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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
CAROLINA HEYSE NIEBISCH
CURITIBA
2009
BIODEGRADAÇÃO DO CORANTE TÊXTIL REMAZOL AZUL
POR Lentinus crinitus, Lepista sordida E Hydnopolyporus fimbriatus
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CAROLINA HEYSE NIEBISCH
BIODEGRADAÇÃO DO CORANTE TÊXTIL REMAZOL AZUL
POR Lentinus crinitus, Lepista sordida E Hydnopolyporus fimbriatus
CURITIBA
2009
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Ciências – Bioquímica,
Departamento de Bioquímica e Biologia
Molecular, Setor de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Paraná, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Jaime Paba Martinez
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“Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você....”
(Fernando Anitelli - O Teatro Mágico)
À Jacqueline Heyse Niebisch
Dedico.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Prof. Dr. Jaime Paba pela orientação, paciência e ensinamentos;
Aos Prof. David Mitchell, Gláucia Martinez, Guilherme Sassaki (Departamento de
Bioquímica e Biologia Molecular), Vanessa Kava (Depto. de Genética) e Ruth
Schadeck (Depto. de Biologia Celular) pela disponibilização de laboratórios,
equipamentos e materiais imprescindíveis à realização deste trabalho;
Ao Valter e a Dona Rose pelas conversas, ensinamentos e ajuda sempre que
necessário;
Ao Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular pela oportunidade;
Ao Alexandre Malinowski, Elisandro Bruscato e Marco Aurélio pela ajuda na
realização deste trabalho;
Em especial à Prof. Mariza Boscacci Marques pelo incentivo, amizade e confiança.
“Segunda mãe” a quem devo muito por chegar até aqui;
Aos amigos Alison, Amanda, Anelis, Arquimedes, Danilo, Ildemara, Lauro, Leandro,
Michele, Milena, Rubiana e Tuca pela amizade, conversas e atividades “extra-
laboratório”, sem os quais não teria chegado até aqui;
A todos que contribuíram, direta ou indiretamente, na realização deste trabalho;
À minha família;
A Deus;
Ao CNPq e ao IFS (International Foundation for Science) pelo auxílio financeiro.
5
RESUMO
O acúmulo de dejetos de origem industrial tem aumentado de forma acelerada,
como resultado do crescimento populacional e das demandas de consumo
intrínsecas a esta, sendo os corantes têxteis alguns dos resíduos mais abundantes
responsáveis pela contaminação de águas. Em decorrência da baixa eficiência dos
métodos atualmente aplicados para uma correta eliminação deste resíduo, a
biodegradação tornou-se uma alternativa eco-eficiente de combate a esta fonte de
poluição. Este projeto teve por objetivo avaliar o potencial biodegradador dos fungos
Lentinus crinitus, Lepista sordida e Hydnopolyporus fimbriatus sobre o corante têxtil
Remazol Azul através de análise espectrofotométrica, dosagem de proteínas,
atividade enzimática, eletroforese em gel de poliacrilamida desnaturante e
zimograma. L. crinitus e L. sordida mostraram grande atividade descorante, tanto em
meio sólido quanto líquido (>90%), mesmo em altas concentrações de Remazol Azul
(2g/L). Este, exerceu efeito inibitório no crescimento de L. crinitus (a partir de
0,1g/L), embora sem redução da atividade descorante. O corante pode ser utilizado
como fonte de nitrogênio por L. sordida para crescimento. Já em L. crinitus não
foram observadas diferenças significativas na atividade descorante, e os resultados
para crescimento não foram conclusivos. A descoloração do Remazol Azul,
realizada pelo sobrenadante/eluído de culturas líquidas e sólidas de L. crinitus
sugerem que a enzima responsável pela atividade descorante é secretada. L.
sordida apresentou atividade descorante em todos os meios testados, porém esta
atividade, em meio sólido, não é passível de eluição, indicando que esta atividade
está atrelada ao micélio. Já H. fimbriatus apresentou atividade descorante apenas
em meio sólido não passível de eluição. As frações solúveis de L. crinitus e de L.
sordida apresentam-se relativamente estáveis a variações de temperatura e pHs, já
quanto a força iônica apresentam maiores graus descoloração em concentrações de
até 0,2M de sal. A atividade da proteína responsável pela atividade descorante de L.
crinitus apresentou uma massa molecular de 41kDa e a única enzima lignolítica
detectada nas frações descorantes é uma lacase, portanto é possível que esta seja
responsável por tal atividade.
6
ABSTRACT
The accumulation of industrial waste is rapidly increasing as a result of the consume
demands inherent to the growth of human population. Industrial textile dye effluents
are among the more abundant wastes when referring to contamination of water
reservoirs. The low efficiency of the current methods applied to minimize the content
of dyes in industrial wastewaters led to the quest for more effective and ecologically
correct approaches. In this direction, biodegradation, the biological consumption of
pollutants, has become a real alternative. In this project there was assessed the
biodegradation potential of three fungal species: Lentinus crinitus, Lepista sordida
and Hydnopolyporus fimbriatus against Remazol Blue reactive textile dye. L. crinitus
and L. sordida displayed a considerable destaining and degradation activity (>90%),
both in solid and liquid media even at high dye concentrations (2g/L). Reactive Blue
showed an inhibitory effect of the fungal growth in L. crinitus but without reducing
decolourization activity. Also, it can be used as a source of nitrogen by L. sordida
strain. The destaining activity was demonstrated in soluble fractions derived from
liquid and solid cultures of L. crinitus suggesting that the enzyme(s) involved in the
process is secreted. In L. sordida, decolorization activity was detected in soluble and
mycelial extracts. Though L. crinitus and L. sordida strains were able to destain the
dye in liquid and solid media, H. fimbriatus only displayed this trait in solid media, and
this activity remains attached to the mycelium. Destaining activity in L. crinitus and L.
sordida is relatively stable to changes in pH and temperature, but salt concentrations
higher than 0.2M diminishes dye biodegradation. In gel destaining assays of L.
crinitus soluble extracts revealed a 41 kDa polypeptide and also a phenol oxidase
activity. The inhibitory effect of sodium azide on destaining and phenol oxidase
activities suggest that a laccase enzyme may be involved in the biodegradation
process.
7
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – ALGUNS EXEMPLOS DE CORANTES REATIVOS.............................18
FIGURA 2 – FOTO DO FUNGO Phanerochaete chrysosporium..............................27
FIGURA 3 – SIMILARIDADES ESTRUTURAIS ENTRE UM SEGMENTO DA
MOLÉCULA DE LIGNINA E ALGUNS SUBSTRATOS POLUENTES. ..............29
FIGURA 4 – CICLO CATALÍTICO DA ENZIMA MANGANÊS PEROXIDASE...........31
FIGURA 5 – CICLO CATALÍTICO DA LIGNINA PEROXIDASE ...............................33
FIGURA 6 – CICLO CATALÍTICO DA ENZIMA LACASE .........................................35
FIGURA 7 – FOTO DO FUNGO Hydnopolyporus fimbriatus ....................................39
FIGURA 8 – FOTO DO FUNGO Lepista sordida ......................................................40
FIGURA 9 – FOTO DO FUNGO Lentinus crinitus.....................................................41
FIGURA 10 – FLUXOGRAMA GERAL DO PROJETO .............................................44
FIGURA 11 – ESPECTRO DE ABSORÇÃO DE UMA SOLUÇÃO AQUOSA DO
CORANTE REMAZOL AZUL A (0,1g/L), ENTRE 200 E 800 nm. ......................52
FIGURA 12 – TRIAGEM INICIAL DO POTENCIAL DE DESCOLORAÇÃO DO
CORANTE REMAZOL AZUL DOS FUNGOS ....................................................53
FIGURA 13 – CINÉTICA DE DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL.53
FIGURA 14 – CRESCIMENTO DO MICÉLIO AO LONGO DO TEMPO. ..................54
FIGURA 15 – EFEITO DE CONCENTRAÇÕES CRESCENTE DE CORANTE
RAMAZOL AZUL NA ATIVIDADE DESCORANTE. ...........................................55
FIGURA 16 – EFEITO DE CONCENTRAÇÕES CRESCENTES DE CORANTE
REMAZOL AZUL NO CRESCIMENTO FÚNGICO. ...........................................56
FIGURA 17 – UTILIZAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL COMO FONTE DE
CARBONO E NITROGÊNIO PARA CRESCIMENTO FÚNGICO. .....................57
FIGURA 18 – PERFIL DE DESCOLORAÇÃO OBTIDO A PARTIR DA UTILIZAÇÃO
DO CORANTE REMAZOL AZUL COMO FONTE DE CARBONO, NITROGÊNIO
E CARBONO/NITROGÊNIO..............................................................................58
FIGURA 19 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA EM 280
E 600NM A PARTIR DO SOBRENADANTE E MICÉLIO DE MEIOS DE
CULTIVO DE L. crinitus .....................................................................................59
8
FIGURA 20 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA EM 280
E 600NM A PARTIR DO SOBRENADANTE E MICÉLIO DE MEIOS DE
CULTIVO DE L. sordida.....................................................................................59
FIGURA 21 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA A
PARTIR DO SOBRENADANTE E/OU ELUÍDO DE DIFERENTES MEIOS DE
CULTIVO DE L. crinitus .....................................................................................61
FIGURA 22 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA A
PARTIR DO SOBRENADANTE E/OU ELUÍDO DE DIFERENTES MEIOS DE
CULTIVO DE L. sordida.....................................................................................62
FIGURA 23 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL REALIZADA
POR L. sordida EM MEIO SÓLIDO....................................................................62
FIGURA 24 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA A
PARTIR DO SOBRENADANTE E/OU ELUÍDO DE DIFERENTES MEIOS DE
CULTIVO DE H. fimbriatus.................................................................................63
FIGURA 25 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL REALIZADA
POR H. fimbriatus EM MEIO SÓLIDO. ..............................................................63
FIGURA 26 – TEMPERATURA ÓTIMA DE DESCOLORAÇÃO DO SUBSTRATO ..65
FIGURA 27 – CONCENTRAÇÃO DE SAL ÓTIMA DE DESCOLORAÇÃO DO
SUBSTRATO. ....................................................................................................66
FIGURA 28 – PH ÓTIMO DE DESCOLORAÇÃO DO SUBSTRATO........................67
FIGURA 29 – CURVA DE OXIDAÇÃO TOTAL DO ABTS ........................................68
FIGURA 30 – CURVA DE ATIVIDADE DA LACASE, NA AUSÊNCIA (A) E NA
PRESENÇA (B) DE CATALASE. .......................................................................69
FIGURA 31 – CURVA DE ATIVIDADE DE LACASE, NA AUSÊNCIA (A) E NA
PRESENÇA (B) DE AZIDA DE SÓDIO..............................................................70
FIGURA 32 – ATIVIDADE DESCORANTE DE EXTRATOS SECRETADOS NA
PRESENÇA E AUSÊNCIA DE AZIDA DE SÓDIO.............................................70
FIGURA 32 – ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA DESNATURANTE
E ATIVIDADE “IN GEL” DE AMOSTRAS DO SOBRENADANTE DE L.
crinitus................................................................................................................72
9
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – ALGUMAS CLASSES DE CORANTES DE ACORDO COM O COLOUR
INDEX ................................................................................................................17
TABELA 2 – PRINCIPAIS POLUENTES DO EFLUENTE TÊXTIL............................22
TABELA 3 – TÉCNICAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DE EFLUENTES
TÊXTEIS ............................................................................................................23
TABELA 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS DA PODRIDÃO DA MADEIRA.......26
TABELA 5 – COMPARAÇÃO DAS PROPRIEDADES DE MANGANÊS
PEROXIDASE, LIGNINA PEROXIDASE E LACASE DOS FUNGOS DE
PODRIDÃO BRANCA ........................................................................................30
TABELA 6 - ATIVIDADE DESCORANTE EM EXTRATOS SOLÚVEIS DAS
CULTURAS DE FUNGOS..................................................................................64
10
LISTA DE ABREVIATURAS
µmol – micromol
2Cl-1,4DMB – 2-cloro-1,4-dimetoxibenzeno
3-HAA – ácido 3-hidroxiantranílico
ABTS – 2,2’-azinobis (3- etilbezotiazolina-6-sulfonato)
BDA – meio agar batata dextrosada
C.I. – Colour Index
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente,
COR – corante
DDT – dicloro-difenil-tricloroetano
DQO – demanda química de oxigênio
E.C. – número de classificação das enzimas, segundo a classificação da União
Internacional de Bioquímica Biologia Molecular
HBT – 1-hidrozibenzotriazol
kDa - kilodaltons
Lac – lacase
LC
50
– dose letal capaz de causar a morte de 50% da população de cobaias usadas
LiP – lignina peroxidase
LMEs – enzimas modificadoras de lignina
MML – meio mínimo líquido
MMS – meio mínimo sólido
MnP – manganês peroxidase
MS – meio de sais
SDS – dodecil sulfato de sódio
TEMED – N, N, N’,N’, tetrametiletilenodiamina
UD – unidade descorante: µmol de substrato descorado por mim.
UE – unidade de enzima: quantidade de enzima capaz de oxidar 1 μmol de substrato
por minuto
UV-vis – espectro de absorção de luz ultravioleta-visível
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................15
2.1 INDÚSTRIAS DE CORANTES E TÊXTEIS.....................................................15
2.2 CORANTES.....................................................................................................16
2.2.1 Toxicidade.................................................................................................19
2.3 ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES ....................................21
2.4 BIODEGRADAÇÃO .........................................................................................25
2.4.1 Fungos lignolíticos.....................................................................................25
2.5 ENZIMAS MODIFICADORAS DE LIGNINA - LMES........................................28
2.5.1 Peroxidases ..............................................................................................30
2.5.1.1 Manganês Peroxidase - MnP..............................................................31
2.5.1.2 Lignina Peroxidase - LiP.....................................................................32
2.5.1.3 Peroxidases Versáteis - VPs ..............................................................33
2.5.2 Fenoloxidases ...........................................................................................34
2.5.2.1 Lacase - Lac .......................................................................................34
2.5.3 Outras enzimas envolvidas no processo...................................................35
2.6 DESCRIÇÃO E ANTECEDENTES DO CORANTE E MICRORGANISMOS
UTILIZADOS NESTE TRABALHO ........................................................................37
2.6.1 Corante Remazol Azul (C.I. Reactive Blue 220) .......................................37
2.6.2 Microrganismos.........................................................................................38
2.6.2.1 Hydnopolyporus fimbriatus .................................................................38
2.6.2.2 Lepista sordida ...................................................................................39
2.6.2.3 Lentinus crinitus..................................................................................41
3 OBJETIVOS...........................................................................................................43
3.1 OBJETIVOS GERAIS ......................................................................................43
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................43
4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................44
4.1 ESTRATÉGIA GERAL.....................................................................................44
4.2 ESPÉCIMES E MANUTENÇÃO DAS CULTURAS .........................................45
4.3 CORANTE TÊXTIL REMAZOL AZUL..............................................................45
4.4 TESTES INICIAIS............................................................................................45
4.4.1 Espectrofotometria ....................................................................................45
4.4.2 Triagem inicial do potencial de descoloração dos basidiomicetos ............46
4.5 CINÉTICA DE DESCOLORAÇÃO AO LONGO DO TEMPO...........................46
4.6 EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO CORANTE NO CRESCIMENTO DOS
FUNGOS E NO POTENCIAL DE DESCOLORAÇÃO ...........................................47
4.7 USO DO CORANTE COMO FONTE DE CARBONO E NITROGÊNIO...........47
12
4.8 ANÁLISE DA FRAÇÃO ATIVA RESPONSÁVEL PELA DEGRADAÇÃO –
SOBRENADANTE/ELUÍDO OU MICÉLIO.............................................................47
4.9 ATIVIDADE DESCORANTE EM DIFERENTES MEIOS DE CULTURA..........48
4.10 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DESCORANTE EM CONDIÇÕES VARIÁVEIS
...............................................................................................................................48
4.10.1 Temperatura............................................................................................48
4.10.2 Concentração de sal ...............................................................................49
4.10.3 pH............................................................................................................49
4.11 ATIVIDADE ENZIMÁTICA .............................................................................49
4.11.1 Oxidação total do ABTS..........................................................................49
4.11.2 Lacase.....................................................................................................50
4.11.3 Peroxidases totais...................................................................................50
4.12 PERFIL DE SECREÇÃO DE PROTEÍNAS EM DIFERENTES MEIOS DE
CULTURA E ZIMOGRAMA ...................................................................................50
4.13 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................................................51
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................52
6 CONCLUSÕES......................................................................................................74
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................76
ANEXOS ...................................................................................................................89
13
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o nível de compostos xenobióticos nos ecossistemas
aquáticos têm aumentado de forma alarmante, como resultado da atividade
antropogênica sobre o meio ambiente. Neste contexto, o setor têxtil apresenta
especial destaque. Considerando tanto o volume quanto a composição, o efluente
gerado pela indústria têxtil é classificado como o mais poluidor entre todos os
setores industriais.
Estima-se que, ao redor de 15% da produção mundial de corantes, são
perdidas para os corpos de água durante a síntese, processamento ou aplicação
destes. Quando não tratados adequadamente, antes de seu despejo em águas
naturais, os efluentes provenientes da indústria de corantes ou processos
envolvendo tintura têxtil podem modificar o ecossistema, causando sérios problemas
de contaminação ambiental e toxicidade tanto para o meio ambiente quanto para a
saúde humana, podendo permanecer cerca de 50 anos em ambientes aquáticos.
Vários métodos físicos e químicos, incluindo adsorção, coagulação,
precipitação, filtração e oxidação são usados para o tratamento de efluentes
contaminados. Estes métodos, no entanto, podem gerar uma quantidade
significativa de lodos que podem facilmente causar poluição devido ao excessivo
uso de produtos químicos. Além disso, este tipo de tratamento possui custos
elevados e nem sempre é eficiente no tratamento de efluentes que apresentam
corantes em sua composição. Nesse contexto, a biodegradação (degradação
biológica de poluentes) mostra-se uma alternativa promissora, devido ao seu apelo
ecológico, baixo custo e re-introdução dos produtos não tóxicos resultantes da
degradação substratos poluentes ao ciclo de nutrientes na natureza.
Plantas, algas, bactérias, leveduras e fungos são alguns dos organismos já
descritos que apresentam potencial para realizar biodegradação. Dentre eles, os
fungos lignolíticos têm despertado grande interesse devido a um complexo sistema
de enzimas modificadoras de lignina (LMEs). Estas são capazes de atuar sobre
substratos que apresentam similaridade estrutural com a lignina, dentre eles, os
corantes têxteis, os principais membros deste sistema são a lacase, manganês
peroxidase e lignina peroxidase. Além das LMEs, muitos outros componentes
participam do sistema de degradação de lignina, dentre eles, enzimas auxiliares
14
produtoras de H
2
O
2
, substrato das peroxidases e mediadores redox difusíveis.
Porém, a aplicação da biodegradação em escala industrial é incipiente, razão pela
qual é necessário identificar e testar novas linhagens com potencial aplicação;
aprofundar nos mecanismos envolvidos no processo, assim como a caracterização
da dinâmica do mesmo dentro do laboratório e em escala industrial.
Este projeto teve por objetivo principal avaliar a dinâmica do processo de
biodegradação do corante têxtil Remazol Azul Brilhante em culturas dos fungos
Hydnopolyporus fimbriatus, Lentinus crinitus e Lepista sordida.
15
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 INDÚSTRIAS DE CORANTES E TÊXTEIS
Mais de 700 mil toneladas de 10 mil tipos de corantes e pigmentos são
produzidas anualmente no mundo. Tal diversidade de corantes se justifica pelo
sucesso comercial de produtos têxteis que passam por um processo de tintura. Para
atender um mercado cada vez mais exigente, a indústria tem investido no
desenvolvimento de corantes econômicos, de múltiplas tonalidades e com
propriedades específicas para obter boa fixação da coloração dos tecidos,
oferecendo grande resistência aos agentes que causam o desbotamento (ZANONI e
CARNEIRO, 2001).
A produção industrial de corantes sintéticos no Brasil foi introduzida logo após
a Primeira Guerra Mundial e supre 60% de sua demanda doméstica. Dados da
Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM, 2008) indicam o Brasil como
responsável por 2,6% da demanda mundial de corantes, sendo que sua utilização
concentra-se principalmente nos corantes reativos, que hoje correspondem a 57%
do mercado, seguidos pelos corantes dispersos, com 35%. Cerca de três quartos
das indústrias têxteis estão localizadas na região Sul (Santa Catarina), Sudeste (São
Paulo e Minas Gerais) e Nordeste (Pernambuco, Bahia e Ceará) (GUARATINI e
ZANONI, 1999). Entre 2002 e 2007 a importação de corantes no Brasil sofreu um
acréscimo de aproximadamente 80%, já a exportação praticamente dobrou, porém
ainda é consideravelmente menor que a importação (ABIQUIM, 2008).
Durante o processo de tingimento de fibras, três etapas são consideradas
importantes: a montagem, a fixação e tratamento final. A montagem é a fase na qual
o tecido entra em contato com a solução de corante (através de banho de
tingimento) ou é impregnado com corantes através de forças mecânicas (processo
de impressão/estamparia). A fixação tem como objetivo a reação entre o corante e o
tecido e, finalmente, o tratamento final envolve uma etapa de lavagem em banhos
correntes para retirada do excesso de corante original ou não hidrolisado/não fixado
à fibra têxtil nas etapas precedentes, sendo a quantidade de corante perdida
dependente da classe a qual pertence o corante (ALCÂNTARA e DALTIN, 1996;
GUARATINI e ZANONI, 1999; MCMULLAN et al., 2001).
16
2.2 CORANTES
Há indicações de seu uso pelo homem desde os primórdios da civilização.
Até meados do século XIX só eram utilizados pigmentos naturais, provenientes de
vegetais, insetos, moluscos e minerais. A grande revolução na história destes
compostos ocorreu em 1856, quando o químico inglês William H. Perkin descobriu o
primeiro corante sintético, ao qual chamou de Púrpura de anilina. No fim do século
XIX, os fabricantes de corantes sintéticos se estabeleceram na Alemanha, França,
Inglaterra e Suíça. (ZANONI e CARNEIRO, 2001; ABIQUIM, 2008).
Corantes têxteis são compostos orgânicos, cuja finalidade é conferir a uma
fibra determinada cor, sob condições preestabelecidas, reagindo ou não com o
material durante o processo de tingimento. São solúveis, não abrasivos, mostram
alta capacidade de absorção luminosa. Porém, a mesma solubilidade que confere
aos corantes a capacidade de interagir com a superfície do material, pode causar
toxicidade (HERBEST appud SARON e FELISBERTI, 2006).
A molécula de corante pode ser dividida em duas partes principais: o grupo
cromóforo, que confere cor a substância, e a estrutura responsável pela fixação do
corante à fibra chamada auxocromo (KNUTZ et al., 2002). Tendo em vista que
muitos corantes são compostos complexos, muitas vezes é impossível traduzi-los
por uma fórmula química, pois alguns não possuem estrutura química definida. Por
esse motivo, a nomenclatura química usual raramente é usada, prefere-se utilizar os
nomes comerciais. Para identificar os mesmos corantes, comercializados com
diferentes denominações, utiliza-se o Colour Index, C.I. (Tabela 1), catálogo da
“American Association of Textile Chemists and Colourists” e da “British Society of
Dyers and Colourist” (WESENBERG et al., 2003; ABIQUIM, 2008).
O C.I. classifica sistematicamente os corantes de acordo com sua estrutura
química (definida pelos grupos cromóforos), quando conhecida. Por esta
classificação, os corantes e pigmentos podem ser agrupados em 26 tipos, e registra
atualmente mais de oito mil corantes orgânicos sintéticos associados à indústria
têxtil (WESENBERG et al., 2003; ABIQUIM, 2008).
17
TABELA 1 – ALGUMAS CLASSES DE CORANTES DE ACORDO COM O COLOUR INDEX
Código Classe Química Estrutura Química
10,000 Nitroso
20,000 Diazo
37,000 Azóico
45,000 Xanteno
57,000 Hidroxicetona
58,000 Antraquinona
FONTE: adaptado de WESENBERG et al (2003)
Já os principais grupos de corantes classificados pelo modo de aplicação
(utilização por substrato), segundo Guaratini e Zanoni (1999), são:
Corantes diretos – solúveis em água e capazes de tingir fibras de celulose
através de interações de Van der Waals. Esta classe é constituída
principalmente por corantes contendo mais de um grupo azo ou pré-
transformada em complexos metálicos;
Corantes azóicos – compostos insolúveis em água, que apresentam ligações
azo (ligações -N=N- ligadas a sistemas aromáticos). Durante o processo de
tingimento, a fibra é impregnada com um composto solúvel em água,
chamado de agente de acoplamento.
Corantes ácidos – Ligam-se à fibra através de troca iônica envolvendo um par
de elétrons livres dos grupos amino e carboxilatos das fibras protéicas, na
forma não protonada. Caracterizam-se por estruturas químicas baseadas em
grupos azo, antraquinona, triarilmetano, entre outros.
Corantes a cuba – Praticamente insolúveis em água, entretanto, durante o
processo de tintura são reduzidos, tornando-se solúveis e posteriormente
oxidados, regenerando a forma original do corante sobre a fibra;
Corantes de enxofre – Compostos macromoleculares com pontes dissulfeto,
altamente insolúveis;
18
Corantes dispersos – Insolúveis em água, aplicados em fibras de celulose,
através de suspensão. Usualmente o processo de tintura ocorre na presença
de agentes dispersantes que normalmente estabilizam a suspensão do
corante, facilitando o contato entre corante e a fibra hidrofóbica;
Corantes pré-metalizados – Caracterizados pela presença de um grupo
hidroxila ou carboxila na posição orto em relação ao grupo azo, permitindo a
formação de complexo com íons metálicos;
Corantes reativos – Apresentam um grupo eletrofílico capaz de formar
ligações covalentes com grupos hidroxila das fibras celulósicas, com grupos
amino, hidroxila e tióis das fibras protéicas e também com grupos amino das
fibras de poliamidas. Os principais apresentam grupos azo (N=N) e
antraquinona como cromóforos, além de grupos clorotriazina e
sulfatoetilsulfonila como grupos reativos. Alguns exemplos são mostrados na
Figura 1. Esta classe de corantes é utilizada no tingimento de fibras naturais
de algodão e lã, fibras artificiais de viscose, couro e papel. Apresentam como
características alta solubilidade em água e o estabelecimento de uma ligação
covalente entre o corante e a fibra, cuja ligação confere maior estabilidade na
cor do tecido tingido quando comparado a outros tipos de corantes.
FIGURA 1 – ALGUNS EXEMPLOS DE CORANTES REATIVOS
FONTE: adaptado de ABADULA et al., 2000
19
2.2.1 Toxicidade
Devido à sua própria natureza, a presença de quantidades muito pequenas
de corantes já torna o efluente colorido (NIGAM et al., 2000). Ao aumentar a turbidez
da água e impedir a penetração de luz solar, estes rejeitos diminuem a atividade
fotossintética de alguns organismos e provocam distúrbios na solubilidade dos
gases, causando danos nas guelras e brânquias dos organismos aquáticos.
O perfil de toxicidade avaliado em microrganismos biosensores é
extremamente variado, quando analisados diversos níveis de toxicidade e interações
microrganismo-corante, devido à diversidade de corantes utilizados pela indústria
têxtil. Mais de 3000 corantes foram analisados quanto à toxicidade sobre peixes e
mamíferos e foi constatado que menos de 2% deles apresentaram uma toxicidade
considerável, sendo os corantes básicos, em ambos os casos, os que apresentaram
maior toxicidade (ZEE, 2002).
Lanzer et al. (2007) avaliaram a sensibilidade de resposta do
desenvolvimento embrionário de Biomphalaria tenagophila (caramujo) e Daphnia
magna (microcrustáceo) ao corante “Remazol Brilliant Blue R”. O corante não
apresentou efeito na taxa de eclosão dos ovos e mortalidade de embriões, porém
em D. magna, foi observada uma redução no número de neonatos. Já Bae e
Freeman (2007) analisaram a mortalidade de D. magna, quando em contato com
quatro corantes diretos, mas apenas “Direct Blue 218” se apresentou muito tóxico
para este microrganismo. Segundo Vineis e Pirastu (1997), estudos em animais
(ratos e coelhos) têm demonstrado um aumento de carcinomas hepáticos após
exposição à benzidina e corantes que apresentam benzidinas em sua composição.
Os riscos à saúde humana variam de acordo com o tempo e modo de
exposição. Alguns compostos não incorporados totalmente ao tecido podem causar
dermatites, e problemas respiratórios como asma e rinite alérgica (NILSSON et al.,
1993). Quando ingeridos, apresentam maiores riscos relacionados às etapas de
biotransformação (rotas do metabolismo destes corantes nos organismos), pois
quando catalisados por enzimas específicas, podem gerar substâncias com
propriedades carcinogênicas e mutagênicas (HUNGER, 1994). O corante “Direct
Red 2” foi considerado por Rajaguru et al. (1999) com potente clastogenicidade
(quebra cromossômica) para medula óssea de ratos, indicando que a exposição, e
em maior grau, a ingestão deste corante ou seus metabólitos, podem representar
20
riscos. Foi sugerido que trabalhadores de indústrias têxteis e de corantes possam se
contaminar através de contato destas substâncias com a pele e subseqüente
ingestão.
Os principais corantes que apresentam potencial carcinogênico são os
pertencentes à classe de corantes azóicos (SPADARO et al., 1992). O primeiro
passo na redução catabólica de corantes azóicos é acompanhado por uma
diminuição na absorção de luz visível e, em seguida, a descoloração do corante
(redução da ligação azo) que produz aminas aromáticas, algumas das quais são
conhecidas como cancerígenas. Estas têm sido encontradas na urina de
trabalhadores e de animais de laboratório após administração de corantes azóicos
(CERNIGLIA, et al., 1986 appud SWEENEY et al., 1994). Por exemplo, a redução do
corante “Reactive Blue 6” gera benzidinas tóxicas (HUNGER, 1994). Evidências
epidemiológicas indicam relação entre aminas aromáticas e risco de
desenvolvimento de câncer. O risco de câncer em humanos pode resultar da
exposição a aminas aromáticas decorrentes de fontes ocupacionais. Estudos têm
relacionado trabalhadores da indústria têxtil expostos a corantes e o aumento no
risco de câncer de bexiga (DOLIN, 1992; NOTANI et al., 1993; MASTRANGELO et
al., 2002), pancreático (ALGUACIL et al., 2000) e de sistema digestivo
(MASTRANGELO et al., 2002). Exposições de trabalhadores a aminas aromáticas
aumentam em 25% a incidência de câncer de bexiga (VINEIS e PIRASTU, 1997).
Weber e Wolfe (1987) e Chung et al. (1978) demonstraram que corantes azo e nitro
são reduzidos no ambiente intestinal, resultando em ambos os casos na formação
de aminas tóxicas. Os corantes pertencentes à classe das antraquinonas são mais
resistentes à degradação devido à fusão de anéis aromáticos encontrada em sua
estrutura. Dentre os problemas decorrentes da não remoção de corantes nos
tratamentos biológicos atualmente utilizados, encontra-se a capacidade de alguns
corantes dispersos se bioacumularem (BAUGHMAN e PERENICH, 1988). O
bioacúmulo é definido como o depósito crescente de poluentes em nível tecidual
através de etapas metabolismo-dependentes (AKSU, 2005).
Efluentes da indústria têxtil, mesmo após tratamentos que resultem em
descoloração, não podem ser considerados não tóxicos, ou seja, redução de
coloração não implica necessariamente em redução de toxicidade. Gottlieb et al.
(2003) demonstraram uma redução de cor do corante Reactive Black 5 na região de
luz visível; todavia, revelaram um aumento no espectro de absorção na região UV,
21
com concomitante aumento da toxicidade para a bactéria luminescente Vibrio
fischeri, organismo muito utilizado para a realização de testes de toxicidade.
2.3 ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
Em decorrência dos vários problemas ambientais e danos à saúde humana
causados por corantes, o governo tem adotado várias medidas que regulamentam o
lançamento de efluentes em corpos de água. Dentre as leis que governam o despejo
de efluentes, destaca-se a Política Nacional de recursos hídricos, Lei Federal nº.
10.881, de junho de 2004, quespõe sobre os contratos de gestão entre a Agência
Nacional de Águas e entidades delegatórias das funções de Agências de Águas
relativas à gestão de recursos hídricos de domínio da União. Além disso, existe a
Resolução nº. 357 instituída em 17 de março de 2005 pelo CONAMA, que
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, entre outras
questões. A adoção de um maior rigor nos padrões de descarte de efluentes de
águas residuais tem motivado a realização de pesquisas, cujo objetivo é reduzir o
impacto ambiental dos poluentes. O órgão internacional “Ecological and
Toxicological Association of the Dyestuff Manufacturing Industry” (ETDA), criado em
1974 com o intuito de minimizar os possíveis danos ao homem e ao meio ambiente,
vem tentando fiscalizar a fabricação e o uso de corantes sintéticos, porém este
controle ainda é falho em países em desenvolvimento (GUARATINI e ZANONI,
1999; ZANONI e CARNEIRO, 2001).
A variada natureza química dos corantes e o uso rotineiro de vários aditivos
químicos de composição variada (umectantes, antiespumantes, dispersantes,
ajustadores de pH) durante o banho de tintura, montagem e fixação, dificultam o
processo de tratamento e remoção dos corantes com apenas um procedimento
(ALCÂNTARA e DALTIN, 2006). Um resumo dos principais componentes
encontrados em efluentes de indústrias têxteis é descrito na Tabela 2.
22
TABELA 2 – PRINCIPAIS POLUENTES DO EFLUENTE TÊXTIL
Poluente Principais substâncias Origem
Matéria orgânica
Amidos, enzimas, gorduras, graxas,
surfactantes e ácido acético
Limpeza, lavagens,
tingimento
Cor Corantes, impurezas da lã Lavagem, tingimento
Nutrientes
Sais de amônia, uréia, tampões,
surfactantes
Tingimento
pH e sais
Hidróxido de sódio, ácidos minerais e
orgânicos, cloreto de sódio, silicatos,
sulfatos e carbonatos
Limpeza, alvejamento,
tingimento, neutralização
Enxofre
Sulfatos, sulfitos e hidrosulfitos, ácido
sulfúrico
Tingimento
Compostos tóxicos
Metais pesados, agentes oxidantes e
redutores, biocidas, sais de amônio
quaternário
Limpeza, alvejamento,
tingimento, finalização
Fonte: adaptado de RAMALHO, 2005
Atualmente, vários métodos podem ser utilizados na remoção de corantes em
efluentes industriais (Tabela 3), estes podem ser distribuídos em três categorias:
químicos, físicos e biológicos. Os métodos químicos compreendem: reação de
Fenton, ozonação, processos fotoquímicos e destruição eletroquímica. Os mais
utilizados são processos oxidativos, em decorrência de sua simplicidade de
aplicação. A oxidação química remove a cor de efluentes como resultado da quebra
das ligações aromáticas das moléculas de corantes.
Já os métodos físicos consistem em técnicas de remoção resultantes de dois
mecanismos: adsorção, onde o corante é fixado a um suporte ou resina, como
carvão ativado ou outros materiais e troca iônica. Estes são influenciados por
múltiplos fatores físico-químicos como a interação corante/suporte, área de
superfície do sorvente, tamanho da partícula, pH, temperatura e tempo de contato
(SLOKAR e LE MARECHAL, 1997; ROBINSON et al., 2001).
23
TABELA 3 – TÉCNICAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DE EFLUENTES TÊXTEIS
Processo Desempenho Limitações
Oxidação de
Fenton
Total descoloração; baixo
capital e custo de
funcionamento
Geração de lodo pela
floculação dos reagentes e das
moléculas do corante
Eletrólise
Total descoloração; baixo
custo.
Tempo de vida da espuma e
do eletrodo
Flotação
Remove 90% da cor e 40%
DQO; baixo custo; compacto.
Filtração
Alta performance; reuso de
água, sais e calor.
Manuseio e descarte do
material retido
Coagulação/
floculação
Total descoloração; reuso de
água.
Nem sempre efetivo;
disposição de lodo
O
3
Total descoloração; reuso de
água.
Alto custo; formação de
aldeídos
Adsorção (carbono,
biomassa, argila)
Novos adsorventes são efetivos
e com baixo custo; reuso de
água.
Alta eliminação ou
regeneração de custo
Fotocatálise
Remoção da cor quase
completa; desintoxicação.
Somente como passo final de
polimento
Biodegradação:
- Lodo ativado
Redução DQO e N.
Grande quantidade de DQO,
N, cor e surfactantes no
resíduo.
- Seqüência
anaeróbica/ aeróbica
Redução de DQO, cor e
tóxicos.
Grande quantidade de resíduo
de cor e DQO
- Leito fixo Redução de DQO e cor.
- Fungos/ H
2
O
2
Total descoloração.
Possível formação de produtos
mais tóxicos
FONTE: adaptado de VANDEVIVERE et al., 1998
NOTA: DQO - demanda química de oxigênio, N – nitrogênio
Do ponto de vista ambiental, a maior desvantagem do processo de adsorção
reside no fato dos corantes adsorvidos não serem mineralizados (degradação
completa do poluente, com concomitante produção de CO
2
e H
2
O), havendo, na
realidade, uma transferência de poluentes de uma fase líquida para outra sólida, que
terá que ser posteriormente tratada (KUMAR et al., 1998). Assim, o processo de
adsorção não é eficiente nem economicamente atraente quando aplicado sozinho,
mas pode ser muito útil se combinado com redução química ou processos de
24
biodegradação e fermentação de fase sólida. Aksu e Dönmez (2003) descreveram o
processo de adsorção do corante “Reactive Remazol Blue” em solução aquosa por
biomassa das leveduras Saccharomyces cerevisiae, Schizosaccharomyces pombe,
Kluyveromyces marxianus, Cândida sp., dentre outras.
Dentre os métodos biológicos, o mais utilizado é o sistema de lodos ativados,
o qual consiste na agitação dos efluentes na presença de microrganismos e ar,
durante um tempo necessário para metabolizar e flocular uma grande parte da
matéria orgânica (BITTON, 1994 appud KNUZ, 2002). O tratamento biológico inclui
habitualmente processos aeróbios que, em relação à remoção de cor, são ineficazes
para uma grande variedade de corantes.
Corantes reativos solúveis em água e ácidos são os mais problemáticos, pois
eles tendem a passar pelos sistemas de tratamento convencionais inalterados
(WILLMOTT et al., 1998). Sistemas de tratamento aeróbio, dependentes de
atividade biológica, são ineficientes na remoção destes corantes (MORAN et al.,
1997). A preocupação com estes tipos de corante é decorrente de sua síntese, visto
que muitos corantes são feitos a partir de agentes cancerígenos conhecidos, tais
como benzidina e outros compostos aromáticos (BAUGHMAN e PERENICH, 1988).
Poucos azo-corantes são degradados via aeróbia. É possível degradar estes
compostos via anaeróbia, mas neste processo ocorre redução da ligação azo
resultando da geração de aminas aromáticas tóxicas, produtos ainda que sem cor,
são mais tóxicos que os compostos de partida (WONG e YU al., 1999). Işik e
Sponza (2004) ao acoplar sistema anaeróbio–aeróbio comprovaram uma eficiente
biodegradação do azocorante “Direct Black 38”. Neste sistema, corantes azóicos são
reduzidos e descoloridos anaerobicamente, produzindo aminas aromáticas. Estas,
em sistemas acoplados, sofrem subseqüente degradação aeróbia, pois são pouco
removidas em condições anaeróbias.
A indústria têxtil, em geral, tem seus processos de tratamento fundamentados
na operação de processos físico-químicos de precipitação-coagulação, seguido de
tratamento biológico à base de lodos ativados. Este sistema apresenta eficiência
relativamente alta, em torno 80%, porém o lodo gerado não pode ser reaproveitado
em decorrência da alta concentração de corantes adsorvida (ROBINSON et al.,
2001). Em decorrência disso, vem aumentando o interesse pela busca de
microrganismos versáteis capazes de degradar de maneira eficiente estes resíduos
a um baixo custo operacional.
25
2.4 BIODEGRADAÇÃO
Dentre as múltiplas estratégias aplicadas para a eliminação de corantes
têxteis, a biodegradação começa a ocupar um lugar de destaque por seu apelo
ecológico. Esta consiste na modificação estrutural e adsorção de substratos
poluentes por diferentes organismos (plantas, algas, bactérias, leveduras e fungos)
levando à introdução deles no fluxo normal de nutrientes na natureza. A aplicação
de processos biológicos na remoção de compostos químicos recalcitrantes na
natureza é designada biorremediação (BANAT et al., 1996; GIANFREDA e RAO,
2004).
Tecnologias de biorremediação estão recebendo grande atenção para
restauração de locais muito poluídos, onde a biodegradação natural ocorre
lentamente ou imperceptivelmente. Métodos de aceleração do processo de
biodegradação podem utilizar microrganismos de ocorrência natural (autóctone),
com estimulação desta microbiota pela manipulação das condições ambientais.
Esses métodos podem ainda ser otimizados, introduzindo microrganismos alóctones
(que não apresentam ocorrência natural no ambiente em questão) com comprovada
capacidade de metabolizar o poluente. Processos otimizados podem ser conduzidos
no próprio local (in situ), ou fora dele (ex situ), implicando assim na remoção do
material contaminado (POINTING, 2001; BALLAMIUT, 2007).
Segundo Pointing (2001), a biorremediação já é uma tecnologia estabelecida,
porém a maioria dos tratamentos empregados utilizam microrganismos procariotos.
Neste contexto, fungos lignolíticos têm despertado grande interesse devido à
produção de uma diversidade de enzimas que apresentam ação sobre múltiplos
substratos de origem industrial. O uso destes organismos possibilita a expansão da
biodegradação a poluentes que não consistem em substratos aos procariotos.
2.4.1 Fungos lignolíticos
Ao lado de outros microrganismos, os basidiomicetos ligninolíticos atuam na
decomposição da matéria orgânica, dinamizando a reciclagem de nutrientes e
regulando o equilíbrio energético dos ecossistemas terrestres (TUOMELA et al.
2000). Os fungos decompositores da madeira podem ser classificados em grupos
26
ecofisiológicos: causadores de podridão branca (White-rot fungi), de podridão parda
(Brown-rot fungi) e de podridão mole (Litter-rot fungi; Tabela 4). Dentre eles, os
fungos de podridão branca são considerados os organismos mais eficientes na
biodegradação de poluentes (GLENN e GOLD, 1983; PASZCZYNSKI et al., 1992;
SPADARO et al., 1992; POINTING, 2001; WESENBERG et al., 2003).
TABELA 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS DA PODRIDÃO DA MADEIRA
Grupo Filo Degradação da lignina Ambiente Alguns gêneros
Fungos de
podridão
branca
Basidiomicetos
(Ascomicetos)
Mineralização da
lignina, deslignificação
seletiva ou não seletiva
Principalmente
madeira dura
Phanerochaete,
Phlebia,
Trametes
Fungos de
podridão
parda
Basidiomicetos
Modificação da lignina
Principalmente
madeira mole
Poria, Polyporus
Fungos de
podridão
mole
Ascomicetos
ou fungos
amorfos
Degradação limitada de
lignina
Ambientes
aquáticos, madeira
com umidade
elevada,
serapilheira
Chaetomium,
Paecilomyces,
Fusarium
FONTE: adaptado de Tuomela et al., 2000
O fungo Phanerochaete chrysosporium (Figura 2), um dos mais
exaustivamente estudados, revelou a capacidade de degradar corantes azóicos,
antraquinona, heterocíclicos, trifenilmetano e poliméricos (GLENN e GOLD, 1983;
PASZCZYNSKI et al., 1992; SPADARO et al., 1992; OLLIKKA et al., 1993; CRIPPS
et al., 2004), além de vários outros compostos químicos como polímeros sintéticos
(poliacrilato, poliacrilamida, nylon), compostos aromáticos clorinados (2,4-
diclorofenol, pentaclorofenol, 2,4,6-ácido triclorobenzóico, 2,4,5-triclorofenol, 2,4,5-
ácido triclorofenoxiacético), munições e explosivos (nitroglicerina, trinitrotolueno),
pesticidas (dentre eles o dicloro-difenil-tricloroetano - DDT), compostos aromáticos
policíclicos (antraceno, naftaleno, pireno, benzopireno) e outros (aminotriazol, azida,
tetracloreto de carbono e cianidas) (CAMERON et al., 2000).
27
FIGURA 2 – FOTO DO FUNGO Phanerochaete chrysosporium
FONTE: http://www.world-of-fungi.org
Muitos trabalhos têm tido como objetivo isolar e selecionar fungos que
apresentam capacidade de descorar diferentes corantes comerciais têxteis (KNAPP
et al.,1995; BANAT et al.,1996; OKINO et al., 2000; KAPDAN et al., 2000; LEVIN et
al., 2004; DHOUIB et al., 2005). Vários fungos de podridão branca tem sido descritos
com capacidade de descorar diferentes classes de corante como, por exemplo,
Bjerkandera adusta e Trametes versicolor, que degradam diferentes corantes azo
tipo reativo, ftalocianina e antraquinonas (HEINFLING et al., 1997; NOVOTNÝ et al.,
2001). Segundo Knapp et al. (1995) Pleurotus ostreatus, duas cepas de Coriolus
versicolor, P. chrysosporium, Piptoporus betulinus, além de duas espécies não
identificadas são capazes de degradar corantes azo, ftalocianina, corantes
metálicos, antraquinonas, triarilmetano e corantes heterocíclicos, porém a
porcentagem de descoloração apresenta variação entre 50 – 100% dependendo do
fungo e do corante analisado.
Machado et al. (2005) demonstraram a degradação do corante “Remazol
Brilliant Blue R”, após 14 dias de crescimento em meio sólido, por 106
basidiomicetos. Nokazi et al. (2008) investigaram a descoloração de 27 tipos de
corantes pertencentes a diversas classes químicas (Monoazo, Diazo, Trifenilmetano,
Ftalocianina) realizada por extratos secretados de 21 basidiomicetos. Observaram
que somente nove corantes foram descoloridos por mais de 40% com todos os
fungos testados.
Eichlerová et al. (2006) testaram a atividade descorante de oito espécies
pertencentes ao gênero Pleutorus, sendo que quatro foram capazes de descolorir os
28
dois corantes testados (“Orange G”, corante azóico e “Remazol Brilliant Blue R”,
antraquinona), três descoraram apenas o corante Remazol, porém nenhuma delas
apresentou capacidade de descorar somente “Orange G”. O fato sugere, segundo os
autores, que corantes azo são mais resistentes a degradação do que antraquinonas.
A quantidade e diversidade de corantes disponíveis no mercado superam a
possibilidade de encontrar uma única espécie com ação sobre a maior parte destes
poluentes, o que é dificultado pela presença de vários outros compostos em
efluentes têxteis.
2.5 ENZIMAS MODIFICADORAS DE LIGNINA - LMES
Atualmente o uso de enzimas em processos industriais é de grande interesse
devido a sua facilidade de obtenção através de processos de biotecnologia e as
vantagens em relação aos catalisadores químicos, como reutilização, maior
especificidade, menor consumo energético, maior velocidade de reação e redução
dos custos de maquinaria e laboratoriais (MUSSATTO et al., 2007). Duas estratégias
têm sido propostas para a utilização de enzimas lignolíticas para a degradação de
compostos recalcitrantes: a transformação direta de poluentes por culturas ativas de
basidiomicetos ligninolíticos pré-selecionados, e o uso de enzimas extraídas/
purificadas do meio de cultura. Contudo, a escolha da melhor estratégia irá
depender dos objetivos e das condições empregadas durante o processo de
biodegração (TRUPKIN et al. 2003).
As LMEs são oxidoredutases envolvidas na degradação e mineralização da
lignina, apresentam baixa especificidade, o que as torna capazes de degradar, além
da lignina, um amplo espectro de organopoluentes persistentes com similaridades
estruturais com a lignina, dentre eles os corantes têxteis (Figura 3). A base da não
especificidade destas enzimas encontra-se na formação de radicais livres, muito
reativos, passíveis de interações com múltiplos substratos (BARR e AUST, 1994). A
degradação da lignina, bem como xenobióticos recalcitrantes, é um processo
complexo de oxidação, redução, metilação e hidroxilação que envolve numerosos
co-fatores de baixa massa molar, os quais podem servir como mediadores de óxido-
redução.
29
FIGURA 3 – SIMILARIDADES ESTRUTURAIS ENTRE UM SEGMENTO DA MOLÉCULA
DE LIGNINA E ALGUNS SUBSTRATOS POLUENTES.
FONTE: O autor.
As LMEs são freqüentemente expressas em diferentes combinações,
isoformas e taxas, sob diferentes condições, sendo que a sua síntese e secreção é,
freqüentemente, induzida por níveis limitados de carbono e/ou nitrogênio.
(WESENBERG et al., 2003; GIANFREDA e RAO, 2004). Os principais membros
deste grupo são as lacases (Lac, E.C. 1.10.3.2), Manganês Peroxidases (MnP, E.C.
1.11.1.13) e Lignina Peroxidases (LiP, E.C. 1.11.1.14), uma fenoloxidase e duas
peroxidases, respectivamente. Um resumo comparativo das principais
características das LMEs está descrito na Tabela 5.
A natureza polimérica da lignina e o volume das LMEs dificultam a interação
direta e específica entre estas. Em decorrência, moléculas com baixo massa molar
agem como mediadores redox difusíveis, fornecendo alto potencial de óxido-redução
para degradar a lignina e penetrar no complexo de ligninocelulose. Estes
mediadores podem estar envolvidos na geração de espécies reativas de oxigênio
(ROS), e atacar, direta ou indiretamente, a lignina e moléculas xenobióticas
(HAMMEL, 1996; VAN AKEN e AGTHOS, 2001; VAN AKEN e AGTHOS, 2002).
30
TABELA 5 – COMPARAÇÃO DAS PROPRIEDADES DE MANGANÊS PEROXIDASE, LIGNINA
PEROXIDASE E LACASE DOS FUNGOS DE PODRIDÃO BRANCA
Enzima Manganês peroxidase Lignina peroxidase Lacase
E.C. 1.11.1.13 1.11.1.14 1.10.3.2
Grupo
Prostético
Heme Heme
1 tipo 1-Cu,
1 tipo 2-Cu,
2 pares tipo 3-Cu
Massa molar (kDa) 32 – 62,5 38-47 59-110 (tetrâmeros)
Isoformas Monômeros Monômeros Mono-, di-, tetrâmeros
PI 2,8 – 7,2 3,2-4,7 2,6-4,5
Faixa ótima de pH 2,6 – 4,5 2,0-5,0 2,0-8,5
Quebra de ligações
C-C
Sim Sim ----------
Estabilidade +++ + +++
Mediadores nativos Mn
+2
e Mn
+3
Álcool veratril;
2Cl-1.4DMB
3-HAA
Especificidade Mn
+2
Anéis aromáticos
incluindo não fenólicos
Anéis aromáticos
fenólicos
Mediadores
secundários e
sintéticos
Tióis e ácidos graxos
insaturados
---------- ABTS, HBT
FONTE: adaptado de WESENBERG et al., 2003
NOTA: 2Cl-1.4DMB: 2-cloro-1,4-dimetoxibenzeno; 3-HAA: ácido 3-hidroxiantranílico; ABTS: 2,2’-
azinobis (3- etilbezotiazolina-6-sulfonato) ; HBT: 1-hidrozibenzotriazol.
Além das LMEs, muitos outros componentes participam do sistema de
degradação de lignina apresentado pelos fungos de podridão branca. Dentre eles,
outras enzimas auxiliares produtoras de H
2
O
2
, substrato das peroxidases (REDDY,
1995; BANCI et al., 1999; CAMERON et al., 2000; MESTER e TIEN, 2000;
WESENBERG et al., 2003; CAVALLAZZI et al ., 2004).
2.5.1 Peroxidases
As peroxidases lignolíticas, MnP e LiP, apresentam ciclo catalítico similar ao
das demais peroxidases. Atualmente, já é descrita uma terceira enzima peroxidase
31
que também atua na quebra da lignina. Esta é conhecida por peroxidase versátil por
atuar como híbrido de LiP e MnP. Os sítios de ligação com substratos são os
principais responsáveis pelas diferenças funcionais destas enzimas.
2.5.1.1 Manganês Peroxidase - MnP
O ciclo catalítico desta enzima (Figura 4) é iniciado pela ligação de H
2
O
2
a
enzima nativa férrica e formação do complexo ferro-peróxido. A quebra da ligação
oxigênio – peróxido de hidrogênio requer a transferência de dois elétrons do
grupamento heme da enzima, resultando na formação do composto I da manganês
peroxidase e uma molécula de água. A seguir, um íon Mn
+2
age como doador de um
elétron para o composto I, formando o composto II e o íon Mn
+3
. A redução do
composto II ocorre de maneira similar à descrita acima e outro Mn
+3
é formado a
partir de um Mn
+2
regenerando, deste modo, a enzima férrica nativa (CAMERON et
al. 2007).
FIGURA 4 – CICLO CATALÍTICO DA ENZIMA MANGANÊS PEROXIDASE
Fonte: CAMERON et al., 2007
O composto I é capaz de oxidar vários compostos fenólicos, enquanto a
redução do composto II requer exclusivamente Mn
+2
como substrato. Mn
+3
é
estabilizado por ácidos orgânicos secretados por vários fungos, os quais quelam e
oxidam Mn
+3
, como por exemplo, o ácido oxálico. Este, quando quelado, age como
32
um mediador difusível de óxido-redução, degradando esqueletos fenólicos, tióis e
aminas aromáticas, degradando e depolimerizando, assim, seu substrato natural
(lignina), assim como compostos xenobióticos (REDDY, 1995; BANCI et al., 1999;
MESTER e TIEN, 2000; WESENBERG et al., 2003). Desta maneira, ácidos
orgânicos são tidos como a origem de radicais centrados em carbono, radicais
peroxil e superóxidos, que podem ser fonte de peróxidos para a utilização por MnP
ao invés de H
2
O
2
. Conseqüentemente, fungos que carecem de enzimas produtoras
de H
2
O
2
podem ser eficientes degradadores de lignina (HOFRICHTER, 2002). A
degradação in vitro da lignina e outras moléculas recalcitrantes por MnP é
aumentada na presença de tióis (glutationa reduzida e cisteína) e ácidos graxos
insaturados (WESEMBERG et al., 2003).
2.5.1.2 Lignina Peroxidase - LiP
LiP catalisa a oxidação de compostos não fenólicos da lignina e de substratos
similares, através de várias oxidações em suas cadeias laterais pela retirada de um
elétron, formando radicais reativos (WESENBERG et al. 2003). Seu ciclo catalítico
(Figura 5) consiste na oxidação da enzima férrica por dois elétrons pelo H
2
O
2
formando o composto I. Este oxida substratos aromáticos, retirando dois elétrons,
formando o composto II, que novamente oxida substratos aromáticos regenerando a
enzima nativa férrica (CAMERON et al. 2007).
Os substratos para a enzima parecem ser determinados tanto pelo tamanho
da molécula, quanto pelo seu potencial de óxido-redução. Seu papel na degradação
da lignina parece ser o de degradar produtos formados pela ação da MnP (REDDY,
1995; EGGERT et al., 1996a; BANCI et al.,1999; MESTER e TIEN, 2000;
WESENBERG et al., 2003). A presença de um metabólito secundário facilita a
oxidação do Composto I. O álcool veratril é um metabólito secundário produzido por
fungos de podridão branca, e após sua oxidação para radical cátion veratril age
como mediador na degradação da lignina, estimulando a ação da LiP, e protegendo-
a contra dano enzimático causado por H
2
O
2
(MESTER e TIEN, 2000; WESENBERG
et al., 2003).
33
FIGURA 5 – CICLO CATALÍTICO DA LIGNINA PEROXIDASE
FONTE: CAMERON et al., 2007
2.5.1.3 Peroxidases Versáteis - VPs
Um terceiro grupo de enzimas, as peroxidases versáteis, tem sido descritas
em espécies de Pleurotus sp. e Bjerkandera sp. Estas agem como híbridos de MnP
e LiP, oxidando Mn
+2
, bem como compostos aromáticos fenólicos e não fenólicos,
incluindo corantes (HEINFLING et al., 1998; MESTER e FIELD, 1998, MCMULLAN
et al., 1998). Camarero et al. (1999) observaram que a enzima produzida pela
linhagem Bjerkandera sp. B33/3 pode ser incluída, juntamente com as enzimas
produzidas por Pleurotus ostreatus, Pleurotus eryngii, Pleurotus pulmonarius,
Bjerkandera adusta, na classe das enzimas peroxidases versáteis.
34
2.5.2 Fenoloxidases
2.5.2.1 Lacase - Lac
Estas enzimas podem ser secretadas ou intracelulares e catalisam tanto
depolimerização quanto polimerização de seus substratos (YOUNG et al., 1995
RIVA, 2006). Lac catalisa a oxidação de uma variedade de doadores aromáticos de
hidrogênio com a concomitante redução de oxigênio à água. Além disso, não oxidam
somente ácidos fenólicos e metoxifenólicos, mas também realizam descarboxilação
e demetilação destes (REDDY, 1995; BANCI et al., 1999; WONG e YU, 1999;
WESENBERG et al., 2003; CAVALLAZZI et al., 2004).
O sitio ativo da enzima inclui quatro íons cobre. O cobre tipo I age como
doador de elétrons de fenóis e amidas substituídas (substratos típicos), enquanto o
cobre tipo II transfere elétrons para o aceptor final, dioxigênio, o qual é reduzido à
água. Já os dois íons cobre tipo III agem como intermediários da transferência de
elétrons. Durante seu ciclo catalítico, ocorre a redução de um oxigênio molecular à
duas moléculas de água e a concomitante oxidação de quatro moléculas de
substratos para produzir quatro radicais livres como demonstrado na Figura 6 (RIVA,
2006).
Compostos não fenólicos podem ser oxidados pela enzima através de um
composto intermediário ou “mediador”. Em geral, um mediador pode ser definido
como uma molécula com a função de transportar elétrons entre as enzimas e os
compostos não fenólicos. Depois de oxidado pela enzima, o mediador sai de seu
sítio ativo e pode oxidar qualquer substrato, que, devido ao seu tamanho, não
consegue entrar diretamente no sítio enzimático. A forma oxidada do mediador é
distinta estruturalmente da enzima oxidada, o que lhe permite diferentes
mecanismos de oxidação, e conseqüentemente aumenta a gama de substratos
suscetíveis a ação da enzima (BAIOCCO et al., 2002).
35
FIGURA 6 – CICLO CATALÍTICO DA ENZIMA LACASE
FONTE: WESENBERG et al., 2003
Estes mediadores podem ser sintéticos ou naturais. O ácido 3-
hidroxiantranílico (3-HAA) foi o primeiro mediador natural descrito para lacases. Este
permite a oxidação de dímeros não fenólicos de lignina, atuando como “ponte de
elétrons” (EGGERT et al., 1996b). Segundo Wesemberg et al. (2003), diferentes
mediadores sintéticos têm sido testados com lacases, dentre eles, o ABTS (2,2’-
azinobis (3- etilbezotiazolina-6-sulfonato) e o HBT (1-hidrozibenzotriazol).
2.5.3 Outras enzimas envolvidas no processo
Uma completa degradação da lignina requer muitas enzimas intracelulares
tanto para a completa mineralização dos monômeros a CO
2
e H
2
O quanto para a
geração de metabólitos secundários que suportam o metabolismo extracelular. Um
importante componente do sistema ligninolítico é o H
2
O
2
, substrato oxidativo nas
reações peroxidativas. Neste contexto, um grande número de oxidases tem sido
propostas para desempenhar o papel de produção deste composto.
A correlação temporal existente entre glioxal oxidase (EC 1.1.3.9), enzimas
peroxidases e H
2
O
2
sugerem uma grande correlação fisiológica entre estes
componentes. As enzimas glioxal oxidase e aril álcool oxidase (EC 1.1.3.7; também
chamada de álcool veratril oxidase) são produzidas por P. chrysosporium em
36
condições limitantes de nutrientes (ZHAO e JANSE, 1996). Estas enzimas se
apresentam como substratos biológicos intermediários, formados durante a
degradação da lignina, oxidando uma variedade de aldeídos e álcoois produzidos e
secretados pelos fungos, com concomitante formação de H
2
O
2
(BOURBONNAIS e
PAICE, 1988).
Em estudos realizados com P. chrysosporium, foram identificadas duas
glucoses oxidases envolvidas na produção de H
2
O
2
: glucose-1-oxidase (EC 1.1.3.4)
e glucose-2-oxidase (EC 1.1.3.10). Entre os substratos descritos para estas
enzimas, pode-se incluir D-glucose e D-glucona-1,5-lactona. Estas enzimas são
predominantemente intracelulares em culturas líquidas deste fungo e sua produção
é dependente do organismo e da cepa estudados. Tem sido descrito que estas
enzimas são localizadas no espaço periplasmático das hifas e sendo associadas
com a membrana (ERIKSSON et al., 1986; CULLEN e KERSTEN 2004).
Outra enzima que participa do processo de degradação da lignina, assim
como do metabolismo de carboidratos dos fungos de podridão branca e marrom, é a
celobiose desidrogenase (EC 1.1.99.18). Esta é secretada quando a celulose é
utilizada como fonte de carbono, porém a função desta enzima permanece incerta.
Foi sugerido que esta enzima é oxidada por dois elétrons para a redução de uma
ampla gama de aceptores de elétrons. Dois destes aceptores são íons férricos e
oxigênio molecular, os quais formam pela ação enzimática, íons ferrosos e H
2
O
2
,
respectivamente (WYDE e WOOD, 1997 appud CAMERON et al., 2000).
Várias outras enzimas já foram descritas em P. chrysosporium que, segundo
Cullen e Kersten (2004) incluem metanol oxidase (EC 1.1.3.13), 1,4-benzoquinona
redutase, metil-transferase, citocromo P450, L-fenilalanina amonialiase, 1,2,4-
trihidroxibenzeno 1,2-dioxigenase, glutationa transferase, superóxido dismutase (EC
1.15.1.1) e catalase.
37
2.6 DESCRIÇÃO E ANTECEDENTES DO CORANTE E MICRORGANISMOS
UTILIZADOS NESTE TRABALHO
2.6.1 Corante Remazol Azul (C.I. Reactive Blue 220)
Este corante foi fornecido pela empresa DYSTAR e em sua ficha técnica é
designado Azul Brilhante Remazol BB 133% gran. Quanto ao modo de aplicação é
classificado como corante reativo, apresenta em sua estrutura complexo de cobre e
formazana e grupamento azo como cromóforo. Contém em torno de 4% de cobre no
complexo, nitrogênio passível de liberação que pode contribuir para a eutrofização e
fosfatos em compostos orgânicos fosforados. Porém, sua estrutura química
encontra-se protegida por patente.
Com relação a informações toxicológicas, apresenta possibilidade de
sensibilização ao contato com a pele. Já quanto às informações ecológicas
disponíveis, a toxicidade em peixes medida pelo LC
50
é de 500 mg/L (96 h,
Brachydanio rerio). Segundo Bae e Freeman (2007), esta concentração caracteriza
um poluente como relativamente não-tóxico (concentração superior a 100 mg/L). Já
a toxicidade em bactérias, avaliada por LC
50
medida em lodo ativado contendo o
corante (3 h), sendo descrita para concentrações maiores que 1 g/L.
Na literatura, a informação a cerca da degradação deste corante é escassa.
Kurbus et al. (2003) avaliaram a eficiência de descoloração de corantes azóicos por
três processos de oxidação avançada (H
2
O
2
/UV, H
2
O
2
/O
3
e H
2
O
2
/Fe
2+
). Os
resultados de descoloração obtidos pelos três processos demonstram que o corante
“Reactive Blue 220” foi o que apresentou maior dificuldade de degradação, sendo
necessários 120 min para descoloração superior a 99% através dos processos
H
2
O
2
/UV, H
2
O
2
/O
3
e em torno de 40min para completa descoloração pelo processo
contendo Fe
2+
. Porém, estas três formas de degradação não reduzem
significativamente o índice total de carbono orgânico (quantidade de ligações entre
carbonos que podem ser oxidadas a CO
2
), excedendo o valor permitido.
Munari et al. (2007) descreveram a total descoloração de 0,1 g/L deste
substrato realizada por culturas de Pleurotus sajor-caju sob diferentes condições de
cultivo, pH e temperatura. O caldo enzimático proveniente de fermentação em fase
sólida descora o substrato totalmente, em 30 min de reação, nas temperaturas de
38
30, 40 e 50°C, em valores de pHs 4,1 e 5. Em pHs maiores (6 e 6,5) encontra-se
uma redução da descoloração em todas as temperaturas, embora esta ainda se
mantenha alta. Já para culturas crescidas em meio de cultivo líquido, 97% da cor
são removidos em apenas 3 dias de cultivo. Obtiveram, também, um diferente perfil
de secreção de enzimas lignolíticas entre os diferentes meios de cultivo. Quando
analisada a descoloração, em placas de Petri com 11 dias de crescimento, de
misturas de dois corantes: Reactive Blue 220 e outro corante que não foi degradado
quando testado sozinho (dois reativos, um ácido e um disperso), a degradação deste
foi dificultada. Com base nestes resultados, os autores sugeriram que este corante
pode agir como mediador redox para as reações enzimáticas envolvidas no
processo de descoloração.
2.6.2 Microrganismos
2.6.2.1 Hydnopolyporus fimbriatus
Classificação segundo o “Catalogue of life Annual Checklist – 2008”: Filo
Basidiomicota; Classe Basidiomicetos; Ordem Polyporales; Família Meripilaceae e
ao gênero Hydnopolyporus. Encontrado especialmente no chão, em troncos
enterrados de várias espécies de angiospermas. Saprófito sem importância
patogênica. A sua distribuição geográfica no Brasil compreende os estados do
Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina
e São Paulo (FIDALGO, 1963). Também conhecido como Abortiporus fimbriatus,
Beccaria caespitosa, Beccariella caespitosa, Boletus fimbriatusI, Clavaria
sparassoides, Coltricia perennis var. fimbriata, Polyporus fimbriatus, Polystictus
fimbriatus, Poria fimbriata (Catalogue of life Annual Checklist – 2008).
Machado et al. (2005) avaliaram a descoloração de “Remazol Brilliant Blue R”
(RBBR) em placas de Petri contendo meio sólido de extrato de malte e corante a
0,05% por 125 basidiomicetos, dentre eles Hydnopolyporus fimbriatus, o qual
causou degradação eficiente no substrato utilizado, qualitativamente. Já Okino et al.
(2000) avaliaram, dentre outros fungos, H. fimbriatus quanto à oxidação do corante
39
“Remazol Brilliant Blue R” e guaiacol, assim como a atividade de lacase e
peroxidases e obteve resultados positivos para todos os testes.
FIGURA 7 – FOTO DO FUNGO Hydnopolyporus fimbriatus
FONTE: http://www.aebletoften.dk
2.6.2.2 Lepista sordida
Classificado, segundo o “Catalogue of life: Annual Checklist – 2008”, como
pertencente ao Filo Basidiomicota; classe Basidiomicetos; Ordem Agaricales;
Família Tricholomataceae e ao gênero Lepista. Espécie comestível, que apresenta
coloração lilás-esbranquiçada, píleo de 3,5 centímetros de diâmetro, plano, um
pouco carnudo e estipe cilíndrica. No Chile, é distribuído na área Central e do Sul do
país, mas não foram encontrados dados a respeito da distribuição deste fungo no
Brasil. É uma espécie saprófita que frutifica nas pastagens, prados, bordas de trilhas
de florestas de caducifólias e coníferas. Classificado como decompositor de
serapilheira que consiste de restos de vegetação, bem como de animais em
diferentes estágios de decomposição, que forma uma camada ou cobertura sobre o
solo de uma floresta (VALENZUELA, 2003). Também conhecido como: Agaricus
sordidus, Gyrophila nuda Var. lilácea, Lepista sordida var. ianthina, Lepista sordida
var. lilácea, Lepista sordida var. obscurata, Rhodopaxillus sordidus, Rhodopaxillus
sordidus forma obscuratus e Tricholoma sordidum (Catalogue of life Annual Checklist
– 2008).
40
Existem vários relatos de outras espécies pertencentes ao gênero Lepista.
Steffen et al. (2002) avaliaram, dentre outras espécies, L. nuda quanto à habilidade
de degradar hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (antraceno, pireno e
benzopireno). Esta espécie converte menos de 20% de benzopirenos, bem como
antraceno, porém a concentração de pireno é diminuída em mais de 40%, valores
baixos quando comparados aos demais fungos testados. Já Machado et al. (2005)
observaram descoloração do “Remazol Brilliant Blue R” por extratos obtidos de L.
crinitus durante crescimento em solos contaminados com pentaclorofenol e
hexaclorobenzeno. Demonstraram maior descoloração do substrato na presença de
compostos organoclorados do que em solos não contaminados. Um fungo do gênero
Lepista, não identificado a nível de espécie, apresentou-se positivo quanto à
oxidação do corante “Remazol Brilliant Blue R” e guaiacol, assim como para a
atividade de lacase e peroxidases (OKINO et al., 2000).
FIGURA 8 – FOTO DO FUNGO Lepista sordida
FONTE: www.espacionatural.com
Porém, encontra-se pouco relato na literatura a respeito de biodegradação e
produção de enzimas lignolíticas por esta espécie de Lepista. Cavallazzi et al (2004)
analisaram a produção das principais LMEs em meio de cultivo líquido contendo
fosfato de amônio, extrato de levedura e molibdato de amônio como fontes de
nitrogênio em condições estáticas (sem agitação), detectando a produção de MnP e
Lac. A temperatura ótima para atividade de Lac foi 45°C, com relação ao pH ótimo,
41
obtiveram uma maior atividade em pH 3,5 e um segundo pico de atividade a pH 6,
porém em valores superiores a pH 6,5 não foi detectada atividade.
2.6.2.3 Lentinus crinitus
Classificação segundo o “Catalogue of life: Annual Checklist – 2008”: Filo
Basidiomicota; Classe Basidiomicetos; Ordem Poliporales; Família Poliporaceae e
gênero Lentinus. Encontrado em madeira em decomposição e, portanto classificado
como fungo de decomposição branca. Apresenta distribuição pantropical. No Brasil,
já foi relatado em Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte,
Amapá, Pará, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo
(SILVA E GIBERTONI, 2006). Esta espécie é também conhecida por vários outros
nomes, entre eles: Agaricus crinitus, Agaricus essequeboensis, Lentinus
chaetoloma, Lentinus essequeboensis, Lentinus microloma, Lentinus rigidulus,
Lentinus subcervinus, Lentinus wrightii, Panus crinitus, Panus wrightii, Pocillaria
chaetoloma, Pocillaria crinita, Pocillaria essequeboensis, Pocillaria rigidula, Pocillaria
subcervina, Pocillaria wrightii (Catalogue of life Annual Checklist – 2008).
FIGURA 9 – FOTO DO FUNGO Lentinus crinitus
FONTE: http://www.cortland.edu
Boer et al. (2004) avaliaram a habilidade de L. edodes na descoloração de
vários corantes sintéticos usando culturas crescidas em estado sólido. A maioria dos
42
corantes testados sofreu total descoloração após 18 dias de incubação e altas
concentrações de MnP foram encontradas, porém quantidades muito baixas de LiP
e Lac foram detectadas, indicando que MnP é a principal enzima envolvida no
processo de degradação deste fungo, nestas condições.
Machado et al. (2005) testaram, dentre outros fungos, duas cepas de L.
crinitus as quais foram capazes de causar descoloração no corante “Remazol
Brilliant Blue R”. Quando analisada a produção de enzimas lignolíticas em meio
contendo bagaço de cana de açúcar, observou-se atividade de enzimas peroxidases
para ambas, porém em diferentes taxas para cada cepa. Quando a atividade
enzimática foi mensurada em solo contaminado com organoclorados, observou-se a
produção de Lac para ambas as cepas em taxa similar e nenhuma atividade de MnP
para as duas cepas.
Ballaminut e Matheus (2007) avaliaram a descoloração do corante “Remazol
Brilliant Blue R” (1 mg/L) e a atividade enzimática da lacase de L. crinitus durante 30
dias de crescimento. O fungo foi crescido em bagaço de cana de açúcar enriquecido
com farinha de soja e amido solúvel e obtiveram, no 10° dia de incubação 27% de
descoloração do corante e um pico de atividade de lacase (0,351 U/g). Já no 30° dia
observaram uma diminuição significativa de ambos os parâmetros avaliados.
43
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVOS GERAIS
Avaliar o potencial de biodegradação do corante têxtil Remazol Azul Brilhante
por culturas dos fungos Lentinus crinitus, Lepista sordida e Hydnopolyporus
fimbriatus, além de estudar as características do processo.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar a dinâmica do processo de descoloração ao longo do tempo;
Avaliar o efeito de concentrações crescentes do corante no crescimento do
fungo e na manutenção da atividade biodegradadora;
Verificar o uso do corante como fonte de carbono e/ou nitrogênio para o
crescimento fúngico;
Identificar a fração ativa responsável pela degradação – sobrenadante ou
micélio das culturas;
Comparar a atividade do extrato enzimático em diferentes meios de cultivo e
com relação à variação de pH, temperatura e concentração de sal;
Estudar a descoloração e o perfil de expressão de proteínas de cada fungo
quando submetido a diferentes condições de cultura;
Determinar, se presentes, quais as enzimas modificadoras de lignina estão
envolvidas no processo.
44
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 ESTRATÉGIA GERAL
A partir de uma triagem inicial dos fungos H. fimbriatus, L. crinitus e L.
sordida, foram analisadas a cinética de descoloração ao longo do tempo, o uso do
corante como fonte de carbono e nitrogênio e o efeito de concentrações crescentes
de corante. A seguir, nos fungos cuja atividade descorante foi verificada como
extracelular, foi determinada a atividade sobre substratos de enzimas lignolíticas, a
variação da atividade de acordo a temperatura, pH e concentração de sal
concentração de sal. Finalmente, foi realizada a análise dos perfis de secreção de
proteínas com concomitante atividade descorante “in gel”.
FIGURA 10 – FLUXOGRAMA GERAL DO PROJETO
FONTE: O autor (2008)
45
4.2 ESPÉCIMES E MANUTENÇÃO DAS CULTURAS
Os fungos L. crinitus, H. fimbriatus usados na pesquisa foram coletados no
ambiente em Campina Grande do Sul (PR) e Curitiba (PR), respectivamente. A
identificação dos mesmos foi realizada por Andrej de Meijer. A cepa de L. sordida
era mantida no Laboratório desde o início do trabalho. Já a cepa de Pleorotus
ostreatus, foi gentilmente cedida pelo prof. Dr Marcelo Iacomini do grupo de
pesquisa de carboidratos da Universidade Federal do Paraná.
As cepas foram mantidas em placas de Petri contendo aproximadamente 20
mL de meio batata-dextrose (BDA), em estufa a 28º C, na ausência de luz, e
repicadas a cada 30 dias, aproximadamente. Para a utilização destes nos ensaios,
os fungos foram inoculados em meio mínimo sólido (MMS) contendo NaNO
3
6,0 g/L;
KH
2
PO
4
1,5 g/L; KCl 0,5 g/L; MgSO
4
0,5 g/L; FeSO
4.
7H
2
O 0,01 g/L; ZnSO
4
.7H
2
O
0,02 g/L; glicose 10,0 g/L; agar bacteriológico 10,0 g/L; pH 6,8). Para todos os
ensaios a seguir, os fungos foram cultivados em meio mínimo sólido e após 7-10
dias de crescimento eram retirados blocos da cultura de 4 mm de diâmetro, usando
“punch” de biopsia e estes usados para inocular vidros estéreis contendo 5 mL de
meio mínimo líquido ou sólido que foram incubados a 28
o
C no escuro.
4.3 CORANTE TÊXTIL REMAZOL AZUL
Este corante foi fornecido pela empresa DYSTAR e em sua ficha técnica é
designado Azul Brilhante Remazol BB 133% gran. e apresenta massa molar teórica
de 819 kDa.
4.4 TESTES INICIAIS
4.4.1 Espectrofotometria
Foi realizada uma análise de espectrofotometria de varredura UV-Vis (200-
800nm) de uma solução aquosa de 0,1 g/L do corante. Com base neste perfil foram
selecionados os comprimentos de onda utilizados nas análises posteriores.
46
A degradação do corante foi monitorada pela diminuição da absorbância das
amostras a 280 e 600 nm, em espectrofotômetro Shimadzu UV-160A UV-VIS, que
correspondem aos comprimentos de onda de máxima absorção do corante Remazol
Azul. Segundo Knapp et al. (1995), quando a degradação ocorre há remoção
completa do principal pico de luz visível ou mudanças significativas no espectro de
absorbância. Para a análise de culturas líquidas, as amostras foram centrifugadas a
150 rpm durante 5 min (centrífuga Hsiangtai Machinary Ind. Co. Ltda, modelo MCD-
2000), e o sobrenadante retirado para medição. Para a analise de culturas em meio
sólido foram realizadas duas extrações com 2 mL de meio de sais durante 30 min, o
volume resultante foi centrifugado e o sobrenadante usado para análise.
4.4.2 Triagem inicial do potencial de descoloração dos basidiomicetos
Das placas de Petri com MMS, onde cresceram os fungos, foram retirados
blocos de micélio de quatro milímetros de diâmetro usando “punch” de biopsia. Dois
blocos foram inoculados em meio mínimo líquido (MML: mesma composição do
MMS, exceto pela ausência de ágar bacteriológico) contendo 0,1 g/L de corante.
Cada ensaio foi realizado em quadruplicata de amostras e apresenta dois controles
não inoculados. Os fungos foram inoculados em meio mínimo líquido e sólido
contendo 0,1 g/L de corante. Análise espectrofotométrica foi realizada após 15 ou
30 dias de incubação. As linhagens que causaram descoloração foram utilizadas
nos ensaios descritos a seguir.
4.5 CINÉTICA DE DESCOLORAÇÃO AO LONGO DO TEMPO
Frascos contendo 5 mL de MML estéril e 0,1g/L de corante foram inoculados
com quatro blocos de micélio e incubados a 28
o
C no escuro. Nos dias 5
o
, 7
o
, 10
o
e
15º o sobrenadante foi coletado por centrifugação para análise espectrofotométrica e
o micélio (sedimento) para determinação da massa celular resultante. O micélio foi
seco em estufa a 50º C e posteriormente macerado com pistilo na presença de 250
μL de NaOH 1M e as amostras levadas a banho fervente por 5 min, para melhor
47
solubilização. Em seguida, as amostras foram centrifugadas por 5 min a 10.000 rpm
e o sobrenadante utilizado para dosagem de proteínas pelo método de Bradford
(1976).
Os dados referentes à descoloração são dados em absorbância relativa, onde
o controle sem inóculo apresenta absorbância de 100% e os valores das amostras
foram calculados proporcionalmente a este. Quando a absorbância das amostras foi
inferior a obtida no controle, esta redução de absorbância foi designada de atividade
descorante.
4.6 EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO CORANTE NO CRESCIMENTO DOS
FUNGOS E NO POTENCIAL DE DESCOLORAÇÃO
Foram usadas cinco diferentes concentrações do corante (0,1; 0,5; 1; 2 e 5
g/L) em MML. Após 15 dias de incubação, as amostras foram analisadas como
descrito anteriormante, tanto para medida de absorbância quanto para a
determinação de proteína micelial.
4.7 USO DO CORANTE COMO FONTE DE CARBONO E NITROGÊNIO
Os meios utilizados para a incubação dos fungos foram MML, Meio de sais
(MS; mesma composição do MML, porém na ausência de fonte de carbono e
nitrogênio), MS com 0,1 g/L de corante, MS com 0,1 g/L de corante e glicose (10
g/L) e MS com 0,1 g/L de corante e nitrato de sódio (5 g/L). Após 15 dias de
incubação, o crescimento do micélio foi avaliado pela dosagem de proteínas pelo
método de Bradford (1976). A medição da absorbância dos sobrenadantes das
amostras foi utilizada para inferir a descoloração realizada pelos fungos nos
diferentes meios de incubação.
4.8 ANÁLISE DA FRAÇÃO ATIVA RESPONSÁVEL PELA DEGRADAÇÃO –
SOBRENADANTE/ELUÍDO OU MICÉLIO
Os fungos foram repicados em frascos contendo 5 mL de MML e MML com
0,1 g/L de corante. Após 30 dias de crescimento, o sobrenadante dos dois meios foi
retirado, centrifugado por 5 min a 10.000 rpm. O micélio resultante da incubação ou
48
1 mL das amostras obtidas foram adicionadas a frascos contendo MML com 0,1g/L
de corante, e, após 150 min, foi medida a absorbância destes a 600nm. Como
controle, foi realizada a análise no tempo zero.
4.9 ATIVIDADE DESCORANTE EM DIFERENTES MEIOS DE CULTURA
Os fungos foram incubados durante 30 dias nos meios: MML, MML acrescido
de 0,1 g/L de corante, MMS e MMS acrescido de 0,1 g/L de corante. O material
secretado pelo fungo foi extraído do MMS através da adição de 2 mL de meio de
sais (MS: MML sem NaNO
3
e glicose) durante meia hora de agitação em agitador
orbial (CERTOMAT
®
MO) a 175 rpm, procedimento realizado duas vezes para cada
amostra. O sobrenadante do MML e o eluído do MMS foram centrifugados por 5 min
a 10.000 rpm. Foi realizado o inóculo de 1 mL do sobrenadante resultado da
centrifugação em meio de sais com 0,1 g/L de corante e foi mensurado o espectro
de varredura nos tempos: 0, 10, 30, 60, 90 e 120 min.
4.10 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DESCORANTE EM CONDIÇÕES VARIÁVEIS
Os fungos foram pré-incubados durante 30 dias no meio que apresentou
melhor descoloração no experimento anterior. Quando foi utilizado meio sólido, o
secretado foi eluído da mesma maneira que no experimento anterior.
4.10.1 Temperatura
A 1 mL de amostra foram adicionados 100 µL de solução de corante 1,1 g/L e
a absorbância determinada no tempo zero e após 90 min de incubação. As
temperaturas avaliadas foram de 20, 30, 40, 50, 60 e 70°C.
49
4.10.2 Concentração de sal
A mistura de reação continha 900 µL de amostra 50 µL de solução de corante
1,1 g/L e 150 µL de solução de cloreto de sódio concentrada. As concentrações
finais de NaCl avaliadas foram de 0,05; 0,1; 0,2; 0,4 e 0,6 M. A absorbância foi
determinada no tempo zero e após 90 min de incubação a 28°C.
4.10.3 pH
O sistema de reação continha 1 mL de amostra, 50 µL de solução corante
1,1 g/L, além de 50 µL de TP fosfato de sódio concentrado. O pH final das amostras
variou de 2,5 a 9 em intervalos de 0,5. A absorbância foi determinada no tempo zero
e após 90 min de incubação a 28°C.
4.11 ATIVIDADE ENZIMÁTICA
4.11.1 Oxidação total do ABTS
A atividade enzimática total foi determinada pelo monitoramento da
oxidação do ABTS (2,2’-azino-bis-(3 etilbenzotiazol-6-sulfonônico)) a 420 nm, em
intervalos de 5 min durante 20 min, em espectrofotômetro Spectrumlab 22PC,
segundo metodologia descrita por Machado e Matheus (2006). A mistura de reação
continha em 1 mL: 0,25 mL de tampão citrato-fosfato 50 mM, pH 4,0; 0,6 mL de
extrato enzimático; 0,05 mL de H
2
O
2
2 mM e 0,1 mL de ABTS 5 mM. A reação teve
início pela adição do ABTS. Uma unidade enzimática (UE) correspondeu à
quantidade de enzima capaz de oxidar 1 μmol de substrato por minuto, utilizando o
coeficiente de extinção molar para ABTS oxidado (ε = 36000 M
-1
cm
-1
).
50
4.11.2 Lacase
A atividade de lacase foi determinada pela oxidação de ABTS (MACHADO e
MATHEUS, 2006), na ausência e na presença de catalase bovina (48 U/mL - pré-
incubação 10 min). Alternativamente, foi avaliada a atividade na presença de azida
de sódio 20 mM (DEVECI et al., 2004). Uma unidade enzimática (UE) correspondeu
à quantidade de enzima capaz de oxidar 1 μmol de substrato por minuto, utilizando o
coeficiente de extinção molar para ABTS oxidado (ε = 36000 M
-1
cm
-1
).
4.11.3 Peroxidases totais
A determinação das peroxidases totais foi calculada pela diferença entre a
oxidação total do ABTS e a atividade da lacase (EGGERT et al., 1996b)
4.12 PERFIL DE SECREÇÃO DE PROTEÍNAS EM DIFERENTES MEIOS DE
CULTURA E ZIMOGRAMA
Amostras provenientes de culturas em meio líquido e sólido, na presença e
ausência de corante (0,1g/L), após 30 dias de crescimento, foram submetidas à
eletroforese desnaturante e atividade enzimática “in gel”.
As condições de eletroforese desnaturante foram aquelas descritas por
LAEMMLI (1970). A concentração do gel separador foi de 12% e a do gel
concentrador foi de 5%. As eletroforeses foram realizadas em sistema vertical
seguindo as orientações do fabricante (Hoefer), como descrito abaixo.
O tampão de amostra (Tris-HCl 50mM pH 6,8, 100mM de DDT - Dicloro-
Difenil-Tricloroetano, glicerol 10% (v/v), SDS 2% (m/v) e azul de bromofenol 0,1%
(m/v)) foi preparado 2 vezes concentrado. As amostras (140 µL) foram diluídas neste
tampão na proporção de 1:1 e submetidas a banho fervente por 5 min. Foram
aplicados 200 µL de amostra nos géis para análise do perfil de secreção, 80 µL nos
géis para análise do zimograma. Além de 50 µL do padrão de massa molar (Sigma),
51
diluído 50 vezes, em ambos os géis. O padrão de proteínas continha fosforilase b
(97 kDa), albumina (66 kDa), ovoalbumina (45 kDa), anidrase carbônica (30 kDa),
inibidor de tripsina (20,1 kDa) e α-amilase (14,4 kDa). As corridas foram feitas a 250
V por 3 h em tampão Tris 25 mM, glicina 250mM pH 8,3 e SDS 0,1%.
O gel para análise do perfil de secreção de proteínas foi corado com nitrato de
prata (BLUM et al., 1987), já o de atividade ““in gel”” foi submetido a 2 lavagens com
água destilada durante 20 min cada, seguida de 12 h de incubação com tampão
fostato 0,1M pH 6, 1% Triton X-100 à 28°C. Após, foram realizadas três lavagens
com MS durante 20 min cada, incubação por aproximadamente 10 min em solução
de MS contendo 10g/L de corante; após o gel absorver o corante, foi retirado o
excesso de solução e este foi incubado a 28°C por no mínimo 6 h.
4.13 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Todos os experimentos foram realizados em quadruplicata, tanto para
amostras quanto para controles. Os dados obtidos foram analisados através do
programa ASSISTAT Versão 7.5 beta – 2008 (http://www.assistat.com), pela análise
de variância (teste ANOVA), seguido da aplicação do teste Tukey para a
comparação das médias. Foram consideradas diferenças significativas entre as
variáveis de cada tratamento quando p<0,01. Os detalhes dos cálculos realizados
podem ser encontrados nos anexos.
52
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A obtenção do perfil de absorção de luz UV-Vis da solução aquosa do corante
Remazol Azul a 0,1g/L foi realizado para a seleção dos comprimentos de onda a
serem analisados nos testes de biodegradação. Foi observada a presença de dois
picos (Figura 11), um a 280 nm, o qual corresponde à absorbância característica
para anéis aromáticos, estruturas comuns em moléculas de corantes. O segundo
pico corresponde a 600nm, absorbância correspondente a ligações azo, também
presentes na estrutura do corante analisado, o qual foi utilizado para as análises
subseqüentes de descoloração.
FIGURA 11 – ESPECTRO DE ABSORÇÃO DE UMA SOLUÇÃO AQUOSA DO CORANTE REMAZOL
AZUL A (0,1g/L), ENTRE 200 E 800 nm. As setas indicam as estruturas observadas em cada
comprimento de onda.
FONTE: O autor (2008).
Foi realizada uma triagem inicial de descoloração, a 600 nm, a partir de
fungos incubados em MML contendo 0,1g/L de corante para verificar quais as cepas
apresentam a capacidade de descorar este corante, nestas condições de
crescimento. Tanto L. crinitus quanto L. sordida apresentaram grande potencial de
descoloração deste substrato, aproximadamente 95% e 90% respectivamente, após
15 dias de incubação. Já H. fimbriatus não demonstrou esta habilidade, embora o
período de incubação do fungo com o substrato tenha sido estendido para 30 dias
(Figura 12).
53
FIGURA 12 – TRIAGEM INICIAL DO POTENCIAL DE DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL
AZUL DOS FUNGOS. Absorbância a 600 nm após 15 e 30 dias em meio mínimo contendo 0,1g/L de
corante. Controle negativo (
) e amostras ().
FONTE: O autor (2008).
Com base nos dados obtidos no teste inicial, as cepas de L. crinitus e L.
sordida foram testadas quanto à cinética da descoloração. Os dados encontrados
para L. sordida descrevem que, até o décimo dia de incubação, este fungo não
exerce descoloração significativa no substrato, 8,65% (p < 0,01; Anexo 1). Porém,
entre o décimo e 15° a descoloração causada pelo fungo chega a quase 100%. Já L.
crinitus até o quinto dia de incubação não causa descoloração, embora a partir deste
ocorra uma perda de cor progressiva e significativa do corante (p < 0,01; Anexo 2),
tornando-se aproximadamente 100% no 15° dia de análise (Figura 13).
FIGURA 13 – CINÉTICA DE DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL. Valores obtidos em
600 nm após períodos de incubação variáveis a 28°C em MML contendo 0,1g/L de corante. L. crinitus
(
---) e L. sordida (---).
FONTE: O autor (2008).
54
Com relação à cinética de crescimento de L. crinitus, observa-se um pequeno
crescimento do 5° ao 7° dia (0,6 µg de proteína/ 100µL de amostra), deste ao 10°
não foi observado crescimento significativo, este encontra-se ao redor de 0,3 µg de
proteína/ 100µL de amostra (p < 0,01; Anexo 3). Nos últimos cinco dias de
incubação, novamente encontra-se um aumento significativo do micélio, cerca de 1,3
µg de proteína/ 100µL de amostra. Estes dados indicam que o crescimento do
micélio não está diretamente atrelado a descoloração, pois a maior taxa de
descoloração é encontrada entre o 7° e 15° dia de incubação embora não seja
observado um aumento micelial correspondente a esse período. Já L. sordida
apresenta crescimento significativo a partir do 7° (cerca de 0,7 µg de proteína/ 100µL
de amostra), o qual se mantém relativamente constante chegando a 3,7 µg de
proteína/ 100µL de amostra no ultimo dia de cultivo. Porém, quanto à descoloração
apenas a partir do 10° dia nota-se uma descoloração significativa, aproximadamente
100% (p < 0,01; Anexo 4) (Figura 14).
FIGURA 14 – CRESCIMENTO DO MICÉLIO AO LONGO DO TEMPO. Valores obtidos após
incubação dos fungos em MML contendo 0,1g/L de corante, a 28°C C L. crinitus (
---) e L. sordida
(
---) durante 15 dias.
FONTE: O autor (2008).
Após verificar que no 15° dia as duas cepas causam descoloração quase total
do substrato analisado, foi verificada a atividade em concentrações crescentes de
corante (0,1 a 5 g/L), além de seu efeito sobre o crescimento fúngico. Os resultados
indicam que os fungos testados apresentam descoloração ao redor de 95% em até 2
g/L ocorrendo uma redução para a maior concentração testada, 5 g/L. Porém,
55
apesar desta redução, o efeito de descoloração encontra-se alto, em torno de 75%
para L. crinitus e 60% para L. sordida (Figura 15; Anexos 5 e 6). Na literatura
referente à biodegradação de corantes, as concentrações testadas normalmente são
inferiores a 0,5 g/L (KNAPP et al. 1995, OKINO et al., 2000, DHOUIB et al. 2005,
MACHADO et al. 2005, MACHADO et al. 2006). Kapdan et al. (2000) ao avaliar a
tolerância máxima de C. versicolor de descoloração de um Turquoise Blue G
descreveu uma descoloração de 100% em concentrações entre 0,1 e 0,25 mg/L (em
3-5 dias) e quase 80% a 0,7-1,2 g/L (em 9 dias).
FIGURA 15 – EFEITO DE CONCENTRAÇÕES CRESCENTE DE CORANTE RAMAZOL AZUL NA
ATIVIDADE DESCORANTE. Valores obtidos após 15 dias de incubação em MML contendo
concentrações variáveis de corante, à 28°C. Controle (), L. crinitus () e L. sordida ().
FONTE: O autor (2008)
Em geral, os fungos basidiomicetos ligninolíticos são capazes de tolerar
elevadas concentrações de poluentes orgânicos, o que possibilita a aplicação destes
organismos na biorremediação (BARR e AUST, 1994). Porém, a presença de
corante inibiu significativamente o crescimento de L. crinitus, em cerca de 50%, de
maneira independente à concentração analisada (p < 0,01; Anexo 7). Já o
crescimento de L. sordida não é afetado pela presença do corante, porém entre as
diferentes concentrações de corante testadas são observadas pequenas flutuações
de crescimento (Figura 16, Anexo 8). Com base nestes dados pode-se afirmar que o
crescimento do fungo não está diretamente atrelado à atividade descorante.
De maneira similar, Eichlerová et al. (2007) concluíram que o crescimento do
micélio não esta relacionado a atividade descorante ao avaliar Bjerkandera adusta,
56
dentre outros, quanto a biodegradação de cinco corantes pertencentes a diferentes
classes químicas. Obtiveram descoloração de todos os corantes testados, sendo
que na maior concentração testada (4g/L) ocorreu redução de descoloração entre 25
e 50% dependendo do corante utilizado.
FIGURA 16 – EFEITO DE CONCENTRAÇÕES CRESCENTES DE CORANTE REMAZOL AZUL NO
CRESCIMENTO FÚNGICO. . Valores obtidos após 15 dias de incubação à 28°C em MML contendo
concentrações variáveis de corante. L. crinitus () e L. sordida ().
FONTE: O autor (2008)
Os resultados referentes à utilização do corante como fonte de carbono e
nitrogênio para crescimento do fungo (Figura 17) indicam que é possível que L.
sordida utilize o corante como fonte de nitrogênio, neste caso, único tratamento onde
ocorreu indução significativa do crescimento, o qual duplicou (p < 0,01; Anexo 9).
Nas demais condições testadas foram observadas inibições significativas do
crescimento quando comparado ao meio que apresenta fonte de carbono e
nitrogênio (MML). Porém, o crescimento não apresentou alterações significativas
entre eles e quando comparado ao crescimento obtido no MS o qual decorre da
presença de MMS do inóculo, visto que este meio apresenta fonte de carbono e
nitrogênio, nutrientes essenciais para o desenvolvimento do microrganismo.
Já os dados encontrados para L. crinitus indicam que não ocorreram
diferenças significativas entre os tratamentos, os poucos nutrientes contidos nos
blocos de micélio podem ter mascarado os resultados obtidos para as condições a
serem avaliadas. Provavelmente, tempos maiores de incubação permitiriam atingir
tal objetivo (Figura 17, anexo 10).
57
FIGURA 17 – UTILIZAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL COMO FONTE DE CARBONO E
NITROGÊNIO PARA CRESCIMENTO FÚNGICO. Valores obtidos após 15 dias de incubação a 28°C
em diferentes meios de cultivo. L. crinitus () e L. sordida ().
FONTE: O autor (2008)
Quando comparada a utilização do corante como fonte de carbono e
nitrogênio para o crescimento do micélio com o potencial de descoloração nos meios
testados (Figura 18), os resultados corroboram com os dados obtidos na análise de
descoloração em concentrações crescentes de corante, e novamente, indicam que a
produção da atividade descorante pode não estar atrelada ao crescimento do
microrganismo. É possível observar que L. crinitus é capaz de realizar descoloração
quase total, independente da presença/ausência tanto de carbono quanto de
nitrogênio, sendo que as diferenças de descoloração entre os meios não são
significativas (p < 0,01, Anexo 11).
Já quando analisado L. sordida nota-se que na presença de carbono,
nitrogênio ou de ambos a descoloração é em torno de 90%. A indução do
crescimento obtido no meio que apresenta carência de fonte de nitrogênio não altera
o perfil de descoloração. Porém, para que este possa realizar uma eficiente
descoloração é necessário que o meio de cultivo apresente pelo menos uma das
fontes analisadas. Na ausência de ambos ocorreu uma redução de descoloração
para aproximadamente 50%, significativamente distinto dos demais meios testados
(p < 0,01; Anexo 12).
A relação entre as fontes de carbono e nitrogênio no meio de crescimento de
fungos de podridão branca desempenham um papel fundamental na descoloração
de efluentes industriais (D’SOUZA-TICLO et al., 2006). Com base nos resultados
58
obtidos pode-se inferir que o a descoloração realizada por L. sordida é mais sensível
à ausência deste nutrientes do que a observada em L. crinitus.
FIGURA 18 – PERFIL DE DESCOLORAÇÃO OBTIDO A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DO CORANTE
REMAZOL AZUL COMO FONTE DE CARBONO, NITROGÊNIO E CARBONO/NITROGÊNIO. Dados
obtidos para 600nm, após 15 dias de incubação a 28°C, em diferentes meios de cultivo. Controle (),
L. crinitus () e L. sordida ().
FONTE: O autor (2008)
Para a análise da fração ativa responsável pela descoloração do substrato foi
determinada a atividade descorante realizadas por sobrenadantes de culturas
líquidas bem como por micélios. Embora já tenha sido descrito que estas enzimas
normalmente são secretadas (WESENBERG et al., 2003; CAVALLAZZI et al., 2004),
também existem relatos que as enzimas envolvidas neste processo possam estar
associadas à membrana do micélio (YESILADA et al., 2002; SVOBODAVÁ et al.,
2008).
Com relação à fração ativa responsável pela descoloração realizada por L.
crinitus, o sobrenadante proveniente da incubação em MML na presença/ausência
de corante, é o único responsável pela atividade descorante de aproximadamente
85% observada tanto a 280 nm (Figura 19A), quanto a 600 nm (Figura 19B). O
micélio realiza descoloração de cerca de 15% porém, esta descoloração não se
apresenta significativa quando comparada a realizada pelo sobrenadante das
culturas (p < 0,01; Anexo 13). O sobrenadante proveniente de pré-incubação em
MML, contendo corante, apresenta padrão de descoloração similar ao realizado na
ausência de corante na pré-incubação. Quando se analisa a descoloração a 280 nm
causada pelo micélio pré-incubado com corante, não é encontrada descoloração, já
em 600 nm a descoloração é, novamente, similar ao MML.
59
FIGURA 19 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA EM 280 E 600nm A
PARTIR DO SOBRENADANTE E MICÉLIO DE MEIOS DE CULTIVO DE L. crinitus. . O gráfico
representa os valores obtidos a 280nm (A) e 600nm (B). Valores registrados após 90 min de
incubação a 28°C de frações obtidas a partir de MML () e MML com 0,1g/L de corante (), Controle
().
FONTE: O autor (2008)
Em L. sordida, novamente o sobrenadante é o principal responsável pela
atividade descorante observada tanto a 280 nm (cerca de 90%, Figura 20A) quanto
a 600 nm (cerca de 80%, Figura 20B). O micélio desta cepa também apresenta
capacidade de realizar descoloração. Este, quando incubado em MML contendo
corante realiza descoloração, tanto a 280 nm quanto a 600 nm, de 50% e 38%
respectivamente. Já quando o fungo é incubado na ausência de corante pode-se
observar apenas em 600 nm um pequeno efeito descorante de aproximadamente
20% (p < 0,01; Anexo 14).
FIGURA 20 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA EM 280 E 600nm A
PARTIR DO SOBRENADANTE E MILIO DE MEIOS DE CULTIVO DE L. sordida. . O gráfico
representa os valores obtidos a 280nm (A) e 600nm (B). Valores registrados após 90 min de
incubação a 28°C de frações obtidas a partir de MML () e MML com 0,1g/L de corante (), Controle
().
FONTE: O autor (2008)
60
Considerando que foi verificada a presença majoritária da atividade
descorante nas frações de secreção dos fungos, foi então analisado se a expressão
desta é alterada pelas condições de crescimento (meio sólido, líquido e
presença/ausência de corante). Existem relatos na literatura que demonstram
atividade diferenciada de descoloração do mesmo microrganismo quando incubado
em diferentes meios de cultivo. Chagas e Durrant (2001) avaliaram a degradação de
quatro corantes azóicos por P. chrysosporium e Pleorotus sajor-caju tanto em meio
de cultivo líquido quanto sólido. Obtiveram para a primeira cepa uma descoloração
parcial de todos os corantes em meio sólido, já em meio líquido descoloriu
totalmente três destes corantes e um parcialmente. Já P. sajor-caju, em meio sólido
descoloriu totalmente três dos corantes testados, não apresentando efeito nenhum
sobre o outro, e em meio líquido descoloriu totalmente dois deles, e parcialmente os
outros dois. Segundo Novotný et al., (2004) o fungo Irpex lacteus cultivado em meio
sólido exibe aumento de 380 e 2 vezes na produção de MnP e Lac,
respectivamente, quando comparado aos resultados obtidos para cultivo em meio
líquido.
Pode-se observar que em todos os meios de incubação L. crinitus foi capaz
de realizar a descoloração do corante, porém a taxa de descoloração diferiu entre
eles corroborando com o fato de que estas enzimas são expressas de maneira
distinta de acordo com o meio de pré-incubação (Figura 21). Os meios que
apresentaram maior descoloração foram MML, MML com corante e MMS com
corante os quais apresentam descoloração ao redor de 85% a 280 nm e em torno de
80% em 600nm, os resultados obtidos para estes meios não apresentam diferenças
significativas entre eles. Já o MMS, na ausência de corante, apresentou redução
significativa da atividade descorante para ambos os comprimentos de onda testados,
embora se apresente eficiente cerca de 70% em 280 nm e 50% para 600 nm (p <
0,01; Anexo 15 e 16, respectivamente).
Nos resultados encontrados para L. sordida (Figura 22) fica evidenciada uma
atividade descorante diferenciada para diferentes meios de cultivo. Os meios com
maiores atividades descorantes foram os meios líquidos, independente da
presença/ausência de corante, os quais apresentaram descoloração ao redor de
78% em 280 nm e 50% em 600 nm, e entre elas não são encontradas diferenças
significativas (p < 0,01; Anexo 17 e 18, respectivamente). Já os meios sólidos com e
sem corante apresentam uma drástica redução da atividade descorante, a qual
61
atinge apenas 15% para MMS e somente 1% para MMS com corante, tanto para
280 quanto para 600 nm, valores não significativos em relação ao corante. Porém,
apesar deste resultado negativo, foi observado durante a pré-incubação
descoloração do MMS na presença de corante (Figura 23). O que indica que este
fungo não secreta as enzimas responsáveis pela atividade descorante quando
cultivado em meio sólido, podendo estas ser intracelulares, associadas ao micélio ou
imobilizadas no meio de cultivo.
FIGURA 21 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA A PARTIR DO
SOBRENADANTE E/OU ELUÍDO DE DIFERENTES MEIOS DE CULTIVO DE L. crinitus. Valores
obtidos após 90 min de incubação, a 28°C de amostras coletadas a partir de culturas em MML (),
MML com 0,1g/L de corante (), MMS () e MMS com 0,1g/L de corante (), controle ().
FONTE: O autor (2008)
Similarmente, Svobodavá et al. (2007) relataram a descoloração de “Remazol
Brilliant Blue R” e “Reactive Orange 16” realizada por Irpex lacteus, e descreveram
uma lacase associada a membrana do micélio como a principal responsável pelo
efeito descorante. Yesilada et al. (2002) avaliaram a descoloração do corante básico
“Astrazon Vermelho FBL” por pellets retirados de culturas do fungo Funalia trogii. A
remoção da cor ocorreu de maneira rápida, sendo que 72% ocorreu dentro de 2 h e
a máxima descoloração no prazo de 24 h. Porém, neste caso os autores indicam
que o processo de descoloração envolve adsorção inicial do corante, seguida de
metabolização e por conseqüência descoloração do substrato.
Embora nos testes anteriores (realizados em MML) o fungo H. fimbriatus não
apresentou atividade descorante tendo Remazol Azul como substrato, este foi
testado para a análise de seu potencial de descoloração em MMS. Os resultados
obtidos relativos à atividade descorante do secretado em diferentes meios foram
62
todos negativos, não sendo observadas diferenças significativas entre eles e com o
controle (Figura 24, p < 0,01; Anexo 19 e 20, respectivamente). Porém, apesar deste
resultado negativo, foi observado durante a pré-incubação descoloração do MMS na
presença de corante (Figura 25). O que indica que este fungo não secreta as
enzimas responsáveis pela atividade descorante, ou estas podem estar imobilizadas
no meio de cultivo.
FIGURA 22 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA A PARTIR DO
SOBRENADANTE E/OU ELUÍDO DE DIFERENTES MEIOS DE CULTIVO DE L. sordida. Valores
obtidos após 90 min de incubação, a 28°C de amostras coletadas a partir de culturas em MML (),
MML com 0,1g/L de corante (), MMS () e MMS com 0,1g/L de corante (), controle ().
FONTE: O autor (2008)
FIGURA 23 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL REALIZADA POR L. sordida EM
MEIO SÓLIDO. O gráfico ilustra a descoloração após 30 dias de incubação em MMS com 0,1g/L de
corante, na presença (direita) e na ausência do fungo (esquerda).
63
Baseado nos resultados obtidos para a atividade descorante em diferentes
meios, foi determinado o meio de incubação a ser analisado nos ensaios de pH,
temperatura e estabilidade ótimas. Para L. crinitus o meio escolhido foi MMS
contendo corante, já para L. sordida, MML. Como em H. fimbriatus a atividade
descorante não se encontra no secretado/eluído dos diferentes meios, este não foi
testado.
FIGURA 24 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL OBTIDA A PARTIR DO
SOBRENADANTE E/OU ELUÍDO DE DIFERENTES MEIOS DE CULTIVO DE H. fimbriatus. Valores
obtidos após 90 min de incubação, a 28°C de amostras coletadas a partir de culturas em MML (),
MML com 0,1g/L de corante (), MMS () e MMS com 0,1g/L de corante (), controle ().
FONTE: O autor (2008)
FIGURA 25 – DESCOLORAÇÃO DO CORANTE REMAZOL AZUL REALIZADA POR H. fimbriatus
EM MEIO SÓLIDO. O gráfico ilustra a descoloração após 30 dias de incubação em MMS com 0,1g/L
de corante, na presença (direita) e na ausência do fungo (esquerda).
FONTE: O autor (2008)
64
Considerando os resultados obtidos para descoloração em diferentes meios
de cultivo foi construída uma tabela com os valores de descoloração em unidade
descorante (UD), ou seja, µmol de substrato descorado por minuto (Tabela 7). Os
valores obtidos demonstram que para L. crinitus o meio que apresenta maior mUD,
tanto a 280 nm quanto a 600 nm, é o MML contendo 0,1g/L de corante, com
aproximadamente 1,29 e 0,57 mUD, respectivamente. Seguido do MMS contendo
corante com 1,09 mUD (280 nm) e 0,46 (600 nm). Em L. sordida os meios que
apresentam maiores unidades descorantes foram o MML contendo corante a 280
nm (1,4 mUD) e em 600 nm foi o MML com cerca de 0,36 mUD. Já em H. fimbriatus,
embora não sejam observadas diferenças significa na atividade descorante pode-se
observar no MML 0,31 mUD a 280 nm, o maior valor obtido para esta cepa.
TABELA 6 - ATIVIDADE DESCORANTE EM EXTRATOS SOLÚVEIS DAS CULTURAS DE FUNGOS
mUD*/mL de amostra
Fungo – Meio 280 nm 600 nm
L. crinitus - MML + COR 1,5928 0,5726
L. crinitus – MML 0,9215 0,4631
L. crinitus – MMS 0,6339 0,313
L. crinitus - MMS + COR 1,0943 0,4628
L. sordida – MML 1,1396 0,3578
L. sordida - MML + COR 1,4132 0,3028
L. sordida – MMS 0,201 0,1014
L. sordida - MMS + COR 0,0129 0
H. fimbriatus - MML 0,3165 0,0742
H. fimbriatus - MML + COR 0 0,072
H. fimbriatus - MMS 0,1484 0,0628
H. fimbriatus - MMS + COR 0,2196 0,0549
NOTA: * Unidade descorante - µmol de substrato descorado por min.
A descoloração causada pelo eluído de L. crinitus apresenta-se relativamente
estável a variações de temperatura tanto a 280 nm quanto a 600 nm, os padrões de
descoloração observados são similares para ambos os comprimentos de onda. Até
50°C a descoloração obtida encontra-se ente 73% e 93%, a descoloração máxima
observada a 280 nm foi aproximadamente 90% a 30°C e para 600 nm esta foi de
cerca de 93% a 40°C. A partir de 50°C a descoloração sofreu redução atingindo em
torno de 64% nos dois comprimentos de onda, embora ainda se mantenha alta
(Figura 26A).
65
Já em L. sordida, quando o sobrenadante é submetido a diferentes
temperaturas, o perfil obtido é variável entre os comprimentos de onda, mantendo-se
estável a 280 nm em todas as temperaturas testadas, indicando que a temperatura
pouco afeta a quebra do anel aromático. Já o perfil obtido para 600 nm indica a
suscetibilidade da atividade de ruptura da ligação azo a temperatura, sendo 20°C,
30°C e 60°C as temperaturas onde ocorre maior atividade de quebra e
conseqüentemente maior descoloração. Após a análise dos dados, é possível
sugerir que para L. sordida a atividade de quebra das duas estruturas apresentam
sensibilidade diferente a temperatura ou ainda que este trabalho possa ser realizado
por componentes fúngicos independentes (Figura 26B).
Šnajdr e Baldrian (2007) avaliaram o crescimento de Pleurotus ostreatus e
Trametes versicolor e a produção de enzimas lignolíticas em diferentes
temperaturas. A temperatura ótima encontrada para atividade enzimática de Lac é
de 50 e 55°C para P. ostreatus e T. versicolor, respectivamente. A 10°C a produção
enzimática é pequena, somente 3,9 e 3,6% da atividade máxima obtida para P.
ostreatus e T. versicolor, respectivamente. No presente trabalho, a menor
temperatura testada, 20°C, apresenta grande descoloração o que indica que a
atividade descorante é resistente a flutuações de temperatura, o que pode ampliar a
possibilidade de aplicação industrial.
FIGURA 26 – DESCOLORAÇÃO DO SUBSTRATO E VARIAÇÃO DA TEMPERATURA. Frações
solúveis de L. crinitus (A) e L. sordida (B) crescidos em MMS contendo 0,1g/L de corante e MML,
respectivamente foram inoculados em solução de corante com concentração final de 0,1g/L e a
porcentagem de descoloração determinada através da absorbância a 280nm (
---) e 600nm (---).
FONTE: O autor (2008)
66
Com relação à atividade descorante obtida em soluções de concentração de
sal variável, o eluído de L. crinitus a 280 nm apresenta melhor descoloração em
concentração salina ao redor de 0,1M a qual chega a aproximadamente 93%. Para
as demais concentrações testadas observa-se uma redução nos valores de
descoloração obtidos, entre 12 e 30%. Já a atividade descorante desta cepa em 600
nm a 0,05M de sal acarreta no mais alto nível de descoloração do substrato, cerca
de 50%, e em concentrações salinas maiores esta é reduzida mantendo-se entre
quatro e 12%, chegando à zero na maior concentração testada (Figura 27A).
Já o sobrenadante de L. sordida apresenta a 280 nm e a 600 nm um padrão
similar de descoloração. A qual se apresenta alta e com pequenas flutuações até
0,2M de sal, nesta concentração encontra-se a maior descoloração, em torno de
70%. A partir desta concentração ocorre uma redução gradativa para até 8% de
descoloração a 280 nm e 25% para 600 nm (Figura 27B). Os dados indicam que a
atividade de ruptura das duas estruturas apresenta a mesma sensibilidade a
diferentes forças iônicas.
FIGURA 27 – DESCOLORAÇÃO DO SUBSTRATO E VARIAÇÃO NA CONCENTRAÇÃO DE SAL.
Frações solúveis de L. crinitus (A) e L. sordida (B) crescidos em MMS contendo 0,1g/L de corante e
MML, respectivamente, foram inoculados em solução de corante com concentração final de 0,1g/L e
a porcentagem de descoloração determinada através da absorbância 280nm (
---) e 600nm (---).
FONTE: O autor (2008)
Com relação à estabilidade do secretado a diferentes pHs, em L. crinitus a
atividade de quebra do anel aromático (280nm) apresenta grande estabilidade
67
porém, são encontrados dois pontos de menor atividade ao redor dos pHs 3 e 8,5. A
atividade de quebra da ligação azo (600nm) também se apresenta estável, porém
drasticamente reduzida em pHs ao redor de 5,5 - 6 e a partir de pH 8 (Figura 28A).
L. sordida apresenta um perfil de atividade semelhante ao de L. crinitus, porém as
menores atividades a 600 nm são encontradas na faixa entre 5,5 e 6,5. Já a 280 nm
são observadas pequenas diminuições de atividade em pHs próximos a 2,5 e 4,5
(Figura 28B).
As enzimas lignolíticas normalmente demonstram atividade máxima em
baixos pHs, porém também é observada uma eficiente descoloração de corantes
têxteis em pHs altos. Kapdan et al. (2000) descreveram 99% de eficiência de
descoloração de C. versicolor sobre o corante “Turquoise Blue G” em pH 4,5 a qual
caiu para 50% em pHs 6 e 7. “Antrazon Red FBL” foi facilmente descolorido em
todos os pHs entre 6 e 11 pelo fungo Funalia trogii (YESILADA et al., 2002).
Contudo, pHs baixos não são adequados para o tratamento de águas residuárias e,
portanto cepas que apresentam estabilidade de descoloração a diferentes pHs são
importantes para uso em aplicações industriais (KAUSHIK e MALIK, 2008).
FIGURA 28 – DESCOLORAÇÃO DO SUBSTRATO E VARIAÇÃO DO PH . Frações solúveis de L.
crinitus (A) e L. sordida (B) crescidos em MMS contendo 0,1g/L de corante e MML, respectivamente
foram inoculados em solução de corante com concentração final de 0,1g/L e a porcentagem de
descoloração determinada através da absorbância a 280nm (
---) e 600nm (---).
FONTE: O autor (2008)
68
A seguir, foi investigada a presença de enzimas lignolíticas nos extratos
solúveis das culturas através da oxidação do ABTS, substrato tanto de peroxidases
quanto fenoloxidases (Figura 29). O eluído de L. sordida, quando analisado aos 10
min, apresenta 0,35 mUE, o secretado de L. crinitus apresenta 0,47 mUE e o
Pleorotus ostreatus 0,11 mUE, o qual foi utilizado como controle positivo, pois já
existem relatos da produção de enzimas lignolíticas por este microrganismo
(MACHADO e MATHEUS, 2006). Os resultados indicam que estas cepas secretam
enzimas lignolíticas.
FIGURA 29 – CURVA DE OXIDAÇÃO TOTAL DO ABTS. A absorbância medida em 420 nm a cada 5
min durante 20 min, após incubação de 30 dias a 28°C. Controle negativo (
---), P. ostreatus (controle
positivo,
---), L. sordida (---) e L. crinitus (---).
FONTE: O autor (2008)
Para a análise da participação da lacase nesta atividade foi, novamente,
realizado o teste de oxidação do ABTS, sem a adição de H
2
O
2
e ou na presença
de
catalase para excluir a atividade de possíveis peroxidases. O perfil obtido foi similar
ao descrito para a oxidação total de ABTS (Figura 30A), o que indica que a maior
parte desta oxidação pode ser decorrente da atividade de lacase.
Para a confirmação de que a maior parte da atividade obtida é decorrente da
atividade de lacase o ensaio de oxidação do ABTS foi repetido na presença de azida
de sódio, um inibidor conhecido desta. A pré-incubação com catalase não alterou o
perfil obtido anteriormente (Figura 30B), indicando que os extratos avaliados não
69
continham H
2
O
2
, o qual consiste em substrato para as peroxidases, ou apresentam
quantidades irrisórias que não alteram este perfil.
FIGURA 30 – A ABSORBÂNCIA FOI MEDIDA EM 420 NM A CADA 5 MIN DURANTE 20 MIN.
Controle (
---), P. ostreatus (controle positivo, ---), L. sordida (---) e L. crinitus (---), na ausência (A) e
na presença (B) de catalase.
FONTE: O autor (2008)
A atividade de lacase, tanto de L. crinitus quanto de L. sordida,
mensurada na presença de azida de sódio demonstra que a presença desta inibe a
oxidação do ABTS, bem como a atividade descorante (Figuras 31 e 32, A e B,
respectivamente), sugerindo a possibilidade destas cepas produzirem lacase. Em L.
crinitus, a descoloração na ausência de azida de sódio é de 83% e, na presença
desta, a descoloração é reduzida para cerca de 26%, indicando que embora a
lacase possa ser a responsável pela maior parte da descoloração encontrada (57%),
outras enzimas também participariam do processo. Em L. sordida, a descoloração
na ausência do inibidor foi de quase 100%, esta foi reduzida para aproximadamente
9% quando pré-incubado com azida de sódio.
70
FIGURA 31 – CURVA DE ATIVIDADE DE LACASE, A Absorbância foi medida em 420 nm a cada 5
min durante 20 min. na ausência (A) e na presença (B) de azida de sódio. Controle (
---), L. sordida (--
-) e L. crinitus (---).
FONTE: O autor (2008)
FIGURA 32 – ATIVIDADE DESCORANTE DE EXTRATOS SECRETADOS NA PRESENÇA E
AUSÊNCIA DE AZIDA DE SÓDIO. A absorbância foi medida em 600 nm após incubação, de frações
solúveis das culturas de fungos, por 90 min em MML com 0,1g/L de corante. As amostras testadas
com azida de sódio foram pré-incubadas com 20 mM do inibidor por 10 min., controle (), L. crinitus
() e L. sordida ().
FONTE: O autor (2008)
A determinação das peroxidases totais foi realizada pela diferença entre a
oxidação total do ABTS e a atividade da lacase (EGGERT et al., 1996b). Os
resultados obtidos indicam que L. crnitus não produz peroxidades; já L. sordida
apresenta a produção de 0,0035 mUE, valor correspondente à atividade enzimática
total das peroxidases, corroborando com os resultados descritos para a atividade
descorante na ausência/ presença de azida de sódio.
Nozaki et al. (2008) investigaram a descoloração de 27 tipos de corantes
pertencentes a diversas classes químicas (Monoazo, Diazo, Trifenilmetano,
Ftalocianina) realizada por extratos secretados de 21 basidiomicetos. Os autores
observaram com relação à atividade de enzimas lignolíticas, resultados positivos
apenas oxidação total do ABTS, porém nenhuma atividade de LiP e MnP, o que
71
sugere que a descoloração pode ser decorrente da atividade de Lac ou outras
peroxidases envolvidas na degradação da lignina.
As fontes de carbono e nitrogênio no meio de crescimento de fungos de
podridão branca desempenham um papel fundamental na quantidade e tipo de
enzimas degadadoras de lignina produzidas, além de interferir na descoloração de
efluentes industriais (D’SOUZA-TICLO et al., 2006), indicando que os meios
utilizados nos testes de atividade de lacase são eficientes para a produção desta.
Segundo Hoshida et al. (2005) a atividade de lacase produzida por
Pycnoporus coccineus (expressas em Aspergillus oryzar e Saccharomyces
cerevisiae) aumentou com o aumento da concentração de cobre (de 0 a 0,1 mM),
indicando que a concentração de cobre é um dos fatores importantes para a
produção eficiente de enzimas que contém cobre em sua estrutura. De maneira
similar, Dittmer et al. (1997) descreveram que o fungo P. chrysosporium produz
lacase em meio de crescimento contendo glucose, altas concentrações de nitrogênio
(24 mM) e de cobre (0,4mM de CuSO
4
). Os autores indicam que o cobre pode
induzir a produção de lacase quando glucose é utilizada como fonte de carbono,
porém nem LiP nem MnP foram detectadas. Tendo como base os dados descritos
acima, pode-se inferir que a quebra da molécula do corante utilizado neste trabalho
pode causar a liberação de cobre o que pode estar induzindo a produção de lacase
ativa.
Tentou-se correlacionar a atividade descorante e a expressão de proteínas
nas diferentes condições de cultura avaliando o zimograma e o perfil de separação
de proteínas em gel de poliacrilamida desnaturante. O perfil de secreção de
proteínas de L. crinitus esta mostrado na Figura 32A.
Com base nos resultados obtidos, pode-se afirmar que tanto a expressão de
proteínas quanto a atividade são drasticamente alteradas pelas condições de
cultura. A atividade no zimograma é encontrada nas linhas 3, 5, 6 e 7 em maior grau,
e quando comparado ao perfil de secreção de proteínas, pode-se observar um
alinhamento desta descoloração com as bandas marcadas com setas no gel, as
quais correspondem a proteínas com 41 kDa. Estas bandas correspondem a pré-
incubações em MML, porém nas linhas 1 e 3 nem as bandas, nem no zimograma
foram detectadas. Como a descoloração é mais intensa nas linhas 5 a 7,
possivelmente a expressão desta enzimas é aumentada pela presença de corante
no meio de cultivo. Nota-se, também, uma pequena atividade descorante realizada
72
por L. crinitus quando incubado em MMS contendo corante, na mesma altura da
descoloração encontrada em MML. Porém esta não se encontra alinhada à
nenhuma banda presente no gel A, que pode ser decorrente da pequena distorção
encontrada no perfil de secreção de proteínas, decorrente da corrida das amostras
no gel. Comparando esses resultados ao teste de atividade de lacase, é possível
sugerir que esta banda corresponde a uma lacase e a massa molar obtida é
correspondente a encontrada em MML, 41 kDa, corroborando com a faixa de massa
molar encontrada para lacases de diferentes microrganismos, como descrito a
seguir. Para L. sordida os ensaios de atividade em gel não revelaram nenhuma
banda ativa, ainda, não foi possível correlacionar a expressão de proteínas com as
condições de cultura devido à mínima quantidade de proteína encontrada nos
extratos solúveis.
FIGURA 32 – ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA DESNATURANTE E ZIMOGRAMA
DE AMOSTRAS DO SOBRENADANTE DE L. crinitus. Os géis foram obtidos através de eletroforese
em gel desnaturante de acrilamida 12% e revelados por coloração com nitrato de prata (A) ou pela
impregnação com solução de Remazol Azul 10 g/L. durante 12h (B). (1) Marcador, (2-4) MML, (5-7)
MML contendo 0,1g/L de corante, (8-10) MMS, (11-13) MMS contendo 0,1g/L de corante. As setas
indicam as bandas responsáveis pela descoloração observada no gel B.
FONTE: O autor (2008)
Segundo Wesemberg et al. (2003) a massa molar das lacases pode oscilar
entre 59 e 110 kDa, e depende do microrganismo analisado, além de suas
condições de cultivo. Vários estudos têm realizado a purificação e caracterização de
lacases de diversos fungos e corroboram com os valores descritos anteriormente
(PÉREZ et al.1996; MUÑOZ et al. 1997; CHEFETZ et al., 1998, HEINZKILL et al.,
73
1998; PÉRIÉ et al. 1998; EDENS et al., 1999; MIN et al., 2001; PALONEN et al.,
2003; SAITO et al., 2003; BALDRIAN, 2004; HAN et al., 2005; LIERS et al., 2007).
Porém, existem relatos que apresentam lacases com massa molar menor que a
descrita por Wesemberg (2003). Songulashvili et al. (2008) descrevem duas
isoenzimas de lacase do fungo Ganoderma lucidum com massas moleculares de 43
e 56 kDa. Similarmente, Wang e Ng (2006) observaram uma lacase de Pleurotus
eryngii com massa molar de 34 kDa. D’Souza-Ticlo et al. (2006) encontrou uma
lacase de 47 kDa para a cepa fúngica denominada NIOCC #2a, quando o meio de
cultivo continha glicina como fonte de nitrogênio.
74
6 CONCLUSÕES
As três espécies de fungos avaliadas, L. crinitus, L. sordida e H. fimbriatus
apresentaram grande atividade de biodegradação do corante Remazol Azul.
A atividade descorante ao longo do tempo, tanto em L. crinitus quanto em L.
sordida, não está diretamente atrelada ao crescimento fúngico.
A presença do corante no meio de cultivo reduz o crescimento de L. crinitus e
não afeta L. sordida. Ambas as cepas causam descoloração quase total do
substrato em até 2 g/L de corante.
O corante pode ser usado como fonte de nitrogênio por L. sordida e ainda
estimula a sua própria descoloração. Para L. crinitus os resultados não foram
conclusivos.
Foi verificada a presença majoritária da atividade descorante nas frações de
secreção dos fungos L. crinitus e L. sordida em MML. Quando considerada
incubação em MMS, L. crinitus apresenta atividade descorante passível de
eluição, já em L. sordida e H. fimbriatus esta não pode ser eluída, apesar de
ser alta.
L. crinitus e L. sordida apresentam perfil de atividade semelhante, em
diferentes pHs. A atividade de ruptura do anel aromático é estável a variações
de pH. Em relação à atividade de quebra da ligação azo a estabilidade
encontrada é reduzida.
O eluído de L. crinitus apresenta-se relativamente estável a variações de
temperatura, tanto quanto a atividade de quebra do anel aromático (280 nm)
quanto atividade de ruptura da ligação azo (600 nm). Em L. sordida a
temperatura pouco afeta a atividade de quebra do anel aromático, porém a
atividade de quebra da ligação azo é susceptível a variações de temperatura.
Com relação à atividade descorante obtida em soluções de concentração
salina variável, L. crinitus e L. sordida apresentam maiores graus
descoloração em concentrações de até 0,2M de sal.
É sugerido o envolvimento de uma enzima lacase no processo de
descoloração, tanto em L. crinitus, quanto em L. sordida.
Tanto a expressão de proteínas quanto a atividade descorante são
drasticamente alteradas pelas condições de cultura.
75
L. crinitus aparentemente secreta uma lacase de 41 kDa de massa molar e
que esta envolvida no processo de descoloração.
76
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89
ANEXOS
90
ANEXO 1
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Cinética de descoloração de
L. sordida com relação à medida de absorbância.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 28069.70793 7017.42698 256.9703 **
Resíduo 15 409.62474 27.30832
Total 19 28479.33268
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05).
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Tempo de
Incubação.
Médias de tratamento *
Controle 100.00000 a
5 dias 98.14634 a
7 dias 93.43100 a
10 dias 91.35514 a
15 dias 2.39951 b
Diferença mínima significativa 11.41823
Coeficiente de variação em % = 6.78082; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
91
ANEXO 2
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Cinética de descoloração de
L. crinitus com relação à medida de absorbância.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 26130.88496 6532.72124 426.9119 **
Resíduo 15 229.53404 15.30227
Total 19 26360.41900
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Tempo de
Incubação.
Médias de tratamento *
Controle 100.00000 a
5 dias 95.83669 a
7 dias 79.08121 b
10 dias 58.11301 c
15 dias 0.76161 d
Diferença mínima significativa 8.54731
Coeficiente de variação em % = 5.85965; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade
.
92
ANEXO 3
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Cinética de descoloração de
L. crinitus referente ao crescimento do micélio fúngico.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 3 15.45667 5.15222 50.5947 **
Resíduo 20 2.03667 0.10183
Total 23 17.49333
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05).
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Crescimento do micélio versus Tempo de
Incubação.
Médias de tratamento *
5 dias 4.33333 c
7 dias 4.95000 b
10 dias 5.25000 b
15 dias 6.53333 a
Diferença mínima significativa 0.51590
Coeficiente de variação em % = 6.05911; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
93
ANEXO 4
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Cinética de descoloração de
L. sordida referente ao crescimento do micélio fúngico.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 3 49.21404 16.40468 23.2923 **
Resíduo 20 14.08594 0.70430
Total 23 63.29997
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05).
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Crescimento do micélio versus Tempo de
Incubação.
Médias de tratamento *
5 dias 1.21250 c
7 dias 1.95833 c
10 dias 3.53333 b
15 dias 4.91667 a
Diferença mínima significativa 1.35674
Coeficiente de variação em % =28.88688; * As médias seguidas pela mesma letra não
diferem estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
94
ANEXO 5
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Efeito de concentrações
crescentes de corante sobre atividade descorante para L. crinitus.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 5 31132.13233 6226.42647 286.4387 **
Resíduo 18 391.27288 21.73738
Total 23 31523.40522
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Concentração do
corante.
Médias de tratamento *
Controle não descorado 100.00000 a
0,1g/L 2.89225 c
0,5g/L 0.86100 c
1g/L 0.59450 c
2g/L 1.36800 c
5g/L 24.01350 b
Diferença mínima significativa 10.46694
Coeficiente de variação em % = 21.56339; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
95
ANEXO 6
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Efeito de concentrações
crescentes de corante sobre atividade descorante para L. sordida.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 5 31723.88437 6344.77687 142.9951 **
Resíduo 18 798.6705 44.37058
Total 23 32522.55490
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Concentração do
corante.
Médias de tratamento*
Controle não descorado 100.00000 a
0,1g/L 1.28250 c
0,5g/L 1.46250 c
1g/L 1.71500 c
2g/L 5.45000 c
5g/L 41.28750 b
Diferença mínima significativa 14.95422
Coeficiente de variação em % = 26.43347; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
96
ANEXO 7
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Efeito de concentrações
crescentes de corante sobre o crescimento do micélio de L. crinitus.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 5 105.13938 21.02788 24.1664 **
Resíduo 18 15.66228 0.87013
Total 23 120.80167
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Crescimento do micélio versus
Concentração do corante.
Médias de tratamento*
Sem corante 11.29785 a
0,1g/L 6.29739 b
0,5g/L 5.75163 b
1g/L 5.26307 b
2g/L 5.83170 b
5g/L 5.57299 b
Diferença mínima significativa 2.09415
Coeficiente de variação em % = 13.98698; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
97
ANEXO 8
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Efeito de concentrações
crescentes de corante sobre o crescimento do micélio de L. sordida.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 5 9.36780 1.87356 4.6466 **
Resíduo 18 7.25782 0.40321
Total 23 16.62562
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Crescimento do micélio versus
Concentração do corante.
Médias de tratamento*
Sem corante 10.66340 ab
0,1g/L 9.27665 b
0,5g/L 9.63181 ab
1g/L 10.74728 a
2g/L 10.88671 a
5g/L 9.76471 ab
Diferença mínima significativa 1.42555
Coeficiente de variação em % = 6.24882; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
98
ANEXO 9
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Utilização do corante como
fonte de carbono e/ou nitrogênio para crescimento fúngico de L. sordida.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 1023.03514 255.75879 72.9553 **
Resíduo 15 52.58538 3.50569
Total 19 1075.62052
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Crescimento do micélio versus Corante
como fonte de carbono e/ou nitrogênio.
Médias de tratamento*
MML 10.66340 a
MS 5.84310 c
MS + 0,1g/L corante 4.67158 c
MS + 0,1g/L corante + C 23.50000 b
MS + 0,1g/L corante + N 4.75978 c
Diferença mínima significativa 4.09108
Coeficiente de variação em % = 18.93639; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
99
ANEXO 10
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Utilização do corante como
fonte de carbono e/ou nitrogênio para crescimento fúngico de L. crinitus.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 122.36261 30.59065 3.8957 *
Resíduo 15 117.78742 7.85249
Total 19 240.15002
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Crescimento do micélio versus Corante
como fonte de carbono e/ou nitrogênio.
Médias de tratamento*
MML 11.29785 a
MS 5.35293 ab
MS + 0,1g/L corante 6.43135 ab
MS + 0,1g/L corante + C 8.66178 ab
MS + 0,1g/L corante + N 4.43140 b
Diferença mínima significativa 6.12287
Coeficiente de variação em % = 38.73127; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
100
ANEXO 11
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Utilização do corante como
fonte de carbono e/ou nitrogênio com relação à descoloração realizada por culturas
de L. crinitus.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 30174.14562 7543.53640 2332.2272 **
Resíduo 15 48.51716 3.23448
Total 19 30222.66278
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Corante como fonte
de carbono e/ou nitrogênio.
Médias de tratamento*
Controle não descorado 100.00000 a
MML 2.89203 bc
MS + 0,1g/L 2.76350 bc
MS + 0,1g/L + C 0.59983 c
MS + 0,1g/L + N 5.65553 b
Diferença mínima significativa 3.92965
Coeficiente de variação em % = 8.03526; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
101
ANEXO 12
Delineamento experimental inteiramente casualisado - Utilização do corante como
fonte de carbono e/ou nitrogênio com relação à descoloração realizada por culturas
de L.sordida.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 27555.30276 6888.82569 138.9268 **
Resíduo 15 743.78995 49.58600
Total 19 28299.09271
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Corante como fonte
de carbono e/ou nitrogênio.
Médias de tratamento*
Controle não descorado 100.00000 a
MML 1.28522 c
MS + 0,1g/L 55.23715 b
MS + 0,1g/L + C 8.57213 c
MS + 0,1g/L + N 14.42688 c
Diferença mínima significativa 15.38618
Coeficiente de variação em % =19.61252; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
102
ANEXO 13
Delineamento experimental inteiramente casualisado – Atividade descorante de L.
crinitus realizada pelo micélio e sobrenadante a 280 e 600 nm.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 8 57732.74358 7216.59295 24.3297 **
Resíduo 27 8008.63399 296.61607
Total 35 65741.37757
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Meio de incubação.
Médias de tratamento *
Controle 100.00000 a
Micélio MML – 280 nm 95.41359 a
Micélio MML + COR – 280 nm 101.78130 a
Micélio MML – 600 nm 86.12543 a
Micélio MML + COR – 600 nm 85.35225 a
Sobrenadante MML – 280 nm 12.49462 b
Sobrenadante MML + COR – 280 nm 13.03377 b
Sobrenadante MML – 600 nm 15.36439 b
Sobrenadante MML + COR – 600 nm 14.37269 b
Diferença mínima significativa 40.98965
Coeficiente de variação em % = 29.58420; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
103
ANEXO 14
Delineamento experimental inteiramente casualisado – Atividade descorante de L.
crinitus realizada pelo micélio e sobrenadante a 280 e 600 nm.
Tratamentos
Resíduo
------------------------------------------------------------------
Total
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 8 67690.19356 8461.27420 34.0542 **
Resíduo 27 6708.55726 248.46508
Total 35 74398.75082
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Meio de incubação.
Médias de tratamento*
Controle 100.00000 a
Micélio MML – 280 nm 124.61340 a
Micélio MML + COR – 280 nm 61.61942 b
Micélio MML – 600 nm 124.61340 a
Micélio MML + COR – 600 nm 58.97766 b
Sobrenadante MML – 280 nm 11.62026 c
Sobrenadante MML + COR – 280 nm 32.76900 bc
Sobrenadante MML – 600 nm 11.00768 c
Sobrenadante MML + COR – 600 nm 21.37931 c
Diferença mínima significativa 37.51540
Coeficiente de variação em % = 25.95407; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
104
ANEXO 15
Delineamento experimental inteiramente casualisado – Atividade descorante de L.
crinitus em 90 min, após pré-incubação em diferentes meios a 280 nm.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 22171.78152 5542.94538 115.3068 **
Resíduo 15 721.06919 48.07128
Total 19 22892.85070
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Meio de incubação.
Médias de tratamento*
Controle não descorado 100.00000 a
MML 18.28638 bc
MML + 0,1g/L corante 11.58358 c
MMS 31.48148 b
MMS + 0,1g/L corante 13.13807 c
Diferença mínima significativa 15.14936
Coeficiente de variação em % = 19.86751; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
105
ANEXO 16
Delineamento experimental inteiramente casualisado – Atividade descorante de L.
crinitus em 90 min, após pré-incubação em diferentes meios a 600 nm.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 21511.10406 5377.77601 86.0405 **
Resíduo 15 937.54250 62.50283
Total 19 22448.64656
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Meio de incubação.
Médias de tratamento*
Controle não descorado 100.00000 a
MML 13.78892 c
MML + 0,1g/L corante 10.63043 c
MMS 47.45327 b
MMS + 0,1g/L corante 26.84859 c
Diferença mínima significativa 17.27433
Coeficiente de variação em % = 19.89187; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
106
ANEXO 17
Delineamento experimental inteiramente casualisado – Atividade descorante de L.
sordida em 90 min, após pré-incubação em diferentes meios a 280 nm.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 26320.55569 6580.13892 50.6804 **
Resíduo 15 1947.54054 129.83604
Total 19 28268.09623
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Meio de incubação.
Médias de tratamento*
Controle não descorado 100.00000 a
MML 20.71728 b
MML + 0,1g/L corante 23.81359 b
MMS 88.50627 a
MMS + 0,1g/L corante 98.98801 a
Diferença mínima significativa 24.89712
Coeficiente de variação em % = 17.15918; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
107
ANEXO 18
Delineamento experimental inteiramente casualisado – Atividade descorante de L.
sordida em 90 min, após pré-incubação em diferentes meios a 600 nm.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 10155.99509 2538.99877 13.4641 **
Resíduo 15 2828.62486 188.57499
Total 19 12984.61995
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Meio de incubação.
Médias de tratamento*
Controle não descorado 100.00000 a
MML 47.84628 b
MML + 0,1g/L corante 55.07845 b
MMS 85.30595 a
MMS + 0,1g/L corante 101.81130 a
Diferença mínima significativa 30.00499
Coeficiente de variação em % =17.60357; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
108
ANEXO 19
Delineamento experimental inteiramente casualisado – Atividade descorante de H.
fimbriatus em 90 min, após pré-incubação em diferentes meios a 280 nm.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 1588.37760 397.09440 0.4766 ns
Resíduo 15 12497.96629 833.19775
Total 19 14086.34389
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Meio de incubação.
Médias de tratamento*
Controle não descorado 100.00000 a
MML 78.66811 a
MML + 0,1g/L corante 101.79620 a
MMS 86.26830 a
MMS + 0,1g/L corante 85.88035 a
Diferença mínima significativa 63.07038
Coeficiente de variação em % =31.88725 ; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
109
ANEXO 20
Delineamento experimental inteiramente casualisado – Atividade descorante de H.
fimbriatus em 90 min, após pré-incubação em diferentes meios a 600 nm.
Análise de variância ANOVA para descoloração utilizando soma de quadrados.
FV GL SQ QM F
Tratamentos 4 450.31797 112.57949 0.4415 ns
Resíduo 15 3825.30127 255.02008
Total 19 4275.61924
FV= Fonte de variação; GL= Graus de liberdade; SQ= Soma de quadrado; QM= Quadrado médio; F =
Estatística do teste F; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); * significativo ao
nível de 5% de probabilidade (0.01 =< p < 0.05); ns não significativo (p >= 0.05)
.
Teste de Tukey – Interação entre fatores: Descoloração versus Meio de incubação.
Médias de tratamento*
Controle não descorado 100.00000 a
MML 93.55689 a
MML + 0,1g/L corante 85.91623 a
MMS 89.84376 a
MMS + 0,1g/L corante 89.84742 a
Diferença mínima significativa 34.89302
Coeficiente de variação em % = 17.38958; * As médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si quando aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
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