15 0,09
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
O alto teor de arginina das perdas endógenas, provavelmente associado
a interações entre ingredientes da dieta, pode ser a justificativa para o
aparecimento do CBv da arginina de 118,37%, sugerindo que a ave possa estar
absorvendo 18% a mais de arginina que o próprio alimento pode fornecer. O
mesmo ocorreu com o CBv da tirosina. Estes dois CBv apresentaram baixos CV,
ajudando a confirmar a existência de interações entre ingredientes da dieta, já
86
que podemos considerar que os erros analíticos possuem pouca expressão
quando encontramos CV baixos.
Na tabela 3.11 estão descritos os coeficientes de biodisponibilidade
aparente e o conteúdo em aminoácidos biodisponíveis da clara de ovo em pó.
TABELA 3.11 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes na clara de ovo em pó,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 51,45 5,72 11,11 57,45 45,45 4,57 0,51
Glutamato 56,15 6,20 11,05 62,66 49,63 7,98 0,88
Serina 70,28 13,80 19,63 84,76 55,80 4,38 0,86
Glicina 64,19 15,96 24,87 80,95 47,44 2,05 0,51
Histidina 53,30 14,21 26,66 68,22 38,38 1,28 0,34
Arginina 81,00 7,70 9,51 89,08 72,92 3,83 0,36
Treonina 64,24 14,55 22,65 79,51 48,97 2,26 0,51
Alanina 96,56 6,78 7,02 103,67 89,44 5,09 0,36
Prolina 63,88 22,95 35,93 87,97 39,79 2,22 0,80
Tirosina 76,79 11,25 14,66 88,60 64,97 2,55 0,37
Valina 87,92 10,26 11,67 98,69 77,14 4,97 0,58
Metionina 82,23 9,29 11,30 91,98 72,48 2,78 0,31
Isoleucina 71,90 7,01 9,75 79,25 64,54 3,58 0,35
Leucina 45,94 8,14 17,71 54,48 37,40 0,99 0,18
Cistina 70,71 6,36 8,99 77,38 64,04 1,23 0,11
Fenilalanina 55,85 12,55 22,47 69,01 42,68 2,61 0,59
Lisina 87,12 3,83 4,40 91,14 83,10 4,81 0,21
Soma dos
aminoácidos
68,36 5,48 0,00 0,00 62,60 57,17 4,63
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
Entre todos os alimentos estudados, a clara de ovo provavelmente foi a
mais prejudicada pela diferença entre o conteúdo protéico entre a ração teste e a
87
referência. Assim, pode ser que os coeficientes apresentados na tabela 3.11
sejam os mais subestimados dentre os estudados.
A clara de ovo possui 88% de PB; assim, ao se incluírem 30% de clara
de ovo em pó em uma ração que já contém 20% de PB, temos uma dieta com
quase 40% de PB em 4000 kcal EM/kg oferecidos para uma ave que necessita de
algo em torno de 14% de proteína em 3000 kcal/kg (Saad et al. ,2006d). Esta
proteína em excesso, vinda da clara de ovo em pó, pode diminuir a
digestibilidade da proteína da ração referência por competição por enzimas
digestivas e sítios de absorção de aminoácidos e peptídeos. Desta forma, toda a
possível diminuição da digestibilidade da proteína da ração referência será
creditada à clara de ovo em pó, o que pode não ser verdade. Caso as mesmas
aves consumam uma dieta que contenha clara de ovo desidratada, mas que
atenda, sem excessos, às necessidades protéicas com um bom perfil de
aminoácidos, muito provavelmente os coeficientes de digestibilidade da proteína
e biodisponibilidade de aminoácidos para a clara de ovo serão maiores.
Outro fator que pode interferir na observação de baixos coeficientes de
biodisponibilidade de aminoácidos da clara de ovo em pó é o processamento ao
qual é submetida. Este alimento é desidratado a altas temperaturas, que podem
promover reações entre seus nutrientes, indisponibilizando-os (Araba & Dale,
1990).
Os coeficientes de variação da maioria dos dados apresentados foram
altos, chegando a quase 36% no coeficiente de biodisponibilidade aparente da
prolina, prejudicando a confiabilidade do resultado. Mesmo o coeficiente de
biodisponibilidade da soma dos aminoácidos, que deveria apresentar coeficiente
de variação baixo, devido ao agrupamento dos dados apresentou-se mais alto
que os CV da maioria dos outros alimentos utilizados no experimento.
88
O menor CBap foi o da leucina e o maior foi o da alanina neste alimento.
O aminoácido biodisponível em maior concentração, neste alimento, foi o
glutamato, e o presente em menor concentração, a leucina.
Na tabela 3.12 estão apresentados os CBv e ABv da clara de ovo em pó,
com a estatística descritiva respectiva.
TABELA 3.12 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes na clara de ovo em pó,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 49,34 5,60 11,35 55,22 43,46 4,38 0,50
Glutamato 53,97 6,10 11,31 60,37 47,56 7,68 0,87
Serina 66,54 13,91 20,91 81,14 51,93 4,14 0,87
Glicina 60,31 16,29 27,01 77,41 43,21 1,92 0,52
Histidina 50,96 16,48 32,33 68,25 33,67 1,23 0,40
Arginina 71,40 13,48 18,88 85,54 57,25 3,38 0,64
Treonina 57,30 14,67 25,60 72,69 41,90 2,02 0,52
Alanina 90,31 5,88 6,51 96,48 84,13 4,76 0,31
Prolina 62,10 25,31 40,76 88,67 35,54 2,16 0,88
Tirosina 74,27 10,52 14,16 85,31 63,23 2,47 0,35
Valina 83,00 10,73 12,92 94,26 71,75 4,69 0,61
Metionina 79,66 9,54 11,98 89,68 69,65 2,69 0,32
Isoleucina 67,31 7,60 11,29 75,29 59,34 3,35 0,38
Leucina 46,33 8,37 18,07 55,12 37,54 1,00 0,18
Cistina 69,00 6,66 9,66 75,99 62,00 1,20 0,12
Fenilalanina 47,58 13,36 28,08 61,60 33,55 2,22 0,62
Lisina 85,64 4,44 5,18 90,30 80,99 4,72 0,24
Soma dos
aminoácidos
64,56 6,31 9,78 71,19 57,94 54,00 5,24
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
89
Neste alimento, o teor de proteína nas excretas foi extremamente alto;
então o valor das perdas endógenas foi proporcionalmente baixo quando
comparado aos outros alimentos estudados. Dessa forma, os CBap e CBv dos
aminoácidos da clara de ovo se apresentam bem semelhantes, sendo
encontrados, inclusive, CBv menores que os CBap, como no caso dos
aminoácidos da clara de ovo em pó, com exceção da leucina.
Isto pode acontecer porque, se o CB dos aminoácidos da ração teste
estão muito subestimado, quando se desconta, por cálculos, o CB dos
aminoácidos da ração referência (que podem estar superestimados, para esta
ração teste, tanto pelo teor protéico quanto pelas perdas endógenas), podem
aparecer valores mais subestimados ainda. Dividindo este resultado pelo
percentual de inclusão do alimento, os erros são exacerbados e a
biodisponibilidade verdadeira dos amonioácidos pode ser, inclusive, menor que
a aparente. Este fato sugere que os dados desta tabela possuem uma
confiabilidade baixa, pois surgiram fatores de confusão. Sugere, ainda, que
realmente exista interação entre nutrientes de diferentes ingredientes da ração
que interfiram na digestibilidade de nutrientes da dieta.
Assim como o ocorrido na tabela 3.11, na qual se encontram os CBap da
clara de ovo, os CV dos CBv foram altos, inclusive os mais altos dos alimentos
testados, sugerindo menor precisão nos resultados, o que pode prejudicar a
confiabilidade dos coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos
aminoácidos da clara de ovo, principalmente da prolina, histidina, fenilalanina e
glicina.
Na tabela 3.13 encontram-se descritos os valores dos coeficientes de
biodisponibilidade aparente dos aminoácidos presentes na gema de ovo em pó,
para papagaios verdadeiros, mensurados pela metodologia proposta por
Matterson (1965), e a estatística descritiva para cada nutriente.
90
TABELA 3.13 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes na gema de ovo em pó,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 101,17 6,94 6,86 108,44 93,89 3,32 0,23
Glutamato 100,99 9,44 9,35 110,90 91,08 3,94 0,37
Serina 102,50 7,69 7,51 110,58 94,42 2,86 0,21
Glicina 105,06 2,41 2,30 107,60 102,53 0,95 0,02
Histidina 78,15 12,10 15,48 90,85 65,45 0,72 0,11
Arginina 102,44 5,40 5,27 108,11 96,78 2,42 0,13
Treonina 103,30 7,34 7,11 111,01 95,59 1,46 0,10
Alanina 101,61 7,13 7,02 109,09 94,12 1,69 0,12
Prolina 95,41 11,98 12,55 107,98 82,84 1,50 0,19
Tirosina 93,74 7,03 7,50 101,12 86,36 1,28 0,10
Valina 101,42 8,76 8,64 110,62 92,23 1,70 0,15
Metionina 98,35 9,36 9,51 108,17 88,53 0,95 0,09
Isoleucina 62,52 4,00 6,40 66,72 58,32 1,02 0,07
Leucina 72,34 5,17 7,15 77,78 66,91 2,00 0,14
Cistina 59,06 17,82 30,17 77,76 40,36 0,32 0,10
Fenilalanina 67,04 8,17 12,19 75,62 58,46 1,13 0,14
Lisina 76,49 3,70 4,84 80,38 72,61 2,03 0,10
Soma dos
aminoácidos
92,21 3,96 4,30 96,37 88,05 29,28 1,27
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap
= Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de
biodisponibilidade aparente do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis
aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis
aparentes do alimento
A gema de ovo em pó é um alimento rico em proteína, 38,69%, mas ao
mesmo tempo rico em gorduras, 46,87%. Dessa maneira, seu alto valor de
energia metabolizável pode induzir uma menor ingestão de alimentos pelos
papagaios e, conseqüentemente, menor ingestão protéica, minimizando a
interferência do alto teor protéico da ração teste, o que poderia estar
prejudicando o CB dos aminoácidos da gema de ovo em pó. A alta quantidade
91
de gorduras presente na ração teste, que contém gema de ovo em pó, pode ser
suficiente para estimular a secreção de colecistoquinina, que aumentaria, assim,
a secreção de suco pancreático e, conseqüentemente, a secreção de todas as
enzimas, inclusive proteases.
Desta forma, a biodisponibilidade dos aminoácidos contidos na ração
referência poderá aumentar, mas este valor será creditado à gema de ovo em pó,
pois a ração referência sempre apresenta o mesmo valor na metodologia
utilizada. Assim, podemos obter CBap superestimados acima de 100%,
mostrando que a metodologia de substituição proposta por Matterson (1965) não
deve ser utilizada na determinação de CB de aminoácidos para papagaios em
alimentos ricos em gorduras devido à interferência do valor aditivo das gorduras
na biodisponibilidade dos aminoácidos dos outros ingredientes da ração.
Outra maneira de interpretar estes dados é que altas inclusões de gema
de ovo em pó podem melhorar a biodisponibilidade dos aminoácidos. Assim, os
valores acima de 100% passam a ser considerados valores coerentes e bem reais,
pois além de apresentarem aminoácidos muito biodisponíveis, ainda ajudam na
biodisponibilidade de aminoácidos derivados dos outros ingredientes da dieta.
Portanto, a gema de ovo em pó é um alimento que pode ser utilizado em rações
em que se preconiza alta biodisponibilidade de aminoácidos.
A gema de ovo em pó possui uma boa relação entre lisina e metionina,
próxima de 2:1, porém possui teores baixos de cistina. Assim, quando a cistina
for requerida metabolicamente, pode-se aumentar a taxa de conversão da
metionina para cistina, interferindo na relação entre lisina e metionina do
alimento. Teores pouco mais baixos de cistina e metionina nos alimentos
oferecidos às aves em manutenção nem sempre levam a transtornos, mas caso
estas estejam em muda de penas, transtornos podem ocorrer, pois estes
aminoácidos são muito exigidos na síntese de penas (Ritchie et al., 1994).
92
Na tabela 3.14 estão descritos os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira dos aminoácidos e valores de aminoácidos biodisponíveis da gema de
ovo em pó.
TABELA 3.14 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes na gema de ovo em pó,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 103,92 7,66 7,38 111,97 95,88 3,41 0,25
Glutamato 105,62 10,61 10,04 116,75 94,48 4,12 0,41
Serina 103,94 8,44 8,12 112,80 95,08 2,90 0,24
Glicina 120,22 4,98 4,14 125,44 114,99 1,09 0,05
Histidina 91,72 13,77 15,01 106,17 77,26 0,846 0,13
Arginina 122,81 12,27 9,99 135,69 109,93 2,90 0,29
Treonina 116,54 10,80 9,27 127,87 105,20 1,64 0,15
Alanina 105,02 8,30 7,90 113,73 96,31 1,75 0,14
Prolina 106,31 13,60 12,79 120,59 92,04 1,68 0,21
Tirosina 103,48 6,68 6,45 110,48 96,47 1,41 0,09
Valina 103,59 8,79 8,49 112,82 94,36 1,74 0,15
Metionina 105,14 10,41 9,90 116,06 94,21 1,02 0,10
Isoleucina 65,95 5,16 7,83 71,37 60,53 1,07 0,08
Leucina 73,67 5,38 7,30 79,31 68,02 2,03 0,15
Cistina 62,67 17,99 28,71 81,55 43,79 0,34 0,10
Fenilalanina 73,56 8,74 11,88 82,73 64,38 1,24 0,15
Lisina 81,01 4,51 5,57 85,75 76,27 2,14 0,12
Soma dos
aminoácidos
98,94 6,11 6,17 105,35 92,53 31,32 1,93
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
93
Os CBv dos aminoácidos da gema de ovo se apresentaram
extremamente altos. Por exemplo, o CBv da glicina foi de 120%. Isto pode
ocorrer devido à associação de fatores como a utilização da metodologia de
Matterson (1965); a interação entre nutrientes dos diferentes ingredientes da
dieta, como o valor aditivo das gorduras; o próprio teor de EE da gema de ovo
em pó; a alta digestibilidade dos aminoácidos da gema de ovo em pó e o grau de
inclusão do alimento.
Todos estes fatores interferem tanto nos CBap quanto nos CBv, porém o
valor das perdas endógenas interfe apenas nos CBv e, como a semente de
girassol oferecida pura apresentou CBv acima de 100%, sugerindo
superestimativa das perdas endógenas, e estas foram as mesmas utilizadas nos
cálculos dos CBv da gema de ovo em pó, pode-se concluir que, provavelmente,
estes CBv estão superestimados e que a melhoria que a inclusão de gema de ovo
pode proporcionar à biodisponibilidade de aminoácidos dos outros ingredientes
da dieta pode não ser tão alta quanto parece.
Assim, é aconselhável o uso da tabela 3.13 em detrimento da tabela
3.14.
Os CV dos CBv de alguns aminoácidos da gema de ovo em pó se
apresentaram baixos, como o da lisina, enquanto outros, altos, como o da cistina.
Os coeficientes de variação mais altos mostram resultados com repetibilidade
mais baixa e, portanto, menos precisos, enquanto os coeficientes de variação
baixos mostram valores com repetibilidade alta e, portanto, mais precisos.
Porém, resultados precisos não são, necessariamente, confiáveis ou acurados,
pois se pode estar repetindo, precisamente, o mesmo erro todas as vezes. Esta
discussão vale para todas as tabelas apresentadas neste trabalho.
Na tabela 3.15 encontram-se os coeficientes de biodisponibilidade
aparente dos aminoácidos e valores de aminoácidos biodisponíveis do ovo
integral em pó.
94
TABELA 3.15 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes, para
Amazona aestiva, presentes no ovo integral em pó,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 90,32 12,52 13,87 103,47 77,18 4,25 0,59
Glutamato 93,89 13,78 14,67 108,35 79,43 5,32 0,78
Serina 86,08 14,45 16,79 101,25 70,91 2,81 0,47
Glicina 83,93 3,61 4,30 87,71 80,14 1,32 0,06
Histidina 62,66 5,24 8,37 68,17 57,16 0,73 0,06
Arginina 79,28 5,91 7,46 85,48 73,07 2,26 0,17
Treonina 77,20 17,47 22,62 95,53 58,87 1,66 0,38
Alanina 79,28 7,14 9,00 86,76 71,79 2,01 0,19
Prolina 73,90 9,04 12,23 83,38 64,41 1,39 0,17
Tirosina 56,67 5,12 9,04 62,04 51,29 1,10 0,10
Valina 92,05 5,15 5,60 97,45 86,64 2,04 0,11
Metionina 79,58 8,11 10,19 88,09 71,06 1,28 0,13
Isoleucina 79,05 6,00 7,59 85,35 72,76 1,84 0,14
Leucina 69,49 9,09 13,08 79,03 59,94 2,64 0,34
Cistina 91,63 5,58 6,09 97,49 85,77 0,88 0,05
Fenilalanina 87,59 4,91 5,60 92,74 82,44 2,43 0,14
Lisina 83,40 3,87 4,65 87,46 79,33 2,82 0,13
Soma dos
aminoácidos
82,58 4,68 5,67 87,50 77,66 36,77 2,20
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
O ovo integral desidratado é um alimento que possui 51,84% de PB e
35,4% de gorduras. Assim, a ração teste possuiu um teor de PB mais de 10%
superior às exigências da espécie (AAFCO, 1998; Saad et al., 2006d), o que
poderia interferir subestimando os CBap dos aminoácidos presentes no ovo
integral desidratado (tabela 3.15), pois o excesso de proteína deste alimento
pode diminuir a digestibilidade da proteína da ração referência por competição
95
por enzimas digestivas e sítios de absorção de aminoácidos e peptídeos. Esta
provável diminuição da digestibilidade da proteína da ração referência será
creditada ao ovo integral em pó, o que pode não ser verdade.
Ao mesmo tempo, o alto teor de gordura do ovo integral em pó pode
interferir aumentando os CB dos aminoácidos deste alimento, pelo valor aditivo
das gorduras que aumenta a quantidade de proteases secretada no lúmen
intestinal, melhorando a digestão protéica e absorção de aminoácidos, como
discutido nas tabelas 3.13 e 3.14.
Por existir um fator que pode subestimar os CBap e CBv e outro fator
que pode superestimá-los, os quais podem levar à não conclusão sobre a real
expressão de cada um deles neste experimento, não como avaliar se os dados
aqui apresentados estão mais acurados, subestimados ou superestimados.
Os CBap do ovo integral em pó foram maiores que os da clara de ovo
em pó e menores que os da gema de ovo em pó. Este fato é coerente tanto com a
interação entre os nutrientes da dieta quanto com modificações físico-químicas
que podem ocorrer durante no processo de desidratação. Altas temperaturas,
principalmente com baixa umidade, podem promover reações específicas entre
os aminoácidos, tornando-os indisponíveis (Araba & Dale,1990). As gorduras
podem interferir nestas reações, dificultando as reações entre aminoácidos e a
formação de compostos indigeríveis, ou seja, quanto maior o teor de gorduras
durante a desidratação, menor quantidade de compostos indisponíveis serão
formados e, conseqüentemente, melhor será a biodisponibilidade dos
aminoácidos dos alimentos desidratados que contenham maiores teores de
gorduras.
Na tabela 3.16 encontram-se os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira dos aminoácidos, assim como os valores de aminoácidos
biodisponíveis verdadeiros do ovo integral em pó, para papagaios verdadeiros.
96
TABELA 3.16- Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros, para
Amazona aestiva, presentes no ovo integral desidratado,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 90,41 11,89 13,15 102,89 77,93 4,26 0,56
Glutamato 95,17 12,93 13,59 108,74 81,59 5,39 0,73
Serina 85,12 13,82 16,23 99,62 70,62 2,78 0,45
Glicina 88,13 3,74 4,24 92,06 84,21 1,38 0,06
Histidina 68,45 6,88 10,05 75,67 61,23 0,80 0,08
Arginina 84,14 10,45 12,42 95,11 73,17 2,40 0,30
Treonina 78,27 15,59 19,92 94,64 61,90 1,68 0,34
Alanina 77,31 5,92 7,65 83,52 71,10 1,96 0,15
Prolina 78,53 10,85 13,81 89,91 67,14 1,48 0,20
Tirosina 59,46 3,52 5,92 63,15 55,76 1,16 0,07
Valina 90,92 4,40 4,84 95,54 86,30 2,01 0,10
Metionina 81,09 7,93 9,78 89,41 72,77 1,31 0,13
Isoleucina 78,28 6,52 8,32 85,12 71,44 1,82 0,15
Leucina 69,65 8,94 12,84 79,03 60,26 2,64 0,34
Cistina 91,98 5,40 5,87 97,64 86,31 0,88 0,05
Fenilalanina 84,85 6,01 7,09 91,17 78,54 2,35 0,17
Lisina 84,65 4,72 5,57 89,60 79,70 2,86 0,16
Soma dos
aminoácidos
83,61 3,33 3,98 87,10 80,12 37,16 1,61
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
A discussão sobre os coeficientes de digestibilidade aparente do ovo
integral desidratado é pertinente também para os coeficientes de
biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos presentes no ovo integral
desidratado assim como o que já foi discutido sobre as perdas endógenas
anteriormente.
97
Os coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos, assim
como os valores de aminoácidos biodisponíveis do farelo de girassol, para
papagaios verdadeiros, estão apresentados na tabela 3.17.
TABELA 3.17 - Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes, para
Amazona aestiva, presentes no farelo de girassol, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 93,70 3,31 3,53 97,17 90,23 2,17 0,08
Glutamato 92,21 7,32 7,94 99,89 84,53 4,10 0,32
Serina 93,16 5,48 5,88 98,91 87,40 0,97 0,057
Glicina 91,78 7,89 8,60 100,06 83,49 1,10 0,09
Histidina 84,47 5,95 7,05 90,72 78,23 0,62 0,04
Arginina 86,51 15,11 17,47 102,37 70,64 1,74 0,30
Treonina 94,36 6,73 7,13 101,42 87,30 1,16 0,08
Alanina 80,43 4,05 5,04 84,68 76,18 0,67 0,03
Prolina 91,98 6,58 7,16 98,88 85,07 0,91 0,07
Tirosina 78,79 10,08 12,80 89,37 68,20 0,61 0,08
Valina 72,26 30,31 41,94 104,07 40,46 0,72 0,30
Metionina 88,79 9,46 10,65 98,72 78,86 0,64 0,07
Isoleucina 59,68 14,69 24,61 75,10 44,26 0,77 0,19
Leucina 63,48 21,31 33,57 85,85 41,11 0,85 0,29
Cistina 75,72 27,90 36,84 105,01 46,44 0,30 0,11
Fenilalanina 85,88 9,69 11,28 96,05 75,72 1,03 0,12
Lisina 77,28 3,49 4,52 80,94 73,62 0,93 0,04
Soma dos
aminoácidos
84,50 6,13 7,26 90,94 78,07 19,26 1,44
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
O farelo de girassol apresenta teores de 27% de proteína e 27% de fibra
na matéria seca; sua inclusão em torno de 30% na dieta resulta em uma ração
98
teste com teores de PB próximos dos teores da ração referência, o que não deve
ter contribuído muito para diminuir os CB dos aminoácidos deste alimento.
Porém, a ração teste apresentou teor de 10% de fibras, enquanto a ração
referência apresentou apenas 2,3% de fibras. Como a fibra pode diminuir a
biodisponibilidade dos aminoácidos da dieta, o valor possivelmente diminuído
da ração referência pode ser creditado para o farelo de girassol.
No caso do farelo de girassol, mesmo com altos teores de fibras, o
alimento apresentou altos coeficientes de biodisponibilidade de aminoácidos e
19% de aminoácidos biodisponíveis para papagaios, mostrando ser uma boa
alternativa para formulação de dietas para papagaios adultos.
A cultura de girassol apresenta vários cultivares muito diferentes em sua
composição de aminoácidos e não foram obtidas informações sobre o cultivar
utilizado neste experimento.
O alimento rico em fibras pode até ser usado em dietas para papagaios,
mas sempre com muita cautela, pois papagaios não possuem cecos, seu cólon é
curto e altas taxas de passagem de alimento pelo trato digestório.
Na tabela 3.18 estão apresentados os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira e os valores de aminoácidos digestíveis presentes no farelo de
girassol, para papagaios verdadeiros.
99
TABELA 3.18 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes no farelo de girassol, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 93,52 3,03 3,24 96,70 90,35 2,17 0,07
Glutamato 91,82 6,18 6,73 98,30 85,34 4,08 0,27
Serina 93,31 5,72 6,13 99,32 87,31 0,97 0,06
Glicina 91,40 5,84 6,39 97,53 85,26 1,09 0,07
Histidina 86,20 6,74 7,82 93,27 79,13 0,63 0,05
Arginina 83,40 9,44 11,33 93,31 73,48 1,68 0,19
Treonina 93,00 5,61 6,03 98,89 87,11 1,14 0,07
Alanina 80,19 3,07 3,83 83,41 76,97 0,66 0,03
Prolina 93,93 6,78 7,22 101,05 86,81 0,93 0,07
Tirosina 80,78 11,79 14,59 93,15 68,41 0,62 0,09
Valina 71,38 29,57 41,44 102,42 40,33 0,71 0,30
Metionina 89,63 7,81 8,71 97,83 81,43 0,65 0,06
Isoleucina 58,37 14,82 25,39 73,92 42,81 0,75 0,19
Leucina 63,74 20,98 32,92 85,76 41,71 0,86 0,28
Cistina 76,05 27,01 35,51 104,40 47,70 0,30 0,11
Fenilalanina 83,99 6,53 7,78 90,85 77,14 1,00 0,08
Lisina 78,45 3,52 4,49 82,15 74,75 0,94 0,04
Soma dos
aminoácidos
84,58 4,13 4,88 88,92 80,25 19,18 0,96
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento DP
ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
A discussão sobre os CBap também vale para os CBv do farelo de
girassol. Porém, provavelmente os CBv podem estar superestimados pelos altos
valores das perdas endógenas, como já discutido anteriormente.
Os coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos do
farelo de soja, assim como seus teores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros, estão apresentados na tabela 3.19.
100
TABELA 3.19- Coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes no farelo de soja, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson (1965), com a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 87,57 6,24 7,12 94,12 81,02 5,41 0,39
Glutamato 84,44 6,81 8,07 91,59 77,29 7,41 0,60
Serina 80,41 10,18 12,66 91,09 69,73 2,16 0,27
Glicina 77,10 9,39 12,18 86,96 67,24 1,77 0,22
Histidina 67,18 9,55 14,22 77,21 57,16 0,83 0,12
Arginina 82,35 8,15 9,90 90,90 73,80 3,16 0,31
Treonina 78,59 11,08 14,10 90,23 66,96 1,71 0,24
Alanina 81,94 6,32 7,72 88,57 75,30 1,82 0,14
Prolina 74,62 13,74 18,41 89,04 60,20 2,12 0,39
Tirosina 78,81 11,74 14,90 91,14 66,49 1,31 0,20
Valina 81,84 11,33 13,85 93,73 69,95 2,06 0,29
Metionina 83,81 7,03 8,39 91,19 76,43 0,65 0,05
Isoleucina 79,90 6,98 8,74 87,23 72,57 1,96 0,17
Leucina 63,97 8,55 13,37 72,95 55,00 2,61 0,35
Cistina 79,44 12,84 16,16 92,91 65,96 0,49 0,08
Fenilalanina 90,18 5,56 6,16 96,02 84,35 2,50 0,15
Lisina 86,74 2,69 3,10 89,56 83,91 2,78 0,09
Soma dos
aminoácidos
80,48 3,39 4,22 84,04 76,92 40,77 1,36
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
Os CBap do farelo de soja estão um pouco mais baixos que os da
maioria dos alimentos testados neste experimento, sugerindo que a proteína do
farelo de soja possui digestibilidade intermediária para papagaios. Porém, este
fato pode ser mascarado pelo excesso de aminoácidos da ração teste.
O farelo de soja apresenta teores de 50% de proteína na matéria seca,
resultando em uma ração teste com 26,43% de PB; 6% acima da ração
101
referência. Esta interação, neste nível de inclusão, pode levar à obtenção de
CBap e CBv dos aminoácidos do farelo de soja menores, possivelmente, que em
percentuais menores de inclusão.
Bryden & Li (2004) realizaram um ensaio com dietas teste contendo
20% de proteína para frangos de corte e avaliaram os coeficientes de
biodisponibilidade ileal aparente dos aminoácidos do farelo de soja. Com
relação à alanina, encontraram o coeficiente de 85%, enquanto em papagaios, no
presente trabalho, foi encontrado o coeficiente de 82%; para arginina
encontraram o coeficiente de 90%, enquanto neste trabalho, com papagaios,
foram encontrados 82%; encontraram, ainda, o coeficiente de 83% para o
aspartato contra 88% em papagaios; 87% contra 84% para glutamato; 83%
contra 77% para glicina; 87% contra 67% para histidina; 86% contra 80% para
isoleucina, 86% contra 64% para leucina; 89% contra 87% para lisina; 92%
contra 84% para metionina; 86% contra 90% para fenilalanina; 84% contra 80%
para serina; 80% contra 79% para treonina; 88% contra 79% para tirosina; e
85% contra 82% para valina, respectivamente.
A diferença entre os resultados obtidos para as duas espécies não deve
ser atribuída somente ao conteúdo protéico da dieta teste porque não um
padrão. Dependendo do alimento, alguns aminoácidos parecem ser mais
biodisponíveis para frangos, enquanto outros, para papagaios. Assim, apesar de
os CBap de alguns aminoácidos serem próximos entre as espécies, os dados
obtidos em frangos não devem ser extrapolados para papagaios, mesmo
utilizando a biodisponibilidade ileal de aminoácidos do farelo de soja em
frangos, para os quais não existe o efeito da microflora cecal, pois os CBap dos
aminoácidos do farelo de soja diferem entre as espécies em questão.
Os coeficientes de biodisponibilidade verdadeira para cada um dos
aminoácidos do farelo de soja, para papagaios, estão descritos na tabela 3.20,
assim como seus valores de aminoácidos biodisponíveis.
102
TABELA 3.20 - Coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes no farelo de soja, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson (1965), com a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 86,65 5,54 6,40 92,46 80,83 5,36 0,34
Glutamato 84,04 7,26 8,63 91,65 76,42 7,38 0,64
Serina 79,82 11,30 14,16 91,69 67,96 2,14 0,30
Glicina 77,26 7,78 10,06 85,42 69,10 1,77 0,18
Histidina 71,64 6,09 8,50 78,03 65,25 0,89 0,08
Arginina 79,56 11,98 15,05 92,13 66,99 3,05 0,46
Treonina 78,47 10,77 13,73 89,78 67,17 1,70 0,23
Alanina 80,15 5,95 7,43 86,40 73,91 1,78 0,13
Prolina 75,62 12,56 16,61 88,81 62,44 2,15 0,36
Tirosina 81,95 9,46 11,54 91,88 72,02 1,37 0,16
Valina 79,78 12,02 15,07 92,40 67,16 2,01 0,30
Metionina 87,85 5,48 6,23 93,59 82,10 0,68 0,04
Isoleucina 78,43 8,69 11,08 87,56 69,31 1,93 0,21
Leucina 63,93 8,55 13,37 72,89 54,96 2,61 0,34
Cistina 80,68 13,78 17,07 95,14 66,22 0,50 0,09
Fenilalanina 86,58 7,77 8,98 94,74 78,42 2,40 0,22
Lisina 87,83 1,12 1,28 89,01 86,65 2,81 0,04
Soma dos
aminoácidos
81,73 3,28 4,01 85,17 78,29 40,53 1,65
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
Para os CBv do farelo de soja vale o que já foi discutido para os outros
alimentos com relação aos altos valores de perdas endógenas diminuindo a
acurácia dos dados obtidos.
Os coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos do
farelo de trigo, para papagaios, estão descritos na tabela 3.21.
103
TABELA 3.21 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes no farelo de trigo, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 80,74 19,98 24,75 101,71 59,77 0,91 0,23
Glutamato 87,53 8,76 10,00 96,72 78,34 2,59 0,26
Serina 86,62 10,17 11,74 97,30 75,95 0,63 0,07
Glicina 80,57 8,15 10,11 89,12 72,02 0,76 0,08
Histidina 65,22 3,98 6,10 69,40 61,04 0,34 0,02
Arginina 95,26 3,20 3,36 98,61 91,90 1,05 0,04
Treonina 59,70 4,07 6,81 63,97 55,43 0,34 0,02
Alanina 62,76 11,06 17,62 74,37 51,15 0,52 0,09
Prolina 66,97 11,54 17,23 79,08 54,86 0,66 0,11
Tirosina 61,84 8,02 12,96 70,25 53,43 0,31 0,04
Valina 77,61 5,01 6,46 82,87 72,35 0,61 0,04
Metionina 90,88 5,48 6,03 96,63 85,13 0,25 0,01
Isoleucina 77,78 3,38 4,35 81,33 74,23 0,44 0,02
Leucina 69,07 8,08 11,70 77,55 60,59 0,76 0,09
Cistina 86,27 6,14 7,12 92,72 79,83 0,31 0,02
Fenilalanina 76,68 4,39 5,72 81,28 72,07 0,42 0,02
Lisina 85,66 5,14 6,01 91,06 80,26 0,62 0,04
Soma dos
aminoácidos
78,54 4,08 5,19 82,83 74,26 11,53 0,58
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap
= Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de
biodisponibilidade aparente do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis
aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis
aparentes do alimento
O farelo de trigo apresenta teores de 15,7% de proteína e quase 10% de
fibras. O teor de proteína da ração teste, então, foi de 17%, que é próximo ao
teor protéico da ração referência. Assim, provavelmente o teor de proteínas não
deve ter interferido nos resultados.
A fibra, entretanto, pode diminuir a digestibilidade da proteína por
dificultar a ação das proteases sobre as proteínas presentes no lúmen intestinal.
104
Em papagaios este efeito pode ser exacerbado por estes não possuírem cecos e
seu cólon ser extremamente curto, não havendo, assim, fermentação significativa
de fibras. Dessa forma, as fibras presentes no farelo de trigo podem ter
diminuído a digestibilidade das proteínas da ração referência contida na ração
teste e este valor ter sido creditado às proteínas do farelo de trigo, subestimando
a biodisponibilidade real dos aminoácidos do farelo de trigo.
Borges (1999), utilizando a metodologia de Sibald (1976) em galos
tiflectomizados, encontrou CBap do farelo de trigo diferentes dos encontrados
neste experimento, mostrando complicações na extrapolação de dados obtidos
em galos para papagaios. Foi encontrado o coeficiente de 48,42% para valina em
galos contra 77,61% em papagaios; para metionina, 44,45% em galos contra
90,88% em papagaios; para a isoleucina, 21,95% em galos contra 77,78% em
papagaios; para a leucina, 9,74% em galos contra 69,07% em papagaios; para
treonina, 0,47% em galos contra 59,70% em papagaios; para fenilalanina,
22,37% em galos contra 76,68% em papagaios; para histidina, 26,55% contra
65,22%; para lisina, 47,08% contra 85,66%; para o aspartato, 35,72% contra
80,74%; para a tirosina, 22,72% contra 61,84%; para a serina, 35,60% contra
86,62%; para a glutamato, 69,78% contra 87,53%; para a prolina, 47,10%
contra 66,97% e para a alanina, 19,58% contra 62,76%.
Na tabela 3.22 estão apresentados os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira dos aminoácidos e valores de aminoácidos biodisponíveis presentes
no farelo de trigo para papagaios verdadeiros.
105
TABELA 3.22 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes no farelo de trigo, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 81,61 20,12 24,65 102,73 60,50 0,92 0,23
Glutamato 87,82 10,13 11,53 98,45 77,19 2,60 0,30
Serina 87,44 12,10 13,84 100,14 74,74 0,63 0,09
Glicina 81,11 7,41 9,14 88,89 73,33 0,76 0,07
Histidina 67,93 8,46 12,46 76,81 59,04 0,36 0,04
Arginina 98,64 13,42 13,61 112,73 84,55 1,09 0,15
Treonina 63,02 8,06 12,79 71,48 54,56 0,36 0,05
Alanina 62,25 12,48 20,05 75,35 49,15 0,52 0,10
Prolina 68,61 10,83 15,78 79,97 57,24 0,68 0,11
Tirosina 64,81 7,21 11,13 72,38 57,24 0,33 0,04
Valina 77,26 6,04 7,81 83,60 70,92 0,61 0,05
Metionina 93,39 6,50 6,96 100,22 86,57 0,25 0,02
Isoleucina 78,74 5,50 6,98 84,51 72,97 0,45 0,03
Leucina 69,41 8,40 12,10 78,22 60,60 0,76 0,09
Cistina 86,60 6,87 7,93 93,80 79,39 0,31 0,02
Fenilalanina 78,84 4,77 6,05 83,85 73,84 0,43 0,03
Lisina 87,48 5,13 5,87 92,87 82,09 0,63 0,04
Soma dos
aminoácidos
79,90 6,35 7,95 86,57 73,23 11,70 0,95
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
Os valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros obtidos em
frangos não devem ser extrapolados para papagaios. Foram encontrados por
Borges (1999), que trabalhou com galos tiflectomizados na metodologia de
Sibald (1976), valores de aminoácidos biodisponíveis do farelo de trigo, na
matéria seca, diferentes dos valores encontrados neste experimento: 0,55% de
lisina, 0,18% de metionina, 0,41% de treonina, 1,16% de arginina, 0,49% de
106
isoleucina, 0,59% de valina, 0,83% de leucina, 0,39% de histidina e 0,58% de
fenilalanina.
Os coeficientes de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos do
gérmen de trigo encontram-se descritos na tabela 3.23.
TABELA 3.23 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes no gérmen de trigo, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 80,61 1,96 2,43 82,67 78,56 1,81 0,04
Glutamato 96,10 2,33 2,43 98,54 93,65 4,51 0,11
Serina 76,26 2,71 3,55 79,10 73,42 0,88 0,03
Glicina 86,43 4,81 5,57 91,48 81,38 1,35 0,08
Histidina 72,24 6,84 9,47 79,41 65,06 0,62 0,06
Arginina 84,73 5,73 6,76 90,74 78,72 1,77 0,12
Treonina 96,17 3,36 3,50 99,70 92,64 1,08 0,04
Alanina 84,49 5,30 6,28 90,05 78,92 1,37 0,09
Prolina 95,43 2,48 2,59 98,03 92,83 1,29 0,03
Tirosina 75,77 1,75 2,32 77,61 73,93 0,63 0,01
Valina 80,78 11,42 14,13 92,77 68,80 1,06 0,15
Metionina 87,41 4,49 5,14 92,12 82,70 0,52 0,03
Isoleucina 78,71 7,28 9,25 86,36 71,07 0,85 0,08
Leucina 86,22 4,61 5,35 91,06 81,38 1,51 0,08
Cistina 80,78 4,34 5,38 85,34 76,22 0,45 0,02
Fenilalanina 92,12 2,62 2,84 94,87 89,37 0,89 0,03
Lisina 91,08 1,47 1,61 92,62 89,54 1,49 0,02
Soma dos
aminoácidos
86,69 1,65 1,91 88,42 84,95 22,11 0,48
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
O gérmen de trigo apresenta 9% de gordura, 2,5% de fibras e 29,46% de
proteína. Conseqüentemente, o teor de PB da ração teste é um pouco mais alto
107
que o da ração referência. Porém, provavelmente estas diferenças não devem ter
promovido tanta interação entre os ingredientes da dieta. No gérmen das
sementes é onde se localiza o embrião das plantas; portanto, as proteínas lá
contidas são consideradas mais facilmente digeridas que as outras proteínas das
sementes.
Borges (1999), utilizando a metodologia de Sibald (1976) em galos
tiflectomizados, encontrou CBap do gérmen de trigo diferentes dos encontrados
neste experimento, mostrando, mais uma vez, complicações na extrapolação de
dados obtidos em galos para papagaios. Foi encontrado o coeficiente de 55,43%
para valina em galos contra 80,78% em papagaios; para metionina, 69,53% em
galos contra 87,41% em papagaios; para a isoleucina, 70,37% em galos contra
78,71% em papagaios; para a leucina, 59,28% em galos contra 86,22% em
papagaios; para treonina, 50,91% em galos contra 96,17% em papagaios; para
fenilalanina, 53,74% em galos contra 92,12% em papagaios; para histidina,
75,31% contra 72,24%; para lisina, 85,77% contra 91,08%; para o aspartato,
75,00% contra 80,61%; para a tirosina, 64,61% contra 75,77%; para a serina,
70,21% contra 76,26%; para o glutamato, 83,48% contra 96,10%; para a prolina,
65,34% contra 95,43% e para a alanina, 77,38% contra 84,49%.
As diferenças entre os CBap encontrados nas diferentes espécies foram
menores no gérmen de trigo que no farelo de trigo. Este fato, associado às
diferenças anátomo-fisiológicas entre frangos e papagaios, e ainda ao fato de o
farelo de trigo possuir maior teor de fibras, podem sugerir que quanto maior o
teor de fibras do alimento, mais complicada fica a extrapolação de dados obtidos
em frangos para papagaios.
Na tabela 3.24 se encontram os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira dos aminoácidos do gérmen de trigo e seus valores de aminoácidos
biodisponíveis para papagaios verdadeiros.
108
TABELA 3.24 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes no gérmen de trigo, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 81,25 2,82 3,47 84,20 78,29 1,822 0,063
Glutamato 96,37 3,08 3,19 99,60 93,14 4,524 0,144
Serina 77,20 1,87 2,42 79,17 75,24 0,893 0,022
Glicina 86,51 6,51 7,53 93,34 79,67 1,352 0,102
Histidina 75,52 7,22 9,56 83,10 67,95 0,650 0,062
Arginina 85,84 8,54 9,95 94,81 76,87 1,798 0,179
Treonina 98,55 6,50 6,59 105,36 91,73 1,107 0,073
Alanina 82,62 6,56 7,94 89,50 75,73 1,342 0,107
Prolina 98,14 2,72 2,77 100,99 95,29 1,326 0,037
Tirosina 79,56 2,40 3,02 82,08 77,04 0,667 0,020
Valina 79,96 11,98 14,99 92,54 67,38 1,053 0,158
Metionina 90,12 3,61 4,01 93,91 86,33 0,531 0,021
Isoleucina 79,13 8,36 10,57 87,91 70,36 0,858 0,091
Leucina 86,62 5,06 5,84 91,93 81,31 1,521 0,089
Cistina 81,20 4,73 5,83 86,17 76,23 0,448 0,026
Fenilalanina 93,94 3,35 3,57 97,46 90,42 0,912 0,033
Lisina 92,69 3,06 3,30 95,90 89,48 1,520 0,050
Soma dos
aminoácidos
87,88 3,51 3,99 91,57 84,20 22,324 0,952
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
Os valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do gérmen
de trigo, na matéria natural, encontrados por Borges (1999) em galos
tiflectomizados, também diferem dos encontrados para papagaios neste
experimento, mostrando mais uma vez que caso vá ser feita extrapoção
dos dados obtidos em frangos para papagaios, deve-se ter muita cautela.
109
Os CBap dos aminoácidos do milho integral moído para
papagaios verdadeiros em manutenção são apresentados na tabela 3.25.
TABELA 3.25 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes no milho integral moído,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato
86,58
10,08
11,65
97,16
75,99
0,555
0,065
Glutamato
92,50
8,22
8,89
101,13
83,86
1,601
0,142
Serina
92,74
8,91
9,60
102,09
83,39
0,405
0,039
Glicina
85,13
15,57
18,29
101,48
68,79
0,320
0,059
Histidina
80,92
10,94
13,52
92,40
69,44
0,221
0,030
Arginina
64,17
29,68
46,25
95,32
33,02
0,282
0,130
Treonina
86,72
14,65
16,89
102,09
71,35
0,309
0,052
Alanina
90,72
10,57
11,65
101,82
79,63
0,587
0,068
Prolina
90,31
6,48
7,17
97,11
83,51
0,780
0,057
Tirosina
89,43
5,09
5,69
94,78
84,09
0,287
0,016
Valina
78,97
14,93
18,91
94,64
63,29
0,349
0,066
Metionina
81,39
8,39
10,30
90,19
72,59
0,167
0,017
Isoleucina
79,60
8,62
10,83
88,65
70,55
0,275
0,030
Leucina
76,77
4,38
5,71
81,37
72,17
0,962
0,055
Cistina
89,06
9,67
10,85
99,21
78,92
0,253
0,027
Fenilalanina
82,67
5,83
7,05
88,78
76,55
0,392
0,028
Lisina
86,46
5,47
6,33
92,20
80,72
0,226
0,014
Soma dos
aminoácidos
85,36 6,74 7,89 92,43 78,29 7,991 0,602
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
aparente do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP
ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
O milho integral moído apresenta baixos teores de FB, 5% de EE e 9%
de PB; conseqüentemente, o teor de proteína da ração teste foi 5% menor que da
ração referência. Portanto, pode ter havido interferência da interação entre os
ingredientes da dieta, aumentando os CBap de seus aminoácidos.
110
Bryden & Li (2004) realizaram ensaio com dietas teste contendo 20% de
proteína para frangos de corte e obtiveram coeficientes de biodisponibilidade
ileal aparente dos aminoácidos do milho moído para frangos. Com relação à
alanina, os autores encontraram o coeficiente de 90%, enquanto em papagaios
foram encontrados 91%; para arginina encontraram o coeficiente de 87%,
enquanto, em papagaios, foram encontrados 64%; encontraram ainda 80% para
aspartato contra 87% em papagaios; 91% contra 93% para glutamato; 77%
contra 85% para glicina; 87% contra 81% para histidina; 84% contra 80% para
isoleucina; 91% contra 77% para leucina; 80% contra 86% para lisina; 90%
contra 81% para metionina; 87% contra 83% para fenilalanina; 81% contra 93%
para serina; 69% contra 87% para treonina; 77% contra 89% para tirosina; e
83% contra 79% para valina.
Esta comparação mostra que os dados obtidos em frangos não devem ser
extrapolados para papagaios, mesmo utilizando a biodisponibilidade ileal de
aminoácidos do milho em frangos, para os quais não existe o efeito da
microflora cecal, pois os coeficientes de biodisponibilidade dos aminoácidos do
milho diferem entre as espécies em questão, sem seguir um padrão. Alguns
aminoácidos são mais biodisponíveis para frangos, enquanto outros, para
papagaios.
Na tabela 3.26 estão descritos os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira dos aminoácidos e valores de aminoácidos biodisponíveis do milho
integral moído para papagaios verdadeiros.
111
TABELA 3.26 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes no milho integral moído,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 91,80 9,14 9,95 101,39 82,21 0,589 0,059
Glutamato 97,54 5,06 5,19 102,86 92,23 1,689 0,088
Serina 99,50 6,27 6,30 106,08 92,92 0,435 0,027
Glicina 100,50 8,45 8,41 109,38 91,63 0,378 0,032
Histidina 96,63 6,30 6,52 103,23 90,02 0,263 0,017
Arginina 101,57 3,90 3,84 105,66 97,48 0,446 0,017
Treonina 107,45 17,09 15,91 125,39 89,51 0,383 0,061
Alanina 97,44 9,10 9,34 106,99 87,89 0,630 0,059
Prolina 100,75 5,55 5,50 106,57 94,93 0,892 0,049
Tirosina 102,49 6,53 6,37 109,35 95,64 0,328 0,021
Valina 85,16 13,14 15,43 98,96 71,37 0,376 0,058
Metionina 90,21 12,18 13,50 102,99 77,42 0,185 0,025
Isoleucina 87,64 13,43 15,32 101,73 73,54 0,303 0,046
Leucina 78,44 4,53 5,77 83,19 73,69 0,983 0,057
Cistina 92,81 11,86 12,78 105,26 80,36 0,264 0,034
Fenilalanina 96,34 8,33 8,64 105,08 87,60 0,456 0,039
Lisina 94,53 6,24 6,60 101,07 87,98 0,248 0,016
Soma dos
aminoácidos
95,46 3,73 3,90 99,37 91,55 8,849 0,348
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
O milho apresenta apenas 9% de proteína em sua composição; portanto,
os prováveis altos valores de perda endógena do jejum podem interferir
exacerbadamente no CBv deste alimento, gerando valores acima de 100% de
biodisponibilidade, conforme discutido anteriormente.
Os coeficientes de biodisponibilidade aparente do milho gelatinizado
para papagaios verdadeiros estão apresentados na tabela 3.27.
112
TABELA 3.27 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes no milho gelatinizado, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 66,43 3,88 5,84 70,50 62,36 0,033 0,002
Glutamato 74,96 21,07 28,10 97,07 52,85 0,033 0,009
Serina 62,03 15,22 24,54 78,01 46,05 0,406 0,100
Glicina 56,73 5,15 9,08 62,14 51,32 0,094 0,009
Histidina 66,28 5,30 8,00 71,85 60,72 0,197 0,016
Arginina 65,06 15,17 23,32 80,99 49,14 0,265 0,062
Treonina 67,60 15,46 22,87 83,83 51,37 0,250 0,057
Alanina 70,87 22,65 31,96 94,65 47,10 0,223 0,071
Prolina 99,58 2,62 2,63 102,33 96,83 1,767 0,047
Tirosina 99,02 2,06 2,08 101,18 96,86 0,228 0,005
Valina 67,94 10,62 15,63 79,08 56,79 0,326 0,051
Metionina 94,34 25,42 26,94 121,01 67,66 0,177 0,048
Isoleucina 100,17 3,35 3,34 103,68 96,66 0,340 0,012
Leucina 92,63 6,17 6,66 99,11 86,15 1,099 0,073
Cistina 101,50 3,47 3,42 105,14 97,85 0,230 0,008
Fenilalanina 72,76 2,03 2,79 74,88 70,63 0,335 0,009
Lisina 71,99 8,87 12,32 81,31 62,68 0,206 0,025
Soma dos
aminoácidos
78,07 4,36 5,58 82,64 73,49 6,210 0,201
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
O milho gelatinizado é um subproduto do milho (Zea mays), resultante
do processo industrial de degerminação do milho integral, que consiste na
remoção do gérmen e do tegumento e no processamento por calor para
gelatinização do amido. Seus teores de nutriente são bastante semelhantes ao
milho moído, embora o processo de gelatinização aumente a digestibilidade do
alimento.
113
O milho gelatinizado apresenta baixos teores de FB, EE e pouco menos
de 9% de PB na MS; conseqüentemente, o teor de proteína da ração teste foi 5%
inferior ao da ração referência. Assim, os coeficientes de biodisponibilidade dos
aminoácidos deste alimento (tabela 3.27 e 3.28) podem estar superestimados
pela interação com nutrientes da ração referência, pois o provável aumento do
CB dos aminoácidos da ração referência pode ter sido creditado ao alimento.
Quando se comparam os coeficientes de biodisponibilidade aparente dos
aminoácidos do milho gelatinizado aos do milho integral moído, pode-se
perceber que alguns coeficientes aumentaram e outros diminuíram.
Provavelmente isto ocorreu devido ao processamento térmico utilizado na
gelatinização do milho, mostrando mais uma vez que, dependendo do
processamento, os coeficientes de aminoácidos podem ser alterados.
Os aminoácidos que apresentaram menores CBap em relação ao milho
integral moído foram aspartato, glutamato, serina, glicina, histidina, arginina,
treonina, valina, fenilalanina e lisina, talvez pelo favorecimento de reações como
as de Maillard, que indisponibilizam alguns aminoácidos. Os que apresentaram
maiores CBap em relação ao milho integral moído foram apenas a metionina, a
isoleucina, a leucina e a cistina. Pode ser que o processo de degerminação da
semente antes da extrusão esteja relacionado a este fato.
Vale ressaltar que as dietas foram extrusadas. Assim, o milho que já
estava gelatinizado passou pelos processos de extrusão e secagem que podem ter
promovido a formação de maiores quantidades de amido resistentes, que, por
sua vez, podem ter diminuído a biodisponibilidade de alguns aminoácidos. Este
último processamento também pode ter favorecido as reações de Maillard.
Dessa maneira, o uso deste alimento como matéria prima em alimentos
extrusados para papagaios não é aconselhável se o objetivo for uma dieta com
aminoácidos mais biodisponíveis, pois pode mudar o perfil de aminoácidos
biodisponíveis da ração sem alterar sua composição. Adicionalmente, pode-se
114
substituir o milho gelatinizado pelo milho integral moído em alimentos
extrusados, pois além do menor custo, este ainda apresenta maiores teores de
ABap.
Os coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos do
milho gelatinizado descritos na tabela 3.28 podem estar superestimados devido
aos altos teores de aminoácidos encontrados nas perdas endógenas.
TABELA 3.28 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes no milho gelatinizado, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 71,03 3,56 5,01 74,77 67,29 0,035 0,002
Glutamato 80,20 21,41 26,70 102,67 57,73 0,036 0,010
Serina 65,26 16,16 24,75 82,22 48,31 0,428 0,106
Glicina 68,80 5,67 8,25 74,76 62,85 0,114 0,009
Histidina 76,07 8,16 10,73 84,63 67,51 0,226 0,024
Arginina 89,53 19,55 21,84 110,05 69,00 0,365 0,080
Treonina 80,38 17,47 21,73 98,71 62,04 0,298 0,065
Alanina 77,06 23,06 29,93 101,27 52,85 0,243 0,073
Prolina 101,98 3,07 3,01 105,20 98,76 1,810 0,054
Tirosina 108,14 4,67 4,32 113,05 103,24 0,249 0,011
Valina 71,26 9,97 14,00 81,73 60,79 0,342 0,048
Metionina 100,19 24,19 24,14 125,58 74,81 0,188 0,046
Isoleucina 105,16 3,08 2,93 108,39 101,93 0,357 0,010
Leucina 93,61 6,33 6,76 100,26 86,96 1,110 0,075
Cistina 104,02 4,03 3,87 108,25 99,80 0,236 0,009
Fenilalanina 80,96 3,94 4,87 85,10 76,82 0,373 0,018
Lisina 77,27 8,58 11,11 86,28 68,26 0,221 0,025
Soma dos
aminoácidos
84,94 5,39 6,35 90,60 79,28 6,629 0,312
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
115
Os CB acima de 100% encontrados neste alimento mostram, mais uma
vez, prováveis interações entre os nutrientes de diferentes ingredientes da dieta.
Na tabela 3.29 encontram-se descritos os coeficientes de
biodisponibilidade aparente dos aminoácidos presentes na polpa cítrica, assim
como os valores de aminoácidos biodisponíveis da mesma.
TABELA 3.29 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes na polpa cítrica, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson (1965), com a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 72,72 16,89 23,23 90,45 55,00 0,82 0,19
Glutamato 38,92 13,67 35,14 53,27 24,56 0,58 0,20
Serina 49,01 17,13 34,96 67,00 31,03 0,42 0,15
Glicina 64,87 5,02 7,74 70,14 59,60 0,27 0,02
Histidina 56,46 9,69 17,17 66,63 46,28 0,29 0,05
Arginina 46,31 9,73 21,00 56,52 36,11 0,30 0,06
Treonina 60,13 14,19 23,60 75,03 45,24 0,23 0,05
Alanina 65,61 11,01 16,78 77,17 54,05 0,27 0,05
Prolina 78,67 11,78 14,98 91,03 66,30 0,98 0,15
Tirosina 80,87 3,62 4,48 84,66 77,07 0,20 0,01
Valina 65,54 7,42 11,31 73,32 57,76 0,19 0,02
Metionina 62,11 16,12 25,96 79,03 45,19 0,43 0,11
Isoleucina 74,35 7,87 10,58 82,61 66,10 0,19 0,02
Leucina 69,85 11,35 16,25 81,76 57,94 0,39 0,06
Cistina 63,26 10,39 16,43 74,17 52,35 0,07 0,01
Fenilalanina 69,45 13,02 18,74 83,11 55,79 0,40 0,08
Lisina 69,33 7,02 10,12 76,70 61,97 0,17 0,02
Soma dos
aminoácidos
64,94 7,21 11,10 72,50 57,38 6,20 0,73
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
116
A polpa cítrica, apesar de possuir 9,5% de FB, apresenta altos teores de
pectina que não são detectados pela metodologia de análise da FB. As fibras,
incluindo a pectina, diminuem a digestibilidade da proteína por dificultar tanto a
ação das proteases e peptidases quanto a absorção de aminoácidos em seus sítios
ativos.
Assim, a polpa cítrica não deve ser utilizada em altas inclusões para
papagaios verdadeiros, principalmente porque, não possuindo cecos, estes não
apresentam fermentação significativa das fibras, mesmo da pectina, que é
facilmente fermentável.
Em altas inclusões de polpa cítrica, em algumas espécies pode ser
percebida uma alteração significativa na viscosidade das excretas. Estas se
tornam mais úmidas e viscosas à medida que se inclui polpa cítrica, podendo
chegar a ponto de as excretas se aglutinarem nas penas da região da cloaca, ou
até mesmo promover diarréias.
Os valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros da polpa cítrica
para papagaios, assim como os coeficientes de biodisponibilidade verdadeira de
seus aminoácidos, estão descritos na tabela 3.30.
117
TABELA 3.30 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes na polpa cítrica, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson (1965), com a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 74,01 17,05 23,03 91,90 56,11 0,84 0,19
Glutamato 40,78 14,43 35,38 55,93 25,64 0,61 0,22
Serina 50,01 17,23 34,46 68,10 31,92 0,42 0,15
Glicina 70,14 7,08 10,09 77,57 62,71 0,30 0,03
Histidina 60,42 11,63 19,24 72,62 48,22 0,32 0,06
Arginina 57,83 11,74 20,30 70,15 45,51 0,37 0,08
Treonina 67,42 14,73 21,85 82,88 51,96 0,26 0,06
Alanina 68,35 11,99 17,54 80,93 55,77 0,28 0,05
Prolina 80,32 11,75 14,63 92,65 67,99 1,00 0,15
Tirosina 86,50 3,96 4,58 90,66 82,34 0,22 0,01
Valina 68,21 8,10 11,88 76,71 59,70 0,20 0,02
Metionina 63,49 16,62 26,17 80,93 46,05 0,43 0,11
Isoleucina 77,74 7,54 9,70 85,65 69,83 0,20 0,02
Leucina 70,75 11,32 16,01 82,63 58,86 0,40 0,06
Cistina 65,41 10,93 16,71 76,88 53,94 0,07 0,01
Fenilalanina 72,60 11,62 16,00 84,79 60,40 0,42 0,07
Lisina 72,80 6,80 9,35 79,94 65,66 0,18 0,02
Soma dos
aminoácidos
81,63 2,12 2,60 83,86 79,41 6,50 0,81
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
Como os CBap da polpa cítrica podem estar subestimados, por
interferência da fibra, pode até ser que os CBv dos aminoácidos da polpa cítrica,
possivelmente superestimados, coincidentemente se aproximem mais dos
valores reais que os CBap. Mesmo assim, sugere-se a utilização dos CBap em
detrimento dos CBv, pois os CBv dos aminoácidos de outros alimentos,
utilizando as mesmas perdas endógenas e os mesmos cálculos deste alimento,
118
apresentaram valores aparentemente irreais, mais reforçando a existência de
interações entre ingredientes que dificultando a mensuração de CB pela
metodologia proposta por Matterson (1965).
Os coeficientes de biodisponibilidade dos aminoácidos e valores de
aminoácidos biodisponíveis da levedura de cerveja se encontram na tabela 3.31.
TABELA 3.31 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes na levedura de cerveja,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV (%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 70,67 8,75 12,39 79,86 61,48 3,06 0,38
Glutamato 10,45 7,26 69,44 18,07 2,83 0,79 0,55
Serina -1,83 4,05 -220,83 2,42 -6,08 -0,04 0,09
Glicina 3,57 6,18 173,05 10,06 -2,91 0,08 0,13
Histidina 16,20 8,22 50,71 24,82 7,58 0,14 0,07
Arginina 53,07 7,30 13,75 60,73 45,41 1,25 0,17
Treonina 76,14 10,09 13,25 86,73 65,56 1,45 0,19
Alanina 88,04 15,04 17,09 103,82 72,25 3,36 0,57
Prolina 70,13 19,14 27,29 90,22 50,04 1,39 0,38
Tirosina 74,24 19,83 26,71 95,05 53,43 0,43 0,11
Valina 74,13 20,61 27,80 95,76 52,50 1,78 0,50
Metionina 29,00 9,07 31,28 38,52 19,48 0,19 0,06
Isoleucina 94,23 6,56 6,96 101,12 87,35 2,46 0,17
Leucina 92,19 10,16 11,03 102,85 81,52 3,17 0,35
Cistina -2,30 6,64 -289,06 4,67 -9,27 -0,01 0,01
Fenilalanina -1,08 6,34 -587,18 5,57 -7,73 -0,02 0,12
Lisina 0,03 4,01 437,04 5,13 -3,29 0,03 0,15
Soma dos
aminoácidos
46,21 3,38 7,32 49,76 42,66 19,52 1,45
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
119
A levedura de cerveja normalmente é incluída em baixa concentração
nos alimentos e possui de 45 a 50% de proteínas em sua composição. O teor de
proteína da ração teste, então, foi de 26%, que é mais de 6% superior ao teor de
PB da ração referência.
Neste experimento foram incluídos cerca de 30% de levedura de cerveja
na ração teste e podemos perceber claramente que, pelo menos nesta inclusão, os
aminoácidos da levedura de cerveja apresentam baixa biodisponibilidade para
papagaios.
A baixa biodisponibilidade de alguns aminoácidos, associada às
interações com outros componentes da dieta, discutidos anteriormente, podem
ter sido o motivo do aparecimento de coeficientes de biodisponibilidade aparente
negativo que normalmente seria impossível, principalmente para papagaios, que
teoricamente apresentam baixa ou nenhuma interferência da microflora intestinal
por não possuírem cecos e apresentarem o cólon curto e altas taxas de passagem
da digesta.
Os coeficientes de variação foram os mais altos, prejudicando a
confiabilidade do resultado. Apareceram valores irreais para os coeficientes de
variação, como, por exemplo, 437% para lisina. Isto ocorre pela presença de
coeficientes de biodisponibilidade próximos de zero no cálculo do coeficiente de
variação.
A partir dos dados encontrados nesta tabela pode-se sugerir que a
levedura de cerveja, em uma inclusão de 30%, não é uma boa fonte de
aminoácidos para papagaios verdadeiros em manutenção.
Na tabela 3.32 estão presentes os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira dos aminoácidos e valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros da levedura de cerveja.
120
TABELA 3.32 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes na levedura de cerveja,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV (%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 69,69 9,12 13,08 79,26 60,12 3,02 0,40
Glutamato 9,34 7,20 77,13 16,89 1,78 0,71 0,55
Serina -3,02 4,13 -136,74 1,32 -7,36 -0,06 0,09
Glicina 1,16 7,16 618,57 8,68 -6,36 0,02 0,15
Histidina 18,94 8,24 43,52 27,58 10,29 0,16 0,07
Arginina 51,19 11,82 23,09 63,60 38,79 1,20 0,28
Treonina 72,99 11,69 16,02 85,26 60,72 1,39 0,22
Alanina 82,28 15,52 18,86 98,57 65,99 3,14 0,59
Prolina 70,32 17,21 24,47 88,38 52,26 1,39 0,34
Tirosina 78,86 21,93 27,81 101,88 55,85 0,45 0,13
Valina 71,08 19,89 27,99 91,96 50,20 1,71 0,48
Metionina 31,02 8,30 26,75 39,73 22,31 0,21 0,06
Isoleucina 91,14 5,90 6,48 97,34 84,95 2,38 0,15
Leucina 91,85 10,25 11,16 102,62 81,09 3,16 0,35
Cistina -0,43 6,78 -1586 6,69 -7,54 -0,01 0,01
Fenilalanina -4,54 4,61 -101 0,30 -9,38 -0,09 0,09
Lisina -0,01 4,64 -3276 4,86 -4,88 -0,01 0,17
Soma dos
aminoácidos
44,64 3,65 8,19 48,47 40,80 18,80 1,52
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
Além das considerações feitas para os dados apresentados tabela 3.31,
outra consideração importante deve ser feita para aos CBv dos aminoácidos da
levedura de cerveja para papagaios. Os CBv dos aminoácidos da levedura de
cerveja, para papagaios verdadeiros, na inclusão de 30%, podem ser menores
que os apresentados na tabela 3.32 devido a interações entre nutrientes da dieta
já discutidos anteriormente.
121
Na tabela 3.33 estão descritos os coeficientes de biodisponibilidade dos
aminoácidos do mamão desidratado para papagaios.
TABELA 3.33 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes no mamão desidratado,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 97,24 11,20 11,52 108,99 85,48 0,35 0,04
Glutamato 99,93 16,14 16,15 116,87 83,00 0,26 0,04
Serina 90,75 13,85 15,26 105,28 76,21 0,07 0,01
Glicina 89,21 12,20 13,67 102,01 76,41 0,06 0,01
Histidina 98,13 4,87 4,96 103,24 93,03 0,04 0,01
Arginina 130,25 29,66 22,77 161,38 99,13 0,09 0,02
Treonina 96,19 9,61 9,99 106,27 86,10 0,07 0,01
Alanina 100,01 16,30 16,30 117,12 82,90 0,08 0,01
Prolina 103,68 6,22 6,00 110,21 97,16 0,09 0,01
Tirosina 102,72 4,96 4,83 107,93 97,52 0,05 0,01
Valina 86,16 12,05 13,98 98,81 73,52 0,06 0,01
Metionina 101,82 3,52 3,46 105,52 98,13 0,02 0,01
Isoleucina 92,16 5,71 6,19 98,15 86,17 0,07 0,01
Leucina 84,78 12,82 15,12 98,23 71,33 0,08 0,01
Cistina 112,20 25,47 22,70 138,93 85,47 0,01 0,00
Fenilalanina 76,38 8,88 11,62 85,69 67,06 0,06 0,01
Lisina 97,74 5,55 5,68 103,56 91,92 0,19 0,01
Soma dos
aminoácidos
98,43 8,34 8,48 107,19 89,67 1,63 0,14
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
aparente do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP
ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
Com relação ao mamão desidratado, este possui apenas 2% de proteína
na matéria seca, portanto a ração teste ficou com 13% de proteína, 7% a menos
122
de PB que a ração referência. A menor quantidade de PB da ração teste acaba
por poder melhorar a atuação das enzimas digestivas, assim como a absorção de
aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos em seus sítios de absorção. Sendo assim,
a melhoria da digestibilidade da ração referência poderá ser creditada ao mamão.
Este fato é confirmado pela presença de coeficientes de
biodisponibilidades de aminoácidos acima de 100% (tabela 3.33). A arginina do
mamão desidratado, por exemplo, apresentou um coeficiente de 130%,
sugerindo que a absorção de arginina do mamão pela ave é 30% maior do que o
máximo de arginina que o mamão pode oferecer. Este fato mostra interações
entre os alimentos, já que CB de 130% pode ser interpretado como a capacidade
do mamão desidratado poder aumentar em 30% do seu próprio valor de
biodisponibilidade de aminoácidos pela melhoria na biodisponibilidade dos
aminoácidos dos outros ingredientes da dieta. Claro que este valor corresponde a
30% de inclusão de mamão desidratado em uma dieta que apresenta em torno de
20% de PB na MS.
Na tabela 3.34 estão descritos os coeficientes de biodisponibilidade
verdadeira dos aminoácidos do mamão desidratado para papagaios verdadeiros,
assim como seus valores em aminoácidos biodisponíveis verdadeiros.
123
TABELA 3.34 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes no mamão desidratado,
mensurados pela metodologia proposta por Matterson (1965),
com a estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 101,69 9,54 9,38 111,71 91,68 0,36 0,03
Glutamato 105,53 13,32 12,63 119,51 91,54 0,27 0,03
Serina 97,74 11,01 11,27 109,30 86,19 0,07 0,01
Glicina 104,40 16,30 15,62 121,51 87,29 0,07 0,01
Histidina 113,08 10,76 9,52 124,38 101,79 0,04 0,01
Arginina 165,99 24,17 14,56 191,37 140,62 0,11 0,02
Treonina 116,75 11,40 9,76 128,72 104,79 0,08 0,01
Alanina 110,15 13,57 12,32 124,39 95,91 0,09 0,01
Prolina 116,52 11,82 10,14 128,93 104,12 0,10 0,01
Tirosina 115,01 10,19 8,86 125,71 104,31 0,05 0,01
Valina 93,65 11,36 12,13 105,57 81,73 0,07 0,01
Metionina 109,89 5,02 4,57 115,16 104,62 0,03 0,01
Isoleucina 100,32 5,74 5,72 106,34 94,30 0,08 0,01
Leucina 87,06 11,47 13,18 99,10 75,02 0,09 0,01
Cistina 117,21 23,57 20,11 141,95 92,48 0,01 0,00
Fenilalanina 92,13 14,78 16,05 107,65 76,62 0,07 0,01
Lisina 104,10 6,21 5,96 110,62 97,59 0,20 0,01
Soma dos
aminoácidos
108,94 5,40 4,96 114,61 103,27 1,79 0,09
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
Como o mamão desidratado possui somente 2% de PB, os altos valores
de perdas endógenas podem aumentar ainda mais os CB dos seus aminoácidos,
que já são altos por sua alta digestibilidade, associada ao seu baixo conteúdo
protéico. Assim, temos o incrível coeficiente de 166% para a biodisponibilidade
verdadeira da arginina do mamão para papagaios, por exemplo. Portanto,
recomenda-se o uso da tabela 3.33 em detrimento da tabela 3.34.
124
Na tabela 3.35 encontram-se os coeficientes de biodisponibilidade
aparente dos aminoácidos da soja micronizada para papagaios verdadeiros,
assim como seus valores de aminoácidos biodisponíveis.
TABELA 3.35 - Coeficiente de biodisponibilidade aparente dos aminoácidos e
valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes para
Amazona aestiva presentes na soja micronizada, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBap
1
(%)
DP
CBap
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABap
(%)
DP
ABap
Aspartato 94,35 7,16 7,59 101,86 86,83 4,51 0,34
Glutamato 99,07 0,95 0,96 100,07 98,08 7,44 0,07
Serina 98,30 0,81 0,83 99,16 97,45 2,25 0,02
Glicina 94,27 8,08 8,58 102,76 85,79 1,70 0,15
Histidina 81,08 1,32 1,62 82,47 79,70 0,80 0,01
Arginina 96,23 4,41 4,58 100,86 91,60 2,66 0,12
Treonina 97,54 2,07 2,12 99,71 95,37 1,75 0,04
Alanina 97,42 2,37 2,43 99,90 94,93 1,49 0,04
Prolina 31,31 9,02 28,82 40,78 21,84 0,76 0,22
Tirosina 87,44 7,12 8,14 94,91 79,97 1,39 0,11
Valina 94,81 8,90 9,38 104,14 85,47 1,97 0,18
Metionina 95,59 8,06 8,43 104,05 87,13 0,74 0,06
Isoleucina 98,46 0,82 0,84 99,33 97,60 1,97 0,02
Leucina 97,37 1,45 1,49 98,89 95,85 2,79 0,04
Cistina 97,63 1,34 1,37 99,04 96,23 0,67 0,01
Fenilalanina 57,03 10,90 19,11 68,47 45,59 1,05 0,20
Lisina 87,16 3,83 4,39 91,18 83,14 2,30 0,10
Soma dos
aminoácidos
90,29 1,82 2,02 92,20 88,38 36,24 0,74
1. CBap = Média do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; DP CBap =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; CV = Coeficiente
de variação do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC max = Intervalo
de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido; IC min =
Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido;
ABap = Aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento DP ABap = Desvio padrão dos
aminoácidos biodisponíveis aparentes do alimento
125
A soja micronizada apresenta teores de 42% de PB e 25% de EE na MN.
O teor de proteína da ração teste, então, foi em torno de 25%; que é 5% acima
do teor de PB da ração referência. Assim, a provável interação entre as proteínas
dos ingredientes da dieta pode ter diminuído os CBap nesta inclusão.
Ao mesmo tempo, a soja micronizada também possui altos teores de EE.
Este EE pode estimular a secreção de colecistoquinina, que, por sua vez, pode
estimular o pâncreas a secretar mais suco pancreático, aumentando a quantidade
de enzimas digestivas no lúmen intestinal, inclusive as proteases e peptidases,
que melhoram a biodisponibilidade dos aminoácidos da dieta como um todo.
O valor aumentado da biodisponibilidade da ração referência presente na
ração teste pode ter sido creditado à soja micronizada. Assim, pode ser que os
CB dos aminoácidos da soja micronizada estejam mais altos na tabela 3.35.
A maioria dos coeficientes apresentados nesta tabela está acima de 90%,
sugerindo que o teor de gordura pode ter tido maior atuação que o teor de
proteína da dieta na mensuração dos coeficientes de biodisponibilidade aparente
dos aminoácidos da soja micronizada.
A principal diferença entre o farelo de soja e a soja micronizada é que
no farelo de soja o óleo é extraído e na soja micronizada não. Ambos são
submetidos a altas temperaturas, porém por processamentos diferentes.
Entretanto, todos os CBap da soja micronizada foram maiores que os CBap do
farelo de soja, com exceção do CBap da fenilalanina, mostrando mais uma vez a
interação das gorduras e fibras dietéticas com a biodisponibilidade dos
aminoácidos.
Os coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos da
soja micronizada para papagaios estão descritos na tabela 3.36 e seguem os
mesmos padrões dos outros alimentos já que foram obtidos a partir das mesmas
perdas endógenas.
126
TABELA 3.36 - Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos
e valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros para
Amazona aestiva presentes na soja micronizada, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson (1965), com a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
CBv
1
(%)
DP
CBv
CV
(%)
IC
Max
IC
Min
ABv
(%)
DP
ABv
Aspartato 94,07 6,46 6,86 100,84 87,29 4,50 0,31
Glutamato 99,08 2,88 2,91 102,11 96,05 7,44 0,22
Serina 98,25 2,38 2,42 100,75 95,76 2,24 0,05
Glicina 96,14 10,93 11,37 107,61 84,66 1,74 0,20
Histidina 86,77 7,50 8,65 94,64 78,89 0,86 0,07
Arginina 99,17 12,10 12,20 111,87 86,47 2,74 0,33
Treonina 99,22 7,91 7,97 107,52 90,92 1,78 0,14
Alanina 97,64 4,36 4,46 102,22 93,07 1,49 0,07
Prolina 33,19 13,80 41,57 47,67 18,71 0,80 0,33
Tirosina 90,59 5,00 5,51 95,83 85,35 1,44 0,08
Valina 93,51 7,36 7,87 101,24 85,79 1,94 0,15
Metionina 99,36 5,89 5,93 105,54 93,17 0,77 0,05
Isoleucina 97,85 2,94 3,01 100,94 94,77 1,96 0,06
Leucina 97,72 2,12 2,17 99,94 95,49 2,80 0,06
Cistina 98,51 2,28 2,32 100,90 96,11 0,67 0,02
Fenilalanina 56,80 15,33 26,99 72,89 40,71 1,05 0,28
Lisina 88,77 6,04 6,80 95,11 82,44 2,34 0,16
Soma dos
aminoácidos
91,18 4,49 4,93 95,90 86,46 36,57 1,76
1. CBv = Média do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; DP CBv =
Desvio padrão do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; CV =
Coeficiente de variação do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do aminoácido; IC
max = Intervalo de confiança máximo do coeficiente de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido; IC min = Intervalo de confiança mínimo do coeficiente de biodisponibilidade
verdadeira do aminoácido; ABap = Aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento
DP ABap = Desvio padrão dos aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do alimento.
As discussões anteriores com relação às perdas endógenas e à estatística
descritiva também valem para os CBv da soja micronizada.
Segundo Rostagno (2005), os valores de aminoácidos biodisponíveis da
soja micronizada na matéria natural, obtidos por galos tiflectomizados, são
2,19% de lisina; 0,50% de metionina; 1,38% de treonina; 2,79% de arginina;
127
1,68% de isoleucina; 1,77% de valina; 2,79% de leucina; 0,97% de histidina;
1,90% de fenilalanina.
Comparando os ABv da soja micronizada em frangos e papagaios, e
considerando que este alimento contenha 92,43% de matéria seca (Rostagno,
2005), pode-se perceber que a soja micronizada apresenta o dobro de
fenilalanina biodisponível verdadeira para frangos que para papagaios (2,06%
contra 1,05%, respectivamente), os valores da histidina, arginina e leucina
biodisponíveis verdadeiras foram um pouco maiores para frangos que para
papagaios (1,05% contra 0,86%; 3,02% contra 2,74% e 3,02% contra 2,80%,
respectivamente), a lisina e valina biodisponíveis verdadeiras foram iguais para
ambas as espécies (2,37% contra 2,34%; 1,91% contra 1,94%, respectivamente)
e a treonina, metionina e isoleucina biodisponíveis verdadeiras foram menores
para frangos que para papagaios (1,49% contra 1,78%, 0,54% contra 0,77% e
1,82% contra 1,96%, respectivamente).
4. CONCLUSÕES
Os coeficientes de biodisponibilidade dos aminoácidos dos alimentos
testados, assim como seus valores em aminoácidos disponíveis, foram
mensurados.
Existe interação entre os nutrientes da dieta.
Interações entre nutrientes da dieta associado ao uso da metodologia de
Matterson (1965) dificultam a extrapolação dos coeficientes de
biodisponibilidade dos aminoácidos obtidos para outros níveis de inclusão do
mesmo alimento.
Não se deve extrapolar CBap e CBv obtidos em galos, mesmo
tiflectomizados, para papagaios.
128
Os coeficientes de biodisponibilidade verdadeira dos aminoácidos e
aminoácidos biodisponíveis verdadeiros, para papagaios verdadeiros, não devem
ser utilizados quando as perdas endógenas forem obtidas com papagaios em
jejum de 72 horas.
A metodologia da digestibilidade aparente e verdadeira da PB corrigida
pelo ácido úrico não substitui a metodologia da mensuração da
biodisponibilidade aparente e verdadeira da soma dos aminoácidos por HPLC,
em papagaios em manutenção.
A melhor metodologia de avaliação da digestibilidade da proteína foi a
da mensuração da biodisponibilidade aparente da soma de todos os aminoácidos
analisados por HPLC.
A proteína da semente de girassol pode ser considerada de alto valor
biológico para papagaios.
129
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AAFCO - ASSOCIATION OF AMERICAN FEED CONTROL OFFICIALS
INCORPORATED. Nutrition expert panel review: new rules for feeding pet
birds. Feed Management, Sea Isle City, v.49, n. 2, Feb. 1998.
ALBINO, L. T. F. Sistemas de avaliação nutricional de alimentos e suas
aplicações na formulação de rações para frangos de corte. 1991. 141 p. Tese
(Doutorado) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
ARABA, M.; DALE, N.M. Evaluation of protein solubility as an indicator of
overprocessing soybean meal. Poultry Science, Champaign, v. 69, n. 1, p. 76-
83, Jan. 1990.
BATH, D.; DUNBAR, J.; KING, J.; BERRY, S.; OLBRICH, S. Byproducts and
unusual feedstuffs. Feedstuffs, Minneapolis, v. 71, n. 31, p. 32-38, July 1999.
BRYDEN, W.L.; LI, X. Utilization of digestible aminoacids by broilers.
Sidney: RIRDC Publishing, 2004. 42 p.
CUNNIFF, P. (Ed.) Official methods of analysis of AOAC International. 16.
ed. Arlington: AOAC International, 1995. v. 1.
FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por meio do SISVAR (Sistema para
análise de variância) para Windows versão 4. 0. In: REUNIÃO ANUAL DA
REGIÃO BRASILEIRA PARA A SOCIEDADE INTERNACIONAL DE
BIOMETRIA, 45., São Carlos, 2000. Anais... São Carlos, Universidade de São
Carlos, 2000. p. 255-258.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro:
Guanabara-Koogan. 10ed., 2002. 973 p.
MARQUARDT, R. R. A simple spectrofotometric method for direct
determination of uric acid in avian excreta. Poultry Science, Champaign, v. 62,
n. 10, p. 2106-2108, 1983.
MATTERSON, L. D.; POTTER, L. M.; STUTZ, M. W.; SINGSEN, E. P. The
metabolizable energy of feed ingredients for chickens. Storrs, Connecticut:
The University of Connecticut, Agricultural Experiment Station, 1965. 11 p.
(Research Report, 7).
130
RITCHIE, B. W.; HARRISON, G. J.; HARRISON, L. R. Avian medicine;
principles and application. Flórida: Wingers publishing, 1994. 1384 p.
RODRIGUES, P. B. Digestibilidade de nutrientes e valores energéticos de
alguns alimentos para aves. 2000. 227 p. Tese (Doutorado) - Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
ROSTAGNO, H. S.; SILVA, D. J.; ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J. L.;
GOMES, P. C.; OLIVEIRA, R. T.; LOPES, D. C.; FERREIRA, A. S.;
BARRETO, S. L. T. Tabelas brasileiras para aves e suínos; composição de
alimentos e exigências nutricionais. Viçosa: UFV. Imprensa Universitária, 2005.
186 p.
SAAD, C. E. P. Avaliação de alimentos e determinação das necessidades de
proteína para manutenção de papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva).
2003. 178 p. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte.
SAAD, C. E. P.; FERREIRA, W. M.; SAAD, F. M. O. B.; LARA, L. B.
Consumo voluntário de rações comerciais e semente de girassol para papagaios-
verdadeiros (Amazona aestiva). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, 2006e. no
prelo.
SAAD, C. E. P.; FERREIRA, W. M.; SAAD, F. M. O. B.; LARA, L. B. Energia
Metabolizável de alimentos utilizados na formulação de rações para papagaios-
verdadeiros (Amazona aestiva). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, 2006d. no
prelo.
SIBBALD, I. R. A bioassay for true metabolizable energy in feedingstuffs.
Poultry Science, Champaign, v. 55, n. 1, p. 303-308, Jan. 1976.
131
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A Pág.
TABELA 1A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes da semente de aveia para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente..........
140
TABELA 2A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros da semente de aveia para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada
nutriente..................................
141
TABELA 3A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes da banana desidratada para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente..... 142
TABELA 4A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros da banana desidratada para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente..... 143
TABELA 5A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes da clara de ovo para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente.......... 144
TABELA 6A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros da clara de ovo, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente.......... 145
132
ANEXO A g.
TABELA 7A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes da gema de ovo, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente..........
146
TABELA 8A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros da gema de ovo, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente..........
147
TABELA 9A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes do ovo integral desidratado, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente.....
148
TABELA 10A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros do ovo integral desidratado, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente.....
149
TABELA 11A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes do farelo de girassol, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente..... 150
TABELA 12A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros do farelo de girassol, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente..... 151
133
ANEXO A g.
TABELA 13A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes do farelo de soja, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente..........
152
TABELA 14A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros do farelo de soja, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente..........
153
TABELA 15A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes do farelo de trigo, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente..........
154
TABELA 16A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros do farelo de trigo, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente..........
155
TABELA 17A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes do gérmen de trigo, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente.......... 156
TABELA 18A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros do gérmen de trigo, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente..... 157
134
ANEXO A g.
TABELA 19A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes do milho integral moído, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente.....
158
TABELA 20A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros do milho integral moído, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente.....
159
TABELA 21A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes do milho gelatinizado, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente.....
160
TABELA 22A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros do milho gelatinizado, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente.....
161
TABELA 23A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes da polpa cítrica, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente.......... 162
TABELA 24A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros da polpa cítrica, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente.......... 163
135
ANEXO A g.
TABELA 25A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes da levedura de cerveja, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente.....
164
TABELA 26A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros da levedura de cerveja, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente.....
165
TABELA 27A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes do mamão, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente..........
166
TABELA 28A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros do mamão, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente..........
167
TABELA 29A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes da soja micronizada, para papagaios
verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente.......... 168
TABELA 30A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros da soja micronizada, para
papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965,
e a estatística descritiva para cada nutriente..... 169
TABELA 31A Valores de aminoácidos biodisponíveis
aparentes da semente de girassol sem casca
1
,
oferecida pura “in natura”................................ 170
136
ANEXO A g.
TABELA 32A Valores de aminoácidos biodisponíveis
verdadeiros da semente de girassol sem
casca
1
, oferecida pura “in natura”....................
171
137
ANEXO B Pág.
TABELA 1B A Análise de Variância (a mesma para os 2
experimentos)................................................... 172
TABELA 2B Matéria seca e porcentagem de substituição
dos alimentos estudados................................... 172
TABELA 3B Peso médio das aves (Kg), e Peso metabólico
(PV
0,75
), das aves utilizadas no experimento.... 173
138
ANEXO C Pág.
ANEXO 1C Coeficiente de digestibilidade aparente da
proteína bruta.................................................... 174
ANEXO 2C Fator de correção da proteína bruta pelo ácido
úrico.................................................................. 174
ANEXO 3C Coeficiente de digestibilidade aparente da
proteína bruta corrigida pelo ácido úrico............ 174
ANEXO 4C Coeficiente de biodisponibilidade aparente de
cada aminoácido e da soma dos aminoácidos
analisados......................................................... 175
ANEXO 5C Coeficiente de digestibilidade verdadeira da
proteína bruta.................................................... 175
ANEXO 6C Coeficiente de digestibilidade verdadeira da
proteína bruta corrigido pelo ácido úrico............
175
ANEXO 7C Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira
de cada aminoácido e da soma dos
aminoácidos...................................................... 176
ANEXO 8C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de digestibilidade aparente da proteína bruta
da ração referência........................................... 176
ANEXO 9C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de digestibilidade aparente da proteína bruta
da ração teste.................................................... 176
ANEXO 10C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de digestibilidade aparente da proteína bruta
corrigida pelo ácido úrico.................................
177
ANEXO 11C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de biodisponibilidade aparente do aminoácido
da ração referência........................................... 177
ANEXO 12C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de biodisponibilidade aparente do aminoácido
da ração teste.......................................................... 177
139
ANEXO C Pág.
ANEXO 13C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de digestibilidade aparente do aminoácido do
alimento............................................................
178
ANEXO 14C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de digestibilidade verdadeira da proteína bruta 178
ANEXO 15C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de digestibilidade verdadeira da proteína bruta
corrigido pelo ácido úrico................................
178
ANEXO 16C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de biodisponibilidade verdadeira do
aminoácido da ração referência........................ 179
ANEXO 17C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de biodisponibilidade aparente do aminoácido
da ração teste.................................................... 179
ANEXO 18C Equações utilizadas no cálculo do coeficiente
de digestibilidade aparente do aminoácido do
alimento............................................................ 179
140
ANEXO A
TABELA 1A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes da semente de
aveia para papagaios verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a estatística descritiva para
cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,5870 0,0721 12,2828 0,6627 0,5113
Glutamato 1,8280 0,3076 16,8259 2,1508 1,5051
Serina 0,5060 0,1629 32,2011 0,6770 0,3350
Glicina 0,6134 0,0150 2,4535 0,6292 0,5976
Histidina 0,2591 0,0102 3,9217 0,2698 0,2485
Arginina 0,6768 0,1375 20,3203 0,8211 0,5324
Treonina 0,2926 0,0655 22,3685 0,3613 0,2239
Alanina 0,4899 0,1409 28,7679 0,6378 0,3420
Prolina 0,4536 0,0772 17,0093 0,5346 0,3726
Tirosina 0,4925 0,0515 10,4514 0,5465 0,4385
Valina 0,5665 0,0437 7,7104 0,6123 0,5207
Metionina 0,2072 0,0296 14,2685 0,2383 0,1762
Isoleucina 0,4934 0,0161 3,2583 0,5103 0,4765
Leucina 0,7376 0,2308 31,2871 0,9799 0,4954
Cistina 0,1876 0,0175 9,3426 0,2060 0,1692
Fenilalanina 0,6746 0,0139 2,0541 0,6891 0,6600
Lisina 0,5514 0,0269 4,8812 0,5797 0,5232
Soma dos
aminoácidos
9,6171 0,2363 2,4567 9,8651 9,3691
141
TABELA 2A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros da semente
de aveia para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,6392 0,0746 11,6703 0,7175 0,5609
Glutamato 1,9474 0,3334 17,1201 2,2973 1,5975
Serina 0,5463 0,1668 30,5242 0,7214 0,3713
Glicina 0,7026 0,0437 6,2142 0,7484 0,6567
Histidina 0,3077 0,0110 3,5769 0,3192 0,2961
Arginina 0,9570 0,1421 14,8520 1,1062 0,8078
Treonina 0,3830 0,0469 12,2366 0,4322 0,3338
Alanina 0,5378 0,1247 23,1866 0,6686 0,4069
Prolina 0,5455 0,0783 14,3459 0,6277 0,4634
Tirosina 0,5586 0,0693 12,3978 0,6313 0,4859
Valina 0,6006 0,0430 7,1541 0,6457 0,5555
Metionina 0,2312 0,0352 15,2205 0,2681 0,1942
Isoleucina 0,5307 0,0249 4,6908 0,5568 0,5045
Leucina 0,7581 0,2276 30,0170 0,9970 0,5193
Cistina 0,1972 0,0178 9,0362 0,2159 0,1785
Fenilalanina 0,7579 0,0371 4,8910 0,7968 0,7190
Lisina 0,5951 0,0299 5,0229 0,6264 0,5637
Soma dos
aminoácidos
10,7958 0,4014 3,7179 11,2171 10,3745
142
TABELA 3A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes da banana
desidratada para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,3694 0,0245 6,6222 0,3951 0,3437
Glutamato 0,2648 0,0234 8,8275 0,2893 0,2402
Serina 0,1261 0,0039 3,0872 0,1302 0,1220
Glicina 0,1904 0,0065 3,4097 0,1972 0,1836
Histidina 0,1918 0,0303 15,8130 0,2236 0,1600
Arginina 0,1482 0,0158 10,6924 0,1648 0,1316
Treonina 0,0943 0,0164 17,3346 0,1115 0,0772
Alanina 0,1480 0,0101 6,8065 0,1586 0,1374
Prolina 0,1928 0,0126 6,5157 0,2060 0,1796
Tirosina 0,1724 0,0126 7,3259 0,1856 0,1591
Valina 0,1596 0,0116 7,2843 0,1718 0,1474
Metionina 0,0478 0,0063 13,2004 0,0544 0,0412
Isoleucina 0,1329 0,0086 6,4991 0,1420 0,1238
Leucina 0,1967 0,0406 20,6554 0,2393 0,1540
Cistina 0,0321 0,0029 9,0318 0,0351 0,0290
Fenilalanina 0,1322 0,0079 5,9488 0,1405 0,1240
Lisina 0,1266 0,0115 9,0654 0,1387 0,1146
Soma dos
aminoácidos
2,7261 0,1038 3,8066 2,8350 2,6171
143
TABELA 4A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros da banana
desidratada para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,3966 0,0235 5,9136 0,4212 0,3720
Glutamato 0,2909 0,0206 7,0918 0,3126 0,2693
Serina 0,1411 0,0041 2,8828 0,1453 0,1368
Glicina 0,2270 0,0107 4,7065 0,2382 0,2158
Histidina 0,2336 0,0333 14,2528 0,2685 0,1986
Arginina 0,2187 0,0110 5,0165 0,2302 0,2072
Treonina 0,1295 0,0126 9,7029 0,1427 0,1163
Alanina 0,1722 0,0082 4,7891 0,1808 0,1635
Prolina 0,2276 0,0162 7,1040 0,2445 0,2106
Tirosina 0,1956 0,0140 7,1660 0,2103 0,1809
Valina 0,1777 0,0103 5,7983 0,1885 0,1669
Metionina 0,0552 0,0058 10,5052 0,0613 0,0491
Isoleucina 0,1458 0,0083 5,7069 0,1545 0,1370
Leucina 0,2049 0,0401 19,5754 0,2470 0,1628
Cistina 0,0352 0,0026 7,3761 0,0380 0,0325
Fenilalanina 0,1624 0,0124 7,6319 0,1754 0,1494
Lisina 0,1403 0,0113 8,0194 0,1521 0,1285
Soma dos
aminoácidos
3,1541 0,0864 2,7386 3,2448 3,0635
144
TABELA 5A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes da clara de
ovo para papagaios verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a estatística descritiva para
cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 4,5667 0,5072 11,1075 5,0991 4,0343
Glutamato 7,9847 0,8824 11,0511 8,9108 7,0585
Serina 4,3770 0,8593 19,6324 5,2789 3,4750
Glicina 2,0454 0,5087 24,8683 2,5793 1,5115
Histidina 1,2842 0,3424 26,6647 1,6437 0,9248
Arginina 3,8302 0,3641 9,5056 4,2124 3,4481
Treonina 2,2596 0,5117 22,6456 2,7966 1,7225
Alanina 5,0878 0,3573 7,0234 5,4628 4,7127
Prolina 2,2228 0,7987 35,9321 3,0612 1,3845
Tirosina 2,5546 0,3744 14,6559 2,9475 2,1616
Valina 4,9668 0,5798 11,6740 5,5754 4,3582
Metionina 2,7754 0,3136 11,2991 3,1045 2,4462
Isoleucina 3,5776 0,3489 9,7520 3,9438 3,2114
Leucina 0,9937 0,1760 17,7102 1,1784 0,8090
Cistina 1,2276 0,1104 8,9899 1,3435 1,1118
Fenilalanina 2,6054 0,5853 22,4660 3,2197 1,9910
Lisina 4,8053 0,2112 4,3952 5,0270 4,5836
Soma dos
aminoácidos
57,1648 4,6300 8,0993 62,0244 52,3051
145
TABELA 6A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros da clara de
ovo, para papagaios verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a estatística descritiva para
cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 4,3793 0,4973 11,3548 4,9012 3,8574
Glutamato 7,6750 0,8679 11,3075 8,5859 6,7641
Serina 4,1437 0,8664 20,9100 5,0531 3,2343
Glicina 1,9218 0,5191 27,0098 2,4666 1,3770
Histidina 1,2278 0,3969 32,3309 1,6444 0,8111
Arginina 3,3761 0,6373 18,8757 4,0450 2,7072
Treonina 2,0153 0,5159 25,5987 2,5567 1,4738
Alanina 4,7584 0,3099 6,5119 5,0836 4,4332
Prolina 2,1611 0,8808 40,7578 3,0856 1,2366
Tirosina 2,4710 0,3499 14,1620 2,8383 2,1037
Valina 4,6894 0,6059 12,9210 5,3253 4,0534
Metionina 2,6887 0,3220 11,9766 3,0267 2,3507
Isoleucina 3,3497 0,3782 11,2902 3,7466 2,9527
Leucina 1,0022 0,1811 18,0730 1,1923 0,8121
Cistina 1,1979 0,1157 9,6580 1,3193 1,0764
Fenilalanina 2,2197 0,6234 28,0847 2,8740 1,5654
Lisina 4,7238 0,2447 5,1799 4,9806 4,4670
Soma dos
aminoácidos
54,0006 5,2442 9,7113 59,5048 48,4963
146
TABELA 7A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes da gema de
ovo, para papagaios verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a estatística descritiva para
cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 3,3196 0,2276 6,8553 3,5585 3,0807
Glutamato 3,9401 0,3683 9,3484 4,3267 3,5534
Serina 2,8586 0,2146 7,5066 3,0838 2,6333
Glicina 0,9490 0,0218 2,2970 0,9719 0,9262
Histidina 0,7206 0,1115 15,4809 0,8376 0,6035
Arginina 2,4161 0,1273 5,2699 2,5497 2,2824
Treonina 1,4551 0,1035 7,1101 1,5637 1,3465
Alanina 1,6895 0,1185 7,0160 1,8139 1,5651
Prolina 1,5038 0,1888 12,5521 1,7019 1,3057
Tirosina 1,2803 0,0960 7,5005 1,3811 1,1795
Valina 1,7018 0,1470 8,6369 1,8560 1,5475
Metionina 0,9508 0,0904 9,5124 1,0458 0,8559
Isoleucina 1,0156 0,0650 6,4012 1,0839 0,9474
Leucina 1,9982 0,1429 7,1521 2,1482 1,8482
Cistina 0,3230 0,0974 30,1670 0,4253 0,2207
Fenilalanina 1,1310 0,1379 12,1940 1,2758 0,9862
Lisina 2,0245 0,0980 4,8389 2,1273 1,9217
Soma dos
aminoácidos
29,2776 1,2657 4,3230 30,6060 27,9491
147
TABELA 8A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros da gema de
ovo, para papagaios verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a estatística descritiva para
cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 3,4100 0,2515 7,3757 3,6740 3,1460
Glutamato 4,1207 0,4138 10,0431 4,5551 3,6863
Serina 2,8987 0,2354 8,1221 3,1458 2,6516
Glicina 1,0859 0,0450 4,1439 1,1331 1,0387
Histidina 0,8456 0,1270 15,0136 0,9789 0,7124
Arginina 2,8965 0,2894 9,9922 3,2003 2,5927
Treonina 1,6416 0,1521 9,2650 1,8012 1,4820
Alanina 1,7463 0,1380 7,9028 1,8911 1,6014
Prolina 1,6756 0,2144 12,7929 1,9006 1,4506
Tirosina 1,4132 0,0912 6,4515 1,5089 1,3175
Valina 1,7382 0,1476 8,4899 1,8931 1,5833
Metionina 1,0165 0,1006 9,8983 1,1221 0,9109
Isoleucina 1,0714 0,0839 7,8280 1,1594 0,9834
Leucina 2,0348 0,1485 7,3002 2,1907 1,8789
Cistina 0,3427 0,0984 28,7050 0,4460 0,2395
Fenilalanina 1,2410 0,1475 11,8835 1,3958 1,0863
Lisina 2,1440 0,1194 5,5704 2,2694 2,0187
Soma dos
aminoácidos
31,3227 1,9294 6,1596 33,3478 29,2977
148
TABELA 9A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes do ovo integral
desidratado, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 4,2513 0,5895 13,8651 4,8700 3,6326
Glutamato 5,3158 0,7800 14,6740 6,1345 4,4971
Serina 2,8106 0,4718 16,7875 3,3059 2,3154
Glicina 1,3159 0,0565 4,2963 1,3752 1,2565
Histidina 0,7291 0,0610 8,3691 0,7932 0,6651
Arginina 2,2572 0,1683 7,4574 2,4338 2,0805
Treonina 1,6610 0,3758 22,6249 2,0555 1,2666
Alanina 2,0094 0,1809 9,0005 2,1993 1,8196
Prolina 1,3906 0,1700 12,2283 1,5690 1,2121
Tirosina 1,1022 0,0997 9,0421 1,2068 0,9976
Valina 2,0391 0,1141 5,5966 2,1589 1,9193
Metionina 1,2846 0,1310 10,1943 1,4221 1,1472
Isoleucina 1,8393 0,1395 7,5862 1,9858 1,6928
Leucina 2,6350 0,3448 13,0846 2,9969 2,2732
Cistina 0,8785 0,0535 6,0910 0,9346 0,8223
Fenilalanina 2,4282 0,1360 5,6005 2,5710 2,2855
Lisina 2,8184 0,1309 4,6457 2,9559 2,6810
Soma dos
aminoácidos
36,7664 2,1986 5,9800 39,0741 34,4587
149
TABELA 10A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do ovo
integral desidratado, para papagaios verdadeiros, mensurados
pela metodologia proposta por Matterson em 1965, e a
estatística descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 4,2553 0,5597 13,1526 4,8427 3,6678
Glutamato 5,3883 0,7323 13,5902 6,1569 4,6197
Serina 2,7792 0,4512 16,2344 3,2528 2,3057
Glicina 1,3818 0,0586 4,2396 1,4433 1,3204
Histidina 0,7965 0,0801 10,0534 0,8805 0,7124
Arginina 2,3955 0,2975 12,4203 2,7078 2,0832
Treonina 1,6841 0,3355 19,9224 2,0362 1,3319
Alanina 1,9597 0,1499 7,6508 2,1171 1,8023
Prolina 1,4777 0,2041 13,8109 1,6919 1,2635
Tirosina 1,1564 0,0684 5,9182 1,2283 1,0846
Valina 2,0142 0,0974 4,8374 2,1165 1,9119
Metionina 1,3090 0,1280 9,7776 1,4433 1,1747
Isoleucina 1,8213 0,1516 8,3235 1,9804 1,6622
Leucina 2,6412 0,3391 12,8388 2,9971 2,2852
Cistina 0,8818 0,0517 5,8669 0,9361 0,8275
Fenilalanina 2,3525 0,1667 7,0880 2,5275 2,1775
Lisina 2,8608 0,1595 5,5745 3,0282 2,6934
Soma dos
aminoácidos
37,1552 1,6053 4,3206 38,8402 35,4702
150
TABELA 11A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes do farelo de
girassol, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 2,1736 0,0767 3,5274 2,2541 2,0931
Glutamato 4,0939 0,3249 7,9365 4,4349 3,7528
Serina 0,9667 0,0569 5,8838 1,0264 0,9070
Glicina 1,0953 0,0942 8,5995 1,1942 0,9965
Histidina 0,6161 0,0434 7,0468 0,6616 0,5705
Arginina 1,7385 0,3037 17,4716 2,0573 1,4197
Treonina 1,1553 0,0824 7,1286 1,2417 1,0689
Alanina 0,6658 0,0335 5,0358 0,7009 0,6306
Prolina 0,9107 0,0652 7,1565 0,9791 0,8423
Tirosina 0,6094 0,0780 12,8001 0,6913 0,5275
Valina 0,7211 0,3024 41,9371 1,0385 0,4037
Metionina 0,6446 0,0687 10,6541 0,7167 0,5726
Isoleucina 0,7673 0,1888 24,6120 0,9655 0,5691
Leucina 0,8516 0,2859 33,5749 1,1518 0,5515
Cistina 0,2956 0,1089 36,8449 0,4100 0,1813
Fenilalanina 1,0304 0,1162 11,2789 1,1524 0,9084
Lisina 0,9259 0,0418 4,5151 0,9697 0,8820
Soma dos
aminoácidos
19,2618 1,4419 7,4858 20,7752 17,7484
151
TABELA 12A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do farelo
de girassol, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 2,1695 0,0702 3,2363 2,2432 2,0958
Glutamato 4,0765 0,2742 6,7264 4,3643 3,7887
Serina 0,9683 0,0594 6,1342 1,0307 0,9060
Glicina 1,0908 0,0697 6,3943 1,1640 1,0176
Histidina 0,6287 0,0491 7,8152 0,6802 0,5771
Arginina 1,6760 0,1898 11,3254 1,8752 1,4767
Treonina 1,1387 0,0687 6,0313 1,2107 1,0666
Alanina 0,6638 0,0254 3,8263 0,6905 0,6372
Prolina 0,9300 0,0672 7,2221 1,0005 0,8595
Tirosina 0,6248 0,0912 14,5894 0,7205 0,5291
Valina 0,7122 0,2951 41,4356 1,0219 0,4025
Metionina 0,6507 0,0567 8,7136 0,7102 0,5912
Isoleucina 0,7504 0,1905 25,3921 0,9504 0,5504
Leucina 0,8551 0,2815 32,9203 1,1506 0,5596
Cistina 0,2969 0,1054 35,5132 0,4076 0,1862
Fenilalanina 1,0077 0,0784 7,7777 1,0900 0,9255
Lisina 0,9399 0,0422 4,4910 0,9842 0,8956
Soma dos
aminoácidos
19,1800 0,9602 5,0062 20,1878 18,1722
152
TABELA 13A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes do farelo de
soja, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 5,4146 0,3858 7,1248 5,8196 5,0097
Glutamato 7,4138 0,5983 8,0696 8,0417 6,7858
Serina 2,1606 0,2735 12,6569 2,4476 1,8735
Glicina 1,7665 0,2152 12,1838 1,9924 1,5406
Histidina 0,8316 0,1182 14,2169 0,9557 0,7075
Arginina 3,1573 0,3124 9,8956 3,4852 2,8294
Treonina 1,7068 0,2407 14,1030 1,9594 1,4541
Alanina 1,8195 0,1404 7,7166 1,9669 1,6722
Prolina 2,1208 0,3905 18,4107 2,5307 1,7110
Tirosina 1,3148 0,1959 14,8967 1,5204 1,1092
Valina 2,0648 0,2859 13,8461 2,3649 1,7647
Metionina 0,6489 0,0544 8,3861 0,7060 0,5918
Isoleucina 1,9642 0,1717 8,7393 2,1444 1,7841
Leucina 2,6117 0,3491 13,3652 2,9781 2,2453
Cistina 0,4909 0,0793 16,1638 0,5742 0,4076
Fenilalanina 2,5048 0,1544 6,1647 2,6669 2,3427
Lisina 2,7765 0,0861 3,1026 2,8669 2,6860
Soma dos
aminoácidos
40,7682 1,3627 3,3425 42,1984 39,3379
153
TABELA 14A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do farelo
de soja, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 5,3577 0,3427 6,3959 5,7173 4,9980
Glutamato 7,3784 0,6370 8,6332 8,0469 6,7098
Serina 2,1448 0,3038 14,1629 2,4636 1,8260
Glicina 1,7702 0,1782 10,0645 1,9572 1,5832
Histidina 0,8867 0,0753 8,4971 0,9658 0,8076
Arginina 3,0504 0,4592 15,0527 3,5324 2,5685
Treonina 1,7042 0,2340 13,7291 1,9498 1,4586
Alanina 1,7799 0,1322 7,4268 1,9187 1,6412
Prolina 2,1493 0,3570 16,6096 2,5240 1,7746
Tirosina 1,3671 0,1578 11,5441 1,5328 1,2015
Valina 2,0128 0,3033 15,0678 2,3312 1,6945
Metionina 0,6802 0,0424 6,2328 0,7247 0,6357
Isoleucina 1,9282 0,2137 11,0816 2,1525 1,7039
Leucina 2,6097 0,3488 13,3673 2,9758 2,2435
Cistina 0,4986 0,0851 17,0736 0,5879 0,4092
Fenilalanina 2,4048 0,2159 8,9796 2,6314 2,1781
Lisina 2,8115 0,0359 1,2774 2,8492 2,7738
Soma dos
aminoácidos
40,5345 1,6539 4,0803 42,2704 38,7985
154
TABELA 15A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes do farelo de
trigo, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,9099 0,2252 24,7455 1,1462 0,6736
Glutamato 2,5922 0,2593 10,0042 2,8644 2,3200
Serina 0,6286 0,0738 11,7404 0,7060 0,5511
Glicina 0,7567 0,0765 10,1121 0,8370 0,6764
Histidina 0,3445 0,0210 6,1029 0,3666 0,3224
Arginina 1,0548 0,0354 3,3584 1,0920 1,0176
Treonina 0,3448 0,0235 6,8128 0,3695 0,3201
Alanina 0,5241 0,0924 17,6221 0,6211 0,4272
Prolina 0,6589 0,1136 17,2339 0,7781 0,5397
Tirosina 0,3144 0,0408 12,9611 0,3572 0,2717
Valina 0,6082 0,0393 6,4604 0,6494 0,5669
Metionina 0,2453 0,0148 6,0313 0,2609 0,2298
Isoleucina 0,4402 0,0191 4,3464 0,4603 0,4201
Leucina 0,7572 0,0886 11,6966 0,8501 0,6642
Cistina 0,3134 0,0223 7,1172 0,3368 0,2900
Fenilalanina 0,4189 0,0240 5,7218 0,4441 0,3938
Lisina 0,6188 0,0372 6,0052 0,6578 0,5798
Soma dos
aminoácidos
11,5309 0,5830 5,0561 12,1428 10,9189
155
TABELA 16A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do farelo
de trigo, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,9198 0,2267 24,6507 1,1578 0,6818
Glutamato 2,6009 0,3000 11,5344 2,9157 2,2860
Serina 0,6345 0,0878 13,8357 0,7266 0,5423
Glicina 0,7618 0,0696 9,1360 0,8348 0,6887
Histidina 0,3588 0,0447 12,4570 0,4057 0,3119
Arginina 1,0923 0,1486 13,6087 1,2483 0,9362
Treonina 0,3640 0,0466 12,7915 0,4129 0,3151
Alanina 0,5198 0,1042 20,0509 0,6292 0,4104
Prolina 0,6750 0,1065 15,7823 0,7869 0,5632
Tirosina 0,3295 0,0367 11,1300 0,3680 0,2910
Valina 0,6054 0,0473 7,8147 0,6550 0,5557
Metionina 0,2521 0,0175 6,9589 0,2705 0,2337
Isoleucina 0,4456 0,0311 6,9804 0,4782 0,4129
Leucina 0,7609 0,0920 12,0968 0,8575 0,6642
Cistina 0,3145 0,0249 7,9285 0,3407 0,2884
Fenilalanina 0,4308 0,0261 6,0507 0,4581 0,4034
Lisina 0,6319 0,0371 5,8672 0,6708 0,5930
Soma dos
aminoácidos
11,6976 0,9481 8,1053 12,6927 10,7024
156
TABELA 17A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes do gérmen de
trigo, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 1,8081 0,0439 2,4272 1,8541 1,7620
Glutamato 4,5109 0,1094 2,4251 4,6257 4,3961
Serina 0,8816 0,0313 3,5486 0,9144 0,8488
Glicina 1,3508 0,0752 5,5674 1,4297 1,2718
Histidina 0,6217 0,0588 9,4654 0,6834 0,5599
Arginina 1,7749 0,1200 6,7592 1,9008 1,6489
Treonina 1,0798 0,0378 3,4976 1,1195 1,0402
Alanina 1,3721 0,0861 6,2756 1,4625 1,2817
Prolina 1,2899 0,0335 2,5941 1,3250 1,2547
Tirosina 0,6348 0,0147 2,3157 0,6502 0,6193
Valina 1,0640 0,1504 14,1307 1,2218 0,9062
Metionina 0,5154 0,0265 5,1350 0,5432 0,4876
Isoleucina 0,8538 0,0790 9,2523 0,9367 0,7709
Leucina 1,5138 0,0810 5,3481 1,5988 1,4289
Cistina 0,4459 0,0240 5,3781 0,4711 0,4207
Fenilalanina 0,8946 0,0254 2,8430 0,9213 0,8679
Lisina 1,4932 0,0240 1,6094 1,5184 1,4680
Soma dos
aminoácidos
22,1051 0,4781 2,1627 22,6069 21,6034
157
TABELA 18A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do gérmen
de trigo, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 1,8223 0,0632 3,4659 1,8886 1,7560
Glutamato 4,5236 0,1444 3,1927 4,6752 4,3720
Serina 0,8925 0,0216 2,4217 0,9151 0,8698
Glicina 1,3520 0,1018 7,5267 1,4588 1,2452
Histidina 0,6500 0,0621 9,5579 0,7152 0,5848
Arginina 1,7981 0,1790 9,9521 1,9859 1,6103
Treonina 1,1065 0,0729 6,5913 1,1830 1,0299
Alanina 1,3418 0,1065 7,9374 1,4535 1,2300
Prolina 1,3264 0,0367 2,7699 1,3650 1,2879
Tirosina 0,6665 0,0201 3,0152 0,6876 0,6454
Valina 1,0532 0,1578 14,9871 1,2189 0,8875
Metionina 0,5314 0,0213 4,0062 0,5538 0,5091
Isoleucina 0,8584 0,0907 10,5689 0,9536 0,7631
Leucina 1,5209 0,0888 5,8407 1,6142 1,4277
Cistina 0,4482 0,0261 5,8277 0,4756 0,4208
Fenilalanina 0,9122 0,0326 3,5702 0,9464 0,8781
Lisina 1,5196 0,0501 3,2966 1,5722 1,4670
Soma dos
aminoácidos
22,3235 0,9517 4,2633 23,3225 21,3246
158
TABELA 19A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes do milho
integral moído, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,5552 0,0647 11,6487 0,6231 0,4873
Glutamato 1,6014 0,1424 8,8915 1,7508 1,4519
Serina 0,4050 0,0389 9,6039 0,4458 0,3642
Glicina 0,3203 0,0586 18,2890 0,3818 0,2588
Histidina 0,2206 0,0298 13,5154 0,2519 0,1893
Arginina 0,2820 0,1304 46,2464 0,4189 0,1451
Treonina 0,3094 0,0523 16,8906 0,3643 0,2546
Alanina 0,5869 0,0684 11,6521 0,6587 0,5151
Prolina 0,7997 0,0574 7,1746 0,8599 0,7395
Tirosina 0,2865 0,0163 5,6930 0,3037 0,2694
Valina 0,3486 0,0659 18,9128 0,4178 0,2794
Metionina 0,1673 0,0172 10,3039 0,1854 0,1492
Isoleucina 0,2750 0,0298 10,8341 0,3063 0,2437
Leucina 0,9623 0,0549 5,7073 1,0199 0,9046
Cistina 0,2529 0,0274 10,8540 0,2817 0,2241
Fenilalanina 0,3915 0,0276 7,0466 0,4205 0,3625
Lisina 0,2263 0,0143 6,3291 0,2414 0,2113
Soma dos
aminoácidos
7,9910 0,6024 7,5391 8,6233 7,3587
159
TABELA 20A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do milho
integral moído, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,5887 0,0586 9,9518 0,6502 0,5272
Glutamato 1,6888 0,0876 5,1888 1,7807 1,5968
Serina 0,4345 0,0274 6,3026 0,4632 0,4057
Glicina 0,3781 0,0318 8,4100 0,4115 0,3448
Histidina 0,2634 0,0172 6,5160 0,2814 0,2454
Arginina 0,4464 0,0171 3,8369 0,4644 0,4284
Treonina 0,3834 0,0610 15,9056 0,4474 0,3194
Alanina 0,6303 0,0589 9,3409 0,6921 0,5685
Prolina 0,8922 0,0491 5,5048 0,9437 0,8406
Tirosina 0,3284 0,0209 6,3735 0,3503 0,3064
Valina 0,3760 0,0580 15,4313 0,4369 0,3151
Metionina 0,1854 0,0250 13,5013 0,2117 0,1591
Isoleucina 0,3028 0,0464 15,3249 0,3515 0,2541
Leucina 0,9832 0,0568 5,7722 1,0428 0,9236
Cistina 0,2635 0,0337 12,7797 0,2989 0,2282
Fenilalanina 0,4562 0,0394 8,6444 0,4976 0,4149
Lisina 0,2475 0,0163 6,5999 0,2646 0,2303
Soma dos
aminoácidos
8,8488 0,3480 3,9330 9,2141 8,4835
160
TABELA 21A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes do milho
gelatinizado, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,0328 0,0019 5,8374 0,0348 0,0308
Glutamato 0,0334 0,0094 28,1025 0,0433 0,0236
Serina 0,4064 0,0998 24,5449 0,5112 0,3017
Glicina 0,0938 0,0085 9,0842 0,1028 0,0849
Histidina 0,1970 0,0158 7,9997 0,2136 0,1805
Arginina 0,2654 0,0619 23,3231 0,3303 0,2004
Treonina 0,2503 0,0572 22,8737 0,3104 0,1902
Alanina 0,2231 0,0713 31,9594 0,2979 0,1483
Prolina 1,7668 0,0465 2,6310 1,8156 1,7180
Tirosina 0,2282 0,0047 2,0809 0,2332 0,2232
Valina 0,3256 0,0509 15,6330 0,3790 0,2721
Metionina 0,1774 0,0478 26,9414 0,2276 0,1272
Isoleucina 0,3397 0,0113 3,3399 0,3516 0,3278
Leucina 1,0987 0,0732 6,6628 1,1755 1,0218
Cistina 0,2301 0,0079 3,4207 0,2384 0,2219
Fenilalanina 0,3351 0,0093 2,7853 0,3449 0,3253
Lisina 0,2060 0,0254 12,3248 0,2327 0,1794
Soma dos
aminoácidos
6,2097 0,2010 3,2363 6,4206 5,9988
161
TABELA 22A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do milho
gelatinizado, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,0350 0,0018 5,0126 0,0369 0,0332
Glutamato 0,0358 0,0095 26,6979 0,0458 0,0257
Serina 0,4277 0,1059 24,7539 0,5388 0,3165
Glicina 0,1138 0,0094 8,2461 0,1237 0,1040
Histidina 0,2261 0,0243 10,7268 0,2516 0,2007
Arginina 0,3651 0,0798 21,8412 0,4488 0,2814
Treonina 0,2976 0,0647 21,7320 0,3655 0,2297
Alanina 0,2426 0,0726 29,9284 0,3188 0,1664
Prolina 1,8093 0,0544 3,0081 1,8664 1,7522
Tirosina 0,2492 0,0108 4,3220 0,2605 0,2379
Valina 0,3415 0,0478 13,9955 0,3916 0,2913
Metionina 0,1884 0,0455 24,1411 0,2361 0,1407
Isoleucina 0,3566 0,0104 2,9278 0,3676 0,3457
Leucina 1,1103 0,0751 6,7637 1,1891 1,0315
Cistina 0,2358 0,0091 3,8696 0,2454 0,2263
Fenilalanina 0,3728 0,0182 4,8717 0,3919 0,3538
Lisina 0,2211 0,0246 11,1061 0,2469 0,1953
Soma dos
aminoácidos
6,6288 0,3119 4,7059 6,9562 6,3014
162
TABELA 23A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes da polpa
cítrica, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,8225 0,1910 23,2264 1,0230 0,6220
Glutamato 0,5827 0,2047 35,1372 0,7976 0,3678
Serina 0,4152 0,1451 34,9558 0,5676 0,2629
Glicina 0,2747 0,0213 7,7369 0,2970 0,2524
Histidina 0,2945 0,0506 17,1708 0,3476 0,2414
Arginina 0,3002 0,0630 20,9976 0,3664 0,2340
Treonina 0,2291 0,0541 23,6016 0,2859 0,1724
Alanina 0,2711 0,0455 16,7817 0,3189 0,2234
Prolina 0,9763 0,1462 14,9771 1,1297 0,8228
Tirosina 0,2011 0,0090 4,4753 0,2106 0,1917
Valina 0,1878 0,0213 11,3137 0,2101 0,1655
Metionina 0,4251 0,1103 25,9564 0,5410 0,3093
Isoleucina 0,1885 0,0199 10,5793 0,2095 0,1676
Leucina 0,3912 0,0636 16,2489 0,4580 0,3245
Cistina 0,0659 0,0108 16,4286 0,0772 0,0545
Fenilalanina 0,4023 0,0754 18,7407 0,4814 0,3232
Lisina 0,1746 0,0177 10,1213 0,1932 0,1561
Soma dos
aminoácidos
6,2029 0,7299 11,7662 6,9690 5,4369
163
TABELA 24A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros da polpa
cítrica, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,8370 0,1928 23,0343 1,0394 0,6346
Glutamato 0,6106 0,2160 35,3826 0,8374 0,3838
Serina 0,4237 0,1460 34,4616 0,5769 0,2704
Glicina 0,2970 0,0300 10,0904 0,3285 0,2655
Histidina 0,3152 0,0607 19,2440 0,3788 0,2515
Arginina 0,3748 0,0761 20,2991 0,4547 0,2950
Treonina 0,2569 0,0561 21,8477 0,3158 0,1980
Alanina 0,2824 0,0495 17,5358 0,3344 0,2304
Prolina 0,9968 0,1458 14,6255 1,1498 0,8438
Tirosina 0,2151 0,0099 4,5832 0,2255 0,2048
Valina 0,1955 0,0232 11,8764 0,2198 0,1711
Metionina 0,4345 0,1137 26,1709 0,5539 0,3152
Isoleucina 0,1971 0,0191 9,6971 0,2172 0,1771
Leucina 0,3963 0,0634 16,0074 0,4628 0,3297
Cistina 0,0681 0,0114 16,7107 0,0801 0,0562
Fenilalanina 0,4205 0,0673 16,0037 0,4912 0,3499
Lisina 0,1834 0,0171 9,3465 0,2014 0,1654
Soma dos
aminoácidos
6,5049 0,8126 12,4919 7,3578 5,6520
164
TABELA 25A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes da levedura
de cerveja, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 3,0587 0,3788 12,3860 3,4563 2,6610
Glutamato 0,7949 0,5520 69,4414 1,3742 0,2155
Serina -0,0390 0,0862 -220,8328 0,0514 -0,1295
Glicina 0,0750 0,1299 173,0505 0,2113 -0,0613
Histidina 0,1374 0,0697 50,7148 0,2105 0,0643
Arginina 1,2480 0,1716 13,7515 1,4281 1,0678
Treonina 1,4526 0,1924 13,2456 1,6545 1,2506
Alanina 3,3583 0,5738 17,0854 3,9605 2,7560
Prolina 1,3863 0,3783 27,2881 1,7834 0,9893
Tirosina 0,4265 0,1139 26,7054 0,5460 0,3069
Valina 1,7811 0,4951 27,8002 2,3008 1,2614
Metionina 0,1935 0,0605 31,2798 0,2571 0,1300
Isoleucina 2,4631 0,1714 6,9568 2,6430 2,2832
Leucina 3,1727 0,3498 11,0252 3,5398 2,8055
Cistina -0,0048 0,0137 -289,0550 0,0097 -0,0192
Fenilalanina -0,0203 0,1193 -587,1825 0,1049 -0,1455
Lisina 0,0344 0,1501 437,0444 0,1919 -0,1232
Soma dos
aminoácidos
19,5182 1,4466 7,4117 21,0366 17,9998
165
TABELA 26A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros da levedura
de cerveja, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 3,0162 0,3945 13,0803 3,4303 2,6021
Glutamato 0,7098 0,5475 77,1263 1,2844 0,1352
Serina -0,0643 0,0879 -136,7390 0,0280 -0,1566
Glicina 0,0243 0,1506 618,5733 0,1824 -0,1337
Histidina 0,1606 0,0699 43,5161 0,2340 0,0873
Arginina 1,2038 0,2779 23,0863 1,4955 0,9121
Treonina 1,3924 0,2230 16,0183 1,6265 1,1583
Alanina 3,1386 0,5921 18,8638 3,7600 2,5171
Prolina 1,3900 0,3401 24,4705 1,7470 1,0330
Tirosina 0,4530 0,1260 27,8058 0,5852 0,3208
Valina 1,7077 0,4779 27,9870 2,2093 1,2060
Metionina 0,2070 0,0554 26,7534 0,2652 0,1489
Isoleucina 2,3823 0,1543 6,4754 2,5442 2,2204
Leucina 3,1613 0,3529 11,1624 3,5317 2,7909
Cistina -0,0009 0,0140 -1586,8477 0,0138 -0,0156
Fenilalanina -0,0855 0,0868 -101,4603 0,0056 -0,1766
Lisina -0,0005 0,1736 -3276,4270 0,1817 -0,1828
Soma dos
aminoácidos
18,7958 1,5229 8,1025 20,3943 17,1973
166
TABELA 27A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes do mamão,
para papagaios verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a estatística descritiva para
cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,3480 0,0401 11,5169 0,3900 0,3059
Glutamato 0,2570 0,0415 16,1463 0,3005 0,2134
Serina 0,0691 0,0105 15,2641 0,0801 0,0580
Glicina 0,0625 0,0085 13,6725 0,0714 0,0535
Histidina 0,0362 0,0018 4,9576 0,0380 0,0343
Arginina 0,0888 0,0202 22,7680 0,1100 0,0676
Treonina 0,0669 0,0067 9,9860 0,0739 0,0599
Alanina 0,0780 0,0127 16,3008 0,0914 0,0647
Prolina 0,0928 0,0056 5,9952 0,0987 0,0870
Tirosina 0,0452 0,0022 4,8267 0,0474 0,0429
Valina 0,0638 0,0089 13,9794 0,0732 0,0544
Metionina 0,0240 0,0008 3,4553 0,0248 0,0231
Isoleucina 0,0741 0,0046 6,1940 0,0790 0,0693
Leucina 0,0765 0,0116 15,1163 0,0886 0,0644
Cistina 0,0037 0,0008 22,6973 0,0046 0,0028
Fenilalanina 0,0613 0,0071 11,6248 0,0688 0,0538
Lisina 0,1853 0,0105 5,6765 0,1964 0,1743
Soma dos
aminoácidos
1,6331 0,1369 8,3842 1,7768 1,4894
167
TABELA 28A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros do mamão,
para papagaios verdadeiros, mensurados pela metodologia
proposta por Matterson em 1965, e a estatística descritiva para
cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 0,3639 0,0342 9,3838 0,3998 0,3281
Glutamato 0,2714 0,0343 12,6265 0,3073 0,2354
Serina 0,0744 0,0084 11,2660 0,0832 0,0656
Glicina 0,0731 0,0114 15,6165 0,0851 0,0611
Histidina 0,0417 0,0040 9,5168 0,0458 0,0375
Arginina 0,1132 0,0165 14,5627 0,1305 0,0959
Treonina 0,0812 0,0079 9,7629 0,0895 0,0729
Alanina 0,0859 0,0106 12,3178 0,0970 0,0748
Prolina 0,1043 0,0106 10,1414 0,1154 0,0932
Tirosina 0,0506 0,0045 8,8634 0,0553 0,0459
Valina 0,0694 0,0084 12,1289 0,0782 0,0605
Metionina 0,0259 0,0012 4,5670 0,0271 0,0246
Isoleucina 0,0807 0,0046 5,7171 0,0856 0,0759
Leucina 0,0786 0,0104 13,1777 0,0894 0,0677
Cistina 0,0039 0,0008 20,1061 0,0047 0,0031
Fenilalanina 0,0739 0,0119 16,0471 0,0864 0,0615
Lisina 0,1974 0,0118 5,9645 0,2097 0,1850
Soma dos
aminoácidos
1,7893 0,0879 4,9110 1,8815 1,6971
168
TABELA 29A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes da soja
micronizada, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 4,5101 0,3423 7,5896 4,8694 4,1508
Glutamato 7,4436 0,0713 0,9577 7,5184 7,3688
Serina 2,2450 0,0186 0,8285 2,2645 2,2254
Glicina 1,7022 0,1460 8,5757 1,8554 1,5490
Histidina 0,8031 0,0130 1,6219 0,8168 0,7894
Arginina 2,6576 0,1218 4,5848 2,7855 2,5297
Treonina 1,7525 0,0371 2,1170 1,7915 1,7136
Alanina 1,4873 0,0362 2,4307 1,5252 1,4493
Prolina 0,7557 0,2178 28,8249 0,9844 0,5271
Tirosina 1,3853 0,1128 8,1434 1,5037 1,2669
Valina 1,9659 0,1845 9,3835 2,1595 1,7723
Metionina 0,7436 0,0627 8,4331 0,8094 0,6777
Isoleucina 1,9720 0,0165 0,8350 1,9893 1,9547
Leucina 2,7923 0,0416 1,4896 2,8359 2,7486
Cistina 0,6673 0,0091 1,3707 0,6769 0,6577
Fenilalanina 1,0535 0,2014 19,1139 1,2648 0,8421
Lisina 2,3008 0,1011 4,3938 2,4069 2,1947
Soma dos
aminoácidos
36,2376 0,7371 2,0342 37,0113 35,4639
169
TABELA 30A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros da soja
micronizada, para papagaios verdadeiros, mensurados pela
metodologia proposta por Matterson em 1965, e a estatística
descritiva para cada nutriente.
Aminoácido Média(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 4,4969 0,3086 6,8622 4,8208 4,1730
Glutamato 7,4438 0,2168 2,9118 7,6713 7,2163
Serina 2,2438 0,0543 2,4185 2,3007 2,1868
Glicina 1,7358 0,1974 11,3743 1,9430 1,5286
Histidina 0,8594 0,0743 8,6468 0,9374 0,7814
Arginina 2,7387 0,3341 12,1999 3,0893 2,3880
Treonina 1,7827 0,1421 7,9681 1,9318 1,6336
Alanina 1,4907 0,0665 4,4603 1,5605 1,4209
Prolina 0,8012 0,3331 41,5722 1,1508 0,4516
Tirosina 1,4352 0,0791 5,5148 1,5182 1,3521
Valina 1,9391 0,1525 7,8668 2,0992 1,7790
Metionina 0,7729 0,0458 5,9293 0,8210 0,7248
Isoleucina 1,9598 0,0589 3,0065 2,0216 1,8979
Leucina 2,8021 0,0609 2,1725 2,8660 2,7382
Cistina 0,6732 0,0156 2,3157 0,6896 0,6569
Fenilalanina 1,0493 0,2832 26,9879 1,3465 0,7521
Lisina 2,3435 0,1593 6,7987 2,5107 2,1763
Soma dos
aminoácidos
36,5680 1,7644 4,8250 38,4199 34,7161
170
TABELA 31A - Valores de aminoácidos biodisponíveis aparentes da semente
de girassol sem casca
1
, oferecida pura “in natura”.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 2,3978 0,0301 1,2541 2,4294 2,3663
Glutamato 5,3473 0,0970 1,8133 5,4491 5,2456
Serina 0,9651 0,0118 1,2201 0,9775 0,9527
Glicina 1,2943 0,0637 4,9228 1,3611 1,2274
Histidina 0,5338 0,0194 3,6266 0,5541 0,5135
Arginina 2,2358 0,0623 2,7880 2,3012 2,1704
Treonina 0,8657 0,0145 1,6706 0,8808 0,8505
Alanina 0,9808 0,0179 1,8200 0,9995 0,9621
Prolina 0,9132 0,1269 13,8966 1,0464 0,7800
Tirosina 0,5527 0,0521 9,4295 0,6074 0,4980
Valina 1,3036 0,0103 0,7909 1,3145 1,2928
Metionina 0,5099 0,0089 1,7483 0,5192 0,5005
Isoleucina 1,1118 0,0330 2,9705 1,1465 1,0771
Leucina 1,4860 0,0632 4,2546 1,5523 1,4196
Cistina 0,3123 0,0246 7,8842 0,3381 0,2864
Fenilalanina 0,9829 0,0973 9,9046 1,0850 0,8807
Lisina 0,8096 0,0324 3,9996 0,8436 0,7756
Soma dos
aminoácidos
22,6025 0,4245 1,8780 23,0480 22,1570
1. As próprias aves descascaram as sementes e a correção foi feita considerando 34,15% de cascas
(ver materiais e métodos).
171
TABELA 32A - Valores de aminoácidos biodisponíveis verdadeiros da semente
de girassol sem casca1, oferecida pura “in natura”.
Aminoácido
Média
(%)
Desvio
padrão
Coeficiente
de
variação
(%)
Intervalo
de
confiança
máximo
Intervalo
de
confiança
mínimo
Aspartato 2,4521 0,0301 1,2264 2,4837 2,4205
Glutamato 5,4540 0,0970 1,7779 5,5558 5,3522
Serina 1,0050 0,0118 1,1716 1,0174 0,9927
Glicina 1,3812 0,0637 4,6127 1,4481 1,3144
Histidina 0,6107 0,0194 3,1699 0,6311 0,5904
Arginina 2,5206 0,0623 2,4729 2,5860 2,4552
Treonina 0,9747 0,0145 1,4837 0,9899 0,9595
Alanina 1,0230 0,0179 1,7448 1,0418 1,0043
Prolina 1,0156 0,1269 12,4954 1,1488 0,8824
Tirosina 0,6311 0,0521 8,2579 0,6858 0,5764
Valina 1,3332 0,0103 0,7734 1,3440 1,3224
Metionina 0,5493 0,0089 1,6228 0,5586 0,5399
Isoleucina 1,1489 0,0330 2,8745 1,1836 1,1143
Leucina 1,5076 0,0632 4,1935 1,5740 1,4413
Cistina 0,3238 0,0246 7,6038 0,3496 0,2979
Fenilalanina 1,0565 0,0973 9,2144 1,1587 0,9543
Lisina 0,8792 0,0324 3,6831 0,9132 0,8452
Soma dos
aminoácidos
23,8667 0,4245 1,7785 24,3122 23,4211
1. As próprias aves descascaram as sementes e a correção foi feita considerando 34,15% de cascas
(ver materiais e métodos).
172
TABELA 1B A Análise de Variância (a mesma para os 2 experimentos).
FONTES DE VARIAÇÃO GRAUS DE LIBERDADE
Total (tr 1)
Tratamentos (t-1)
Períodos (k-1)
Tratamento x períodos
Erro
35
5
2
10
18
TABELA 2B Matéria seca e porcentagem de substituição dos alimentos
estudados.
MS dos
alimentos
% de
substituição
(MN)
% Substituição
(MS)
Ração referência 91,7 - -
Aveia 89,00 29,76 29,45
Gema de ovo 97,22 29,76 31,32
Ovo Integral 95,65 29,76 30,97
Clara de ovo 93,83 29,76 30,56
Germe de trigo 88,65 29,76 29,37
Farelo de trigo 88,92 29,76 29,43
Milho moído 87,47 29,76 29,09
Milho gelatinizado 90,43 29,76 29,79
Farelo de girassol 91,00 29,76 29,92
Levedura 90,13 29,76 29,72
Polpa cítrica 88,81 29,76 29,41
Mamão 94,24 29,76 30,65
Banana 91,73 29,76 30,08
Farelo de soja 87,90 29,76 29,20
Soja micronizada 94,89 29,76 30,80
173
TABELA 3B Peso médio das aves (Kg), e Peso metabólico (PV
0,75
), das aves
utilizadas no experimento.
Tratamento
Repetição
Peso vivo (kg)
Peso metabólico PV
0,75
(kg)
1
0,348
0,453
2 0,375 0,480
3 0,463 0,561
4 0,404 0,507
5 0,487 0,583
Alimento
balanceado
extrusado para
psitacídeos
6 0,455 0,554
Média
0,422
0,523
1
0,435
0,536
2 0,348 0,453
3 0,396 0,499
4 0,342 0,447
5 0,371 0,475
Alimento
balanceado
peletizado para
psitacídeos
6 0,369 0,473
Média
0,377
0,481
1
0,471
0,568
2 0,357 0,461
3 0,483 0,579
4 0,380 0,484
5 0,377 0,481
Alimento
balanceado
comercial
extrusado para
psitacídeos
6 0,323 0,428
Média
0,398
0,500
1
0,465
0,563
2 0,412 0,514
3 0,415 0,517
4 0,414 0,516
5 0,423 0,525
Alimento
balanceado
extrusado para cães
linha
Superpremium
6 0,398 0,501
Média
0,421
0,523
1
0,367
0,472
2 0,350 0,455
3 0,417 0,519
4 0,439 0,540
5 0,412 0,514
Alimento
balanceado
extrusado para cães
linha econômica
6 0,344 0,449
Média
0,388
0,491
1
0,439
0,540
2 0,427 0,528
3 0,373 0,478
4 0,368 0,472
5 0,348 0,453
Semente de girassol
6 0,369 0,474
Média
0,387
0,491
174
ANEXO C: METODOLOGIA DE CÁLCULOS
ANEXO 1C: Coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta
(PB
ing
. - PB
exc
.)
DAPB
=
___________________________________
x 100
PB
ing
.
Em que: PB
ing
: Proteína bruta ingerida em gramas
PB
exc
: Proteína bruta excretada em gramas
ANEXO 2C: Fator de correção da proteína bruta pelo ácido úrico
PBAU = PB - (AU X 2,0859)
Em que:PBAU: Proteína bruta corrigida pelo ácido úrico
PB: proteína bruta em gramas
AU: ácido úrico em gramas
ANEXO 3C: Coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta
corrigida pelo ácido úrico
(PBAU
ing
. - PBAU
exc
.)
DAPBc
=
__________________________________
x100
PBAU
ing
.
Em que: DAPBc: Coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta
corrigida pelo ácido úrico
PBAU
ing
: Proteína bruta ingerida corrigida pelo ácido úrico, em gramas
PBAU
exc
: proteína bruta excretada corrigida pelo ácido úrico, em gramas
175
ANEXO 4C: Coeficiente de biodisponibilidade aparente de cada
aminoácido e da soma dos aminoácidos analisados.
(AA
ing
. - AA
exc
.)
DAAA
=
___________________________________
x100
AA
ing
.
Em que:DAAA: Coeficiente de biodisponibilidade aparente do aminoácido
AA
ing
: Aminoácido ingerido em gramas
AA
exc
: Aminoácido excretado em gramas
ANEXO 5C: Coeficiente de digestibilidade verdadeira da proteína bruta
(PB
ing
. - (PB
exc
. - PB
end
.)
DVPB
=
______________________________________
x100
PB
ing
.
Em que:PB
ing
: Proteína bruta ingerida em gramas
PB
exc
: Proteína bruta excretada em gramas
PB
end
.: Proteína bruta endógena em gramas
ANEXO 6C: Coeficiente de digestibilidade verdadeira da proteína bruta
corrigido pelo ácido úrico
(PBAU
ing
. - (PBAU
exc
. - PBAU
end
.)
DVPBc
=
_____________________________________________
x100
PBAU
ing
.
Em que:DVPBc: Coeficiente de digestibilidade verdadeira da proteína bruta
corrigido pelo ácido úrico
PBAU
ing
: Proteína bruta ingerida corrigida pelo ácido úrico em gramas
PBAU
exc
: Proteína bruta excretada corrigida pelo ácido úrico em gramas
PBAU
end
: Proteína bruta endógena corrigida pelo ácido úrico em gramas
176
ANEXO 7C: Coeficiente de biodisponibilidade verdadeira de cada
aminoácido e da soma dos aminoácidos.
(AA
ing
. - (AA
exc
. - AA
end
.)
DVAA
=
___________________________________
x100
AA
ing
.
Em que:DVAA: Coeficiente de digestibilidade verdadeira da proteína bruta
corrigido pelo ácido úrico
AA
ing
: aminoácido ingerido em gramas
AA
exc
: aminoácido excretado em gramas
AA
end
: aminoácido relativo às perdas endógenas em gramas
ANEXO 8C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
digestibilidade aparente da proteína bruta da ração referência
(PB
RRing
. - PB
RRexc
.)
DAPB
RR
=
_________________________________
x 100
PB
RRing
.
Em que: PB
RRing
: Proteína bruta ingerida em gramas da ração referência.
PB
RRexc
: Proteína bruta excretada em gramas da ração referência.
ANEXO 9C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
digestibilidade aparente da proteína bruta da ração teste.
Em que:PB
RTing
: Proteína bruta ingerida, em gramas, da ração teste.
PB
RTexc
: Proteína bruta excretada, em gramas, da ração teste.
Equações utilizadas no cálculo da proteína bruta corrigida pelo ácido
úrico
(PB
RTing
. - PB
RTexc
.)
DAPB
RT
=
_________________________________
x 100
PB
RTing
.
177
ANEXO 10C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
digestibilidade aparente da proteína bruta corrigida pelo ácido úrico
(PBAU
ing
. - PBAU
exc
.)
DAPBc
=
__________________________________
x100
PBAU
ing
.
Em que:PBAU
ing
: Proteína bruta ingerida corrigida pelo ácido úrico, em gramas
PBAU
exc
: proteína bruta excretada corrigida pelo ácido úrico, em gramas
ANEXO 11C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
biodisponibilidade aparente do aminoácido da ração referência.
(AA
RRing
. - AA
RRexc
.)
DAAA
RR
=
___________________________________
x100
AA
RRing
.
Em que:AA
RRing
: Aminoácido ingerido da ração referência em gramas
AA
RRexc
: Aminoácido excretado da ração referência em gramas
ANEXO 12C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
biodisponibilidade aparente do aminoácido da ração teste.
(AA
RTing
. - AA
RTexc
.)
DAAA
RT
=
___________________________________
x100
AA
RTing
.
Em que:AA
RTing
: Aminoácido ingerido da ração teste em gramas
AA
RTexc
: Aminoácido excretado da ração teste em gramas
178
ANEXO 13C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
digestibilidade aparente do aminoácido do alimento
DAAA
RT
. - DAAA
RR
.
DAAA
alim.
= DAAA
RR
___________________________________________
% de substituição (MS)
Em que: DAAA
RR
= Coeficiente de digestibilidade aparente do aminoácido da
ração referência;
DAAA
RR
= Coeficiente de digestibilidade aparente do aminoácido da
ração teste;
% de substituição= g de alimento/ g da ração referência (MS) de acordo
com a tabela 3.3
ANEXO 14C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
digestibilidade verdadeira da proteína bruta
(PB
ing
. - (PB
exc
. - PB
end
.)
DVPB
=
______________________________________
x100
PB
ing
.
Em que:PB
ing
: Proteína bruta ingerida em gramas
PB
exc
: Proteína bruta excretada em gramas
PB
end
.: Proteína bruta endógena em gramas
ANEXO 15C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
digestibilidade verdadeira da proteína bruta corrigido pelo ácido úrico
(PBAU
ing
. - (PBAU
exc
. - PBAU
end
.)
DVPBc
=
_____________________________________________
x100
PBAU
ing
.
Em que:PBAU
ing
: Proteína bruta ingerida corrigida pelo ácido úrico em gramas
PBAU
exc
: Proteína bruta excretada corrigida pelo ácido úrico em gramas
PBAU
end
: Proteína bruta endógena corrigida pelo ácido úrico em gramas
179
ANEXO 16C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
biodisponibilidade verdadeira do aminoácido da ração referência.
(AA
RRing
. - AA
RRexc
.)
DVAA
RR
=
___________________________________
x100
AA
RRing
.
Em que:AA
RRing
: Aminoácido ingerido da ração referência em gramas
AA
RRexc
: Aminoácido excretado da ração referência em gramas
ANEXO 17C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
biodisponibilidade aparente do aminoácido da ração teste.
(AA
RTing
. - AA
RTexc
.)
DVAA
RT
=
___________________________________
x100
AA
RTing
.
Em que:AA
RTing
: Aminoácido ingerido da ração referência em gramas
AA
RTexc
: Aminoácido excretado da ração referência em gramas
ANEXO 18C: Equações utilizadas no cálculo do coeficiente de
digestibilidade aparente do aminoácido do alimento
DVAA
RT
. - DVAA
RR
.
DVAA
alim.
= DVAA
RR
___________________________________________
% de substituição (MS)
Em que: DVAA
RT
= Coeficiente de digestibilidade verdadeira da ração teste;
DVAA
RR
= coeficiente de digestibilidade verdadeira da ração referência;
% de substituição= g de alimento/ g da ração referência (MS) de acordo
com a tabela 2B do anexo B.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo